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Modalidades de Licitação ........................................................................................... 3


Concorrência .............................................................................................................. 3
Tomada de Preços ...................................................................................................... 4
Convite ou Carta-Convite ........................................................................................... 5
Leilão.......................................................................................................................... 5
Concurso .................................................................................................................... 6
Dispensa de licitação .................................................................................................. 7
O edital de licitação .................................................................................................. 10
Entendendo mais sobre LDO .................................................................................... 15
Receita Pública ......................................................................................................... 24
Políticas Públicas ...................................................................................................... 29
O que é Accountability? ........................................................................................ 31
Administração Direta e Indiretal .............................................................................. 33
Diferença entre Direito Público e Direito Privado..................................................... 38
Teoria das Três Idades.............................................................................................. 41
Como Realizar uma Reunião .................................................................................... 49

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MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Em cada uma das modalidades de licitação existem características específicas que


devem ser observadas com critérios.
Elas foram descritas pela lei 8.666, em 1993. São elas: Concorrência, Tomada de Preços,
Convite, Concurso e Leilão e o Pregão, que pode ser Presencial ou Eletrônico, e
estas são contempladas pela lei 10.520.
 O primeiro critério para escolher em qual modalidade participar é o valor da
transação;
 Em segundo lugar, consideram-se as características do objeto, que nada mais é do
que o tipo de produto ou serviço que será adquirido pela administração pública.

Concorrência
Essa é a primeira modalidade de licitação.
Ela é própria para contratos de grande valor, em que se admite a participação de
quaisquer interessados, mas que satisfaçam as condições do edital, publicados com
antecedência mínima de trinta dias, com ampla publicidade pelo órgão oficial. Algumas
contratações específicas exigem o uso dessa modalidade.
É o caso de obras e serviços de engenharia, em contratos de acima de R$1,5 milhão e
licitações gerais, com valor acima de R$650 mil.

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É utilizada também para compra e venda de bens públicos.
Apesar de permitirem ampla participação, define regras bastante exigentes, o que elimina
parte dos concorrentes, deixando assim somente as empresas realmente habilitadas.

Tomada de Preços
Esta modalidade é realizada entre os interessados devidamente cadastrados e que
atendem a todas as condições exigidas para cadastramento, sendo o tempo hábil de três
dias antes da data do recebimento das propostas, observada a qualificação.
Julgadas as propostas por comissões constituídas por três membros, é da mesma forma
feita na modalidade de Concorrência, mas o que a diferencia é a existência da habilitação
com antecedência dos licitantes através dos documentos de registros cadastrais, de modo
que a habilitação se resume na verificação dos dados constantes dos certificados de
registro dos licitantes e, se estes possuem a capacidade operativa e financeira exigida no
edital para a execução das atividades ou fornecimento de bens e serviços. Após o
cadastro e análise dos documentos apresentados, é emitido um certificado.
E este certificado é que permite a participação de uma empresa nesta modalidade.
Observa-se que para esta escolha da modalidade acontece geralmente quando a
estimativa da compra ou contratação de serviços ou bens estiver entre os parâmetros:
 Serviços e Obras de Engenharia: Acima de Obra R$ 150.000,00 até R$
1.500.000,00;
 Quando as compras e outros serviços forem acima de R$ 80.000,00 até R$
650.000,00.

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Convite ou Carta-Convite
Esta modalidade atende os contratos de menor valor. Sendo uma modalidade simples,
pode ser utilizada para compras que precisam ser feitas com agilidade. Sendo assim, os
convites são enviados a três empresas que são convidadas ao certame com prazo de
apresentação de proposta com tempo mínimo estipulado. Geralmente os valores são de:
 Até R$150 mil para obras e serviços de engenharia;
 Ou até R$80 mil para outras contratações; (Lembrando que nestes casos as
empresas MEI e empresas de pequeno porte, tem a prioridade);

Leilão
Neste caso, esta modalidade de licitação é utilizada para venda e arrematação de bens
móveis, quando estes estão, apreendidos, inservíveis ou penhorados judicialmente, assim
como também arrematação de imóveis doados para realizar pagamentos de dívidas aos
órgãos públicos e adquiridos em processos judiciais.
Nesta modalidade, ganha sempre quem der o maior lance e os critérios devem ser
analisados no edital.

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Concurso
Não se trata de provimento de cargos no setor público, mas sim para destacar talentos no
quesito intelectual nos setores ligados a ciência, tecnologia e a arte.
O Concurso é utilizado para a seleção e premiação de trabalhos de cunho técnico,
científico ou artístico.
Os critérios dessa licitação devem ser observados no edital e vale ressaltar que nesta
modalidade a intenção não é a compra de bens ou serviços, por isso não é solicitado às
formalidades específicas da concorrência.

Pregão
Já esta modalidade de licitação serve a aquisição de bens e de serviços, e são bem
comuns.
Ela existe para simplificar alguns procedimentos já existentes neste segmento desde o
ano de 2002.
O Pregão garante mais amplitude aos processos de licitação e admite-se somente o de
menor preço. Esta modalidade se divide em dois tipos:
 O pregão presencial, onde após a análise prévia, o pregoeiro define a
participação da empresa, permitindo assim durante a sessão pública lances
verbais, além da proposta já apresentada e entregue em mãos ao pregoeiro e
apresentada pelo individuo habilitado legalmente a participar da licitação.
 O pregão eletrônico segue o mesmo padrão do pregão presencial no quesito
análise de documentos, porém, o licitante vencedor, terá 02 horas após o
encerramento do pregão, para envio da documentação, que pode ser feito por meio

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eletrônico (e-mail) ou pessoalmente direto na entidade realizadora da licitação.
Lembrando que nesta modalidade há um tempo hábil de 5 minutos para os lances
por meio de um chat.

Dispensa de licitação
A Administração também se atenta a quebrar a rigidez do processo licitatório para casos
especiais de compra sem desrespeitar os princípios de moralidade e da isonomia. A
contratação por meio da dispensa de licitação deve limitar-se a aquisição de bens e
serviços indispensáveis ao atendimento da situação de emergência e não qualquer bem
ou qualquer prazo. Conheça os casos de Dispensa fundamentados no artigo 24 da Lei
8666/93. A licitação é dispensável quando:
 Em situações de emergência: exemplos de Casos de guerra; grave perturbação da
ordem; calamidade pública, obras para evitar desabamentos, quebras de barreiras,
fornecimento de energia;
 Por motivo de licitação frustrada por fraude ou abuso de poder econômico: preços
superfaturados, neste caso pode-se aplicar o artigo 48 parágrafo 3º da Lei 8666/93
para conceder prazo para readaptação das propostas nos termos do edital de
licitação;
 Intervenção no Domínio Econômico: exemplos de congelamento de preços ou
tabelamento de preços;
 Dispensa para contratar com Entidades da Administração Pública: Somente poderá
ocorrer se não houver empresas privadas ou de economia mista que possam
prestar ou oferecer os mesmos bens ou serviços. Exemplos de Imprensa Oficial,

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processamento de dados, recrutamento, seleção e treinamento de servidores civis
da administração;
 Contratação de Pequeno Valor: Materiais, produtos, serviços, obras de pequeno
valor, que não ultrapassem o valor estimado por lei para esta modalidade de
licitação;
 Dispensa para complementação de contratos: Materiais, produtos, serviços, obras
no caso de rescisão contratual, desde que atendida à ordem de classificação da
licitação aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido;
 Ausência de Interessados: Quando não tiver interessados pelo objeto da licitação,
mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas em edital;
 Comprometimento da Segurança Nacional: Quando o Presidente da República,
diante de um caso concreto, depois de ouvido o Conselho de Defesa Nacional,
determine a contratação com o descarte da licitação;

 Imóvel destinado a Administração: Para compra ou locação de imóvel destinado ao


atendimento, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia. Deverá a Administração formalizar alocação se for de ordem
temporária ou comprá-lo se for de ordem definitiva;
 Gêneros Perecíveis: Compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
perecíveis durante o tempo necessário para a realização do processo licitatório
correspondente;
 Ensino, pesquisa e recuperação social do preso: Na contratação de instituição
brasileira dedicada a recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos na aplicação
de suas funções;
 Acordo Internacional: Somente para aquisição de bens quando comprovado que as
condições ofertadas são vantajosas para o poder público. Obras de Arte e Objetos

