You are on page 1of 16

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA (DEG)


LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

SEPARAÇÃO DE PARTICULADOS EM HIDROCICLONES

DIEGO SOARES GARROCHO DE FARIA


GIOVANA AZEVEDO FERREIRA
GUILHERME SOARES DIAS MACHADO
ISABELA TAVARES PINTO
PATRICK CARVALHO

Relatório técnico-científico referente à prática


de hidrociclones na disciplina de Laboratório de
Engenharia Química I, tendo como professores
responsáveis João Moreira Neto e Suellen Mendonça.

Lavras – MG
2021

SUMÁRIO
SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 2
SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA .................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................................. ii
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................................... 1
3 –MÉTODOS.......................................................................................................................................... 5
3.2 – Materiais ........................................................................................................................................ 5
3.3 – Métodos .......................................................................................................................................... 5
3.3.1. Ensaio 1 – Areia Lavada ................................................................................................................ 5
3.3.2. Ensaio 2 – Grãos de Soja ............................................................................................................... 5
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 6
5- CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 11
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 12

2
SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA

Area Área [m²]


Ρp Densidade da fase sólida [Kg/m³]
[-]
η Eficiência

C Concentração mássica [-]


RL Razão de Líquido [-]

𝜌 Massa especifica do fluido [Kg/m³]


ΔP Perda de Carga [mmH2O]
Q Vazão volumétrica [L/s]
Kf Parâmetro de configuração [-]
μc Velocidade média do fluido [-]

i
i
RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo, estudar e compreender a utilização de diferentes famílias de
hidrociclones Rietema e Bradley para a separação de uma mistura sólido-líquido. Ao longo do relatório estará
presente os resultados coletados experimentalmente, suas análises e discussões dos resultados em comparação
com os valores esperados em relação a literatura. Além disso, foi observado as particularidades de cada
separador ciclônico e o efeito das suas características construtivas na separação por meio da análise da análise
da perda de carga, diâmetro de corte e eficiência de coleta frente a diferentes vazões de alimentação, bem como
foi constatado as condições operacionais de cada equipamento.

ii
ii
1- INTRODUÇÃO

Os hidrociclones (ou cones de separação) são comumente utilizados para a separação de suspensões
sólido-líquidos, sendo caracterizados pela sua versatilidade, fácil operação, de baixo custo e compactos
(SOCCOL,2003). De geometria simples, os hidrociclones são compostos por uma parte cilíndrica (que
caracteriza seu diâmetro) e uma parte cônica, sendo ainda composto por uma alimentação tangencial no
cilindro e duas saídas nas extremidades superior (overflow, por onde sairá a fase diluída e com partículas finas)
e na inferior (underflow, por onde sairá a fase rica em particulado mais grosso) (CREMASCO, 2016). Na
Figura 1 é possível observar um esquema de um hidrociclone.
A operação de um hidrociclone consiste na alimentação da suspensão tangencialmente ao cilindro,
seguida pelo movimento rotacional descendente dentro do equipamento (o que provoca uma aceleração
centrífuga das partículas contra a parede). Este movimento descendente é perpetuado pelas partículas mais
densas até sua coleta na parte do underflow, ou seja, seguem o vórtice primário. Já as partículas menos
densas são carreadas por um vórtice ascendente(secundário) até o overflow na parte superior.
(SOCCOL,2003)

Figura 1 – Desenho esquemático de um hidrociclone. Fonte: ARAÚJO (2015)


Os hidrociclones são utilizados para diversas aplicações industriais devido a sua versatilidade para a
separação de misturas sólido-líquido, liquido-líquido e gás-líquido em setores como: Indústrias de alimentos,
químicas, petroquímicas, processamento de minérios, dentre outras (CREMASCO, 2016). E parte dessa
versatilidade se deve a classificação das famílias de hidrociclones, que seguem uma relação de
proporcionalidade geométrica, interferindo na capacidade separação, condições de operação e classificação
desses equipamentos (VIEIRA,2006).

