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Convengao sobre a Protegao e Promogao da Diversidade das Expressées Culturais UNESCO Paris, 20 de outubro de 2005 CONVENGAO SOBRE A PROTEGAO E PROMOGAO DA DIVERSIDADE DAS EXPRESSOES CULTURAIS A Conferéncia Geral da Organizagao das Nagées Unidas para Educagdo, a Ciéncia e a Cultura, em sua 33* reunido, celebrada em Paris, de 03 a 21 de outubro de 2005, Afirmando que a diversidade cultural é uma caracteristica essencial da humanidade, Ciente de que a diversidade cultural constitui patriménio comum da humanidade, a ser valorizado e cultivado em beneficio de todos, Sabendo que a diversidade cultural cria um mundo rico e variado que aumenta a gama de possibilidades e nutre as capacidades © valores humanos, constituindo, assim, um dos principais motores do desenvolvimento sustentavel das comunidades, povos e nagGes, Recordando que a diversidade cultural, ao florescer em um ambiente de democracia, tolerdncia, justiga social e mutuo respeito entre povos e culturas, é indispensavel para a paz e a seguranca no plano local, nacional intemacional, Celebrando a importancia da diversidade cultural para a plena realizacdo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais proclamados na Declaragao Universal dos Direitos do Homem e outros. instrumentos universalmente reconhecidos, Destacando a necessidade de incorporar a cultura como elemento estratégico das politicas de desenvolvimento nacionais ¢ internacionais, bem como da cooperagao internacional para o desenvolvimento, e tendo igualmente ‘em conta a Declaragao do Milénio das Nagdes Unidas (2000), com sua énfase na erradicagao da pobreza, Considerando que a cultura assume formas diversas através do tempo e do espago, e que esta diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade das identidades, assim como nas expressdes cullurais dos povos e das sociedades que formam a humanidade, Reconhecendo a importancia dos conhecimentos tradicionais como fonte de riqueza material e imaterial, e, em particular, dos sistemas de conhecimento das populagdes indigenas, e sua contribuigdo positiva para o desenvolvimento sustentavel, assim como a necessidade de assegurar sua adequada protecdo promocao, Reconhecendo a necessidade de adotar medidas para proteger a diversidade das expressdes culturais, incluindo seus contetidos, especialmente nas situagdes em que expressées culturais possam estar ameacadas de extingao ou de grave deterioragao, Enfatizando a imporlancia da cultura para a coesdo social em geral, e, em particular, o seu potencial para a melhoria da condigao da mulher e de seu papel na sociedade, Ciente de que a diversidade cultural se fortalece mediante a livre circulago de idéias e se nutre das trocas constantes e da interagao entre culturas, Reafirmando que a liberdade de pensamento, expresso e informagao, bem como a diversidade da midia, possibilitam o florescimento das expresses culturais nas sociedades, Reconhecendo que a diversidade das expressées culturais, incluindo as expressées culturais tradicionais, é um fator importante, que possibilita aos individuos e aos povos expressarem e compartilharem com outros as suas idéias e valores, Recordando que a diversidade lingUistica constitui elemento fundamental da diversidade cultural, e reafirmando © papel fundamental que a educacdo desempenha na protegdo e promogao das expressées culturais, Tendo em conta a importancia da vitalidade das culturas para todos, incluindo as pessoas que pertencem a minorias © povos indigenas, tal como se manifesta em sua liberdade de criar, difundir e distribuir as suas expressées culturais tradicionais, bem como de ter acesso a elas, de modo a favorecer o seu proprio desenvolvimento, Sublinhando o papel essencial da interacdo e da criatividade culturais, que nutrem e renovam as expresses culturais, e fortalecem o papel desempenhado por aqueles que participam no desenvolvimento da cultura para 0 progresso da sociedade como um todo, Reconhecendo a importancia dos direitos da propriedade intelectual para a manutengao das pessoas que participam da criatividade cultural, Convencida de que as atividades, bens e servigos culturais possuem dupla natureza, tanto econdmica quanto cultural, uma vez que s4o portadores de identidades, valores e significados, nao devendo, portanto, ser tratados como se tivessem valor meramente comercial, Constatando que os processos de globalizagao, facilitado pela rpida evolugao das tecnologias de comunicagéo € informagao, apesar de proporcionarem condigées inéditas para que se intensifique a interacdo entre culturas, constituem também um desafio para a diversidade cultural, especialmente no que diz respeito aos riscos de desequilibrios entre paises ricos e pobres, Ciente do mandato especifico confiado & UNESCO para assegurar o respeito diversidade das culturas & recomendar os acordos intemnacionais que julgue necessérios para promover a livre citculagao de idéias por meio da palavra e da imagem, Referindo-se as disposicdes dos instrumentos intemacionais adotados pela UNESCO relativos a diversidade cultural e ao exercicio dos direitos culturais, em particular a Declaragao Universal sobre a Diversidade Cultural, de 