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Sistemasde Compensacao EBeneficios
Sistemasde Compensacao EBeneficios
PRÁTICOS DO DRH
TENHO UM PROJETO DE
SISTEMAS DE COMPENSAÇÃO
E BENEFÍCIOS
REDIGIDO POR: ANA GONÇALVES E A REDAÇÃO DA RHMAGAZINE
Em parceria com:
INTRODUÇÃO
Introdução
III – Entrevistas
Tecnovia 41
Cumprimentos,
Cristina Martins de Barros
Managing Director
IIRH-Instituto de Informação em Recursos Humanos
Universidade Europeia
O seu percurso profissional Os Sistemas de Compensações e Benefícios são ainda um assunto muito
iniciou-se em 2018, ainda íntimo e algo tabu para a grande maioria das organizações. Apesar do
enquanto terminava a sua dupla
licenciatura, no InterContinental esforço das organizações para o utilizarem como fator diferenciador para
Lisboa do grupo IHG. Trabalhou atrair, reter e gerir talentos, o seu desenvolvimento está envolto em muito
como rececionista do Executive
Lounge, onde era responsável por secretismo o que dificulta o entendimento da sua valorização por parte
manter a qualidade do serviço dos colaboradores.
e do espaço. Em 2019 abraçou
um novo desafio e juntou-se ao
Corinthia Lisboa enquanto Guest Tal como o nome nos indica, os Sistemas de Compensações e
Service Agent.
Benefícios, devem funcionar como sistemas, ativos e flexíveis, que se
Atualmente encontra-se a dar moldam às necessidades de cada etapa do negócio e reconhecem os
os primeiros passos na área
dos Recursos Humanos e está colaboradores quando estes, de forma pró-ativa e consciente, agem
a realizar um estágio enquanto em concordância com ele. Quando esta adaptabilidade não acontece,
Talent Sourcer & HR Consultant
na Global Partner. Paralelamente os sistemas ficam congelados e, ao invés de agirem como ferramenta
a este estágio encontra-se a estratégica para a gestão, tornam-se apenas em mais um custo.
trabalhar em part-time como
vendedora na empresa Lidl.
Escusado será dizer que todos estes reconhecimentos dependem em grande parte dos
colaboradores de cada empresa. Como tal, é importante que o coração da empresa, as
pessoas, se sintam felizes, satisfeitas e motivadas no seu trabalho. Para que consigam
atingir este estado, cabe às empresas estruturarem sistemas de compensações e
benefícios que englobem diversas vantagens quer para os colaboradores, quer para a
empresa em si.
Também, cabe aos colaboradores sentirem-se motivados para trabalhar em conjunto com
a sua organização.
Ainda existe a ideia pré concebida de que o empenho do colaborador é maior consoante
a satisfação das suas necessidades financeiras base. De acordo com esta mentalidade
o colaborador só permanece na organização porque acredita que não irá encontrar outro
emprego do mesmo nível. Porém, em 1995, um estudo do Academy of Management
Journal, veio levantar uma outra realidade.
A verdade é que a motivação monetária varia consoante o nível económico de cada colaborador.
Os colaboradores que apresentam menores preocupações financeiras tendem a valorizar
recompensas não monetárias, enquanto que, os colaboradores cuja situação financeira
não seja a mais favorável, procuram obter gratificações que lhes permitam estabilizar as
suas finanças.
Vencimento Base
Benefícios Fiscais
Exigidos pelo Estado
Sistema de (Ex. Subsídio de alimentação, noturno, de férias e de
Compensações natal, Diuturnidades, Isenção de Horário)
e Benefícios
Salário Emocional
(Ex. Ambiente de trabalho, Política de Benefícios,
Progressão de carreira e Desenvolvimento Pessoal)
Para que o sistema implementado seja eficaz é necessário que corresponda a dois grandes
pressupostos, nomeadamente:
Deve estar alinhado com os objetivos estratégicos da empresa de modo a que potencie
comportamentos consonantes com os objetivos previamente delineados, reforçando
também o desenvolvimento individual e consequentemente, o desenvolvimento
organizacional.
