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AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E
ROBÓTICA
AULA 1
fazem parte desse universo. Falar em automação industrial é fundamental em um cenário onde as
tecnologias avançam rapidamente e ocupam espaço em todos os setores. Por isso, apresentaremos a
você esse tema tão fascinante da automação e todas as possibilidades que ela traz consigo.
Ao longo dos nossos estudos, discutiremos quais dispositivos e sistemas podem ser
desenvolvidos, quais as melhores soluções para cada tipo de indústria, considerando seus processos
Nesta etapa, faremos uma introdução à automação, discutindo sobre sua evolução, suas
vantagens e desvantagens a respeito dos elementos básicos que constituem um sistema de
automação, além dos níveis que a automação possui. Abordaremos, também, a classificação da
indústria quanto ao tipo de material que elas processam, as quais podem ser de produção discreta
ou de processos. Também estudaremos os sistemas de controle e finalizaremos discutindo sobre as
Iniciaremos nossos estudos sobre a automação industrial, discutindo a respeito de como ela
surgiu, como ocorreu sua evolução, apresentando suas vantagens e desvantagens, além dos
automatizar esses processos. Se olharmos para a história, vemos que as indústrias começaram com a
revolução industrial, quando os processos produtivos deixaram de ser artesanais e passaram a ser
Desde essa época, já começaram a ser criadas máquinas para a execução de algumas partes do
processo produtivo, portanto, já existia a ideia de que uma máquina executando determinada função
poderia facilitar o processo, ou, ainda, torná-lo mais rápido.
Com a criação da eletricidade e a evolução das tecnologias, as máquinas passaram a ser mais
robustas e, cada vez mais, eficientes. Sendo assim, passou a existir a possibilidade de tornar os
processos um pouco mais independentes. Podemos pensar que sempre será interessante diminuir a
intervenção humana nos processos, nesse sentido, o uso de máquinas ou sistemas automatizados,
vem a contribuir com a produção.
Conforme Groover (2001), podemos definir automação como a tecnologia pela qual um
processo é alçando sem a intervenção humana, ou, ainda, de uma forma mais técnica, segundo Lamb
(2015), como o uso de comandos programáveis e equipamentos mecanizados para realizar atividades
Ainda, segundo Lamb (2015), o termo automação foi criado em 1940 por um engenheiro da Ford
Motor Company que descreveu diversas ações e comandos que poderiam substituir o pensamento e
mão de obra humana. Esses primeiros sistemas automatizados foram implementados com sistemas
eletromecânicos, o que conhecemos como painéis a relés, os quais eram funcionais, mas
apresentavam diversas limitações no que se refere à reprogramação dos processos.
A automação industrial teve um grande avanço com a criação dos controladores lógicos
programáveis, os quais vieram para suprir as carências dos sistemas eletromecânicos. Esses sistemas
da automação em que alterações na lógica de operação implicam em reconexões físicas nos painéis.
Quando classificamos a automação do ponto de vista da flexibilidade, temos três categorias, os quais
que os formam. Algumas das características da automação rígida, segundo Groover (2011), são:
alto investimento inicial, altas taxas de produção e inflexibilidade quanto à variedade de
produção. Entretanto, é a automação indicada para linhas que produzem uma grande
quantidade, ou, também, grandes volumes de produtos. Isto porque, quando se tem um alto
volume de produção, acaba diluindo os custos de implementação do sistema. Porém, o ponto
negativo é falta de flexibilidade, caso queira alterar o produto, que é produzido nesse tipo de
sistema. Um exemplo clássico desse tipo de automação são os painéis eletromecânicos, nos
quais é necessário a reconexão física de dispositivos, caso desejado mudar algo na lógica do
processo.
Programável: o termo automação programável vem da possibilidade de alterar o programa de
instruções que comanda o processo automatizado, fazendo, assim, com que seja possível
estudos.
Flexível: a automação flexível nasce da necessidade de produzir diferentes tipos de peças e/ou
produtos em uma mesma linha de manufatura. Sendo assim, esses sistemas têm a capacidade
de produzir uma grande variedade de produtos, apenas por meio de modificações em algumas
partes da estrutura do sistema. Podem ser considerados como uma evolução da automação
Podemos observar que a automação programável permite uma grande variedade de produtos,
porém, é indicada para baixo volume de produção. Uma vez que, se toda hora for necessário
produzir grandes volumes de diversos produtos, será gasto muito tempo com reprogramação e
produção, o que torna mais eficiente instalar mais sistemas de automação rígida em vez de um
mas com pouca variedade de produto, devido às dificuldades nas alterações do sistema caso seja
necessário trocar o produto que será produzido. E, por fim, a automação flexível exige um sistema
altamente automatizado, por isso, ele é capaz de atender à manufatura de diferentes produtos,
sendo assim, é indicado para uma variedade média de produtos. Normalmente, esses sistemas de
automação são implementados em plantas industriais que trabalham com tecnologia de grupo para
a produção.
