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FACULDADE PITÁGORAS

DIREITO

ANA CAROLINA BORGES NASCIMENTO

EDUARDO COSTA

ELISAMA MARQUES

MARINA CINTHIA ALVES ROSA

NAYM MIGUEL LOURENÇO OLIVEIRA

LUCAS CASSIANO DINIZ AGUIAR

RAQUEL MIRANDA DE SOUZA

RAQUEL PINTO RIZZARI

Direito Empresarial
O empresário

Governador Valadares/MG
2022
ANA CAROLINA BORGES NASCIMENTO
EDUARDO COSTA
ELISAMA MARQUES
MARINA CINTHIA ALVES ROSA

NAYM MIGUEL LOURENÇO OLIVEIRA

LUCAS CASSIANO DINIZ AGUIAR

RAQUEL MIRANDA DE SOUZA

RAQUEL PINTO RIZZARI

Empresário
Conceito, profissões intelectuais são excluídas do conceito de empresário, o
empresário individual casado, EIRELI, da incapacidade e dos impedimentos

Trabalho da disciplina de Direitos Empresarial,


do curso de Direito, 6º período, Noturno.
Orientador: Prof. Jean.

Governador Valadares/MG
2022
2
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ART. ARTIGO

CC CÓDIGO CIVIL

CPC CÓDIGO PROCESSUAL CIVIL

CF CONSTITUIÇÃO FEDERAL

NCC NOVO CÓDIGO CIVIL

STF SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA

3
LISTA DE SÍMBOLOS

§ PARÁGRAFO

4
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6
1 CONCEITO DE EMPRESÁRIO ............................................................................... 7

1.1 Surgimento da ideia de empresário ................................................................ 8


1.2 Conceito de empresário em nosso ordenamento jurídico ............................ 9
1.3 Tipos de empresários ..................................................................................... 10
1.4 Empresário x Empreendedor ......................................................................... 10
1.5 Agentes econômico excluídos do conceito de empresário ........................ 11

2 EIRELI .................................................................................................................... 13
2.1 Como funciona a EIRELI ............................................................................... 13
2.2 EIRELI – vantagens e desvantagens ........................................................... 14

3 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO ................................................................ 15


4 CAPACIDADE ...................................................................................................... 17
4.1 Impedimentos ............................................................................................... 17
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 19
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 20

5
INTRODUÇÃO

O comércio é uma tarefa importante para os homens, porque além de ser um


fato econômico é também um fato social. Hoje falamos de uma antiga teoria que
evoluiu como direito comercial e depois de lutas e revoluções, para o atual direito
empresarial, sustentando assim todo o aparato estatal e a economia capitalista
moderna. Antes era o objetivo da produção era somente a subsistência, porém isto
mudou. E passou a ser destina à venda para o acúmulo de capital.
No Brasil pela primeira vez nos anos setenta a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica, que já tomou assento no atual Código Civil e na inspiração do
legislador pátrio em várias leis que se seguiram, destacando-se o Código de Defesa
do Consumidor ( 1990), a Lei de Locação Predial Urbana (1991), e a Lei de registro
de Empresas (1994), isso sempre acompanhado de mudanças nas jurisprudenciais e
doutrinárias, sem prejuízo da inserção da matéria no Projeto n. 634/75, que se tornou
a Lei 10.406/92, o novo Código Civil Brasileiro, adotando a teoria da empresa,
revogando destarte a primeira parte do Código Comercial de 1850 ( C.C. art. 2.045 ),
com forte influência ao sistema adotado na Itália, procedendo-se assim de certa forma
a reunificação do direito civil e comercial em um só código que tratará de ambos os
assuntos.