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Históricos: Somente se justifica a aplicação da dispensa de licitação se a finalidade
de resgatar a peça ou restaurar for de importância para a composição do acervo
histórico e artístico nacional;

 Aquisição de Componentes em Garantia: Caso a aquisição do componente ou


material seja necessário para manutenção de equipamentos durante o período de
garantia. Deverá a Administração comprá-lo do fornecedor original deste
equipamento, quando a condição de exclusividade for indispensável para a
vigência do prazo de garantia;
 Abastecimento em Trânsito: Para abastecimento de embarcações, navios, tropas e
seus meios de deslocamento quando em eventual curta duração, por motivo de
movimentação operacional e for comprovado que comprometem a normalidade os
propósitos da operação, desde que o valor não exceda ao limite previsto para
dispensa de licitação;
 Compra de materiais de uso pelas forças armadas: Sujeito à verificação conforme
material, ressaltando que as compras de material de uso pessoal e administrativo
sujeitam-se ao regular certame licitatório;
 Associação de portadores de deficiência física: A contratação desta associação
deverá seguir as seguintes exigências: Não poderá ter fins lucrativos; comprovar
idoneidade, preço compatível com o mercado.

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O edital de licitação
O edital de licitação é o documento pelo qual as empresas licitantes saberão com
detalhes sobre o certame a ser realizado. Existem muitas informações importantes ali e
que precisam ser avaliadas com cuidado por quem deseja participar do processo
licitatório.
Interpretar os pontos dispostos no documento pode não ser uma tarefa fácil, mas com
algumas dicas é possível saber tudo que você precisa a respeito da licitação somente
pelo edital.

O que não pode faltar em um edital de licitação?


Um edital de licitação deve conter tudo o que aponta a Lei de Licitações (8.666/93). Em
resumo, o documento deve abranger as informações referentes ao certame, como o
número do processo, detalhes sobre o órgão licitador, os objetos a serem licitados, datas
e horários, entre outras informações.
Entretanto, é importante saber que, apesar dos detalhes considerados comuns para um
edital, existe um caso que exige especificidades distintas: a modalidade de pregão.
Nos pregões eletrônicos ou presenciais, a lei que regulamenta os processos é outra:
10.520/2002.
Por esse motivo, e até mesmo pela natureza do processo, um edital de licitação desse
tipo não precisa conter tantas informações. Detalhes como os critérios de julgamento, as
informações de contato do licitador e os pontos sobre aceitação de preços, por exemplo,
não são obrigatórios.
As exigências para habilitação e detalhes sobre a aceitação das propostas, entretanto,
devem estar presentes em todos os casos.

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Licitação com registro de preços
No caso de haver registro de preços, algumas informações são exigidas pelo SRP
(Sistema de Registro de Preços) do Município.
Entre os pontos colocados pelo decreto, está o detalhamento das quantidades que serão
adquiridas e também sobre os preços das unidades. Entram também as condições e
locais de entrega do produto e validade dos itens.
Em caso de erro ou falta de informações no edital, relacionando as exigências à devida
modalidade, o processo não deverá correr e pode ser impugnado.

Detalhes que merecem atenção


Para entender o documento, deve ser dedicado um tempo à leitura, ainda que o conteúdo
possa ser extenso. Direcione sua atenção principalmente às regras de conduta e
participação, bem como às sanções para inadimplentes.
O participante deve cumprir todos os requisitos solicitados no edital de licitação, pois o
não cumprimento ocasionará desclassificação, não podendo participar da concorrência no
certame.
Erros na documentação da empresa se forem descobertos após o processo, mesmo que
tenha sido vencedor, perderá o objeto e ainda será suspenso de participar de licitações
durante um determinado período de tempo.

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Quem não pode participar de um edital
O artigo 9 da lei 8.666/93, descreve quem não poderá participar de licitação pública.
Estas pessoas físicas e jurídicas não devem participar de licitações por razões
profundamente éticas. A regra é que todos podem participar de uma licitação:
 Pessoa física;
 MEI;
 MPE;
 Médias e grandes empresas.
Mas, essa regra tem suas exceções.
A exceção ocorre quando uma pessoa (física ou jurídica) puder prejudicar um processo
licitatório. Sendo assim, sua participação será vedada. Isso acontece para evitar que esta
pessoa ou empresa, tenha uma vantagem extraordinária sobre seus concorrentes.
Não poderão participar de licitação pública, segundo a Lei das Licitações:
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de
obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do Projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do Projeto
básico ou executivo ou da qual o autor do Projeto seja dirigente, gerente, acionista ou
detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador,
responsável técnico ou subcontratado;
III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.

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O autor do Projeto pode participar?
É natural que antes de uma obra de construção, seja contratado uma empresa ou
profissional para elaborar o Projeto.
Como você deve saber, a administração pública realiza esta contratação por ela não
possuir em seu quadro de pessoal, um profissional qualificado para essa atividade.
Então, o governo procura na iniciativa privada (no mercado) quem possa criar esse
Projeto, pois sem ele a obra não pode ser licitada.
Essa busca no mercado acontece através de uma licitação.

Uma exceção
O autor do Projeto não poderá participar da execução do seu próprio Projeto, porém a
Lei 8.666/93 prevê situações em que é possível que ele participe de uma licitação,
mesmo sendo o autor do Projeto:
§ 1o É permitida a participação do autor do Projeto ou da empresa a que se refere o
inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou
técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a
serviço da Administração interessada.

Empresa que tem como sócio o autor do Projeto pode participar?


Pelas mesmas razões, a lei também proíbe a participação de empresa que tenha em seu
quadro de sócios, com mais de 5% do capital, o autor do Projeto.
Obviamente, a empresa teria maior vantagem sobre as demais por contar em seu quadro
com o profissional que melhor conhece o Projeto. Daí a extensão da proibição a este
caso também.

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A empresa que pretende apresentar duas propostas na mesma licitação

É comum que para grandes Projetos, o edital abra oportunidade para que várias
empresas, em consórcio, apresentem uma única proposta.
Isso acontece devido à grandiosidade da execução e/ou em termos financeiros, por
exemplo. Poucas empresas poderiam (isoladamente) reunir as condições exigidas para
assumir os encargos de obras como: estádios, metrôs e hidrelétricas.
Assim, quando várias empresas podem se associar para disputar essa licitação, haverá
um número maior de licitantes. E por consequência, maior competitividade e melhores
preços.
Se uma empresa decide participar duas vezes na mesma licitação, não só ao compor um
consórcio, como também apresentar proposta isolada.
Ou também, quando ela quer participar de dois consórcios ao mesmo tempo.
Dessa forma, esta empresa está apresentando duas propostas na mesma licitação.
O que faz com que ela tenha uma grande vantagem (nada ética) se comparada aos
demais concorrentes.

Servidor público ou dirigente do órgão promotor da licitação pode participar?


Fica proibida a participação de empresa ou pessoa física que tem um servidor “oculto” e
interessado no resultado de determinado processo.
Esse impedimento atinge também o servidor licenciado do cargo que ocupa, tendo em
vista que a licença não encerra o vínculo do indivíduo com o órgão.

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ENTENDENDO MAIS SOBRE A LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias reúne detalhes sobre o uso dos recursos públicos no
curto prazo, definindo as ações para o ano seguinte.
Cada LDO é construída com base no orçamento do ano anterior, que serve de base para
a elaboração do Projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias, vigente após aprovação no
Senado.
O Projeto é uma primeira versão da LDO, entregue ao Congresso Nacional para
apreciação no primeiro semestre de cada ano, a fim de garantir que as diretrizes sejam
discutidas e sancionadas até o meio do ano.
Para explicar melhor, vamos voltar alguns passos e falar sobre o processo de
planejamento da União, regido pela Constituição Federal de 1988.
Em seu artigo 165, a Constituição prevê três leis de iniciativa do Poder Executivo para
regular o uso dos recursos públicos:
 Plano Plurianual (PPA)
 Diretrizes Orçamentárias (LDO)
 Planejamento Anual (LOA).