Agora passaremos a discutir sobre as vantagens que uma indústria pode ter com a instalação de
sistemas automatizados para a realização de processos. Começaremos discutindo as razões para se
aplicar a automação nas plantas industriais. Segundo Groover (2001), estas são:
reduzir custos ao máximo, sem perder, é claro, a qualidade. Uma das maneiras de reduzir custos
de trabalho é substituir as operações realizadas por operadores por operações realizadas por
máquinas e quanto mais independente da intervenção humana menor os custos com mão de
obra. Portanto, podemos dizer que uma tendência para gerar uma maior competitividade no
de obra qualificada em diversos países desenvolvidos, o que gera uma maior necessidade de
operações que possam oferecer riscos de insalubridade aos operadores, quando substituímos a
atuação destes por sistemas automatizados nessas condições, podemos dizer que a segurança
do trabalhador será aumentada. Sendo assim, todo e qualquer processo que possa oferecer
operações que envolvem obrigatoriamente o uso de uma máquina em sua execução, alguns
processos não são possíveis de serem realizados manualmente, seja pela precisão, pelo
tamanho dos materiais envolvidos ou, ainda, pela complexidade geométrica. Nestes casos, é
de diminuir tempo de fabricação, portanto, uma empresa que não faz uso desse tipo de
tecnologia, certamente pagará um alto preço por não automatizar os seus processos.
Embora tenhamos muitas razões para automatizar os processos, existem alguns fatores que
podem ser considerados como barreiras no aumento do nível de automação das plantas industriais,
como custos de instalação e aquisição de sistemas automatizados. Além da extinção de alguns
postos de trabalho, como foi observado com o avanço da implementação da robótica industrial.
Porém, como podemos observar, as vantagens são muito maiores que as desvantagens desses
sistemas.
Agora que conhecemos um pouco sobre a história da automação, falamos sobre sua
conhecimentos a respeito dos elementos que formam um sistema automatizado. Existem diversos
tipos de sistemas de automação, porém, todos eles possuem alguns elementos em comum, os quais
chamamos de elementos básicos. Neste sentido, qualquer sistema de automação deve apresentar os
seguintes elementos: energia, programa de instruções, sistemas de controle e processo. Sem esses
elementos não é possível implementar um sistema automatizado. A Figura 2 apresenta esses
Analisando a Figura 2, podemos observar que a energia está associada a todos os demais
elementos, isto porque ela é a responsável por fornecer a alimentação necessária a esses módulos.
Sendo assim, para que um sistema automatizado funcione, é preciso energia para conduzir o
pode ser facilmente convertida para outras formas de energia, como mecânica e térmica.
Quando falamos em programa de instruções, estamos no referindo ao código que contém todas
as etapas do processo automatizado. É nesse código que estarão todos os comandos necessários
para que o sistema de controle saiba quais ações de comando devem ser enviadas ao processo.
Podemos, inclusive, fazer uma analogia com uma receita de bolo, por meio da qual, nós podemos
No caso, a receita de bolo para nós é equivalente ao programa de instruções para o sistema de
controle. Nesse programa, devem estar inclusive as possibilidades para o sistema de controle tomar
decisões, por exemplo, que tal etapa do processo só pode ocorrer caso um sensor seja acionado,
neste caso, o sistema de controle vai saber o que fazer quando identificar a mudança de status desse
sensor.
discutir. Ele é responsável por fazer com que o processo execute as funções ou operações que a este
foram designadas. Existem diferentes tipos de sistemas de controle, por isso, vamos abordar
novamente este assunto nos próximos temas, estudando-os de forma mais detalhada.
E, por fim, temos o processo que pode ser considerado como a operação ou o conjunto de
operações, que são controladas pelo sistema de controle, e fazem parte do conjunto de ações do
sistema automatizado.
Passaremos agora para a análise das funções avançadas que os sistemas de automação podem
desempenhar, além de discutir sobre os níveis de automação, os quais são importantes para
àquelas funções nas quais são desempenhadas atividades além das que envolvem o processo
produtivo que estes controlam. Por exemplo, quando falamos no controle do processo de usinagem
de uma peça, no controle de temperatura e vazão de um processo, ou qualquer ciclo de trabalho,
estamos falando da função básica do sistema de controle e automação, ou seja, o que é comum a
qualquer sistema.
