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WICCANING: O RITUAL DE BATISMO

Este ritual de "batismo" extraído do livro de Janet & Stewart Farrar deve ser
utilizado apenas como modelo...como base para que você crie o seu próprio
Wiccaning. Use sua criatividade e seu coração!
ADHORAT

WICCANING
Ritual de bruxaria correspondente ao batismo cristão
"Os cristãos, quando batizam seus filhos, o fazem em geral com a intenção de
compromissá-los com o cristianismo, de preferência perpetuamente - e ao próprio
ramo particular de cristianismo dos pais. Espera-se via de regra que os filhos
endossarão tal compromisso, ratificando-o quando tiverem idade suficiente para
aquiescer conscientemente (embora sem maturidade para discernir). Para sermos
justos, esses pais - quando não estão meramente acatando uma convenção social -
amiúde assim agem porque sinceramente acreditam que isso é essencial para a
segurança das almas de seus filhos. Foram ensinados a crer nisso e
freqüentemente mediante o medo.
Essa crença segundo a qual existe apenas um tipo de ingresso para o céu e que
um bebê precisa recebê-lo com toda a rapidez para sua própria segurança é,
evidentemente, estranha a Wicca. A crença de bruxas e bruxos na reencarnação a
nega em todos os casos. Mas, independentemente disto, feiticeiras e feiticeiros
sustentam o ponto de vista que era virtualmente universal antes da era do
monoteísmo patriarcal, a saber, que todas as religiões são diferentes sendas de
expressão das mesmas verdades e que a validade delas para qualquer indivíduo
depende da natureza e das necessidades deste.

Uma cerimônia Wiccaning para a criança de uma família de bruxos não


compromete, portanto, a criança com nenhuma senda em particular, mesmo uma
pertencente a Wicca. É similar a um batizado no sentido em que invoca a
proteção divina para a criança e ritualmente afirma o amor e o cuidado com os
quais a família e os amigos desejam cercar o recém-chegado. Difere de um
batizado no fato de especificamente reconhecer que, à medida que a criança se
transforma num adulto, decidirá, e realmente terá que decidir, sobre sua própria
senda.
Wicca é, acima de tudo, uma RELIGIÃO NATURAL - de modo que pais-bruxos
tentarão naturalmente comunicar a seus filhos a alegria e realização que sua
religião lhes proporciona, a família toda partilhando inevitavelmente do modo de
vida vinculado a essa religião. Partilhar é uma coisa, impor ou ditar é outra, e
longe de assegurar a "salvação" de uma criança, pode muito bem retardá-la - isto
se, tal como as feiticeiras, você encarar a salvação não como uma espécie de
transação instantânea, mas como um desenvolvimento ao longo de muitas
existências
Compomos nosso ritual de Wiccaning dentro desse espírito e achamos que a
maioria das bruxas e bruxos concordarão com tal postura.
Sabíamos que a idéia de Ter padrinhos - amigos adultos que manterão um
interesse pessoal no desenvolvimento da criança - era uma idéia justificadamente
popular e sentimos que uma cerimônia de Wiccaning deveria adotá-la também. A
princípio chamamos esses amigos adultos de "Patrocinadores", a fim de evitar
uma confusão com respeito à prática cristã. Mas reconsiderando o assunto
posteriormente, percebemos que "patrocinador era uma palavra fria e que não
havia motivo algum para que "padrinho" e "madrinha" (desde que god abarcasse
goddess/ Padrinho em inglês é GODfather e madrinha GODmother) não
servissem a bruxas e bruxos tanto como servem os cristãos. Afinal de contas,
consideradas as diferenças de crença (e Deus sabe quanto os cristãos diferem
entre si), inclusive a diferença de postura que já mencionamos, a função é a
mesma.
Os padrinhos não têm de ser eles mesmos necessariamente bruxos, o que cabe
aos pais decidir. Mas precisam, ao menos, simpatizar com a intenção do ritual e
tê-lo lido integralmente de antemão, para assegurar que possam fazer as
necessárias promessas com toda sinceridade (o mesmo se aplica, afinal, a bruxos
e bruxas convidados por amigos cristãos para serem padrinhos num batismo
cristão).
Se a Grã Sacerdotisa e/ou o Grão Sacerdote se prestam eles próprios a serem
padrinhos, farão as promessas um ao outro nos momentos apropriados, durante o
ritual.

