You are on page 1of 14

Bananeira

género de plantas

As bananeiras, figueiras-de-adão[1], pacobeiras ou pacoveiras[2] são plantas do gênero


Musa, um dos três que compõem a família Musaceae, que inclui as plantas herbáceas
vivazes, incluindo as bananeiras cultivadas para a produção de fibras (abacás) e para a
produção de bananas. Existem cerca de 50 espécies de Musa, utilizadas pelo ser humano
para diversas finalidades, originárias do sudeste da Ásia. Muitas variedades de bananas
selvagens existem ainda no sudeste da Ásia. Caracterizam-se por um caule suculento e
subterrâneo (rizoma), cujo "falso" tronco (um pseudocaule) é formado pelas bainhas
superpostas das suas folhas. Estas são grandes, de coloração verde-clara, brilhantes e de
forma, em geral, oblonga ou elíptica. As flores dispõem-se numa espiga terminal, em torno
do chamado "coração" ou "umbigo" da bananeira, com glomérulos androgínicos, apesar de,
na prática, os glomérulos superiores funcionarem apenas como masculinos e os inferiores
como femininos. Apresenta ainda brácteas em forma de espata. O "fruto", conhecido como
banana, é, na verdade, uma pseudobaga. As espécies do género Ensete, incluindo a
bananeira-da-abissínia (Ensete ventricosum), são, vulgarmente,consideradas como "falsas
bananeiras".
Musa

Musa velutina

Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Liliopsida

Subclasse: Zingiberidae

Ordem: Zingiberales

Família: Musaceae

Género: Musa

Regiões de origem das duas principais espécies de bananeira, Musa acuminata, em verde, e M. balbisiana, em laranja.

Taxonomia e nomenclatura

O género Musa era, tradicionalmente, classificado em cinco secções (Ingentimusa,


Australimusa, Callimusa, Musa e Rhodochlamys) mas estas outras classificações referem
apenas quatro secções: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa. Anteriormente, as
espécies com 2n = 20 cromossomas estavam separadas nas secções Australimusa e
Callimusa, enquanto que as espécies com 2n = 22 cromossomas estavam distribuídas pelas
secções Musa e Rhodochlamys. Recentemente, pesquisas de Carol Wong e colegas de
Singapura revelaram que as diferenças genéticas entre cada secção do mesmo grupo
cromossómico são menores que as identificadas dentro de cada secção.

Flor da bananeira, usada na culinária[3] e medicina popular[4]

Isto significa que a separação tradicional das secções não é reflexo da realidade biológica.
Os estudos de Wong defendem, contudo, que se deva manter a sepração entre as espécies
de 20 e 22 cromossomas, mantendo a secção de 14 cromossomas como grupo distinto

A seção Australimusa, onde estão as plantas com 10 cromossomos (n=10), apresentam


cachos e "umbigos" (inflorescência masculina) eretos; compreende 5 espécies, sendo as
mais conhecidas, a Musa textilis e a Musa fehi; as plantas desta seção são utilizadas para a
extração de suas fibras, consumo dos frutos e na forma de vegetal. A seção Callimusa,
engloba plantas com 10 cromossomos (n=10), compreende 5 a 6 espécies de pequeno
tamanho e de interesse botânico, sendo a mais conhecida a Musa coccinea.

Na seção Rhodochlamys, estão as plantas com número básico de 11 cromossomos (n=11),


apresentando inflorescência ereta e poucas flores em cada bráctea; a espécie mais
conhecida é a Musa ornata que apresenta brácteas rosa-violeta e tendo interesse como
planta ornamental.

Fazendo parte da seção Eumusa, estão as bananeiras com 11 cromossomos (n=11),


apresentando cachos e "umbigos" (inflorescência masculina) horizontais ou cadentes, seiva
leitosa ou aguada; nesta seção, localizam-se as bananas comestíveis, de grande valor
comercial, incluindo a Musa acuminata e a Musa balbisiana.

Uma compilação dos nomes das espécies, subespécies, híbridos, variedades, assim como
de nomes vulgares utilizados em várias línguas, é mantida na Universidade de Melbourne,
Australia, [5] demonstrando que os nomes vulgares são apenas locais e não correspondem a
espécies, nem a cultivares reconhecidos.

Bananas comestíveis

São vários os grupos distintos de bananas comestíveis que se desenvolveram a partir de


espécies do género Musa. Até a actualidade, as variedades mais cultivadas e usadas
comercialmente derivam das espécies Musa acuminata (principalmente) e Musa balbisiana -
seja em variedades puras ou em diversas combinações híbridas. O grupo seguinte, mais
utilizado, deriva dos membros da secção Callimusa (antes classificada como Australimusa) e
a sua importância económica restringe-se praticamente à Polinésia. De importância ainda
mais reduzida, existem alguns grupos híbridos cultivados na Papua-Nova Guiné; um grupo
derivado, entre outras espécies, de Musa schizocarpa e um grupo híbrido de Musa x secção
Callimusa.

