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Logística Reversa e Sustentabilidade: Prof João Carlos Barreto
Logística Reversa e Sustentabilidade: Prof João Carlos Barreto
Logística Reversa e
Sustentabilidade
Profa João Carlos Barreto
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Logística Reversa e Sustentabilidade
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Sumário
Ciclos fechados na fase de produção 5
Aspectos gerenciais 6
Aspectos técnicos 6
Aspectos operacionais 6
Classificação dos Produtos Retornados 8
Diferenças entre fluxo direto e reverso 8
Relação entre Custos Logísticos Diretos e Reversos 9
Logistica reversa de pós-venda 10
Legislação ambiental: 10
Tabela 1 – Percentual de Retorno de Produtos. 12
Tabela 2 – Fatores críticos para a eficiência do processo de logística reversa. 13
Bons Controles de Entrada 13
Processos padronizados e mapeados 13
Tempo de ciclo reduzidos 13
Sistemas de informação 14
Rede logística planejada 14
Relações colaborativas entre clientes e fornecedores 14
Logistica reversa – estratégia 18
Instrumento para Aumentar Lucratividade: 19
Protocolo de Kyoto 23
Sustentabilidade no Brasil 24
Desenvolvimento Sustentável 26
Desenvolvimento X Sustentabilidade? 27
Dimensões da Sustentabilidade 28
Sustentabilidade Social 28
Sustentabilidade Econômica 28
Sustentabilidade Ecológica 29
Sustentabilidade Espacial 29
Sustentabilidade Cultural 29
Responsabilidade Socioambiental 30
Terceiro Setor 30
Fundações 31
Entidades Beneficentes 31
Fundos Comunitários 31
Entidades Sem Fins Lucrativos 31
ONG’s (Organizações Não Governamentais) 31
Empresas com Responsabilidade Social 31
Pessoas Físicas 32
Política Ambiental 32
Legislação Ambiental 32
Certificações 33
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Logística Reversa e Sustentabilidade
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Caro aluno, neste módulo iremos tratar de um assunto venda até seus centros de distribuição. As siderúrgicas
muito importante e interessante: LOGÍSTICA REVERSA. usam como insumo de produção, em grande parte, a su-
Logística Reversa também conhecida como logística verde cata gerada por seus clientes e, para isso, usam centros
e ligada às questões de SUSTENTABILIDADE. coletores de carga.
• Refugo de produção;
Por exemplo, fabricantes de bebidas têm de gerenciar • Produtos defeituosos - não atendem aos padrões
todo o retorno de embalagens (garrafas) dos pontos de de qualidade.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
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Logística Reversa e Sustentabilidade
2. AUTOMÓVEIS.
3. ELETRODOMÉSTICOS.
4. COMPUTADORES E PERIFÉRICOS.
5. BATERIAS DE AUTOMÓVEIS.
6. EMBALAGENS DESCARTÁVEIS.
7. RESÍDUOS INDUSTRIAIS.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Existe uma clara tendência de a LEGISLAÇÃO AMBIENTAL caminhar no sentido de tornar as empresas cada vez
mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos. Isso significa ser legalmente responsável pelo seu destino
após a entrega dos produtos aos clientes e pelo impacto que estes produzem no meio ambiente.
Um segundo aspecto diz respeito ao aumento da consciência ecológica dos consumidores, que esperam que as em-
presas reduzam os impactos negativos de sua atividade no meio ambiente. Isso tem gerado ações por parte de algumas
empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta”.
Os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de
produtos. Essa é uma vantagem percebida na qual os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela existência
de produtos danificados. Isso envolve, é claro, uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos
retornados.
Esta é uma tendência que se reforça pela existência de legislação de defesa dos consumidores, garantindo-lhes o
direito de devolução ou troca.
Legislação ambiental:
• CEE - Diretiva 94/12, OCDE/2001 - Extended Producer Responsibility - EPR: embalagens e resíduos de embalagens.
• Lei no. 3.369 - 07/01/2000 - Estado do RJ (garrafas e embalagens plásticas); Lei 10.813 (a partir de 25/05/2002) -
Estado de SP (amianto em componentes automotivos).
• Ecoeficiência em Cadeias Produtivas (Cap 4 - Tópicos emergentes e desafios metodológicos em engenharia de pro-
dução: casos, experiências e proposições - Volume IV, ABEPRO, 2011 – no prelo)
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Logística Reversa e Sustentabilidade
As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas – REDUÇÃO
DE CUSTOS. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para
produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.
Além disso, os reforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem produzir também
retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados.
Caro aluno, agora iremos tratar do processo de Logística Reversa e o conceito de CICLO DE VIDA.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Por trás do conceito de logística reversa está um con- Todas essas alternativas geram materiais reaproveita-
ceito mais amplo, que é o do “ciclo de vida”. A vida de um dos, que entram de novo no sistema logístico direto. Em
produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua último caso, o destino pode ser o seu descarte final.
entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danifi-
Bem, agora para fixar melhor todas essas questões e
cados, ou não funcionam e devem retornar ao seu ponto
principalmente sobre o ciclo de vida do produto e o pro-
de origem para serem adequadamente descartados, re-
cesso logístico reverso assista o vídeo a seguir.
parados ou reaproveitados. Do ponto de vista financeiro,
fica evidente que além dos custos de compra de matéria-
-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o vídeo fonte
ciclo de vida de um produto inclui também outros custos
http://www.youtube.com/watch?v=QCoQgRuu050
que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu
fluxo reverso.
A natureza do processo de logística reversa, ou seja,
Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de ava- quais as atividades que serão realizadas dependem do tipo
liar qual o impacto de um produto sobre o meio ambiente de material e do motivo pelo qual estes entram no siste-
durante toda a sua vida. ma. Os materiais podem ser divididos em dois grandes
grupos: produtos e embalagens. No caso de produtos, os
Essa abordagem sistêmica é fundamental para planejar
fluxos de logística reversa se darão pela necessidade de
a utilização dos recursos logísticos de forma a contemplar
reparo, reciclagem, ou porque, simplesmente, os clientes
todas as etapas do ciclo de vida dos produtos Nesse con-
os retornam.
texto, podemos então definir logística reversa como sendo
A tabela 1 abaixo mostra taxas de retorno devido a
o processo de planejamento, implementação e controle do
clientes, típicas de algumas indústrias. Note que as taxas
fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos
de retorno são bastante variáveis por indústria e que, em
acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consu-
algumas delas, como na venda por catálogos, o geren-
mo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar
ciamento eficiente do fluxo reverso é fundamental para o
valor ou realizar um descarte adequado.
negócio.
