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Tópicos Avançados - Ciências

Contábeis
UNIDADE III
Sumário

Para início de conversa....................................................................................... 2


ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE BRASILEIRA............................. 3
Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1 - Estrutura Conceitual para a
elaboração e apresentação das Demonstrações Contábeis............................................. 3

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por escrito, do Grupo Ser Educacional.

Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD

Andrade, Flávia Roberta da Silva.

Tópicos Avançados – Ciências Contábeis: Unidade 3 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2018.

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Grupo Ser Educacional


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CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611

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TÓPICOS AVANÇADOS – CIÊNCIAS CONTÁBEIS
UNIDADE III

Para início de conversa

Olá, aluno (a)! Desejo-lhe as boas vindas à terceira unidade da nossa disciplina de
Tópicos Avançados – Ciências Contábeis. Conto com o seu comprometimento nessa
nova jornada de estudo.

Tenho certeza que será uma experiência gratificante e engrandecedora para seu apren-
dizado. Espero que você desfrute desta disciplina, que foi feita especialmente para
você e que ao final dela você tenha adquirido conhecimentos para o seu desempenho
profissional.

Orientações da Disciplina

Na primeira unidade estudamos Contabilidade Internacional, Fundamentos e estrutura


da Contabilidade Internacional – IFRS, Normas contábeis internacionais, Estrutura do
quadro internacional de Normas Contábeis Iasb; Brasil e a contabilidade internacional;
Estrutura conceitual básica e objetiva da contabilidade internacional; Características
qualitativas da informação contábil.

Já na segunda unidade estudamos: Fundamentos e estrutura da contabilidade no Brasil


– BR Gaap, Entidades de contabilidade do Brasil, Normas contábeis brasileiras (Pronun-
ciamentos Contábeis do CPC), as Normas contábeis do CPC e a aposição do Conselho
Federal de Contabilidade, Norma contábil para pequenas e médias empresas – CPC e
CFC, Estrutura conceitual da contabilidade brasileira, os princípios contábeis no Brasil.

Agora vamos dar início a nossa terceira unidade, focando na Estrutura conceitual da
contabilidade brasileira: os princípios contábeis no Brasil, a apresentação das demons-
trações contábeis no Brasil – Balanço Patrimonial em IFRS, a Demonstração do resul-
tado em IFRS, a Demonstração do resultado abrangente em IFRS, a Demonstração das
mutações do patrimônio líquido em IFRS e a Demonstração dos fluxos de caixa em IFRS.

Não esqueça que em cada unidade você encontrará vídeos que deverão ser assistidos!
Pois, são referentes aos conteúdos abordados. Estes vídeos irão complementar, além
do Guia de Estudo, os livros indicados na Biblioteca Virtual e os vídeos externos (You-
tube, por exemplo) a fim de ampliar ainda mais o seu conhecimento a cerca do tema
tratado em cada unidade.

Bons estudos!

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Dica

Caso não tenha visto por completo a I Unidade e a II Unidade, é importante que você
retorne e as estude. A nossa disciplina é construída em cima de uma sequência lógica
dos assuntos. Isto significa que se você avançar sem estudar a unidade anterior com-
pleta, poderá comprometer todo o seu estudo. Caso você já tenha estudado toda a
primeira e a segunda unidade, vamos em frente!

Estão, vamos começar a nossa III Unidade. Desejo a você um ótimo estudo e muita
atenção nos temas tratados. Podemos seguir? Então vamos lá!

Palavras do Professor

Caro (a) aluno (a), seguimos juntos em nossa jornada pelo universo contábil. Alguns
pontos importantes que vamos abordar nesta disciplina, estão focados na Estrutura
conceitual da contabilidade brasileira: os princípios contábeis no Brasil, a apresenta-
ção das demonstrações contábeis no Brasil – Balanço Patrimonial em IFRS.

Além disso, a Demonstração do resultado em IFRS, a Demonstração do resultado


abrangente em IFRS, a Demonstração das mutações do patrimônio líquido em IFRS
e a Demonstração dos fluxos de caixa em IFRS. São alguns temas a tratarmos nesta
disciplina.

Vamos começar!

ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE BRASILEIRA



Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1 - Estrutura Conceitual para a elaboração e apre-
sentação das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em
vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades
fiscais são alguns dos interessados.

