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CASTELO BRANCO, CIDADE QUE VIVE A MARGEM DE SALVADOR. Apesar de contar com uma populagao significativa, em torno dos doze mil habitantes, o Conjunto Habitacional Castelo Branco nao dispée de uma infr-estrutura que compense as dificuldades de seus moraclores em morar longe. A cidade, com suas comodidades, est, as vezes trés horas distante, motivo pelo qual o Gnico armazém que explora 0 comércio na regio tem sua propria tabela de pregos. Funcionério do Departamento Nacio- nal de Obras @ Saneamonto (ONOS), @ pel da professora Marla Pereira da Stiva, moradora do Conjunto Castelo Branco, € obrigado a levantar todos os dlas &s sels hores da manhé para che: 98" no tvabalho a nove, A profes: sora explica: “o. transporte aqul 6 um problema. Geralmente os énibus pas. sam chelos, © para nao chegar atresa. do ele sai no carro de 6:30hs". ~ Situepao idéntica enfrenta a mulher de Manoel de Jesus Rodrigues: ela 8ai As sels horas de casa, para chegar no trabalho as 7:30hs. "Mas 0 plor 6 4 volta — afirms ele — pols tem que tomer um énibus na Rodovidria (Sua mulher trabalha no Shoping-Cen- ter Igtiatem), ir até o terminal da Bar- Yoquinha, suportar espera na fila & eger outro éribus, que 86 vai deixé a no ponte _do conjunto por volta de 2 horas. Todos 08 moradores estéo Telvindicando mais linkas de dnibus ‘0 transporte coletivo, porém, & ape nas um dos muitos problemas do nd. leo, hole com uma populagto catcule- da em torno das 12 mil pessoas. Quem mora na terceira etapa, por exemplo, (fim de linha) para coniprar um guile de feljéo tom que andar cerca do 1.500 metros, até 2 primeira etapa, onde ha um pequeno armazém POUCA ASSISTENCIA ‘Mas os moradores preferem “fazer feira mesmo ¢ na cidade". & 0 caso de Manoel de Jesus Rodrigues. Ele 26 faz compras uma vez por més. 6 mes- mo pagando 25 cruzeiras de téxi para levar as sacolas até sua casa diz que compensa. “Aqul o quilo de feljao cus: ta CrS 8,50, © na feira de Séo Joaquim eu compro’ por Cr& 6" — afirma, A mesma coisa ocorre com 0 quilo de tomate: no Conjunto Castelo Branco custa até CrS 5, enquanto que em mercearias do. centro ‘0 produto esta tabelado em CrS 2. Mas os morado- res jd estdo mais otimistes, pois @ or ganizagdo Paes Mendonca comecou, Ma semana passada, a limpar um ter- reno para construlr um supermercado na_terealra etapa ‘© estabelecimento seré construido no local onde era jogedo 0 lixo dos res sidéncias. “Agora a gente ngo sabe onde val jogar 0 tiro”, tz Maria da Silva, justificando que a populacao criou © habito de depositar detritos all mesmo no bairro porque @ coleta $6 6 feita de quatro em quatro dias, quando nso demora até uma seme: na", Lé, também, nao é feita e limpe- za de rue. Um outro problema, é a inexistén- cla de rede de esgotos para atender as quase dues mil residéncias do con junto, cuja primeira etapa foi entreaue aos mutuérios hd questio de cinco anos. As casas, apesar de bem cons- truidas, apresenteram alguns defei tos no sistema de encanamento e tam: bém no telhado, j3 reparados FALTOU VAGA Em cada etapa do Conjunto Habita- cional Castelo Branco funciona uma es- cola, "mas este ano houve problema do vagas", afirmam os moradores. Das sete pessoas da familia de Maria Pe- reira da Silva, cinco estudam © que tra so obrigadas a pegar duas con- dugdes para chegar até colégios de Mata Escura, Piraja ou da Ribeira. So- mente em passagem de onibus cles sistem cerca de Crs 260 por més, sem contar as aulas de educagio fi. slea, que so trés vezes por semana”, Mesmo assim, © apesar das presta- goes de multas residéncias terem eu: Bido de CrS 115 para CrS 363, em um Periodo de dots anos. como é 0 caso de um mutudrio da rua D, na tercelra etapa, os moradores do Conjunto Ha- bitacional Castelo Branco racebem | atendimento médico gratuito, num Pos- to de Satide montado pela Prefeitura Ge Salvador, logo na entrada do nd- LUGAR TRANQUILO “uma vantagem de se morar aqui 6 4 sossego” diz Elias de Araujo Almet- da, chefe do Posto Policial, que atua am seu trabalho de agente’ de policia “para aparter uma ou outra briga de vizinhos”. /Mesmo sendo um lugar pa- ato, porém, os moradores ainda recor: dam do assalto @ uma padaria. as 10 horas da mana, um caso recente. Mas quase ninguém se mostra pre- ocupado com ladrées ¢ hé os que afir mam que a Colonia Penal de "Pedra Preta" (nos fundos do conjunto e onde até hd bem pouco tempo os quaso dois mil presididrios tinham a tarefa de quebrar pedras” é que afasta os margi: nals. Embora hija esse sosségo, os mo radores sentem também a falta de érea_ | de lazer (as Tuas 340 pougo athoriza das), para a divertimento de quem tra balha a semana inteira, pole para Ir a praia, aos domingos, a gente se v8 | ‘obrigado a andar uma hora © meia de» | ‘Snibus para chegar até Itepua’, alega um’ morador

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