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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA A ECT

TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA


AULA 0

Seja bem-vindo(a)! Esta é a nossa “sala de aula”. Aqui nos


prepararemos para o concurso da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – ECT.
Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert
Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de
Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de
Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade
Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001.
Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de
origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática,
interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos.
Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da
República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei
cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de
instrutores da Esaf e recentemente passei a lecionar aulas na Escola
Superior do Ministério Público. Aqui no Ponto já participei de diversos
trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes
preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU,
MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, Senado Federal, Ministério do
Turismo, INSS, Inmetro, TRT-21ª Região, TRT-12ª Região, TRT-24ª Região,
TRT-4ª Região, Seplag-DF, Petrobras e Banco do Brasil. Meu endereço
eletrônico é albert@pontodosconcursos.com.br. Sempre que precisar, faça
contato comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que
esteja envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos
demais alunos.
Neste curso, adotarei o programa estabelecido no edital
recém-lançado como base das nossas aulas. Abaixo, transcrevo o conteúdo
programático que nos interessa.

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AULA 0

1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Ortografia oficial. 3 Acentuação


gráfica. 4 Emprego das classes de palavras: nome pronome, verbo,
preposições e conjunções. 5 Emprego do sinal indicativo de crase. 6 Sintaxe
da oração e do período. 7 Pontuação. 8 Concordância nominal e verbal. 9
Regência nominal e verbal. 10 Significação das palavras. 11 Formação de
palavras.

Este é um curso de teoria e exercícios comentados, está


dividido em oito aulas (incluindo esta, a aula 0 ou demonstrativa). Eis
a distribuição do conteúdo:

Aula 0 – Ortografia, seleção vocabular e acentuação gráfica;


Aula 1 – Emprego das classes de palavras;
Aula 2 – Regência e crase;
Aula 3 – Sintaxe da oração e do período – parte I;
Aula 4 – Sintaxe da oração e do período – parte II;
Aula 5 – Pontuação;
Aula 6 – Sintaxe de concordância;
Aula 7 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação

Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente


pelo Cespe/UnB para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos
e os itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam do
assunto abordado em cada aula. Como a instituição tem o costume de usar
um mesmo texto para, a partir dele, apresentar várias assertivas, é possível
que eu repita o mesmo texto (ou fragmento dele) na explicação do conteúdo
de outras aulas. Portanto, não estranhe se isso acontecer. O procedimento é
puramente didático. Dessa forma, pretendo aproximar você daquilo que vem
sendo exigido pelo Cespe acerca de determinado assunto da Língua
Portuguesa em concursos públicos.

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Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor


forma possível. Interaja comigo nos fóruns. A sua participação é
fundamental para o bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que
interessa!

ORTOGRAFIA

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das


palavras é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário
ortográfico da língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a
forma oficial de escrever as palavras. E, apesar da vigência do novo Acordo
Ortográfico, as regras antigas e as atuais conviverão até 31 de dezembro
2012. Isso porque o presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26
de setembro de 2008, além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa – que foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de
1990 – também estabeleceu um período de transição: “de 1º de janeiro de
2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma
ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”.
É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia
de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da
dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada
oficialmente pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil
verbetes e outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?!
Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em
decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que veremos
aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no
momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou dizendo
que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que
você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e
dicionários deverá ser somada à minha explicação.

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Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre


que for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras
ortográficas

• Usa-se, normalmente, a letra X:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar
encher, encharcar,
enchova, enchumaçar e
2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar
derivados dessas
palavras
3 – depois da sílaba ME, mexa (verbo), mecha (substantivo) =
quando “fechada” mexerico pronúncia “aberta”

• Usa-se, normalmente, a letra G:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nos sufixos AGEM, viagem (substantivo), pajem, lajem,
IGEM e UGEM vertigem, ferrugem lambujem
2 – nos sufixos AGIO, pedágio, colégio,
EGIO, IGIO, OGIO e prestígio, relógio,
UGIO refúgio
3 – nas palavras margem/margear, monge/monja, eu dirijo
derivadas daquelas que homenagem/homenagear (flexão do verbo
possuem G no radical dirigir). Imaginem se
(você perceberá que mantivéssemos a letra
esse princípio vale “g” nas palavras
também para o derivadas...
emprego de outras
letras)

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• Usa-se, normalmente, a letra J:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
pajé, jibóia, jeca,
1 – nas palavras de
jenipapo, jirau, jiló,
origem indígena,
cafajeste, jerico,
africana e árabe
jequitibá
2 – nas flexões dos viajar (verbo) – que
verbos que possuem J eles viajem; bocejar –
no radical eu bocejei
3 – nas palavras
gorja – gorjeta; lisonja
derivadas daquelas que
– lisonjeado
possuem J no radical
4 – nas palavras de jeito, hoje, majestade,
origem latina injetar, objeto, ultraje

• Usa-se, normalmente, a letra Ç:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas palavras exceto – exceção, setor
derivadas daquelas que – seção, cantar –
possuem T no radical canção
2 – nas palavras de miçanga, paçoca,
origem indígena, árabe muriçoca, muçulmano,
e africana açougue, açoite
babaçu, Paraguaçu,
3 – nos sufixos AÇU e
Nova Iguaçu, golaço,
AÇO
poetaço, atrevidaço
compleição, feição,
4 – depois de ditongo
beiço

