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The Devils Own #2 Amo Jones

The Devils Own#1 Amo Jones


The Devils Own #2 Amo Jones

Maio/2021
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

HELLA
The Devils Own #2 Amo Jones

Nota: Esta história não é adequada para menores de 18 anos.

* Os gatilhos em potencial estão dentro deste livro.

* Se a palavra “foda” o ofender, não leia este livro.


The Devils Own #2 Amo Jones

Este livro é dedicado a todos os meus fiéis leitores. Obrigada por


sempre acreditar em mim e me apoiar durante a minha jornada.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.”

William Shakespeare, A Tempestade


The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Esfregar meu pau na sujeira nunca foi minha intenção, mas a


maneira como uma boceta se contraí ao redor do meu pau sempre me
deixou inquieto, não importava quem fosse a proprietária.

As garotas entram automaticamente em categorias para mim.


Quando eu via uma garota, minha mente sabia em menos de dois
segundos se eu estaria fodendo-a ou não. E isso não se dava ao fato
de ela ser gostosa - embora, claro, isso seja sempre um bônus.
Acontecia com a sua capacidade dela aguentar meu pau. Pela maneira
que uma garota era capaz disso, podia-se dizer muita coisa. Uma
prostituta podia usar um rabo de cavalo aos domingos num banco de
igreja e eu ainda conseguiria reconhecer quão resistente ela era.

Meu gosto era incomum, sim, mas algumas vezes bocetas são
bocetas, e a julgar pela forma como meu forte aperto estava envolvido
na garganta desta viciada, eu diria que suas habilidades não
importavam para mim neste momento. Jessica Bryant era uma
viciada, uma viciada rica, com problemas com o papai. E escolheu
preencher o vazio que seus pais lhe deixaram com cocaína, enquanto
se preparava para dar a volta ao mundo com um boquete. Ela estava
escolhendo me pagar em serviços sexuais, só que ela ainda não sabia
que eu não aceitava molhar meu pau como pagamento. Quanto muito,
ela me devia mais dinheiro.
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“Sim.” Jessica ergueu as costas, com a bunda pressionando


contra meu osso pélvico em um movimento circular. Eu me agarrei aos
seus quadris magros, apertando com força. “Foda-me até eu gozar,
Hella”, ela sussurrou em tons abafados, com o rosto apertado no
travesseiro.

Trazendo uma das minhas mãos para a frente do pescoço dela,


enquanto a outra foi para as costas, meu aperto aumentou e seu corpo
parou, e sua veia pulsou sob a palma da minha mão em pânico. Meu
pau endureceu com seu medo, alimentando-se dele como uma
prostituta seca trancada em um mosteiro. Inclinando-me, levei meus
lábios para a parte de trás da sua orelha e rosnei: “Cala a boca, porra.
E mais uma coisa”, acrescentei, levando meus quadris até o fundo. “É
até eu gozar.”

Meus quadris empurram para frente, e meu pau colidiu com uma
parede estranha dentro dela ao mesmo tempo em que ela soltou um
grito mortal. Envolvendo seus cabelos em volta do meu punho, eu a
empurrei, e o ar frio passou em volta do meu pau.

“Que porra é essa?” Perguntei, dando um passo para trás e


olhando para o meu pau manchado de sangue. Eu olhei de volta para
Jessica, que tinha que ser alguns anos mais velha do que meus
quinze. “Você é virgem, porra?”

Ela levou a mão à boca, balançando a cabeça, e as mechas loiras


platinadas caindo sobre seus ombros. “Não, Hella. Não sei o que
aconteceu. Sinto muito, vou pegar uma toalha.”

Mentirosa do caralho.

Eu ri, puxando um cigarro do maço no bolso. Coloquei-o na minha


boca, acendendo-o com meu Zippo e inspirando mais fundo enquanto
meus olhos correram sobre seu corpo, seios grandes, cintura fina e
pernas longas que foram puxadas para o peito para cobrir sua
boceta. Eu sorri outra vez, colocando o cigarro na minha boca e
inalando novamente. “Não, Jess. Não precisa de uma toalha.” Seu
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corpo ficou visivelmente mais relaxado, e seus olhos suavizaram um


pouco, mas não o suficiente para que ela pudesse sorrir. Ela estava
com medo de mim, como a maioria das pessoas inteligentes. “Você
pode vir embrulhar essa boca imunda ao redor do meu pau e deixar
ele limpo.”

Ela fez uma pausa, afastando o cabelo do rosto antes de se


arrastar pela cama. Eu subi até o pé da cama, com meus joelhos
atingindo a extremidade. Suas mãos subiram até minhas coxas, e
seus olhos se arregalaram de horror. Revirando os meus, eu a agarrei
pela nuca e a empurrei para baixo sobre meu pau, a almofada quente
de sua boca me dando as boas-vindas enquanto seus gemidos
vibravam contra meu pau.

Depois de ter gozado em sua boca, eu a empurrei de volta na


cama. E ela passou a parte de trás da mão pelo lábio.

Coloquei minha calça jeans novamente. “Passe o dinheiro.”

Correu para a gavetinha da mesa de cabeceira e puxou a


carteira, baixando duas notas de cinquenta. “Você quer ficar?”

Virei minha cabeça para trás. “Fodi seu cérebro também? Não.”

“Onde você mora?” perguntou pegando a calcinha que estava


rasgada e estendida sobre o tapete. “Só estou dizendo. Não há
ninguém aqui a não ser eu e Renee, nossa empregada. E eu não me
importaria.”

Depois de enfiar minha camiseta e meu moletom, fui até ela,


enrolando minha mão em seu queixo, apertando-a e inclinando seus
olhos para encontrar os meus. “Não preciso de sua maldita ajuda.”

Ela arrancou o rosto da minha mão. “Tudo bem, vá embora.”

Eu ri, colocando o cigarro na boca de novo. “Sabe onde me


encontrar se precisar de mais.”
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“Sim”, ela gritou assim que eu toquei na maçaneta da porta.


“Debaixo da ponte do Brooklyn.”

***

O luar refletia na água parada do East River, e eu levantava


minhas pernas, descansando-as sobre meus joelhos. A escuridão da
noite era ofuscante, com a luz apenas vindo da ponte e do caixote do
lixo em chamas que estava na margem do leito do rio. Tippy, um dos
velhos sem-teto que estava aqui há mais tempo que eu, acendia-o
todas as noites.

Estou sob esta ponte há dois meses depois de viver dentro e fora
de orfanatos, “cortesia da minha mãe prostituta e meu pai inexistente.
Fugir era a única vida que eu conhecia e isto contribuiu para o sangue
gelado que agora corria em minhas veias. Não lamentava por isso.
Vender cocaína para aspirantes a gângsteres que vivem no Bronx
provavelmente não era o estilo de vida ideal para um garoto de quinze
anos, mas eu me adaptei à essa vida há muito tempo. Aprendi a lutar
quando necessário, e qualquer um sabia quem eu era por aqui. Tippy
e eu tínhamos mais do que alguns sem-teto; tínhamos o rio, o abrigo
da ponte, e na maior parte do tempo a polícia nos deixava em paz. Eu
parecia ter mais de quinze anos; você podia ver o estilo de vida que eu
vivia apenas olhando nos meus olhos. E era maior do que outros
garotos da minha idade. Aproveitei todas as oportunidades que tive
para levantar qualquer coisa pesada e conservar meu tamanho.
Embora eu fosse grande, o tamanho não significava nada se você não
soubesse lutar, mas a luta dentro de mim era mais que cruel; era
impiedosa, a sangue frio.

Jogando meu capuz sobre a cabeça, alcancei meu bolso para


pegar meus cigarros, assim, quando Tippy veio caminhando na minha
direção com sua gabardine sobre aquele cheiro de esgoto e uísque
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velho e barato. Sua barba indisciplinada corria pelo peito e seus


cabelos grisalhos estavam amarrados na parte de trás da cabeça.

“Não disse que você deveria começar a lavar suas roupas, meu
velho? Há detergente debaixo do meu saco de dormir. Não há
necessidade de cheirar assim.”

“Cale-se, rapaz”, ele riu, sentando-se ao meu lado enquanto


ambos observávamos a água parada. “Você não tem que viver aqui
fora. Você é jovem. Vai seguir meu conselho e resolver seus
problemas?” Tippy perguntou, passando a mão por cima da barba.
Tippy era conhecido nesta área. Tinha sido um sem-teto toda a sua
vida, eu acho. Ele nunca me contou toda sua história de porquê ou
como veio parar nas ruas. E me aceitou imediatamente. Tippy não
acolhe ninguém, então isso significa alguma coisa. Ele é um velho
malvado, mas não tem sido nada além de bondoso comigo desde que
cheguei aqui. Ou talvez seja a rua dentro dele. As ruas mudam você.
Não se pode ser uma boa pessoa quando está aqui fora; a boa vontade
o mata.

Sacudi minha cabeça, acendendo meu cigarro. “Só tenho que


viver debaixo do radar até os dezoito anos, depois vou arrumar minhas
coisas e arranjar uma casa. Enquanto isso, preciso poupar dinheiro.”

Seus olhos se estreitaram por causa de sua pele envelhecida.


“Rapaz, deixa eu te contar como eu vim parar aqui. Uma vez eu tive
uma família...” Ele pegou sua velha carteira de couro, fazendo uma
pequena pausa.

“Shhh”, eu o cortei, trazendo meu dedo à boca.

Ele levantou a sobrancelha. “O que foi?”

Esperei por alguns segundos para que passasse. “Não é nada,


continue”, disse, sacudindo as cinzas do meu cigarro.
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Ele jogou sua carteira no meu colo. A brasa nem tinha pousado
na areia quando um clarão brilhante passou direto nos meus olhos,
me cegando.

Eu joguei minha mão para cima para cobrir meus olhos. “Que
porra é essa?”

Mãos ásperas agarraram meus braços ao mesmo tempo em que


um saco foi empurrado sobre meu rosto. Tudo o que eu conseguia
cheirar era feno e merda de cavalo. “Deixe-me ir!” Rugia, tentando
arrancar as duas garras que estavam firmemente enroladas ao meu
redor. Meus pés estavam sendo levantados do chão quando comecei a
torcer e a virar. “Tippy!” Sacudi a cabeça grosseiramente até que o
saco caiu.

“Porra!” O homem à minha esquerda grunhiu.

Eu virei minha cabeça para onde Tippy e eu estávamos


conversando apenas para encontrar seu corpo sem vida deitado na
areia com um corte no pescoço. Seus olhos estavam vazios, olhando
diretamente para mim.

Enfiei sua carteira em meu bolso antes de rugir, “Tippy!”


Balancei minha cabeça para trás até encontrar um cotovelo que vinha
direto para o meu rosto.