O processo de logística reversa gera matérias reapro-
veitadas que retornam ao processo tradicional de supri- Tabela 1 – Percentual de Retorno de Produtos.
mentos, produção e distribuição.
ções em que estes entram no sistema de logística reversa. Produtos eletrônicos 04 - 05%
Os materiais podem retornar ao fornecedor quando O fluxo reverso de produtos também pode ser usa-
houver acordos nesse sentido; podem ser revendidos se do para manter os estoques reduzidos, diminuindo o risco
ainda estiverem em condições adequadas de comerciali- com a manutenção de itens de baixo giro.
zação; podem ser recondicionados, desde que haja jus-
tificativa econômica; podem ser reciclados se não houver
possibilidade de recuperação.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Esta é uma prática comum na indústria fonográfica. Tabela 2 – Fatores críticos para a eficiência do
Como essa indústria trabalha com grande número de itens processo de logística reversa.
e de lançamentos, o risco dos varejistas ao adquirir esto-
que se torna muito alto. Para incentivar a compra de todo
o mix de produtos, algumas empresas aceitam a devo- Processos Ciclo de
Bons Controles
Mapeados e Tempo
lução de itens que não tiverem bom comportamento de de Entrada
Formalizados Reduzido
venda. Embora esse custo da devolução seja significativo,
acredita-se que as perdas de vendas seriam bem maior
Relações
caso não se adotasse essa prática. Sistemas de Rede
Colaborativas
Informação Logística
No caso de embalagens, os fluxos de logística rever- entre Clientes e
Acurados Planejada
Fornecedores
sa acontecem basicamente em função da sua reutiliza-
ção ou devido a restrições legais, como na Alemanha,
por exemplo, que impede seu descarte no meio am-
Bons Controles de Entrada
biente. Como as restrições ambientais no Brasil com re-
No início do processo de logística reversa, é preciso
lação a embalagens de transporte não são tão rígidas,
identificar corretamente o estado dos materiais que retor-
a decisão sobre a utilização de embalagens retornáveis
nam para que estes possam seguir o fluxo reverso correto
ou reutilizáveis se restringe aos fatores econômicos.
ou mesmo impedir que materiais que não devam entrar
Existe uma grande variedade de contêineres e embalagens
no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos que
retornáveis, mas que têm um custo de aquisição conside-
poderão ser revendidos, produtos que poderão ser re-
ravelmente maior que as embalagens oneway. Entretanto,
condicionados ou que terão de ser totalmente reciclados.
quanto maior o número de vezes que se usa a embalagem
Sistemas de logística reversa que não possuem bons con-
retornável, menor o custo por viagem, que tende a ficar
troles de entrada dificultam todo o processo subseqüente,
menor que o custo da embalagem oneway.
gerando retrabalho. Podem também ser fonte de atritos
entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre
as causas dos retornos. Treinamento de pessoal é ques-
tão-chave para a obtenção de bons controles de entrada.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
geração de caixa (pela venda de sucata, por exemplo) e Os varejistas tendem a considerar que os danos são cau-
ocupam espaço, dentre outros aspectos. Fatores que levam sados por problemas no transporte ou mesmo por defei-
a altos tempos de ciclo são controles de entrada ineficien- tos de fabricação. Os fornecedores podem suspeitar que
tes, falta de estrutura (equipamentos, pessoas) dedicada ao esteja havendo abuso por parte do varejista ou que isto
fluxo reverso e falta de procedimentos claros para tratar as é conseqüência de um mau planejamento. Em situações
“exceções” que são, na verdade, bastante freqüentes. extremas, isso pode gerar disfunções como a recusa para
aceitar devoluções, o atraso para creditar as devoluções e
a adoção de medidas de controle dispendiosas.
Sistemas de informação
Fica claro que práticas mais avançadas de logística re-
A capacidade de rastreamento de retornos, medição versa só poderão ser implementadas se as organizações
dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornece- envolvidas desenvolverem relações mais colaborativas.
dores (avarias nos produtos, por exemplo) permite obter
informação crucial para negociação, melhoria de desem-
penho e identificação de abusos dos consumidores no
retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir esses
sistemas de informação é um mesmo desafio. Praticamen-
te inexistem no mercado sistemas capazes de lidar com o
nível de variações e flexibilidade exigida pelo processo de
logística reversa.
Relações colaborativas entre clientes e No Brasil, mais recentemente, seu interesse empresa-
fornecedores rial te sido demonstrado por inúmeras palestras, seminá-
rios, associações, empresas e universidades e o interesse
No contexto dos fluxos reversos que existem entre va- acadêmico pela sua inclusão como disciplina curricular em
rejistas e indústria, onde ocorrem devoluções causadas cursos de especialização em logística empresarial.
por produtos danificados, surgem questões relacionadas Entendemos a logística reversa como a área da lo-
ao nível de confiança entre as partes envolvidas. São co- gística empresarial que planeja, opera e controla o flu-
muns conflitos relacionados à interpretação de quem é a
xo de as informações logísticas correspondentes, do
responsabilidade sobre os danos causados aos produtos.
retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao
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Logística Reversa e Sustentabilidade
ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos Tereflalato) usadas como embalagem de refrigerantes e
canais de distribuição reversos, agregando-lhes valo- outras bebidas, iniciou-se em 1989 e alcançou níveis de
res de diversas naturezas: econômico, ecológico, le- produção de 6 milhões de garrafas por ano em 1998, o
gal, logístico, de imagem corporativa, entre outras. que corresponde a mais de 70% da embalagem do setor
Sendo a literatura ainda escassa e dispersa nesta área, o de refrigerantes. Este expressivo crescimento é devido
foco principal desta série de artigos é o de apresentar uma principalmente à sua transparência e duas vantagens
sistematização e estruturação dos principais conceitos, re- logísticas na distribuição direta, substituindo a embalagem
sumindo não só a literatura existente como os exemplos, de vidro retornável.