Em outras palavras, o planejamento parte de ações em médio prazo, que formam o Plano
Plurianual (PPA), instrumento que aponta as grandes prioridades nacionais e
regionais para períodos de quatro anos.
No entanto, esse plano precisa ser reavaliado a cada ano, considerando o orçamento
disponível e novas prioridades que podem surgir – a exemplo de catástrofes, arrecadação

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mais baixa que a estimativa, entre outros imprevistos.
Essa reavaliação motiva o alinhamento anual das metas, viabilizado pelas Diretrizes
Orçamentárias.
Definidas as diretrizes para o ano, o Governo está apto a viabilizar a execução das metas,
estimando as receitas e fixando a programação das despesas para o exercício financeiro
através da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Ou seja, a LDO faz a ligação entre o planejamento, expresso pelo PPA, e a prática,
representada pela LOA.
Todo esse processo de planejamento e execução das ações do governo está sujeito à Lei
Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que determina que os
objetivos e gastos públicos estejam previstos no PPA, LDO e LOA.
Dessa forma, podem ser fiscalizados pela população e pelo Poder Legislativo (senadores,
deputados federais, estaduais e vereadores).

O que é uma LDO Municipal?


Assim como a União, os Municípios devem seguir o mesmo processo de planejamento e
utilização das receitas. Por isso, possuem seu próprio Plano Plurianual, Diretrizes
Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.
A diferença é que, em vez de serem construídas e avaliadas por órgãos nacionais, as
legislações ficam a cargo de instituições municipais, e as metas serão executadas sob o
comando do prefeito.
O ideal é que o PPA dos Municípios contenha programas de governo que atendam
demandas prioritárias da população, pois é este plano que guia as iniciativas durante o
mandato.

O PPA municipal começa ser posto em prática no segundo ano de mandato e termina ao
fim do primeiro ano do próximo mandato, a fim de garantir que prefeitos recém-eleitos
tenham tempo para se inteirar das metas previamente.

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Antes de entrar em vigor, o PPA municipal é encaminhado à Câmara Municipal para
apreciação pelos vereadores.
São os parlamentares que devem analisar estudar e, se for o caso, debater a proposta em
audiências públicas, propondo, ou não, emendas.
Depois de sancionado pelo prefeito, o plano pode ser alterado conforme determinações
de cada LDO.

Para que foi criada a LDO?


Para compreender a função da LDO, pense no governo como uma residência.
Nela, mora uma família que levanta recursos mensalmente, seja por meio de trabalho,
aplicações ou investimentos.
A cada mês, os membros da família precisam decidir em que empregar o dinheiro.
Há despesas muito importantes, pois servem para sua manutenção básica – aluguel,
conta de água, luz, transporte e gastos com alimentação.
Também há contas relevantes, mas que não pagam serviços básicos, como telefone,
internet, parcela do carro, mensalidade de escola ou faculdade, cursos e lazer.
Analisando todas as contas, os pais decidem pagar primeiro aqueles essenciais, que
vão garantir a moradia e condições básicas de sobrevivência.
Em seguida, quitam as mensalidades e parcelas do carro e, só então, separam um valor
para fazer uma viagem internacional em família.
Caso esse planejamento seja sempre cumprido à risca, provavelmente, a família não terá

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grandes problemas financeiros.
Daí a relevância de manter um planejamento conectado à execução, que é o papel da
LDO.
Essa legislação foi criada para organizar os objetivos, discriminando as metas previstas
no Plano Plurianual. Ou, nas palavras da Constituição Federal:
“A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento”.
Isso significa que, ao elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, as entidades
governamentais não apenas cumprem exigências da Constituição, mas
também estabelecem quais objetivos devem ser priorizados.
O propósito é manter o equilíbrio das contas públicas, de forma que os serviços básicos
continuem funcionando, haja investimentos para modernização, quando necessário, e
verbas para reduzir a dívida pública.
Se o PPA prevê um Projeto com metas para o combate à fome, por exemplo, a LDO é o
espaço destinado a especificar em quanto tempo, quem ficará responsável e de que
forma ele será executado.
A LDO se presta a fazer um alinhamento entre objetivos e realidade, ajustando as ações
do governo ao que realmente é possível fazer a cada ano, com base no orçamento
previsto.
Desse modo, é possível ter maior controle das receitas e despesas públicas, que devem
ser escolhidas criteriosamente.

É na LDO que se avalia a possibilidade de abrir gastos para tal setor ou cortar verbas
para outro.

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Qual a importância da LDO?
A LDO é fundamental para conectar os objetivos às possibilidades, aproximando-os
da realidade da União ou dos Municípios.
Imagine, por exemplo, que uma cidade se orgulha de incentivar os esportes e, por isso,
deseja receber um grande evento esportivo no próximo ano.
Como essa era uma demanda da população, o prefeito inseriu a recepção do evento no
Plano Plurianual, e as metas foram aprovadas pela Câmara Municipal.
Porém, a cidade foi atingida por uma quantidade incomum de chuvas, que provocaram
fortes enchentes e diversos prejuízos.
Casas e comércios ficaram alagados, pessoas foram arrastadas pelas águas e
precisaram de atendimento de emergência. Muitas foram encaminhadas a hospitais para
tratamento.
Diante desse quadro, a Prefeitura teve de custear os serviços de emergência, mutirões
para socorrer os cidadãos e cobrir os danos ao patrimônio público.

Os gastos superaram a reserva para contingências, afetando o orçamento como um todo.


Obviamente, as prioridades mudaram bastante, e o PPA precisou de ajustes para que os
recursos se voltassem às ações de reparação depois das enchentes.
Sem a LDO, ficaria complicado realizar esses ajustes e redirecionar o PPA rapidamente.
Porém, como as diretrizes devem ser revistas a cada ano, o Município em questão
pode redefinir seu foco, deixando para receber eventos esportivos em uma próxima
oportunidade, com o orçamento menos apertado.
Observe que, quando aplicada corretamente, a LDO garante o andamento dos Projetos
indispensáveis para oferecer uma vida digna à população, além de evitar o endividamento
desnecessário dos Municípios e da União.
As diretrizes também determinam os valores que devem ser poupados para o pagamento

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de dívidas que já existem.

O que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias?


Visando disciplinar o que é prioritário e as regras para o uso do orçamento, a LDO
estabelece limites para as despesas dos três poderes – Executivo Legislativo e Judiciário.
Ela fixa o montante de recursos que devem ser economizado para ações futuras
e promove o equilíbrio entre as receitas e as despesas.
Também autoriza o aumento de receitas destinadas ao pagamento de servidores
públicos; regulamenta transferências a entes públicos e privados, a fim de evitar fraudes.
E determina o foco para a concessão de financiamentos pelos bancos públicos, como
o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Vale destacar, ainda, que a legislação possui um capítulo em que prevê as diretrizes caso
a próxima LDO não seja aprovada a tempo, ou seja, antes que o ano seguinte termine.
Logo, cada LDO, seja ela da União, de um estado ou Município, costuma ser bastante
extensa. Resumidamente, a legislação compreende:
 As metas e as prioridades da administração pública federal;
 A estrutura e a organização dos orçamentos;
 As diretrizes para a elaboração e a execução dos orçamentos da União;
 As disposições para as transferências;
 As disposições relativas à dívida pública federal;
 As disposições relativas às despesas com pessoal e encargos sociais e aos
benefícios aos servidores, empregados e seus dependentes;
 A política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento;
 As disposições sobre adequação orçamentária das alterações na legislação;
 As disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e os
serviços com indícios de irregularidades graves.

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Disposições sobre transparência.
Quem está sujeito à LDO?
Por integrarem uma república federativa, os Estados e Municípios brasileiros têm certa
autonomia quanto às legislações.
No entanto, essa autonomia não se aplica ao processo de planejamento e ações da
administração pública, incluindo o uso dos recursos.
Ele deve seguir as mesmas exigências da União, expressas na Constituição de 1988.
Isso significa que todas as entidades pertencentes ao governo federal, estadual e
municipal estão sujeitas à LDO, que define as diretrizes para utilização do orçamento de
órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário.

O que são os orçamentos fiscais e a seguridade social?