2001, ‘Adota, em 20 de outubro de 2005 , a presente Convengao, |. Objetivos e principios diretores Artigo 1 — Objetivos Os objetivos da presente Convengao sao: 2) proteger e promover a diversidade das expressdes culturais; b) criar condig6es para que as culturas floresgam e interajam livremente em beneficio miituo; ©) encorajar 0 didlogo entre culturas a fim de assegurar intercmbios culturais mais amplos e equilibrados no mundo em favor do respeito intercultural e de uma cultura da paz; 4) fomentar a interculturalidade de forma a desenvolver a interagao cultural, no espirito de construir pontes entre ‘08 povos; ) promover o respeito pela diversidade das expressées culturais @ a conscientizagao de seu valor nos planos local, nacional e internacional; 4) reafirmar a importancia do vinculo entre cultura e desenvolvimento para todos os paises, especialmente para paises em desenvolvimento, e encorajar as agdes empreendidas no plano nacional e internacional para que se reconhega 0 auténtico valor desse vinculo; {g) reconhecer natureza especifica das atividades, bens e servigos culturais enquanto portadores de identidades, valores e significados; h) reafirmar o direito ‘soberano dos Estados de conservar, adotar e implementar as politicas e medidas que considerem apropriadas para a protegao e promogao da diversidade das expresses culturais em seu territério; i) fortalecer a cooperagao ¢ a solidariedade internacionais em um espirito de parceria visando, especialmente, 0 aprimoramento das capacidades dos paises em desenvolvimento de protegerem e de promoverem a diversidade das expressées culturais. A 10 2 - Principios Diretores 1. Principio do respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais A diversidade cultural somente podera ser protegida promovida se estiverem garantidos os direitos humanos e as liberdades fundamentais, tais como a liberdade de expressao, informagao e comunicagao, bem como a possibilidade dos individuos de escolherem expressdes culturais. Ninguém podera invocar as disposigées da presente Convengdo para atentar contra os direitos do homem e as liberdades fundamentais consagrados na Declaracao Universal dos Direitos Humanos e garantidos pelo direito intemacional, ou para limitar 0 ambito de sua aplicacao. 2. Principio da soberania De acordo com a Carta das Nagdes Unidas e com os principios do dieito internacional, os Estados tém o direito soberano de adotar medidas e politicas para a protegdo e promogao da diversidade das expressées culturais ‘em seus respectivos territérios 3. Principio da igual dignidade e do respeito por todas as culturas A protego & a promogao da diversidade das expressées culturais pressupdem 0 reconhecimento da igual ignidade e 0 respeito por todas as culturas, incluindo as das pessoas pertencentes a minorias e as dos povos indigenas. 4. Principio da solidariedade e cooperagéo internacionais ‘A cooperagao e a solidariedade intemacionais devem permitir a todos os paises, em particular os paises em desenvolvimento, criarem e fortalecerem os meios necessdrios a sua expressao cultural — incluindo as industrias culturais, sejam elas nascentes ou estabelecidas — nos planos local, nacional e intemacional 5. Principio da complementaridade dos aspectos econémicos e cutturais do desenvolvimento Sendo a cultura um dos motores fundamentais do desenvolvimento, os aspectos culturais deste sdo téo importantes quanto os seus aspectos econémicos, e os individuos € povos tém o direito fundamental de dele participarem e se beneficiarem. 6. Principio do desenvolvimento sustentavel A diversidade cultural constitui grande riqueza para os individuos e as sociedades. A protegdo, promogao ¢ manutengao da diversidade cultural 6 condigao essencial para o desenvolvimento sustentavel em beneficio das geragdes atuais ¢ futuras. 7. Principio do acesso eqiiitativo O acesso eaiiitativo a uma rica e diversificada gama de expresses culturais provenientes de todo o mundo ¢ o ‘acesso das culturas aos meios de expressao e de difusdo constituem importantes elementos para a valorizagao da diversidade cultural e o incentivo ao entendimento mutuo. 8. Principio da abertura @ do equilibrio ‘Ao adotarem medidas para favorecer a diversidade das expressdes culturais, os Estados buscarao promover, de modo apropriado, a abertura a outras culturas do mundo e garantir que tais medidas estejam em conformidade com os objetivos perseguidos pela presente Convengéo. Il Campo de aplicagao A Jo 3 - Campo de aplicagao A presente Convengao aplica-se a politicas e medidas adotadas pelas Partes relativas 4 protegao e promogao da diversidade das expressées culturais. IL Definigdes. A 10 4— Definigbes, Para os fins da presente Convengao, fica entendido que: 1. Diversidade Cultural "Diversidade cultural’ refere-se & multiplicidade de formas pelas quais as culturas dos grupos e sociedades encontram sua expressao. Tais expressdes sdo transmitidas entre e dentro dos grupos e sociedades. A diversidade cultural se manifesta nao apenas nas variadas formas pelas quais se expressa, se enriquece e se transmite 0 patriménio cultural da humanidade mediante a variedade das expressdes culturais, mas também através dos diversos modos de criacdo, produgao, difuséo, distribuigo e fruigéo das expressoes culturais, quaisquer que sejam os meios e tecnologias empregados. 