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na literatura, os hidrociclones, podem ser chamados também de cones de separador centrífugo ou cone
de separação, sendo amplamente utilizados na separação sólido-líquido, na separação gás-líquido e líquido-
líquido (SOCCOL, 2003). Segundo Svarovsky (2000), embora a finalidade de um hidrociclone seja separar a

1
1
fase dispersa da fase do líquido, cada hidrociclone tem uma utilização específica e demanda do separador e do
projeto, uma operação em específico para estarem adequados a cada função.
Como citado, o corpo de um hidrociclone consiste em uma parte cilíndrica seguida de uma parte cônica
que possui, em seu vértice, uma abertura, pela qual descarrega o underflow. A alimentação é introduzida
tangencialmente à seção cilíndrica, em que há um tubo coaxial pelo qual é descarregado o overflow (Carrisso,
2004).
De acordo com CREMASCO (2016), as configurações de um hidrociclone caracteriza-se por meio da
relação entre os diâmetros do equipamento. Para fins de desempenho dos hidrociclones, considera-se as
equações que relacionam as propriedades das partículas às dimensões do equipamento, com o diâmetro de
corte D*. O diâmetro corte pode ser definido como o diâmetro crítico de separação, sendo as partículas cujo o
diâmetro maior que o diâmetro de corte, coletadas no underflow, enquanto partículas com diâmetros menores
que o diâmetro de corte arrastadas para o overflow
Os hidrociclones são classificados com base em sua geometria e configurações, como mostrado na
figura 2 e configurações apresentadas na tabela 1.
Figura 02: Dimensionamento de hidrociclones do tipo Rietema e Bradley.

Fonte: Cremasco.
Tabela 01: configuração dos hidrociclone Rietema e Bradley.
HIDROCICLONE RIETEMA BRADLEY
Do/D 0,28 1/7
Dc/D 0,34 1/5
h/D - ½
H/D 5,00 -
S/D 0,40 1/3
B/D 0,10-0,30 0,07-0,15
θ 10° - 20° 9°
Fonte: Cremasco.
2
2
É possível calcular a concentração mássica no underflow utilizando a equação (1).
𝑉 𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
𝐶𝑢  =   𝑚 𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 (1)

Sendo:
𝐶𝑢 a concentração mássica no underflow; 𝑚𝑢 a massa de sólido no underflow; 𝑉𝑢 o volume do underflow.
A vazão volumétrica no underflow pode ser definida pela Equação (2):
𝑄𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟  =  𝑄ℎ2𝑜𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟  +  𝑄 𝑠𝑜𝑙. 𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟  (2)
Onde: 𝑄𝑢 é a vazão volumétrica no underflow; 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 é a vazão volumétrica de água no underflow; 𝑄𝑠𝑜𝑙 a
vazão volumétrica de sólido no underflow.
A eficiência global de coleta para um hidrociclone pode ser calculada por meio da Equações (3).
𝑚𝑢 (𝐶𝑢 𝑄𝑢 )
𝜂= 𝑚
= 𝐶𝑄
(3)

A eficiência de coleta individual para um hidrociclone pode ser calculada utilizando a equação (4).
(5𝐷 )
𝐷 exp( 𝐷∗𝑖 )−1
𝜂  (𝐷∗𝑖 ) = (5𝐷 )
(4)
exp( 𝐷∗𝑖 )+146

Sendo: 𝜂 é a eficiência; 𝑚 a vazão mássica de sólido na alimentação, 𝐶 a concentração mássicas e 𝑄 a vazão


volumétrica.
O diâmetro de corte pode ser obtido por meio da Correlação de Plitt, mostrada pela Equação (5).

(5)
Sendo: 𝐶𝑣 a concentração volumétrica de sólidos na alimentação em porcentagem, 𝜌 a massa específica do
líquido que compõe a suspensão, dada em (g/cm³). 𝑑50𝑐 é dado em micrômetro.
A concentração volumétrica de sólidos na alimentação, pode ser calculada por meio da equação (6).

𝑄𝑝
𝐶𝑣 = (𝑄 (6)
𝑝 +𝑄)

Sendo: 𝑄𝑝 a vazão volumétrica de sólidos na alimentação e 𝑄 é a vazão total.


