Os sentidos decidiram que cada um se afastaria por um ano para que os

outros pudessem avaliar o efeito de sua ausência. A Fala se afastou e ao

voltar após um ano perguntou: "Como vocês viveram sem mim?" Os
outros sentidos responderam: "Como os mudos": não falando com a
língua mas vendo com os olhos, ouvindo com os ouvidos, respirando
com a respiração, conhecendo com a mente. Assim vivemos." E a língua
retornou ao seu lugar.

Por fim, chegou a vez da respiração. Ao afastar-se rompeu os demais

sentidos e o corpo virou uma grande confusão. Então, todos os outros
sentidos lhe pediram: "Não partas senhora pois não poderemos viver
sem vós."

A respiração é composta de dois movimentos, a inspiração que é a

entrada do ar nos pulmões, e a expiração é a saída do mesmo ar. A
respiração correta quando se toca um instrumento depende de um auto-
conhecimento de todo o sistema respiratório. Podemos aprender muito
sobre respiração olhando um bebê. A respiração de um bebê é correta,
ele faz uso intenso do diafragma em sua respiração (abdômen), note a
barriga de um bebê quando ele inspira... a expansão abdominal... ...note
que seu tórax quase não se move ao inspirar, e muito menos em seus
ombros.

À forma errada de respiração dá-se o nome de clavicular, ela ocasiona

tensões desnecessárias além de não sustentar a coluna de ar
satisfatoriamente. À forma correta da respiração dá-se o nome de
abdominal-intercostal ou costo-diafragmática (esta compreende o uso do
diafragma através das musculaturas abdominais e intercostais). É
necessário que você entenda (a princípio) e passe a dominar
(posteriormente) esta forma de respirar, só assim você conseguirá um
bom *apoio e por conseqüência desenvolver sua respiração. Saiba que
respirar bem é o primeiro e o mais efetivo passo para o desenvolvimento
no instrumento.

* Apoio = controle consciente do diafragma através da musculatura

abdominal e intercostal, afim de aplicar o volume de ar aspirado para
sustentar a coluna de ar (projetando o abdômen).Olhe agora as figuras
abaixo.
Exercícios Respiratórios
1. Inspire lentamente, projetando o abdômen para fora, sem estufar o
peito muito menos levantar os ombros, e expire ainda projetando-o para
fora, pronunciando um "SSSSS..." (contínuo) . Procure manter o som
homogêneo, estável, sem variação de intensidade, e durante um tempo
confortável, sem exageros;

2. Deite-se de costas com os joelhos flexionados e os pés apoiados no

chão. Esvazie completamente os pulmões e comece a inspirar levando o
ar para o abdômen, projetando-o para cima. O peito permanece sem se
mover. Faça uma pequena pausa com os pulmões cheios. Agora, esvazie
os pulmões puxando o abdômen para dentro;

3. Respiração profunda - Tampe a narina esquerda e inspire o ar pela

narina direita profundamente durante 4 segundos, contenha a respiração
durante 16 segundos, tampe a narina direita e expire pela narina
esquerda durante 8 segundos, prossiga o exercício invertendo-o, tampe a
narina direta e inspire pela narina esquerda profundamente durante 4
segundos. Repita o exercício por 6 vezes. Com o tempo e conseqüente
evolução, passe a usar a relação 8, 32, 16 para este exercício.

4. Deite-se de costas com os joelhos flexionados e os pés apoiados no

chão. Mantenha pressão aplicada a seu abdômen, colocando livros ou
pesos. Empurre seu abdômen na inspiração e puxe-o para fora na
expiração . Quando você faz exercícios respiratórios aplicando uma
resistência externa, o abdômen não somente expande, mas expande de
encontro a uma força, que aumenta sua força. Quando você remove a
força, essa maior resistência remanesce.
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