2. Contetido Cultural ‘Contetido cultural" refere-se ao carater simbélico, dimenséo artistica e valores culturais que tém por origem ou expressam identidades culturais, 3. Expressées culturais “Expressdes culturais" séo aquelas expresses que resultam da criatividade de individuos, grupos e sociedades © que possuem contetido cultural 4, Atividades, bens e servigos culturais tividades, bens e servigos culturais” refere-se as atividades, bens e servigos que, considerados sob o ponto de vista da sua qualidade, uso ou finalidade especifica, incorooram ou transmitem expressdes culturais, independentemente do valor comercial que possam ter. As atividades culturais podem ser um fim em si mesmas, ou contribuir para a produgao de bens e servigos culturais, 5. Indistrias culturais “Industrias culturais" refere-se as indisstrias que produzem e distribuem bens e servigos culturais, tais como definidos no pardgrafo 4 acima. 6. Politicas e medidas culturais “"Politicas e medidas culturais" refere-se as politicas e medidas relacionadas cultura, seja no plano local, regional, nacional ou internacional, que tenham como foco a cultura como tal, ou cuja finalidade seja exercer efeito direto sobre as expressdes culturais de individuos, grupos ou sociedades, incluindo a criago, produgao, difusdo e distribuigao de atividades, bens e servigos culturais, € o acesso aos mesmos. 7. Protegdo "Protegao” significa a adogo de medidas que visem a preservacao, salvaguarda e valorizacao da diversidade das expressées culturais. "Proteger” significa adotar tais medidas. 8. Interculturalidade “interculturalidade” refere-se a existéncia e interacdo eqliltativa de diversas culturas, assim como a possibilidade de geragao de expressdes culturais compartilhadas por meio do didlogo e respeito miituo. IV. Direitos © obrigacées das partes Artigo 5 - Regra geral em matéria de direitos e obrigacdes 1. As Partes, em conformidade com a Carta das Nagées Unidas, os principios do direito intemacional e os instrumentos universalmente reconhecidos em matéria de direitos humanos, reafirmam seu direito soberano de formular e implementar as suas politicas culturais e de adotar medidas para a protec e a promogao da diversidade das expresses culturais, bem como para o fortalecimento da cooperagdo internacional, a fim de alcangar os objetivos da presente Convengao, 2. Quando uma Parte implementar politicas e adotar medidas para proteger e promover a diversidade das ‘expressdes culturais em seu terrtério, tais politicas e medidas deverao ser compativeis com as disposigdes da presente Convengao. Artigo 6 - Direitos das Partes no ambito nacional 1. No marco de suas politicas e medidas culturais, tais como definidas no artigo 4.6, ¢ levando em consideragao as circunstancias e necessidades que Ihe sao particulares, cada Parte poderd adotar medidas destinadas a proteger e promover a diversidade das expresses culturais em seu territério. 2, Tais medidas poderao incluir (a) medidas regulatérias que visem a protecdo ¢ promocdo da diversidade das expressées cultuais; (b) medidas que, de maneira apropriada, criem oportunidades as atividades, bens e servigos cullurais nacionais = entre 0 conjunto das atividades, bens e servigos culturais disponiveis no seu territério —, para a sua criagao, producao, difusdo, distribuigao e fruigao, incluindo disposigdes relacionadas & lingua utlizada nessas atividades, bens e servigos; (c) medidas destinadas a fomecer as indiistrias culturais nacionais independentes e as atividades no setor informal acesso efetivo aos meios de produgao, difusao e distribuicao das atividades, bens e servigos culturais; (d) medidas voltadas para a concessdo de apoio financeiro ptiblico: (e) medidas com o propésito de encorajar organizagées de fins ndo-lucrativos, e também instituigdes piblicas e privadas, artistas e outros profissionais de cultura, a desenvolver e promover o livre intercambio e circulagao de Idéias e expressées culturais, bem como de atividades, bens e servigos culturais, e a estimular tanto a criatividade quanto o espirito empreendedor em suas alividades (f) medidas com vistas a estabelecer e apoiar, de forma adequada, as insfituigdes pertinentes de servigo puiblico; (g) medidas para encorajar e apoiar os artistas e todos aqueles envolvidos na criagéo de expressées culturais; (h) medidas objetivando promover a diversidade da midia, inclusive mediante servigos pliblicos de radiodifusdio. A 10 7 = Medidas para a promogao das expressées culturais 1. As partes procurarao criar em seu territério um ambiente que encoraje individuos e grupos sociais a: (a) criar, produzir, dfundir, distribuir suas préprias expressées culturais, e a elas ter acesso, conferindo a devida atengao as circunstancias e necessidades especiais da mulher, assim como dos diversos grupos sociais, incluindo as pessoas pertencentes as minorias e povos indigenas; (b) ter acesso as diversas expressées culturais provenientes do seu territério dos demais paises do mundo; 2. As Partes buscaréio também reconhecer a importante contribuicdo dos artistas, de todos aqueles envolvidos no proceso criativo, das comunidades culturais e das organizagdes que os apéiam em seu trabalho, bem como © papel central que desempenham ao nutrir a diversidade das expressées culturais. Artigo 8 - Medidas para a protecdo das expressées culturais 1. Sem prejuizo das disposigdes dos artigos 5 ¢ 6, uma Parte poderd diagnosticar a existéncia de situaces ‘especiais em que expressdes culturais em seu territ6rio estejam em risco de exlingao, sob séria ameaga ou necessitando de urgente salvaguarda 2. As Partes poderdo adotar todas as medidas apropriadas para proteger e preservar as expressdes cullurais nas situagées referidas no paragrafo 1, em conformidade com as disposigdes da presente Convengao. 