O vazio do nada tomou conta de mim, meus olhos tremulando


abertos e fechados. Silhuetas desfocadas andavam em frente a um
brilho que estava no meio do rio. Eu pendurei minha cabeça entre os
ombros, baixando meu peso quando o East River cobriu minhas pernas
e meus pés com o salpico de sua água. Minha visão voltava em pontos
borrados, meus olhos caíam na água sob meus pés antes de eu ser
colocado em uma lancha. Eles me jogaram dentro do barco, e meus
olhos ainda se recusavam a abrir e a última coisa que eu escutei foi:
“Kurr ficará louco com quão descuidada foi essa captura.” Meus olhos
se fecharam, e a cotovelada na minha cabeça funcionava como uma
canção de ninar ou um aviso do que estava por vir.
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“Agente 112”, alguém grunhiu no meu ouvido, “é quem você vai


ser agora”, antes que tudo fosse completamente apagado.

MELISSA
18 Anos de Idade

Sangue. O metal escorregou pela garganta com minha cabeça


batendo e meu corpo doendo junto com ele. Cada parte do meu corpo
estava sofrendo de dor. Minhas pálpebras começam a ganhar volume
a cada minuto que passa. A voz irritante da minha irmã veio
suavemente ao meu ouvido: “Você deve sempre rezar, Lissa, mesmo
que você não acredite.” Eu ria dela e a chamava de louca e devota
religiosa. Quem frequentava a igreja com a nossa idade, afinal?
Estamos na faculdade; ela deveria estar em festas e se embebedando,
só que foi exatamente assim que este episódio da minha vida começou.
A escuridão começava a me receber, a calmaria já avassaladora. Não
sentiria qualquer dor em breve. Ficar acordada tornou-se uma luta
enquanto minhas pálpebras se fechavam e os últimos dois meses
passaram a ser exibidos como um filme de terror.

Dois meses antes

O grave profundo sacudiu a casa da fraternidade Gamma Kappa


enquanto eu tomava um gole da cerveja amarga e barata. Agarrando
meu copo vermelho, meus olhos ousaram olhar ao redor da sala para
ver o porquê de todo aquele alvoroço. Qual era o grande problema
dessas festas? Eu era caloura e frequentava a UMD1. Era uma
universidade rica e preparatória, mas minha mãe conseguiu que eu

1
Universidade de Maryland.
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entrasse, graças ao fato dela ter economizado dinheiro desde que nos
mudamos de Westbeach, Califórnia, para Detroit. Minha mãe não
tinha um trabalho respeitável, mas ela cuidava de mim e da minha
irmã da melhor maneira que podia. Éramos tudo o que ela tinha,
apesar dela ganhar dinheiro fazendo sabe-se lá o quê com homens
ricos e poderosos, de altos escalões.

Comecei a balançar minha cabeça num canto, empurrando meus


óculos de volta para cima do nariz quando eles caíam. Não fiquei muito
impressionada com esta festa. Já tinha visto melhores em casa,
Westbeach, realizada por menores de idade. Podia ver minha colega
de quarto, Billie. Eu não diria que éramos amigas; ela era tão nerd
quanto eu, se não mais. Nós não sabíamos como fazer amigos e eu
estava bem com isso. De qualquer forma, me sentia muito melhor
sozinha e sem dramas. Contei a ela que viria nesta festa hoje à noite
e tentaria viver a experiência pelo menos uma vez antes do início dos
exames. Ela insistiu que era uma má ideia ficar perto de pessoas com
um QI menor que o meu. Eu balancei a cabeça, descartando seu
julgamento, mas agora estou pensando que ela poderia ter razão. Tudo
o que vi foi um bando de atletas num canto, um bando de vagabundas
no outro, e em algum lugar no meio, havia pessoas que vinham para
festejar intensamente, dançando e bebendo no meio da sala de estar.
Devo dizer que fiquei um pouco desapontada.

Afastei-me da parede e caminhei em direção à cozinha, pronta


para jogar meu copo vazio no lixo e voltar ao meu dormitório quando
Eddy Woolbrock esbarrou em mim ou melhor, eu esbarrei nele.
“Desculpe “, eu disse, não olhando para cima para encontrar seus
olhos porque, na verdade, eu não existia para estas pessoas.

“Sem problemas. Seu copo está vazio?” Questionou ele, e meus


olhos chocados se aproximaram de seu rosto. Cabelo loiro espetado,
barba no queixo, olhos suaves e calmos que deixavam as mulheres
loucas.
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Balançando a cabeça, eu acenei antes de limpar a garganta.


“Sim, sim. Eu estava prestes a...”

“...pegar outro?” Ele interrompeu minha resposta.

Eu sorri. “Claro, está bem.”

Ele pegou meu cotovelo e me levou em direção à cozinha, onde


outros três caras estavam de pé, inclinados no balcão. Todos eles se
endireitaram e sorriram para mim. Eu tinha visto esses garotos pelo
campus algumas vezes. Eram bem conhecidos e populares, ao
contrário de mim. Vinham de casas que não só tinham ambos os pais,
mas dinheiro também, enquanto eu vinha de uma mãe solteira que
tinha que se vender ocasionalmente só para que pudéssemos pagar o
aluguel todas as semanas. Embora ela recebesse um bom dinheiro e
nós não estivéssemos mais com dificuldades, ainda assim era triste e
eu odiava isso. Ela investiu todo o seu dinheiro em mim, para ir para
a faculdade porque eu era a inteligente, então eu vivia para o dia em
que pudesse cuidar dela e ela não precisaria mais fazer aquilo.

Eddy me entregou outro copo vermelho. E levantou o dele no ar.


“Saúde.”

Eu forcei um sorriso, levantando meu copo para o dele. “Saúde.”

Não sei quanto tempo depois daquela bebida me encontrei


tropeçando pelas escadas, em busca de uma cama para deitar minha
cabeça. Grandes braços me pegaram quando meu pé escorregou em
um degrau que levava aos quartos. “Você está bem?” Eddy me
analisou.

“Sim”, eu respondi, com minhas sobrancelhas unidas em


confusão. Levantei minha mão até a cabeça, e senti a música batendo
e meu coração palpitando ao mesmo tempo, somente aumentando o
meu pânico. “Eu não entendo”, sussurrei a Eddy, que me dirigiu para
cima das escadas. Reparei com minha visão meio desfocada em casais
beijando-se contra a parede e passando por mim pequenos grupos
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dispersos de caras rindo e falando ao longo do extenso corredor


escuro.

“Não entende o quê?” Perguntou ele, apertando a mão em torno


do meu braço.

“Eu não bebi muito e minhas pernas estão começando a ficar


dormentes.”

Ele empurrou a porta de um quarto, me guiando pela escuridão


antes que a porta se fechasse, quebrando o silêncio.

“Por que está tão escuro aqui dentro?”

“Shhhh”, ele murmurou atrás de mim, com o cheiro de cerveja


proeminente em sua respiração.

Minhas pernas começaram a vacilar antes que elas cedessem e


eu caí no chão. Com meus olhos agora cansados e lutando para
ficarem abertos, comecei a murmurar suavemente, não reconhecendo
onde eu estava ou o que estava acontecendo. Mãos envolviam meus
ombros, me levantando e apoiando meu corpo contra o pé da cama.
Mãos fortes me empurraram para trás até que eu caí de costas contra
o colchão.

“Não”, eu lamentei. “Por favor, o que está acontecendo?”

Cada movimento enviava tremores por todo o meu corpo. Com


meus cabelos esparramados por toda parte, a cama mergulhou ao meu
lado e uma risada baixa ecoou ao redor do quarto.

“Saúde, geek”, uma voz estranha sussurrou do outro lado do


quarto antes que a escuridão que me rodeava desaparecesse com o
toque de um interruptor. Meu pânico começou a se intensificar quando
minhas pálpebras se fecharam. Olhei em volta para ver outros três
outros homens ali, todos encostados na parede, bebendo e sorrindo
para mim. Eddy rastejou sobre meu corpo, com sua mão agarrando-se
à minha coxa, arrastando-me para baixo em sua direção.
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“Não!” Eu tentei sacudir minha cabeça vigorosamente, só que


saiu devagar. O entorpecimento continuou passando por mim, meu
batimento cardíaco se intensificou irregularmente antes que os
buracos escuros do sono me puxassem para dentro de meus olhos
fechados.

Meu corpo falhava comigo, e por isso, minha mente pagava.

Minhas pestanas se abriram, minha cabeça ainda pesada. Um


pesado corpo pousou sobre mim, moldando meu físico no colchão. A
cama se movia cada vez mais rápido devido à minha mudança de
peso, minha cabeça esmagando contra a cabeceira a cada impulso. A
sensação de adormecimento esmagadora formigou por todo o meu
corpo. “Não”, murmurei, e meus olhos se abriram um pouco. Desta vez,
não era o Eddy em cima de mim. Antes que eu pudesse protestar, eles
fecharam novamente, dominados pela sonolência e sedação. Não! Eu
penso comigo mesma. Fique acordada, você precisa ficar acordada.
Meus pensamentos se desligam novamente. E isto aconteceu várias
vezes. Quatro vezes, para ser mais exata. Cada vez que eu entrava
em semiconsciência, isso durava apenas alguns segundos antes que
eu percebesse que era um dos outros garotos em cima de mim. Meu
coração doía e minhas pernas estavam doloridas. Naquela noite, eu
me quebrei em duas, o velho eu e o novo eu.

Na manhã seguinte, minhas pálpebras se abriram para descobrir


que eu estava na mesma cama. Memórias de ontem à noite passaram
por meu cérebro e minha garganta se encolheu. Minha mão voou para
cima para cobrir meus lamentos. Meu cabelo loiro e macio, estava
emaranhado no topo da cabeça, minha pele grudenta com restos de
suor e esperma. Quando levantei o lençol, fui recebida com a evidência
do que havia acontecido. Quatro homens roubaram minha virgindade
naquela noite. Minhas tentativas de ‘entrar na vida hedonista’ saíram
pela culatra e agora terei que viver o resto da minha vida com os
flashbacks do que aconteceu na minha mente. Deixando cair minha
mão sobre a cama, lágrimas fluíram silenciosamente pela minha
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bochecha, rolando sobre meu peito. Minha cabeça pendeu, me


sentindo derrotada, e meu coração palpitou de raiva.

Odiava os homens.

Odeio-os.

Nunca deixarei outro homem chegar perto de mim.

Dois meses depois

A porta da farmácia se abriu enquanto eu passava com meu


capuz cobrindo meu rosto e óculos escuros sombreando meus olhos.
Quando cheguei em casa naquela manhã, voltei ao meu dormitório e
pensei em quais eram as minhas opções. Sentei-me no chuveiro quente
e escaldante e fechei meus olhos enquanto o vapor lambia suavemente
minha pele. Gotas de condensação se enrolaram em minhas mãos e
eu esfreguei minha pele ferozmente, imaginando que isso eliminaria o
que havia acontecido. Pensei em ir à polícia, mas a verdade é que os
pais daqueles garotos provavelmente tinham influência suficiente
nesta cidade para acabar com qualquer um em um tribunal. Isso
significava que eu teria que vestir a vergonha das pessoas sabendo o
que aconteceu, sendo chamada de mentirosa e vadia. Isso é o que
aconteceria. Aqueles rapazes tinham lindas namoradas e namoravam
com líderes de torcida. Por que alguém acreditaria que eles haviam
estuprado uma garota como eu? Então, o que aconteceria com minha
mãe? Ela não teria condições de enfrenta-los no tribunal e ela faria,
Deus sabe que sim. Se ela descobrisse o que aconteceu, levaria todos
para baixo com ela. Isso a mataria, e eu não poderia fazer isso. A
melhor coisa que eu podia fazer era abaixar minha cabeça e ignorá-
los. Continuar com meu trabalho escolar parece difícil, mas nosso
campus era grande e seria apenas por mais alguns anos. Isso, claro,
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até descobrir que tinha perdido meu período, o que me traz de volta a
este momento.

