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REAÇÃO AO ARQUIVAMENTO DO PROCESSO:

O crime semipúblico, está dependente de queixa. (113º CP). Nestes crimes, o MP decide o que fazer no
encerramento do inquérito. Por força do princípio da legalidade, nos termos do art. 276º CPP, o MP
encerra o inquérito arquivando-o ou deduzindo acusação. Neste caso, ele emite um despacho de
arquivamento do inquérito, o que tinha toda a legitimidade para o fazer (277º CPP). Para alem disso, nada
nos é dito se o ofendido se constituiu como assistente ou não. Tratando-se de crime semipúblico, a
constituição de assistente não é obrigatória. Contudo, enquanto pessoa que tem essa faculdade, deverá
receber a notificação do arquivamento. Se o MP acusasse, então, um assistente, até 10 dias depois de ser
notificado da acusação pelo MP, poderia deduzir acusação também pelos factos acusados pelo MP, por
parte deles, ou por outros que não importem uma alteração substancial dos factos. Isto no art 284º CPP.
O ofendido, neste caso tinha 3 alternativas de reação. Em primeiro lugar, poderia requerer a abertura de
instrução (287º CPP). Para isso, ela tinha de se constituir assistente, e, para isso tinha de ter legitimidade
(… ver 68nº1a) e b)). O prazo para requerer a abertura de instrução era de 20 dias após ser notificada do
arquivamento. O ofendido podia apresentar simultaneamente um requerimento para se constituir
assistente, pagando aquela taxa do 519º CPP e pedir a abertura da instrução. Em segundo lugar, poderia
suscitar a intervenção hierárquica do artigo 278º CPP. O MP está organizado hierarquicamente. Aquilo
que se vai fazer, neste caso, é pedir ao superior hierárquico de um magistrado do MP que dirigiu o
inquérito que venha ao processo ver como é que foi tomada aquela decisão e determinar que o inquérito
tenha outro desfecho, nomeadamente que seja formulada acusação ou que prossiga a investigação.
Para a intervenção hierárquica, tinha 20 dias após a notificação de arquivamento (278nº1 CPP). Em
terceiro lugar podia requerer a reabertura do inquérito, nos termos do 279º CPP. Contudo, só poderia
fazê-lo quando se esgotasse o prazo para requerer a intervenção hierárquica. NO entanto, aqui havia um
problema, só se podia reabrir o inquérito se surgirem novos elementos de prova que invalidassem os
fundamentos que o MP apresentou para ter arquivado o inquérito. Se não existissem, não poderia haver a
reabertura de inquérito.

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