3. As partes informarao ao Comité Intergovernamental mencionado no Artigo 23 todas as medidas tomadas ara fazer face as exigéncias da situagao, podendo 0 Comité formular recomendagdes apropriadas. Artigo 9 — Intercémbio de informagées e transparéncia As Partes: (a) fomecerdo, a cada quatro anos, em seus relatérios & UNESCO, informacao apropriada sobre as medidas adotadas para proteger e promover a diversidade das exprossées culturais em seu territério & no plano internacional (b) designaréo um ponto focal, responsével pelo compartithamento de informagées relativas & presente Convengao; (©) compartiihardo e trocardo informagées relativas protegdo e promocdo da diversidade das expressées culturais, Artigo 10 - Educagao e conscientizagao publica As Partes deverdo (@) propiciar e desenvolver a compreenséo da importancia da protegdo e promogao da diversidade das expressées culturais, por intermédio, entre outros, de programas de educagao e maior sensibilizagao do puiblico; (b) cooperar com outras Partes e organizagGes regionais e internacionais para alcangar 0 objetivo do presente artigo; (0) esforgar-se por incentivar a criatividade fortalecer as capacidades de produgao, mediante o estabelecimento de programas de educacdo, treinamento e intercambio na area das industrias culturais. Tais medidas deverdo ser aplicadas de modo a nao terem impacto negativo sobre as formas tradicionais de produgao. Artigo 11 - Participagao da sociedade civil ‘As Partes reconhecem o papel fundamental da sociedade civil na protegao e promogao da diversidade das expressées cullurais, As Partes deverdo encorajar a participagao aliva da sociedade civil em seus esforgos para alcangar os objetivos da presente Convengao, A iternacional 10 12 « Promogo da cooperacae ‘As Partes procurarao fortalecer sua cooperagao bilateral, regional e intemacional, a fim de criar condices propicias & promogao da diversidade das expressdes culturais, levando especialmente em conta as situagdes, mencionadas nos Artigos 8 e 17, em particular com vistas a: (a) faciitar 0 dialogo entre as Partes sobre politica cultural; (b) reforgar as capacidades estratégicas © de gestéo do setor piiblico nas instituigdes publicas culturais, mediante intercémbios culturais profissionais e internacionais, bem como compartilhamento das melhores praticas; (0) reforgar as parcerias com a sociedade civil, organizagées néo-governamentais e setor privado, @ entre essas entidades, para favorecer e promover a diversidade das expressées culturais; (d) promover a utilizagao das novas tecnologias e encorajar parcerias para incrementar 0 compartilhamento de informagdes, aumentar a compreensao cultural e fomentar a diversidade das expressdes culturais; (e) encorajar a celebracao de acordos de co-produgao e de co-distribuigao. Artigo 13 - Integragdo da cultura no desenvolvimento sustentavel As Partes envidarao esforcos para integrar a cultura nas suas politicas de desenvolvimento, em todos os nive's, a fim de criar condigées propicias ao desenvolvimento sustentavel e, nese marco, fomentar os aspectos ligados a protegao e promogao da diversidade das expressées culturais. Artigo 14 = Cooperacao para o desenvolvimento As Partes procuraro apoiar a cooperacao para o desenvolvimento sustentével e a redugao da pobreza, especialmente em relagao as necessidades especificas dos paises em desenvolvimento, com vistas a favorecer ‘a emergéncia de um setor cultural dinamico pelos seguintes meios, entre outros: (a) 0 fortalecimento das induistrias culturais em paises em desenvolvimento’ (i) criando ¢ fortalecendo as capacidades de produc&o e distribuigao culturais nos paises em desenvolvimento; facilitando um maior acesso de suas atividades, bens e servigos culturais ao mercado global e aos circuitos intemacionais de distribuigao; permitindo a emergéncia de mercados regionais locais viaveis; (iv) adotando, sempre que possivel, medidas apropriadas nos paises desenvolvidos com vistas a facilitar o acesso ao seu territério das atividades, bens e servigos cullurais dos pafses em desenvolvimento; (v) apoiando o trabalho criativo e facilitando, na medida do possivel, a mobilidade dos artistas dos paises em desenvolvimento: (vi) encorajando uma apropriada colaboracao entre pafses desenvolvidos e em desenvolvimento, em particular nas areas da miisica e do cinema (b) 0 fortalecimento das capacidades por meio do intercambio de informagdes, experiéncias e conhecimentos ‘especializados, assim como pela formagao de recursos humanos nos paises em desenvolvimento, nos