casos e aplicações da logística reversa em empresas in-
ternacionais e nacionais, fruto de um intenso trabalho de
pesquisa que temos realizado nos últimos anos.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Explica-se, desta forma, a crescente implementação da estoques em canais propicia excelentes resultados econô-
logística reversa em empresas líderes do mercado em di- micos quando direcionada às regiões de melhor giro, tanto
versos setores, constituindo-se parte integrante de suas no mercado nacional como em mercados internacionais,
estratégias empresariais. aproveitando a diferença de estações climáticas entre he-
A natureza de VALOR AGREGADO, ou recapturado, misférios.
varia entre os setores empresariais e em seus diversos
segmentos de negócios. Em conseqüência, observam-se O objetivo estratégico econômico na logística reversa
um espectro de aplicações e de interesses na implementa- de pós-consumo pode se constituir, por exemplo, na eco-
ção e de interesses na implementação de retorno de bens nomia realizada pelo aproveitamento de ligas de chumbo
de pós-venda e de pós-consumo, bem como diferentes es- de baterias usadas – que são reutilizadas integralmente
tágios tecnológicos de aplicação da logística reversa entre na fabricação de baterias novas, de ligas de alumínio das
os diversos setores empresariais. latas de bebidas descartadas - igualmente utilizadas na
Certamente, o objetivo estratégico econômico, ou de fabricação de latas novas. Esses casos ou setores em que
agregação de valor monetário, é o mais evidente na im- o produto de pós-consumo é aproveitado devido à sua
plementação da logística reversa nas empresas. Porém, matéria-prima constituinte representam normalmente es-
observa-se que mais recentemente dois novos fatores in- tratégias de viabilidade econômica do setor. O comércio
centivam decisões empresariais em sua adoção: o fator de bens durável usados, como automóveis e máquinas
secundários de ponta de estoques, outlets e lojas de “tudo ciliando as operações. Estas empresas se encarregam da
por 1 dólar”. A redistribuição proveniente de excesso de desinstalação de produtos usados, da seleção e do destino
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Logística Reversa e Sustentabilidade
a ser dado aos produtos e componentes. Em alguns casos, descartados, como matéria-prima secundária na fabrica-
os equipamentos serão submetidos a reparos nos centros ção de novos produtos, como fibras de poliéster para ta-
de distribuição regionais e destinado à locação de equipa- petes, acolchoados, confecções esportivas, agasalhos, etc.
mentos usados, enquanto em outros casos o equipamento O objetivo ecológico ou de imagem corporativa na lo-
é enviado para um dos centros nacionais de distribuição gística reversa constitui-sede ações empresariais que vi-
reversa, onde será realizada nova seleção e destino.
sam contribuir com a comunidade pelo incentivo à reci-
clagem de materiais, às alterações de projeto para reduzir
impactos ao meio ambiente, entre outros.
As empresas Dupont e Welman, nos Estados Unidos, Empresas de óleo lubrificante, lâmpadas fluorescentes,
adotaram a logística reversa como estratégia em suas em- bateria de celulares, entre outros produtos, no Brasil são
presas, montando redes reversas que permitem a recu- responsáveis pela logística reversa de retorno de seus pro-
peração de valor de filmes e outros produtos de poliéster dutos de pós-consumo de acordo com legislação expressa.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Agora meus caros alunos, vamos ver a importância Acrescentando a estes dados do segmento de pós-
economica da Logística reversa. -venda outros exemplos na área da logística reversa de
pós-consumo, tal como a indústria de ferro/aço – que con-
some mais de 30% de matérias-primas secundárias -, a
indústria do alumínio (cerca de 20%), a do plástico (cerca
de 20%), pode-se avaliar a importância para estes setores
do fluxo de matérias-primas secundárias garantidas pela
logística reversa na mesma proporção com que compõem
o produto de venda destes setores.
Os dados econômicos sobre logística reversa aqui Sendo áreas de longa tradição, muitas vezes os valores
apresentados, baseiam-se em estimativas projetadas por econômicos envolvidos na atividade são considerados par-
algumas pesquisas realizadas nos Estados Unidos, e em te integrante do negócio do setor.
pesquisas em logística reversa de pós-consumo em alguns
setores no Brasil. Como os dados são setoriais e o interes-
se é recente, acreditamos que as estimativas atuais sejam Logistica reversa – estratégia
ainda conservadoras. No entanto, pode-se inferir o poten-
cial de ganho e as oportunidades de desenvolvimento nes- Papel Estratégico dos Retornos
ta nova área.
• Razões Competitivas 65,2%
Nos Estados Unidos, pesquisas estimam em cerca de
US$ 35 bilhões os custos de retorno de bens, ou, cerca de • Canal “Limpo” a jusante na CS 33,4%
0,5% do PNB do país, ou 4% dos custos logísticos totais • Proteger a Margem 18,4%
(US$ 862 bilhões).
• Aspectos de disposição legal 28,9%
Somente o mercado de peças de automóveis remanufa-
turadas naquele país foi de US$ 36 bilhões, de acordo com • Política de longo prazo é mais que resposta tática
a Automobile Parts Rebuilders Association, com a atuação ou operacional a um problema ou situação.
de 12 mil empresas dedes montagem de automóveis e de
• Manter o produto “novo” e interessante ao cliente.
remanufatura de peças em atividade atualmente o país.
• Reduzir risco dos participantes da cadeia de supri-
Pesquisa em setores compreendendo computadores,
mentos a jusante de comprar produtos que não
equipamentos de rede, equipamentos de automação, em-
conseguem vender.
balagens retornáveis e eletrodomésticos da “linha branca”,
ainda nos Estados Unidos, estimou que o custo total da • Permitir ao cliente o retorno do produto, manten-
logística reversa foi de US$4,7 bilhões. do estoques baixos e compras JIT.
