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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ – CAMTUC


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Ruídos em sistemas AM e FM

Professora: Andrécia Pereira da Costa

Tucuruí – PA
2023 1
1. Ruído em Comunicações
❑ O que é o ruído?
Exemplo do envio de uma mensagem com presença de ruído no sistema de comunicação

Fonte: https://jorgenca.blogspot.com/2020/03/o-que-e-ruido-na-comunicacao-e-como.html, 2020 2


1. Ruído em Comunicações
❑ O que é o ruído?

❑ O termo ruído é normalmente utilizado


para designar ondas indesejadas que
tendem a perturbar a transmissão e o
processamento de sinais em sistemas de
comunicação e sobre quais temos um
controle incompleto.

❑ Ruído: refere-se a sinais elétricos aleatórios e imprevisíveis produzidos


por processos naturais internos e externos ao sistema.
3
1. Ruído em Comunicações

❑ Ruído: refere-se a sinais elétricos aleatórios e


imprevisíveis produzidos por processos
naturais internos e externos ao sistema.

❑ O ruído externo inclui sinais interferentes transmitidos em canais vizinhos,


ruído gerado pelo homem por meio de comutadores defeituosos em
equipamentos elétricos, irradiação proveniente da ignição de automóveis,
ruído natural advindo de raios, fornos de micro-ondas e emissões de
telefones celulares.

❑ O ruído interno resulta da agitação térmica de partículas carregadas em


condutores, emissão espontânea (tensão e corrente em circuitos elétricos),
difusão ou recombinação de portadores de carga em dispositivos
eletrônicos. 4
1. Ruído em Comunicações

❑ A medida do ruído é geralmente expressa em


temos da relação sinal-ruído (SNR – signal-to-
noise rate), que é a potência do sinal dividida
pela potência do ruído, podendo ser expressa
numericamente ou em termos de decibéis
(dB).
1. Ruído térmico;
2. Ruído de Intermodulação;
Categorias de Ruído: 3. Crosstalk;
4. Ruído impulsivo;
5. Ruído gaussiano e branco. 5
1. Ruído em Comunicações

❑ Categorias de Ruído:

Fonte: ttps://slideplayer.com.br/slide/1680440/, (2022).


6
1. Ruído em Comunicações
❑ Ruído térmico ✓ Nome dado ao ruído elétrico que surge em função do
movimento aleatório de elétrons em um condutor.
Modelo de um resistor
✓ O valor quadrático médio da tensão de ruído térmico ruidoso (circuito equivalente
𝑉𝑇𝑁 , que aparece entre os terminais de uma resistência, de Thévenin
medido em uma largura de banda de ∆𝑓 hertz, é para
todos os propósitos práticos, dada pela Equação (1).
2
𝐄 𝑉𝑇𝑁 = 4𝑘𝑇𝑅∆𝑓 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠² (1)
𝑘 =*constante de Boltzmann = 1,38x10−23 joules por kelvin

𝑇 = temperatura absoluta em kelvin 𝑅 = resistência em ohms Fonte: Haykin; Moher,


(2011, p.224)
*Constante de Boltzmann = é o fator de proporcionalidade que relaciona a energia cinética
relativa média das partículas em um gás com a temperatura termodinâmica do gás. 7
1. Ruído em Comunicações
❑ Ruído térmico

Modelo de um resistor
✓ Dessa forma, é possível modelar um resistor ruidoso (circuito equivalente
ruidoso pelo circuito equivalente de Thévenin que de Thévenin
consiste em uma fonte de tensão de ruído com
valor quadrático médio 𝐄[𝑉² 𝑇𝑁 ], em serie com um
resistor sem ruído.