A razão de líquido pode ser obtida pela Equação (7).
𝑄𝑢 ( 1 − 𝐶𝑣,𝑢)
𝑅𝐿 = 𝑄
 .   (1 − 𝐶𝑣)
(7)

Onde: 𝐶𝑣, 𝑢 𝑒 𝐶𝑣 denotam as concentrações volumétricas no underflow e na alimentação.


A perda de carga pode ser estimada através da equação (8) .
∆𝑃 𝐾𝑓 (𝑢𝑐2 )
= (8)
𝜌 2

onde 𝐾𝑓 é um parâmetro tabelado para cada hidrociclone, 𝑈𝑐 a velocidade média do fluido na seção
cilíndrica do ciclone.
A velocidade média do fluido na seção cilíndrica do ciclone pode ser obtida utilizando a equação (9)

3
3
4𝑄
𝑢𝑐 = (𝜋𝐷2 ) (9)

Sendo: 𝐷 diâmetro da seção cilíndrica.

As vazões 𝑄𝑠𝑜𝑙 e 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 são obtidas por meio das Equações:


𝑉
𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
𝑄ℎ2𝑂𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 = 𝑡𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 (10)

Sendo: 𝑉𝑢 o tempo de coletar no underflow


𝑚
𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
𝑄𝑆𝑂𝐿𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 = (𝑡𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 .𝜌 (11)
𝑝)

Sendo: 𝑡𝑢 o tempo de coletar no underflow

4
4
3 –MÉTODOS
3.2 – Materiais
Foi utilizado uma amostra de polietileno de alta densidade no tanque com água para separação. Para a
aferição do volume, foi utilizado uma proveta de 2L. Para a coleta da amostra no underflow e overflow, foi
utilizado uma peneira e um béquer. Para a marcação do tempo, foi um utilizado um cronômetro de mão digital.
3.3 - Equipamentos
Foi utilizada a balança de precisão e um prato para a pesagem das partículas retidas.
3.4 – Métodos
A priori, foi realizada a certificação do módulo didático em relação às aberturas das válvulas (apenas VB2 e
VB3 fechadas). Posteriormente, seguimos com a configuração do painel eletrônico: ativação da chave geral,
início do funcionamento pressionando o botão “Iniciar”, e o ajuste da frequência do agitador para 60 rpm.
O experimento foi dividido em duas partes: um com a separação do sistema realizada com o
hidrociclone Rietema, e a segunda parte, utilizando o hidrociclone Bradley:
3.4.1. Ensaio 1 – Hidrociclone Rietema
Foram analisados durante os experimentos os seguintes parâmetros:
- Tempo de coleta
- Volume
- Vazão
- Perda de carga
- Massa retida
- Frequência da bomba
Com a peneira e o béquer, foi realizada a coleta no underflow e no overflow, com a marcação do tempo final
e inicial do procedimento. As partículas retidas na peneira foram pesadas e a quantidade água no béquer,
transferida para proveta para medição do volume.
Esses parâmetros foram coletados manipulando-se a potência da bomba, alterando as frequências em
25,30,35 e 40hz no painel eletrônico.
3.4.2. Ensaio 2 – Hidrociclone Bradley
Para a troca do equipamento, a união de saída superior e a conexão de alimentação do hidrociclone
Rietema foram desenroscadas, mantendo os anéis de vedação nas tubulações. Na sequência, foram retirados
os manípulos e parafusos que prendiam o hidrociclone ao suporte. Após a remoção do equipamento, as
mangueiras do medidor de pressão de entrada e saída foram retiradas pressionando o anel azul em direção ao
tubo. O hidrociclone Bradley foi posicionado e encaixado no suporte, conectando os tubos e uniões à
alimentação, apertando os manípulos e parafusos. As mangueiras foram conectadas ao transdutor de pressão e
as uniões relativas presas na alimentação e ao overflow no sistema. Por fim, foi feito o acoplamento do módulo
de coleta do underflow.
Por segurança, os testes pré-operatórios de certificação foram realizados novamente.

