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A Figura Da Primeira-Dama Na Construção Da Narrativa Político-Midiática Conservadora: Marcela Temer e Michelle Bolsonaro
A Figura Da Primeira-Dama Na Construção Da Narrativa Político-Midiática Conservadora: Marcela Temer e Michelle Bolsonaro
CENTRO DE HUMANIDADES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS – PPGCS
DISCIPLINA: CULTURA, MÍDIA E POLÍTICA
PROFESSORA: ELIZABETH CHRISTINA DE ANDRADE LIMA
SEMESTRE: 2021.1
1. Introdução
1Informações obtidas em artigo publicado pelo El Pais, em 2017, ano em que Marisa veio a óbito
vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) aos 66 anos de idade. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/03/politica/1486153715_076149.html Acesso em:
25/08/2021
Em um artigo veiculado pelo portal Extra, em 2011, é realizado um breve
apanhado da história de Marcela Temer, antes desta se tornar primeira-dama. O
fio condutor do texto é a visão patriarcal do pai de Marcela. Com o título “Marcela
Temer é discreta e muito feliz, diz pai da ex-miss Paulínia”2, o texto inicia focado
na beleza da esposa de Michel Temer. No decorrer do artigo, falas de seu pai
apresentam o tipo exemplar de mulher que Marcela é frente aos “bons
costumes”, ao ser uma moça reservada e obediente.
Em suma, a vida de Marcela como vice primeira-dama sempre foi tímida,
longe dos holofotes, buscando não dar muita visibilidade ao seu casamento,
talvez até para evitar polêmicas acerca dos 43 anos de diferença de idade entre
ela e Temer. Mas em 2016, que a figura de Marcela Temer salta na mídia ao ser
apresentada, antes mesmo do início do breve mandato presidencial de Michel
Temer, como um tipo exemplar de postura feminina, ao receber os adjetivos
estereóticos: “bela, recatada e do lar”, em matéria veiculada pela Revista Veja
em abril daquele ano, escrita pela jornalista Juliana Linhares.
Marcela, nos seus então 33 anos de idade, ascende ao status de primeira-
dama impulsionada numa narrativa conservadora, na qual sua beleza é
ovacionada, sua conduta reservada é elogiada e sua dedicação exclusiva ao lar
é aplaudida. “BELA, RECADA E ‘DO LAR’: A quase primeira-dama, 43 anos mais
jovem que o marido, aparece pouco, gosta de vestidos na altura dos joelhos e
sonha em ter mais um filho com o vice”, esta é cabeça do artigo a qual a narrativa
de Marcela começa a ser construída nesse novo ambiente político.
6 Não foram encontrados materiais que nos fornecessem aporte para traçarmos um perfil da
jornalista. A não ser seu perfil na rede social de currículo Linkedin, onde temos a informação que
a ela atuou na Revista Veja de 2013 à 2017 e na Folha de 2018 à 2019.
agressivo e bruto, mas que ao lado de uma bela mulher, uma mulher evangélica
como a jornalista enfatiza, ele é um homem sentimental.
Que fique claro que não estamos analisando o conteúdo dos materiais
jornalísticos escolhidos, mas os seus títulos e a narrativa que eles constroem.
De modo que, podemos ver claramente que houve sim uma continuidade
discursiva do enunciado desenvolvido na revista Veja em 2016.
Ao equiparar Marcela e Michelle, de cara podemos destacar a coincidência
das duas personagens se encaixarem nos estereótipos de “mulher troféu”, ou
seja, duas mulheres brancas, cisgênero, loiras, magras, “bem-comportadas”,
dedicadas a família e mais jovens que seus esposos.
5. Conclusão
REFERÊNCIAS: