Gwar a egua
Uso: 'Hoje eu vou lavar a égua’
Significado: ‘Hoje eu vou me dar muito bem’
Reza a lenda que os escravos utilizavam as mulas e
as éguas para o transporte de pedras para fora das
minas de ouro. Porém estas pedras pontiagudas
machucavam o couro dos animais, e estas feridas
atrafam muitos insetos.
Para resolver este problema, escravos de tribos
africanas que tinham o costume de utilizar a argila
na pele para se protegerem de insetos, adaptaram
esta técnica nos animais.
Estes escravos comegaram a cobrir os machucados
das mulas e das éguas com a argila, com a desculpa
de ndo serem incomodados pelos insetos durante 0
trabalho nas minas.
Porém a verdadeira intencdo era a de esconder
pequenas pepitas de ouro entre o barro eo pelo do
animal, pois ao final do dia, um escravo era escolhi-
do pelo feitor e obrigado a fazer a limpeza de todos
os animais sujos.
Desta forma, o escravo 'lavava a égua' e coletava
todo o ouro escondido para comprar sua carta de
alforria. Com esta estratégia, muitos escravos con-
seguiram sua liberdade literalmente lavando a égua.
‘Lavar a égua’ entdo passou a ser sindnimo de uma
pessoa que teve grande sorte ou se deu bem em
alguma situagao.ar com os burrs w'agua
Uso: ‘/niciei um negocio e dei com os burros n'dgua'
Significado: 'Iniciei um negocio e acabei fracassando'
As primeiras expedic6es para explorar a regiao do
atual estado de Minas Gerais, foram feitas por paulis-
tas conhecidos como Bandeirantes.
Todo o transporte de suprimentos e estrutura neces-
sario para estas longas expedi¢6es eram transporta-
do em lombos de burros e mulas. Estes animais
eram os mais adequados devido a sua resisténcia
aos caminhos ingremes e as pesadas cargas.
Reza a lenda que estas comitivas sempre se depara-
vam com o desafio de transpor rios desconhecidos
ou regides alagadas. Desta forma, durante a traves-
sia de alguns rios mais caudalosos, estes burros se
afogavam devido ao peso excessivo da carga.
Diante deste grande problema, os Bandeirantes se
viam obrigados a retornar a Sao Paulo e noticiavam
sobre o fracasso da expedigdo usando a seguinte
expressdo: demos com os burros n'dgua'.
A partir de entdo, este termo passou a ser usado
para se referir a alguém que empreendeu um grande
esforco para conseguir algo e ndo obteve sucesso.Picara Mula
Uso: 'Eu tenho que picar a mula’
Significado: ‘Fu tenho que ir embora’
Reza a lenda que no periodo colonial, 0 cavalo era o
meio mais utilizado para o transporte de pessoas e
cargas. Estes animais eram facilmente domestica-
dos, robustos einteligentes.
Porém, quem nao tinha condi¢gées de possuir um
transporte tao nobre quanto o cavalo, utilizava-se
das mulas, que era um animal mais lento e menos
inteligente. Com isto, os donos de mulas encontra-
vam muita dificuldade para fazer o animal obedecer
a seus comandos, pois até uma simples ordem de
partida era ignorada por estes animais.
Para resolver este problema, os donos das mulas
usavam uma espora pontiaguda afixada nas botas.
Entao, quando precisam ir embora, um 'coice' com
esta espora era aplicado na barriga do animal.
Assim, ao 'picar a mula’, a dor eo susto causado pela
espora fazia com que o animal comegasse a andar
rapidamente e somente assim o seu dono conse-
guia seguir viagem.
A partir de entdo, o termo 'picar a mula’ passou a ser
usado para se referir a necessidade de uma pessoa
ter que ir embora.freile nas coxas
Uso: ‘Este servico foi feito nas coxas’
Significado: ‘Este servico foi feitosem capricho’
Reza a lenda que quando um escravo se acidentava
nas minas de ouro; quebrando uma perna por
exemplo, ele ficava ocioso durante os meses de sua
recuperacdo. Além de gerar despesas, um escravo
com acabe¢a vazia arquitetava formas de fuga.
Para resolver este problema, estes escravos come-
garam a ser utilizados para a fabricacdo de telhas.
Eles ficavam sentados e usavam a sua propria coxa
como molde para a argila, produzindo as telhas para
seriam posteriormente cozidas. Assim, 0 escravo
ficava ocupado e gerando lucros ao seu senhor.
O problema é que varios escravos se machucavam
diariamente, e como cada escravo tinha uma coxa
com um tamanho e formato diferentes, as telhas
eram produzidas em 'moldes' variados.
Ao se montar um telhado com estas telhas desigua-
is, elas ndo se encaixavam perfeitamente, fazendo
com que o telhado ficasse torto, com muitas gotei-
ras e aparéncia de ter sido mal feito. Para justificar o
acabamento grotesco da obra, se dizia que o telhado
estava ruim por ter sido 'feito nas coxas'.
A partir de entdo, 0 termo ‘feito nas coxas' passou a
ser usado como sinénimo de algo feito de qualquer
maneiraecom pouco capricho.