Entretanto, com o passar dos anos, os avanços tecnológicos permitiram a evolução dos sistemas
automatizados de forma com que este pudessem agregar nossas funcionalidades, principalmente,
por já possuírem a aquisição de tratamento de diversos tipos de dados que poderiam ser úteis para
essas funções adicionais. Essas funções adicionais foram denominadas de funções avançadas, e elas
Conforme discutido por Groover (2011), comumente as funções avançadas estão relacionadas
com a melhoria da segurança e do desempenho dos equipamentos. Podemos definir essas funções
Normalmente, essas funções avançadas são implementadas por meio de sub-rotinas específicas
que são inseridas no próprio programa de instruções. Na maioria dos casos, essas funções são
responsáveis pelo fornecimento de dados e não necessariamente envolvem ações físicas por meio do
sistema de controle.
Como exemplo, podemos citar uma lista de atividades relacionadas à manutenção preventiva,
que uma função de monitoramento pode emitir ao final do processo. Essa lista, por si só, não fará
mudanças no processo, entretanto, irá fornecer informações necessárias para que o operador possa
tomar decisões e executar ações a respeito da manutenção preventiva de maneira mais assertiva,
uma vez que as informações foram coletadas diretamente do processo. Existem diversas situações
que podem ser implementadas a partir dessas funções, por isso, vamos discuti-las com mais detalhes.
física destes.
à integridade física dos operadores, eliminando, assim, a necessidade de um operador executar uma
tarefa perigosa. Apesar disso, podemos dizer que a presença de um operador em algum momento
não é eliminada, ou seja, pode acontecer de, em algumas situações, um operador ter que realizar
alguma intervenção no processo, sendo assim, ainda existirá a presença de pessoas próximas a esses
sistemas. Neste cenário, é fundamental que o sistema seja projetado para operar em segurança
Outra necessidade é que o sistema automatizado trabalhe sem ser autodestrutivo, ou seja, é
preciso que o sistema proteja os equipamentos associados a ele. Portanto, podemos concluir que a
Existem diversos tipos de tecnologias empregadas para a segurança do sistema, como instalação
anomalias ou de riscos.
Além disso, esse sistema de segurança pode responder as condições perigosas identificadas
Toque de alarme
Redução da velocidade de operação do processo
Tomada de medidas corretivas que recuperem a violação de segurança
O tipo de resposta a ser tomada vai depender de diversos fatores, como a gravidade da situação
identificada, ou, ainda, necessidade do processo. Todas as respostas e decisões possíveis de serem
tomadas pelo sistema de monitoramento de segurança devem ter sido projetadas quando o sistema
foi desenvolvido, sendo assim, situações que não tenham sido consideradas pelo projetista, poderão
não ser nem mesmo identificadas pelo sistema, caso não tenha sido implementado um elemento
sensor destinado a esse monitoramento. Por isso, o projeto do sistema de monitoramento de
segurança exige a consideração de uma vasta consideração sobre possíveis problemas e situações
Com sistemas automatizados sempre mais complexos e robustos, a manutenção também tem se
tornado cada vez mais complexa. Quando falamos em sistemas automatizados com função de
na identificação de fontes de maus funcionamentos potenciais ou então efetivos do sistema. Para tal,
os sistemas de manutenção e diagnóstico de reparação podem operar de três modos distintos,
sendo estes:
desses elementos durante sua operação, sendo possível gerar um banco de dados com essas
informações, as quais serão úteis para identificação de falhas, ou, ainda, para programação da
manutenção. Neste caso, o sistema pode oferecer dados para a identificação de falhas
preventiva.
Diagnóstico de falhas: esse modo é solicitado quando ocorre alguma falha ou é identificado
equipe de manutenção um roteiro com as etapas a serem realizadas no reparo da falha. Existe
ainda a possibilidade de empregar inteligência artificial, considerando a opinião de diversos
especialistas, para fornecer o melhor método de reparo possível (Groover, 2011).
impremeditados. Essas situações podem resultar em problemas como parada de produção enquanto
não são resolvidas. Essas situações podem ser corrigidas por operadores que contam com rotinas de
manutenção e reparação.
Porém, como esses sistemas tendem a operar de maneira automática, visto que são sistemas
maneira independente. Isto não significa que eles sempre vão conseguir resolver os erros por si só,
mas, em alguns casos, isto é possível por meio do sistema de detecção e recuperação de erros, que
Quando falamos de detecção de erros, podemos considerar como a etapa em que ocorre a
identificação e classificação do erro, por meio da interpretação dos sinais medidos por sensores com
o objetivo de identificar desvios ou mau funcionamento. Entretanto, para que o sistema seja capaz de
identificar esses erros, é necessário que no projeto sejam considerados os possíveis erros que podem
relacionados a cada sistema automatizado, ou seja, considerando que cada processo ou aplicação
pode ter erros específicos, os erros também serão diferentes para cada um destes.
Podemos classificar os erros em aleatórios, sistemáticos e aberrações. Vamos discutir um pouco
sobre a natureza de cada um deles. Os erros aleatórios são aqueles que ocorrem devido a variações
temporais ou espaciais e não podem ser determinados suas causas. Sendo assim, esses erros são
imprevisíveis e não passíveis de antecipação quando realizado um projeto de detecção e
recuperação.
Já os erros sistemáticos, por sua vez, são aqueles passíveis de identificar sua causa, pois ocorrem
devido a alguma causa que pode ser identificada. Esses erros, assim como os demais tipos, não
podem ser eliminados, porém, podem ser corrigidos e, até mesmo, previstos no projeto de detecção
e recuperação de erros. E, por fim, os erros do tipo aberrações são causados por alguma falha no
equipamento, ou, então, por erro humano.
Podemos citar que os dois problemas mais comuns, quando se fala em detecção de erros, são:
não foi previsto e especificado, dificilmente o sistema será capaz de detectá-lo e, ainda, corrigi-lo.
Uma vez que o sistema identifica de maneira computadorizada o erro, por meio da detecção que
acabamos de discutir, é necessário aplicar medidas corretivas com a intenção de recuperar esses
erros. Portanto, podemos dizer que a recuperação de erros são as ações tomadas para atuar sobre o
erro, fazendo com que o sistema seja restaurado à sua condição de operação normal.
O grande desafio da recuperação de erros está em como lidar com os procedimentos a serem
executados, uma vez que, para cada erro que possa ocorrer, devem ser tomadas medidas diferentes,
portanto, as estratégias para recuperação destes são complexas. Basicamente, existem quatro tipos
Realizar ajustes no fim do processo: neste caso, ocorre a recuperação de erros onde não
existe uma urgência, ou seja, aqueles que não comprometerão o sistema ou a operação.
Realizar ajustes durante o ciclo atual: neste caso, a estratégia é adotada quando o erro é
urgente, pois ele é corrigido assim que é identificado. Neste caso, o sistema deve ser capaz de
pode lidar ao mesmo tempo com a recuperação do erro e o ciclo de trabalho. Sendo assim,
quando o erro é identificado, o sistema para o ciclo atual recupera o erro e só então retoma a
intervenção humana para recuperar as condições normais do sistema, sendo assim, é necessário
implementar esse tipo de estratégia.
Para que ocorra a detecção e recuperação de erros, é necessário que o sistema seja projetado
para executar rotinas de interrupção que são aquelas executadas quando ocorre alguma exceção ao
funcionamento normal do processo. Falaremos mais sobre rotinas de interrupção em conteúdos
posteriores.
por organizá-los de forma hierárquica por meio de um diagrama conhecido como pirâmide da
automação. Esse diagrama representa os cinco níveis de automação presentes em uma planta
industrial. Além disso, eles são alocados de maneira relacionada, ou seja, cada nível é representado
A pirâmide de automação representa os cinco níveis da automação industrial, divididos em: nível
de máquina, nível de controle, nível de supervisão, nível de gerenciamento da planta e nível de
gerenciamento corporativo. Como você já deve imaginar, cada nível é formado por elementos e
dispositivos específicos que desempenham uma função diferente, com o objetivo de executar uma
parcela de ação para que um sistema automatizado funcione. A comunicação entre cada nível
acontece por meio das redes de comunicação industriais, as quais estudaremos em conteúdos
posteriores.