Iremos tratar neste artigo sobre o que é empresário e sobre as profissões


intelectuais que são excluídas do conceito de empresário. Agentes econômicos que
exercem atividade eminentemente intelectual, científica, literária ou artística, não são
considerados empresários. Isto se encontra estabelecido no parágrafo único do art.
966 do CC. Trataremos do empresário individual casado que não é considerado
pessoa jurídica. Logo, o empresário e seu cônjuge possuem o mesmo patrimônio. Ou
seja, não há afetação (separação) de patrimônios na legislação, como regra geral. Da
EIRELI, falaremos o porquê da sua criação. Como funciona, como funcionava (já se
teve outro nome) e quais as vantagens e desvantagens para o empresário. Por fim
trataremos dos impedimentos e incapacidades, pois não são todos que podem ser
empreendedores ou empresários. Um exemplo disso: os servidores públicos.

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1 – CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Primeiramente, deve-se entender que, por mais que o exercício empresarial


e a figura do empresário, já exista a muito tempo desde o Início das atividades
mercantis, e de maneira mais acentuada, na primeira revolução industrial no século
XVIII (com as atividades fabris em massa, de maneira organizada e sistemática, onde
se necessitava de organização e da figura indispensável do empresário para à
organização indústria), tal figura, no Brasil, normativamente falando, é recente.

O conceito de empresário no Brasil, foi surgir em nosso ordenamento, no


Código Civil de 2002. De tal forma, pode se entender como empresário, aquele capaz
de administrar a produção, comercialização e a circulação de serviços e bens, tendo
como objetivo, na maioria dos casos, a obtenção de lucro.

Empresário, pode ser tanto a pessoa física ou jurídica; a física, é a figura


pessoal de quem busca empreender, é a composição intelectual e volitiva do singular,
sem a necessidade da fusão de várias pessoas para o exercício de tal atividade.

Para Silvio Venosa, em sua renomada doutrina do Código Civil, estabelece


que empresário natural, é o ser ao qual, se atribuem direitos e obrigações, se
resumindo, a pessoal natural, ou seja, física, à figura do próprio ser humano, tendo
como o início de sua personalidade, o nascimento com vida (VENOSA, 2016, 17ª ed.,
p.137).

Maria Helena Diniz, nos diz que; seja empresário individual ou seja sociedade
empresária, é necessário que exista a ocorrência simultânea de três condições;
atividade que se busca a produção de riqueza, organizada por meio da coordenação
dos fatores de produção além disso, a atividade precisa ser exercida visando lucro e
em nome próprio (DINIZ, 2013, 3ª ed., p. 61).

Já para Fabio Ulhôa Coelho, empresário é a pessoa que organiza uma


atividade econômica, podendo tal atividade ser de produção ou circulação de bens ou
serviços (ULHOA, 2012, 5ª ed., p.140)

Quando falamos na pessoa jurídica, não existe uma pessoa física como a cara
da atividade empresarial. O que se vê, é uma estrutura intelectual ou física, de
diversas pessoas, que nasce com seu registro e que busca um determinado fim, no
qual, a pessoa jurídica às representa, como sendo aquela que organiza as atividades
7
comerciais, de serviços e bens. Pessoas jurídicas, podem ser aquelas de direito
público, e lembre-se, que pessoas jurídicas de direito público, não exercem atividades
voltadas para o lucro. Um exemplo claro de pessoas jurídicas que buscam o lucro,
são as de direito privado, como as sociedades de economia mista.

Para Silvio Venosa, as pessoas físicas e as jurídicas, possuem similaridades,


de modo que, por mais que, de certo modo, possa ser um procedimento diferente,
possuem características convergentes: nascimento, registro, capacidade, domicílio,
previsão de seu final, sua morte e um direito sucessório, (VENOSA, 2016, 17ª ed.,
p.240).

Para a caracterização do empresário, é indispensável a figura de 5 requisitos:

- Exercício de uma atividade: Basicamente, se entende por atividade, o exercício do


empresário, no qual se dá o nome de empresa, objeto indispensável do direito
empresarial.

- O lucro como um dos seus principais objetivos: Aqui, pode-se entender, como a
vontade de se obter lucro, como qual, tal instituto é incerto, de modo que uma
empresa, está fadada a incerteza, ou seja, pode-se obter lucro ou não (prejuízo)..