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• Usa-se, normalmente, a letra S:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nos substantivos
chinês, japonês,
que designam origem,
baronesa, duquesa,
título honorífico e
sacerdotisa, poetisa
feminino
2 – Nos sufixos ASE, fase, ascese, eletrólise,
ESE, ISI e OSE apoteose
3 – nos sufixos OSO e formoso, formosa,
OSA gostoso, gostosa
iludir – ilusão, defender
4 – nas palavras – defesa; divertir –
derivadas daquelas que diversão, inverter –
possuem D, RT ou RG inversão; imergir –
no seu radical imersão, submergir –
submersão
transatlântico,
5 – no prefixo TRANS e
trasladar (ou
nos seus derivados
transladar)
6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa
7 – nas formas verbais
quis, quisera, pusera,
derivadas dos verbos
compusera
QUERER e PÔR

• Usa-se, normalmente, SS:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas palavras suceder – sucessão,
derivadas daquelas que regredir – regressão,
possuem as expressões comprimir –

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CED, GRED, PRIM, MIT, compressão, demitir –


MET e CUT no radical demissão, intrometer –
intromissão, discutir –
discussão
pre + sentir =
2 – prefixo terminado
pressentir
em vogal + palavra
(repare que o “s” foi
começada por S
duplicado”)

• Usa-se, normalmente, a letra Z:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas terminações EZ
e EZA, formando insensato – insensatez,
substantivos nu – nudez; claro –
abstratos derivados de clareza, belo – beleza
adjetivos
a) se a palavra possuir
S em sua parte final, o
infinitivo verbal também
levará S: análise –
analisar, paralisia –
2 – nas terminações sintonia – sintonizar, paralisar;
IZAR, formando real – realizar, visual – b) Hipnose –
infinitivos verbais visualizar hipnotizar; Síntese –
sintetizar; Batismo –
batizar; Catequese –
catequizar; Ênfase –
enfatizar. (Lembre-se
da sigla de um famoso

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banco, só que com E no


final: HSBCE).
3 – como consoante de pé + udo = pezudo;
ligação guri + ada = gurizada

• Usa-se, normalmente, a letra H:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas palavras ligadas
por hífen em que o anti-higiênico, pré-
desarmonia, lobisomem
segundo elemento histórico, super-homem
começa com H
as palavras derivadas
2 – na palavra Bahia
não possuem H: baiano

• Verbos terminados em EAR e IAR:


1 – são irregulares os
verbos terminados em
passear: passeio,
EAR; eles recebem a
passeias, passeia,
letra I nas formas
passeamos, passeais,
rizotônicas (eu, tu, ele,
passeiam
eles – a sílaba tônica
integra o radical)
Mediar, Ansiar,
Remediar, Incendiar,
premiar: premio,
2 – são regulares os Odiar (MARIO): apesar
premias, premia,
verbos terminados em de terminarem em IAR,
premiamos, premiais,
IAR são irregulares e
premiam
recebem a letra E nas
formas rizotônicas (eu,

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tu, ele, eles): odeio,


odeias, odeia, odiamos,
odiais, odeiam

• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras


k, w e y.

aA jJ sS
bB kK tT
cC lL uU
dD mM vV
eE nN wW
fF oO xX
gG pP yY
hH qQ zZ
iI rR

A essa altura você deve estar se perguntando: “Por que as letras


k, w e y voltaram ao alfabeto?”, “Quais as consequências práticas?”,
“Alguma palavra será grafada de forma diferente?”, “Como deverão ser
usadas?”, “Elas são vogais ou consoantes?”, “Como é a pronúncia do w?”.
As letras k (cá ou capa) – letra oriunda do alfabeto fenício
(kaph), adotada pelos gregos (kapa) e depois pelos romanos (capa) –, w
(dábliu) – letra usada nas línguas inglesa, em que soa como o “u”, e alemã,
em que é pronunciada como “v” – e y (ípsilon) – letra com som de “i” –, que
na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa
língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km


(quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

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b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus


derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang,
William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Bem, e o que acontece agora que elas estão oficialmente


introduzidas no nosso alfabeto? Haverá mudanças na grafia de alguma
palavra? Deveremos escrever “kilômetro” em vez de “quilômetro”?
Na prática, nada muda na grafia das palavras, pois a
reintrodução das letras K, W e Y em nosso alfabeto NÃO AUMENTA SEU
USO. Essas três letrinhas continuam sendo usadas em NOMES PRÓPRIOS
ORIUNDOS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, como nos exemplos abaixo:

Byron; Darwin; Franklin; Taylor; Wagner; Wilson; Kardec;

Também continuam sendo usadas nas PALAVRAS DERIVADAS


DE NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS. Veja alguns exemplos:

byroniano (relativo a Lord Byron, poeta inglês, autor da obra


Don Juan);
kantismo (doutrina filosófica de Immanuel Kant, filósofo
alemão);
kardecismo (doutrina espírita do pensador francês Allan Kardec);
kardecista (relativo ao kardecismo, seguidor dessa doutrina);
kuwaitiano (indivíduo natural do Kuwait);

As letras K, W e Y também são usadas em SIGLAS, SÍMBOLOS


E PALAVRAS INTERNACIONALMENTE ADOTADAS como:

TWA (Trans World Airlines);


KLM (Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, em português:
Companhia Real de Aviação);
kw (quilowatt);
watt;
yd (jarda, do inglês yard);

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K (Potássio);
W (Tungstênio);
Y (Ítrio);
Kr (Criptônio);
W - oeste (West);
SW - sudoeste (southwest);
NW - noroeste (northwest).