Rapidamente peguei o primeiro teste que pude ver na prateleira


e caminhei em direção ao balcão.

“Senhorita?” O homem disse atrás do balcão. “Você vai precisar


tirar o capuz e os óculos.”

“Por quê?” Meu corpo ficou tenso.

“Porque estas são as regras. Nós somos uma farmácia. Temos


câmeras por uma razão, mas neste momento, você parece que vai
assaltar minha loja”, disse suavemente com um sorriso gentil.

“Certo”, eu disse, trazendo minha mão até a borda do meu capuz


ao mesmo tempo em que a campainha da porta tocava novamente.
Deixei cair para cobrir a parte de trás do pescoço e removi meus óculos.
Ele sorriu, acenando para mim em agradecimento.

Todo o meu corpo estremeceu. Meu coração martelava contra o


meu peito, enquanto a vergonha passava por mim. Ele caminhou até o
balcão e eu mantive a cabeça baixa, vendo a sua mão estender-se e
agarrar a caixinha no balcão. O balconista olhou entre mim e quem eu
estava assumindo ser Eddy, nervoso, antes de estender a mão. “Por
favor, pode me dar isso?”

Eddy entregou-lhe lentamente, se mantendo calado antes de


girar e voltar a sair pela porta sem sequer uma palavra.

Exalei o ar que eu não sabia que estava prendendo. O balconista


me entregou o teste em uma sacola de papel. Eu acenei com a cabeça
e corri para fora da loja, indo direto ao meu dormitório. Empurrei a
porta do nosso quarto, tirei meu moletom e o joguei na cama. Billie
estava deitada com seus fones de ouvido em seu traje alternativo
punk.

“Olá.” Ela tirou os fones do ouvido.


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“Oi. Vou rapidinho ao banheiro, já volto.” Sorri para ela,


colocando o moletom novamente.

Sentei-me no vaso sanitário fechado, batendo com o bastão


branco na mão em uma batida silenciosa. A água da torneira pingando
a cada dois segundos, como sempre. Queria saber por que o homem
da manutenção ainda não havia consertado isso; não é esse o trabalho
deles? E com certeza isso afetaria o custo da água.

Olhando para o meu relógio, notei que a quantidade certa de


minutos havia passado, então respirei fundo antes de virar o teste e
exalar lentamente.

“Merda.”

Mais tarde naquela noite, eu estava em minha corrida noturna


quando tirei meus fones de ouvido e me inclinei, descansando minhas
palmas das mãos sobre os joelhos e recuperando meu fôlego. Meu
cabelo estava em um rabo de cavalo alto e meus olhos estavam livres
de meus óculos, agora que eu havia comprado lentes de contato.

A lua cheia iluminava o campus de forma mais leve do que


qualquer outra noite, mas por alguma razão, um arrepio assustador
subiu pela minha coluna antes de se espalhar pelos meus dedos.
Fiquei ereta, avaliando a área, e notei que, na verdade, não havia
ninguém na rua hoje à noite. O campus estava completamente deserto.
Levantando-me, comecei a caminhar de volta ao meu dormitório.

Estava contornando o prédio da biblioteca, com minha cabeça


olhando por cima do ombro quando bati em alguém. Então, mãos
envolveram minha garganta instantaneamente, empurrando minhas
costas até colidir com a parede de tijolos. O ferrão nas minhas costas
não era nada comparado ao aperto firme que estava ao redor da minha
garganta, cortando minha respiração. Olhos que eu havia imaginado
serem gentis, estavam agora me observando com repugnância por trás
de uma máscara de esqui.
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“Deu positivo?” Ele sussurrou enfurecido enquanto Shane,


Mathew e Julian saíam de trás dele, todos com capuzes jogados sobre
suas cabeças e máscaras de esqui também cobrindo seus rostos.

O pânico começou a subir na minha garganta. Balancei minha


cabeça. “Não, foi negativo.”

“Besteira”, Julian cuspiu, me olhando fixamente enojado.

“Eu juro!” Menti, levantando a cabeça e olhando para Eddy.

Eddy riu, espreitando por cima do ombro antes de trazer seus


olhos de volta para mim. “É melhor garantir.” Puxou seu braço para
trás, e recebi o primeiro soco no meu estômago. Todo o ar deixou meu
corpo enquanto eu me enrolava, agarrando minha barriga.

“Por favor!” Supliquei. “Deixe-me em paz! Eu não apresentei


queixa, não fui à polícia!”

Julian caminhou até mim, com a parte de trás de sua mão voando
no ar colidindo contra minha bochecha, me derrubando no concreto
duro e frio e deixando um profundo latejar em seu rastro.

“E ia dizer o quê?” Ele indagou, curvando-se, enrolando seu


punho em torno do meu rabo de cavalo e puxando-me com força para
cima. “Você queria aquilo, estava implorando pelo meu pau. Então eu
pensei: Que mal faria foder sua bunda também, e fodi.”

A bílis estava subindo na minha garganta, ameaçando vir à tona


enquanto lágrimas picavam o canto dos meus olhos. Minha bochecha
ardia e minha barriga doía. Envolvi meus braços em torno dela de
forma protetora e todos riram.

Eddy caminhou na minha direção, apoiando-me contra a parede.


Eu lhe implorei: “Por favor, por favor, me deixe ir.”

“Não posso fazer isso, nerd. Basta começar a rezar para que você
saia disto viva.” E o punho dele voou em meu rosto ao mesmo tempo
em que um pé foi empurrado novamente em minha barriga, desta vez
The Devils Own #2 Amo Jones

desencadeando uma dor paralisante que se espalhou por todo meu


corpo, até minha região lombar. Em seguida, senti uma poça úmida se
formar na minha calcinha e eu caí no concreto, levando meus joelhos
até o peito com meus braços cobrindo minha cabeça, tudo enquanto
eles continuavam a me atacar. Esta foi a noite em que percebi duas
coisas:

1) Geek Melissa tinha acabado. Eu jamais voltaria a ser um


capacho;

2) Se você não pode vencê-los, se junta a eles;

De agora em diante, jurei a mim mesma que nunca deixaria meus


sentimentos levarem o melhor sobre mim. Eles foram desligados.
The Devils Own #2 Amo Jones

PARTE UM
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HELLA

“Espera aí!” Levanto minha mão quando Beast, meu melhor


amigo e presidente do MC The Devil's Own, estava prestes a largar o
martelo. “Eu entendo, realmente entendo. Mas foda-se, cara, essa
guerra não é nossa.” Eu conheço Beast desde os meus quinze
anos. Quando os homens que me levaram faziam parte de uma
operação secreta do governo chamada “O Exército.” Suas tendências
de culto eram extremas. E Beast esteve lá a vida toda, diferente de
mim. Ainda me lembro da primeira vez que o conheci.

Homens armados estavam me levando para baixo de escadas


gastas, e ouvi o rangido de velhas tábuas sob seus degraus. Não sei
quanto tempo eu estive fora ou quantos dias haviam passado, e as
dúvidas eram muitas. Eu estava com o saco sobre minha cabeça
enquanto eles continuavam me arrastando escada abaixo. “Onde
diabos estou? Que porra está acontecendo?” Perguntei, e os braços
envolta de mim me apertaram com mais força.

“Você saberá em breve”, uma voz baixa murmurou ao meu lado.

“Vá se foder! Isso não basta, onde eu estou?”

O som de teclas tilintou antes que uma porta de metal se


abrisse. Minha cabeça virou de um lado para o outro quando as
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algemas que estavam presas ao redor do meu pulso de repente ficaram


livres. Uma mão me empurrou antes que a porta se fechasse atrás de
mim novamente. Eu levei minhas mãos até o fundo do saco,
arrancando-o e tentando colocar meus olhos em foco. Eu estava em
uma sala escura de metal de tamanho médio. Minha cabeça se moveu
de um lado para o outro, tentando me concentrar no que diabos estava
acontecendo quando vi alguém sentado no canto, a luz vinda da
escada mostrando seus sapatos onde o restante do corpo estava
escondido nas sombras. “Ah, você está tentando se esconder? Porque
eu posso vê-lo”, eu disse, me sentindo desconfortável e bem consciente
de que estava preso aqui com um completo estranho. O pé se moveu,
e o homem se levantou. Quando seu corpo veio em minha direção, eu
engoli em seco. Ele deve ser apenas alguns anos mais velho que eu,
se isso. “Jesus, o que você levanta?” Perguntei, medindo-o. Mesmo
assim, eu provavelmente ainda poderia enfrenta-lo.

Ele inclinou a cabeça, estendendo a mão para mim. “Beast.”

“Seu nome é Beast? Que nome é esse?” Eu perguntei, pegando


sua mão na minha antes de recuar. “Meu nome de rua é Hella, e meu
nome verdadeiro é Brax.”

“Hella?” Ele jogou a cabeça para trás com uma risada. “Que
porra de nome é esse? Como assim, 'nome de rua'?” Ele rebateu de
volta.

“Meu nome para que as pessoas não saibam quem eu sou...”


acrescentei, observando seu olhar vazio. Jesus, esse filho da puta não
tinha ideia. “Fiquei sem teto, vivendo debaixo de uma ponte, entrando
e saindo de um orfanato a vida toda. Quando comecei a traficar,
precisava de um nome para dar às pessoas que não fosse meu nome
verdadeiro.” Nada. Seus olhos sombrios estavam me encarando como
se eu estivesse falando em um idioma diferente. “Há quanto tempo
você está aqui, afinal?”

“Vire-se”, ordenou, me repelindo e torcendo seu dedo no ar.


The Devils Own #2 Amo Jones

Meus olhos se estreitaram. “Por quê?”

Seus braços agarraram meus ombros antes que ele girasse meu
corpo, empurrando a minha nuca para baixo. “Esse não é o seu nome
agora. Aqui você será o agente 112.”

“O que? Agente? Que diabos é esse lugar?” Eu me virei,


passando meus dedos sobre a parte de trás do pescoço onde havia
três números em minha pele inchada.

“Em poucas palavras? Eles o treinarão para se tornar você, só


que mais desapegado, e letal.”

“Por quê? E por que eu?”

“Para matar. E você estava na blacklist, um garoto perdido, eles


têm suas razões.”

“O que os números significam?” Perguntei, colocando a mão na


minha nuca.

Beast enfiou as mãos nos bolsos. “Estão em três. Se o seu


número começa com um, isso significa que você era um recruta, listado
na blacklist. Se o seu número começar com dois, você foi comprado de
sua família. Se o seu número for três, nasceu aqui. Há rumores de que
existe um agente 000. Não sei se é verdade, mas eles o chamam de
carrasco. Nunca o vi com meus próprios olhos.”