São dois tipos de orçamentos previstos na LDO.
Mencionamos, no início deste texto, que a lei está prevista no artigo 165 da Constituição
Federal, que trata dos orçamentos no âmbito das finanças públicas.
Mas esse trecho da legislação não se restringe à LDO.
Ele contempla todo o processo para direcionar as receitas e despesas, ou seja, fala sobre
o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária Anual.
A LOA abrange três tipos de orçamento, classificados conforme sua aplicação:
orçamentos fiscais, da seguridade social e de investimento.
Conforme descreve a lei:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades

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da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo poder público.
Quando apresentado, o Projeto de lei orçamentária deve ser acompanhado de um
demonstrativo com detalhes das receitas e despesas, a fim de justificar o cálculo e
destino dos recursos públicos.

Como funciona a vigência da Lei de Diretrizes Orçamentárias?


O Projeto de lei de diretrizes orçamentárias compete somente ao chefe do poder
executivo (presidente, governador ou prefeito).
Tomando como exemplo a esfera federal, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF),
junto aos ministérios e unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário,
elabora uma proposta orçamentária com base naquela utilizada no ano anterior e nas
metas do PPA.
Essa tarefa deve ser finalizada, de preferência, no início do primeiro semestre, pois o
Congresso Nacional não pode entrar em recesso caso não aprove o Projeto da LDO até
meados de julho – quando o período de descanso se inicia.
Depois de receber a versão prévia da LDO, os parlamentares terão que analisá-la e
debater alguns pontos, adicionar emendas e reencaminhar o documento ao Poder

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Executivo, responsável por sancioná-lo.
Conforme as normas atuais, o presidente é obrigado a enviar o Projeto final ao Congresso
até 31 de agosto, e o documento é válido assim que publicado no Diário Oficial da União.
Os estados e Municípios podem estabelecer, por meio de leis próprias, prazos diferentes
para a elaboração, encaminhamento e aprovação de suas LDO.
De qualquer forma, a vigência das diretrizes orçamentárias só deve terminar quando a
próxima entrar em vigor.
Tanto que cada LDO apresenta um planejamento mínimo caso algum imprevisto impeça
o cumprimento dos prazos estabelecidos na legislação.

LDO 2020, a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias


Em abril, o Executivo enviou o Projeto de LDO federal para 2020 ao Congresso Nacional.
Um dos pontos em destaque na nova proposta é o enxugamento da meta fiscal, com
redução de quase R$ 15 bilhões déficit primário para o governo central. Ou seja, a União
planeja reduzir as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central,
de R$ 139 bilhões para R$ 124,1 bilhões em 2020. Para tanto, visa promover cortes em
diversos ministérios e congelar outras despesas.
Caso as diretrizes orçamentárias sejam aprovadas sem alterações, o salário mínimo, por
exemplo, não terá aumento real – será corrigido apenas para acompanhar a inflação.
Servidores públicos também não terão reajustes no próximo ano, e não haverá concursos
públicos para a contratação de novos trabalhadores.
A exceção será para carreiras militares, que deverão ser reestruturadas ao custo de R$
86,85 bilhões aos cofres públicos em 10 anos.

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RECEITA PÚBLICA

Para compreender o que é receita pública, primeiro vamos conceituar receita e mostrar a
diferença entre receita pública e privada.

O que é receita e qual a diferença entre ser pública ou privada?


Receita é um termo utilizado mundialmente pela contabilidade para evidenciar a variação
positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de ativos ou da redução de
passivos de uma entidade.
Este é o enfoque patrimonial dado ao conceito de receita, pelo qual é feita a seguinte
classificação:

 Receitas Públicas – aquelas auferidas pelos entes públicos;


 Receitas Privadas – aquelas auferidas pelas entidades privadas.
Pelo enfoque orçamentário, receita pública consiste em todos os ingressos disponíveis
para cobertura das despesas públicas, em qualquer esfera governamental.
O conceito de receita pública, no contexto orçamentário, é caracterizado por todo o
recebimento ou ingresso de recursos arrecadados pela entidade com o fim de ser
aplicado em gastos operacionais e de administração, ou seja, todo recurso obtido pelo
Estado para atender as despesas públicas.

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Conceito de receita:
 Enfoque patrimonial: variação positiva da situação líquida patrimonial;
 Podem ser: receitas públicas ou privadas;
 Enfoque orçamentário: todos os ingressos disponíveis para cobertura de despesas
públicas;
 Podem ser: orçamentárias ou extra-orçamentárias.
A partir de agora a receita será tratada apenas sob seu enfoque orçamentário. A receita
da Administração Pública pode ainda ter diversas classificações, em relação aos
seguintes critérios:
 Quanto à natureza;
 Quanto à categoria econômica;
 Quanto ao poder de tributar;
 Quanto à afetação patrimonial;
 Quanto à regularidade;
 Quanto à coercitividade.

Receita pública quanto à natureza


A receita pública pode ser:
 Orçamentária: fonte de recursos efetiva por mutação, pertencentes ao Estado, ou
seja, não serão restituídos no futuro, previstos ou não na lei orçamentária e que
será utilizado no financiamento de despesas públicas;
 Extra-orçamentária: recursos que serão restituídos no futuro, uma vez que

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pertencem a terceiros e constituem simples ingressos financeiros e transitórios no
caixa do Estado, destinados ao pagamento de despesas extra-orçamentárias.

Receita pública quanto à categoria econômica


A receita possui duas classificações econômicas conforme a Lei 4.320/64: receitas
correntes e receitas de capital.
Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338 de 26 de abril de 2006, essas categorias
econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-orçamentárias e Receitas de
Capital Intra-orçamentárias.

Receitas correntes
São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para
aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, que não
decorre de uma mutação patrimonial, ou seja, são recursos obtidos por meio das receitas
efetivas, derivadas ou originárias, tais como a tributária, patrimonial, industrial,
transferências correntes, entre outras.

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Receitas Correntes Intra-Orçamentárias
São receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais
dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscais e da seguridade
social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de
impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a
receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal
dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera
de governo.

Receitas de capital
Receitas destinadas à aplicação e cobertura das despesas com investimentos e decorrem
de um fato permutativo, ou seja, são receitas por mutação patrimonial, exigem um
sacrifício patrimonial.
As receitas de capital são conhecidas como secundárias e resultam das operações de
crédito, alienação de bens, recebimento de dívidas e auxílios recebidos pelo órgão ou
entidade.
São recursos oriundos de atividades operacionais ou não-operacionais. São derivadas da
obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e
financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente

Receitas de Capital Intra-Orçamentárias


Receitas de capital de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais
dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscais e da seguridade
social derivadas da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização

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de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente,
quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia,
fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos,
no âmbito da mesma esfera de governo.

Receita pública quanto ao poder de tributar


Classifica as receitas segundo o poder de tributar que compete a cada ente da
Federação, considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos
respectivos entes, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do Distrito Federal e
Municipal.

Receia pública quanto à afetação patrimonial


Esta classificação subdivide as receitas em efetivas e por mutações patrimoniais.
 As efetivas são aquelas que contribuem para o aumento do patrimônio líquido.
Consistem em fato contábil modificativo aumentativo;
 As receitas por mutações patrimoniais não acrescem o patrimônio líquido,
constituindo um fato contábil permutativo;
 Receita pública quanto à regularidade;
 Classificação que divide as receitas em ordinárias e extraordinárias:
 Receitas ordinárias: são as receitas que ocorrem regularmente em cada período
financeiro. Ex: impostos, taxas, contribuições, etc;

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 Receitas extraordinárias: são aquelas que decorrem de situações emergenciais ou
em função de outras de caráter eventual. Ex: empréstimos compulsórios, doações,
etc;
 Receita pública quanto à coercitividade Em termos de coercitividade as receitas
podem ser originárias e derivadas;
 Originárias: resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição
dos usuários ou da cessão remunerada de bens e valores. São também
conhecidas como receitas de direito privado. Consistem na receita resultante da
exploração do patrimônio público, no qual o Estado atua como particular por meio
da exploração de atividades privadas, tais como serviços comerciais, industriais,
rendimentos de locação, etc;
 Derivadas: são obtidas pelo Estado em função de sua autoridade coercitiva,
mediante a arrecadação de tributos e multas. Sua arrecadação depende da
obediência ao princípio da anterioridade. Agora que você entendeu o que é receita
pública continue lendo nossos conteúdos.