Elas são preparadas com a finalidade de satisfazerem as necessidades comuns da maioria dos seus usuá-
rios, uma vez que quase todos eles utilizam essas informações para a tomada de decisões econômicas,
tais como: decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações, avaliar a Administração
quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de
contas.

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Além disso, são utilizadas para avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-
lhes outros benefícios, avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados
à entidade, determinar políticas tributárias, determinar a distribuição de lucros e dividendos, preparar e
usar estatísticas da renda nacional, ou regulamentar as atividades das entidades. 

Esta Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis
e conceitos de capital e sua manutenção. Outras normas podem ser editadas em função das necessida-
des que surgirem de adoção de novos conceitos ou mesmo de alteração dos já adotados. Ela trata das
demonstrações contábeis para fins gerais, designadas como “demonstrações contábeis”, inclusive das
demonstrações contábeis consolidadas.

Tais demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às
necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns desses usuários talvez
necessitem de informações, e tenham o poder de obtê-las, além daquelas contidas nas demonstrações
contábeis. Muitos usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte
de informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e apresentadas, tendo
em vista essas necessidades.

Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais,
como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou ela-
boradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta Estrutura Conceitual pode ser aplicada na
preparação dessas demonstrações para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o
permitirem.

As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma enti-
dade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a de-
monstração do resultado, a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos
de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável), a demonstração das
mutações do patrimônio líquido, notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo, que
são parte integrante dessas demonstrações contábeis.

Podem também incluir quadros e informações suplementares, baseados ou originados de demonstrações


contábeis, os quais se espera que sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Esses quadros e
informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras sobre segmentos ou di-
visões industriais ou divisões situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças
de preços.

As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios
do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes, que possam ser incluí-
dos em um relatório anual ou financeiro. 

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Princípios Contábeis

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiu a Resolução n° 1.282/2010 que atualizou e consolidou
alguns dispositivos da Resolução n° 750/193 que dispõe sobre os “Princípios Fundamentais de Contabi-
lidade”.

Vamos evidenciar as principais disposições da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC Nº


1.282 DE 28.05.2010: ela atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC nº 750/93, que dispõe sobre
os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 

Para entendermos um pouco mais, vamos abordar artigos e princípios:

• Art. 1º Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução CFC nº 750/93,


passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”.
• Art. 2º O “CONSIDERANDO” da Resolução CFC nº 750/93 passa a vigorar com a seguinte redação:

“CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das


Normas Brasileiras de Contabilidade”.

• Art. 3º Os arts. 5º, 6º, 7º, 9º e o § 1º do art. 10, da Resolução CFC nº 750/93, passam a vigorar com
as seguintes redações:
- Artigo 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro
e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta
circunstância.
- Artigo 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos
componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação


contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a opor-
tunidade e a confiabilidade da informação.

- Artigo 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio
devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda
nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo
do tempo, de diferentes formas:

I - Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equiva-
lentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição.

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Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou,
em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários
para liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II - Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demons-
trações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais po-
deriam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa
e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes
obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líqui-
da de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos
são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera que
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhe-
cedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser re-
conhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos compo-
nentes patrimoniais.

§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:


I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em
termos do poder aquisitivo;
II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário
atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos
os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e
III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores
originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a tra-
duzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período”.
- (...) “Artigo 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento
ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da con-
frontação de receitas e de despesas correlatas”.
- Artigo 10. (...) “Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incer-
teza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não
sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação
dos componentes patrimoniais”.
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• Art. 4º Ficam revogados o inciso V do art. 3º, o art. 8º e os §§ 2º e 3º do art. 10, da Resolução CFC
nº 750/93, publicada no D.O.U., Seção I, de 31.12.93; a Resolução CFC nº 774/94, publicada no
D.O.U., Seção I, de 18/1/95, e a Resolução CFC nº 900/01, publicada no D.O.U., Seção I, de 3/4/01.

Demonstrações contábeis anuais IFRS

International Financial Reporting Standards (IFRS) são Normas Internacionais de Contabilidade, um con-


junto de pronunciamentos contábeis internacionais publicados e revisados pelo IASB (International Ac-
counting standards Board).