Fonte: Haykin; Moher,


(2011, p.224)

8
1. Ruído em Comunicações
❑ Ruído térmico
✓ Alternadamente, é possível utilizar o circuito Modelo de um resistor
equivalente de Norton que consiste em uma fonte ruidoso (circuito equivalente
de corrente de ruído em paralelo com uma de Norton
condutância sem ruído.
✓ O valor quadrático médio da fonte de corrente de
ruído é expresso pela Equação (2).
2
1 2
𝐄 𝐼𝑇𝑁 = 2 𝐄 𝑉𝑇𝑁 = 4𝑘𝑇𝐺∆𝑓 𝑎𝑚𝑝𝑠² (2)
𝑅
Fonte: Haykin; Moher,
1
𝐺= é a condutância (2011, p.224)
𝑅
9
1. Ruído em Comunicações

❑ Categorias de Ruído:

Fonte: ttps://slideplayer.com.br/slide/1680440/, (2022).


10
1. Ruído em Comunicações

❑ Categorias de Ruído:

Fonte: ttps://slideplayer.com.br/slide/1680440/, (2022). 11


1. Ruído em Comunicações

❑ Categorias de Ruído:

Fonte: ttps://slideplayer.com.br/slide/1680440/, (2022). 12


1. Ruído em Comunicações
✓ Surge em dispositivos eletrônicos: diodos e
❑ Ruído Impulsivo transmissores. Por causa da natureza discreta do fluxo
de corrente nesses dispositivos.
Esquema do sistema
✓ Por exemplo: ✓ Em um circuito fotodetector um fotodetector

pulso de corrente é gerado toda vez


que um elétron é emitido pelo
catodo devido a luz incidente
proveniente de uma fonte de
intensidade constante.

✓ Os elétrons são naturalmente emitidos em tempos Gutierre, et al. (2017, p. 2).


aleatórios denotados por 𝜏𝑘 em que −∞ < 𝑘 < ∞.
13
1. Ruído em Comunicações

❑ Ruído Impulsivo
✓ Dessa forma, a corrente total que flui através do
Esquema do sistema
fotodetector pode ser modelada como uma soma fotodetector
infinita de pulsos de corrente, como mostrado na
Equação (3). ∞

𝑋 𝑡 = ෍ ℎ(𝑡 − 𝜏 )
(3)
𝑘
𝑘−∞

Em que ℎ(𝑡 − 𝜏𝑘 ) é o pulso de corrente m que


− ∞ < 𝑘 < ∞.
O processo 𝑋 𝑡 definido pela Equação (3) é um processo Gutierre, et al. (2017, p. 2).
estacionário denominado ruído impulsivo (shot noise).
14
1. Ruído em Comunicações

❑ Ruído branco

❑ A análise de ruído de sistemas de comunicação é comumente baseada em


uma forma idealizada de ruído chamada de ruído branco.
❑ O ruído gaussiano branco aditivo (Additive White Gaussian Noise - AWGN):
é um modelo básico de ruído usado na teoria da informação para imitar o
efeito de muitos processos aleatórios que ocorrem na natureza.

❑ Os modificadores denotam características específicas:


Aditivo porque é adicionado a qualquer ruído
que possa ser intrínseco ao sistema de
informação. 15
1. Ruído em Comunicações
Branco (White) refere-se à ideia de que tem potência uniforme em toda a
banda de frequência do sistema de informação.

Ele pode ser tratado como ruído O adjetivo branco é utilizado no sentido de
branco, pois está presente em toda a que a luz branca contém intensidades iguais
faixa de frequências e possui de todas as frequências dentro da banda
densidade espectral constante, ou visível de irradiação eletromagnética.
seja, sua potência é igualmente
distribuída em todo o espectro.
O processo gaussiano é um modelo
estatístico em que as observações
Gaussiano porque tem
uma distribuição normal no ocorrem em um domínio contínuo,
domínio do tempo com um por exemplo, tempo ou espaço.
valor médio de zero. 16
1. Ruído em Comunicações
❑ Na prática, vemos que sinais modulados, independente do tipo de
modulação, são perturbados pelo ruído e pelas características imperfeitas
do canal durante a transmissão.

❑ O ruído pode ser amplamente definido como qualquer sinal desconhecido


que afeta a recuperação do sinal desejado.