“Puta merda”, eu sussurro, balançando a cabeça. “Como é que


seu número começa?” Eu perguntei, com meus olhos correndo por seu
pescoço.

“Três, e eu sou o único que nasceu aqui.”

Desde então, nos tornamos irmãos, e eu sabia em um segundo


que daria minha vida por ele.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Hella!” Beast sorriu de onde estava, afastando minha


memória. “Você estava dizendo?”

Beast encostou-se de novo em sua cadeira enquanto passava a


mão sobre seu queixo. “Será que nossa história não significa nada
para você? A história entre Zane e sua equipe?”

“Na verdade, não, não se preocupe com eles, Beast. Este é o


nosso clube. Temos que cuidar do nosso primeiro.”

As sobrancelhas dele subiram. “Você está discutindo comigo


sobre isso?”

Olhei em volta da mesa para os irmãos que estavam lá e


dispostos a dar a vida por este clube. Balancei minha cabeça. “Não,
Prez, eu entendi.”

E eu entendo. Eu o protejo, não importa o quê, e isso não é só


porque ele é meu presidente, mas porque éramos irmãos antes que
este patch nos unisse, e talvez até mesmo antes que o Exército nos
unisse.

Ele era meu irmão.

Ele bateu o martelo e empurrou a cadeira. “Bom, então está


ok. Vamos partir hoje à noite.”

Recostando-me na cadeira, coloquei um cigarro na boca e Frost


me jogou seu Zippo. “Estou com você nessa. Não parece certo.”

Observei enquanto todos saíam da sala de reuniões. Nosso


clube era grande, mas o terreno em que se encontrava era ainda
maior. O dia em que recebi meu patch foi quando Beast partiu uma
noite depois de descobrir quem era seu pai biológico. Seu pai me
trouxe aqui para Las Vegas e admirou minha lealdade a Beast. Eu
acho que ele sabia o quão profunda minha lealdade era, e também
que Beast estaria pegando o martelo um dia, então ele me colocou
como seu Sargento de Armas automaticamente sobre garotos que
The Devils Own #2 Amo Jones

estavam aqui com ele há anos. No começo, eu pensei que estava


fodido. Quero dizer, até que vi em seus olhos o quanto ele amava
Beast. Desde aquele dia, nunca duvidei de sua decisão. Depois que
ele morreu, Beast me designou como Vice-presidente, seu braço
direito. Foi um choque menor, pois todos os irmãos sabiam que ele
faria isso. Tornar-se membro de um MC veio quase naturalmente
para nós. Para Beast, era tudo o que ele conhecia como parte de um
grupo, enquanto para mim, eu estava acostumado a estar por conta
própria, mas desejava uma irmandade.

“Westbeach, hein”, eu disse, jogando minhas cinzas no chão.

Frost riu, passando a mão sobre seu queixo. “Sim, Westbeach.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

A fogueira que está do lado de fora da sede do Sinful Souls está


em chamas e minha bebida não pode descer rápido o suficiente.
Minha melhor amiga Phoebe cai no toco ao meu lado, com uma
bebida mão. “Você está bem?” Ela pergunta baixinho.

Eu aceno com um sorriso. “Sim, muito melhor agora.”

“Como está indo a confeitaria?”

“Está finalmente tendo lucro agora que Sally fechou do outro


lado da rua.”

Minha confeitaria ‘Eat Me’2 está situada no coração de


Westbeach, do outro lado da praia. Desde a faculdade, tenho tentado
encontrar meu lugar no mundo. Eu tinha planos na faculdade.
Deveria me tornar uma médica. É por isso que minha mãe despejou
tanto dinheiro no meu fundo da faculdade; ela confiou em mim.
Minha querida mãe, ainda está em Saugatuck, Michigan, mas,
felizmente, ela não está mais lidando com os homens excitados do
país. Agora ela é esposa de um ricaço de Nova York, Bob. Ele é ótimo,
trata ela bem e ama a mim e a minha irmã como se fossemos dele.
Minha irmã Millie agora é freira da igreja católica local em Ann Arbor,
Michigan. Eu não a visito há anos e não pretendo ir tão cedo. Seus
2
Coma-me.
The Devils Own #2 Amo Jones

julgamentos nos afastam, e não tenho visto ou ouvido falar de Eddy


desde que deixei a faculdade para ajudar minha mãe quando ela foi
diagnosticada com câncer de ovário no estágio dois. Pensar no que
aconteceu todos esses anos atrás, faz ressurgir muitas memórias e
emoções antigas, então eu costumo mantê-los trancados em uma
caixa dentro da minha mente, silenciosamente esperando que essa
caixa permaneça trancada e ninguém ache a chave. Isso me leva a
entender por que sou dona de uma confeitaria e não uma médica.
Ser capaz de ajudar minha mãe quando ela precisava significava
mais para mim do que meus sonhos ou meus demônios.

“Então”, Phoebe fala tomando um gole de sua bebida. “Essas


festas nunca envelhecem, hein?”

Sorrio, trazendo meus olhos nebulosos de volta para minha


melhor amiga. Eu a conheci no ensino médio antes de me mudar
para Detroit num momento muito mais leve da minha vida. As festas
de fraternidade eram corridas de arrancada3 e Phoebe era e ainda é
a melhor mulher piloto do estado. Nos separamos enquanto eu estava
na faculdade, mas sempre soube que voltaria para Westbeach. Minha
mãe? Nem tanto. Desde que meu pai desapareceu, ela nunca mais
pôde enfrentar esta cidade. Não importa o quanto meu pai fosse um
bêbado, ela ainda o amava. Por isso eu disse a mim mesma que
nunca iria me apaixonar jovem; você está cego demais por seus
hormônios e, antes que perceba, está em casa com duas crianças
comprando caixas de cerveja para seu marido todas as noites. Não,
obrigada, isso não é para mim.

“Não, nem um pouco. Grande parte da nossa infância está


dentro desses portões”, digo a Phoebe, rindo. Phoebe foi criada dentro
do MC. Seu pai era um membro fundador e seu irmão é atualmente
um membro. Ela tem sangue do Sinful Soul, e é a princesa por aqui.

3
As corridas de arrancada são um tipo de corrida de automóveis em que automóveis ou motocicletas
(geralmente especialmente preparadas para esse fim) competem, geralmente duas de cada vez, para serem os
primeiros a cruzar uma linha de chegada definida.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Oh eu sei. Até você partir para a faculdade!” Ela diz me olhando
de lado.

“Ei! Isso não foi minha culpa.” Tomo outro gole da minha vodka,
e as chamas quentes da fogueira vindo à minha pele, enviam arrepios
quentes sobre meu corpo.

“Eu sei, me desculpe. Como está sua mãe?”

“Mamãe, ela está... bem”, sorrio, balançando a cabeça. “Muito


melhor. O tratamento está dando certo.”

“E Millie?”

Eu levanto a borda da garrafa de volta à minha boca, engolindo


o líquido claro e literalmente engolindo a sensação de queimação que
me incendeia com a vodka. “Ela é Millie, interpretando a boa irmã
na igreja católica.” Digo a última parte com um sotaque elegante.

“Foda-se Millie”, Phoebe e eu murmuramos juntas e nós duas


rimos.

Nette, a outra amiga de Phoebe, senta-se ao nosso lado com sua


bebida, enquanto um barulho alto de motos vibra através da música
que está tocando.

“Beast está aqui”, Phoebe acrescenta casualmente.

Eu sorrio, inclinando a cabeça, com o nome despertando meu


interesse. “Beast?” Pergunto. “Gosto do som disso.”

“Melissa, não. Guarde suas partes femininas.” Faço beicinho,


tomando outro gole da minha cerveja. Meadow caminha em nossa
direção e se acomoda à minha frente. Ela é outra amiga de
Phoebe; nada mudou desde o ensino médio a respeito disso. Phoebe
era a garota que todo homem amava e toda garota invejava, mas
secretamente queria ser sua amiga. Começo a sussurrar coisas doces
secretamente no ouvido dela sobre Beast, quando seus olhos
The Devils Own #2 Amo Jones

dispararam sobre o meu ombro. “Ei”, ela chama, com seus olhos
brilhando com reconhecimento.

Olho por cima do ombro, com meu cérebro já zumbindo com o


álcool, e quando meus olhos se tornam claros, minha boca quase cai
no chão. Dois motoqueiros grandes e musculosos estão nos
observando. O maior acena com a cabeça para ela. “Oi, Phoebs.”

Um suspiro alto escapa de Meadow. Eu viro minha cabeça para


ela. “Você está bem?” Pergunto quando a cabeça dela cai, batendo na
mesa de piquenique, e seus olhos rolam para a parte de trás da
cabeça.

Ela acabou de desmaiar? Puta merda.

Antes que eu pudesse me levantar, Meadow volta à consciência,


esfregando a testa. Quando percebe o que aconteceu, ela pausa
esfregando os olhos arregalados. Meadow se levanta rapidamente,
então Nettie e eu começamos a acompanhá-la para dentro do
bar. Algo obviamente a assustou. Meadow é calma, reservada e
guarda muitos segredos dentro de si. Phoebe nunca me contou muito
sobre o passado de Meadow, mas ela me disse um dia: ‘Pense na pior
coisa possível que possa imaginar, multiplique isso e então você terá o
passado de Meadow.’

Empurrando a porta, ela sai dos nossos braços, colocando a


mão na testa. “Está tudo bem, eu estou bem. Merda. Merda”,
sussurra, com os olhos correndo pela sala com as sobrancelhas
franzidas.

“Você está bem? O que foi aquilo?” Eu pergunto, puxando um


banquinho para ela no bar.

“Foi um enorme flashback bem ali na minha cara”, responde


Meadow, esfregando as têmporas com os dedos. Então, se senta no
banquinho.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Ele é enorme. Meu Deus, ele é bonito e grande. Assim como o


cara ao lado dele... eu me pergunto se ele é tão grande assim...”

“...Melissa!” Meadow bufa, pegando uma garrafa de vodka por


trás do balcão. O som da porta do bar batendo na frente vibra nos
copos. Eu me dirijo à Meadow em busca de uma aprovação
silenciosa. E ela acena com a cabeça. “Eu vou ficar bem. Vejo vocês
daqui a pouco.”

“Você tem certeza?” Nettie pergunta, com seu cabelo turquesa


claro caindo sobre os ombros.

Meadow concorda novamente com um pequeno sorriso. “Sim,


eu vou ficar bem.”

Nettie e eu saímos do bar, agora com uma nova garrafa de rum


na mão. Tomo um gole antes de oferecer a Nettie. Ela ri, balançando
a cabeça. “Não, obrigada.”

“Oh, vamos lá... Eu provoco.”

“Estou em uma festa com motoqueiros. Não há como eu ficar


bêbada.”

“Ei, juiz Judy4.” Eu zombo do seu comentário. “Esses


motoqueiros podem ser muitas coisas, mas confie em mim quando
digo que você está a salvo de estupradores aqui.”