A IAS 1 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, objetiva determinar a base de apresentação de


demonstrações contábeis de uso geral, a fim de assegurar comparação tanto com as próprias demonstra-
ções contábeis de períodos anteriores como com as demonstrações contábeis de outras entidades. É uma
das principais normas internacionais de contabilidade a tratar de conteúdo e estrutura das demonstrações
contábeis.

Portanto, a IAS 1 deve ser aplicada na apresentação de todas as demonstrações contábeis de uso geral,
preparadas e apresentadas de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Por outro
lado, a IAS 7 – Demonstração dos Fluxos de Caixa trata exclusivamente da elaboração e apresentação da
demonstração dos fluxos de caixa, considerando os métodos, direto e indireto.

Fundamentos básicos das demonstrações contábeis em IFRS

De acordo com a IAS 1, as demonstrações contábeis consolidadas que devem obrigatoriamente ser elabo-
radas e divulgadas ao mercado, inerentes a pelo menos dois exercícios sociais comparativos, são:

• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do resultado;
• Demonstração do resultado abrangente;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
• Demonstração dos fluxos de caixa (regulamentada pela IAS 7);
• Notas explicativas.

O Iasb encoraja as empresas a divulgarem um relatório da administração que contenha, no mínimo, as se-
guintes informações sobre o desempenho econômico financeiro da empresa: políticas de investimentos,
financiamentos e dividendos, ambiente econômico, fatores e influências determinantes no desempenho
econômico financeiro, entre outras.
É recomendado ainda a divulgação do balanço social e demonstração do valor adicionado, como demons-
trações complementares às obrigatórias.

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Identificação das demonstrações contábeis

Cada componente das demonstrações contábeis deve ser identificado claramente, considerando:

• O nome da empresa;
• O componente de empresa individual ou de grupo consolidado;
• A data do componente;
• A moeda de apresentação (relatório);
• O nível de arrendamento usado nos valores

Balanço Patrimonial em IFRS

O balanço patrimonial deve incluir, no mínimo, itens que representem os seguintes montantes: máquinas,
edifícios e equipamentos, ativos intangíveis, ativos financeiros, investimentos baseados na equivalência
patrimonial, estoques, contas a receber, caixa e equivalentes, contas apagar, impostos sobre passivos
e ativos, provisões, participações dos acionistas não controladores, capital e reservas e passivos não
correntes com taxas de juros.

A IAS 1 não prescreve formato de apresentação do balanço patrimonial (o artigo 8-10 da 4ª Diretiva define
dois formatos de balanço: horizontal e vertical). Este, em sua forma consolidada, pode ser apresentado
como no formato abaixo.

Ativo Nota 2010 2009 Patrimônio líquido e Nota 2010 2009


passivo
Ativo não corren- Patrimônio líquido
te
Imobilizado, líqui- Capital social
do
Reservas
Investimentos so-
cietários Lucros acumulados

Intangíveis Prejuízos acumulados

Goodwill Outros resultados


abrangentes
Impostos diferi-
dos Subtotal

Contas a receber
Ativos financeiros Participação do acionis-
ta não controlador
Outros ativos
Total do patrimônio lí-
quido
Ativo corrente Passivo não corrente

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Estoques Empréstimos
Contas a receber Financiamentos
Ativos financeiros Impostos diferidos
Caixa e equiva- Provisão para contin-
lentes gências
Receitas diferidas líqui-
das
Passivo corrente
Fornecedores
Salários a pagar
Impostos a pagar
Contas a pagar
Total do ativo Total do patrimônio lí-
quido e passivo
Vamos agora apresentar alguns procedimentos para apresentação de ativos, passivos e itens de patrimô-
nio líquido:

• Ativos e passivos: são separados em correntes (curto prazo) e não correntes (longo prazo),
podendo ser apresentados também por ordem de liquidez, de acordo com a companhia.
• Goodwill: geralmente classificado e apresentado separadamente dos ativos intangíveis.
• Impostos diferidos: geralmente classificados como ativos e/ou passivos não correntes.
• Ativos financeiros: classificados em títulos “para negociação”, “disponíveis para venda” e
“mantidos até o vencimento”, conforme as normas sobre instrumentos financeiros, IAS 32 e IAS 39.
• Outros resultados abrangentes: compreende variações na reserva de reavaliação, ganhos e
perdas atuarias em planos de pensão com benefício definido, ganhos e perdas derivados de conversão
de demonstrações contábeis de operações no exterior, ganhos e perdas na remensuração de ativos finan-
ceiros disponíveis para venda e parcela efetiva de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge de fluxo
de caixa.
• Participação do acionista não controlador: é apresentada dentro do patrimônio líquido
como demonstrado na tabela acima.
• Notas explicativas: deve haver indicação do número da nota explicativa a que se refere o ativo,
passivo e item de patrimônio líquido.