A seguir, abordaremos um pouco mais sobre cada nível e analisaremos quais seus elementos
Começaremos pela base da pirâmide, que é representada pelo nível de máquina, também
conhecido como nível de dispositivos de campo. Esses dispositivos podem ser definidos como as
são os responsáveis por executar as ações ordenadas pelo sistema de controle e obter informações a
respeito dos processos, operações e da planta como um todo, sendo, portanto, elementos
fundamentais para os níveis acima da pirâmide.
posteriores. Esse nível é responsável pelo controle das ações dos atuadores que estão no nível de
máquinas, além de receberem informações oriundas dos sensores também presentes no nível de
máquinas.
operação dos sistemas automatizados. São eles os responsáveis por receber informações do
processo, interpretá-las baseando-se em programas de instruções definidos pelos usuários e, em
seguida, enviar ações de controle aos atuadores. Ainda nesta etapa, estudaremos os sistemas de
controle, então, ficará mais clara essa questão do processo de controle executado por esses
dispositivos.
sistema, formando, assim, um banco de dados que será útil para os níveis superiores.
Nesse nível, encontra-se o sistema de supervisão que é operado por colaboradores que podem
monitorar variáveis, parâmetros e processos para realizar ações ou intervenções quando necessário.
Esses sistemas de supervisão são capazes de emitir relatórios que serão úteis para a gestão da
produção, a manutenção e diversas outras áreas da indústria. Outra característica importante desse
nível é que o sistema de supervisão não precisa necessariamente estar na mesma região geográfica
dos níveis de controle e de máquina, ele pode estar localizado remotamente e, ainda assim,
comunicação com o nível de gerenciamento corporativo. Esse nível precisa gerenciar tanto os
dispositivos da planta quanto os suprimentos para os processos, sendo assim, lida diretamente com a
logística destes.
Esse nível conta com o banco de dados gerados pelos sistemas supervisórios e com ferramentas
de análise dedicadas a planejamento e controle da produção.
planejamento estratégico e pela gestão corporativa. Tem como função administrar os recursos da
empresa contando com informações oriundas do nível de gerenciamento de planta e de softwares de
tomadas de decisões. Apesar de estar ligados aos demais níveis da pirâmide, o foco desse nível é a
estratégia corporativa, a qual é muito importante para que a indústria tenha competitividade no
mercado.
Uma classificação adotada para separar as indústrias são os setores industriais, os quais são:
setor primário, secundário e terciário. Basicamente, essa classificação envolve o tipo de produção que
a indústria realiza. No setor primário, estão as indústrias que cultivam e exploram os recursos
de bens. E, por fim, temos o setor terciário que trabalha com a produção de serviços.
Nossos estudos serão focados no setor secundário, em que se encontram a maior parte das
indústrias que empregam a automação industrial. Sendo assim, passaremos agora a adotar uma
subclassificação para essas indústrias, a qual é baseada no tipo de produto que elas produzem.
Considerando o tipo de produto que a indústria produz, podemos classificá-la entre indústria de
com que o tipo de material processado seja diferente, em consequência, as operações também serão
diferentes.
Antes de discutirmos sobre as operações típicas de cada indústria, entenderemos melhor quais
os tipos de materiais que são processados em cada uma delas. A seguir, podemos ver quais os tipos
de materiais processados por cada indústria:
Como os materiais processados são diferentes, cada indústria possui operações e processos
distintos também. A seguir, temos alguns exemplos de operações típicas de cada tipo de indústria,
apresentados no Quadro 1.
Como as indústrias de processo trabalham com materiais do tipo líquidos, gases e pós, as
operações tendem a ser aquelas que envolvem o processamento desse tipo de material, como
reações químicas e destilação. Já as indústrias de produção discreta trabalham com montagem de
produtos e processamento de peças, portanto, é comum que suas operações sejam montagens
Operações típicas nas indústrias de processos Operações típicas nas indústrias de produção discreta
Fragmentação Forjamento
Deposição Extrusão
Destilação Usinagem
Assim como as operações são diferentes, existem diversas diferenças entre os dois tipos de
indústrias. Se compararmos a produção de uma indústria petroquímica e de uma indústria
Além das diferenças já discutidas, os níveis de automação que analisamos no tema anterior
também possuem algumas desigualdades. Podemos comparar os níveis de automação por meio do
Quadro 2, na qual são apresentados os níveis para cada uma das indústrias.
Nível Nível de automação nas indústrias de processo Nível de automação nas indústrias de produção discreta
com materiais, processos e produtos diferentes. Neste caso, esse nível será bem distinto entre as
duas indústrias.
em sua maioria do tipo supervisório, sendo necessário controlar e monitorar diversas malhas de
processos que são interligados entre si. Enquanto isso, na indústria de produção discreta, o controle
é de um grupo de máquinas que trabalham de forma sincronizada.