PREPARAÇÃO
Se os membros do coven normalmente atuarem despidos, a decisão se assim
participarão do ritual ou se farão vestidos caberá aos pais da criança. Num caso
ou noutro, a Grã Sacerdotisa usará símbolos da Lua, e o Grã Sacerdote símbolos
do Sol.
O círculo é marcado com flores e folhas verdes e o caldeirão colocado no centro,
preenchido com as mesmas flores e folhas e talvez também de frutos. Coloca-se à
disposição, no altar, óleo de consagração. Somente incenso leve deve ser usado -
preferivelmente sob forma de bastão. Os presentes para a criança são postos ao
lado do altar, bem como o alimento e as bebidas para uma pequena festa no
círculo, depois do ritual.
Os pais devem escolher antecipadamente um "nome oculto" para a criança (isto
é, em grade parte, para o próprio benefício da criança; crescendo numa família de
bruxos, ele ou ela quase certamente apreciará ter um nome de bruxo ou bruxa
particular tal como têm mamãe e papai - e se não for o caso, poderá ser
discretamente esquecido até que e a menos que seu detentor queira usá-lo
novamente).

O RITUAL PARA UMA MENINA

O Ritual de Abertura é realizado normalmente até o fim da invocação do "Grande


Deus Cernunnos", exceto pelo fato de que todos, inclusive os pais e a criança, se
colocam no círculo antes do traçado, sentamos num semicírculo próximos do
caldeirão e olhando para o altar - cedendo lugar à Grã Sacerdotisa, para que esta
trace o círculo em torno deles. Somente a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote
ficam em pé para conduzir o Ritual de Abertura.
Para reduzir movimento excessivo, que poderia amedrontar a criança, a Grã
Sacerdotisa traça o círculo com seu athame, e não com a espada, e ninguém se
move com ela, ou imita seus gestos quando ela invoca os Senhores das Atalaias.
Ela e o Grão Sacerdote carregam os elementos em torno.
Após a invocação do Grande Cernunnos, a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote
consagram o vinho. Não o experimental, mas colocam o cálice no altar.

O Grão Sacerdote, em seguida, posta-se diante do altar, encarando o caldeirão. A


Grã Sacerdotisa fica pronta para entregar-lhe o óleo, o vinho e a água.
O Grão Sacerdote diz:
"ESTAMOS REUNIDOS NESTE CÍRCULO PARA PEDIR A BENÇÃO DO
PODEROSO DEUS E DA GENTIL DEUSA PARA .....(NOME DA MENINA),
A FILHA DE .................. E .................., DE MODO QUE ELA POSSA
CRESCER EM BELEZA E FORÇA, EM ALEGRIA E SABEDORIA. HÁ
MUITAS SENDAS, E CADA UM TEM DE ENCONTRAR A SUA, E
PORTANDO NÃO BUSCAMOS LIGAR ..........(NOME DA MENINA) À
NENHUMA SENDA, ENQUANTO ELA É AINDA DEMASIADAMENTE
JOVEM PARA ESCOLHER.
PREFERIMOS PEDIR AO DEUS E A DEUSA, QUE CONHECEM TODAS
AS SENDA E AOS QUAIS TODAS AS SENDA CONDUZEM, PARA
ABENÇOÁ-LA, PROTEGÊ-LA E PREPARÁ-LA AO LONGO DOS ANOS DE
SUA INFÃNCIA, DE SORTE QUE, QUANDO FINALMENTE FOR
VERDADEIRAMENTE ADULTA, SAIBA ELA SEM ALIMENTAR
DÚVIDAS OU MEDO QUAL SUA SENDA E PASSE A TRILHÁ-LA COM
CONTENTAMENTO.
....................., MÃE DE ............(NOME DA MENINA), ADIANTA-SE COM
ELA PARA QUE POSSA SER ABENÇOADA.

O pai ajuda a mãe a se levantar e ambos levam a criança ao Grão Sacerdote, que
a toma em seus braços. Ele pergunta:
....................., MÃE DE ............(NOME DA MENINA),POSSUI ESTA TUA
CRIANÇA TAMBÉM UM NOME OCULTO?

A mãe responde:

SEU NOME OCULTO É .....................


O Grão Sacerdote, então, unta a criança na testa com óleo, fazendo a marca de
um pentagrama e dizendo:
EU UNTO A TI, ............(DIZER O NOME COMUM), COM ÓLEO E TE DOU
O NOME OCULTO DE .......................
Ele repete a ação com o vinho, dizendo:
EU UNTO A TI, .............(DIZER NOME OCULTO), COM VINHO EM NOME
DO PODEROSO DEUS CERNUNNOS.

Repete a ação com a água dizendo:


