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1.

De acordo com o texto “Sobre Crocodilos e Avestruzes”, como são construídos os


critérios para o que é considerado normal e o que é diferente?
A Normalidade nos remete a um tipo ideal, que corresponde, no mínimo, á um homem
branco, cristão, heterossexual, que seja físico e mentalmente perfeito e produtivo, tudo que se
desvia desta visão passa a ser considerado diferente. De acordo com a autora existem três
parâmetros para definir essa diferença significativa: ela pressupõem a eleição de critérios,
sejam eles estatísticos, de caráter estrutural/funcional ou de cunho psicossocial.

2. No mesmo texto, a autora se refere a alguns mitos que levam a uma leitura
tendenciosa do fenômeno da deficiência. Descreva-os e aponte as implicações dos
mesmos.
O termo Generalização indevida refere-se à transformação da totalidade da pessoa com
deficiência na própria condição de deficiência, na ineficiência global. Ou seja, o indivíduo
não é nada além de sua deficiência. Como exemplo temos o depoimento de Chevigny (1946),
autor francês que, ao ficar cego, viu-se ser tratado também como uma pessoa com deficiência
auditiva.
A correlação linear é a lógica do “se”, onde existe a crença de que uma atividade é boa para
um PCD então vai ser boa para todos, mesmo que as deficiências sejam diferentes ou possua
graus diferentes.
Também temos o mito do contágio osmótico, que é o medo de ser contaminado pelo convívio
com a pessoa com deficiência, como se a condição pudesse ser adquirida através do contato.
3. Qual a implicância da utilização de estereótipos acerca das pessoas com
deficiência?
Estereótipo é a concretização/personificação do preconceito, cria-se um tipo fixo e imutável
que caracteriza o objeto em questão. Quando se trata da deficiência também é possível
encontrar estereótipos particularizados em relação aos tipos de deficiência. Por isso, as
pessoas com deficiência podem ser encaixadas em três tipos:
Herói: aquele que supera todos os obstáculos, ultrapassa todas as barreiras, é “bom”
(corporificação do bem).
Vilão: aquele que é desestruturador, destrutivo, “o mau”.
Vítima: o impotente, coitadinho.
4. “(...) reconhecer a diferença significativa do outro nos causa profundo mal estar,
tensão e ansiedade, uma das possibilidades é o acionamento dos mecanismos de
defesa.” Fale sobre como esses mecanismos se inserem na questão das atitudes
acerca das pessoas com deficiência.
Ao entrar em contato com a diferença pode-se acionar o mecanismo de defesa da negação,
que pode revestir-se de roupagens específicas como a compensação, simulação e atenuação.
O famoso “mas” que vem para compensar a condição da pessoa com deficiência. Negamos
uma característica que consideramos genuína e contrapomos a um atributo desejável.

5. Explique de que forma as pessoas com deficiência foram tratadas ao longo da


história, levando em consideração quatro momentos: exclusão, segregação,
integração e inclusão.
As pessoas com deficiência sempre ficaram à mercê das resoluções alheias, discriminadas e
incompreendidas. Estas pessoas passaram por um período de exclusão, onde a sociedade não
considerava possível o convívio com elas, por isto, PCDs viviam trancados em casa, em
hospitais e à margem da sociedade.
Com a luta pelo direito das pessoas com deficiência deu-se origem às escolas de educação
especial, onde haviam classes e espaços específicos para crianças com deficiência, porém,
por mais que a atitude fosse boa, ela possuía um caráter segregador.
A integração vem a ser o esforço unilateral de PCDs e seus aliados, familiares, instituições
especializadas e comunidades que abraçam a causa em busca de uma verdadeira inclusão
onde todas as pessoas estarão verdadeiramente integradas.

6. Quando a educação especial começou a ser organizada por meio de


assistencialismo em clínicas e outros locais, o que era priorizado?
Nestes espaços a prioridade era a necessidade de ajustar, moldar, condicionar e almejar a cura
e só depois promover uma inserção na sociedade.

7. Quais as características da proposta da educação inclusiva?


A proposta era baseada em duas vertentes:
Médico pedagógica: caracterizada pela preocupação higienizadora, refletindo na instalação de
escolas em hospitais e promovendo maior segregação de atendimentos às pessoas com
deficiência (Jannuzzi, 1992; Mendes, 1995).
Psicopedagógica: caminhava em defesa da educação dos “anormais”, buscando identificar
essas pessoas por meio de escalas psicológicas e escalas de inteligência para serem
selecionadas nas escolas especiais. Esta também se revelou segregadora, dando origem às
classes especiais (Jannuzzi, 1992).