❑ Podem haver várias fontes de ruído em um sistema de comunicação, mas,


geralmente, as principais fontes são os próprios dispositivos de
comunicação encontrados durante o curso da transmissão.
17
1. Ruído em Comunicações
❑ Existem várias formas pelas quais o ruído pode afetar o sinal desejado,
mas uma das formas mais comuns é uma distorção aditiva. Ou seja, o
sinal recebido é modelado pela Equação (4):

𝑟 𝑡 = 𝑠 𝑡 + 𝑤(𝑡) (4) 𝑠 𝑡 = 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑜

𝑤 𝑡 = 𝑟𝑢í𝑑𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
❑ Se conhecermos exatamente o ruído, então podemos subtraí-lo de 𝑟 𝑡 e
recuperar exatamente o sinal transmitido.
❑ Grande parte do projeto de um sistema de comunicação é relacionado com
o processamento do sinal 𝑟 𝑡 recebido, de forma a minimizar a presença do
ruído aditivo. 18
2. Ruído em Sistemas de

Propriedades do ruído:

Identificamos o ruído como um processo aleatório, mas, mesmo que o


processo de ruído seja imprevisível, existem métodos de caracterização de
seu comportamento. Em particular, podemos utilizar parâmetros estatísticos
tais como:

1. A média do processo aleatório


Para o ruído, o valor médio correspondente ao deslocamento CC (Corrente
Contínua).

19
2. Ruído em Sistemas de comunicação

Propriedades do ruído:
2. A autocorrelação do processo aleatório
Com o ruído branco, amostras em um instante de tempo são não
correlacionadas com aquelas em outro instante de tempo, independente de
sua separação, ou seja a autocorrelação do ruído branco é descrita pela
Equação (5):
𝑁0 𝛿 𝜏 = 𝐹𝑢𝑛çã𝑜 𝐷𝑒𝑙𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑖𝑟𝑎𝑐
𝑅𝑤 𝜏 = 𝛿(𝜏) (5)
2 𝜏 = 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑢𝑟𝑖𝑒𝑟
𝑁0
Função Delta de Dirac, pp. 58, livro = 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎
HAYKIN; MOHER, (2008). 2 20
2. Ruído em Sistemas de comunicação

Propriedades do ruído:
2. A autocorrelação do processo aleatório Características do ruído branco:
função de autocorrelação

A função de autocorrelação do ruído branco consiste


𝑁0
em uma função delta ponderada pelo fator e, que
2
ocorre em 𝜏 = 0, como representado na Figura.

Fonte: Haykin; Moher,


Nota-se que 𝑅𝑤 𝜏 é igual a zero para 𝜏 ≠ 0. (2011, p.226)

21
2. Ruído em Sistemas de comunicação

Propriedades do ruído:
3. Espectro de um processo aleatório Características do ruído branco:
densidade espectral de potência
A densidade espectral de potência de um ruído
branco, com uma função amostral denominada 𝑤(𝑡)
pode ser expressa pela Equação (6).
𝑁0 (6)
𝑆𝑤 𝑓 =
2
Fonte: Haykin; Moher,
𝑁0 (2011, p.226)
= 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎
2
𝑓 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎
22
2. Ruído em Sistemas de comunicação

Propriedades do ruído:
3. Espectro de um processo aleatório
O parâmetro 𝑁0 é normalmente referenciado ao estágio de entrada do
receptor de um sistema de comunicação.
As dimensões de 𝑁0 são expressas em watts
𝑁0 (6) por hertz.
𝑆𝑤 𝑓 =
2 𝑘 é a constante de Boltzmann

Pode ser expresso através da 𝑇𝑒 é a temperatura equivalente ao


Equação (7). ruído do receptor. (temperatura que o
resistor ruidoso deve ser mantida).
𝑁0 = 𝑘𝑇𝑒 (7) 23
2. Ruído em Sistemas de comunicação