5
5
Da mesma forma como foi realizado os experimentos para o Hidrociclone Rietema, as coletas no
underflow e overflow para o hidrociclone Bradley foram realizados analogamente. No procedimento, os dados
foram registrados alterando somente as frequências da operação da bomba para 30, 35, e 40hz.
Figura 3 e 4 – Hidrociclone Rietema e Hidrociclone Bradley

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6UifwFoQ838 - Acessado em 07 de Abril de 2022

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dados experimentais foram coletados para os dois tipos de hidrociclones trabalhados, Rietema e
Bradley. Os dados foram coletados em diferentes frequências para o underflow e o overflow. Nas Tabelas 1 e
2 são apresentados os dados coletados para cada um dos ciclones.
Tabela 1 – Dados experimentais Hidrociclone Rietema
Freq. tunder Vunder munder tover Vover mover Q (L/s) ∆P
(Hz) (s) (L) (g) (s) (L) (g) (mmHg)
20 5,12 1,52 38,62 - - - - 14,55
25 3,31 1,64 48,28 - - - - 29,3
30 7,69 1,66 239,73 2,06 1,46 1,69 42,7000 259,4
35 8,34 1,62 248,84 1,84 1,64 2,14 57,5000 159,1
40 8,38 1,56 323,58 1,25 1,48 1,64 169,6000 229,9
Fonte: O autor.
Tabela 2 – Dados experimentais Hidrociclone Bradley
Freq. tunder Vunder munder tover Vover mover Q (L/s) ∆P
(Hz) (s) (L) (g) (s) (L) (g) (mmHg)
45 3,59 1,34 80,70 2,47 1,36 2,32 33,2 424,6
50 3,93 1,535 140,11 1,85 1,345 1,00 42,2 589,9
6
6
55 3,94 1,565 139,18 1,87 1,36 1,48 48,3 725,5
60 4,47 1,92 141,57 1,75 1,44 1,11 54,7 890,7
Fonte: O autor
Na Tabela 1 é possível observar que para as duas primeiras frequências não houve formação de vórtex,
sendo assim, não houve formação de overflow. Analisando neste aspecto, essas frequências, 20 e 25 Hz, não
serão consideradas para a análise dos hidrociclones, sendo assim, os dados a serem utilizados para os cálculos
serão os apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Dados experimentais Hidrociclone Rietema
Freq. tunder Vunder munder tover Vover mover Q ∆P
(Hz) (s) (L) (g) (s) (L) (g) (L/min) (mmHg)
30 7,69 1,66 239,73 2,06 1,46 1,69 42,7000 259,4
35 8,34 1,62 248,84 1,84 1,64 2,14 57,5000 159,1
40 8,38 1,56 323,58 1,25 1,48 1,64 169,6000 229,9
Fonte: O autor.
Com os dados obtidos experimentalmente é possível determinar alguns parâmetros como, as vazões
volumétricas de água no underflow e overflow, concentração mássica de sólidos e vazão volumétrica total do
hidrociclone. Esses dados estão apresentados nas Tabelas 4 e 5 para cada hidrociclone.
Tabela 4 – Vazões volumétricas e concentrações mássicas do underflow para o Hidrociclone Rietema
Freq. QH2Ounder QSOLunder Qunder Cunder
(Hz) (L/s) (L/s) (L/s) (g/L)
30 0,2159 0,0242 0,2401 144,4157
35 0,1942 0,0232 0,2174 153,6049
40 0,1862 0,0300 0,2162 207,4231
Fonte: O autor.

Tabela 4 – Vazões volumétricas e concentrações mássicas do overflow para o Hidrociclone Rietema


QH2Oover QSOLover Qover Cover Qalimentação QSOLalimentação
(L/s) (L/s) (L/s) (g/L) (L/s) (L/s)
0,7087 0,000638 0,7094 1,1575 0,9495 0,0249
0,8913 0,000905 0,8922 1,3049 1,1097 0,0241
1,1840 0,001020 1,1850 1,1081 1,4012 0,0311
Fonte: O autor.