“Não diga isso tão rápido”, uma voz baixa murmura, passando
por mim. Meus olhos giram. Ele olha sobre seu ombro enorme,
sorrindo para mim, exibindo uma covinha. Eu o reconheço como
sendo o outro cara que estava ao lado de Beast. Ele está usando um
boné de beisebol preto e branco de NY virado para trás, com uma
camiseta branca embaixo de seu colete que diz 'The Devil's Own' na
parte superior e depois 'Nevada' curvado na parte inferior, e está
deliciosamente envolto por grandes músculos e tatuagens que
4
Juíza Judy é um reality show americano presidido por Judy Sheindlin. O programa mostra a própria Sheindlin
julgando disputas de pequenas causas na vida real dentro de um conjunto simulado de tribunal.
The Devils Own #2 Amo Jones

deveriam estar na capa da revista Skin Deep. Ele volta para a mesa
onde há alguns outros caras de sua equipe sentados e rindo. Seus
olhos encontram os meus enquanto ele traz a borda de sua garrafa
de uísque aos lábios, com um sorriso que se curva em torno dela.

“Eu quero um”, declaro de modo sonhador, voltando para a


mesa onde Phoebe está sentada o tempo todo, mantendo os olhos
fixos na mesa dos motoqueiros.

“Um o quê?” Ela pergunta, virando a cabeça para seguir minha


linha de visão. Ela ri, balançando a cabeça. “Não, definitivamente
não, Melissa.”

“Você nem sabe a quem eu estava me referindo!” Eu bufo,


tomando outra bebida.

“E não preciso!” Ela declara. “Não seria Hannibal, você não


gosta de barba. Não seria Ripper, já que ele parece muito menino
para você, embora eu possa garantir, que não há nada
de menino nele. Há uma razão para ele se chamar Ripper5, e tem
muito a ver com seu xará, com remoção de órgãos e tudo. Frost não
é seu tipo. Você gosta de homens com pelo menos um pouco de
cabelo, e Nyx é um pouco amigável demais para seu gosto; você o
colocaria na friendzone mais rápido do que eu poderia contar até três,
então isso deixa Hella.” Ela pega sua bebida, dando um longo gole
me observando de perto. Minha boca se abre antes que eu a
feche. Ela ri, apontando para mim. “Olha sua cara! Eu gostaria de ter
meu telefone.”

“Somos amigas há muito tempo.”

Poucas horas depois, eu me afasto da mesa. As árvores em volta


da propriedade começam a girar, e dou uma risada antes de seguir
em direção à garagem, onde todas as motos ficam estacionadas.
Estou virando o corredor quando esbarro em costas musculosas.

5
Ripper – Estripador em inglês.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Merda, desculpe”, murmuro. Ele se vira, fechando o jeans.


“Você estava mijando?”

Ele ri antes de se virar para me encarar. Foda-se todos os


homens que usam coletes de MC e são cobertos de tatuagens. Esse
homem era o pacote delicioso do qual eu deveria ficar longe porque,
sem dúvida, tem uma bomba embrulhada dentro dele. De longe, ele
parecia quente, mas de perto, ele era letal.

“Sim, e daí?” Ele xinga, virando o boné para trás novamente e


tomando um longo gole de uísque. “Qual é o seu nome?” Ele cutuca
a cabeça para mim com um sorriso.

Eu levanto uma sobrancelha. “Melissa. Devo perguntar qual é


o seu?” Tatuagens cobrem cada centímetro de seu corpo, ao menos o
que estava exposto, seus olhos são desonestamente escuros, e ele dá
um sorriso torto que pode deixar o próprio diabo de joelhos.

Dirige-se a mim, com os tons alaranjados que saem da fogueira


lançando luz sobre sua mandíbula esculpida e lábios carnudos. Dou
um passo para trás até minhas costas baterem no muro de
concreto. Inclinando minha cabeça, levo meus olhos para encontrar
os dele. Braços fortes chegam a ambos os lados da minha cabeça, me
enjaulando. Ofego, puxando meu lábio inferior entre os dentes. Sua
mera presença faz com que uma fina camada de suor escorra sobre
minha pele.

“Bem, considerando que você vai estar gritando isso em poucos


segundos? Sim, eu diria que você deveria perguntar o meu.”

Meu peito sobe e desce, com o álcool subindo pela corrente


sanguínea, me aquecendo de dentro para fora.

“Muito arrogante?” Eu sussurro, olhando para ele com meus


ombros erguidos.
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele ri, com suas pernas deslizando entre as minhas. Abro mais
as minhas, para o volume que ele está pressionando na minha
barriga.

Sua boca passa sobre a minha. “Você não tem ideia.” Seus
lábios cobrem os meus, um segundo antes de sua língua invadir
minha boca com domínio e autoconfiança. Levo meus braços até seu
pescoço, puxando seu rosto para baixo em direção ao meu, com um
leve gemido me escapando.

“Espere, espere, espere!” Eu jogo minhas mãos para cima, com


meus olhos brilhando. Meu cérebro tenta reunir uma linha sóbria de
pensamento, mas falha miseravelmente. Seus olhos procuram os
meus, me observando atentamente. O canto de seus lábios se inclina
e eu não posso deixar de me perguntar se isso é um desafio.

“Oh, foda-se.” Envolvo a mão na nuca dele, puxando seus lábios


de volta para os meus.

Seus dedos fortes seguram a parte de trás das minhas coxas,


me levantando do chão e envolvo-as em sua cintura. Ele pega o
decote do meu vestido sem alças, puxando-o para baixo, e meus seios
escapam do vestido. O ar da noite fria passa por meus mamilos,
antes que sua boca quente os cubra. A língua perfurada desliza sobre
cada um, e seus dentes se apertam bruscamente enquanto ele se
afasta. Ele pega meu mamilo entre os dentes, com seus olhos nos
meus, antes de arrastá-lo para fora da boca, com um assobio
escapando dele ao mesmo tempo. Enganchando seus dedos sob
minha calcinha, ele passa entre minhas dobras e eu gemo, jogando
minha cabeça contra a parede no momento em que me coloca de
pé. Minhas sobrancelhas se juntam em confusão antes que ele caia
de joelhos na minha frente, passando minha perna por cima do
ombro e afastando a calcinha para o lado.

“O quê...?” Sussurro, prestes a perguntar o que, em nome de


Deus, ele está fazendo enquanto sua língua mergulha dentro de mim,
The Devils Own #2 Amo Jones

e eu gemo mais alto. Uma palmada alta soa ao redor, ao mesmo


tempo em que uma sensação de ardor começa na minha bochecha
direita.

“Cale a boca.” Seu grunhido vibra contra o meu clitóris antes


que a ponta da língua dele deslize pelas minhas dobras. Uma garrafa
de vidro frio pressiona em meu osso pélvico e meus olhos se abrem. A
boca da garrafa pressiona contra meu clitóris e antes que o álcool
caia sobre mim, sua língua segue o rastro da queimadura quente e
gelada. Não tenho muita certeza de como eu lidaria com isso se ele
tentar empurrar a garrafa dentro de mim, mas acho que seria algo
como... meu pé na cara dele. Meus quadris começam a balançar
contra sua boca, com a música desaparecendo na escuridão. Assim
que sua língua pressiona contra o meu clitóris e seu dedo desliza
dentro de mim, explosões disparam no fundo do meu núcleo com
pequenos pontos coloridos liberando atrás das minhas pálpebras
fechadas.

“Puta merda!” Eu ofego quando ele deixa minha perna cair no


chão, subindo na minha frente. Ele envolve os lábios brilhantes ao
redor da borda da garrafa com um sorriso e toma outro gole antes de
soltar a fivela do cinto e deixar o jeans cair no chão. “Curve-se.”

“O quê?” Eu olho para os meus calcanhares e faço as contas.


Acho que se eu estivesse na ponta dos pés, eu poderia alcançar.

Ele vem até mim, segurando minha calcinha na mão e


rasgando-a. “Eu gaguejei?”

Eu levanto minhas sobrancelhas. Virando-me, coloco minhas


mãos na parede fria. Uma rajada de vento passa pelas minhas costas,
provocando uma sensação ardente sobre os arranhões que eu havia
ganho com o atrito do tijolo nas minhas costas. Sua mão agarra a
minha nuca, me curvando antes que seu pau grosso deslize sobre
minha bunda e meus olhos reviram, com meu cabelo caindo para o
lado. Seus dedos deslizam para minha boceta, e seu polegar
The Devils Own #2 Amo Jones

pressiona contra o meu clitóris enquanto ele penetra dentro de mim,


e quando ele se afasta lentamente, minhas paredes se contraem em
torno de seu pau, apertando em torno dele. Minhas mãos envolvem
meus tornozelos e eu viro minha cabeça por cima do ombro, sorrindo
para ele enquanto continua a bater em mim implacavelmente.

Quando termina, puxa o jeans, fecha a fivela do cinto e tomo


um gole da minha bebida, limpando o excesso de vodka dos meus
lábios. “Meu nome é Melissa.”

Ele pega sua garrafa de volta murmurando “Não me importo”,


antes de voltar para a festa.

Passando as pontas dos dedos pelos cabelos, puxo tudo para


um rabo de cavalo antes de voltar para Phoebe e as meninas. Eu não
esperava uma conversa amigável, mas também não esperava que ele
fosse um babaca. Esse é um dos requisitos para entrar em um MC?
Você deve ser um babaca cretino? “Que se foda.” Ergo os ombros e
volto para a festa.
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MELISSA

“E repito: 'Não me importo'.” Eu chupo a massa do bolo do meu


dedo enquanto retransmito os eventos da noite passada para meu
chefe de padaria, Peter Rodriguez. O homem sabe assar.

“Mmmm, bem, garota. Acho que ele se aproveitou de você.”

Eu zombo, passando outro dedo na lateral da tigela, assim que


a porta da frente da confeitaria abre. “Se aproveitou?” Eu salto do
balcão. “De jeito nenhum, querido. Ninguém nunca se aproveita de
Melissa.” Eu pego meu avental pendurado na parte de trás da porta,
que separa a cozinha do balcão da frente e do salão, antes de envolve-
lo na minha cintura. Estou amarrando-o nas minhas costas quando
saio e vejo os mesmos cinco motoqueiros da noite passada sentados
na mesa do canto. Um deles puxa outra mesa vazia em direção à
deles e eu reviro os olhos, tentando me ocupar com algo diferente dos
olhos azuis escuros que estão me olhando como se eu fosse o café da
manhã dele de hoje. Sei como essa boca come e o apetite que vem
com ela.

Eu ando em direção a Carrie, a garçonete que eu havia


contratado algumas semanas atrás. Ela é confiável e dedicada. Não
sei como tive tanta sorte. “Ei, você os serviu?” Indico meu polegar na
mesa deles.
The Devils Own #2 Amo Jones

Ela assente. “Sim, eles só querem café por enquanto.”

Tiro o bloco de notas debaixo da caixa registradora, xingando


baixinho antes de lançar um sorriso falso na boca quando chego à
sua mesa.

“Oi, querem mais alguma coisa?” Olho em volta para todos eles.

“Não para mim, obrigado”, Beast responde com um sorriso. Eu


aceno com a cabeça, prestes a voltar para o balcão quando o homem
da noite passada limpa a garganta.