setores plibico e privado, no que concere notadamente as capacidades estratégicas e gerenciais, a formulagao e implementagao de pollticas, a promogao e distribuicéo das expressdes culturais, 0 desenvolvimento das médias, pequenas © micro empresas, © a utilizagdo das tecnologias e desenvolvimento e transferéncia de competéncias; (c) a transferéncia de tecnologias ¢ conhecimentos mediante a introdugao de medidas apropriadas de incentivo, especialmente no campo das induistrias e empresas culturais; (d) 0 apoio financeiro mediante: (i) 0 estabelecimento de um Fundo Internacional para a Diversidade Cultural conforme disposto no artigo 18; i) a concessdo de assisténcia oficial ao desenvolvimento, segundo proceda, incluindo a assisténcia técnica, a fim de estimular e incentivar a criatividade; outras formas de assisténcia financeira, tals como empréstimos com baixas taxas de juros, subvenges e ‘outros mecanismos de financiamento. Artigo 15 - Modalidades de colaboragao ‘As Partes incentivarao 0 desenvolvimento de parcerias entre o setor ptiblico, 0 setor privado ¢ organizagées de fins nao-lucrativos, ¢ também no interior dos mesmos, a fim de cooperar com os paises em desenvolvimento no fortalecimento de suas capacidades de proteger e promover a diversidade das expressées culturais. Essas parcerias inovadoras enfatizardo, de acordo com as necessidades conoretas dos paises em desenvolvimento, a melhoria da infra-estrutura, dos recursos humanos e politicos, assim como o intercambio de atividades, bens © servigos culturais, Artigo 16 - Tratamento preferencial para paises em desenvolvimento Os paises desenvolvidos facilitarao intercambios culturais com os paises em desenvolvimento garantindo, por meio dos instrumentos institucionais e juridicos apropriados, um tratamento preferencial aos seus artistas e outros profissionais e praticantes da cultura, assim como aos seus bens e servigos culturais Artigo 17 = Cooperagao interna nal em situagées de grave ameaga as expresses culturais ‘As Partes cooperardo para mutuamente se prestarem assisténcia, conferindo especial atengao aos paises em desenvolvimento, nas situagées referidas no Artigo 8. Artigo 18 - Fundo Internacional para a Diversidade Cultural 4. Fica instituldo um Fundo Internacional para a Diversidade Cultural, doravante denominado "Fundo" 2. 0 Fundo estara constituido por fundos fiduciarios, em conformidade com 0 Regulamento Financeiro da UNESCO. 3. Os recursos do Fundo serao constituidos por: a) contribuigdes voluntarias das Partes; b) recursos financeiros que a Conferéncia-Geral da UNESCO assigne para tal fim; c) contribuigdes, doacdes ou legados feitos por outros Estados, organismos ¢ programas do sistema das Nagdes Unidas, organizagdes regionais ou intemacionais; entidades publicas ou privadas e pessoas fisicas; 4) juros sobre os recursos do Fundo; ) 0 produto das coletas e receitas de eventos organizados em beneficio do Fundo; ) quaisquer outros recursos autorizados pelo regulamento do Fundo. 4, A.utilizagao dos recursos do Fundo sera decidida pelo Comité Intergovernamental, com base nas orientagdes da Conferéncia das Partes mencionada no Artigo 22 5, © Comité Intergovernamental poderé accitar contribuigées, ou outras formas de assisténcia com finalidade geral ou especifica que estejam vinculadas a projetos concretos, desde que os mesmos contem com a sua aprovagao. 6. As contribuigdes ao Fundo nao poderdo estar vinculadas a qualquer condigao politica, econémica ou de outro tipo que seja incompativel com os objetivos da presente Convengao. 7. As Partes farao esforgos para prestar contribuigdes voluntarias, em bases regulares, para a implementagao da presente Convengao. Artigo 19 - Intercambio, andlise e difusao de informagées 1. As Partes comprometem-se a trocar informag&es © compartilhar conhecimentos especializados relatives a coleta de dados e estatisticas sobre a diversidade das expressées culturais, bem como sobre as melhores préticas para a sua protecao e promogao. 2. AUNESCO faciltara, gragas aos mecanismos existentes no seu Secretariado, a coleta, anilise ¢ difusdo de todas as informagées, estatisticas e melhores praticas sobre a matéria 3. Adicionalmente, a UNESCO estabelecer e atualizard um banco de dados sobre os diversos setores € organismos governamentais, privadas © de fins ndo-luorativos, que estejam envolvidos no dominio das expressées culturais, 4, A fim de facilitar a coleta de dados, a UNESCO dara atengao especial & capacitagao e ao fortalecimento das competéncias das Partes que requisitarem assisténcia na matéria, 5. A coleta de informagdes definida no presente artigo complementard as informagdes a que fazem referénoia as disposigées do artigo 9. V. Relagdes com outros instrumentos Artigo 20 - Relagées com outros instrumentos: apoio mituo, complementaridade e néo-subordinagao 1. As Partes reconhecem que deveréo cumprir de boa-fé suas obrigagées perante a presente Convengao @ todos os demais tratados dos quais sejam parte. Da mesma forma, sem subordinar esta Convengao a qualquer out tratado: (a) fomentardo 0 apoio miituo entre esta Convengao e os outros tratados dos quais sao parte; € (b) ao interpretarem e aplicarem os outros tratados dos quais sao parte ou ao assumirem novas obrigagées, internacionais, as Partes levarao em conta as disposigdes relevantes da presente Convengao. 