Tabela 5 – Vazões volumétricas e concentrações mássicas do underflow para o Hidrociclone Bradley


Freq. QH2Ounder QSOLunder Qunder Cunder QH2Oover QSOLover Qover Cover Qalimentação QSOLalimentação
(Hz) (L/s) (L/s) (L/s) (g/L) (L/s) (L/s) (L/s) (g/L) (L/s) (L/s)
45 0,3733 0,0175 0,3907 60,2239 0,5506 0,000730 0,5513 1,7059 0,9421 0,0182
50 0,3906 0,0277 0,4183 91,2769 0,7270 0,000420 0,7274 0,7435 1,1458 0,0281
55 0,3972 0,0275 0,4247 88,9329 0,7273 0,000616 0,7279 1,0882 1,1526 0,0281
60 0,4295 0,0246 0,4542 73,7344 0,8229 0,000493 0,8234 0,7708 1,2775 0,0251
Fonte: O autor
QH2Oover QSOLover Qover Cover Qalimentação QSOLalimentação
(L/s) (L/s) (L/s) (g/L) (L/s) (L/s)
7
7
0,5506 0,000730 0,5513 1,7059 0,9421 0,0182
0,7270 0,000420 0,7274 0,7435 1,1458 0,0281
0,7273 0,000616 0,7279 1,0882 1,1526 0,0281
0,8229 0,000493 0,8234 0,7708 1,2775 0,0251

As vazões volumétricas foram calculadas utilizando as Equações 10 e 11 para o overflow e underflow


e as concentrações mássicas foram calculadas pela Equação 01 também para o overflow e underflow.
𝑉𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
𝑄𝐻2𝑂𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 = (10)
𝑡𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟

1,34
𝑄𝐻2𝑂𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 =
3,59
QH2Ounder = 0,3733
𝑚𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
( 1285,8 )
𝑄𝑆𝑂𝐿𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 = (11)
𝑡𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟

80,7
(1285,8)
𝑄𝑆𝑂𝐿𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 =
3,59
QSOLunder = 0,0175
𝑚𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟
𝐶𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 = (12)
𝑉𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟

80,71
𝐶𝑢𝑛𝑑𝑒𝑟 =
1,34
Cunder = 60,2239
As Tabelas 6 e 7 apresentam os dados para as vazões de alimentação e de sólidos na alimentação para cada
frequência.
Tabela 6 – Vazões de alimentação e de sólidos na alimentação para Hidrociclone Rietema
Freq. (Hz) Qalimentação (L/s) QSOLalimentação
(L/s)
30 0,9495 0,0249
35 1,1097 0,0241
40 1,4012 0,0311
Fonte: O autor
Tabela 6 – Vazões de alimentação e de sólidos na alimentação para Hidrociclone Bradley
Freq. (Hz) Qalimentação (L/s) QSOLalimentação
(L/s)
45 0,9421 0,0182
50 1,1458 0,0281
55 1,1526 0,0281
60 1,2775 0,0251
Fonte: O autor

8
8
A concentração de sólidos no tanque é possível determinar pela Equação 12 semelhante à determinação
da concentração mássica, uma vez que se têm o volume e a massa de sólidos presentes dentro do tanque.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠  =   (12)
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒  tan 𝑞𝑢𝑒

8249,1
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 =
(0,098 ⋅ 0,066 ⋅ 0,0325)
Concentração sólidos = 39,24218639
Com os dados obtidos de vazões mássicas de sólidos no underflow e na alimentação a eficiência de
separação global de coleta que depende da distribuição granulométrica do conjunto de partículas, pode ser
obtida por meio da Equação 3. As eficiências para cada frequência em cada ciclone estão apresentadas na
Tabela 8.

𝑢 𝑢𝐶 𝑄
𝜂 = ( 𝐶⋅𝑄 ) (3)
60,2239
( 0,3907 )
𝜂= ⋅ 100
(0,9421 ⋅ 39,2421)
η = 63,6528