Deve ser percecionado como justo pelos colaboradores, na medida em que deve funcionar
de forma equitativa e de acordo com critérios claros e previamente definidos. Os
colaboradores devem ter conhecimento dos mesmos de antemão e, para que não haja
espaço para subjetividade, o sistema deve ser reavaliado periodicamente e funcionar
através de regras claras.
Primeiramente, deve realizar uma análise das funções, para que de seguida defina quais são
os objetivos inerentes a cada função, assim como o perfil de líder pretendido. Mediante esta
análise pode ser necessário que se proceda a um ajustamento entre função-colaborador.
Após a estrutura organizacional interna estar otimizada, a organização deve procurar definir
os perfis comportamentais que pretende vir a recrutar e procurar fazer um match entre as
suas necessidades e motivações e aquilo que a empresa pode vir a oferecer. Com base
nestas análises internas e no benchmark realizado, a empresa pode então estruturar o seu
sistema de compensações e benefícios.
Motivação e Produtividade
Cultura da empresa
Custo
Pode ainda potenciar a movimentação vertical dos colaboradores. Por fim, o fator custo, é o
mais importante para a gestão uma vez que normalmente apresenta 50% dos custos totais
e, portanto, deve ser analisado na ótica de custo/benefício.
Devem ser definidos os resultados que a empresa necessita para ser eficaz e competitiva
e com base nessas necessidades, desenhar um sistema de compensações e benefícios
atrativo. Contudo, para além da atratividade os benefícios devem ser quantificados
mediante aquilo que são os seus custos expectáveis e uma margem extra para eventuais
alterações.
Uma vez analisado o impacto destes fatores pode-se então definir os objetivos. De acordo
com Câmara (2000) e com Câmara, Guerra e Rodrigues (2016), podemos aferir que o os
sistemas de compensações e benefícios tem 4 grandes objetivos, nomeadamente os
seguintes.
Afinal quem é que não quer trabalhar e aprender junto de profissionais altamente
qualificados e reconhecidos? Como a concorrência é feroz e a lei da procura e da oferta
está desequilibrada, sendo os recursos escassos, os sistemas de compensações e
benefícios podem ser um elemento de alto peso no processo de tomada de decisão,
ao invés de principalmente quando, de acordo com Troni (2020), as novas gerações,
principalmente as gerações Z e os Millenials “estão a tornar-se mais ágeis e menos fiéis às
empresas e estes fatores têm um grande impacto na forma como o mercado evolui, tanto a
nível nacional, como internacional” (citado por Ribeiro, 2020).
Para garantir que têm os melhores profissionais a trabalhar consigo, mais que nunca
as empresas não se podem cingir a ter apenas um pacote remunerativo competitivo.
O dinheiro não compra as pessoas nem resolve os seus problemas, apenas os atenua
momentaneamente. O que se transmite em adiar o inevitável e muitas vezes em problemas
mais graves.
As ditas “conversas de corredor” são uma ameaça constante, pois os rumores espalham-se
rapidamente dentro de uma organização e podem influenciar negativamente e corromper a
perspetiva de um colaborador. Então, acima de tudo é necessário garantir que os colaboradores
entendam que trabalhos iguais não representam necessariamente salários iguais, mas, sim,
funções com a mesma responsabilidade e importância.
É aqui que entra a poderosa arma de combate a esta dificuldade, a comunicação! Este é um
processo da responsabilidade não só dos recursos humanos, mas também das chefias.
São elas que trabalham e convivem diariamente com os colaboradores e devem ter a sua
total confiança.
Embora, na ótica dos colaboradores a justiça do sistema seja visto como um só, é importante
ressalvar que na ótica de recursos humanos essa mesma justiça é dividida em 3 áreas:
JUSTIÇA
Transmitir de forma clara aos colaboradores o porquê das escolhas feitas, os processos e os
resultados é meio caminho andado para garantir que a sua perceção espelha a realidade.