Propriedades do ruído:
❑ Dadas as características do ruído, devemos determinar como ele afeta o
sinal recebido.
❑ Para calcular a potência do ruído, devemos medir o ruído em uma largura
de faixa específica.
❑ A potência do ruído na saída de um filtro com largura de faixa 𝐵𝑇
equivalente ao ruído é:
𝐵𝑇 = 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑛𝑑𝑎
𝑁 = 𝑁0 𝐵𝑇 (8)
𝑁0 = 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑟𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎
Claramente, quanto menor a largura de faixa 𝐵𝑇 , menor será a potência 𝑁 do ruído.
24
2. Ruído em Sistemas de comunicação
O sinal transmitido é distorcido pelo ruído branco aditivo e a combinação
passa por um filtro com largura de faixa B 𝑇 .
Diagrama em blocos do sinal mais o ruído antes e após a filtragem, mostrando o espectro em cada ponto.

Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008).

Se a largura de faixa do filtro for maior do que a largura de faixa do sinal,


então iremos manter toda a energia do sinal desejado. 25
2. Ruído em Sistemas de comunicação
Entretanto, se o filtro não for tão largo quanto o necessário para passar o sinal
sem distorção, então iremos minimizar o total de ruído que passa pelo filtro.
Diagrama em blocos do sinal mais o ruído antes e após a filtragem, mostrando o espectro em cada ponto.

Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008).

Consequentemente, a largura de faixa B 𝑇 é chamada de largura de faixa de


transmissão do sinal. 26
4. Ruídos em sistemas AM e FM

27
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Para entender uma análise do ruído em sistemas de modulação,
precisa-se ter um modelo de receptor.

❑ Na formulação de tal modelo, a prática comum é modelar o


ruído do receptor (ruído do canal) como aditivo, branco e
gaussiano.

❑ Tais considerações permitem a obtenção de como o ruído afeta


o desempenho do receptor.
❑ Fornecer um estrutura para a comparação dos desempenhos
em relação a ruído dos diferentes esquemas de modulação-
demodulação. 28
4. Razões Sinal/Ruído
Sabendo que a comunicação lida com sinais aleatórios – com a aleatoriedade
sendo uma qualidade tanto da informação sendo transmitida quanto do
ruído interferindo na transmissão.

Como quantificamos a performance de um


sistema particular de comunicação?

A razão sinal/ruído (RSR), como uma medida da qualidade de sistemas


analógicos. Este parâmetro estatístico também possui importância em
sistemas digitais.

29
4. Razões Sinal/Ruído
O sinal recebido em vários sistemas de comunicação pode ser modelado
como a soma do sinal desejado, 𝑠(𝑡), e um sinal de ruído de faixa estreita,
𝑛(𝑡), como mostrado pela Equação (9).

𝑥 𝑡 = 𝑠 𝑡 + 𝑛(𝑡) (9) 𝑛 𝑡 é 𝑜 𝑟𝑢í𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎

Sinal antes da filtragem

Os dois termos do lado direito da Equação (9) são aleatórios. O sinal é


aleatório devido a imprevisibilidade de seu conteúdo de informação e o ruído
é aleatório pelas razões descritas nos parâmetros estatísticos.
Autocorrelação do processo aleatório;
Média do processo aleatório;
Espectro de um sinal aleatório. 30
4. Razões Sinal/Ruído
Os dois parâmetros mais simples para descrever parcialmente uma
variável aleatória são a média e a variância.
Média estatística ou esperança é a soma ponderada de todas as possíveis saída.

𝜇𝑋 = 𝐄 X = ෍ 𝑥 𝐏[𝑋 = 𝑥] (10)
𝑋 variável aleatória discreta X
Variância de uma variável aleatória é uma estimativa do espalhamento da
distribuição de probabilidade ao redor da média.