O instituto de pesquisa em informática Gartner Group • Aumentar a capability em logística reversa au-
prevê um valor de US$11 bilhões de retorno de bens no menta o custo do cliente em trocar de fornecedor.
segmento do e-commerce nos Estados Unidos, um dos se- Exemplo: aceitar de volta produto defeituoso ou
tores de maior potencial para a logística reversa. não-vendido e creditar valor ao cliente.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
• Reciclagem de embalagens
Então agora vamos ver alguns vídeos sobre Logística Reversa para exemplificar e fixar alguns conceitos.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Durante as décadas de 1970 e 1980 tornou-se cada vez temperadas subtropicais e tropicais e 40% das pastagens
mais claro que os recursos naturais estavam sendo dilapida- temperadas foram convertidas para a agricultura. Espe-
dos em nome do “desenvolvimento”. Estavam se produzindo cialistas em meteorologia têm fortes razões para acreditar
mudanças imprevistas na atmosfera, nos solos, nas águas, que a mudança de clima, em conseqüência do desmata-
entre as plantas e os animais e nas relações entre todos eles. mento amazônico esteja afetando o regime de chuvas
Foi necessário reconhecer que a velocidade da transforma- em toda a América do Sul, inclusive na Bacia do Prata. A
ção era tal que superava a capacidade científica e institucio- fumaça das queimadas também estaria alcançando o sul
nal para minimizar ou inverter o sentido de suas causas e do continente, com graves conseqüências para o clima
efeitos. Estes grandes problemas ambientais incluem: do planeta;
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Logística Reversa e Sustentabilidade
Tais discussões ganharam tanta intensidade que leva- timos ao crescimento contínuo dos primeiros. Assim, foi
ram a ONU a promover uma Conferência sobre o Meio bem aceito pela comunidade internacional.
Ambiente em Estocolmo (1972).
No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Não é possível pretender resolver os problemas am-
Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), apresentou bientais de forma isolada. É necessário introduzir uma
um relatório que diz “desenvolvimento sustentável é de- nova abordagem decorrente da compreensão de que a
senvolvimento que satisfaz as necessidades do presente existência de certa qualidade ambiental está diretamen-
sem comprometer a capacidade de as futuras gerações te condicionada ao processo de desenvolvimento adotado
satisfazerem suas próprias necessidades”. O relatório não pelas nações.
apresenta as críticas à sociedade industrial que caracteri- O modo como se dá o crescimento econômico, compro-
zaram os documentos anteriores; demanda crescimento metendo o meio ambiente, seguramente prejudica o pró-
tanto em países industrializados como em subdesenvolvi- prio crescimento, pois inviabiliza um dos fatores de pro-
dos, inclusive ligando a superação da pobreza nestes úl- dução: o capital natural. Natureza, terra, espaço devem
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Logística Reversa e Sustentabilidade
compor o processo de desenvolvimento como elementos Logo, a educação ambiental que tenha por objetivo in-
de sustentação e conservação dos ecossistemas. A degra- formar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas (e
dação ou destruição de um ecossistema compromete a possíveis soluções) existentes em sua comunidade, bus-
qualidade de vida da sociedade, uma vez que reduz os cando transformar essas pessoas em indivíduos que par-
fluxos de bens e serviços que a natureza pode oferecer à ticipem das decisões sobre seus futuros, exercendo desse
humanidade. modo o direito a cidadania torna-se instrumento indispen-
sável no processo de desenvolvimento sustentável.
Logo, um desenvolvimento centrado no crescimento
econômico que relegue para segundo plano as questões Bom caros alunos vamos ver agora sobre as CONFE-
denominado de desenvolvimento, pois de fato trata-se de A partir do século XX, o processo de industrialização que
mero crescimento econômico. Pode-se considerar, portanto, foi iniciado no XIX com a Revolução Industrial, se acentuou.
desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento O período entre guerras (1919-1939) foi marcado pela crise
que tratando de forma interligada e interdependente econômica em 1929, recessão e desemprego em massa nos
as variáveis econômica, social e ambiental é estável e EUA e Europa. Após a Segunda Guerra (1940-1945) os Es-
equilibrado garantindo melhor qualidade de vida para as tados Unidos e a União Soviética despontam como as gran-
gerações presentes e futuras. des potências industriais, uma vez que a Europa estava em
“reconstrução”. Com a experiência socialista na URSS man-
É certo que a implementação do desenvolvimento sus- teve-se até fins da década de 1980 dois sistemas políticos
tentável passa necessariamente por um processo de dis- e econômicos distintos e antagônicos. A tensão decorrente
cussão e comprometimento de toda a sociedade uma vez da concorrência entre as duas potências ficou conhecida na
que implica em mudanças no modo de agir dos agentes História como Guerra Fria.
sociais. No processo de implementação do desenvolvimen-
Foi com a criação da Organização das Nações Unidas
to sustentável a educação ambiental torna-se um instru-
(ONU) nos anos 50, com vários organismos internos que se
mento fundamental.
iniciam programas específicos para o estudo do desenvolvi-
mento econômico e das conseqüências ambientais da indus-
O sucesso das ações que devem conduzir ao desenvol-
trialização. Os relatórios e conferências específicos sobre a
vimento sustentável dependerá em grande parte da influ-
questão ambiental surgem a partir dos anos 70. Vamos ver
ência da opinião pública, do comportamento das pessoas,
as mais importantes:
e de suas decisões individuais. Mesmo considerando que
existe certo interesse pelas questões ambientais há que
reconhecer a falta de informação e conhecimento dos pro- • Clube de Roma (1972);
blemas ambientais.
• Ecodesenvolvimento (1973);
• Dag-Hammarskjöld (1975);
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Logística Reversa e Sustentabilidade
fevereiro desse ano (2005), como um acontecimento mar- anos após o informe (1997) em Kyoto no Japão, é assi-
cante para a tentativa de solução dos problemas ambien- nado o Protocolo de Kyoto. Nele tem-se pela primeira vez
tais advindos da industrialização. um acordo que compromete os países do Norte a reduzir
suas emissões. As negociações em torno das metas para
Vejamos a seguir os pontos mais importantes da dis- essa diminuição permaneceram em discussão ainda por
cussão apresentados pelos relatórios e suas sugestões seis anos. Basicamente o protocolo “compromete a uma
para a resolução desses problemas. série de nações industrializadas a reduzir suas emissões
em 5,2% em relação aos níveis de 1990 para o período
de 2008-2012. Esses países devem mostrar um progresso
visível no ano de 2005, ainda que não se tenha chegado a
um acordo sobre o significado desse item”.