- Organização da Atividade: Outro fator, é a organização, que tem como formação: o


capital (seja ele monetário ou constituído por bens, como: maquinários e imóveis),
trabalho (é a atividade exercida para determinado fim específico), natureza e a
tecnologia.

- A profissionalidade: Quer dizer, que o empresário, exerce sua atividade de maneira


habitual, e com intento de lucro. Por habitualidade, se entende, como atividade
regular, em períodos de tempo, ou durante o ano, não se podendo levar tal instituto,
de maneira absoluta.

- Finalidade da Produção: A finalidade é voltada à produção ou circulação de bens e


serviços voltados para o mercado. Não precisa ser o mercado em geral, podendo a
produção de bens ou de serviços, serem destinados a um seguimento ou pessoa
específica.

1.1 – Surgimento da ideia de empresário

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Primeiro, devemos entender, a dificuldade de conceituar uma data certa do
início de tal termo. Por mais que no Brasil, o conceito de empresário tenha tomado
forma com o avento do código civil de 2002, a atividade empresarial, o comercio, e
tudo que circula na esfera empresária, já vem de muito tempo.

Desde muito cedo, o ser humano se viu de frente com a necessidade de se


fazer trocas voluntárias com o outro, de modo a tornar sua vida mais fácil e confortável
(barganha). Por mais que ainda, era cedo para atribuirmos tal prática ao
empreendedorismo, que de fato era inexistente, o comércio já começava a passos
largos, tomar forma.

Como exemplo de civilizações que se formaram com tal prática, e


fortaleceram tal atividade, podemos citar os incas, astecas, maias, egípcios, persas,
chineses, entres outros; cada um, com sua peculiaridade, mas sempre tendo um
mesmo núcleo, todas essas civilizações, se desenvolveram através do comércio.

Com o passar dos anos, a demanda por produções em larga escala, o


desenvolvimento das cidades e a demanda enérgica, fizera com que a formalização
do empreendedorismo e consequentemente, a ideia de empresário, não como
nomenclatura inserida nos códigos jurídicos, mas sim, como uma atividade, nascesse
de maneira contundente, na Primeira Revolução Industrial (1760-1840). Tal revolução,
ocorrida na Grã Bretanha (Inglaterra), permitiu o desenvolvimento de novos recursos
produtivos, organização de trabalho, fluxo de capital, finalidades específicas de
produção em série, tudo isso, necessário para a caracterização de um empresário.

Um dos primeiros e maiores empresários que surgiram no Brasil, que possui


uma história recente do empreendedorismo, foi o Barão de Mauá, um dos maiores
investidores no desenvolvimento de transporte do país.

De modo geral, podemos dizer, que o conceito de empreendedorismo de fato,


chegou ao Brasil em 1990, a partir da abertura econômica, e com a chegada de
produtos e indústrias de fora do país, e com essa chegada, a necessidade do nosso
ordenamento jurídico, de tratar da atividade empresária de maneira mais elaborada,
e, consequentemente, da classificação de empresário.

1.2 – Conceito de empresário em nosso ordenamento jurídico

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O nosso código civil de 2002, em seu artigo 966, conceitua empresário, como,
quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
a circulação de bens ou de serviços, não se considerando empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento
de empresa.

1.3 – Tipos de empresários

Existem 3 tipos de empresários principais, no qual, podemos conceituá-los


como: empresário individual, EIRELI – Empresa individual de responsabilidade
limitada e sociedades empresárias. Lembrando, que, como características, temos o
empresário gestor, operacional e vendedor.

Empresário individual: É aquele único titular da empresa. O empresário


individual inscreve-se na Junta Comercial e no Ministério Da Fazenda no CNPJ para
fins de tributação.

Sociedades empresárias: São aquelas que geralmente possuem uma


circulação de bens e serviços muito maior, além do capital da empresa, ser constituído
pelos sócios.

EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: Esta, só é criada


por pessoa natural.