𝜎²𝑋 = Var(X) = 𝐄 (X − μ𝑋 )² (11)

Para variáveis aleatórias, a variância 𝜎²𝑋 é dada pela esperança da distância


quadrática de cada saída para o valor médio da distribuição. 31
4. Razões Sinal/Ruído Uma simples medida da qualidade do sinal é a razão
das variâncias dos sinais desejado e não desejado.
A razão sinal/ruído é formalmente definida por:
2 𝑛 𝑡 = 𝑟𝑢í𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 (passa-faixa)
𝑬[𝑠 𝑡 ]
𝑅𝑆𝑅 = (12) 𝑠 𝑡 = 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑜
𝑬[𝑛2 𝑡 ]
𝑬 = 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑛ç𝑎, (𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑠𝑡í𝑠𝑐𝑎)
Para um sinal de comunicação, o nível do sinal quadrático é geralmente
proporcional à potência.

Consequentemente, a razão sinal/ruído é geralmente considerada


como a relação da energia média do sinal por unidade de tempo pela
energia média do ruído por unidade de tempo. 32
4. Razões Sinal/Ruído
❑ A razão sinal/ruído é claramente medida no receptor, mas existem
vários pontos no receptor no qual a medida pode acontecer.

❑ De fato, medidas em pontos particulares do receptor possuem sua


própria importância e valor. Por exemplo:

Caso 1: Se a razão sinal/ruído for Caso 2: Se a razão sinal/ruído for medida


medida na frente do receptor, então na saída do receptor, então ela é uma
ela é geralmente uma medida da medida da qualidade do sinal de
qualidade do canal de transmissão e informação recuperado seja ele áudio,
da recepção do receptor. vídeo ou qualquer outro tipo.

33
4. Razões Sinal/Ruído
❑ Para empreender uma análise do ruído em sistemas de modulação,
precisa-se ter um modelo de receptor. O sinal mais o ruído Gaussiano
passam por um filtro passa-
Diagrama de blocos de alto nível de um receptor
genérico de um sistema de comunicação faixa para produzir o sinal
banda passante (passa-faixa)
𝑥 𝑡 .
O sinal 𝑥 𝑡 é processado pelo
demodulador para recuperar o
Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008). sinal original de mensagem
m 𝑡 .
A RSR medida na entrada do demodulador é chamada de razão
sinal/ruído pré-detecção. 34
3. Razões Sinal/Ruído
❑ De importância igual ou superior, está é a razão sinal/ruído da
mensagem recuperada na saída do demodulador.

❑ Esta métrica define a qualidade do sinal que é entregue ao usuário final.


Chamamos esta RSR de saída de razão sinal/ruído pós-detecção.

❑ Deve ser observado que as características do sinal e ruído podem diferir


significativamente entre os cálculos pré e pós-detecção.

35
3. Razões Sinal/Ruído
❑ Os cálculos da razão sinal/ruído pós-detecção envolvem a utilização de
um modelo idealizado do receptor, cujos detalhes dependem
naturalmente do ruído do canal e do tipo de demodulação utilizado pelo
receptor.

❑ Para compararmos diferentes esquemas de modulação-demodulação,


introduzimos a ideia de um modelo de transmissão de referência, como
mostrado na Figura a seguir. Modelo de transmissão de referência para comunicações
analógicas.

Este modelo de referência é


equivalente à transmissão da
mensagem banda base.
Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008).
36
3. Razões Sinal/Ruído
❑ Neste modelo, duas considerações são feitas:
1. A potência da mensagem é a mesma da potência do sinal modulado do
esquema de modulação em estudo.

2. O filtro passa-baixa banda base passa o sinal de mensagem e rejeita o


ruído fora de faixa. Desta forma, podemos definir a razão sinal/ruído de
referência, 𝑅𝑆𝑅𝑟𝑒𝑓 , como:

(13)

37
3. Razões Sinal/Ruído
❑ A razão sinal/ruído de referência da Equação (13) pode ser utilizada para
comparar esquemas de modulação-demodulação diferentes utilizando-a
para normalizar as razões sinal/ruído pós-detecção.

Ou seja, podemos definir uma figura de mérito (indicador quantitativo) para


um esquema de modulação/demodulação em particular, como mostrado
por:
Figura de mérito, determina a relação entre o RSR pós-detecção e RSR
de referência.