Enfim, nos níveis de fábrica e corporativo não observamos mudanças significativas, pois o
planejamento de produção, logística e gerenciamento da planta são comuns a duas indústrias,
cada tipo de indústria, as variáveis e parâmetros empregados em seus processos também são
distintas.
ser contínuos, enquanto nas indústrias de produção discreta, esses elementos tendam a ser discretos.
Porém, para entender melhor essas tendências, precisamos primeiramente discutir as diferenças entre
variáveis e parâmetros contínuos e discretos. Para isto, vamos analisar a representação das variáveis
É possível verificar variável, ou parâmetro, contínua é aquela que se mantém sem interrupção
durante todo o tempo. Analisando a Figura 4, podemos observar que o sinal em vermelho, que
representa uma variável analógica contínua, é definido para todos os instantes de tempo, além disso,
dentro de uma faixa de valores, possui uma infinidade de valores distintos para diferentes intervalos
de tempo.
Esta é a característica das variáveis contínuas, ou seja, são definidas para todo e qualquer
instante de tempo, além de poder assumir qualquer valor dentro de uma faixa de valores. São
exemplos de variáveis contínuas: temperatura, vazão, pressão e velocidade, sendo que essas variáveis
valores em um dado intervalor de tempo, sendo assim, não são definidas para todos os instantes de
tempo e nem podem assumir uma infinidade de valores.
Analisando a representação em azul na Figura 4, temos uma variável discreta binária, que é
aquela que é definida apenas em alguns intervalos de tempo e pode assumir apenas dois valores, 0
ou 1. É comum associar essas variáveis a sinais de ligado ou desligado, nível lógico alto e baixo e
falso ou verdadeiro. São exemplos de variáveis discretas binárias os sinais provenientes de sensores
fim de curso, que podem ser apenas abertos ou fechados, além de sinais como status de motores,
não binária, que tem como caraterística não ser definida para todos os intervalos de tempo, porém,
diferentemente das binárias, elas podem assumir mais de dois valores, entretanto, podem assumir
Um exemplo de variável discreta não binária é a contagem diária de produção de peças em uma
produção. Sendo que as variáveis discretas, tanto binárias quanto não binárias, são comuns às
indústrias de produção discreta.
Vale a pena ressaltar que, apesar das variáveis discretas serem comuns às indústrias de produção
discreta, elas não são exclusivas desse tipo de indústria, e o mesmo ocorre com as variáveis contínuas
que não são exclusivas das indústrias de processo. O que acontece é uma predominância de um
determinado tipo entre as variáveis de interesse entre cada tipo de indústria, conforme já discutimos.
No primeiro tópico desta etapa, apresentamos o conceito de sistemas de controle, que são os
elementos responsáveis por executar o programa de instruções definidos pelos usuários, a fim de
controlar o sistema automatizado. Agora vamos aprofundar nossa discussão a respeito deles,
Os sistemas de controle podem receber diferentes classificações à medida que analisamos suas
objetivo são os sistemas automatizado. Entretanto, vale a pena lembrar o conceito de um controle
manual.
Quando falamos em controle manual, estamos nos referindo a sistemas nos quais a ação de
controle depende da intervenção humana, um exemplo prático desse tipo de sistema é chuveiro
elétrico. Analisando o funcionamento do chuveiro elétrico, temos que esse dispositivo possui um
seletor de temperatura, por exemplo, podemos ajustar a posição para frio, morno e quente.
possibilidade de ajustar a temperatura de cada posição por meio do controle de vazão da água
registro, estamos realizando uma ação de controle sobre a temperatura da água e, como esse
processo é realizado pelo ser humano, esse sistema de controle é manual.
Bom, quando tratamos de sistemas automatizados, os sistemas de controle manuais não são
controle em malha aberta ou controle em malha fechada. A seguir, vamos abordar cada umas dessas
topologias e discutir suas características e aplicações.
Neste caso, o controlador espera que o atuador execute as ações conforme seus comandos para
saída. Neste tipo de sistema, existe sempre o risco de o atuador não responder corretamente aos
comandos, e as alterações na variável de saída não serem exatamente como deveriam, por isso,
podemos dizer que esta é uma desvantagem desse tipo de malha de controle.