8. Qual a diferença entre o ensino integrado e o ensino inclusivo?


O ensino integrado se dá quando crianças, que possuem algum tipo de deficiência, se fazem
presentes nas escolas regulares, mas tendo a necessidade de se adaptarem as condições
presentes naquele ambiente, que são, nesse caso, favoráveis aos demais estudantes.
Já o ensino inclusivo tem uma concepção que parte do ponto de vista sociológico de
deficiência e diferença, reconhecendo assim que todas as crianças são diferentes entre si e
que o sistema de ensino deve se adequar a essas diferenças e estabelecer estratégias e/ou
políticas públicas de um atendimento educativo de qualidade para todos os alunos, sendo eles
alunos com necessidades especiais ou não.
9. Quais os objetivos do ensino inclusivo?
“Educação inclusiva é uma modalidade de ensino que permite a convivência e a integração
das pessoas com deficiência dentro da escola regular garantindo a todos o direito à
escolarização. A premissa básica da educação inclusiva é o respeito à diversidade. Sabemos
que todos as pessoas são diferentes, têm suas habilidades e suas dificuldades, e por isso
devemos ter um olhar individualizado para cada uma, respeitando suas especificidades”

10. Qual o objetivo da Declaração de Salamanca?


Discutir as necessidades e as possíveis providências a serem tomadas com o intuito de
oferecer educação especial e inclusiva nos países participantes.

11. Por que a Declaração de Salamanca pode ser considerada inovadora para a
Educação Especial?
Ela define que toda criança tem direito fundamental à educação e lhe deve ser dada a
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Também incluiu não só
crianças com deficiência, mas também crianças de alta habilidades, baixa renda e até crianças
em situação de rua.
12. Como a Declaração de Salamanca ampliou o conceito de necessidades
educacionais especiais?
O conceito de “necessidades educacionais especiais” passará a incluir, além das crianças
portadoras de deficiências, aquelas que estejam experimentando dificuldades temporárias ou
permanentes na escola, as que estejam repetindo continuamente os anos escolares, as que
sejam forçadas a trabalhar, as que vivem nas ruas, as que moram distantes de quaisquer
escolas, as que vivem em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que
sejam vítimas de guerra ou conflitos armados, as que sofrem de abusos contínuos físicos,
emocionais e sexuais, ou as que simplesmente estão fora da escola, por qualquer motivo que
seja.” Orienta para a existência de um sistema único, que seja capaz de prover educação para
todos os alunos, por mais especial que este possa ser ou estar.
13. Quem ou quais categorias foram colocadas como necessidades especiais, além
das crianças ‘portadoras’ de deficiências?
Incluiu não só crianças com deficiência, mas também crianças de alta habilidades, baixa
renda e até crianças em situação de rua.

14. Segundo a Declaração de Salamanca, qual o princípio fundamental da escola


inclusiva?
“O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender
juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As
escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos,
acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma
educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais,
estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a comunidade (…) Dentro das escolas
inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer
apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (…)”.

15. Com base na Declaração de Salamanca, não é mais o aluno que deve se adaptar à
escola. Então, o que cabe à escola?
A escola enquanto espaço físico, precisa ser adaptada para receber os alunos com
necessidades educacionais especiais, da mesma forma, toda equipe diretiva, os docentes e os
próprios alunos com e sem deficiência precisam ser conscientizados de que as diferenças são
positivas e as barreiras do preconceito precisam ser desfeitas em prol de uma educação
inclusiva de qualidade para todos.
16. O que a Declaração de Salamanca traz sobre a estrutura e ação em educação
especial?
Tem como objetivo principal informar sobre politicas e guias para ações governamentais. Ela
atende a organizações internacionais ou agências nacionais de auxilio, organizações não
governamentais e outras instituições na implementação das diretrizes propostas na
Declaração de Salamanca. Os principios orientados dessa estrutura são que qualquer pessoa
com deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, de
acordo com as possibilidades de estes serem realizados.
17. Como deve ser o currículo, conforme a Declaração de Salamanca?
O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não contrario. As escolas
deveriam, portanto, prover oportunidades curriculares que fossem apropriadas a crianças com
habilidades e interesses diferentes.

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