Tabela 8 – Eficiência de separação global para Hidrociclones Rietema e Bradley


Freq. Rietema ηRietema Freq. ηBradley
(Hz) Bradley (Hz)
30 93,0642 45 63,6528
35 76,7046 50 84,9209
40 81,5517 55 83,5036
- - 60 66,7978
Fonte: O autor
Pelos resultados obtidos na Tabela 8 pode-se observar que para o hidrocliclone Rietema, os valores de
eficiência diminuíram à medida que a frequência aumentou, e consequentemente a vazão também, o que é
esperado, uma vez que a eficiência global é a vazão são inversamente proporcionais. Para o hidrociclone de
Bradley, observa-se que as eficiências para as frequências de 50 e 55 Hz aumentaram quando comparadas com
a anterior, o que não era esperado. Essas discrepâncias no valor podem ter sido ocasionadas por erros de coleta
durante o experimento.
Para determinar até qual tamanho das partículas um hidrociclone consegue realizar a separação, calcula-
se o diâmetro de corte, diâmetro crítico de separação, ou seja, partículas com diâmetros superiores ao de corte
são coletadas no underflow e são arrastadas no overflow quando tem diâmetros inferiores ao de corte. É
calculado por meio da correlação de Plitt, expressa na Equação 5 e depende do valor de Cv, encontrado através
da Equação 6 e os resultados estão expressos na Tabela 9.
𝑄𝑝
𝐶𝑣 = 𝑄 (6)
𝑝 +𝑄

0,46 0,6 1,21 0,063𝐶𝑣


50⋅𝐷𝑐 ⋅𝐷𝑖 ⋅𝐷𝑜 ⋅𝑒
𝑑50𝑐 = 0,71 0,38 0,45 0,5 (5)
𝐷𝑢 ⋅𝐿 ⋅𝑄 (𝜌𝑝 −𝜌)
9
9
Onde Cv é a concentração volumétrica de sólidos na alimentação em %; 𝜌 é a massa específica do líquido
que compõe a suspensão.

Tabela 9 – Diâmetro de corte para Hidrociclones Rietema e Bradley


Freq. Rietema D50cRietema Freq. D50cBradley (µm)
(Hz) (µm) Bradley (Hz)
30 61,8759 45 18,4703
35 57,5291 50 16,9665
40 51,8095 55 16,9193
- - 60 16,1078
Fonte: O autor
Pela Tabela 9, nota-se que para o hidrociclone Rietema, os diâmetros de corte são maiores quando
comparados para o Bradley e que para ambos hidrociclones, com o aumento da frequência, os diâmetros foram
diminuindo.
A razão de líquido presente no underflow é calculada através da Equação 7 e os resultados se encontram
na Tabela 10.
𝑄𝑢 (1−𝐶𝑣,𝑢 )
𝑅𝐿 = ⋅ (1−𝐶𝑣 )
(7)
𝑄

Onde Cv,u e Cv denotam as concentrações volumétricas no underflow e na alimentação.


Tabela 10 – Razão de Líquido para Hidrociclones Rietema e Bradley
Freq. Rietema (Hz) RLRietema Freq. Bradley (Hz) RLBradley
30 0,9321 45 0,9757
35 0,9232 50 0,9609
40 0,8975 55 0,9621
- - 60 0,9672
Fonte: O autor
Pela Tabela 10, pode-se observar que os resultados obtidos para a razão de líquido diminuem com o
aumento da frequência, assim como ocorreu com o diâmetro de corte. Isso, pois ambos dependem da
concentração volumétrica de sólidos na alimentação, Cv.
A perda de carga é calculada pela Equação 8 e os resultados estão descritos na Tabela 11.
∆𝑃 𝑢𝑐2
= 𝐾𝑓 ⋅ (8)
𝜌 2

Onde Kf é um parâmetro de configuração tabelado para cada hidrociclone e uc é a velocidade média do


fluido na seção cilíndrica do ciclone, calculada pela Equação 9.
4𝑄
𝑢𝑐 = 𝜋𝐷2 (9)

Tabela 11 – Perda de Carga para Hidrociclones Rietema e Bradley


Freq. Rietema (Hz) ΔPRietema Freq. Bradley (Hz) ΔPBradley
(mmHg) (mmHg)
30 65,6439 45 403,8989