“Você me parece familiar”, diz correndo os olhos de cima a baixo


no meu corpo. Inclino minha cabeça, observando-o, me perguntando
se ele está falando sério ou não. Nós dois estávamos bêbados,
mas sério? Ele realmente vai agir como se não se lembrasse de quem
eu sou?

“Isso é porque eu estava no clube ontem à noite e...” Faço uma


pausa, percebendo que ele provavelmente não se lembra de quem eu
sou. Engolindo a bílis de rejeição que está crescendo na minha
garganta, dou de ombros. “Não importa”, respondo, coletando os
copos vazios que estão sobre a mesa e os colocando nos meus braços.

O babaca ri. “Você é uma vadia do clube?”

“Não, eu não sou. Eu sou Melissa, Phoebe e Meadow...” Arrasto


meus olhos sobre Beast antes de sorrir de volta para o idiota, “…são
minhas melhores amigas. Obrigada por me deixar consciente de que
pareço uma puta, no entanto, eu aprecio isso.” Seu sorriso se amplia.
Idiota. Eu me viro e volto para o balcão.

“O que foi aquilo?” Carrie pergunta com um sorriso,


empurrando a cabeça em direção à mesa.

Balanço a cabeça. “Nada. Isso foi... nada.” Desatando o avental,


dobro-o, e coloco embaixo do balcão. Estou de pé quando Beast está
The Devils Own #2 Amo Jones

bem na minha frente, tirando dinheiro da carteira com um olhar


distante no rosto.

“Você parece confuso, Beast.”

“Não confuso. Desculpe por não lembrar de você... eu estava


um pouco distraído”, responde.

“Eu sei”, digo a ele, limpando minhas mãos em uma toalha


antes de colocá-las nos meus quadris. “Não é você quem deveria ter
se lembrado de mim. De qualquer forma, o que posso fazer por você?”

Ele faz uma breve pausa, considerando o que eu acabei de dizer,


mas dá de ombros. “O endereço do trabalho de Meadow. Queria
encontrá-la mais tarde, mas me liberei mais cedo.”

Balançando a cabeça, tiro um papel e uma caneta da caixa


registradora antes de escrever o endereço do trabalho de Meadow e
entregar a ele.

Assim que ele está prestes a se virar, eu grito: “Beast?”

Girando para me encarar, ele levanta as sobrancelhas. “Sim?”

Eu cruzo os braços na minha frente e engulo cada centímetro


dos meus pensamentos internos que estão gritando comigo para
deixar isto em paz. “Olhe. Eu não conheço Meadow há tanto tempo
quanto Phoebe, mas eu a conheço por tempo suficiente para saber
um pouco sobre seu passado, embora não tudo. Mas há uma coisa
em que tenho certeza absoluta....” Passo pela portinha que separa os
funcionários e clientes, “...nunca a vi com nenhum homem. Ela não
dá um segundo olhar para ninguém, confie em mim... e já teve muitas
oportunidades – Tommy, por exemplo.”

Faço uma pausa, observando a reação dele ao falar de Tommy


e Meadow. Nada, nada. Ele é como um ser humano sem emoção.

Ele acena com a mão como se eu já tivesse tomado o suficiente


de seu precioso tempo.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Se você a machucar, eu não me importo com o quão grande


você é. Posso garantir, que uma calibre cinquenta faria um bonito
estrago nesses seus enormes músculos.” Eu levanto meus dedos de
cima para baixo em seu corpo monstruoso.

“Sim, eu não planejo machucá-la, você pode retrair suas.”

Eu sorrio. “Ótimo. Fico feliz. Tenham um bom dia, pessoal!” Eu


grito antes de voltar para a cozinha.

HELLA

Trazendo minha cerveja para a boca, eu observo Travis, o bitch


boy6 do Sinful Souls, moer seu pau contra uma das prostitutas do
clube. Rindo, largo minha cerveja na mesa, empurro a cadeira para
trás e caminho em direção ao épico fracasso.

Segurando meus dedos em torno dos dela, puxo seu corpo para
o meu e para fora dos braços dele, o cheiro de perfume barato e
tabaco me atinge, levando meu rosto para a orelha dela, afasto seu
cabelo loiro platinado para fora do caminho antes de levar minha mão
ao seu abdômen. “Você quer foder um homem de verdade?” Falo em
seu ouvido, com meus olhos presos em um Travis devastado.

A curva de sua bochecha pressiona contra o meu nariz


enquanto eu esfrego meu pau na parte de trás de sua bunda. Travis
cruza os braços na frente de si mesmo, com seu cabelo de Justin
Bieber caindo sobre a testa. “Vá se foder.”

Minhas sobrancelhas se erguem e eu rio, levando minhas mãos


até o cós de sua minissaia que abraça seu corpo como uma segunda
pele. “Vá se foder?” Eu provoco com um sorriso, segurando seus

6
Uma gíria americana para garoto que é submisso que gosta de foder com uma mulher dominante.
The Devils Own #2 Amo Jones

ombros em minhas mãos e a virando. “Não se incomode com isso, ela


vai.”

Eu seguro a parte de trás de suas coxas e a levanto. Olhando


por cima do ombro dela, e observo Travis puxar seus cabelos em
frustração antes de sair pela porta, batendo a palma da mão na
parede ao sair. Sorrio para quem diabos seja ela, olhando para seus
lábios rosados quentes.

Ela diz: “Vamos lá, eu tenho um quarto aqui que os meninos


me deixam usar.”

“Sim!” É a voz de Travis gritando do outro lado da sala quando


ele entra. Ele voltou. Talvez eu devesse dar mais crédito ao pequeno
idiota. Examino seu corpo de cima a baixo. Ou não. “Aquela garota
com quem te vi ontem à noite? Ela estará montando no meu pau
hoje.”

Eu atiro minha cabeça para trás antes de passar meu piercing


sobre meu lábio inferior. “Como se eu me importasse. Eu posso lhe
dar um toque sem dar muitos detalhes do que ela gosta. E você ainda
será capaz de provar meu pau nela.”

Ele se afasta de volta pela porta, batendo-a quando sai


novamente. Trazendo meus olhos para a vadia em minhas mãos,
meu sorriso cai ao mesmo tempo em que seu corpo cai no chão.

“Ai!” Ela grita, voltando a ficar de pé.

“Desapareça.” Aponto em direção à porta.

Ela caminha em minha direção em uma última tentativa,


colocando a mão no meu peito e passando a língua pelo lábio de uma
maneira que deveria ser sedutora.

Minha mão voa até sua garganta e eu puxo seu rosto em direção
ao meu. Inclino minha cabeça e corro os olhos pela cara dela. Olhos
azuis, cabelos loiros descoloridos, peitos grandes e um maldito
The Devils Own #2 Amo Jones

piercing Monroe7. Levando meus lábios em sua orelha, sussurro:


“Um, nunca mais me toque. E dois, você não será capaz de lidar com
o tipo de coisa que eu brinco”, digo antes de empurrá-la até que sua
bunda bata no chão novamente. Eu me viro e caminho para a mesa
onde Frost, Nyx e Ripper estão sentados lá bebendo suas cervejas.
Puxando minha cadeira, me sento e sorrio para eles. “Que foi?”

Todos balançam a cabeça agitados. “Não, nada, irmão.”

Puxando meu telefone, envio uma mensagem para Beast.

Eu: Qual é o nome daquela garota mesmo?

Beast: De quem você está falando?

Eu: A garota da confeitaria.

Beast: Pelo amor de Deus, só se passaram 15 minutos e você já


esqueceu?

Eu: Sim, rápido.

Beast: Por que rápido?

Eu: Porque eu acho que Travis tem uma quedinha por ela. Quero
ser o primeiro a ser eleito.

Beast: Melissa. E boa sorte, a garota provavelmente atirará em


você antes de transarem.

Olho para o meu telefone, franzindo as sobrancelhas. “Melissa”,


murmuro baixinho, com meus olhos entrando e saindo de foco. Puxo
minha carteira do meu bolso, e a abro quando um sorriso rasteja nos
meus lábios. “Bem, raios me partam.”

7
Um monroe piercing ou madonna piercing é um piercing de lábio superior, colocado de forma
descentralizada com a finalidade de imitar a pinta de personalidades como Marilyn Monroe, Madonna e Cindy
Crawford.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Para onde você desapareceu ontem à noite?” Phoebe pergunta


entre a mudança de marcha. Estamos a caminho da sede do clube
'Sinful Souls'. Zane, o presidente do Sinful Souls, convocou uma
reunião. Normalmente quando algo está acontecendo com o clube,
eles chamam todos, e como Phoebe e eu somos melhores amigas, eu
geralmente caio nessa. Antes de eu me mudar para a faculdade,
costumávamos ficar muito tempo na sede do clube. Eu tinha um
pequeno fraquinho por seu irmão Blake e seu agora VP Ade Nixon.
Isto foi, até que eu voltei da faculdade com a nova Melissa e fui parar
na cama de Ade Nixon apenas para que ele me expulsasse no dia
seguinte. Mas valeu a pena; o homem é bom de cama.

“Hmmm, eu nem me lembro do nome dele”, murmuro baixinho,


e Phoebe ri.

“Muita classe. Phoebe balança a cabeça, entrando nos portões


do clube. O nome dele é Hella, se você está se referindo ao homem
que fodeu com os olhos ontem à noite. E estou te avisando, agora,
esses garotos não brincam. Meu irmão e esses psicopatas são loucos,
mas os Devil’s? Eles estão em um patamar totalmente diferente,
Melissa. Tenha cuidado.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Fechando a porta do carro, dou a volta para o lado dela antes


de começarmos a caminhar em direção à sede. “Não tenho orgulho
disso, mas não me arrependo de nada.”

“Qual deles?” ela sussurra no meu ouvido. “Só para ter certeza
de que estou certa, aponte-o quando entrarmos e eu lhe direi o quão
fodida você está”, Phoebe responde enquanto nos esgueiramos dentro
do bar. Todos estavam sentados em silêncio, ouvindo Zane falar
sobre nossos problemas atuais e porque estamos em bloqueio.
Segurando minha mochila, nós duas nos sentamos. Olho para
Phoebe e ela me cumprimenta com a cabeça. Recuo antes de começar
a sondar a sala. Quando meus olhos caem sobre as costas largas e
enormes com o mesmo boné virado para trás e o número '112'
tatuado na parte de trás de seu pescoço com as asas de anjo abertas
de cada lado, eu olho para baixo e aceno com a cabeça em direção a
ele. Phoebe segue minha linha de visão, jogando sua mão sobre a
cabeça para sinalizar aquele que usa boné e eu aceno, jogando minha
mochila no chão e afundando em minha cadeira.

Ela zomba, balançando a cabeça.

Eu olho para ela e falo: “O quê?”

Ela ergue as sobrancelhas e ri antes de se inclinar no meu


ouvido. “Vamos esperar que ele continue não se lembrando de você
para seu próprio bem. Ou melhor ainda, eu começaria a rezar para
que ele não a ache atraente.”

“Quem é ele?” Sussurro em seu ouvido.

Ela ri de novo, balançando a cabeça e recostando-se no meu


ouvido. “É Hella, e querida? Eu ficaria longe se fosse você.”