Você aí já se perguntou se ESSAS LETRAS SERÃO


CLASSIFICADAS COMO VOGAL OU CONSOANTE?!?! Certo, vejamos como
elas poderão se comportar.
As novas letras do alfabeto deverão ser classificadas em vogais
ou consoantes, DE ACORDO COM A FORMA COMO SÃO PRONUNCIADAS nas
palavras em que aparecem.

¾ O K será sempre CONSOANTE, pois sempre é pronunciado


como o C antes das vogais A, O e U e como o dígrafo QU
antes de E e I.

¾ Já o Y será VOGAL ou SEMIVOGAL, pois normalmente é


pronunciado como se fosse um I.

¾ A letra W pode assumir o papel de VOGAL (ou SEMIVOGAL)


ou CONSOANTE. Nas palavras de origem inglesa, por ser
normalmente pronunciado como U, o W será vogal ou
semivogal:

Wallace; waffle; show; Wilson; windows; watt (uote).

Nas palavras de origem alemã, o W normalmente é pronunciado


como um V, e, assim, será uma CONSOANTE:

Walter; Wagner; Volkswagen.

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Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES


que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por
uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que,
volta e meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

• MAL x MAU
a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,
refere-se a um verbo)

b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa


adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)
c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um
substantivo, contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a
mesma classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é
importante porque a banca examinadora pode sugerir o contrário. O
Cespe/UnB, por exemplo, pode selecionar duas frases de um texto em que
esses vocábulos aparecem, destacá-los e formular a seguinte assertiva:
“Nas linhas X e Y, os vocábulos em destaque possuem a mesma classificação
gramatical”. Muito cuidado antes de responder. Como vimos anteriormente,
isso nem sempre será verdade. Quero que note ainda as diferentes
classificações dos vocábulos que surgirão nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ


a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado
no início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

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b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase
interrogativa é indireta)

c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase,
e o “que” é tônico)

d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome
relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

• PORQUE x PORQUÊ
a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,
indica circunstância de causa)
b) Fique quieto porque você está incomodando. (conjunção coordenativa
explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é


substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),


use a expressão separada.

• SENÃO x SE NÃO
a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou,
indica alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,


porém,)

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c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha;


é substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção


subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas


quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE


a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” =
de + os –, equivale-se a sobre)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.


(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a


acontecimento futuro)

• AFIM x A FIM DE
a) Temos idéias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em
número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,


denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS
a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,
equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso)

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b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo,


equivale-se a outros, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de


menos)

• ONDE x DONDE x AONDE


a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a
preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde,
indicada por em + onde)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em


razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +
onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige,


também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal
“vai”: “Aonde” = a + onde)

• MAS x MAIS
a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa
adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,


refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a


substantivo)

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• HÁ x A
a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento
passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE
a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas
pessoas. (indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição


favorável, concordância)

• À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen)


a) Ele era uma pessoa à-toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um
substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo,


sem rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen)


a) O dia-a-dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo,
precedido por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de


tempo, equivale-se a diariamente)

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• TAMPOUCO x TÃO POUCO


a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.
(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de


intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a


outro advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram


introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos
importantes. Ressalto que até 31 de dezembro de 2012 as regras antigas e
novas poderão ser usadas (NA REDAÇÃO, UTILIZE APENAS UMA DELAS).

EMPREGO DO HÍFEN NA PREFIXAÇÃO

• Regras Antigas

1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO,


PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S.
Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido,
supra-sumo.
EXCEÇÃO: extraordinário.

2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S.


Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia.
EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto.

3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R.


Exemplos: super-homem, super-rápido.

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4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R.


Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino.
CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário.

5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H.


Exemplos: pan-americano, mal-humorado.

6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por
hífen.
Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz.

• Regras Novas

Prefixos Usa hífen Não usa hífen


a) Em todos os demais
casos: autorretrato,
autossustentável,
autoanálise,
Quando a palavra autocontrole,
seguinte começa com h antirracista, antissocial,
Agro, ante, anti, arqui, auto,
ou com vogal igual à antivírus, minidicionário,
contra, extra, infra, intra,
última do prefixo: auto- minissaia, minirreforma,
macro, mega, micro, maxi,
-hipnose, auto- ultrassom... (perceba
mini, semi, sobre, supra,
-observação, anti-herói, que as letras R e S
tele, ultra...
anti-imperalista, micro- são duplicadas).
-ondas, mini-hotel b) Quando se usam os
prefixos des- e in-,
caem o h e o hífen:
desumano, inabitável,
desonra, inábil.