Dissecando esta afirmação por partes, podemos começar por definir cultura organizacional
como um processo sedimentar, que se inicia com a definição da missão e dos objetivos da empresa
e que com o passar do tempo acumula comportamentos e estratégias que demonstraram ter um
impacto positivo nos resultados organizacionais (Câmara, 2000).
Atualmente, perante o quadro jurídico português, os salários são um custo fixo que pode
ser combinado com uma componente variável que lhe garante alguma flexibilidade.
Importa referir que esta variável representa um aumento significativo das despesas da
organização. Porém, este incremento de custos flexibiliza a curva de custos e pode ter o
seu impacto diminuído em tempos de crise.
Em Portugal, a grande maioria das organizações têm em mente este pressuposto, contudo,
ainda existem uma modesta quantia de pequenas empresas, normalmente familiares,
que ainda se regem pela antiga perspetiva. Atualmente podemos agrupar as tipologias de
arquitetura salarial em três grupos.
1. Sistema tradicional
Um sistema tipicamente tradicional era assente na antiguidade
Tipos de estrutura
de um Sistema de e como tal a progressão de salários era automática no tempo.
Remunerações Este tipo de sistema era fonte de iniquidades dentro do
seio organizacional pois o vencimento não correspondia ao
Antiguidade desempenho do colaborador e muitas vezes chegava a atingir
patamares tão elevados que não era benéfico para a saúde
financeira da organização.
Desempenho da Função
Estes sistemas eram comumente utilizados pela função
pública que tenta agora passar para um sistema baseado no
Competências
desempenho, contudo é ainda bastante visível pelas faixas
etárias dos seus colaboradores. Este sistema caiu em desuso
não só pelas injustiças criadas, mas por em muitos dos casos,
ser incomportável financeiramente para as empresas.
Por outro lado, as recompensas extrínsecas não estão diretamente ligadas com o
desempenho individual do trabalho, mas sim com as suas características de base, como
o salário.
Estas são compostas por requisitos base que procuram evitar a insatisfação e, quando
mal geridas, podem contribuir para a frustração profissional e consequentemente quebrar
o vínculo profissional. Importa referir que dentro destas recompensas existe ainda uma
parte fixa e uma parte variável como é possível verificar na imagem.
Componentes Formais
Onde é realizada uma comparação periódica com o mercado concorrente
Componentes Informais
Realização de testes ao clima organizacional, à gestão de conflitos, entre outros.
Para não lidarem com as inconstâncias do mercado, as empresas teriam de praticar o máximo
possível para todos os seus salários, o que para além de ser bastante dispendioso não é
exequível.
Como tal, para além dos componentes formais e informais, a eficácia do sistema de
remunerações e recompensas deve ser complementada com métodos de avaliação direta e
indireta.
Tal como referido anteriormente a tabela salarial consiste numa projeção do que se pratica no
mercado. Devido a inúmeras razões essas projeções podem variar e é necessário reanalisar o
mercado com regularidade. Para essa análise são analisados os seguintes fatores:
l Variação da massa salarial;
l Segmentação salarial por categorias profissionais;
l Segmentação salarial por cargos de responsabilidade.
Para que seja possível analisar tal perceção, como referido anteriormente, é necessário averiguar
se os sistemas de remunerações e benefícios estão a cumprir os objetivos principais.
Cada vez mais o salário base é visto como um fator higiênico ao trabalho, ou seja, é
expectável que o mesmo esteja em concordância com o mercado para a mesma função e,
como tal, o fator competitivo assenta no pacote de benefícios oferecidos.
A implementação desta nova tendência requer muito trabalho e preparação por parte da
organização nas várias etapas do projeto, desde o planeamento, à implementação e à
posterior manutenção do pacote criado.
De acordo com Lucon (2019), podemos definir um pacote de benefícios flexível como sendo
um modelo em que os colaboradores são convidados a selecionar os benefícios com que mais se
identificam, personalizando o pacote de acordo com suas necessidades.