2. Nada na presente Convencéo sera interpretado como modificando os direitos e obrigagées das Partes decorrentes de outros tratados dos quais sejam parte. A 10 21 — Consulta e coordenagao internacional ‘As Partes comprometem-se a promover os objetivos e principios da presente Convengao em outros foros internacionais. Para esse fim, as Partes deverdo consultar-se, quando conveniente, tendo em mente os mencionados objetivos e principios. VI. Orgaos da Convengao Artigo 22 — Conferéncia das Partes 1, Fica estabelecida uma Conferéncia das Partes. A Conferéncia das Partes 6 o érgao plendrio e supremo da presen Convengao, 2. A Conferéncia das Partes se reune em sesso ordinaria a cada dois anos, sempre que possivel no ambito da Conferéncia-Geral da UNESCO. A Conferéncia das Partes poder reunir-se em sessdo extraordindria, se assim © decidir, ou se solicitagao for dirigida ao Comité Intergovernamental por ao menos um tergo das Partes. 3. A Conferéncia das Partes adotara o seu préprio Regimento interno. 4, As fungées da Conferéncia das Partes sao, entre outras: (a) eleger 0 Membros do Comité Intergovernamental; (b) receber e examinar relatérios das Partes da presente Convengao transmitidos pelo Comité Intergovernamental;, (0) aprovar as diretrizes operacionais preparadas, a seu pedido, pelo Comité Intergovernamental; (d) adotar quaisquer outras medidas que considere necessérias para promover os objetivos da presente Convengao. Artigo 23 - Comité Intergovernamental 1. Fica instituido junto a UNESCO um Comité Intergovernamental para a Protegdo e Promogao da Diversidade das Expressées Culturais, doravante referido como “Comité Intergovernamental". Ele & composto por representantes de 18 Estados-Partes da Convengao, eleitos pela Conferéncia das Partes para um mandato de ‘quatro anos, a partir da entrada em vigor da presente Convencao, conforme o artigo 29. 2. O Comité Intergovernamental se reune em sessdes anuais. 3. © Comité Intergovernamental funciona sob a autoridade e em conformidade com as diretrizes da Conferéncia das Partes, qual presta contas. 4, Os niimero de membros do Comité Intergovernamental sera elevado para 24 quando 0 niimero de membros, da presente Convengdo chegar a 50. 5, A eleigdo dos membros do Comité Intergovernamental é baseada nos principios da representagao geogréfica eqilitativa e da rotatividade. 6. Sem prejuizo de outras responsabilidades a ele conferidas pela presente Convengao, o Comité Intergovernamental tem as seguintes fungdes: (a) promover os objetivos da presente Convengdo, incentivar e monitorar a sua implementagao; (b) preparar e submeter & aprovagéo da Conferéncia das Partes, mediante solicitagdo, as diretrizes ‘operacionais relativas a implementacao e aplicacao das disposigdes da presente Convengao; (0) transmitir 4 Conferéncia das Partes os relatérios das Partes da Convengaio acompanhados de observagées & um resumo de seus contetidos; (d) fazer recomendagoes apropriadas para situagées trazidas @ sua atengao pelas Partes da Convengao, de acordo com as disposigées pertinentes da Convengao, em particular o Artigo 8; (e) estabelecer os procedimentos e outros mecanismos de consulta que visem & promogao dos objetivos e principios da presente Convengao em outros foros internacionais; (f) realizar qualquer outra tarefa que Ihe possa solicitar a Conferéncia das Partes. 7. © Comité Intergovernamental, em conformidade com o seu Regimento interno, podera, a qualquer momento, convidar organismos piiblicos ou privados ou pessoas fisicas a participarem das suas reuniées para consulta- los sobre questées especificas, 8. O Comité Intergovernamental elaborara 0 seu préprio Regimento interno e o submetera a aprovagao da Conferéncias das Partes. Artigo 24 — Secretariado da UNESCO 1. Os érgaos da presente Convengao serao assistidos pelo Secretariado da UNESCO. 2. O Secretariado prepararé a documentagéo da Conferéncia das Partes e do Comité Intergovernamental, assim como 0 projeto de agenda de suas reunides, prestando auxilio na implementagao de suas decisées informando sobre a aplicagdo das mesmas. VII. Disposigées finais A 10 25 = Solugao de controvér: 1. Em caso de controvérsia acerca da interpretagdo ou aplicagao da presente Convengdo, as Partes buscarao resolvé-la mediante negociacao. 2. Se as Partes envolvidas ndo chegarem a acordo por negociag4o, poderdo recorrer conjuntamente aos bons oficios ou & mediago de uma terceira parte. 3. Se 0s bons oficios ou a mediagao no forem adotados, ou se nao for possivel superar a controvérsia pela negociagao, bons oficios ou mediagao, uma Parte podera recorrer a conciliagéo, em conformidade com o procedimento constante do Anexo & presente Convengao. As Partes considerarao de boa-fé a proposta de solugao da controvérsia apresentada pela Comissao de Conciliagao. 4, Cada Parte podera, no momento da ratificago, aceitagao, aprovagao ou adesdo, declarar que n&o reconhece © procedimento de conciliagao acima disposto. Toda Parte que tenha feito tal declaracdo poderé, a qualquer momento, retira-la mediante notificagao ao Diretor-Geral da UNESCO. Artigo 26 - Ratificagao, aceitagao, aprovacao ou adesao por Estados-Membros 1. A presente Convengao estara sujeita a rafificacdo, aceitacdo, aprovago ou adesdo dos Estados membros da UNESCO, em conformidade com os seus respectivos procedimentos constitucionais. 