Mas ela não sou eu. Phoebe gosta de andar um pouco no lado
selvagem, mas eu pavimentei o lado selvagem. “Desafio aceito.”

Os olhos dela se arregalam em choque. E balança a cabeça. “Eu


te avisei.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Depois que Zane termina a reunião, Beast se levanta e dá um


beijo na bochecha de Meadow, e eu reviro meus olhos. Não demorou
muito para que ela aceitasse. Eu amo Meadow, e ela é doce, mas
espero que ela esteja tomando a decisão certa quando se trata de
Beast. Ambos se aproximam de nós na mesa. Passo as mãos sobre
minhas pernas nuas, desejando ter vestido roupas mais quentes, em
vez de optar por shorts curtos e uma blusa folgada de manga
comprida. “Oi”, cumprimenta Meadow, sentando-se na cadeira ao
meu lado.

“Temos que ir.” Beast se inclina, beijando a cabeça dela.

Olho para Meadow com uma expressão em branco.

“O que foi?” Ela explora minhas expressões.

Eu brinco, balançando a cabeça no momento em que outro


grande homem aparece ao lado de Beast. Não preciso olhar
diretamente para ele para saber quem é. Minhas coxas apertam com
o cheiro familiar da sua colônia, couro e almíscar que agora está
atacando meus sentidos. Alcançando minha bebida, tomo um longo
gole até meus olhos subirem para encontrar o novo espectador.
Quando nossos olhos se travam, meu rosto aquece instantaneamente
e meus batimentos cardíacos palpitam contra meu peito. Um sorriso
puxa em sua boca e meus olhos se estreitam nele. “O que foi?” Eu
pergunto para ele, e Beast ri baixinho ao mesmo tempo em que
Meadow olha entre mim e Hella, enquanto nos encaramos. Phoebe
murmura: “Aqui vamos nós”, antes de pegar seu copo. Arrasto meus
olhos para longe de seu olhar penetrante, fixando-os na parede a
minha frente. Seu corpo se move da minha visão periférica e meu
corpo relaxa brevemente até que aquele cheiro familiar se torne dez
vezes maior e seus lábios quentes correm na parte de trás da minha
orelha. “Aww, o quê?”, ele se atira provocadoramente na minha
orelha. “Você não achou que eu tinha esquecido o quão doce essa
boceta é, não é mesmo?” Seu grunhido vibra sobre o meu ouvido e
viaja profundamente no meu núcleo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Meus olhos se fecham. Eu levanto minha bebida aos lábios e


bebo o restante. “Estava contando com isso”, murmuro.

Ele ri, ficando em pé antes de bater nos ombros de Beast e me


olhar pela última vez. “Vejo você mais tarde”, diz com um sorriso
antes de sair pela porta.

Solto o fôlego que não fazia ideia de que estava segurando e


pego meu copo vazio. Beast nos observa e acena com a cabeça.
“Vamos nos encontrar com os russos apenas para garantir que tudo
fique bem, não demoro muito.”

Olho para Phoebe, encontrando-a rindo baixinho. “Você. Está.


Fodida.”

“O quê?” Eu pergunto, pegando o copo vazio.

“Conheço uma 'reivindicação' quando a vejo, especialmente


quando é proveniente de um homem vestindo um colete.” Ela ri outra
vez, passando os dedos pelos longos cabelos loiros e cinzentos.

“A última vez que eu verifiquei, maninha, você estava


namorando uma estrela do rock.”

Os olhos dela se estreitam. Ela sorri. “Sim, tanto faz. Vá pegar


mais bebidas. Chega de suco de laranja! Eu preciso de álcool.”

Sim, eu posso precisar de mais do que suco de laranja para me


fazer passar essa noite também.

Chegando ao bar, coloco os copos no balcão e sorrio para o


jovem prospecto que está servindo as bebidas. “Ei, pode me dar um
suco de laranja e algo forte para Phoebe?”

Ele sorri, mostrando sua tenra idade. “Sim, sem problema.” E


inclina a cabeça. “Eu sou Travis.”

Sorrio, empurrando meu suco de laranja para fora do caminho


um pouco para que eu possa inclinar meus cotovelos no
The Devils Own #2 Amo Jones

bar. “Melissa. Quantos anos você tem?” Analiso o garoto, ele é


obviamente jovem e não é tão musculoso quanto o resto dos caras
daqui, mas é fofo.

“Velho o bastante.” Ele pisca.

“Que tal eu contar a minha e você a sua?” Pergunto, forçando-


o a me dizer sua idade.

“O quê?” Ele sorri, colocando gelo no copo. “Tipo, você me


mostra a sua e eu mostro o meu?”

Jogo minha cabeça para trás com minha risada. “Algo parecido,
só que menos pedófilo.”

“Oi!” Uma das prostitutas do clube, Lisha, puxa um banquinho


ao meu lado.

Balanço minha cabeça em sua direção. “Oi…? Posso ajudar?”


Pergunto a ela.

Ela graceja, balançando a cabeça, com seus longos cabelos


platinados caindo sobre os ombros. Imagens do pobre cavalo que está
correndo sem cauda, graças a suas longas madeixas, passam por
meu cérebro. “Não, a menos que você tenha um pau.”

“Uau”, murmuro, olhando para Travis, que a observa


nervoso. Ele caminha em direção ao fundo do bar. Quando a porta
se abre, vejo Ashley, uma das outras funcionárias, colocando
garrafas em uma caixa. Revirando meus olhos para a garota ao meu
lado, eu sorrio. “Você realmente leva...”, eu movo minhas mãos pela
sala, “...essa coisa de prostituta de clube a sério.”

Ela pega meu copo de suco de laranja e o entrega para


mim. “Oh, você não tem ideia. E retorna para sua mesa com outras
vadias.”

Revirando os olhos outra vez, bebo o copo inteiro de suco


enquanto meus olhos examinam a sede do clube. Não mudou muito
The Devils Own #2 Amo Jones

desde que estávamos na escola. O bar ainda se alinha ao longo da


parede dos fundos, em frente às portas de correr que levam ao deck,
que tem vista para toda a frente do clube. A igreja fica na sala que
está à direita do bar ao lado da pista e do poste de pole dance, que
fica no final, e há quartos no andar de cima onde alguns dos garotos
dormem quando precisam. Lá fora, eles têm uma garagem enorme à
esquerda da sede social do clube que abriga todos os seus brinquedos
e avarias. O clube está localizado em uma área industrial de
Westbeach. Todos nesta cidade sabem que o Sinful Souls são os
donos desta cidade. Para o bem ou para o mal, esses garotos se
certificam de que o povo de Westbeach seja cuidado, sempre.

Empurrando meu banco, eu me aproximo do som quando meu


cérebro começa a zumbir. Minha visão distorce e levanto minhas
mãos para a cadeira mais próxima para evitar que eu caia no chão.
Levantando minha mão até a cabeça, deixo sair um suspiro. “Uau.”
Meus olhos se desviam para a mesa onde estão as vadias,
sussurrando e rindo baixinho. Não penso em nada disso e continuo
indo até o aparelho de som. Pegando o iPod, eu sorrio, pressionando
o play em The Weekend 'Wicked Games' antes de sorrir e caminhar
em direção ao poste. O suor começa a passar no meu rosto e meu
ritmo cardíaco aumenta ligeiramente. Uma coisa dentro de mim sabe
que algo não está certo, mas meu cérebro está confuso demais para
compreendê-lo. Tirando minha camiseta folgada, eu a atiro-a para o
grupo de prospectos tanto do Devil's Own quanto do Sinful Souls que
estavam sentados ao redor de uma mesa. Uivos soam ao redor da
mesa e eu sorrio, arrancando meu laço da cabeça, afofando meu
cabelo. Subindo no palco, eu agarro o poste, balançando meu corpo
ao redor dele antes de subir cuidadosamente. Faço uma dança
sensual no poste. Em outras circunstâncias, provavelmente eu daria
trabalho a uma stripper, mas não hoje. Início os movimentos que
aprendi de pole dance, quando meus pés batem no chão novamente
e continuo dançando, conforme mais assobios de lobo soam pelo
ambiente. Minha cabeça começa a girar, meus olhos caem fechados
The Devils Own #2 Amo Jones

a cada três segundos. Viro meu cabelo sobre o ombro e sorrio para a
multidão de motoqueiros que se acumulam ao final do palco. Meadow
caminha em direção ao palco e grita para mim de baixo, empurrando
a massa de homens à frente. “Melissa!”

“Venha dançar, Meadow!” Eu sorrio enquanto meu corpo rola.

Ela balança a cabeça, pegando meu braço. “Desça rápido. O


quanto você bebeu?”

Eu a sigo, pulando do palco. Fico tonta e tudo fica preto por


alguns segundos antes que voltem ao foco e eu a vejo franzir a testa.

Envolvendo minhas mãos em volta do seu pescoço, eu


murmuro: “Sinto muito. Eu não sei... eu estava bebendo?” Eu
questiono, meio confusa.

As sobrancelhas dela se juntam. “Você está obviamente bêbada,


Melissa. Venha, vamos pegar um copo de água para você.” Ela
começa a me levar pelo braço em direção ao bar e meus olhos
desfocam a cada três segundos, enquanto tudo nubla
suavemente. Meadow corre as mãos por meu braço e a sensação faz
minhas coxas se apertarem.

“Meadow? Tire suas mãos de mim, ou eu posso te estuprar.”

“O quê?” ela zomba, me arrastando com ela. Merda, como posso


ficar com tanto tesão quando sinto que estou a um segundo de
desmaiar? Meadow puxa uma banqueta e me empurra para baixo
antes de ordenar que Ashley pegue uma água para mim.

“Meadow...” Eu começo, inclinando a cabeça para ela. “Não me


lembro de beber nada além do meu suco de laranja.”

“Você tem certeza?” Seus olhos examinam os meus, pegando a


jarra de água e derramando um pouco em um copo. “Onde você
pegou seu suco de laranja?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Pego o copo de água dela. “Eu... hum...” Balanço minha cabeça


em torno da multidão para procurar a vadia do clube, mas tudo
começa a girar mais rápido e eu fecho meus olhos brevemente para
ajustar minha visão. Quando minha visão clareia na vagabunda e em
seu bando de hienas rindo, tudo entra em foco e meu corpo
para. Empurrando minha banqueta com pensamentos de
assassinato, eu me levanto apenas para meus pés cambalearem
debaixo de mim e eu cair esparramada no chão.

“Melissa!” Meadow grita, caindo comigo ao meu lado,


removendo o cardigã e colocando-o sobre meus ombros. “Você deve
estar com frio. Você está bem? Merda! Onde diabos está Phoebe?”

Meadow me acomoda na minha banqueta quando Ashley corre


em nossa direção.

“Ela está bem? O que aconteceu?” Ela pergunta, passando as


mãos para cima e para baixo nos meus braços.

“Eu não sei. Melissa?” Meadow pergunta.

“Meadow, foi Lisha, a prostituta do clube, e Deus... por que


estou tão excitada?”

“Lisa?” Meadow responde, ignorando meu comentário.