Num plano de benefícios flexíveis que seja configurado por blocos, a empresa cria nichos
de segmentos com base na força de trabalho, e cada segmento tem benefícios específicos
adequados às respetivas necessidades.
As listas elaboradas ou o número de pontos podem variar por nível hierárquico se assim a
empresa o entender.
Porém, a felicidade é um conceito bastante ambíguo e vasto, cuja origem tem sido fonte de
diversas pesquisas. Até recentemente acreditava-se que os colaboradores eram felizes se
fossem profissionalmente bem-sucedidos.
Contudo, em 2019, um estudo americano veio alterar esta afirmação. Walsh, Boehm e
Lyubomirsky (2019), acreditam que a felicidade antecede e conduz ao sucesso. Os autores
acreditam que quanto maior o bem-estar pessoal, maior a satisfação com a sua vida e
consequentemente maior predisposição para experienciar emoções, positivas e negativas.
Por sua vez, são essas emoções positivas que promovem o sucesso no local de trabalho.
A realidade é que mesmo sem esta comprovação teórica, esta hipótese já pode ser
verificada. O nosso local de trabalho é a nossa segunda casa e os nossos colegas são uma
segunda família. Passamos mais tempo a trabalhar do que em casa e, se não estivermos
satisfeitos com o nosso dia-a-dia, a nossa produtividade é sem dúvida alguma afetada.
Se realizarmos as nossas funções porque gostamos e com paixão, torna-se relativamente
mais fácil ultrapassar dificuldades e, mais importante, encará-las como uma aprendizagem
para o futuro.
É então por isso, pela abrangência do conceito de felicidade, que é importante conhecer os
colaboradores, ser transparente com os mesmos e preocupar-se genuinamente com o seu
bem-estar.
A melhor forma que as empresas têm de assegurar a felicidade dos seus colaboradores,
é através da combinação do salário emocional com uma remuneração e política de
benefícios atrativa.
Surge então o boom das recompensas e benefícios. O salário é importante pois é a base
da sobrevivência dos funcionários, mas, por exemplo, um plano de desenvolvimento e
progressão de carreira transmite-lhe segurança futura e representa uma oportunidade de
evoluir e de melhorar e desenvolver as suas competências.
Em primeira instância devem ser supridas as necessidades base, como comer, dormir e
o bem-estar físico, seguidas pelas necessidades de segurança. A organização consegue
garantir que os seus colaboradores têm estas necessidades base satisfeitas com três
simples ações: oferecer um salário competitivo, conhecendo as suas necessidades
individuais e garantindo-lhes estabilidade laboral.
Um deles passa por oferecer um salário justo e em concordância com o mercado, pela
constituição de uma política de benefícios e recompensas atrativa e pela promoção da
vertente emocional do salário. Através da utilização destas ferramentas a organização
demonstra que se preocupa genuinamente com a sua força laboral, pois valoriza e
reconhece o seu esforço e empenho.
Desta forma, as pessoas permanecem no seu local de trabalho não só porque precisam,
mas sim porque querem. O compromisso organizacional é afetivo e os colaboradores são
completamente fiéis à organização.
Aquino (1980) e Chiavenato (2016), com base em Maslow (1954) vêm reforçar a ideia
de que o ser humano tem duas classes de necessidades: as materiais e as psicológicas
e, como tal, o sistema de compensações e benefícios deve englobar um conjunto de
ferramentas que representem o retorno financeiro e não financeiro, da prestação de
serviços dos colaboradores às empresas.
Contudo, em posterior análise, surge uma questão muito importante: será que todos os
envolvidos conhecem as vantagens que os sistemas de compensação e benefícios apresentam?
A adoção de uma política remunerativa e retributiva atrativa quer para as empresas, quer
para os colaboradores constitui a base da pirâmide da Employer Value Proposition (EVP).