2. Os instrumentos de ratificagdo, aceitago, aprovagao ou adesdo serao depositados junto ao Diretor-Geral da UNESCO. Artigo 27 - Adesao 1. A presente Convengao estara aberta a adesdo de qualquer Estado ndo-membro da UNESCO, desde que pertenga & Organizagao das Nagdes Unidas ou a algum dos seus organismos especializados e que tenha sido convidado pela Conferéncia-Geral da Organizagao a aderir a Convengao. 2. A presente Convengdo estard também aberta 4 adesao de territérios que gozem de plena autonomia interna reconhecida como tal pelas NagSes Unidas, mas que nao tenham alcangado a total independéncia em conformidade com a Resolucdo 1514 (XV) da Assembiéia Geral, e que tenham competéncia nas matérias de que trata a presente Convengao, incluindo a competéncia para conoluir tratados relativos a essas matérias, 3. As seguintes disposigdes aplicam-se a organizagses regionais de integragao econdmica’ a) a presente Convengao ficard também aberta a adesdo de toda organizacao regional de integragao econémica, que estard, exceto conforme estipulado abaixo, plenamente vinculada as disposigses da Convengao, da mesma maneira que os Estados Parte b) se um ou mais Estados membros dessas organizagées forem igualmente Partes da presente Convendo, a organizagao ¢ o Estado ou Estados membros decidirao sobre suas respectivas responsabilidades no que tange ao cumprimento das obrigagées decorrentes da presente Convencdo. Tal divisdo de responsabilidades tera feito apés 0 témino do pracedimento de notificagdo descrito no inciso (c) abaixo. A organizagéo e seus Estados membros no poderéo exercer, concomitantemente, os direitos que emanam da presente Convengao. ‘Além disso, nas matérias de sua competéncia, as organizagées regionais de integragdo econémica poderao ‘exercer 0 direito de voto com um niimera de votos igual ao numero de seus Estados membros que sejam Partes da Convengao. Tais organizagdes nao poderdo exercer 0 direito a voto se qualquer dos seus membros 0 fizer, € vice-versa, ©) a organizagao regional de integragao econémica e seu Estado ou Estados membros que tenham acordado a divisao de responsabilidades prevista no inciso (b) acima, o informarao as Partes do seguinte modo () em seu instrumento de adesao, tal organizagéo doclarara, de forma precisa, a divisdo de suas responsabilidades com respeito as matérias regidas pela Convengao; (ii) em caso de posterior modificagao das respectivas responsabilidades, a organizagao regional de integragao ‘econémica informaré ao depositario de toda proposta de modificacao dessas responsabilidades; 0 depositario deverd, por sua vez, informar as Partes de tal modificagao. 4) 08 Estados membros de uma organizagao regional de integragao econémica que se tenham tornado Partes da presente Convengao séo supostos manter a competéncia sobre todas as matérias que nao tenham sido, mediante expressa declaragéo ou informacéo ao depositario, objeto de transferéncia competéncia & organizagao. ) entende-se por “organizagao regional de integragao econdmica” toda organizagao constitulda por Estados soberanos, membros das Nacées Unidas ou de um de seus organismos especializados, qual tais Estados tenham transferido suas competéncias em matérias regidas pela presente Convencdo, e que haja sido devidamente autorizada, de acordo com seus procedimentos internos, a tomar-se Parte da Convencao. 4, O instrumento de adesao sera depositado junto ao Diretor-Geral da UNESCO. 10 28 - Ponto focal ‘Ao aderir & presente Convengdo, cada Parte designard o “ponto focal” referido no artigo 9. Artigo 29 - Entrada em vigor 1. A presente Convengao entrard em vigor trés meses apés a data de depésito do trigésimo instrumento de ratificagéo, aceitagao, aprovagéo ou adeséo, mas unicamente em relagao aos Estados ou organizagoes regionais de integragao econémica que tenham depositado os seus respectivos instrumentos de ratificacao, aceitacao, aprovacao ou adesdo naquela data ou anteriormente. Para as demais Partes, a Convengao entrara ‘em vigor trés meses apés a data do depésito de seu instrumento de ratificagao, aceitagao, aprovacao ou adeséo. 2, Para os fins do presente artigo, nenhum instrument depositado por organizagao regional de integragao econémica sera contado como adicional aqueles depositados pelos Estados membros da referida organizacao. Artigo 30 - Sistemas constitucionais nao-unitarios ou federativos Reconhecendo que os acordos internacionais vinculam de mesmo modo as Partes, independentemente de seus sistemas constitucionais, as disposigées a seguir aplicam-se as Partes com regime constitucional federativo ou ndo-unitario: (a) no que se refere as disposigdes da presente Convengao cuja aplicagao seja da competéncia do poder legislativo federal ou central, as obrigagSes do governo federal ou central serao as mesmas das Partes que ndo 880 Estados federativos: (b) no que se refere as disposigdes desta Convengao cuja aplicagéio seja da competéncia de cada uma das Unidades