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Joao Mauricio Adeodato Etica e Retorica sumo Ci ot Feracto academic: 11 Bene em oret pl Fach de eta eae 12 Meat em sta eta geo esp Facade Je ‘het Unrate oP 9 15 Boao em lst tia ge co eo pl Facade Je Ceo nero aul (98. 1M Pana ono peter Funda Alar amb 98-56) 1Srbeimato em ngs po Une oWigan Proce, {otaleam lan plang Arce venttebeg PMS, {208 ego hae oer Uns ane NS, 8B, 1's Misael Conenotaenantcndedscae eau ag rs atc dS 2 ening pesquisa 2a prt pbc de roses da Fae Ores do hc Umer esl de Pera dese {nn he dee 99, cages or tatu ES 30 Sita nagian ata dea doo ee 56) Sapo cre tsar nce de Meng da Pett em retreat (198). Donk cose vate paler em cane Sb sumed alc tye ets he ec pets lesen ns Une Sesion 83e 9), Ceige 991 bugis. {tos ron (995, ten lot P1099) Dire Preah (1998, Sel 200), eb, Gigs. ug Go) 2 ret de deters de series de miata eee de dota en oo Ba too so peo pte: eF Code ce Dee ote a ont om pogo ease 96, mete oe ea eo, 1 Pesan do Coe Nacond Desenchine Can Fine tecagtdoMoatsa de Chace Tero (NPC) hee et Peqtadr gerd 190 ede 1097 Pega adn st esc ap de pss il ua de into segs oe oO, 3, pba: Deen bao mal pe ener (Ae rath tt, ads Ure, oad Forage a es {ere asd det spsteogs e ognats tis, eben sce do deta rts cesocn os Sec fy ate de ee von ot bo pbs co ‘nso doe Cres Se is Gago wm veo ca UFPE cs ‘aio do asad em Ore eos» Resa Oden ds ‘gs de Poe, aren squad ds fev peed ema do ve da Comes eso Iaido Coreb eeu O88 eae oo Sing eo ret ef: Ura cP. 1986 cou de Un ede ut Ge 2am ste na Ras tub teen de anh arr ferese eesta, 182)e ‘ora do Delo Uma Cita Vaate a ta Ce (ean 186 pee 197, eine aya 200, Ve / vt BR un) Cove. [Cor Wt L6).c(er.N g Joao Mauricio Adeodato ETICA RETORICA 92900900929220220228208225 = = => =—_ == == =e —_ =e =e =e ad =e at ISBN 85-02-03531-2 Dados internacionais de Catalogagao na Publicagdo (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Bras) Joie Mauricio olériea ; para uma teoria da dogmatica jurilea Jodo Mauricio Adeodato, ~ Sd0 Paulo» Saraiva, 2002 Bibliogratia, 1. Direto stiea 2, Dogmatica juridica 9, Eien 4, Retric | Titulo. 02.9707 cou-s40.114 [nica para eatsiogo slatematico: 1, Dogméticajurdien : Teoria geral do dceto 340.114 2498 ——— Saraiva ‘Kenan warauee Ge Sto Vcene, 1697 — CEP 01198904 — Sate Funda — Sao Paulo « SP Bn PAbe Wi) aerd-4000 Fax (1). 9ettao0e — Fone” Vora a4 Foe tendon, (tt) 26138968 Enderegaintemet_ p/m ao Fone anata Fee ou suazonssnoncOwancnAMAncne aa oe Ere ere ety Ernt wpe sao snisenae . Seen Powis Soe tiie Rerostioetataer Eiarauiunso faenicoe akon ee em ros ween eee sn canmiereaenat sia ‘fe sxpndinan 5990 — Sear roan ‘Ben ate = Sue Owalo Fonletatias“bocwacar2 Exes Cae emai 0 Saran Veritas carissima “Trés ancoras deixou Deus ao homem: o amor da patria, o amor da liberdade, o amor da verdade. Cara nos é a pita, a iberdade mais cara, mas a verdade mais cara que tudo. Patria cara, carior-Libertas, Veritas carissima, Da- ‘mos a vida pela pétria, Deixamos a patria pela liberdade. Mas patria ¢ liberdade renunciamos pela verdade. Porque este & 0 mais santo de todos os amores. Os outros so da terra e do tempo. Este vem do céu, € vai a etemidade.” (Rui Barbosa, A imprensa e o dever da verdade, 3. ed., S20 Paulo: Com-Arte, Editora da Universidade de Sa0 Paulo, 1990, p. 58) big “Das Herrenrecht, Namen zu geben, geht so weit, da} man sich erlauben sollte, den Ursprung der Spfache selbst als Machtdusserung der Herrschenden 2u fassen: sie sagen ,das ist das und das", sie siegeln jegliches Ding und Geschehen mit einem Laute ab und nehmen es dadurch gleichsam in Besitz.” “O Direito senhorial de atribuir nomes vai tio longe que dever- se-ia permitir conceber a origem da propria linguagem como expres- sio de poder dos dominadores: eles dizem ‘isso é isso e isso’, eles selam qualquer coisa e acontecimento com um sinal fonético e, atra~ vés disso, tomam posse dele.” (Friedrich Wilhelm Nietzsche, Zur Genealogie der Moral (Kritischen Studienausgabe (KSA) herausgegeben von Giorgio Colli und Mazzino Montinari), Band 