Mediante esta informação, podemos afirmar que a satisfação e a performance são conceitos que
caminham de mãos dadas quando se fala na importância do sistema de benefícios/recompensas.
Abaixo encontram-se duas definições que, embora, com praticamente quarenta anos de
diferença espelham como este conceito não tem evoluído no conteúdo, mas sim nos seus
acrescentos teóricos.
Teoria da
Teoria da Equidade Teoria da Discrepância
Motivação-Higiene
A motivação dos
O nível de rendimento
colaboradores depende A satisfação é o resultado
dos profissionais varia
da perceção de justiça da diferença entre
de acordo com sua
e igualdade que têm a perceção do valor
satisfação para com o
relativamente aos das recompensas e o
trabalho e, depende de
seus pares, dentro da colaborador recebe
como se sentem neste
mesma organização. efetivamente. Quando
ambiente e dos fatores
Como tal, caso não aquilo que recebe
que influenciam a sua
sintam a atribuição de não corresponde às
motivação, sejam eles
recompensas como justa, suas expetativas fica
fatores higiênicos ou
ficam automaticamente insatisfeito.
motivacionais.
insatisfeitos.
Como referido acima a satisfação é um conceito bastante amplo e, como tal, é importante
analisar também todos os constructos inerentes à mesma, uma vez que podem ser a chave
para identificar e resolver situações críticas. Em 2002, Jackson e Corr consideraram a
satisfação com as recompensas como um dos aspetos mais importantes da satisfação do
trabalho e com maior impacto nos comportamentos.
Esta escala é constituída por cinco grandes dimensões, com cinco pontos cada,
totalizando um conjunto de 25 perguntas. As divisões do questionário representam as
variáveis que a satisfação engloba e como é um conceito bastante dúbio. Um indivíduo
pode estar satisfeito com a sua equipa de trabalho e com a natureza do mesmo, contudo,
se o salário não lhe agradar ou a relação com a chefia não for a melhor surge a grande
pergunta: estará ele realmente satisfeito?
A existência deste espaço para incerteza associada à satisfação pode ser prejudicial para
a organização, quer em aspetos de retenção de colaboradores quer no seu desempenho e
consequente produtividade do negócio.
De acordo com diversos autores, salientando Mali (1978), Sonnentag and Frese (2002),
Akata, (2003) e Ososami (2003) podemos concluir que a performance organizacional está
dependente da performance de cada colaborador individualmente.
Estes esforços salariais englobam o que a força organizacional deve fazer, como o
deve fazer, quão bem deveria estar a fazê-lo, quando deve fazer isso e como pode
aprender e mudar para melhorar. Porém, para que o possam fazer devem ter a formação
adequada e estarem motivados para tal e, é nesta parte que os sistemas de benefícios e
compensações revelam a sua importância.
As recompensas agem como uma “promessa” e estímulo para algo melhor e um reconhecimento
do seu esforço e trabalho. São deste modo utilizadas para incitar um desempenho eficaz e
eficiente, de modo a atingir as metas e objetivos desejados.
O mundo segue cada vez mais a tendência para a tecnologia e os novos tipos de
trabalhadores procuram mais do que um trabalho e uma simples remuneração.
As organizações de referência procuram agora enriquecer a sua força de trabalho,
estimulando o desenvolvimento profissional e também o crescimento pessoal. Ao
mesmo tempo procuram trabalhar para melhorar a sociedade e sabem que pagar salários
adequados não é suficiente.
No que concerne à função de recursos humanos em si, a mesma irá tornar-se irrelevante
e obsoleta caso não modernize a sua abordagem. Numa altura em que a inserção de
inteligência artificial nos processos e funções é inevitável, os recursos humanos são
obrigados a fazer alterações profundas nos seus procedimentos, não descartando a
importância das suas pessoas.
Com a evolução das organizações para uma vertente mais social e com a inserção da
inteligência artificial, o mundo do trabalho, incluindo funções e processos inteiros, irão
sofrer alterações completamente radicais.