1.4 – Empresário x Empreendedor

Empresário, é uma pessoa responsável de uma empresa, e juridicamente pelo


CNPJ, tomando decisões e direcionando o rumo de sua empresa, obviamente,
possuindo inúmeras obrigações. As características do empresário, são: foco em
resultados, definição de metas, assumir riscos, conhecimento no gerenciamento de
recursos, visão exclusiva do próprio negócio, e possui uma posição de autoridade no
ambiente de trabalho.

Segundo Alberto Asquini, “a empresa se apresenta sob quatro perfis


diferentes: a) o perfil subjetivo, em que as empresas se confundem com o próprio
empresário, vez que somente ele, e não ela possui personalidade jurídica (empresa =
empresário); b) o perfil objetivo, que corresponde ao fundo de comércio, ou seja, ao

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conjunto de bens corpóreos e incorpóreos destinados ao exercício da empresa
(empresa = estabelecimento); c) o perfil corporativo ou institucional, que corresponde
aos esforços conjuntos do empresário e de seus colaboradores (empresário +
colaboradores); e d) o perfil funcional, que corresponde à força vital da empresa, ou
seja, à atividade organizadora e coordenadora do capital e do trabalho” (REQUIÃO
2003, p.55).

Já empreendedor, não necessariamente é um empresário, pois, tal adjetivo,


é muito mais relacionado ao comportamento do que ao status. Ou seja,
empreendedor, é aquele que soluciona os problemas de seu meio, possuindo alta
capacidade de entrega de seus resultados. Ou seja, empreender, não é uma
profissão, mas sim, uma habilidade. As características do empreendedor, são:
proatividade, facilidade em inovação, toma a iniciativa nas ações, e busca desenvolver
o engajamento da equipe e da empresa.

Quanto ao empreendedor: “transfere recursos econômicos de um setor de


produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior
rendimento” (DRUCKER 1987, p.45).

“sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há


retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona” (DEGEN 1989, p. 78).

"o empreendedor é aquele indivíduo cujo desejo de independência foi capaz de


motivá-lo no sentido de estabelecer sua própria empresa” (ANSOFF 1993, 52).

“Os profissionais liberais são criadores de riquezas como qualquer empresário,


uma vez que, na maioria das vezes, desenvolvem atividade profissional de forma
organizada, não se diferenciando, assim, de qualquer prestadora de serviços.
Não se vê razão real para essa diferenciação. O contexto é mais ético do que
jurídico.” (VENOSA Silvio e RODRIGUES Claudia, direito empresarial, 2020,
p. 26)

Para Silvio venosa e Claudia Rodrigues o termo “profissionais liberais” não


passa de um contexto ético, não o diferenciando na prática das atividades econômicas
uma vez que ambos têm atividades organizadas.

1.5 – Agentes econômico excluídos do conceito de empresário

O parágrafo único do art.966 traz os impedimentos para alguém não possa


ser considerado um empresário acentuando as categorias de profissões que serão
excluídas deste conceito.
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“Art. 966. [...] Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.” (BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de Janeiro de
2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>)

As profissões artísticas, intelectuais, cientifica e literária tem caráter


personalíssimo, ou seja, são procuradas mais por apego emocional, ou confiança na
pessoa que pratica a atividade o que afasta o caráter de atividade econômica
organizada no primeiro plano que é o que vai caracterizar o empresário. Quando o
sujeito é empresário se tem como alvo dos clientes e afins a empresa, pouco
importando quem está por trás, o contrário acontece no caráter personalíssimo.

Mesmo havendo junção de colaboradores do mesmo ramo de segmento e


empregados como secretarias, motoboys e estagiários, aqueles que tem o caráter
personalíssimo como principal característica na sua atuação profissional não poderá
ser considerados empresa, passando assim ser chamados de sociedade. A título de
exemplo podemos citar os advogados e médicos.