Por outro lado, um sistema é mais simples e costuma ser mais barato do que o controle em
malha fechada, que estudaremos a seguir. Portanto, em alguns casos, eles são mais vantajosos e se
configuram como uma melhor opção. Seguindo essa linha de raciocínio, podemos dizer que esses
Portanto, para a implementação de qualquer tipo de sistema de controle, deve começar com
uma criteriosa análise sobre o processo, problemas que podem surgir devido a cada topologia de
Quando não é possível aplicar um sistema de controle em malha aberta, devido à complexidade
ou características do sistema automatizado, surge como opção o controle em malha fechada. Uma
representação dos elementos e da conexão entre eles é apresentada na Figura 6. Por meio da qual,
podemos verificar que a malha é composta por: controlador, atuador, processo e sensor de feedback,
além do parâmetro de entrada e da variável de saída.
de saída.
controlador, que também recebe o parâmetro de entrada. Sendo assim, o controlador pode
comparar os dois sinais com o objetivo de verificar se existe alguma diferença entre eles, gerando um
sinal de erro. Caso a variável medida esteja diferente do parâmetro de entrada, essa diferença pode
ser quantificada e o sinal de erro gerado pode ser empregado na tomada de decisões a respeito do
processo. Munido do erro, o controlador pode executar o programa de instruções e comparar os
resultados, a fim de enviar ações de controle mais precisas ao atuador.
Esse tipo de malha deve ser empregado em processos em que é necessário o controle preciso da
variável de saída, seguindo os valores pré-definidos para os parâmetros de entrada. Ainda, é comum
que um processo tenha mais de uma malha de controle, onde diversas variáveis são controladas e
medidas ao mesmo tempo, com a intenção de executar uma determinar operação.
todavia, podem ser empregados em aplicações mais robustas ou em situações em que seja
os sistemas de controle que lidam com cada tipo também são classificados desta forma. Sendo assim,
definimos que sistema de controle contínuo é aquele que lida com variáveis e parâmetros contínuos,
enquanto sistema de controle discreto é aquele que lida com variáveis e parâmetros discretos.
Assim, podemos dizer que existe uma predominância de sistemas de controle contínuo nas
indústrias de processos, devido às suas caraterísticas, ao passo que, nas indústrias de produção
discreta, ocorre uma predominância de sistemas de controle discreto.
Segundo Groover (2011), a maioria das operações industriais incluem tanto variáveis contínuos
quanto discretas, independentemente do tipo de indústria, o que faz com que os controladores
industriais sejam capazes de medir, operar e transmitir os dois tipos de sinais e dados. No Quadro 3,
é apresentada uma comparação entre os dois tipos de controle que estamos estudando.
Quadro 3 – Comparação entre controle contínuo e controle discreto
Variáveis e parâmetros
Temperatura, vazão, pressão Posição, velocidade, aceleração, força
típicos
Constantes típicas de
Segundos, minutos, horas Menos de um segundo
tempo de processo
Analisando o Quadro 3, podemos perceber que, para cada fator de comparação, existem
diferenças entre o controle contínuo e o controle discreto, isto porque existem diferenças entre as
variáveis e parâmetros, entre os materiais manipulados. Portanto, é comum que esses sistemas sejam
Outro fator importante ainda na análise dessa quadro é o fato de os processos serem muito mais
rápidos nos sistemas de controle discreto, conforme a última linha do quadro. Passaremos agora a
discutir sobre os sistemas de controle contínuo e discretos com mais detalhes e de maneira separada
valor definido previamente, também chamado de set point. Para isto, os sistemas trabalham com a
topologia de malha fechada, para que seja possível receber informações sobre a saída do sistema,
discutir a respeito de algumas delas, tratando das estratégias adotadas por cada tipo de sistema.
saída no nível desejado, para isto, realiza medições e comparações com este nível. Caso exista
diferença entre os valores, que chamamos de erro, o sistema de controle, então, aplica ações
corretivas no sistema, com o intuito de restabelecer o valor da variável de saída no nível
desejado. Nesse tipo de sistema, a medida corretiva só é tomada após a incidência de uma
perturbação que gere um sinal de erro na variável, caso isto não ocorra, nenhuma medida de
controle é necessária, por isso é chamado de controle regulatório. Uma desvantagem desse
tipo de sistema é que ele só atua a partir da identificação de um erro, sendo assim, não é
possível corrigir um problema durante o processo.
Controle preditivo: quando falamos em controle preditivo, estamos nos referindo a uma
possam vir a prejudicá-lo. Neste caso, o sistema tem possíveis elementos sensores que
identificam a perturbação e analisam se ela tem potencial de interferir nas variáveis do processo
e, caso tenha, o próprio sistema aplica medidas corretivas ainda durante o processo, para que o
resultado não seja afetado. Esse tipo de controle é indicado para aqueles processos em que não
se pode esperar que ele acabe para corrigir possíveis desvios na variável de saída, pois isto
acarretaria problemas com a produção. Vale lembrar que por mais que exista essa previsão e
medições das perturbações, podem ocorrer erros nas medições dos sensores, então nem
desempenho não seja comprometido. Neste sentido, podemos contar com o controle
adaptativo, que por meio da medição das variáveis e índices de desempenho calculados, a
processo, as suas necessidades e quais as melhores estratégias. Por isso, uma avaliação criteriosa a
respeito do processo deve ser realizada.