Em 1990 aparece o primeiro informe com colabora- • reforma dos setores de energia e transportes;
ção científica internacional. O IPCC (sigla em inglês para
Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática) ad- • promoção do uso de fontes energéticas renováveis;
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Logística Reversa e Sustentabilidade
“Segundo o acordo, caso um país não cumpra a meta O relatório aborda a questão ambiental no Brasil e no
no primeiro período de compromisso, ele teria de pagar mundo, trazendo informações sobre as ações que estão
a dívida no segundo, já que o protocolo prevê uma nova sendo tomadas pelos executivos atuantes em grandes em-
etapa com a estipulação de cortes além de 2012”. O Brasil presas brasileiras.
assinou a carta de ratificação do acordo em 23 de julho de
Trabalho baseado em amplo levantamento de dados e
2002. Mesmo não sendo obrigado a reduzir sua emissão
em entrevista realizadas com 109 executivos de logística
de gases por ser um país em desenvolvimento. No entan-
das maiores indústrias do País.
to, é responsável pela produção de 250 milhões de tonela-
das de carbono – dez vezes menos que os EUA. Capítulo 1 - Análise estruturada da questão ambiental
no planeta, discutida de forma macro e abrangente. Apre-
Os programas desenvolvidos pelo governo brasileiro senta-se as emissões de gases de efeito estufa em diversos
para “implantação da convenção do clima” são: países, as matrizes de emissões e sua projeção para 2030.
talistas acentua a influência humana nas mudanças cli- Analisadas as emissões causadas pelo transporte no
máticas e a responsabilidade dos países industrializados. Brasil, comparativamente com outros países. Análise das
Uma crítica à abordagem dos problemas ambientais e do ações do governo brasileiro em prol de um crescimento
desenvolvimento pode ser feita se considerarmos os efei- sustentável, englobando questões voltadas à legislação e
tos históricos de todo o processo. Em 2012 quando o prazo fiscalização.
para os primeiros resultados terminar é que poderemos
Capítulo 3 - Apresenta os resultados das entrevistas
avaliar com certeza o alcance dessas medidas.
feitas com os executivos de logística do Brasil.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
tentam encontrar respostas para seus problemas locais. O tização. Algumas campanhas tiveram atuação nacional,
movimento ambiental soma-se aos outros movimentos do como a Campanha Nacional contra o Desmatamento da
período; moradia, transporte, saúde, etc. Segundo Pedro Amazônia em 1978; contra a inundação de Sete Quedas no
Jacobi, “a aproximação das lutas ambientais e sociais no rio Paraná (1979-1983). Também contra a construção das
Brasil, deu origem ao socioambiental ismo”. A partir dos usinas nucleares no Rio de Janeiro no período 1977-1985.
anos 90 houve uma crescente influência na “promoção de
estratégia para um novo estilo, sustentável, de desenvol- Segundo Jacobi essas campanhas obtiveram repercus-
vimento”. são internacional e ajudaram na multiplicação depressões
contra o governo brasileiro. Na década de 1980, com a crise
econômica e a crítica em relação ao modelo de desenvol-
vimento adotado surgem também maiores pressões inter-
nacionais para a crise ambiental.Houve articulações entre
Organizações Não Governamentais (ONGs) européias e nor-
te-americanas com as entidades brasileiras. Caracterizou-se
também, esse período, por “iniciativas para aprimorar os
instrumentos legais de gestão ambiental” (legislação), es-
colha de parte dos ambientalistas em entrar em instituições
políticas (Partido Verde) e uma buscadas ONGs ambientalis-
tas em se profissionalizar e se aproximar das ONGs sociais.
Uma das deficiências do movimento ambientalista era não
Esse movimento teria tido maior relevância na socie- possuir “nenhum diálogo ou repercussão na população mais
dade brasileira em meados da década de 70, quando os excluída, levando muito pouco em consideração as dimen-
primeiros grupos estruturados aparecem e com o estímulo sões socioeconômicas da crise ambiental”.
da Conferência de Estocolmo em 1972. Houve uma con-
fluência entre as agências ambientais estatais e algumas Desde os anos 1990, no entanto, o movimento ambien-
entidades ambientalistas. Essa relação, no entanto, dava- talista brasileiro teria conseguido superar essas barreiras.
-se em termos de conflito e cooperação. “A principal crítica Haveria uma série de parcerias estabelecidas entre os am-
é à excessiva tolerância com as indústrias pela poluição bientalistas e as ONGs ou movimentos sociais. Exemplos:
provocada e à morosidade dos processos de fiscalização. (a) aproximação entre com os seringueiros da Amazônia e
o apoio das ONGs à criação das reservas extrativistas (que
A cooperação se fortalece a partir de aproximações res-
teriam ficado conhecidas internacionalmente após o assassi-
tritas a pequenos grupos da sociedade civil e pessoas que,
nato de Chico Mendes em 22 de dezembro de 1988); (b) in-
dentro das estruturas federal e estadual, acreditavam na
teração das ONGs com o Movimento Indígena, incorporando
importância de proteger o meio ambiente. Outras ques-
a luta tradicional dos índios pela proteção de suas terras e a
tões diretamente ligadas ao agravamento da degradação
preservação do meio ambiente; (c) aproximação com setores
ambiental, tais como crescimento populacional e déficit de
do Movimento dos Sem Terra (MST), incluindo a “variável
saneamento, não faziam parte da agenda dessas organiza-
ambiental na luta pelo acesso a terá”; e, (d) aproximação
ções, contribuindo para uma visão limitada da realidade”.
junto a diversas associações de bairro, que procurariam ago-
ra incluir a questão ambiental em suas demandas.