POLÍTICAS PÚBLICAS

As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades,


independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a
expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se
diversificaram. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem
desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente,

29
habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se
contemplar a qualidade de vida como um todo.
E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes
áreas, os governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas
públicas.

Mas o que são políticas públicas?


Conforme definição corrente, políticas públicas são conjuntos de programas, ações e
decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a
participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam as segurar
determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para
determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem
a direitos assegurados na Constituição.
Um programa da Prefeitura que esteja beneficiando seu bairro, por exemplo, é uma
política pública. A educação, a saúde, o meio ambiente e a água são direitos
universais, assim, para assegurá-los e promovê-los estão constituídas pela
Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde, por exemplo.
O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes. No sentido
político, encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há
naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo
decide o que fazer ou não fazer. O segundo sentido se dá do ponto de vista
administrativo: as políticas públicas são um conjunto de Projetos, programas e
atividades realizadas pelo governo.
Uma política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou uma política

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de governo. Vale a pena entender essa diferença: uma política de Estado é toda
política que independente do governo e do governante deve ser realizada porque é
amparada pela constituição. Já uma política de governo pode depender da
alternância de poder. Cada governo tem seus Projetos, que por sua vez se
transformam em políticas públicas.
Vejamos alguns exemplos dessa distinção: é muito comum ouvirmos dizer que a
política externa do país deve ser uma política de Estado, ou seja, uma política
orientada por ideais que transcendem governos e que se mantêm no longo prazo.
Políticas públicas eficientes que têm continuidade de um governo para outro podem
se transformar em política de Estado.

O QUE É ACCOUNTABILITY?

Não existe uma palavra em português que traduz accountability, mas sim uma dezena de
termos que tentam conceituá-la, tais como controle, fiscalização, responsabilização,
prestação de contas, compromisso, proatividade e transparência.
Esses e todos os outros termos querem mostrar que accountability - seja na esfera
pública, privada ou pessoal - é uma cultura na qual um sujeito ou instituição exerça o
“papel de dono”, tomando a responsabilidade pra si, dos processos no qual está inserido.
Na prática, accountability na administração pública parte do princípio de que existe
alguém ou alguma organização responsável por fazer a gestão de decisões que impactam
a sociedade - os órgãos públicos e seus gestores - que devem deixar esse processo o
mais transparente possível, prestando contas à população e a outros órgãos das suas
ações, gastos e políticas, aumentando a responsabilidade dos gestores públicos e o
poder de controle da sociedade. A partir disso, existem duas formas de exigir a prestação
de contas que é a accountability horizontal e a accountability vertical.

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Accountability Horizontal
Realizada por “poderes de mesmo nível” como instituições da esfera pública dentro dos
três poderes, onde um fiscaliza o outro: como partidos políticos de oposição, a mídia,
órgãos de controladoria e instituições supranacionais.

Accountability Vertical
Accountability social: a democracia sendo mais forte
A accountability social, que é uma vertente da accountability vertical, é composta pelos
cidadãos, seja individualmente, em grupos populares ou na participação de conselhos. É
o constante contato, fiscalização, exposição e a denúncia de atos ilegais que o cidadão
faz aos agentes públicos que é chamado de accountability social.
Essa fiscalização acontece além do período das eleições, e aproxima a população dos
servidores e representantes públicos, fortalecendo a democracia no nosso país. A
constante vigilância por parte da população faz com que os agentes públicos - eleitos ou
não - se sintam ainda mais responsabilizados pelos exercícios da sua função, e com isso
diminuindo as ineficiências, corrupções - onde o privado fala mais alto que o público.
Um aspecto muito poderoso da accountability social é que ele pode dar voz e poder a
minorias marginalizadas e causas sociais importantes que não são amplamente
representadas no período das eleições e que com isso acabam por ser pouco ou não
representadas na esfera do legislativo e executivo. Essas minorias podem verificar e
buscar ausências e ineficiências de políticas que as representem, mapeando, expondo e
procurando meios de punições para essa situação, dando voz social a questões que são
levadas em “segundo plano” muita das vezes por falta de representação.
Assim sendo é perceptível o alto tom democrático que a accountability social tem. Ela dá

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ao cidadão, o poder de fiscalizar, medir e punir - se for o caso - políticas e gestores
ineficientes. Com essa cultura de pedir prestação de contas e a constante fiscalização,
um dos maiores males da nossa política - que é a corrupção e políticas muito mal
desenvolvidas no nosso país, estado e Município - irá se findar, afinal, os donos estão de
perto, olhando e punindo desperdícios e serviços mal feitos.

A cultura “de se sentir dono” do que é público


Um dos pilares da accountability é a transparência. Por isso criarmos um artigo para você
entender a Lei de Acesso a Informação (LAI), sem “juridiquês” e de forma prática: o que é
como funciona e como usar os direitos proporcionados pela Lei de Acesso a Informação.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA


Para garantir os direitos e deveres dos cidadãos, oferecer um bem-estar coletivo e seguir
a Constituição Federal, a administração pública é dividida em duas formas
organizacionais. Apesar de não parecer, há uma grande diferença entre administração
direta e indireta.
Antes de detalharmos o assunto, é extremamente importante que você entenda o
conceito de administração pública e por qual motivo ela se divide em duas partes.

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Administração pública

O Brasil é uma república federativa democrática que possui uma constituição para reger
suas leis. Para organizar o país, existem os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Os três Poderes aparecem em níveis federais, estaduais e municipais.
A União, estados, Municípios e Distrito Federal também são chamados de pessoas
jurídicas políticas. É responsabilidade deles garantir que o interesse público prevaleça,
que a gestão de órgãos, empresas e instituições públicas sejam eficientes e que as leis
possam ser cumpridas.
Ao contrário da administração privada, a administração pública não visa os lucros ou
interesses particulares. Os princípios dela são: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Para que tudo funcione baseado nos princípios citados anteriormente, há uma grande
organização por parte do Estado para que os serviços públicos sejam prestados de forma
adequada. Para isso, utiliza-se de servidores públicos para atuarem em diversos setores
da sociedade. Estes servidores podem ser alocados na administração direta ou na
indireta.

Administração direta
Quando a União, estados ou Municípios estão exercendo suas atividades de forma direta,
sem que haja uma delegação de tarefas, há o ato da administração direta. Secretarias,
Ministérios, Câmaras e Assembléias fazem parte desse tipo de organização
administrativa.
Servidores que trabalham na Receita Federal, Defensoria da União, Justiça Federal,
Polícia Rodoviária estão ligados à administração direta, por mais diferentes que sejam as
suas funções. Tudo depende se o órgão é ou não ligado de forma direta a um dos
Poderes.

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No entanto, apesar de ser um órgão federal, o Tribunal de Contas da União, por exemplo,
não faz parte da administração direta, pois possui uma autonomia em relação aos Três
Poderes. Sua autonomia se deve ao fato de que uma de suas funções é justamente
investigar os gastos públicos.
Se houvesse uma submissão de forma direta, o TCU provavelmente não conseguiria
cumprir o seu papel com isonomia. E por necessidades como esta que é fundamental que
haja a administração indireta.

Administração indireta
A administração indireta é uma forma encontrada pelos gestores públicos de
descentralizar as atividades e flexibilizar a atuação do Estado em diferentes setores da
sociedade. Portanto, a União, estados, Municípios e Distrito Federal criam novas
entidades que prestarão serviços fundamentais ao público.
Ao invés de uma Prefeitura ter que gerir um hospital, é mais fácil que ela crie uma
fundação pública para tomar conta da unidade de saúde. No caso, a fundação será
especializada em cumprir apenas esse papel, melhorando a eficiência dos gastos com o
hospital e fazendo com que os atendimentos tenham maior qualidade.
De certa forma, podemos dizer que a administração indireta é uma espécie de
terceirização dos serviços públicos, com a diferença de que ainda há um controle das
entidades por parte do Estado, mesmo que de forma um pouco distante.
Ao todo, existem quatro tipos de entidades na administração indireta:
 Autarquias;
 Empresas Públicas;
 Sociedades de Economia Mista;
 Fundações Públicas.

Por não fazerem parte da administração direta, os entes da administração indireta só


podem ser criados mediante lei, conforme estabelece o inciso XIX do Artigo 37
da Constituição Federal:
“XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada à instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei

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complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.

O que são autarquias?

A autarquia é uma entidade criada por lei e possui autonomia administrativa, financeira e
técnica. De certa forma, ela é um braço da administração direta dentro da indireta, pois
realiza serviços considerados fundamentais e possuem imunidade tributária e patrimônio
próprio.
Apesar de serem autônomas, as autarquias devem, por exemplo, submeter suas
movimentações locações de verbas junto aos tribunais de contas. Além disso, os
responsáveis por estarem à frente de uma autarquia são escolhidos pelo Poder Executivo.
Um bom exemplo de autarquia são as universidades federais. Seus reitores são
apontados pelo poder Executivo, suas verbas possuem origem da União, mas é a
entidade que escolhe como gastá-la. Além disso, elas prestam um serviço essencial, que
é a educação.
Exemplos de Autarquias:
 INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social);
 IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis);
 INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária);
 BACEN (Banco Central do Brasil).

O que são empresas públicas?

As empresas públicas são pessoas jurídicas, ou seja, como o próprio nome diz, são
empresas que prestam algum tipo de serviço. No caso, a empresa pública possui o
Estado como seu único dono e por isso costuma ser chamada de estatal.
A Caixa Econômica Federal é um exemplo de empresa pública. Ela presta serviços
bancários à administração pública e à população como um todo.
As estatais possuem autonomia administrativa e financeira, mas não têm o direito de

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terem autonomia política, pois ainda estão subordinadas ao Estado. Essa é a principal
diferença entre uma estatal e uma empresa privada. Por pertencer ao governo e
consequentemente ao povo, elas devem seguir regras específicas que empresas privadas
não precisam.

O que é uma sociedade de economia mista


O outro tipo de estatal é a sociedade de economia mista. Apesar de ser muito semelhante
à empresa pública, a sociedade de economia mista não tem o governo como único
proprietário da estatal. Neste caso, é possível que qualquer pessoa compre ações da
empresa e também se torne dono de uma parcela dela.
A Petrobras e o Banco do Brasil são sociedades de economia mista e estão presentes na
Bolsa de Valores. No entanto, o governo ainda é o dono da maior parte desse tipo de
estatal e, por isso, consegue controlá-la.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são reguladas por meio da Lei
das Estatais (n° 13.303, de 2016). Nela, estão contidas as regras sobre o que constitui
uma estatal e os seus deveres perante a sociedade.

Fundações públicas
As fundações possuem como objetivo cuidar de uma parte específica do patrimônio
público. A Fundação Biblioteca Nacional tem como objetivo zelar pelos livros do poder
público e ao mesmo tempo proporcionar ao cidadão que ele tenha acesso às obras.
Atualmente, as fundações são divididas em dois tipos: fundações de direito público e
fundações de direito privado. A divisão ocorre pela forma que a fundação foi criada (tipo
de lei) e os serviços que ela presta.

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Diferença entre direito público e direito privado

O direito público tem como objetivo reger a organização social e a relação entre o Estado
e o cidadão. No caso, a relação entre os dois é considerada vertical, pois o Estado está
sempre acima do indivíduo. A justificativa é a de que o Estado representa os interesses
coletivos, ou seja, é um representante da sociedade.
É por causa dessa relação vertical que as leis devem ser cumpridas. Como o Estado está
acima do cidadão, ele pode criar ou retirar leis, desde que seguindo normas que são
estabelecidas pela própria sociedade.
A Constituição Federal é a maior representação do direito público. Ela determina os
princípios da nação e proporcionam direitos e deveres aos brasileiros.
Em suma, o direito público procura sempre pensar primeiro no que é melhor para o povo,
independentemente da situação. Sendo assim, instituições que estão dentro do direito
público possuem uma força maior em suas decisões e alguns benefícios, pois recebem
“um aval” do Estado para isso.
Por outro lado, o direito privado tem como função organizar as relações entre as pessoas
na vida privada. Ao contrário, do direito público onde há uma desigualdade de relação, no
direito privado todos são iguais. A assinatura de um contrato de trabalho faz parte do
direito privado.
Porém, apesar de, na teoria, não haver distinção entre as partes, por vezes, no direito
privado alguém costuma ser mais forte pela questão dos recursos disponíveis. Quando
uma empresa negocia com um funcionário, ela é mais forte que ele por possuir mais
dinheiro e poder de influência. Logo, o Estado é obrigado a intervir para balancear a
relação e estabelecer regras como salário mínimo, quantidade de horas trabalhadas e
férias.

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E como o direito público e o privado interferem na administração?

Existem diferenças entre autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de


economia mista. Por causa de suas atribuições, cada uma delas acaba tendo papéis
diferentes na sociedade.
Como as autarquias são muito semelhantes aos órgãos da administração direta, ela é
regida pelo direito público. Para se criar uma autarquia basta uma lei específica que
determina sua criação.
Já as empresas públicas e sociedades de economia mista possuem muitas semelhanças
com empresas privadas e por isso acabam entrando no regime de direito privado. Por
isso, é necessário que antes de sua criação haja uma autorização por lei para delimitar
sua área de atuação.
As fundações públicas podem possuir ambos os direitos, dependendo apenas da forma
em que foram criadas e como irão atuar. Isso ocorre porque o STF passou a permitir que
esse tipo de entidade possa ter as duas formas de regime. É por isso que é possível que
haja fundações de direito público e fundações de direito privado.
Preparamos um quadro para facilitar essas divisões:

Tipo de direito
Entidades Como é a criação
(natureza jurídica)

Autarquia Direito público Criada por lei

Fundação pública de
Direito público Criada por lei
direito público

Fundação pública de
Direito privado Autorizada por lei
direito privado

Empresa pública Direito privado Autorizada por lei

Sociedade de
Direito privado Autorizada por lei
economia mista

Arquivos Públicos e Privados


Sejam empresas públicas ou privadas a produção de documentos é diária e em grande
volume, principalmente tratando de locais que trabalham diretamente com planilhas,

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processos e dados dos clientes. E como sabemos, elas precisam armazenar esses
documentos em ambientes adequados para melhor organização e procura das
informações.
O local mais conhecido para guardar documentos são os arquivos, espaços próprios para
reunir as informações de forma segura. No entanto, o que muitas pessoas não sabem é
que existem dois tipos de arquivos: arquivo público e arquivo privado e que eles são
distintos na hora de armazenar os dados.
Apesar dos avanços da tecnologia na gestão documental - com uso de ferramentas que
digitalizam, armazenam os arquivos em nuvem, otimizam a procura e garantem maior
proteção dos documentos contra extravios e danos aos arquivos, a utilização da matéria-
prima (papel) ainda é necessária para diversas situações. Portanto, os arquivos são
indispensáveis.

Mas, afinal, qual a diferença entre arquivo público e arquivo privado?


Assim como o nome sugere, o arquivo público é aquele onde constam as informações
que competem ao Poder Público - Prefeitura, Governo do Estado, Governo Federal,
Ministério Público, Justiça Federal, entre outros de esfera municipal, estadual e federal.
No arquivo público são encontrados documentos que contam a história dos poderes e,
além disso, onde constam todos os dados que pertencem às áreas administrativas,
legislativas e dados de nós cidadãos.
O arquivo público é vasto e, por isso, pode ser considerada uma das fontes de
informações mais importantes. Afinal, a partir dele é possível beneficiar os gestores e nós
cidadãos também.
Os gestores em organizar a transparência das atividades realizadas no governo e para os
cidadãos em poder acompanhar e ter acesso aos dados e serviços, como, por exemplo,
IPTU e emissões de certidões.

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Objetivos do arquivo público
 Transparência na divulgação da informação;
 Preservação da história e de documentos da população;
 Facilitar o acesso aos arquivos para melhor gestão pública.

Arquivo Privado
Diferente do que ocorre com o arquivo público, no arquivo privado são armazenados
documentos a partir da pessoa física e/ou jurídica (empresa). O arquivo privado é aquele
encontrado nos setores das empresas, onde constam informações do cliente e dados da
própria empresa para acesso.
O arquivo privado serve para preservar os documentos da empresa como contas,
planilhas, processos e outros dados em geral. No local é possível encontrar também
documentos dos colaboradores para o melhor controle de gestão da empresa. O arquivo
privado é de caráter particular, logo, somente pessoas autorizadas têm acesso.