EU UNTO A TI, ..............(DIZER NOME OCULTO), COM ÁGUA EM NOME
DA GENTIL DEUSA ARADIA.
O Grão Sacerdote devolve a criança à sua mãe e, então conduz os pais e a criança
a cada uma das atalaias, dizendo:
VÓS SENHORES DAS ATALAIAS LESTE (SUL, OESTE, NORTE), COM
EFEITO APRESENTAMOS A VÓS .....................(NOME COMUM), CUJO
NOME OCULTO É ........................(DIZER NOME OCULTO) E QUE FOI
DEVIDAMENTE UNGIDA DENTRO DO CÍRCULO DE WICCA. ESCUTAI,
PORTANTO, QUE ELA SE ACHA SOB A PROTEÇÃO DE CERNUNNOS E
ARADIA.
O Grão Sacerdote e a Grã Sacerdotisa tomam seus lugares voltados para o altar,
com os pais e a criança entre eles. Erguem seus braços e invocam cada um por
sua vez:
Grão Sacerdote:
PODEROSO CERNUNNOS, CONCEDE A ESTA CRIANÇA O DOM DA
FORÇA;
Grã Sacerdotisa:
GENTIL ARADIA, CONCEDE A ESTA CRIANÇA O DOM DA BELEZA
Grão Sacerdote:
PODEROSO CERNUNNOS, CONCEDE A ESTA CRIANÇA O DOM DA
SABEDORIA
Grã Sacerdotisa:
GENTIL ARADIA, CONCEDE A ESTA CRIANÇA O DOM DO AMOR;
O Grão Sacerdote, a Grã Sacerdotisa e os pais se voltam para encarar o centro do
círculo, e o Grão Sacerdote então pergunta:
HÁ DUAS PESSOAS NO CÍRCULO QUE SE APRESENTARIAM COMO
PADRINHOS DE ......................?
(OBS.: Se o sacerdote e a sacerdotisa estão se apresentando como padrinhos, ele
perguntará, em lugar disso,:
HÁ ALGUÉM NO CÌRCULO QUE SE APRESENTARÀ COMIGO, COMO
PADRINHOS DE.................?
e a Sacerdotisa responderá:
EU ME JUNTAREI A VÓS.

Em seguida eles olharão um para o outro e trocarão as perguntas e promessas).


Os padrinhos deverão se adiantar e ficar de pé, a madrinha encarando o Sacerdote
e o padrinho encarando a Sacerdotisa.
O Sacerdote pergunta para a madrinha:

TU, ............... PROMETES SER UMA AMIGA DE ................... AO LONGO


DE SUA INFÂNCIA, NO SENTIDO DE AJUDÁ-LA E GUIÁ-LA DA
MANEIRA QUE ELA NECESSITAR; E DE ACORDO COM SEUS PAIS POR
ELA ZELAR E AMÁ-LA COMO SE FOSSE DE TEU PRÓPRIO SANQUE
ATÉ QUE PELA GRAÇA DE CERNUNNOS E ARADIA ELA ESTEJA
PRONTA PARA ESCOLHER SUA PRÓPRIA SENDA?

A madrinha responde:
EU,.............. ASSIM PROMETO.
A Grã Sacerdotisa pergunta ao padrinho:
TU, ............... PROMETES SER UMA AMIGA DE ................... AO LONGO
DE SUA INFÂNCIA, NO SENTIDO DE AJUDÁ-LA E GUIÁ-LA DA
MANEIRA QUE ELA NECESSITAR; E DE ACORDO COM SEUS PAIS POR
ELA ZELAR E AMÁ-LA COMO SE FOSSE DE TEU PRÓPRIO SANQUE
ATÉ QUE PELA GRAÇA DE CERNUNNOS E ARADIA ELA ESTEJA
PRONTA PARA ESCOLHER SUA PRÓPRIA SENDA?
O padrinho responde:
EU, .............ASSIM PROMETO. O Grão Sacerdote diz:

O DEUS E A DEUSA A ABENÇOARAM; OS SENHORES DAS ATALAIAS


A RECONHECERAM; NÓS SEUS AMIGOS LHE DEMOS AS BOAS
VINDA; PORTANTO, Ó CÍRCULO DAS ESTRELAS; BRILHA EM PAZ
SOBRE ............... CUJO NOME OCULTO É.................. QUE ASSIM SEJA.
Todos dizem:
QUE ASSIM SEJA!
O Grão Sacerdote diz:
QUE TODOS SE SENTEM DENTRO DO CÍRCULO
Todos se sentam, exceto o sacerdote e a sacerdotisa, que experimentam e passam
por todos o vinha já consagrado da maneira usual e então consagram e passam a
todos os bolos da maneira usual.
A seguir, buscam os presentes, o alimento e as bebidas da festa e se sentam com
os outros, daqui em diante passando-se para o informal.

O RITUAL PARA UM MENINO

A diferença básica caso a criança seja um menino é que o Grão Sacerdote e a Grã
Sacerdotisa trocam suas funções. Ela realiza o enunciado de abertura e executa a
unção, o Grão Sacerdote lhe entrega o óleo, o vinho e a água. Ela representa a
criança às atalaias.

A invocação a Deusa e ao Deus por seus dons de força, beleza, sabedoria e amor,
entretanto, é feita exatamente como a feita para a menina, e na mesma ordem.

A Grã Sacerdotisa convoca os padrinhos para que se apresentem e toma a


promessa do padrinho; o Sacerdote toma então a promessa da madrinha.
A Grã Sacerdotisa pronuncia a bênção final.

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