Contudo, um advogado ou um médico pode constituir empresa, para isso


deve-se retirar o seu nome, a sua pessoa de foco e instalando uma nova característica
a sua empresa, que seria a atividade econômica organizada, assim os médicos ou os
advogados poderão ser considerados empresários

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2 – EIRELI

Criada em 2011 pela lei 12.441, a Empresa Individual de Responsabilidade


Limitada (EIRELI), é uma espécie de sociedade limitada (Ltda.), mas com apenas um
sócio, não há divisão de responsabilidades entre sócios, valendo lembrar do
desgastes atinentes a convivência de dois ou mais empreendedores em uma
sociedade. O objetivo da EIRELI é evitar fraudes, sendo muito comum na LTDA o
famoso 99% para um sócio e 1% para o outro no contrato social. Sendo uma forma
de incentivo para o empreendedor individual sair da informalidade.

A EIRELI passou a ser considerada uma alternativa para quem possui capital
significativo disponível e quer evitar riscos a seu patrimônio particular, bem como de
seus familiares, como risco no seu negócio de empreender.

Para empreender como EIRELI, basta o empreendedor depositar o valor do


capital social mínimo, ou seja, os 100 Salários-Mínimos, não ter a necessidade de se
conseguir um “laranja” para ser inserido como sócio minoritário. Vale lembrar de
pesquisas relevantes acerca da taxa de mortalidade de Startups no país,
relacionamento dos sócios são as principais responsáveis pelo fim desses
empreendimentos.

2.1 – Como funciona a EIRELI

EIRELI é um instituto que possibilita o empreendedor separar os bens da


empresa do seu particular, devido ao capital social de 100salários mínimos.
Lembrando ainda, que uma pessoa física pode ter apenas uma EIRELI, sendo ela
uma nova modalidade de pessoa Jurídica de direito privado conforme preceitua o Art.
44 inciso VI do Código Civil de 2002, acrescentado pela Lei 12.441/2011.

Tarcísio Teixeira a cada edição atualiza e inclui o estudo de temas novos,


como o da empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), do
microempreendedor individual (MEI), da consideração da personalidade jurídica e da
governabilidade do empreendedor, sendo todos de suma importância. A EIRELI
nasceu da necessidade de se dar ao pequeno empresário a possibilidade de autuar
em sua atividade com menos riscos patrimoniais para o seu patrimônio particular. A
EIRELI nasceu com diversos problemas a serem resolvidos, que poderão ser sanados
em um momento oportuno não muito distante. À EIRELI se agrega possibilita o

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microempreendedor individual desenvolver nossa economia, pois é ela quem dá
nossa pujança econômica, o micro e o pequeno empreendedor são responsáveis por
uma enorme quantidade de empregos formais e informais, de nossa economia,
prestamos atenção nas grandes empresas, nos esquecemos de observar a
importância dos pequenos e microempreendedores, sendo eles pouco lembrados por
nossos governantes e legisladores. Lembrando que a gigante Microsoft nasceu dentro
de uma pequena garagem de uma casa. (TEIXEIRA, 2017. pág. 35).

2.2 – EIRELI – vantagens e desvantagens

Comparados a outras modalidades empresariais, a EIRELI tem muitas


vantagens, mas também tem alguns detalhes que precisam ser observados.

A modalidade de empresa individual se encontra no código civil lei nº 10.406,


de 10 de janeiro de 2002, art. 980-A tendo este sido revogado pela lei nº 14.382, de
2022.

Dessa maneira, observando o art. 980-A do Código Civil, temos:

São Vantagens da EIRELI:

• Com previsão legal no § 5º do artigo 980-A, que permite a constituição de


EIRELI por prestador de serviço de qualquer natureza;
• Empresa individual que possui somente um sócio;
• Limitação da responsabilidade;
• Diminuição da Informalidade;
• Quanto a nomenclatura da empresa, pode ser uma denominação comercial,
diferente do Empreendedor individual;
• Proteção patrimonial sobre os bens pessoais do dono da empresa.

São Desvantagens da EIRELI:

• Obrigação de ter um capital social de 100 salários-mínimos do governo federal


para poder abrir a empresa EIRELI.