Cada companhia deverá determinar, considerando a natureza de suas operações e atividades, se apresen-
ta ou não ativos e passivos correntes como categorias separadas dentro do balanço patrimonial. Quando
optar por realizar a sua classificação de ativos e passivos, estes deverão estar em ordem de liquidez.
Independentemente dos critérios adotados pela companhia, esta deve informar a expectativa antes e
depois de 12 meses dos valores a receber e a pagar.

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Ativos correntes – os ativos podem ser classificados como correntes quando:

1. A expectativa de realização, ou sua venda ou consumo estejam dentro do ciclo normal de suas opera-
ções;
2. Mantêm-se fundamentalmente por motivos comerciais por um prazo de tempo curto, esperando sua
realização no prazo de 12 meses;
3. Trata-se de um caixa ou equivalente cuja utilização não está restrita;
Todos os demais ativos devem ser classificados como não correntes.
Passivos correntes – podem ser classificados como correntes quando:
1. Há expectativa de liquidação no período normal da operação;
2. Mantêm-se, fundamentalmente por motivos comerciais, por um prazo de tempo curto, e seu pagamento
será no prazo de 12 meses;
Informações em notas explicativas – a companhia deve revelar, em suas notas explicativas, detalhes
sobre a composição das rubricas do balanço patrimonial, critérios contábeis e demais informações para
entendimento das demonstrações contábeis. Atenção especial deve ser dada às classes do capital social
e suas reservas.

Demonstração do resultado em IFRS

A demonstração de resultado deve incluir, no mínimo, itens que representem os seguintes montantes: re-
ceitas, resultados de atividades resultantes, custos financeiros, lucros e prejuízos de associados e fusões
contabilizadas pelo método de equivalência, gastos tributários, lucro ou prejuízo de atividades normais,
itens extraordinários, participação dos acionistas não controladores, lucro líquido ou prejuízo para o pe-
ríodo.

A demonstração de resultado pode ser apresentada por função ou natureza de receitas de despesas, para
dois exercícios sociais:
Demonstração do resultado por função Nota 2010 2009
Receita de vendas
( - ) custos das vendas
( = ) lucro bruto
(-)despesas operacionais (administração, comerciais etc.)
( - ) outras despesas
( + ) outras receitas
( = ) lucro operacional líquido
( +/- ) resultado de equivalência patrimonial
( = ) lucro antes do resultado financeiro
( + ) receitas financeiras
( - ) despesas financeiras
( +/- ) variações monetárias líquidas
( +/- ) ganhos e perdas com derivativos
( +/- ) variações cambiais líquidas
( = ) lucro antes do imposto de renda
( - ) imposto de renda corrente

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(+/- ) imposto de renda diferido
Lucro líquido do período
Lucro líquido atribuível a cada categoria de ações:
Ações preferenciais
Ações ordinárias
Lucro líquido por ação:
Ação preferencial
Ação ordinária
Demonstração do resultado por natureza Nota 2010 2009
Receita de vendas
( - ) custos das vendas
( - ) depreciação, exaustão e amortização
( - ) despesas com pessoal, administrativa e comerciais
( - ) outras despesas
( + ) outras receitas
( = ) lucro operacional líquido
( +/- ) resultado de equivalência patrimonial
( = ) lucro antes do resultado financeiro
( +/- ) variações monetárias líquidas
( + ) receitas financeiras
( - ) despesas financeiras
( +/- ) variações cambiais líquidas
( = ) lucro antes do imposto de renda
( - ) imposto de renda corrente
(+/- ) imposto de renda diferido
Lucro líquido do período
Lucro líquido atribuível a cada categoria de ações:
Ações preferenciais
Ações ordinárias
Lucro líquido por ação:
Ação preferencial
Ação ordinária