(14)
38
3. Razões Sinal/Ruído
❑ Claramente, quanto maior o valor da figura de mérito, melhor será a
performance frente ao ruído do receptor.

❑ Para resumir nossa consideração sobre razões sinal/ruído:

1. A RSR pré-detecção é medida antes do sinal ser demodulado;


2. A RSR pós-detecção é medida após o sinal ser demodulado;
3. A RSR de referência é definida com base no modelo de transmissão
banda base;
4. A figura de mérito é uma métrica adimensional para a comparação de
esquemas diferentes de modulação/demodulação analógica, sendo
definida como a razão entre a RSR pós-detecção e a RSR de referência.
39
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-SC ❑ Utiliza a detecção coerente.

Modelo de um receptor DSB-SC que utiliza detecção coerente A utilização de detecção


coerente requer a
multiplicação do sinal filtrado
x(t), por uma onda senoidal
cos 2𝜋𝑓𝑐 𝑡 gerada
localmente seguida de uma
filtragem passa-baixas do
produto.
Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008).

40
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-SC
✓ RSR pré-detecção

A razão sinal/ruído pré-detecção do sistema DSB-SC medida no ponto do


sistema antes do sinal m(t) ser demodulado, descrita de acordo com a
Equação (15).
𝐴2𝑃
𝐷𝑆𝐵
𝑅𝑆𝑅𝑝𝑟é =
𝑐 (15)
2𝑁0 𝐵𝑇

𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora 𝐵𝑇 = largura de faixa do ruído do filtro

𝑃 = potência média do sinal de mensagem 𝑁0 = densidade espectral de potência

41
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-SC
✓ RSR pós-detecção - de saída do sistema DSB-SC.

É a razão da potência do sinal de mensagem pela potência do ruído após a


demodulação/detecção, descrita de acordo com a Equação (16).

𝐷𝑆𝐵 𝐴2𝑐 𝑃 (16)


𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠 =
2𝑁0 𝑊

𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora 𝑊 = largura de faixa da mensagem

𝑃 = potência média do sinal de mensagem 𝑁0 = densidade espectral de potência

42
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-SC
✓ Figura de mérito

A figura de mérito para este tipo de receptor pode ser calculada através da
Equação (17).

𝐷𝑆𝐵
𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠
𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑚é𝑟𝑖𝑡𝑜 = =1 (17)
𝑅𝑆𝑅𝑟𝑒𝑓
Em que
𝐴2𝑐 𝑃
𝑅𝑆𝑅𝑟𝑒𝑓 = (18)
2𝑁0 𝑊
43
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-FC
✓ RSR pré-detecção

A razão sinal/ruído é dado pela Equação (19).

𝐴𝑀 𝐴2𝑐 (1 + 𝑘𝑎2 𝑃) (19)


𝑅𝑆𝑅𝑝𝑟é =
2𝑁0 𝐵𝑇

𝑘𝑎 é a sensibilidade de amplitude do modulador


𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora
𝐵𝑇 = largura de faixa do ruído do filtro
𝑃 = potência média do sinal de mensagem
𝑁0 = densidade espectral de potência
44
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-FC
✓ RSR pós-detecção

A razão sinal/ruído pós-detecção, utiliza uma largura de faixa W da


mensagem, dada pela Equação (20).
𝐴 2 2
𝑘 𝑃 (20)
𝐴𝑀 𝑐 𝑎
𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠 =
2𝑁0 𝑊
𝑘𝑎 é a sensibilidade de amplitude do modulador
𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora
𝑊= largura de faixa da mensagem
𝑃 = potência média do sinal de mensagem
𝑁0 = densidade espectral de potência
45
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores DSB-FC
✓ Figura de mérito

A figura de mérito para este tipo de receptor pode ser calculada através da
Equação (21).