Esses grupos se concentravam na região sul-sudeste
e eram compostos por ativistas que desenvolviam uma Como podemos perceber pela enumeração de ações e
série de atividades. Exemplo: comunidades rurais, educa- parcerias, haveria uma tendência no movimento brasileiro
ção ambiental, trabalhos de proteção e recuperação de em buscar uma ampliação de suas ações, nos âmbitos po-
ambientes degradados, proteção a ambientes ameaçados lítico e social. No entanto, muitos desafios ainda precisa-
etc. Muitas ações eram feitas como denúncias e conscien- riam de solução. “O socioambientalismo do século XXI tem
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Logística Reversa e Sustentabilidade
uma complexa agenda pela frente. De um lado, o desafio viverem em harmonia no conceito de desenvolvimento
de ter uma participação cada vez mais ativa na governabi- sustentável. Hoje, a clássica questão econômica da es-
lidade dos problemas socioambientais e na busca de uma cassez tem um enorme peso sobre oprocesso decisório
ambientalização dos processos sociais. De outro, a neces- dos agentes econômicos, sejam famílias ou empresas. Por
sidade de ampliar o escopo de sua atuação com enge- essa razão, compreender cada um destes conceitos aju-
nharias institucionais que ampliem seu reconhecimento na da a explicar a intrincada rede de ações e reações que a
sociedade e estimulem o engajamento de novos atores”. sociedade humana criou e as necessidades de construção
Temos, assim, uma introdução à história do movimen- de um modelo econômico sustentado. Dessa forma, antes
to ambientalista no Brasil. As implicações da ideologia de apresentar definições do assunto em foco desta apos-
adotada pelo movimento que podemos identificar como tila, éfundamental desviarmos nosso olhar para os dois
uma mistura entre o biocentrismo e o antropocentrismo, conceitos construtores da expressão que tem produzido a
identifica-se, por sua vez, nas ações que são realizadas maior revolução no uso dos fatores de produção desde a
sustentabilidade e a gestão de recursos, como dito aci- O debate acerca do conceito de desenvolvimento é
ma, são as palavras de ordem para qualquer ação que bastante rico no meio acadêmico, principalmente quanto à
seja direcionada ao meio ambiente. Principalmente, para distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico,
que estas possam ser aceitas pelos organismos governa- pois muitos autores atribuem apenas os incrementos cons-
mentais. Muito da discussão em torno do desenvolvimento tantes no nível de renda como condição para se chegar
sustentável incentiva aparticipação da sociedade civil. Até ao desenvolvimento, sem, no entanto, se preocuparcomo
mesmo, aponta essa participação como essencial na solu- tais incrementos são distribuídos. Deve-se acrescentar que
ção da crise ambiental. apesar das divergências existentes entre as concepções de
desenvolvimento, elas não são excludentes. Na verdade,
A variedade de ONGs, movimentos e grupos especializa-
em alguns pontos, elas se completam.
dos em ações protecionistas e de cobrança para aplicação
das legislações adequadas, criaria aimpressão de um amplo O desenvolvimento, em qualquer concepção, deve re-
movimento favorável às indicações do Nosso Futuro Co- sultar do crescimento econômico acompanhado de melho-
mum. No entanto, de 1987 a 2005 percebemos que há uma ria na qualidade de vida, ou seja, deve incluir “as altera-
distância muito grande entre o discurso das Nações Unidas ções da composição do produto e a alocação de recursos
e a realidade global. Principalmente, dos países periféricos. pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar
os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza,
Nos países periféricos muito da questão ambiental, mes-
desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimenta-
mo com as ações dos movimentos ecológicos, perde ênfase
ção, educação e moradia). Os debates sobre o desenvolvi-
ao ser confrontado com os problemas da miséria edistri-
mento econômico foram acirrados no período posterior à
buição desigual das riquezas. Os partidos políticos com en-
segunda grande guerra.
foque ambiental, como oPartido Verde (PV) brasileiro não
Com o término do conflito bélico, que foi resultado de
atinge as camadas da população mais pobres. Mantendo-se
fatores econômicos, políticos e históricos muito profundos,
como demanda identificada com as classes média.
que não cabe analisar aqui, otema foi encarado por todos
os países, principalmente os aliados, que visavam livrar
omundo, e, obviamente, seus próprios territórios, dos pro-
blemas que os perseguiam (e ainda perseguem) nos perí-
odos anteriores: guerra, desemprego, miséria, discrimina-
Desenvolvimento Sustentável ção racial, desigualdades políticas, econômicas e sociais.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
para que todos os homens possam desfrutar de segurida- necessidades do presente sem comprometer a possibilida-
de econômica e social. Tais intenções foram reafirmadas de de gerações futuras atenderem suas próprias necessi-
em diversas declarações e conferências que sucederam o dades, sobretudo as necessidades dos mais pobres”.
período de guerra. O debate sobre o tema é acirrado pela Visa promover a harmonia entre os seres humanos e
conceituação econômica do termo desenvolvimento. a natureza. É a fusão do crescimento econômico com res-
Os economistas vêem surgir a necessidade de elaborar ponsabilidade ambiental, social e espacial.
um modelo de desenvolvimento que englobe todas as va-
Esse conceito foi apresentado em 1987 no Relatório
riáveis econômicas e sociais. Sob o prisma econômico, de-
Brundtland – Nosso Futuro Comum, que foi elaborado pela
senvolvimento é, basicamente, aumento do fluxo de renda
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-
real, isto é, incremento na quantidade de bens e servi-
mento, criada pelas Nações Unidas e presidida pela então
ços por unidade de tempo à disposição de determinada
Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlen Brundtland. Esta
coletividade.O desenvolvimento deve ser encarado como
ação faz parte de uma série de iniciativas que reafirmam
um processo complexo de mudanças etransformações de
uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado
ordem econômica, política e, principalmente, humana e
pelos países industrializados e reproduzido pelas nações
social.Desenvolvimento nada mais é que o crescimento –
em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso ex-
incrementos positivos no produto e na renda – transfor-
cessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade
mado para satisfazer as mais diversificadas necessidades
de suporte dos ecossistemas.
