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LUIZ CARLOS TRAVAGLIA GRAMATICA Ensino plural 3 edigdo CORTEZ EDTTORA node di <0 "Aproposta de ensno de gramética que apresentames édefende- mos 36 faz sentido part do momento que e pressupte que em rons excolasqueremon propicarntividades de ensino/aprendia. em que permitam aos anos e preparer para a vidque tim © {eed dentro de wma sociedad, com tims determinada forma de ca -e nesta tudo o que representa o mado de ser dasocie- dado modo de vero mundo de conaitula lage ente or mem ‘os dese sociedad Aobuscarmosenfocar questes igadas a ensno de ingua ma- terna numa perpecivaquetangencia a visi dang como forma dleatuago social e/ou exeriio de cidadaia,posemos, entre muitos outros pono levantara questo da relagio da gramatica coma qua: ldadede ida das pessoas, pariclarmente dos ness alinos Epo- demos arma logo ce parla que» gramaticn em una relagio dine tncomal qualidade vide, ‘Malla ens com certera se pergunta: mas o que a gramsticn tema ver com qualldade de vids? CCerlamente ests estranhera se ustifica por uma série de presi postos 0 “mas” colocad no inicio da perguntaéevidecia apres fupocgfo de que a gramlic de uma lingua ese esino nada tem 9 ‘er com qualidade de vid, ve talahibamen emma mn 08 Cn at ie emamboce Prime beg: Favela 9) Portanto fea a pengunta se gramética a ensine de gramatica afetam ou nio, esto relacionados ou no de alguma maneita& quai dade de vida das pessoas. Evidentemente a resposta a esta questo dependede estabclecermes alguns pontos importantes que certamente dario forma a0 pensamenta de cada um sobre o problema, Em primeiro lugar, deve-se lembrar que a inguagem dé forma 8 ‘nosso mundo e a nossa vida sociocultural e a0 mesmo tempo reflete ‘somo e por que as pessoas de uma sociedade e cultura se relaconam, ‘como vem o mundo et. Isto quer dizer que aquilo em que acreita- ‘mos, © que aceitamos, © que recusames, Nossos preconctitos, nossos somos, ideais e iiss, nossa relagdes, © que vemos ou deixamos de ver em nosso mundo empirico e social ete. € tudo enformado pela linguagem,sobretudo pea lingua, 30 mesmo temipacue tudo isto tam- bm di forma a lingua, tuando na constituigso de suas segularida- ddes que permitem a comunicagio. Assim sendo, parece abvio que moverse nessa sociedade de maneira adequada, implica saber perte- ‘ber como tudo.o que constitu esta Sociedade e sua cultura é simbo- leado e significado na lingua. Desta forma, s6 de posse desse ins- trumento as pessoas serio capazes de se mover sem maiores dificul- dades dentro da sociedade ¢ sua cultura, porque serio capazes de perceber 0 significado/sentido e a diecio do dizer A lingua seré vista pois, como uma forma de interagso comunieativa dentro de ‘uma sociedade. Em segundo lugar é preciso pensar por que sed aulas de uma lingua para falantes nativos dessa lingua (por que sed aulas de Por- tugués a brasileres falantesnativos dessa lingua). Ceramente no & [para ensinar a falara lingua, ase comunicar por meio dela, porque os falantes natives jé 0 aprenderam de forma “natural” desde seus pri- melros anos de vida. O que queremes de nosss alunos e para nossos alunos em nossas aula de lingua materna? Que eles se transformem fembons analistas da lingua? Analistascapazes de identificare class ficar unidades,fungies et? Nao acreditamos que sj ist. Acredita ‘mas que tal ensino s6 pode ter como fim principal e fundamental 0 desenvolvimento da competéncia comunicativa js aquirida pelo fo Iante entendendo-se este desenvolvimento como o possbilitar a0 fa- lante utilizar cada vez um maior némero de recursos da lingua de forma adequada a cada stuacio de interacio comnicativa- Ess ade- quaco tem dimensies varias como: a) ser adequado quanto & possi Ilsdade de produzir os efits de sentido deseo ce mod a ain irs objetivos pretends ao dizer) ser adequado quanto aaten- \limento de normas socias de uso da lingua em termos de variedades. da lingua a serem usadas;c ser adequado quanto a0 drecionamento sepiumentativo; d) see adequado quanto 20 atendimento de exigén ins de naturezas diversas, tai como esttica,poidez et, Evidente mente esa opgio em termes