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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Universidade Aberta do Brasil – UAB


Curso: Especialização em Gestão Pública - Disciplina: Políticas Públicas
Aluno: João Mário de Souza Alcântara - Data: 09/08/2022

A globalização é um processo, antes de tudo, resultante do desenvolvimento


tecnológico principalmente dos meios de comunicação. Hoje, segundo o sociólogo
Zygmunt Bauman, o mundo é instantâneo e liquido, o roubo de um celular em New
York, a explosão de uma bomba em Beirute ou até mesmo a agressão de um pais a seu
vizinho no oriente, tudo isso chega à casa do cidadão em qualquer parte do país.
Porém está disponível também costumes e culturas diversas, acessíveis a todos por um
simples toque em uma tela de celular.
É de imaginar a repercussão de tudo isso na vida do cidadão e dos governos, diferentes
modos de vida com capacidades de financiamento e sustentação política são
apresentados a sociedades diversas gerando demandas também diversas, costumes
sociais que davam lastro e características própria às comunidades, são trocados por
novos modos de pensar e agir, há uma busca frenética pelo sucesso e recompensa
imediata.
A dificuldade de compartilhar os direitos civis e políticos, características do liberalismo,
com os direitos econômico e social, característica do socialismo, realça o problema
maior do desenvolvimento global da sociedade humana. Neste contexto há o paradoxo
do excesso de poder que cria condições até para uma guerra de extermínio nuclear, e
o excesso de impotência que condena grandes massas humanas à fome. ( Bobbio, O
Futuro da Democracia, cit.pp. 143-164).
Dessa forma a globalização chega aos municípios com grande ambiguidade, trás o
melhor através de novos conceitos e visões diversas do mundo, proporciona acesso do
cidadão a novos serviços e força a que os poderes públicos municipais saiam da inércia
e entreguem serviços de melhor qualidade aos cidadãos. Por outro lado, também é
apresentado a essa sociedade o que há de pior, com a vasta gama de recursos
disponíveis vem junto a corrupção os desvios de finalidade do dinheiro público e
consequentemente o sub oferecimento de serviços à população.
Observa-se em meu município, o avanço social nos últimos trinta anos. Porém muito
poderia ainda ser feito se não houvesse o populismo político aliado à corrupção na
forma do personalismo que restringe a participação política mais abrangente da
sociedade. Os governantes barram até certo ponto o desenvolvimento para manter o
seu domínio sobre a sociedade, não havendo emprego a prefeitura torna-se quase que
a exclusiva empregadora do município, o que coloca na mão do mandatário uma forte
moeda de troca eleitoral.
Há o total controle dos conselhos municipais, que funcionam como um apêndice do
gabinete do prefeito, contaminando e divergindo da finalidade para o qual foram
criados. Vale ressaltar que nos últimos vinte anos houve uma alternância de poder
entre os grupos políticos rivais, porém a forma de agir com a coisa pública e os
conselhos municipais foram exatamente o mesmo.
Fui conselheiro do Conselho Municipal de Saúde, na época representando o gabinete
do prefeito, e testemunhei os absurdos corriqueiros que acontecem nesses órgãos.
Tenho o pensamento livre e a tendência de não acatar ordens que não sejam corretas,
criando constantes atritos com o prefeito.

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