do ser humano,tais como: saúde, educação, habitação,
transporte, alimentação, lazer, dentre outras. Fica muito claro, nessa visão das relações homem-meio
ambiente, que não existe apenas um limite mínimo para
É desta maneira que o desenvolvimento passa a ser
o bem-estar da sociedade; há também um limite máximo
entendido como uma resultante do processo de cresci-
mento, cuja maturidade se dá ao atingir o crescimento para a utilização dos recursos naturais, de modo que se-
auto-sustentado, ou seja, talvez alcançar a capacidade de jam preservados. Os pontos centrais do conceito de de-
crescer sem fim, de maneira contínua. Em nome do desen- senvolvimento sustentável, contidos no relatório
volvimento buscam-se valores crescentes: mais mercado- Nosso Futuro Comum, também se tornaram referência
rias, mais anos de vida, mais publicações científicas, mais para o delineamento de outro conjunto de intenções, a Agen-
pessoas com títulos de doutor, dentre vários outros.Dessa da 21 “... tipo de desenvolvimento capaz de manter o pro-
maneira, na procura pelo crescimento sempre está presen- gresso humano não apenas em alguns lugares e por alguns
te o sentimento deque o bom é quando se tem mais, não anos, mas em todo o planeta e até um futuro longínquo.
importando a qualidade desse acréscimo.
Assim, o “desenvolvimento sustentável” é um objetivo
Nesse sentido, são consideradas desenvolvidas as so-
a ser alcançado não só pelas nações ‘em desenvolvimento’,
ciedades capazes de produzir continuamente. É por isso
mas também pelas industrializadas. «... atende às necessi-
que as nações perseguem o desenvolvimento (este como
dades do presente sem comprometer a possibilidade de as
sinônimo decrescimento econômico) com o objetivo de
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.
acumular cada vez mais bens, sem, no entanto,se preocu-
par com os efeitos dessa acumulação desenfreada.Mesmo
Ele contém dois conceitos chaves:
com tanta controvérsia, o crescimento econômico, apesar
de não ser condição suficiente para o desenvolvimento, é i) o conceito de ‘necessidades’, sobretudo as ne-
um requisito para superação da pobreza epara construção cessidades essenciais dos pobres do mundo,
de um padrão digno de vida. que devem receber a máxima prioridade;
27
Logística Reversa e Sustentabilidade
ii) “a noção das limitações que o estágio da tec- • a luta constante pela melhoria da qualidade de
nologia e da organização social impõem ao meio vida dos cidadãos, que não deve ser reduzida ao
ambiente, impedindo-o de atender às necessi- bem-estar material;
dades presentes e futuras. Em essência, o de-
• a promoção da igualdade de oportunidades;
senvolvimento sustentável é um processo de
transformação no qual a exploração dos recur- • a inclusão dos cidadãos nos processos de decisão
sos, a direção dos investimentos, a orientação social, a promoção da autonomia da solidariedade
do desenvolvimento tecnológico e a mudança e da capacidade de auto-ajuda dos cidadãos;
institucional se harmonizam e reforçamo poten-
cial presente e futuro, a fim de atender às ne- • a garantia de meios de proteção social fundamen-
cessidades e aspirações humanas”. tais para os indivíduos mais necessitados.
meio que as cercam devem ter especial atenção e crite- go prazo que devem responder às exigências de
riosa observação. Apenas baseado neste pressuposto que sistemas estáveis;
será possível definir novas políticas de desenvolvimento,
• na preservação do capital real, como infra-estru-
as quais possam contribuir para o efetivo alcance da eqüi-
turas e edifícios;
dade sócio-econômica, sem que isso signifique produzir
uma perspectiva sombria à existência do Homem na Terra. • na estabilização do valor monetário, prevenindo
a inflação;
Sustentabilidade Social
• no fato dos custos dos benefícios e serviços deve-
rem ser pagos pela geração que deles beneficia-
Esta dimensão social da estabilidade realça o papel dos
-se;
indivíduos e da sociedade, eestá intimamente ligada à no-
ção de bem-estar. Os princípios da sustentabilidade social • na restrição parcial ou total do endividamento,
clarificam o papel dos indivíduos e a organização da socie- pois cada geração deve, pelo menos, preservar o
dade e, tendo por objetivo aestabilidade social beneficiam seu próprio capital recebido da geração dos seus
também as gerações futuras. Estes são: pais e passá-lo à geração seguinte;
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Logística Reversa e Sustentabilidade
• no fato de os impostos pagos por cidadãos e em- • concentração excessiva nas áreas metropolitanas;
presas serem orientados para asua capacidade de
• destruição de ecossistemas frágeis, mas vitalmen-
pagamento;
te importantes, por processos de colonização des-
• na negociação de pactos inter-gerações justos, que controlados;
não coloquem em desvantagem as gerações futuras.
• promoção de projetos modernos de agricultura
regenerativa e agroflorestamento,operados por
Sustentabilidade Ecológica
pequenos produtores, proporcionando para isso o
acesso a pacotes técnicos adequados, ao crédito
Sendo o ambiente fundamental para a vida, é natural
e aos mercados;
que estes aspectos tenham dominado a discussão inicial
em volta da sustentabilidade. • ênfase no potencial para industrialização
descentralizada, associada a tecnologias de nova
Até porque é contemporânea das primeiras percepções
geração (especialização flexível), com especial
de risco ambiental e ameaças à vida no planeta. Os princípios
atenção às indústrias de transformação de bio-
fundamentais associados à sustentabilidade ambiental são:
massa e ao seu papel na criação de empregos
rurais não agrícolas;
• a restrição ao uso de energias não renováveis
(como o petróleo) que só devem ser usadas me- • estabelecimento de uma rede de reservas natu-
diante compromisso de criação proporcional de rais e de biosfera para proteger abiodiversidade.
fontes de energia alternativas;
29
Logística Reversa e Sustentabilidade
• a atenção dada pela sociedade à complexidade empresas de saúde; as empresas automobilísticas, empre-
dos sistemas e à dinâmica de mudanças criando sas de transporte emobilidade, e assim sucessivamente.
competências para enfrentar os seus riscos e de- Cada negócio encontraria sua verdadeira função social, em
safios; um mundo em que as relações de poder e consumo devem
ser repensadas.
• facilitar a educação com objetivos profissionais
e investir no desenvolvimento de um sistema de
Terceiro Setor
educação sólido entre gerações.