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c) Também com os
prefixos co- e re- caem
o h e o hífen: coordenar,
coerdeiro, coabitar,
reabilitar, reeditar,
reeleição.
Quando a palavra
Em todos os demais
seguinte começa com h
Hiper, inter, super casos: hiperinflação,
ou com r: super-homem,
supersônico
inter-regional
Quando a palavra
Em todos os demais
seguinte começa com b,
Sub casos: subsecretário,
h ou r: sub-base, sub-
subeditor
-reino, sub-humano
Sempre: vice-rei, vice-
Vice
presidente
Quando a palavra
seguinte começa com h, Em todos os demais
Pan, circum, mal m, n ou vogais: pan- casos: pansexual,
americano, circum- circuncisão
hospitalar

Quero enfatizar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.


Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história,
mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal


com que se inicia o segundo elemento.

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Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,


autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor,
coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto,
semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo


elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,
super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o


segundo elemento começar por vogal.
Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,
interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,
superexigente, superinteressante, superotimismo.

ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós


podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012.
Sendo assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão
confundi-lo. Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma
forma pela outra. Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical
e à coerência textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se
tratar de mera adequação às novas regras, a alteração é facultativa por
enquanto.

EMPREGO DO HÍFEN NA COMPOSIÇÃO

A regra geral para palavras compostas é que se deve empregar


o hífen APENAS SE OS SEUS ELEMENTOS FORMADORES (palavras que

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formam o composto) PERDERAM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que


a palavra composta adquirisse um significado único. Observe os exemplos
seguintes.

Abaixo assinado x abaixo-assinado


Mesa redonda x mesa-redonda
testa de ferro x testa-de-ferro

Sem o hífen, as palavras mantêm seu significado individual.

Abaixo assinado – indivíduo que subscreve, que assina abaixo de


um texto ou reivindicação.
Mesa redonda – é uma mesa de formato redondo.

Nas palavras compostas, nas quais o hífen é usado, repare que


OS ELEMENTOS FORMADORES PERDEM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL
para que a palavra composta formada adquira um significado
completamente novo.

Abaixo-assinado – é o documento que normalmente contém um


texto ou reivindicação assinada por várias
pessoas.
Mesa-redonda – é uma reunião destinada a debater determinado
assunto.

Fique de olho agora nas regras estabelecidas pelo atual Acordo


Ortográfico.

1. Usa-se o hífen quando, nos COMPOSTOS SEM ELEMENTO DE LIGAÇÃO


(de, da, do etc.), o primeiro termo é um substantivo, adjetivo, numeral ou
verbo.

abaixo-assinado, amor-perfeito, água-marinha, ano-luz, arco-


íris, beija-flor, decreto-lei, joão-ninguém, médico-cirurgião,

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mesa-redonda, tenente-coronel, tio-avô, zé-povinho, afro-


brasileiro, azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, guarda-costas,
guarda-noturno, má-fé, mato-grossense, norte-americano,
sempre-viva, sobrinha-neta, sócio-econômico, sul-africano,
verbo-nominal, primeiro-ministro, segundo-sargento, segunda-
feira, conta-gotas, guarda-chuva, vaga-lume, porta-aviões,
porta-retrato, porta-moedas etc.

As palavras iniciadas por afro, anglo, euro, franco, indo, luso,


sino e outros adjetivos pátrios, reduzidos ou não, seguidos por outros
adjetivos pátrios, serão grafadas com hífen:

afro-americano, luso-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático,


euro-afro-americano, greco-romano, latino-americano etc.

Observação: indo-chinês se refere à Índia e à China, mas indochinês se


refere à Indochina, assim como centro-africano se refere à porção central
da África, enquanto centroafricano se refere à República Centroafricana.

Os compostos em que há uso de apóstrofo no elemento de


ligação entre as palavras também serão grafados com hífen:

cobra-d'água, mãe-d'água, olho-d'água, mestre-d'armas.

O novo Acordo Ortográfico não trata especificamente de


compostos formados de palavras repetidas ou parecidas; mas, por analogia,
esses compostos se acomodam na primeira regra e, por isso, são
hifenizados:

blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum-zum, tico-tico,


xique-xique, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tique-taque.

Emprega-se o hífen quando a primeira palavra for além, aquém,


recém, bem e sem:

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além-mar, aquém-mar, recém-casado, recém-eleito, recém-


nascido, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, bem-
criado, bem-dizer, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido,
bem-vindo, bem-visto, sem-número, sem-vergonha, sem-terra.

Em alguns casos, o advérbio bem se junta à segunda palavra, sem uso do


hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto, etc.

2. Tratando-se de nomes geográficos, emprega-se o hífen em qualquer


dos casos abaixo:

– iniciados por Grã e Grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará;


– iniciados por forma verbal: Abre-Campo, Passa-Quatro,
Quebra-Costas, Quebra-Dentes;
– ligados por artigo: Baía de Todos-os- Entre-os-Rios,
Trás-os-Montes.