TEORIA DAS TRÊS IDADES

Todo documento passa por diversas fases, desde sua produção até seu destino final, que
pode ser a eliminação ou a guarda permanente. Esse ciclo é sistematizado através da
Teoria das Três Idades, que se baseia na frequência em que cada arquivo deve ser
consultado e como é o seu uso.
Nessa teoria, os documentos são divididos em três fases: arquivos correntes, arquivos

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intermediários e arquivos permanentes.

Entenda como funciona o ciclo de vida dos documentos

O início do Século XX é marcado pela crescente produção documental na esfera


governamental norte-americana. Isto se evidencia na criação, em 1934, do Arquivo
Nacional com um volume de cerca de um milhão de metros de documentos públicos
federais sob sua custódia. A esse volume documental somava-se mais 60 mil metros por
ano, chegando a 600 mil metros anuais com a ampliação do aparelho estatal durante a
Grande Depressão e II Guerra Mundial.
Não era mais possível a manutenção de todo o volume documental produzido. Nesse
contexto surge a teoria do ciclo de vida dos documentos, conhecida como Teoria das Três
Idades, que cria condições de selecionar documentos de arquivo, dividi-los em fases
distintas e eliminar os que não possuírem mais valor primário, ou seja, a qualidade
inerente às razões de criação de todo documento.
Os arquivos correntes, compostos por documentos que ainda tramitam ou estão em uso
constante na administração, continuamente necessário às rotinas diárias fazem parte da
primeira fase em questão.
A segunda fase é composta pelos arquivos intermediários. Os documentos transferidos ao
arquivo intermediário já não possuem mais frequência de consulta, uso ou sequer
tramitam, mas ainda possuem valor legal, probatório, fiscal, arquivístico e, portanto, não
podem ser eliminados.

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Por possuírem baixa frequência de uso os documentos em fase intermediária não
precisam, necessariamente, estar no mesmo local físico onde funciona a administração,
mas devem ser organizados, acondicionados, conservados e estarem aptos para uma
rápida recuperação da informação em caso de consulta.
Os arquivos intermediários são também responsáveis por destinar os documentos sob
sua custódia. Os conjuntos documentais que já tiverem cumprido seus prazos legais
previstos nas Tabelas de Temporalidade e Destinação de Documentos – TTD podem ser
preparados, listados e, com a aprovação de autoridade competente, eliminados. Os
documentos que não são passíveis de eliminação, também previstos nas TTD, adquirem
um valor histórico-cultural e são recolhidos a um arquivo permanente, terceira fase do
ciclo de vida, onde receberão um tratamento de conservação para a guarda definitiva.

Procedimentos para Priorização dos Convênios


Os procedimentos referentes aos convênios ou contrato de repasse, utilizados na
priorização, são geralmente divididos em quatro fases.

Proposição
 Estudo das necessidades locais e definição das prioridades;
 Conhecimento da realidade socioeconômica do Município;
 Planejamento estratégico do Município;
 Envolvimento da sociedade;

Escolha dos Projetos:

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 Definição das ações mais urgentes;
 Identificação das ações mais urgentes;
 Dar prioridade às ações que contribuam com a melhoria da qualidade de vida.

Celebração – Formalização
 Onde são analisadas a necessidade e a viabilidade do objeto proposto;
 Verificação da regularidade do Município;
 Comprovação de regularidade é exigida também no momento da assinatura do
convênio e no ato de cada liberação de recursos;

Hipóteses de vedação de convênios:


 Inadimplência;
 Falta de correção do objeto social;
 Falta de condições técnicas;
 Publicidade dos atos.

Execução
Celebrado o convênio, a execução das despesas com recursos financeiros federais ou
estaduais deverão ser com a estrita observância das normas legais aplicáveis. Nesta
fase, ocorre à fiscalização do convênio e, para seu êxito, deve-se seguir à risca o
planejamento do convênio estabelecido no plano de trabalho aprovado. A utilização de
recursos em desacordo com as cláusulas de convênio é considerada falha grave.

Prestação de Contas
 Prestação de contas à sociedade;

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 Disponibilizar na web ou na sede em local de fácil visibilidade, consultas ao extrato
do convênio, com informações sobre etapas da obra, datas e valores das
liberações;
 Prestação de contas ao órgão repassador;
 Respeitar os prazos e as formalidades para a apresentação correta das prestações
de contas parcial e final é condição para se evitar atrasos, suspensão e até mesmo
a rescisão de um convênio.

Principais irregularidades
 Falhas na gestão do planejamento público e na disposição e diretrizes das ações;
 Não observância de dispositivos importantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias e
da Lei Orçamentária Anual;
 Falhas no registro dos participantes nos sistemas de gestão;
 Ausência de diretrizes mínimas;
 Plano de trabalho pouco detalhado;
 Compreensão incompleta da plurianualidade dos instrumentos e respectivos
registros e procedimentos;
 Metas insuficientemente descritas, quantitativa e qualitativamente;
 Caracterização insuficiente da situação de carência dos recursos;

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 Incompreensão de termo de referência e Projeto básico nos Projetos;
 Projeto básico e/ou termo de referência incompleto e/ou com informações
insuficientes;
 Ausência de Projeto básico e/ou termo de referência;
 Falta de comprovação da existência de contrapartida (orçamentária e financeira);
 Orçamento subestimado ou superestimado;
 Falta de controle de legalidade na emissão dos pareceres por parte do órgão
concedente.

Irregularidades e falhas mais frequentes na execução e Prestação de Contas


 Indefinição e ausência de diretrizes e manuais para a execução;
 Indefinição e ausência de regras de fiscalização e acompanhamento;
 Saque total ou parcial dos recursos do convênio sem levar em conta o cronograma
físico-financeiro de execução do objeto;
 Realização de despesas fora da vigência;
 Saque dos recursos para pagamento de despesas em espécie, sem que haja
autorização para isso;
 Utilização de recursos para finalidade diferente daquela prevista;
 Utilização de recursos em pagamento de despesas outras do convenente;
 Pagamento antecipado a fornecedores de bens e serviços;
 Transferência de recursos da conta corrente específica para outras contas;
 Retirada de recursos para outras finalidades com posterior ressarcimento;

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 Aceitação de documentação inidônea para comprovação de despesas (notas
fiscais falsas, por exemplo);
 Falta de conciliação entre os débitos em conta e os pagamentos efetuados;
 Não-aplicação ou não-comprovação de contrapartida;
 Ausência de aplicação de recursos do convênio no mercado financeiro, e falha
quanto ao prazo previsto de utilização;
 Uso dos rendimentos de aplicação financeira para finalidade diferente da prevista;
 Não devolução do saldo financeiro ao concedente;
 Aceitação e apresentação aos órgãos de controle de notas fiscais sem a
identificação do número;
 Emissão de cheque ao portador, em vez de nominal ao beneficiário;
 Alteração do objeto do convênio sem autorização, prévia, do órgão repassador;
 Pagamento sem o atesto que comprove o recebimento do objeto;
 Ausência de medições de serviços e obras e outros elementos de
acompanhamento capazes de evidenciar a execução do objeto com os recursos
federais repassados;
 Rotinas corretas para conclusão, rescisão, denúncia e cancelamento/extinção dos
instrumentos das publicações mínimas e necessárias para a prestação de contas;
 Dos prazos e das implicações para recebimento e análise das prestações de
contas;

Irregularidades e falhas mais frequentes encontradas em processos licitatórios


 Escolha inadequada da modalidade de licitação – inobservância do uso do pregão;

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 Falta de divulgação da licitação;
 Editais imprecisos, sem definição clara do objeto licitado e dos critérios de
julgamento;
 Aquisição direta de bens e serviços sem licitação;
 Dispensa indevida de licitação sob alegação de emergência;
 Ausência de, no mínimo, 3 (três) propostas válidas no convite;
 Fracionamento de despesas com fuga à modalidade de licitação (fracionar
despesas em valores que permitam realizar a licitação sob modalidade inferior à
exigida, substituindo, por exemplo, a tomada de preços devida por vários convites);
 Ausência de pesquisa de preços referenciais no mercado;
 Exigências exorbitantes no edital, restringindo o caráter de competição para
beneficiar determinada empresa;
 Permissão de participação de empresas “fantasmas” (existem no papel, sem
existência física real);
 Inobservância dos prazos para interposição de recursos;
 Ausência de documentos de habilitação das empresas participantes (contrato
social, certidões negativas de tributos);
 Direcionamento intencional da licitação para determinada empresa, com
apresentação combinada de propostas acima de mercado pelas outras
concorrentes ou, ainda, inclusão de propostas simuladas.