Quando falamos de controle discreto, estamos nos referindo a sistemas de controle que
trabalham com variáveis e parâmetros discretos e realizam mudanças nestes em intervalos discretos
de tempo. Ou seja, esses sistemas não ficam constantemente medindo as variáveis, e sim realizam
verificações em instantes programados.
controlador sabe quais ações devem ser implementadas diante de uma modificação nos parâmetros.
As mudanças podem ocorrer de duas maneiras distintas, sendo elas ocasionadas por tempo ou
Mudanças ocasionadas por tempo: neste caso, as mudanças ocorrem ou porque o processo
atingiu um determinado ponto específico no tempo, ou, então, porque se passou um intervalo
eventos como o outro tipo de mudanças que abordaremos na sequência. São exemplos de
aplicações de mudanças ocasionadas por tempo as operações de tratamento de calor, pois elas
Mudanças ocasionadas por evento: quando as mudanças ocorrem devido a eventos, temos
que a resposta do controlador ocorre em resposta a alguma situação que ocorreu e gerou uma
mudança de status no sistema. Usualmente, essas mudanças são para iniciar ou terminar uma
operação, ligar ou desligar um atuador, abrir ou fechar alguma válvula, entre outras (Groover,
2011). Podemos citar como exemplo de mudança ocasionado por evento, o início do processo
de usinagem de uma peça que só começa caso a peça seja posicionada e o sensor identifique a
sua presença, caso nenhuma peça seja posicionada, o processo não ocorre.
As duas mudanças que discutimos estão relacionadas aos dois tipos de controle discreto que
existem, sendo as mudanças ocasionadas por tempo relacionadas ao controle lógico sequencial, pois
indústria de produção discreta, que estudamos anteriormente nesta etapa. Porém, ocorre uma
predominância desse tipo de controle nas indústrias de produção discreta, devido as características
das operações.
FINALIZANDO
Estamos finalizando esta etapa e nela pudemos fazer uma introdução à automação industrial, em
que analisamos o contexto no qual ela surgiu. Abordamos também sobre a flexibilidade dos sistemas
produção. Verificamos as vantagens que esses sistemas trazem para as plantas industriais, além de
discutir, também, sobre suas desvantagens. Ainda no primeiro tópico, abordamos os elementos
controle e processo.
No Tópico 2, discorremos a respeito das funções avançadas que os sistemas de controle podem
assumir, verificando como estes podem contribuir com outras áreas auxiliares da manufatura. Além
disso, abordamos os níveis de automação por meio da representação da pirâmide da automação. Isto
foi importante para entendermos onde cada elemento do sistema está localizado e qual sua função
dentro do sistema como um todo. Ainda, os níveis de automação mostram como cada um deles se
relaciona com os demais e quais tipos de informações são trocadas entre eles.
processos e indústrias de produção discreta. Vimos que as indústrias de processos trabalham com
montantes de materiais, portanto, possuem como variáveis e parâmetros de interesse os sinais
existem sistemas de controle em malha aberta, nos quais não existe o sensoriamento e medição das
variáveis de saída. Portanto, são indicados para sistemas mais simples ou, então, aqueles em que o
processo pode ser controlado de maneira precisa sem a necessidade de sensores.
de saída com o objetivo de gerar condições para o controlador realizar comparações com valores de
parâmetros previamente definidos.
Finalizamos esta etapa com o estudo sobre o controle contínuo e o controle discreto.
Verificamos quais as diferenças entre esses sistemas, que basicamente podemos dizer que estão no
tipo de variável a ser manipulada e sobre os métodos de medição delas. Estabelecemos que a
maioria das malhas de controle contínuo são formadas por várias outras malhas, com o objetivo de
controlar diversas variáveis que são interessantes ao processo. No controle discreto, pudemos
aprender que as mudanças podem ocorrer tanto por tempo quanto por eventos e como isto implica
REFERÊNCIAS
LAMB, F. Automação industrial na prática. Tradução de Márcio José da Cunha. Porto Alegre:
AMGH, 2015.