De acordo com o 2020 Deloitte Global Human Capital Trend, entre 23% a 28% dos
inquiridos afirmou que redesenhou o seu sistema de benefícios e compensações nos
últimos anos ou está a fazê-lo no momento.
E, a realidade é que as empresas que ainda não se estão a preparar para esta mudança
terão de fazê-lo nos próximos tempos, pois estima-se que até 2022 a força organizacional
necessite de alterar e adquirir novas competências, de modo a dar resposta às
necessidades do mercado e, como tal irão exigir automaticamente mudanças no seu plano
atual.
Deste modo, numa organização que não esteja orientada para o futuro, os recursos
humanos irão tornar-se numa função irrelevante e obsoleta.
Importa salientar que aplicar qualquer mudança a esta prática requer bastante
planeamento e reflexão, pois representa uma decisão significativa para os colaboradores,
mas também para a estratégia de custos da organização.
Com base em Vieira (2019) apresentamos 4 exemplos de empresas que, entre tantas outras,
se distinguem da sua concorrência pelas medidas adotas para com os colaboradores.
Embora, várias empresas como as acima identificadas, procurem já oferecer aos seus
colaboradores benefícios que vão ao encontro das suas necessidades, existe ainda uma
grande gap entre aquilo que são as prioridades do indivíduo e as prioridades da empresa.
Enquanto este gap não for reduzido, o sistema de benefícios e compensações
implementado não terá o impacto que poderia ter. Vários foram os estudos realizados que
procuram comprovar esta discrepância. De acordo com um estudo da Hays, foi elaborada a
seleção abaixo que reflete os benefícios que os colaboradores mais valorizam em confronto
com aquilo que as empresas efetivamente oferecem.
Ao entrar para a Tecnovia a Délia trouxe uma visão diferente e têm trabalho
para modernizar, dentro dos possíveis, os processos. Neste momento, estão
a trabalhar para diminuir o uso do papel através da inserção de tecnologias
em determinados processos. Estão ainda a trabalhar na implementação de
um projeto que terá impacto a nível global e, que visa padrozinar os cargos
e niveis dentro do grupo. Este projeto tem se revelado dificil quer pelas
Conquistas diferenças culturais, requerimentos legais e discritivos e títulos adotados.
Nestes últimos 5 anos, a Joana trouxe tanto na DHM como no Grupo Onyria,
uma forte aposta na área do Recrutamento e Desenvolvimento. Considerando
a sua última experiência, a Comunicação Interna foi desenvolvida de forma
consistente para fomentar a equidade e alinhamento entre colaboradores
e respetivas unidades do Grupo. Foi implementado o projeto Staff
Care Zone, que tal como o nome indica, foca-se numa reestruturação
Conquistas
dos espaços comuns alinhados com os Valores e Propósito do Grupo,
também reformulados de acordo com a visão de crescimento do mesmo.
O Recrutamento também foi redesenhado considerando a estratégia de
Employer Branding definida e novas unidades a abrir, bem como olhados
outros Benefícios internos além dos já existentes (cabeleireiro e médico nas
unidades, descontos de colaborador nos hotéis e restaurantes do grupo,
médico em casa), tais como o dia de aniversário extra para o próprio e ½
dia por cada filho, consultas de psicoterapia, entre outras atividades de
reconhecimento. Foram ainda implementadas ações de formação transversais
aos vários níveis hierárquicos, a fim de reforçar junto das equipas os novos
standards operacionais definidos e perfil comportamental/atitude desejada.
Com o surgimento da pandemia foi incentivada a formação entre pares,
com iniciativas internas como as Onyria Talks, distribuição de cabazes
alimentares e o apoio ao nível da gestão de carreira e outplacement de ex-
colaboradores. Não obstante aos projetos referidos, foram também pensados
e desenvolvidos o redesenho da experiência de acolhimento e integração de
novos colaboradores e o reconhecimento e avaliação de desempenho das
equipas, que ficaram em suspenso devido à circunstância pandémica.
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