Desde a época de Linnaeus até a década de 1940, tipos diferentes de bananas comestíveis e
de bananas-da-terra receberam a sua designação segundo a nomenclatura binomial, como
Musa cavendishii, como se fossem espécies distintas. De facto, as bananas comestíveis têm
uma origem extremamente complicada, que envolve a hibridação, mutação e, finalmente, a
selecção pelo Homem. Assim, como estas variedades híbridas complexas receberam nomes
científicos, a confusão está instalada em tudo o que diz respeito à botânica das bananas. Na
década de 1940 e de 1950 tornou-se claro que as bananas cultivadas e as bananas-da-terra
não deveriam receber nomes científicos de acordo com a convenção da nomenclatura
binomial, sendo mais prudente utilizar nomes de cultivares. Assim, um sistema alternativo,
baseado no genoma, foi criado para a secção das bananas Musa.

Bananal

Como já foi referido acima, o principal grupo de bananas comestíveis derivam de Musa
acuminata e Musa balbisiana. Como exemplo da aplicação do sistema de nomenclatura
baseada no genoma, a planta antes designada como Musa cavendishii tornou-se Musa
(grupo AAA) 'Cavendish anã'. O "novo" nome mostra, de forma clara, que a 'Cavendish anã' é
triplóide, com três grupos de cromossomas, todos derivados de Musa acuminata, agora
designada pelo "A". Quando nos referimos a Musa balbisiana utilizamos a letra "B" para o
mesmo efeito. Assim, a cultivar 'Rajapuri' passa a ser designada como Musa (grupo AAB)
'Rajapuri'. 'Rajapuri' é, portanto, triplóide, com dois grupos de cromossomas de Musa
acuminata e um de Musa balbisiana. Nas bananas comestíveis, podemos encontrar
combinações de genoma como AA, BB, ABB, BBB e mesmo AAAB.

Não foi criado um sistema de nomenclatura semelhante para o grupo seguinte de bananas
comestíveis derivadas da secção Callimusa. Contudo, este grupo é conhecido geralmente
como bananas "Fe'i" ou "Fehi", existindo numerosas cultivares deste grupo na região do
pacífico Sul. São plantas com características muito distintas com frutos em cachos
ascendentes - como se pode ver em três pinturas de Paul Gauguin. A polpa deve ser
cozinhada antes de ser consumida, tem uma cor alaranjada brilhante - quando consumida,
modifica a cor da urina de quem a ingere. As bananas Fe'i já não têm actualmente grande
importância na alimentação humana, ainda que algumas tenham o seu papel em
determinados rituais. É provável que as bananas Fe'i bananas derivem principalmente de
Musa maclayi ainda que as suas origens não estejam tão bem esclarecidas como as da
secção Musa. As cultivares podem ser designadas, formalmente, por exemplo, como Musa
(grupo Fe'i) 'Utafun'.

Cultivo

Enquanto que as bananeiras originais produziam frutos com grandes sementes, as que são
utilizadas após selecção para a produção alimentar humana são cultivares triplóides (logo,
produzem frutos sem sementes formados por partenogénese). Estas, propagam-se
assexuadamente a partir de brotos ou rebentos que nascem das socas da planta. As socas
são obtidas a partir da remoção cuidadosa de uma parte do caule subterrâneo que contenha
algum rebento e algumas raízes intactas, geralmente na base do pseudocaule. De seu
pseudocaule/tronco é extraído palmito da bananeira.[6] Um só rizoma pode dar origem a
vários rebentos (vulgarmente designados como filhos ou filhotes). Para que frutifiquem em
condições, contudo, é necessário que alguns sejam suprimidos - caso contrário competirão
entre si pelos recursos da planta (água e sais minerais). O escapo floral forma-se 5 a 8
meses após a formação dos brotos. Como a "bananeira" é cortada após a colheita do cacho,
deve-se ter especial cuidado, nesta operação, para não danificar os brotos mais jovens.A
banana é cultivada dentro de um balde de água.

O tempo de vida médio de um bananal é de cerca de 25 anos. A manutenção das plantações


por meios mecanizados é dificultada pelo facto de não ser possível manter as bananeiras
dispostas de forma regular. Isto deve-se ao facto de os novos rebentos crescerem na
periferia do cormo de forma algo aleatória em relação à posição original das socas (cormos
simpodiais), dando a impressão que as bananeiras se vão movendo pela plantação ao longo
do tempo.