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Demonstração do resultado abrangente em IFRS

O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu, em junho de 1997, os padrões de relatório e
divulgação dos resultados abrangentes e seus componentes como um dos itens que integram o conjunto
de demonstrações financeiras. O conceito de resultados abrangentes (comprehensive income) foi introdu-
zido pela publicação do FASB Concepts nº 3 – Elements of Financial Statements of Business Enterprises.
No entanto, este conceito passou a ser discutido no Brasil somente em setembro de 2009, quando o CPC
(Comitê de Pronunciamento Contábil) aprovou o Pronunciamento Técnico nº 26, que regulamenta dentre
outras demonstrações, a Demonstração do Resultado Abrangente.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.185/09 e o CPC 26 a demonstração do resultado abrangente é obri-
gatória, mesmo não sendo prevista na Lei nº 6.404/76.

O normativo internacional define o resultado abrangente como “uma alteração no patrimônio líquido
de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não
originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas
resultantes de investimentos dos sócios e distribuições aos sócios”.

A demonstração de o resultado abrangente objetiva apresentar o resultado líquido do período, bem como
possíveis resultados futuros ajustados no patrimônio líquido (outros resultados abrangentes), decorrentes
de transações que ainda não se realizaram financeiramente, pois dependem de eventos futuros.

Os resultados abrangentes de uma companhia envolvem os seguintes itens:

• O resultado líquido do período (apurado na demonstração do resultado);


• As variações na reserva de reavaliação;
• Os ganhos e perdas com parcela efetiva de hedge de fluxo de caixa;
• Os ganhos e perdas com ativos financeiros disponíveis para venda;
• Os ajustes acumulados de conversão – variação cambial de investimento societário no exterior;
• Os ganhos e perdas atuariais com planos de pensão com benefício definido.

A demonstração do resultado abrangente pode ser elaborada e divulgada ao mercado a partir do seguinte
formato:
Nota 2010 2009
Resultado líquido do período
(+/-) outros resultados abrangentes da companhia:
Variações na reserva de reavaliação
Ajustes acum. de conv. – variação cambial de invest. societ. no ex-
terior
Ganhos e perdas com parcela afetiva de hedge de fluxo de caixa
Ganhos e perdas com ativos financeiros disponíveis para venda
Ganhos e perdas atuariais com planos de pensão com benefício
definido

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(+/-) outros resultados abrangentes de part. societ. p/ equiv. pa-
trimonial
Resultado abrangente do período
Resultado abrangente atribuível aos acionistas controladores
Resultado atribuível aos acionistas não controladores

A demonstração de resultados abrangentes é uma importante ferramenta de análise gerencial, pois,


respeitando o princípio de competência de exercícios. Atualiza o capital próprio dos sócios, através do
registro no patrimônio líquido (e não no resultado) das receitas e despesas incorridas, porém de realização
financeira “incerta”, uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data prevista de resgate
ou outra forma de alienação.

Segundo o pronunciamento do CPC a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da
DRE. No entanto, considerando que no Brasil, a demonstração das mutações do patrimônio líquido é obri-
gatória para as companhias abertas, existe ainda, a possibilidade da apresentação da demonstração do
resultado abrangente aparecer como parte da DMPL.

Demonstração das mutações do patrimônio líquido em IFRS

A IAS 1 requer, como demonstrações contábeis primárias, uma demonstração de mutações na posição
patrimonial. Uma companhia deve exibir uma demonstração que apresente:
a) O lucro ou prejuízo líquido para o período;
b) Cada item de receita e despesa, lucro ou prejuízo que, como requerido por outros padrões, seja
reconhecido diretamente no patrimônio e no total desses itens;
c) O efeito acumulado de mudanças na política contábil e a correção de erros fundamentais feita
sob os tratamentos de padronização da IAS 8.
As companhias, além desses itens acima, devem apresentar em suas demonstrações ou notas:
a) Transição de capital com proprietários e distribuidores destes;
b) O balanço do lucro ou prejuízo acumulado no início do período e na data do balanço patrimonial
e as mutações para o período;
c) Reconciliação entre o montante existente de cada classe de liquidez do capital, prêmios de ações
e de cada reserva no início e no fim do período, divulgando separadamente cada movimento.