Os demais nomes geográficos compostos grafam-se sem hífen:


América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde etc.
Exceção: Guiné-Bissau

Os adjetivos gentílicos, que são adjetivos que se referem ao


local de nascimento, quando derivados de nomes compostos, serão
hifenizados:

belo-horizontino (Belo Horizonte)


cabo-verdiano (Cabo Verde)
americano-do-sul (América do Sul)
mato-grossense (Mato Grosso)
mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul)
juiz-forano (Juiz de Fora)
cruzeirense-do-sul (Cruzeiro do Sul)

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3. O hífen também é empregado em nomes compostos de espécies


botânicas e zoológicas:

Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, coco-da-baía,


couve-flor, dente-de-leão, erva-doce, fava-de-santo-inácio,
feijão-verde, joão-de-barro, lesma-de-conchinha, vassoura-de-
bruxa etc.

Atenção! Se o significado da palavra composta for outro, o hífen não será


usado.
não-me-toques (espécie de planta)
Ela é cheia de não me toques. (melindres, frescuras)

O hífen também é usado para ligar palavras que se combinam


para formar encadeamentos vocabulares.
A ponte Rio-Niterói;
o trecho Paraná-Goiás;
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
o acordo Brasil-Inglaterra;
a liga Itália-França-Alemanha.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Para melhor compreendermos a mensagem transmitida por meio


de um texto, às vezes não é suficiente conhecermos o significado isolado das
palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível
se levarmos considerarmos o contexto em que as palavras estão inseridas.
Tenho percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato
em provas de concursos públicos. Portanto é importante estudarmos um
pouco de semântica nesta preparação para o concurso dos Correios.

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Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das


palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por
exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada
isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto;
erro, engano; etc.

Ex.: O cão correu atrás do gato.


O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.
A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.

Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,


acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,
principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.

• Antônimos
São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar
um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em
alguns casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.

Ex.: velho – novo / bom – mau

Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto


novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser
equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia
entre novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.
O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos
perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de
determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.
Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa
a ser também, obrigatoriamente, um imigrante?

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• Sinônimos
São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem
ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em
palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.


Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.

“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos


processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos
textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)

Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro,


de pernas compridas e finas. Um típico moleque.

• Polissemia
É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.
Compare este par de enunciados:

a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.


b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.

Observe que, nas duas ocorrências da palavra “fio”, ela


apresenta sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de
metal” no segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas:
sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento.

• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia


Leia o enunciado abaixo:

Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma


impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria
dar conta do trabalho.

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Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e


“teclado” apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de
pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo da
informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que
engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”,
“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez,
“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras.

• Homônimos
São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a
mesma pronúncia.

Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como
(advérbio interrogativo) / como (verbo) Æ homônimos perfeitos;
caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto
(remendo) Æ homônimos homófonos
ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço
(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência)
Æ homônimos homógrafos

• Parônimos
São palavras diferentes no sentido que se assemelham tanto na
escrita quanto na pronúncia, ou em apenas uma delas.

Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)


arrear (por arreios) / arriar (abaixar)
mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
inflação (alta dos preços) / infração (violação)
eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

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• Denotação
Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o
mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é
tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os
dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou
denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não


produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de
informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios,
em um manual de instruções etc.

• Conotação
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a
inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,
evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um
sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto.
A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em
letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos


sobre acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa.
Novamente, apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais
clara e objetiva possível. Comecemos assim:

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REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa


língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da
vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos
vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS Æ o acento é empregado naqueles


terminados por A(S), E(S) ou O(S)
Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles
serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.
Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,
prosseguir.
Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por
pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas,
as vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os
pronomes oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-
lo; pôs + os = pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) Æ usa-se o acento


quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:
Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão


acentuados, salvo se estiverem em hiato.
Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) Æ são acentuados


aqueles que terminam em I(S), US, Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS,
DITONGO ORAL.

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Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,
abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por


EM ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen
ou pólenes)
Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão
acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) Æ todos são


acentuados.
Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças


introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS
a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE.
Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos
crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de


existir: voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é
possível usá-los.

b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a


segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.
Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.
Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não
ocupam a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

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CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou


vierem seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-
ir, ju-iz, ra-i-nha.
Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica,
não se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma
planta). O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-
mo.

ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após


ditongos e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura.
Ressalto que até 31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento:
baiúca, feiúra.
Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo
Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja,
a palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças
ortográficas.

2 – DITONGOS
a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos.
Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis.

CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a


sílaba tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados:
ceuzinho, pasteizinhos, anzoizinhos.

ATENÇÃO! O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não


serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou
seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia,

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heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo


Ortográfico.

3 – GUE e QUI
a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá
trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.
Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça.

b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá


acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal.
Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum


acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo
representado pelas letras “qu”.

Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento


gráfico se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota).

ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento
agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como
averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012
estaremos no período de transição, sendo aceitas as duas formas.

4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi


abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo;
todavia o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a
faculdade quanto ao uso)
O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para
distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir,
apresento uma pequena relação.