Existem dois sistemas de produção, conforme se pretendam colheitas sazonais ou ao longo


de todo o ano. O "sistema de pé de galinha" consiste em permitir o desenvolvimento em
simultâneo dos vários rebentos, procedendo-se à colheita em simultâneo, seguindo-se uma
época sem produção, dedicada apenas ao crescimento dos novos rebentos. O "sistema da
mãe, filha, neta" consiste em proceder à manutenção dos rebentos, de modo a existir um
pronto a frutificar e outros, que lhe sucederão, em diferentes fases de crescimento, de modo
a existir produção de bananas ao longo de todo o ano.

Doenças
Ainda que não esteja propriamente em perigo de extinção, é possível que a cultivar cavendish
se torne inviável para cultivo a larga escala nos próximos 10 a 20 anos. A cultivar Banana
Gros Michel, que a precedeu no monopólio do comércio mundial sofreu o mesmo destino.
Apesar da sua popularidade nos mercados europeus e americanos, a Cavendish, tal como a
maioria das bananas, não apresenta qualquer diversidade genética (já que se reproduz
assexuadamente), o que a torna particularmente vulnerável a doenças que ameaçam, de
igual forma, a agricultura de subsistência. As principais doenças são:

Os cachos de bananas são, por vezes, envoltos em sacos protectores de plástico, cuja acção preventiva pode ser
complementada ou não com o uso de pesticidas

Doenças fúngicas

As doenças provocadas por fungos estão entre as que mais danos causam na cultura da
bananeira. Muitos entranham-se na planta, absorvidos juntamente com a água da seiva
bruta, infectando o pseudocaule e as folhas. Os seus efeitos nefastos podem resultam em
perdas de 100 por cento nas colheitas. A propagação destas doenças está, em muitos
casos, relacionada com o comércio global de bananas. Os próprios trabalhadores ajudam à
dispersão dos fungos nos utensílios usados na lavoura ou mesmo nas roupas. Os meios de
controle, adaptados a cada caso, incluem a utilização de variedades cultivares resistentes, a
eliminação de partes atacadas pelos fungos (folhas, flores etc.), de acordo com os sintomas
apresentados pela planta, utilização de fungicidas (com moderação, já que a resistência dos
patógenos tem aumentado), controlo de plantas daninhas e nematóides, protecção dos
cachos com polietileno perfurado, entre outras medidas.

Antracnose - Colletotrichum musae

Mal-do-panamá - ou fusariose.

Sigatoka-amarela

Sigatoka-negra

Lesão-de-Johnston - ou pinta-de-pyricularia (Pyricularia grisea)

Mancha-de-cladosporium

Mancha-de-cordana

Mancha-parda - (Cercospora hayi)

Mancha-losango (mancha "diamond")

Pinta-de-deightoniella - (Deightoniella torulosa)

Ponta-de-charuto

Podridão-da-coroa

Finger rot (Botryodiplodia theobromae)

Doenças bacterianas

As doenças, provocadas por bactérias devem, acima de tudo, ser combatidas através da
prevenção, evitando que se propaguem, quer em utensílios (desinfectando-os
convenientemente), quer através de insectos onde as bactérias se hospedam. As principais
doenças deste género são:

Murcha-bacteriana (Moko)

Podridão-mole
Inspecção de bananeiras para prevenir a propagação de moscas, que se contam entre os vectores de bactérias
nocivos à cultura da bananeira

Viroses

Os vírus, geralmente transmitidos por insectos hospedeiros, como os afídios, podem, por
vezes, estarem relacionados com outras culturas de vegetais onde estes são infectados. As
doenças virais mais representativas são:

Estrias da bananeira

Mosaico

Bunchy top (Topo em leque)

Nematóides
Nematóide cavernícola

Nematóide espiralado

Meloidoginose

Nematóide das lesões radiculares

Pragas
Contamos entre as principais pragas que atacam as bananeiras:

Broca-do-rizoma

Tripes

Lagartas desfolhadoras

Pulgão-da-bananeira

Ácaros de teia

Barata-da-bananeira

Tipos de Banana

Cacho de Musa sp.