de abjeivo para oensino de lingua ma fem grande relacio com concepcio de lingua que expictamos Em terceiro lugar, a resposta& questo levantada no inicio deste texto vai depender de como se concebeo que gramética ‘Seseentender gramatica como uma teri constituida, porexem- { plo:a) portum conjunto de clasificages de unidades ingisticase de FungGes que estas podem exercer a cadeia lingistica; b) pela explii= {| lasio de relagdes possives entre varios tipos dle tnidades © de mec nismos de funcionamento da lingua e coisas semelhantes talvez 8 plo. em que melhoraa vida de uma pessoa saber dizer qual é0 objeto ireto, sueito de uma fase, dizer se uma palavra € verbo ou sibs tankivo ou pronome? Parece-nos que em nada. Isto serve, quando ‘ito, para um sucesso na avaliago escolar ou para aqueles que tim profissOesligadas dandlise da lingua Por outro lado se se entender a gramiticd no como teoria lin .ulsica, mas como o conjunto de conhecimentos lingiisticos que ‘um ustadio da lingua tem internalizados para uso efetivo em situa- ‘Ges coneretas de interagio comunicaiva, enti, sem duvide, mmitia tem tudo @ ver com a qua recursos, mecanismos,estratégias da lingua o wsuidrio dominas,me> thor desempenho lingistico tera. Como jé expusemos, as condicies de existéncia sociocultural sio grandemente dependentes da lingua ‘assim, quanto mais dominio dos recursos e mecanismos desta tiver|/ imelor apo se movment dent desta saci ptr melhor qualidade de vida ters De tudo isto éque advém a proposta que temos feitoem diferen- tes crcunstincias de um ensino de gramstica que seja pertinent para 4 Vida, possblitando que a pessoa viva melhor porque consegue veicular pela lingua os significado sentidos que desea compreen der methor 0 sigificados/setisow que chagam ats ala ede que for ‘ma chegam, sendo capaz de perceber estratiiasargumentatvas, ig- nifcativase de relagio social cultural coneretizadas no die. Ot sca, 0 falante da lingua serd eapas de se colocar muito melhor na ‘eagio com 0s outros, com a sociedad ea culturs em que vive, tanto no que diz rspeito& possiblidade de estabelecer os significado, 08 efeitos de sentido que desea, como no que diz espeita& apreensio os significado, dos efeitos de sentido que os outros esti Ihe pro- [Pondo em interagies diversas. Um falante com ta apacidade tem ma ‘qualidade de vida muito maior, pois consegue se colocar como sueito has relagdes soca, consegue ulizar a lingua pata a consecugio de seus objetives. ‘Um ensino de gramética pertinente para a vida e capaz de ter influénia na qualidade de vida cas pessoas (nossos alunos), por tudo ‘© que dissemos até aqui, seré sem diivida um ensino de gramética que desenvolva acompeténciacomunicativa do falante isto é,a capa: ‘idade de o falante usar cada ver mais recursos da lingua e deforma adequada a cada situagio de interagdo comunicativa, Este ensino teré {que ser estruturado nao como tum estudoe trabalho que encara a gra- ndtica como uma teria a ser utlizada em analises lingisticas, Este ‘ensino ser construdo sobre uma concepgio que va gram’ como ‘oproprioestudo trabalho coma variedade dos recursos lingisticos ‘olocidos 8 dispesicio do prodatore receptor de textos para a cons- ‘ruglo do sentido em textos. Portant, a gramtica vista como 0 estu- do das condigbes lingisticas da sgniicagso, essa forma, para concretizar um pouco 0 que dissemos, veja- ‘mos 0 caso de uma atividade como a do exemplo (1) Segundo nossa proposta deensino, importa pouco discutir aspects formals ais como &presenca de imperativo, presente do indiativo, futuro do presente, tperndio ou infinitive otey 4 prnanga ow aueéncin de modalicodon, ‘expressdes de gentile, bem como outros aspectos de clasificagio dos constituintes de cada alternativa.Importa muito maisdiseatir qual 8 diferenca de sentido entre as diversas formas de “ordenar’, de "de- terminae” que alguém faga algo e-em que tipo de stuagio ead wi delas pode ser utlizada de forma adequada & producio 10 i a feito de sentido de levaralguém a fazer algo injungi0), mas tan ‘bem, por exemplo, de preservarou nio sua face (dando uma orem

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