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Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo)
Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos


tônicos terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S),
E(S) e O(S) recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas
examinadoras explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas
relacionam, por exemplo, um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com
acento circunflexo mesmo) e perguntam se a concordância está correta.
Obviamente, se a forma verbal empregada é TÊM, o sujeito deve ser
representado por um nome plural. Fique atento para esse detalhe.
Atente ainda para o fato de o acento circunflexo
(diferencial) não ter sido abolido desses verbos nem de seus
derivados. Portanto, continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo)
Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do
presente do indicativo)

ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o


motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm,
provém/provêm, todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma
correspondente à terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em
virtude de ser uma oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à
terceira pessoa do plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do
singular.

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Côa – côas (forma do verbo COAR)


Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s))

Pára (flexão do verbo PARAR)


Para (preposição)

Péla (flexão do verbo PELAR)


Pela (contração da preposição e artigo)

Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras)


Péra (substantivo = pedra)
Pera (preposição arcaica)

Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)


Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês


devem usá-lo.

Póla (substantivo = pancadaria)


Pôla (substantivo = broto de árvore)
Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo)
Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra)
Pôlo (substantivo = filhote de gavião)

Pôr (verbo)
Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.


Vocês devem usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)


Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

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ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as


palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais
clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Pois bem, prezado aluno, que tal praticarmos um pouco tudo isso
resolvendo algumas questões de provas anteriores? Antes de irmos a elas,
quero ressaltar que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e que a
Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP. Portanto
nada impede de as bancas examinadoras exigirem de você conhecimentos a
respeito dele.

(...)
22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O
discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em
25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira
tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.
E mais, não são apenas os grandes líderes do setor
28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete
recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores
e jornalistas também não entenderam as oportunidades que
31 estão surgindo a partir das transformações que estamos
vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica
pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.
(...)
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

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1. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia


ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um
dos termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o


efeito das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é
corroborada pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção
de causa (ou motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo
sintático ou semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos
reescrever a passagem e tirar a dúvida:
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam
as oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que
estamos vivendo.”
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam
as oportunidades que estão surgindo em consequência das
transformações que estamos vivendo.”
– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam
as oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos
vivendo.”
Resposta – Item certo.

2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do


vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem”
— ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído,
que passaria a significar também.

Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se


altera por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no
texto original, é a seguinte: as empresas não estão preparadas para

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enfrentar as mudanças que estão em curso atualmente e também (ainda)


parecem ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato.
Resposta – Item errado.

(...)
O planejamento caiu em descrédito com a queda do
16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a
contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que
se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito
19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das
pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e
atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth
22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e
conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —
pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo
25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios
simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e
redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre
28 os setores público e privado e a sociedade civil.
(...)
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências
37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

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43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para


plantar.
(...)
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

3. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão


“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria
prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.

Comentário – Em linguagem figurada, a expressão nos comunica que o


“mito dos mercados que se autorregulam” está desacreditado, já não produz
o mesmo efeito, sua sustentabilidade está abalada, enfraquecida.
O vocábulo “mal”, no contexto, é o contrário de bem
(advérbio) e não pode ser trocado por mau, antônimo de bom (adjetivo).
Resposta – Item certo.

4. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências


deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser
apagados, alterados.

Comentário – Não adianta resmungar. Tem hora que o examinador abre o


dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar
uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que
prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente,
indica aquilo que corrompe, que é degradante.
Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde


1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

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Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,


4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2007) A retirada do acento


circunflexo na forma verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical
no texto porque o sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois
núcleos: “compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural


do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de
número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema
hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos
comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de
sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,
que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo
(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao
sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção
gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.
Resposta – Item errado.

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1 Num país territorialmente gigante, em que a censura


restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

6. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) A palavra “têm” (l. 5) é


acentuada porque está no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo


a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é
escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o
substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo
“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo
deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”
estivesse no singular: morador.
Resposta – Item certo.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase


triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.

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Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Preservam-se a


coerência textual e a correção gramatical da oração ao se substituir
“elevação” (l. 2) por aumento.

Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é


obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os
períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição
proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são
sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em
relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o texto.
Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se
deve à aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir
acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição
a exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao.
Resposta – Item errado.

8. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Respeita as regras


gramaticais e a coerência das informações entre o gráfico I1 e o texto
verbal a seguinte afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga
detém os maiores gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada


por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve
ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que
é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note
que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que
corresponde à terceira pessoa do plural (eles).

1
Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,


envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à
2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.
Mas sim na aula específica sobre o assunto.
Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

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pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram


25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o


texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.

Comentário – Observe que o autor estabelece uma comparação entre os


dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a
fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para
que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores
semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.
Resposta – Item errado.

(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

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em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação


28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo


Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.
Resposta – Item errado.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do


passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

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11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.

Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,


tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário
(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,
movimentar-se.
Resposta – Item errado.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21


países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

12. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de


acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.

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Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso


não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação
da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”
(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.
Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não


da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

13. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a


substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.

Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para


indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,
mesmo significado que “convivência”.
Resposta – Item certo.