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3 – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO

Para darmos início ao tema, vamos começar falando sobre o seu conceito
para a melhor compreensão. Quando se fala em empresário individual o que vem a
mente é o sujeito que desempenha em próprio nome, ou seja, como titular, uma
atividade empresarial, assumindo todos os riscos ao seu patrimônio como também
assumindo o seu papel como empresário.

Já o empresário casado sob o regime universal de bens ou o regime de


comunhão parcial bens, tornando-se a empresa individual um bem comum dos
cônjuges, tendo em vista que será necessário a autorização do cônjuge para o
empresário dispor de seus bens comuns conforme o artigo 1.647 do Código Civil:

1.647 - Ressalvado o disposto no Art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I -alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada. (BRASIL. Lei n° 10.406, de 10
de Janeiro de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>)

Contradizendo plenamente o que foi manifestado no artigo 978 do Código


Civil, que dispensa a autorização conjugal para alienar os imóveis que englobam o
patrimônio empresarial. "Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real."

Conforme revelado no artigo anterior, vimos que ele estar fundamentado na


questão patrimonial do empresario casado, estabelecendo a dispensa da outorga
conjugal para alienação de imóveis que englobam o patrimonio da empresa ou
gravados de ônus real.

O cenário é de imprecisão, quando se faz menção as dívidas obtidas pela


empresa, quando é criada no molde empresarial individual, com responsabilidade
ilimitada, sendo que neste molde a concentração de bens dos consortes poderão ser
atingidos, trazendo detrimento a meação do indivíduo que não pertence a atividade

15
administradora, conduzindo a insegurança jurídica no que impõe a proteção dos bens
familiar.

Perante tais oscilações, é sempre bom ter a cautela proposta pela doutrina,
que recomenda com a solução mais aconselhável a realização do registro de afetação
de bens da empresa, como também o registro da outorga conjugal,
subsequentemente vai impedir incompatibilidade do cônjuge não empresário e de
terceiros, no momento da alienação de bens dispostos no exercício da atividade
empresária, pelo Empresário Individual.

Até o presente momento tem se que o art. 978 do CC tem muitas falhas para
assegurar sua funcionalidade, sendo então imprescindíveis a atenção do legislador
no sentido de elaborar requisitos para a aplicabilidade da referida norma, tendo em
mente impulsionar o desempenho do Empresário Individual, não acarretando perigo a
proteção patrimonial do cônjuge não empresário.

16
4 – CAPACIDADE

De acordo com o Código Civil, a capacidade se inicia, em regra, aos 18 anos


de idade. Portanto, quem tiver em pleno gozo de sua capacidade civil, pode exercer
atividade empresarial. Os menores de 18 anos, emancipados (16 anos) ou que
tenham economia própria, também podem explorar a atividade econômica, porém
nesses casos o estabelecimento comercial funcionará como economia informal.

Em caso de incapacidade superveniente do empresário, é permitido que ele


continue a empresa por meio de representante ou assistido (princípio da preservação
da empresa), conforme dispõe o Código Civil: “art. 974. Poderá o incapaz, por meio
de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por
ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.” (BRASIL, 2002)

O mesmo ocorre para o incapaz que recebe a empresa por herança ou


doação, porém, em se tratando de sucessão, o incapaz é inscrito como empresário.
Os bens os quais o incapaz já possuía antes de assumir a empresa, não respondem
pelas obrigações decorrentes da atividade empresarial (art.974, §2º, CC).

4.1 – Impedimentos

Não são todos os capazes civilmente que podem exercer atividade


empresarial. O próprio Código Civil lista em seu art.1.011, §1º alguns casos de
impedimentos por condenação em processo penal.