M. alinsanaya R.V.Valmayor M. borneensis Becc. M. fitzalanii F.Muell.


(extinct)
M. azizii Häkkinen M. bukensis Argent
M. gracilis Holttum
M. barioensis Häkkinen M. campestris Becc.
M. hirta Becc.
M. bauensis Häkkinen & M. coccinea Andrews [= M.
Meekiong uranoscopos Lour.] M. insularimontana Hayata

M. beccarii N.W.Simmonds M. exotica R.V.Valmayor M. jackeyi W.Hill

M. boman Argent M. johnsii Argent


M. lawitiensis Nasution & M. muluensis M.Hotta M. troglodytarum L.
Supard.
M. paracoccinea A.Z.Liu & M. tuberculata M.Hotta
M. lokok Geri & Ng D.Z.Li
M. violascens Ridl.
M. lolodensis Cheesman M. peekelii Lauterb.
M. viridis R.V.Valmayor et
M. maclayi F.Muell. ex M. salaccensis Zoll. ex al.
Mikl.-Maclay Kurz
M. voonii Häkkinen
M. monticola Argent M. textilis Née – Abacá

Seção Ingentimusa
M. ingens N.W.Simmonds

Seção Musa (incorpora Rhodochlamys)

Musa acuminata com flor

M. acuminata Colla – M. chunii Häkkinen M. rubinea Häkkinen &


Bananito, Apple banana
C.H.Teo
M. griersonii Nolte
M acuminata ssp. zebrina
M. rubra Wall. ex Kurz
[= M. sumatrana] – Blood M. itinerans Cheesman

banana M. sanguinea Hook.f.


M. laterita Cheesman

M. aurantiaca Baker M. schizocarpa


M. mannii Baker
N.W.Simmonds
M. balbisiana Colla M. nagensium Prain
M. siamensis Häkkinen &
M. banksii F.Muell. M. ochracea K.Sheph. Rich.H.Wallace
M. basjoo Siebold & Zucc. M. ornata Roxb. M. sikkimensis Kurz
ex Iinuma
M. rosea Baker M. thomsonii King ex
M. cheesmanii
A.M.Cowan & Cowan
N.W.Simmonds
M. velutina H.Wendl. & M. yunnanensis Häkkinen & M. zaifui Häkkinen &
Drude – Pink banana H.Wang H.Wang

Seção indeterminada
M. celebica Warb. ex K.Schum. M. sakaiana Meekiong et al.

M. lanceolata Warb. ex K.Schum. M. tonkinensis R.V.Valma

M. lutea R.V.Valmayor et al.

Classificação do gênero

Sistema Classificação Referência

Classe Polygamia, ordem Species plantarum (1753) (http://www.botanicus.org/


Linné
Monoecia page/359064)

Referências

1. Houaiss, Antônio (2005). Dicionário 5. “Sorting Musa names” na


Houaiss da Língua Portuguesa. IX. MULTILINGUAL MULTISCRIPT PLANT
Lisboa: Temas & Debates NAME DATABASE da Universidade de
Melbourne, Australia (http://www.plantn
2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da
ames.unimelb.edu.au/Sorting/Musa.h
língua portuguesa. Segunda edição. Rio
tml)
de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 226,
227. 6. Dievisson Wyllyan de Souza Baliza,
Matheus Almeida Campos, Walas de
3. Avitrinedosabor (http://www.avitrinedos
Oliveira Santos (2020). «AGR165 -
abor.com.br/asia-e-oceania/2902-salad
Elaboração de conservas de palmito do
a-de-flor-de-bananeira.html) - Salada
miolo da bananeira (Musa spp) como
de flor de bananeira. Página acessada
alternativa de alimentação e renda» (htt
em 3 de Julho de 2011.
ps://febrace.org.br/virtual/2020/AGR/
4. Igrejademaria (http://www.igrejademari 165/) . FEBRACE - Feira Brasileira de
a.com.br/xarope-da-flor-da-bananeira-p Ciências e Engenharia. Consultado em
ulmo-asma-gripe-e-tosse/) - Xarope da 27 de março de 2020
Flor da Bananeira (Pulmão, Asma, Gripe
e Tosse). Página acessada em 3 de
Julho de 2011.
Ligações externas e referências bibliográficas

Discussão detalhada sobre bananas (http://www.hort.purdue.edu/newcrop/morton/banan


a.html)

Wong, S., Kiew, R., Argent, G., Set, O., Lee, S. K., and Gan, Y. Y., "Assessment of the Validity of
the Sections in Musa (Musaceae) using ALFP." Annals of Botany 90 (2) : 231 - 238 (2002).

Suzanne Sharrock, Diversity in the genus Musa, focus on Australimusa


http://www.inibap.org/publications/annualreport/focus100.pdf

Sturtevant's Edible Plants of the World, J. B. Lyon Co., Albany, 1919

David Constantine, The Genus Musa,


http://www.users.globalnet.co.uk/~drc/genusmusa.htm#start

Musa basjoo (http://www.users.globalnet.co.uk/~drc/mbasjoo.htm)

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Bananeira&oldid=62501523"


Última modificação há 5 meses por Minzirévidi

You might also like