𝐴𝑀
𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠 𝑘𝑎2 𝑃
𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑚é𝑟𝑖𝑡𝑜 = =
𝑅𝑆𝑅𝑟𝑒𝑓 1 + 𝑘𝑎2 𝑃 (21)

46
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores SSB
✓ RSR pré-detecção

Para o sinal SSB, a largura de faixa 𝐵𝑇 é aproximadamente igual à largura de


faixa 𝑊, a razão sina/ruído será representado pela Equação (22).

𝑆𝑆𝐵 𝐴2𝑐 𝑃
𝑅𝑆𝑅𝑝𝑟é = (22)
4𝑁0 𝑊
𝑊= largura de faixa da mensagem

𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora 𝑁0 = densidade espectral de potência


𝑃 = potência média do sinal de mensagem

47
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores SSB
✓ RSR pós-detecção

A razão sinal/ruído pós-detecção, é dada pela Equação (23).

𝑆𝑆𝐵 𝐴2𝑐 𝑃 (23)


𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠 =
4𝑁0 𝑊

𝑊= largura de faixa da mensagem


𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora
𝑃 = potência média do sinal de mensagem 𝑁0 = densidade espectral de potência

48
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores SSB
✓ Figura de mérito

A figura de mérito para este tipo de receptor pode ser calculada através da
Equação (24).

𝑆𝑆𝐵
𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠
𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑚é𝑟𝑖𝑡𝑜 = =1 (24)
𝑅𝑆𝑅𝑟𝑒𝑓

A transmissão SSB tem a mesma figura de mérito do DSB-SC.

49
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM
✓ RSR pré-detecção

Para o sinal FM, a razão sina/ruído será representado pela Equação (25).

𝐹𝑀 𝐴2𝑐
𝑅𝑆𝑅𝑝𝑟é = (25)
2𝑁0 𝐵𝑇
𝐵𝑇 = largura de faixa do ruído do filtro
𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora
𝑁0 = densidade espectral de potência

50
4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM

Em um sistema FM, o sinal de mensagem está embutido na frequência


instantânea da portadora.

A amplitude da portadora é constante.


Modelo de um receptor FM

Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008). 51


4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM
Portanto, qualquer variação da amplitude da portadora na entrada do
receptor deve resultar do ruído ou interferência.

O limitador de amplitude, seguindo o filtro passa-faixa no modelo do receptor


da Figura é utilizado para remover variações de amplitude ceifando a onda
modulada. Modelo de um receptor FM

Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008). 52


4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM
A onda resultante é quase retangular. Esta onda é suavizada por outro filtro
passa-faixa que é parte integral do limitador, suprimindo, portanto, as
harmônicas da frequência da portadora que são causadas pelo ceifamento
(saturação do sinal).

Modelo de um receptor FM

Fonte: HAYKIN; MOHER, (2008). 53


4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM
✓ RSR pós-detecção

A razão sinal/ruído pós-detecção, é dada pela Equação (26).

𝐹𝑀
3𝐴2𝑐 𝑘𝑓2 𝑃 (26)
𝑅𝑆𝑅𝑝ó𝑠 =
2𝑁0 𝑊³

𝑊= largura de faixa da mensagem


𝐴2𝑐 = amplitude da onda portadora
𝑃 = potência média do sinal de mensagem 𝑁0 = densidade espectral de potência

𝑘𝑓 = fator de sensibilidade de frequência do modulador 54


4. Ruídos em sistemas AM e FM
❑ Ruído em receptores FM
✓ Figura de mérito

A figura de mérito para este tipo de receptor pode ser calculada através da
Equação (27). Digite a equação aqui.

2
3 𝐵𝑇 (27)
𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑚é𝑟𝑖𝑡𝑜 ≈
4 𝑊
𝐵𝑇 = largura de faixa do ruído do filtro

𝑊= largura de faixa da mensagem

55
8. Referência bibliográfica
GUTIERRE, Henrique G. et al. Sistema
fotodetector econômico para utilização
em laboratórios de ensino e
pesquisa. Revista Brasileira de Ensino
de Física, v. 39, 2017.

56

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