O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas
Responsabilidade Socioambiental questões sociais. O segundo setor é o privado, responsá-
vel pelas questões individuais. Com a falência do Estado,
Embora já haja diversos exemplos de práticas de ges- o setor privado começou a ajudar nas questões sociais,
tão socialmente responsável, ainserção da sustentabilida- através das inúmeras instituições que compõem o chama-
de e responsabilidade social às práticas diárias de gestão do terceiro setor.
ainda representa um grande desafio para grande parte da
Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações
comunidade empresarial brasileira. Aassociação desses
sem fins lucrativos e não governamentais, que têm como
conceitos à gestão dos negócios deve necessariamente
objetivo gerar serviços de caráter público. Portanto, gene-
expressar ocompromisso efetivo de todos os escalões da
ricamente, o terceiro setor é visto como derivado de uma
empresa, de forma permanente e estruturada.
conjugação entre as finalidades do primeiro setor e a me-
O compromisso do público interno traduz a qualidade todologia do segundo, ou seja, composta por organizações
da inserção do tema na cultura organizacional. Em outras que visam a benefícios coletivos.
palavras, uma organização não consegue ratificar a sua
O espaço criado pelo terceiro setor se configura, en-
identidade sem que seu público interno – seus colabora-
tão, como aquele de iniciativas de participação cidadã. As
dores mais diretos – o faça em suas relações cotidianas.
ações que se constituem neste espaço são tipicamente ex-
É por conta disso que a sustentabilidade e a responsabili-
tensões da esfera pública não executadas pelo Estado e
dade social empresarial não podem ser atribuídas apenas
caras demais para serem geridas pelos mercados.
em nível institucional, mas precisam ser ratificadas pelo
público interno que reconstrói um contexto organizacional
mais inclusivo. • As organizações que fazem parte deste setor apre-
sentam as seguintes características:
A educação corporativa e os sistemas de gestão têm
um papel essencial nisto. Essa nova visão pressupõe um • Estruturada: possuem certo nível de formalização
processo de profunda mudança na cultura organizacional de regras e procedimentos, ou algum grau de or-
e, conseqüentemente, nos processos, produtos e, em úl- ganização permanente;
tima análise, nos modelos de negócio.Em muitos casos,
• Privada: estas organizações não têm nenhuma re-
a alta direção está comprometida com a sustentabilida-
lação institucional com governos, embora possam
de empresarial, mas não encontra mecanismos para fazer
dele receber recursos;
com que seu público interno assimile este conceito e mude
sua postura. • Não distribuidoras de lucros: nenhum lucro ge-
Por outras vezes, a lógica de mercado, que pressiona rado pode ser distribuído entre seus proprietários
pela minimização de custos e maximização de resultados ou dirigentes. Portanto, o que distingue essas or-
no curto prazo, impede uma reflexão maior sobre a função ganizações nãoé o fato de não possuírem ‘fins
social de cada negócio. Em última análise, o ideal seria lucrativos’, e sim, o destino que é dado a estes,
que as empresas de medicamentos fossem, na realidade, quando existem;
30
Logística Reversa e Sustentabilidade
• Autônoma: possuem os meios para controlar publicados números que vão desde 14.000 a 220.000enti-
sua própria gestão, não sendo controladas por dades existentes no Brasil, o que inclui escolas, associações
entidades externas; de bairro e clubes sociais.
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Logística Reversa e Sustentabilidade
responsabilidades às empresas e ao governo, ao invés de treal (1987), que determinava a redução de 50% na pro-
assumirem para si. dução e consumo dos CFC›s, a II Conferência das Nações
Mesmo conscientes disso, vivem reclamando que os “ou- Unidas sobre o Meio Ambientee Desenvolvimento – RIO92
tros” não resolvem os problemas sociais do Brasil. Porém, (1992), de onde saiu o documento Agenda 21, e o Pro-
algumas empresas vão além da sua verdadeira responsabi- tocolo de Kyoto (1997), para a redução da emissão de
lidade principal, que é fazer produtos seguros, acessíveis, carbono e gases na atmosfera.
produzidos sem danos ambientais, e de estimular seus Atualmente já está em discussão a formulação de um
funcionários a serem mais responsáveis. O Instituto Ethos novo protocolo para asubstituição do protocolo de Kyoto,
–organização sem fins lucrativos criado para promover a além da tendência mundial de ações governamentais que
responsabilidade social nas empresas - foi um dos pioneiros apóiam uma gestão empresarial verde, ou seja, com de-
nesta área. senvolvimento sustentável, etambém de criam instrumen-
tos de regulamentação de fiscalização.
Pessoas Físicas
Legislação Ambiental
No mundo inteiro, as empresas contribuem somente
com 10% da verba filantrópica global, enquanto as pes-
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), regida
soas físicas, notadamente da classe média, doam os 90%
pela Lei nº 6.938 de 31 de Agosto de 1981, apresenta
restantes. No Brasil, a nossa classe média doa, em média,
como alguns de seus instrumentos:
23 reais por ano, menos que 28% do total das doações. As
fundações doam 40%, o governo repassa 26% e o resto
• o estabelecimento de padrões de qualidade am-
vem de bingos beneficentes, leilões e eventos.
biental;
senvolvimento (Conferência de Estocolmo), realizada em Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), composto
1972, constituindo-se um marco fundamental na política por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
ambiental global, representando oprimeiro fórum de dis- Federal, dos territórios e dos Municípios, responsáveis
cussões dos problemas ambientais. pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. O órgão
Resultaram desta conferência, a “Declaração sobre o superior do SISNAMA é o CONAMA (Conselho Nacional do
Ambiente Humano” ou “Declaração de Estocolmo” e o Pro- Meio Ambiente), com a função de assistir ao Presidente da
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). República na formulação de diretrizes da PNMA. O órgão
Desde então, a política demonstra a preocupação com o central do SISNAMA é o IBAMA (Instituto Brasileiro de
meio ambiente, como aelaboração do Protocolo de Mon- Meio Ambiente), com a função de promover, disciplinar
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Logística Reversa e Sustentabilidade
e avaliar a implementação da PNMA. Dentre outras leis, a melhoria das condições de vida de crianças e
podemos citar também: adolescentes;
• Selo Empresa Amiga da Criança - Selo cria- vídeo fonte youtube (vídeo de aprox. 4 minutos)
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