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14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do


texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de


palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos
de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade
decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de
estarem empregados em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce
literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a
troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a
concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente.
Resposta – Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já


apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por


acerca de manteria a correção gramatical do período.

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Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas


não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade
aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.
Resposta – Item errado.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o


sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência,


visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se
pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da
localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.
Resposta – Item errado.

(...) Tendo como principal propósito a


13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo


empregada com o sentido de árduo, difícil.

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Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação


contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir
ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar
algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.
Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo
aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capita; essência; fundamental.
Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente


difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

18. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da


textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado


com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua
portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em
+ onde.
O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.
Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme
o caso.
Resposta – Item certo.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro


do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

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obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.


4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

19. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção


gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e


como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando
tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.
Resposta – Item certo.
20. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,
“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.


Resposta – Item certo.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,


ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

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21. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)


está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,


ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.
Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos


dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.

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Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

22. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto


acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações


críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser
desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.
No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e
peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.
O contato com vários alunos me fez perceber que muitos
ficaram com dúvida em relação ao item “b”. Esclareço que o verbo pegar
admite a ideia de um agente desencadeador da ação, sendo ele mesmo o
responsável por ela. O verbo contrair sugere um sujeito paciente, alguém
que é acometido de algo (independentemente da sua vontade). Este é o
sentido no texto.
Resposta – A

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A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na


arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

23. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,


julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que


“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

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Comentário – Esta questão é para você constata como o Cespe


recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio
que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom
ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao
texto.
Resposta – Item certo.

24. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e


aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da


visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em


“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos


existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem
com a coerência e a coesão do texto.
Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o
termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,
uma área do conhecimento.
Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua
Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é
facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).
O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;
Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.
Resposta – Itens errados.

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Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de


várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os


sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora


menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo
menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;


b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal
corrupto tinha até uma lista dos comerciantes
escorchados.);
c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso
esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem
nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;
d) “exatores” – cobrador de impostos.

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Resposta – Item certo.

26. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,


“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por
serem proparoxítonas.

Comentário – São proparoxítonas apenas “últimas”, “trânsito” e


“econômica”. A palavra “contribuírem” é paroxítona e é acentuada porque:
a) a letra I representa a segunda vogal do hiato
formado com a vogal representada pela letra U,
b) ela (a letra I) representa a sílaba tônica da palavra e
c) está só na sílaba.
Resposta – Item errado.

27. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras


“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento
gráfico com base em justificativas gramaticais diferentes.

Comentário – Todas as palavras são proparoxítonas, sendo acentuadas por


esse motivo.
Resposta – Item errado.

28. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras


iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução
Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente
singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo,
Lei nº 8.888/1998.

Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de


obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

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convencionalmente usada na grafia de substantivos singulares para indicar


deferência e, ainda, nos casos abaixo:
• nomes, sobrenomes ( Ferreira) e cognomes (Ivan, o Terrível) das
pessoas;
• alcunhas (Sete Dedos); pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes
dinásticos (os Médici);
• topônimos (Brasília, Paris);
• regiões (Nordeste, Sul);
• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação
Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas
Americanas);
• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia
Militar);
• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);
• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de
Novembro);
• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de
unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);
• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);
• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou
político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);
• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário
Alvim);
• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício
Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da
Sé);
• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);
• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira
em torno do Sol”);

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• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea,


Lei Afonso Arinos).

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e


“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de
acentuação.

Comentário – O vocábulo “políticas” é acentuado por ser proparoxítono;


mas “desperdício” e “carcerária” recebem acento por serem palavras
paroxítonas finalizadas em ditongo oral.
Resposta – Item errado.

30. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O


episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque”
poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque.
Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu
sentido original.

Comentário – Também existe no léxico da nossa Língua a palavra cheque,


o seu significado nada tem a ver com xeque. Entenda:
– cheque: documento fornecido por um banco a quem nele
tem conta, que equivale a dinheiro, uma vez preenchido com determinada
quantia e assinado pelo titular da conta.
– xeque (conforme usado no trecho): situação que
representa ameaça, perigo, risco, contratempo, transtorno: A paz está em
xeque.
Resposta – Item errado.

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31. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

(...) e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo


recorde (...)

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com


acento – récorde.

Comentário – Existem inúmeras palavras que são proferidas mal por


pessoas menos familiarizadas com a norma linguística – são casos de
silabadas. O conhecimento do que está na tabela abaixo evitará que esses
equívocos aconteçam.
Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas
cateter austero ádvena
Cister avaro aeródromo
condor aziago aerólito
Gibraltar batavo édito (ordem judical)
hangar ciclope elétrodo
masseter edito (lei, decreto) ínterim
mister filantropo lêvedo
negus fortuito arquétipo
Nobel gratuito aríete
novel ibero crisântemo
obus látex hieróglifo
oximel maquinaria ímprobo
ureter misantropo lúgubre
necromancia munícipe
rubrica notívago (ou noctívago)
nenúfar protótipo
pudico recôndito
recorde trânsfuga

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vermífugo
zênite

Resposta – Item errado.

32. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

(...) Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança


monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de
idade e 80 mil gestantes (...)

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”


por acerca de.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas


não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade
aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre e à locução
prepositiva a respeito de.
Resposta – Item errado.

33. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,


“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica
na antepenúltima sílaba.

Comentário – Sim, a sílaba tônica delas é a antepenúltima, outra maneira


de dizer que são proparoxítonas.
Resposta – Item certo.

34. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e


“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação
gráfica.

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Comentário – Não. A primeira é acentuada porque é uma proparoxítona; a


segunda se enquadra na regra do hiato: letra I o U representando a segunda
vogal do hiato, constituindo a sílaba tônica da palavra e estando só ou
acompanhada de S (país, saúde, Grajaú etc.).
Resposta – Item errado.

35. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que


estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal
da linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da
expressão “dali para a frente” por dali pra frente.

Comentário – A forma pra representa uma variação linguística conhecida


como linguagem informal ou popular, que não tem aceitação em
documentos oficiais, justamente por se distanciar da norma gramatical.
Abaixo há um quadro que assinala a diferença entre a variação padrão
(formal, culta) e a não padrão (informal ou popular) por meio de outros
exemplos:
FORMAL INFORMAL
Está Tá
Falar Falá
Queijo Quejo
Vamos Vamo
Vou Vô
Regência do verbo visar Ele visa o bem público. (deveria ser ao)

Resposta – Item errado

Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo


durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que
tiver dúvidas sobre a grafia e o significado de uma palavra, consulte um bom

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dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o(a)
ajudará a escrever corretamente e a entender o significado das palavras em
um texto.
Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de
palavras.
Fique com Deus!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...)
22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter
dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O
discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em
25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira
tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.
E mais, não são apenas os grandes líderes do setor
28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete
recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores
e jornalistas também não entenderam as oportunidades que
31 estão surgindo a partir das transformações que estamos
vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica
pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.
(...)
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

1. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia


ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um
dos termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do


vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem”
— ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído,
que passaria a significar também.

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(...)
O planejamento caiu em descrédito com a queda do
16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a
contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que
se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito
19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das
pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e
atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth
22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e
conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —
pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo
25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios
simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e
redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre
28 os setores público e privado e a sociedade civil.
(...)
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências
37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,
43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para
plantar.
(...)
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

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3. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão


“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria
prejudicado caso se substituísse “mal” por mau.

4. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências


deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser
apagados, alterados.

Desenvolvimento, ambiente e saúde


1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2007) A retirada do acento


circunflexo na forma verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical
no texto porque o sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois
núcleos: “compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

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1 Num país territorialmente gigante, em que a censura


restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

6. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) A palavra “têm” (l. 5) é


acentuada porque está no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase


triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Preservam-se a


coerência textual e a correção gramatical da oração ao se substituir
“elevação” (l. 2) por aumento.

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8. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Respeita as regras


gramaticais e a coerência das informações entre o gráfico I2 e o texto
verbal a seguinte afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga
detém os maiores gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

2
Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram


25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o


texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.

(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

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10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do


passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21


países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

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fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações


como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

12. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de


acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.

1 O poder político é produto de uma convenção, não


da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

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13. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a


substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.

14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do


texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já


apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por


acerca de manteria a correção gramatical do período.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o


sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).

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(...) Tendo como principal propósito a


13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo


empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente


difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

18. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da


textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro


do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

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concepções de desenvolvimento e interesses distintos e


7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

19. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção


gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.

20. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,


“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,


ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

21. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)


está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos


dentro do mato
Moda ave

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4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

22. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto


acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações


críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.

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d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo


sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na


arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.

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Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

23. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,


julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que


“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

24. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e


aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da


visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em


“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de


várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

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25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os


sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora


menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

26. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,


“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por
serem proparoxítonas.

27. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras


“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento
gráfico com base em justificativas gramaticais diferentes.

28. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras


iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução
Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente
singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo,
Lei nº 8.888/1998.

29. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e


“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de
acentuação.

30. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O


episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque”

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poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque.


Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu
sentido original.

31. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

(...) e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo


recorde (...)

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com


acento – récorde.

32. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

(...) Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança


monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de
idade e 80 mil gestantes (...)

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”


por acerca de.

33. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,


“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica
na antepenúltima sílaba.

34. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e


“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação
gráfica.

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35. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que


estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal
da linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da
expressão “dali para a frente” por dali pra frente.

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GABARITO

1. Item certo 23. Item certo

2. Item errado 24. Item errado

3. Item certo 25. Item certo

4. Item errado 26. Item errado

5. Item errado 27. Item errado

6. Item certo 28. Item certo

7. Item errado 29. Item errado

8. Item errado 30. Item errado

9. Item errado 31. Item errado

10. Item errado 32. Item errado

11. Item errado 33. Item certo

12. Item errado 34. Item errado

13. Item certo 35. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item errado

18. Item certo

19. Item certo

20. Item certo

21. Item certo

22. A

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