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O seguinte trabalho tem como objetivo explorar a contribuição da arteterapia nos tratamentos

de pessoas esquizofrênicas. A arteterapia procura estratégias para a melhoria na qualidade de


vida dos clientes, reintegrando-os ao meio social, canalizando sentimentos e emoções e
direcionando-os para o autoconhecimento.

Nesta pesquisa, terá abordagens da psicologia analítica com ênfase nas teorias de Carl Gustav
Jung.

A Esquizofrenia segundo a Organização Mundial de Saúde (2000) é conhecida como uma das
doenças psiquiátricas mais graves e desafiadoras e ainda por muito a ser estudada até hoje.
Segundo a Classificação Internacional das Doenças é uma enfermidade complexa,
caracterizada por distorções do pensamento, da percepção de si mesmo e da realidade
externa, além de inadequação e embotamento do afeto (OMS, 1998).

A esquizofrenia é uma doença que atinge cerca de 1% de população mundial, segundo a


Organização Mundial de Saúde, ou seja, aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o
mundo (OMS, 2000).

Classificada hoje pela psiquiatria como uma síndrome, ela é caracterizada por uma série de
sintomas e sinais que costumam surgir pela primeira vez, na forma de um surto psicótico, por
volta dos 20 anos, nos homens, e 25, nas mulheres, normalmente está associada a uma série
de sintomas e sinais como alucinações, delírios e desorganização do pensamento, durante as
crises agudas, intercalados por períodos de remissão, dificuldade de expressão das emoções,
apatia, isolamento social e um sentimento profundo de desesperança. As principais causas de
morte na esquizofrenia são os suicídios, acidentes e outras patologias associadas, devido às
manifestações que acometem o paciente. Outros fatores de risco são o consumo de drogas,
pouca adesão à terapêutica, baixa autoestima, estresse, desesperança, isolamento, depressão
e eventos negativos na vida do paciente. O portador de esquizofrenia apresenta ainda
problemas cognitivos, tais como dificuldade de abstração, déficit de memória,
comprometimento da linguagem e falhas no aprendizado. A combinação desses sintomas
causa grande sofrimento psíquico, com prejuízos nas relações familiares e na vida profissional
e demais relações sociais (GIRALDI; CAMPOLIM, 2014). O conceito moderno de Esquizofrenia
foi formalizado pelo psiquiatra alemão Emil Kraepelin no final do século XIX, e o termo, criado
por Eugenio Bleuler em 1911, a partir do grego schizo (dividir ou clivar) e phren (mente),
significa literalmente mente desdobrada, ou seja, cisão das funções mentais, pensamento
“separado” da realidade, dissociação entre o pensamento do doente e a realidade física do seu
corpo e do ambiente (SADOCK; SADOCK, 2008).

Segundo Silva (2006), a esquizofrenia é uma psicose com causas ainda desconhecidas,
manifestado através de um conjunto de doenças e transtornos que coincidem-se, inicialmente
sucedido de vários fatores. Dessa maneira, é um transtorno causado por diversos fatores,
biológicos, psíquico e social que exercem situações que possivelmente podem favorecer ao
desenvolvimento do transtorno. As causas biológicas estão ligadas aos fatores genéticos,
lesões ou anomalias de estruturas cerebrais em neurotransmissores. Os fatores psicossociais
são aqueles voltados para a ligação do individuo com o seu meio social, por exemplo:
ansiedade muito intensa, estado de estresse elevado, fobia social e situações sociais e
emocionais intensas. , indivíduos com predisposição podem desenvolver a doença quando
estimulados por fatores biológicos, ambientais ou emocionais.

É um transtorno de longa duração no qual o indivíduo experimenta períodos de crises e


remissões que resultam em deterioração do funcionamento do doente e da família, causa
diversos danos e perdas nas habilidades de todo grupo: diminuição da habilidade para cuidar
de si mesmo, para trabalhar, para se relacionar individual e socialmente e para manter
pensamentos completos (GIACON; GALERA, 2006). O tratamento da esquizofrenia é composto
pela terapêutica medicamentosa, psicoterapia e socioterapia. O tratamento medicamentoso é
fundamental para controle da esquizofrenia, mas na avaliação dos pacientes, os prejuízos
acarretados pelo tratamento medicamentoso podem ser tão intensos quanto os sintomas do
transtorno. O tratamento recebido pelos portadores de esquizofrenia dificilmente se coloca à
altura da complexidade do transtorno, que deve ser tratado em diversas frentes para que o
paciente possa atingir uma boa qualidade de vida (SOUZA et. al, 2013).

A arteterapia é um dispositivo terapêutico que absorve saberes das diversas áreas do


conhecimento, constituindose como uma prática transdisciplinar, visando a resgatar o homem
em sua integralidade através de processos de autoconhecimento e transformação(Freire,
2010).

A arteterapia pode ser vivenciada através de experiências sonoras, plásticas,


teatrais, gestuais. Todas elas se configuram de acordo com a subjetividade
singular de cada sujeito e permitem que as experiências transformadoras
concretas também se dêem em nível psíquico.

A Psiquiatria Junguiana, na década de 1920, apropriase da expressão artística como parte do


processo psicoterápico. Para Jung imagens representam a simbolização do inconsciente
individual e, muitas vezes, do inconsciente coletivo (Freire,2010).

 Para Jung, “uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica


alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato” (1977, p.20),
sendo que esse outro sentido remete ao inconsciente.

Jung compara os símbolos a dínamos que transformam uma modalidade de


energia psíquica em outra” (2001, p.54). Assim, os símbolos expressos na
arte não são vistos como simples projeção de conteúdos inconscientes, mas
como mecanismos à sua transformação qualitativa, contribuindo para o
equilíbrio psíquico. Nessa perspectiva, entende-se que, ao externalizar no
papel o drama interior vivido de modo desordenado, o indivíduo não só dá
forma a suas emoções, mas através disso “despotencializa figuras
ameaçadoras” (Silveira, 2001, p.18).

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