5, Berlin-New York: Walter de Gruyter, 1988, p. 260) mm “Although we usually call Reward and Punishment, the two Hinges upon which all Government turns; yet I could never observe {his Maxim to be putin Practice by any Nation except that of Lilliput Ana these people thought it a prodigious Defect of Policy among us, When I told them that our Laws were enforced only by Penalties, Without any Mention of Reward, Itis upon this account that the Image Of tustic, in their Courts of Judicature, is formed... wih a Bag of Gold open in her right Hand, and a Sword sheathed in her left, to shew she is more disposed to reward then to punish.” “Embora costumemos afirmar que recompensa e punigo so 0s dois eixos sobre os quais todo governo se apéia, ainda assim nun. a Pude observar esta maxima ser posta em prética por nacio alguma salvo Lilliput... essas pessoas consideraram uma prodigiosa falha Politica nossa quando thes contei que nossas leis eram reforgadas apenas por penalidas, sem qualquer mengio de recompensa, Epos isso que a imagem da justiga, em suas cortes judicidrias, € formada. com uma bolsa de ouro aberta na mio direita e uma espada embainhada na esquerda, para mostrar que ela é mais disposta a re- compensar que a punir” Gonathan Swift, Gulliver's Travels (1726), part I, ch. 6, The Annotated Guliver’s Travels with a biographical introduction and notes by Isaac Asimov, New York: Clarkson Potter, 1980, p. 51 e 52) AGRADECIMENTOS A Faculdade de Direito do Recife e & Universidade Federal de Per nambuco. Ao Conseltio Nacional de Desenvolvimento Cientifico¢ Tecnolégico. A Fundagao Alexander von Humboldt ‘A Marina Machado Adeodato pelo fndice de autores. Para Iara E para os meus 14 grandes professores, depois colegas e amigos, a cada um dos quais dedico um dos 14 capitulos deste livro. 1 Parr 0 dajptemintt rrssta Audrina fark fern e ate; bom aorigack, ue =—— =e =® == =e ad == == == => = = Preficio omer cote Apresentagio e introduco: Por uma perspectiva mais re- ‘rica na filosofia do direito — © X Capitulo Primeiro — Positividade e conceito de direito ... 1. Introdugda: a nogo de diteit0 ..ennm 2, Estrutura ¢ classificagio do conceito e da definigao do di reito . Evolugao historica de perspectivas sobre o direit ... Pressupostos légicos do conceito de direito . Especificidade do objeto juridico Conclusio: o direito como direito posto ... Capitulo Segundo — 0 pensamento dogmético e-sua critica X Introdugio: dogmatica e fungdo A dogmiética juridica 3. A critica juridica.... 4. A cidética juridica ... Capitulo Terceiro — A legitimagao pelo procedimento juridi- camente organizado — notas & teoria de Niklas Lohmann 1, Introdugio: o problema da legitimidade . : 2. Conceitos de sociedade e procedimento em Luhmann 3. Procedimento judicial. 4. Eleigao politica e legislaca XVIL 53 53 62 66 XI 5, Nota sobre os procedimentos decis6rios da administragao 6. Conclusao: a legitimagao pelo procedimento em socieda- des ndo plenamente desenvolvidas. Capitulo Quarto — Conjetura e verdade .. 1. Antropologias ontolégicas e ret6ricas . se 2. O context: 0 tidimensionalismo na ilosofa do dreto.- 3. Oembasamento filoséfico do tridimensionalismo de Miguel Reale. : 4, A gradago do conhecimento .. 5. Conceito de conjetura... Capitulo Quinto — Uma teoria (emancipatéria) da legitima- ‘¢do para paises subdesenvolvidos 1. Colocagao do problema... 2. Preliminar epistemol6gica mn 3, Descrigdo de um subdesenvolvimento Capitulo Sexto — Subdesenvolvimento € direto alternative .. 1, O Estado moderno e o Estado subdesenvolvido 2. Alguns conceitos de direito alternativo .... 3. Procedimentos alternativos no direito brasileiro ... 4, Conclusio: trés erros a evitar Capitulo Sétimo — Etica, subdesenvolvimento e utilizagio de energia nuclear 1. O ponto de partida: a ética aplicada 2. O contexto: a expressio terceiro mundo .. 3. Conceituando a energia nuclear para leigos 4 5. © Brasil na era nuclear Bases para uma opiniaio xi 1 2 81 81 83 87 89 97 7 103 105 113 113 119 124 135 139 139 141 144 148 154 Capitulo Oitavo — 0 sério e 0 jocoso em Jhering — uma visio retérica da ciéncia juridica 1. Para situar Rudolf von Jhering, inclusive no Brasil . 