São elas: (1) crimes cuja pena vede, ainda que


temporariamente, o acesso a cargos públicos; (2) condenados
por crime falimentar; (3) condenados por crime de prevaricação:
agentes públicos que, indevidamente, não praticaram, ou
demoraram a praticar, ato cuja iniciativa lhes competia, bem
como os agentes que praticaram atos contra lei expressa, para
satisfazer interesse pessoal, ou apenas para satisfazer
sentimento próprio, como paixão, ódio, vingança etc.; (4)
condenados por crime de suborno (também chamado de peita),
vale dizer, por corrupção ativa: oferecer ou prometer vantagem
indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício; (5) condenados por crime de
concussão: o agente público que exige vantagem indevida, para
si ou para outra pessoa, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela; (6)
condenados por peculato, que é o crime praticado pelo
17
funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio; (7) condenados por crime contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa
da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou
a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
(MAMEDE, 2022, p.22).

Ademais, existem outros agentes impedidos em razão de cargo ou função que


exercem, como é o caso dos magistrados; membros do Ministério Público; servidores
públicos (vide art.117, inc. X, da Lei 8.112/90); militares na ativa; os falidos não
reabilitados (capítulo 1 da lei 11.101/2005). Há ainda os estrangeiros com visto
temporário.

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5 – CONCLUSÃO

Diante do exposto, pode-se concluir que o Direito Empresarial, por mais que
nasça de maneira normativa, é regido por princípios, regras e conceitos definidos e
flexíveis, tal instituto vai muito além disso. Quando falamos da atividade empresarial,
conceito do que é empresário e não empresário, remetemos às normas, mas devemos
olhar para o efeito impulsionador e gerador de tais instrumentos.

O ponto de partida com o homem sendo um ser solitário; até a criação das tribos
que eram compostas de homens que se cooperavam para aumentar a produção de
alimentos (caça, pesca e agricultura), e depois, o início das trocas voluntárias, nos dá
a ideia, de que o empresário e a empresa, pilares conceituais do direito empresarial,
vem de um processo longo e complexo. Os marcos históricos do direito empresarial,
como a ocorrida na Idade Média, Codificação Napoleônica e a Teoria da Empresa
Italiana, são somente reflexos de milhares de anos da evolução humana que sempre
caminhará rumo ao que é melhor para cada indivíduo e isso, por consequência, acaba
esbarrando no que é de melhor pra toda a sociedade, pois em sociedade e com o
trabalho coletivo de eras conseguimos cada vez mais nos aproximar do modelo ideal
de direito que é sabido, se molda novamente de tempos e tempos mas seus vestígios
de ideias antigas nos trazem reflexões para novas ideias constantemente.

19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. TEIXEIRA, Tarcísio. Direito empresarial sistematizado: doutrina,


jurisprudência e prática. São Paulo: Saraiva, 2017, 7ª edição;
2. Ramos, André Luiz Santa Cruz, Direito Empresarial Esquematizado, São
Paulo: Saraiva, 2017, 7ª edição;
3. BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acessado em: 10 set
2022;
4. Graça, Camila Barros de. Artigos Crimes Falimentares. Direito Penal. 2011.
Disponível em: <www.direitonet.com.br>. Acesso em 10/09/2022;
5. Ramos, André Luiz Santa Cruz, Direito Empresarial Esquematizado, São
Paulo: Saraiva, 2017, 7ª edição;
6. Mamede, Gladston. Manual de direito empresarial, São Paulo: Atlas, 2022,
16ª edição;
7. Venosa, Silvio de Salvo. Direito empresarial, São Paulo: Atlas, 2020, 10ª
edição;
8. Venosa, Silvio de Salvo. Código Civil Interpretado, São Paulo: Atlas, 2016,
17ª edição;
9. COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito civil 2 – obrigações –
responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2012, 5ª edição;
10. Diniz, Maria Helena, Lições de Direito Empresarial, São Paulo: Sariava,
2013, 3ª edição.
11. Ronald, Degen, O empreendedor: fundamentos de iniciativa empresarial.
São Paulo: McGram-Hill, 1989, edição única.
12. Drucker, Peter. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios.
São Paulo: Pioneira, 1987, edição única.

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