10
10
35 89,6595 50 597,4269
40 142,9628 55 604,5495
- - 60 742,7245
Fonte: O autor
Analisando os resultados encontrados para perda de carga e comparando-os com os valores de pressão
obtidos experimentalmente, apresentados nas Tabelas 1 e 2, observa-se uma diferença significativa entre os
valores, podendo ser justificado pela presença de uma variação constante indicada pelo equipamento, assim,
foi coletada no experimento um valor aproximado.
A eficiência individual de coleta relativa a partículas com diâmetro igual a 70 µm para cada hidrociclone
é dada por correlações empíricas, sendo calculada pela Equação 4 e os resultados estão dispostos na Tabela
12.
5𝐷
𝐷𝑖,𝑖 𝑒( 𝐷∗𝑖,𝑖 )−1
𝜂 ( 𝐷∗ ) = 5𝐷 (4)
𝑒( 𝐷∗𝑖,𝑖 )+1,146

Tabela 12 – Eficiência individual de coleta relativa para Hidrociclones Rietema e Bradley


Freq. Rietema (Hz) ηRietema Freq. Bradley (Hz) ηBradley
(Di=70) (Di=70)
30 65,9832 45 99,99991336
35 74,8601 50 99,99998385
40 85,3699 55 99,99998475
- - 60 99,99999462
Fonte: O autor
A eficiência individual de coleta relativa à partícula com diâmetro de 70 µm depende da configuração
do equipamento, do regime de escoamento do fluido e da dinâmica da partícula. Pode-se observar pelos
resultados encontrados que para o hidrociclone Bradley a eficiência é praticamente máxima, se aproximando
muito de 100%, enquanto que o hidrociclone Rietema possui eficiências mais baixas, mas que aumentam de
acordo com o aumento da frequência.

5- CONCLUSÕES
Nesta prática, foram utilizados dois tipos de hidrociclones afins comparativos para a separação de um
sistema fluido-partículas heterogêneo. Foi avaliado o desempenho para a separação de um sistema sólido-
líquido utilizando o hidrociclone Rietema e, posteriormente o hidrociclone Bradley. A princípio, é clara a
percepção de que para ambos os hidrociclones, Rietema e Bradley, em baixas frequências, não ocorre a
corrente saída no overflow. Portanto, as frequências, 20 e 25 Hz, não foram consideradas nas análises dos
hidrociclones. Comparando as eficiências calculadas para os dois tipos de hidrocilone, foi observado que para
o tipo Rietema, a eficiência aumentou inversamente proporcional à frequência da bomba. Como esperado,
ocorreu o mesmo para o tipo Bradley com exceção das frequências em 50 e 55 hz, caracterizando um possível
erro de operação na coleta. Por conseguinte, através da correlação de Plitt, o hidrociclone Rietema mostrou ter
o diâmetro de corte das partículas maior quando comparado ao Bradley. Porém, com o aumento da frequência,
o diâmetro foi diminuindo para ambos. Por fim, considerando o cálculo da eficiência individual de coleta
relativa à partícula com diâmetro de 70 µm, o hidrociclone Bradley apresentou uma magnitude próxima a
100%. Já o hidrociclone Rietema, apresentou eficiências mais baixas.

11
11
Contudo, é interessante avaliar e comparar através de dados experimentais entre os equipamentos, qual
tipo de hidrociclone se aplica melhor para a separação do sistema fluido-partículas em questão, levando em
consideração também as características físicas dos particulados presentes.

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cremasco, M. A. Fundamentos de transferência de massa. Editora Blucher, 2016. 9788521209058.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521209058/. Acesso em: 24 mar. 2022.
CREMASCO, Marco A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluido mecânicos. Rio de
Janeiro: Editora Blücher, 2014.9788521208563. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521208563/. Acesso em: 23 mar. 2022.
MASSARANI, G. Fluidodinâmica em Sistemas Particulados. Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2005.
PEÇANHA, R. Sistemas particulados: Operações unitárias envolvendo partículas e fluidos.
Elsevier Editora Ltda., 2014.
SOCCOL, O.J. Construção e avaliação de hidrociclone para pré-filtragem da água de irrigação.
Piracicaba, São Paulo, 2003.
VIEIRA, L. G. M. Otimização dos processos de separação em hidrociclones filtrantes. Tese (Doutorado
em Engenharia Química) – Faculdade de Engenharia Química, Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, 2006.

12
12

You might also like