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A DMPL pode ser divulgada neste formato:

Capital Reservas Lucros Prejuízos Outros resul- Participação Total do Patri-


social acumula- acumu- tados abran- do acionista mônio líquido
dos lados gentes não contro-
lador

Saldo em
31/12/2008
(+/-) Varia-
ções
Saldo em
31/12/2009
(+/-) Varia-
ções
Saldo em
31/12/2010

Demonstração dos fluxos de caixa em IFRS



A demonstração de fluxo de caixa, quando usada em conjunção com o restante das demonstrações contá-
beis, fornece informações que permitem aos usuários avaliar as mudanças no ativo líquido de uma com-
panhia, sua estrutura financeira (incluindo sua liquidez e o quão solvente ela é) e sua capacidade de afetar
os montantes e determinar os fluxos de caixa, para fazer adaptações nas circunstâncias e oportunidades.

Guarde essa ideia!

Todas as companhias devem preparar uma demonstração de fluxos de caixa de acordo com os requeri-
mentos da norma IAS 7 e devem apresentá-la como parte de suas demonstrações contábeis para cada
período.

Os termos usados na IAS 7 são:

• Caixa – abrange dinheiro em mãos e depósitos demandados;


• Equivalentes de caixa – são investimentos de curto prazo e altamente líquidos que estão
prontos para serem convertidos em montantes conhecidos de caixa, os quais estão sujeitos a riscos insig-
nificantes de mudanças nos valores;
• Fluxos de caixa – são entradas e saídas de caixa e de seus equivalentes;
• Atividades operacionais – são as principais atividades de produção de renda de um empreen-
dimento e outras atividades que não são de investimento ou financiamento;
• Atividade de investimento – são a aquisição e a disposição de ativos de longo prazo e de
outros investimentos que não estão incluídos em equivalentes de caixa;
• Atividade de financiamento – são as que resultam em mudanças no tamanho e na composição
da liquidez do capital e empréstimos do empreendimento.

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Guarde essa ideia!

A apresentação da demonstração dos fluxos de caixa deve relatar fluxos de caixa durante o período
classificado por atividades operacionais (recebimento em dinheiro pela venda de mercadorias e a pres-
tação de serviços), investimentos (pagamento ou recebimento provenientes da aquisição e disposição de
pagamentos, propriedades) e financiamentos (o caixa é proveniente da emissão de ações ou de outros
instrumentos de capital). A demonstração dos fluxos de caixa pode ser elaborada e divulgada a partir do
método indireto, que é um dos mais adotados pelas companhias.

Forma de apresentação da demonstração dos fluxos de caixa:

2010 2009

Fluxo de caixa das atividades operacionais


Lucro líquido do período
Ajustes para conciliação do lucro líquido com o caixa proveniente
das atividades operacionais: depreciação, exaustão e amortização,
imposto de renda diferido etc.
Ajustes por mudança no capital de giro líquido
Aumento (redução) no ativo operacional
Aumento (redução) no passivo operacional
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Adições ou imobilizado etc.
Caixa líquido proveniente das atividades de investimento
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Caixa líquido gerado no período
Caixa e equivalentes no início do período
Caixa e equivalentes no final do período

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Palavras do Professor

Prezado (a) aluno (a), encerramos neste momento todo o conteúdo da III Unidade. É
importante que você tenha compreendido o assunto. Na quarta unidade vamos estu-
dar: campo de aplicação da contabilidade, o profissional contábil, o patrimônio (bens,
direitos e as obrigações), as demonstrações financeiras.

Caso algum assunto tenha deixado você com dúvidas, é importante que você releia e
tente esclarecer o que não ficou bem entendido. Se algo ainda deixa dúvidas, passe
todas elas para o seu tutor. Ele irá esclarecê-las imediatamente!

Bom estudo!

Acesse o Ambiente Virtual

Agora, você deve ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e realizar suas ativi-
dades avaliativas. Boa sorte na caminhada e conte sempre conosco para lhe ajudar na
sua formação profissional. Estaremos sempre aqui dispostos a tirar todas as dúvidas e
lhe tornar um profissional qualificado.

Desejo a você bons estudos!

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