2, Ihering e seu presente de Natal para os juristas 3. Aplicabilidade na teoria dogmitica e conclusées: ret6rica como ciéncia e como politica... feevinto ‘Nono — Preparando a modernidade: ética, jusnatu- ralismo e positvismo . Conceitos de ética, 1 = 2. Hegemonia indiferenciada dos jusatuismos 3. Conceituagao problemitica dos positivismos 4 Vantagens ¢ desvantagens (éticas e técnicas) de um con- ceito (positivista ou naturalista) do direito 5. O cardter retérico do direito positivo e a ética da tolerinci Capitulo Décimo — Modemidade ¢ direit.... . Introdugdo: modernidade e complexidade 2. Pressupostos sociais para modemnizacao do direito 3, Modernidade juridica:,um entre virios conceitos possfveis 4, O direito dogmético modemo 5. Btica e positivismo juridico 2, Keapitulo Décimo Primeiro — A concretizagao normativa — um estudo erftico : 0 problema da hermenéutica constitucional 2. Casos paradigméticos na hermenéutica constitucional bra- sileira 3. A metédica estruturante do direito 4. Critieas para debate ... 161 161 167 173 185 185 (187 194 197 199 205 205 207 2u1 215 218 221 221 236 251 XII Capitulo Décimo Segundo — 0 silogismo retérico (entime- ‘ma) na argumentacao judicial Resumo da tese Entimema como conceito retérico ... Conceito de entimema em Aristoteles 1 2. 3 4, Atualidade do entimema para uma teoria da argumenta- 40 judicial ‘apitulo Décimo Terceiro —Do positivismo da modernidade A crise de legitimagao da p6s-modernidade (Pressupostos e Sociologia do Diteto, mas todas as posturas cognoscenies ge juni postal a # Dogmética ou Ciéneia do Dizcto em sentido entrte, Postulams & cada passo, os incrementos do pensar filosdico, clandy ‘ovo alento e expandindo, com isso, 0s horizontes de sea saber O Iidiepone ta Pesdulse cienttica fica na dependénciadireta do apho indispensavel da Filosofia\Dat seu prestigio Para o desenvolvimento ¢os.studos atuais, na multplicidade de suas maniestagdes conn tivas. Nos tempos e nos espagos da nossa vida, em que a pressa da sonclusto muitas vezes orienta investigagdes decisivas para deco do conhesimento, €auspicioso travar contacto com exerts dasa ro bria e objetivalPercebe-se que, nela, ret ng aS marcas de seus mestres prasilcros: a objetividade de Lourival Vilanova, tomes loses anol ei ustenta, refutando, energicamente, as posturas de indcle ‘omolégica\Nesse sentido, deixa entrever que foi héspede rivilegiado XVUL pes autores da ilustragz0,ndo paa seui-ls, mas para bem conhecé. {os criticando-os de forma veemente. {ode Mauricio Adcodato conduz seu cepticismo flossfico como dese path Gt limitagdes do homem, encarando-o como aquels re sees ante do mundo condicionado pela circunstincias po. rem Sempre dsposto a eavalzarenezpas ¢obtero ménime dey Prencialidade cognitiva\Das linhas de sua obra recende umm sale Gani 38 inquictagdes do espirito suscitam. Assim como Ortega y Gasset, a Filosofia, para Jodo Mauricio, & a empresa do hong, que simplesmente de cunho historicista, mas inserda em horizontes n. 0 sempre marcados por forte acuidade eritica, te lito, que o leitor tem em mios, como o prépro titulo in oa amos nos deparar com reflexGes sobre os fundamentos da Erica, da Retériea e da Teoria Dogmidtica do Direito, vista essa tlti- momen inguagem de sobrenivel que pode verte, a qualquer Gomento, sobre um direito postivo historicamente dad)\ Pura aha indo o mestrado (USP) com Reale, o doutorada (USP) coms Tercio, além de sua brilhante passagem pela Alemanha, bolsista que foi da vel intercambio de experiéncias, Some-se a tudo isso ume excelen- te formagdo juridica e humanistica obtida na Faculdade de Diteito do Recife, iluminada, naquele periodo, pela influéncia inexcedivel dde uma geracdo especialissima de docentes, auténtions representan- ‘es da melhor tradigao da “Escola de Tobias Barreto”. Bem se vé que sou um admirador de Jodo Mauricio, de seu

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