Irregularidades e falhas mais frequentes na contratação de terceiros


 Prorrogação de contrato após ter expirado o prazo de vigência;
 Alteração contratual após o prazo de vigência;
 Prorrogação de contratos sem previsão legal;

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 Realização de pagamentos sem cobertura contratual;
 Uso de contrato existente para execução de objeto diverso do pactuado.
 Realização de pagamentos antecipados;
 Contratação de “empresas-fantasma”;
 Aquisição de bens ou execução de obras com preços superiores aos praticados no
mercado;
 Não-exigência de regularidade fiscal, quando da realização de cada pagamento à
contratada;
 Acréscimos aos contratos de obras e/ou reformas acima dos percentuais
permitidos.

COMO REALIZAR UMA REUNIÃO

Para impedir que reuniões inacabáveis e desnecessárias aconteçam, é muito importante


entender como esse processo pode ser revertido.

Tenha objetivos claros


Em muitos casos, fala-se de tudo, menos da ação para concretizar o objetivo proposto.
Por isso, vale dizer que as reuniões mais eficazes são aquelas em que os objetivos são
claros, diretos e simples.
Quando fica declarado aquilo que espera com o encontro, podem-se ganhar minutos
preciosos para os colegas e para a empresa como um todo. Um exercício simples é, por
exemplo, compartilhar um documento prévio, que será essencial para manter todos no
caminho certo.

Questione se a sua presença é necessária

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No momento de fazer uma reunião, é muito importante o questionamento se realmente
precisa participar daquele encontro. Muitas vezes, a empresa tem uma cultura de
envolver todos do time em reuniões, mas sem a menor necessidade. Apenas as pessoas
essenciais devem estar em uma reunião e isso é muito importante para as coisas
caminhar bem.

Pense nos intervalos das reuniões


Em relação a como fazer uma reunião produtiva, muitas vezes podemos marcar
encontros sem pensar na logística. Um tempo para você ir ao banheiro, tomar um café ou
ir de um escritório para outro. Reservar ao menos 5 minutos entre as reuniões ajudará
que você se organize da melhor forma possível, a fim de contribuir para que tudo
aconteça da maneira como programou.

Estabeleça um tempo para reuniões mais produtivas


Na maioria das vezes, acreditamos que reuniões de 30 minutos são suficientes para
decidir sobre um determinado assunto — salvo em casos especiais, evidentemente. Uma
forma para deixar todos mais ligados do início ao fim é estabelecer um tempo quebrado,
como 27 minutos. Dessa forma, as pessoas tendem a aproveitar o encontro com mais
atenção e cuidado.

Tome cuidado com o PowerPoint


Em muitas situações, ficamos presos ouvindo o condutor do encontro lendo slides que
parecem intermináveis. Claro que os elementos visuais podem ser uma ótima ferramenta
para as reuniões, mas se for muito dependente do PPT é bem provável que os encontros
não rendam.

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Ofereça algum gatilho
No que diz respeito a como fazer uma reunião produtiva, uma história bem contada pode
fazer com que um tema chato possa parecer bem agradável. Por isso, é sempre
interessante oferecer algum gatilho para surpreender os participantes, de forma que todos
os presentes fiquem energizados e realmente entretidos com o assunto que será tratado
no encontro.

Altere os cenários
Reuniões realizadas nos mesmos lugares podem causa tédio nos participantes. Ainda
mais com o futuro do trabalho, os escritórios tradicionais estão se tornando coisas do
passado. Propor encontros em locais novos, como em um café, em um
coworking (compartilhamento de espaços) ou até em uma caminhada na praça perto da
empresa, pode provocar uma mudança de ritmo muito positiva para todos. A caminhada
ajuda também na criatividade.
Caminhar, aliás, também ajuda a criatividade. conforme um estudo da universidade de
Stanford. Muitos líderes adoram reuniões enquanto caminham e isso era o método
preferido de conversa de Steve Jobs.

Desconecte seu laptop


Alguns estudos indicam que estudantes que usam laptops têm mais dificuldade em
lembrar o que aprendem em palestras. Dessa forma, são menos propensos a
compreender questões mais complexas. A mesma situação também vale para o

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escritório. Ficar controlando o e-mail ou as redes sociais pode não estar totalmente
presente. Então, desde que não precise do seu laptop, desligue-o. Isso será essencial
para que esteja totalmente concentrado no encontro e não perca uma informação que
pode ser crucial para resolver as questões discutidas em uma reunião.

Tenha um líder
Grandes reuniões acontecem com grandes líderes. Alguém precisa ser responsável por
conduzir as reuniões da melhor forma possível. O líder terá a missão de conduzir o
encontro da melhor forma possível, a fim de que o objetivo seja concretizado de maneira
mais prática, rápida e eficiente.
Um bom líder é capaz de enxergar os desafios em um contexto de maneira macro. Ele
está preparado para identificar quais as tarefas podem ser delegadas para os
colaboradores. Dessa forma, todos envolvidos no processo saem ganhando.

Defina o próximo encontro


É importante ter noção de quando o próximo encontro acontecerá ou ao menos ter uma
ideia aproximada disso. Dessa forma, as pessoas do time sabem que, até a determinada
data, deverão executar algumas atividades para concretizar aquilo que foi combinado no
encontro. Nas conversas do dia a dia, faça referências ao próximo encontro, valorizando a
participação dos presentes e reforçando o papel de cada um.

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REFERÊNCIAS

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publica.htm#:~:text=Administra%C3%A7%C3%A3o%20p%C3%BAblica%20%C3%A9%20
o%20conjunto,%2C%20seguran%C3%A7a%2C%20sa%C3%BAde%2C%20etc.

https://www.politize.com.br/principios-administracao-publica/.

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/os-principios-da-
administracao-publica-no-sistema-juridico-brasileiro/.

https://www.unicesumar.edu.br/blog/gestao-publica-e-administracao-
privada/#:~:text=A%20diferen%C3%A7a%20principal%20entre%20a,lucro%20ou%20para
%20o%20consumo.

https://www.digix.com.br/gestao-de-pessoas-entenda-sua-importancia-para-o-setor-
publico/.

https://blog.ergonrh.com.br/gestao-de-pessoas-no-setor-publico/.

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https://www.politize.com.br/lei-de-responsabilidade-fiscal/.

https://migalhas.uol.com.br/depeso/291354/a-escalada-desburocratizante-da-
administracao-publica--reflexoes-sobre-a-lei-13-726-18.

https://www.effecti.com.br/modalidades-de-licitacao/.

https://monitorgov.com.br/blog/Projeto-basico-e-executivo-entenda-as-diferencas-entre-
eles/.

https://www.licitacao.net/o-que-e-dispensa-de-licitacao.

https://www.licitacao.net/edital_de_licitacao.asp.

https://waleriacosta.jusbrasil.com.br/artigos/747188739/quem-nao-pode-participar-de-

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licitacao-publica.

https://www.politize.com.br/politicas-publicas/.

https://www.concursosnobrasil.com.br/artigos/qual-diferenca-entre-administracao-direta-e-
indireta.html.

https://www.acervonet.com.br/noticias/arquivo-publico-e-privado-entenda-a-diferenca-
entre-eles.

https://www.celula.net.br/noticias/teoria-das-tres-idades-o-que-sao-arquivos-correntes-
intermediarios-e-permanentes/.

https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/conheca-o-papel-das-agencias-reguladora.

https://www.orzil.org/noticias/principais-falhas-e-irregularidades-nos-convenios-apontadas-
pelo-tcu/.

https://blog.beerorcoffee.com/2019/09/19/como-fazer-uma-reuniao-produtiva/.

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