constituintes, sejam elas Estados, condados, provincias ou cantes que, em virtude do sistema constitucional da federagao, nao tenham a obrigagéo de adotar medidas legislalivas, 0 governo federal comunicara, quando necessério, essas disposicSes as autoridades competentes das unidades constituintes, sejam elas Estados, condados, provincias ou cantdes, com a recomendagao de que sejam aplicadas. Artigo 31 -Dentncia 1, Cada uma das Partes podera denunciar a presente Convencdo, 2, A dentincia seré notificada em instrumento escrito despositado junto ao Diretor-Geral da UNESCO, 3. A dentincia terd efeito doze meses apés a recep¢ao do respectivo instrumento. A dentincia ndo modificaré ‘em nada as obrigagSes financeiras que a Parte denunciante assumiu até a data de efetivacao da retirada Artigo 32 - Fungées de Depositério O Diretor-Geral da UNESCO, na condigao de depositério da presente Convengdo, informara aos Estados membros da Organizagao, aos Estados ndo-membros e as organizages regionais de integragao econémica a que se refere 0 Artigo 27, assim como as Nagées Unidas, sobre 0 depésito de todos os instruments de ratificagao, aceitag4o, aprovago ou adesao mencionados nos artigos 26 e 27, bem como sobre as deniincias previstas no Artigo 31 Artigo 33 — Emendas 1, Toda Parte podera, por comunicagao escrita dirigida ao Diretor-Geral, propor emendas a presente Convengao. O Diretor-Geral transmitira essa comunicagao as demais Partes. Se, no prazo de seis meses a partir da data da transmissao da comunicacao, pelo menos metade dos Estados responder favoravelmente a ‘essa demanda, o Diretor-Geral apresentaré a proposta a préxima sessdo da Conferénoia das Partes para cussao e eventual adogao. 2. As emendas sero adotadas por uma maioria de dois tergos das Partes presentes e votantes, 3, Uma vez adotadas, as emendas a presente Convengdo serao submetidas as Partes para ratificagao, aceitagao, aprovacao ou adesdo. 4, Para as Partes que as tenham ratificado, aceitado, aprovado ou a elas aderido, as emendas a presente Convengao entrarao em vigor trés meses apés o depésito dos instrumentos referidos no paragrafo 3 deste Artigo por dois tergos das Partes. Subseqiientemente, para cada Parte que a ratifique, aceite, aprove ou a ela adira, a emenda entrara em vigor trés meses apés a data do depésito por essa Parte do respectivo instrumento de ratificagéo, aceitagao, aprovagao ou adesao. 5. 0 procedimento estabelecido nos pardgrafos 3 e 4 ndo se aplicaréo as emendas ao artigo 23 relativas ao nimero de membros do Comité Intergovernamental. Tais emendas entraréo em vigor no momento em que forem adotadas. 6. Um Estado, ou uma organizagao regional de integragéo econémica definda no artigo 27, que se tome Parte da presente Convengao apés a entrada em vigor de emendas conforme o paragrafo 4 do presente Artigo, e que nao manifeste uma intengao diferente, sera considerado: (a) parte da presente Convencao assim emendada; e (b) parte da presente Convengao nao-emendada relativamente a toda Parte que nao esteja vinculada a essa ‘emenda, Artigo 34 - Textos auténticos A presente Convengdo esta redigida em arabe, chins, espanhol, francs, inglés e russo, sendo os seis textos igualmente auténticos. Arti 10 35 — Registro Em conformidade com o disposto no artigo 102 da Carta das Nagées Unidas, a presente Convengao sera registrada no Secretariado das NagGes Unidas por peti¢ao do Diretor-Geral da UNESCO. ‘ANEXO Procedimento de conciliagao Artigo 1— Comissao de Conciliagéo Por solicitagéio de uma das Partes da controvérsia, uma Comissao de Conciliagao seré criada, Salvo se as Partes decidirem de outra maneira, a Comissao sera composta de 5 membros, sendo que cada uma das Partes ‘envolvidas indicara dois membros © 0 Presidente sera escolhido de comum acordo pelos 4 membros assim designados. Artigo 2- Membros da Comisséo Em caso de controvérsia entre mais de duas Partes, as Partes que tenham 0 mesmo interesse designarao seus membros da Comisséo em comum acordo. Se ao menos duas Partes tiverem interesses independentes ou houver desacordo sobre a questo de saber se tém os mesmos interesses, elas indicaréo seus membros, separadamente, Artigo 3- Nomeagées ‘Se nenhuma indicagdo tiver sido feita pelas Partes dentro do prazo de dois meses a partir da data de pedido de criagao da Comissao de Conciliagao, 0 Diretor-Geral da UNESCO fara as indicagdes dentro de um novo prazo de dois meses, caso solicitado pela Parte que apresentou 0 pedido, Artigo 4— Presidente da Comisséo Se 0 Presidente da Comissao nao tiver sido escolhido no prazo de dois meses apés a designagao do ultimo membro da Comissao, 0 Diretor-Geral da UNESCO designara 0 Presidente dentro de um novo prazo de dois meses, caso solicitado por uma das Partes. Artigo 5— Decisées ‘A Comissao de Conciliagao tomara as suas decisées pela maioria de seus membros. A menos que as Partes na controvérsia decidam de outra maneira, a Comissao estabelecera 0 seu proprio procedimento. Ela propora uma solugo para a controvérsia, que as Partes examinarao de boa-f. Artigo 6 -Discordancia Em caso de desacordo sobre a competéncia da Comiss4o de Conciliagdo, a mesma decidird se € ou nao competente,

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