Ashley balança a cabeça. “Não, ela quer dizer Lisha.” Os olhos


de Ashley estudam a área até se estreitarem e o dedo apontar para
as hienas. “Foi Lisha. Ela tem uma queda por Hella desde a primeira
vez em que ele esteve aqui.”

Sorrio baixinho, com meus olhos lutando para ficarem


abertos. Minha boca se abre e estou prestes a perguntar o que isso
tem a ver com aquele idiota que tem uma língua cujos anjos
cantariam, até que Meadow interrompe. “O que diabos ela fez com
ela?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ashley bufa. “Eu vou descobrir, se você quiser. Mas se estiver


lendo seus sintomas corretamente, diria que ela lhe deu molly8.”

“O que é isso?” Eu pergunto, olhando para Ashley. Seu cabelo


castanho cai em volta dos ombros como seda e estendo a mão para
agarrá-lo.

Ela bate na minha mão. “Ecstasy. Eu e meu ex costumávamos


usar de vez em quando.”

Deito meus braços no balcão, descansando minha cabeça em


cima.

Meadow balança a cabeça. “Cuide dela. Eu preciso achar


Phoebe.”

Meus olhos reviram e me sento na minha cadeira. “Vou ficar


bem, Ash. Estou só um pouco...”

“Você foi drogada, Melissa. Sente-se. Caramba, Alaina vai ficar


louca.”

Alaina é a old lady de Zane. Ela tem o rosto de um anjo, mas


vai te foder antes que você possa piscar. Não consigo imaginar Zane
com uma mulher melhor, se estiver sendo honesta.

Suspirando, olho para Lisha, onde ela e Meadow estão tendo


uma discussão acalorada. Antes que eu possa entender qualquer
coisa que tenha passado entre as duas, Meadow está em cima dela,
dando socos em seu rosto. Tento me levantar, somente para que a
escuridão caia sobre mim. As vozes começam a ficar mais distantes.
O rosto preocupado de Ashley vem entrando e saindo. E justo quando
vou abrir meus olhos, tudo se afunda na escuridão.

8
Ecstasy.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Meus olhos vagam dentro e fora, vozes gritando à distância com


o intuito de me despertar. Pretendo abrir meus olhos, só que estão
presos como se estivessem colados. O cheiro de terra, madeira
queimada e poeira me envolve. Minha cabeça se desloca levemente.
Mais gritos vêm quando reconheço as vozes de Phoebe e Meadow.

“Melissa?” Meadow grita.

“Meadow?” Phoebe repete ao meu lado. ”Meadow, siga minha


voz.”

Por que ela diz para eu seguir sua voz? Que porra está
acontecendo?

“Continue falando. Onde você está?” Meadow pergunta.

Um palpitar profundo começa a latejar na minha cabeça. A


sensação das minhas pernas retorna lentamente, e sinto como se elas
estivessem sendo carregadas. Estou prestes a abrir minha boca
quando um abismo escuro me puxa para mais fundo e tudo morre
novamente.

“Porra!” Palavrões abafados soam ao longe, seguidos por outras


vozes. Onde diabos estou? O que está acontecendo? Por que meus
olhos não abrem?
The Devils Own #2 Amo Jones

“Hella, deixe que um dos outros caras a carregue. Ela vai ficar
puta se acordar em seus braços”, sussurra Phoebe irritada. E minha
respiração está ficando rasa.

“Vai se foder. Ninguém vai carrega-la, a não ser eu.”

“Quer explicar o porquê?” Phoebe zomba dele.

A aspereza quente do couro me cobre e seus braços empurram


debaixo de mim antes de levantar meu corpo do chão e me embalar
em seu peito sem esforço. Esse cheiro familiar está em níveis
perigosos quando ele caminha em direção à porta. Eu tento abrir
meus olhos novamente, só que ainda estão presos, então eu desisto,
relaxando nos braços de quem não deve ser nomeado.

Seu corpo cai num assento, e seu braço aperta mais em volta
de mim. “Ela está respirando. É só como se ela estivesse dormindo. O
que diabos aconteceu com ela?” Sua voz vibra de seu peito contra a
minha bochecha.

“O quê? Você não sabe?” Meadow exala para ele com nojo. Sua
mão envolve a minha antes que continue. “Parece que Lisha ficou um
pouco ciumenta esta noite. E por isso, ela colocou alguma coisa na
bebida de Melissa, e a fez dançar no pole dance e tudo. Além disso,
ela e a amiga estavam filmando e rindo de Melissa do outro lado da
sala. Então, eu... hum...”

Meadow faz uma pausa. E a voz de Beast vem à tona. “Você o


que?”

Meus olhos finalmente abrem quando eu solto uma tosse,


limpando a garganta. “Ela a espancou, é isso”, respondo com um
sorriso orgulhoso. Beast olha para ela com as sobrancelhas
levantadas e um sorriso. Se eu não soubesse melhor, diria que ele
também estava orgulhoso.

“Melissa!” Meadow salta da cadeira.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Estou bem, Meadow. O que aconteceu?” Pergunto, apontando


para o bar que agora tem um enorme buraco no meio e fumaça
saindo de uma pilha de escombros. Afasto-me de Hella, tentando
conseguir espaço. Ele olha para mim, e seu aperto em volta da minha
cintura fica mais forte.

Seus olhos azuis escurecem e um pequeno rosnado se curva em


seus lábios. “Não tem nada acontecendo.”

Reviro os olhos e reajusto minha posição em seu colo,


envolvendo seu colete em volta do meu corpo com mais
força. Meadow olha entre Hella e eu, em confusão, antes de
continuar: “Houve uma explosão. Quando Alaina me levou para
limpar meu nariz, foi quando aconteceu.”

Inclino minha cabeça. “Só me lembro de pedaços. Lembro-me


de dançar.” Eu sorrio através da memória. O aperto ao meu redor fica
mais tenso novamente. E continuo: “Lembro-me de Lisha puxando
você para trás pelos cabelos, e lembro de você pulando em cima dela
e batendo na cara dela, mas tudo ficou em branco depois que Phoebe
chegou.” Olho para Hella, cujos olhos ainda estão olhando nos meus
com uma mistura de gelo e fogo.

“Baby, você fez o que na cara de Lisha?” Beast ri.

“Ela mereceu.” Meadow levanta o queixo. “Ela dopou Melissa...


por sua causa.” Meadow olha diretamente para Hella.

Sua mandíbula flexiona e seu corpo fica imóvel. “Onde ela


está?”

Eu o observo cuidadosamente, e um tique aparece em sua


mandíbula. A maneira como os ossos de sua bochecha treme, como
as tatuagens cobrem seu pescoço em cores intricadas e como os cílios
se espalham sobre sua pele macia e sem falhas. Tenho a súbita
vontade de dar-lhe um murro no rosto. Não é justo que alguém que
seja tão idiota seja tão atraente. Seus olhos caem sobre os meus. Eu
The Devils Own #2 Amo Jones

me encolho por dentro porque fui flagrada encarando. Ele dá um de


seus sorrisos maliciosos e todos os pensamentos de querer dar-lhe
um soco vêm dez vezes mais forte. Afasto meus olhos dele
rapidamente, olhando para Meadow. Estar em seu colo não é tão
incômodo quanto deveria. O homem teve sua língua lá embaixo; acho
que já contornamos a fase embaraçosa.

Meadow encolhe os ombros. “Eu não sei. Alaina disse a ela e ao


restante das prostitutas para arrumarem suas coisas e irem
embora. Você sabe quem fez isso? E o porquê fez isto?” Ela gesticula
em direção ao buraco na lateral do bar.

Beast balança a cabeça. “Não, eu não sei. Agora que os dois


capítulos se juntaram, pode ser sobre qualquer coisa. Com os russos
está tudo resolvido. Não foram eles. É tudo o que sabemos.”

Hella se move debaixo de mim. Meus olhos colam no que está


acontecendo. As pessoas estão todas amontoadas enquanto as
sirenes tocam à distância. A árvore que Phoebe e eu costumávamos
subir ainda está forte na frente da propriedade e sorrio, pensando em
como era muito mais fácil quando não sabíamos o que acontecia
dentro do clube.

“Tudo bem, já que ninguém mais vai perguntar, quando vocês


se tornaram um casal?” Hella pergunta, com suas sobrancelhas
levantadas quando ele aponta para Meadow e Beast.

Meadow balança a cabeça, olhando para Beast. “Eu não


sei. Boa pergunta.”

Reviro meus olhos. Eu não sou contra ela e Beast. Eles são
ótimos juntos, obviamente, mas acho que ainda é um pouco estranho
ver Meadow tão envolvida com alguém.

Beast leva Meadow para ser examinada por Alaina. E me


contorço, tentando escapar do colo de Hella. Agora que estamos
sozinhos, começa a parecer um pouco estranho.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O que você está fazendo?” Ele me olha de cima a baixo.

Eu bufo: “Por que você está me abraçando assim?”

“Você prefere que eu a solte?”

“Sim.” Eu digo.

Os olhos dele se contraem. “Bem, não, eu não vou te soltar.”

“Por quê?” Eu pergunto, frustrada.

Seu aperto afrouxa e eu me levanto, sem que seu corpo se


enrole no meu, e sinto falta de seus braços. Mau sinal. Sua puta
sádica estúpida.

Sentada em frente a ele na mesa de piquenique, eu tiro seu


colete e entrego para ele. Ele o pega e coloca novamente.

“Suponho que Hella é o seu nome de estrada? Ou devo ficar com


'boceta'?”

Ele dá um sorriso radiante. “Gosto do som de 'boceta' saindo


desses doces lábios. Talvez você deva me chamar assim.” Ele pega
um cigarro, colocando-o na boca e me observando a cada dois
segundos. “Hella não é o meu nome de estrada. Já tenho esse apelido
desde criança. Era para que as pessoas não pudessem me matar e
as vagabundas não pudessem bater na minha porta depois de ter
meu pau alojado na garganta delas.” Falando isso, ele sopra uma
nuvem de fumaça na minha cara.

“Bem, eu tive seu pau em mim, e eu tenho que te dizer...”


Levanto, curvando-me sobre a mesa e escaneando seus braços
enormes sorrindo. “Estou um pouco decepcionada”, minto.

As sobrancelhas dele se erguem. “É o melhor que você pode


fazer? Deixei uma janela aberta para pelo menos quatro insultos
diferentes e isso é o melhor que você pode fazer?” Ele contorna a
mesa, envolvendo seu braço em minha cintura e me puxando para
The Devils Own #2 Amo Jones

seu peito duro. Passa os lábios sobre os meus, suavemente. “Sente


este cheiro, querida? Esse é o cheiro das suas mentiras que ainda
permanecem nos meus lábios.”

Meu peito se agita com raiva e luxúria. Que porra há de errado


comigo? Meu cérebro o odeia, mas meu corpo quer foder com ele
outra vez. Esquizofrenia, tem que ser. Sua língua se estende enquanto
ele a desliza através do meu lábio inferior. Meus olhos se fecham e
minha mão voa até seu peito, tentando afastá-lo, mas seu punho. E
sua boca, chega à minha orelha enquanto ele grunhe: “Você não pode
foder um fodedor, baby, e não pode mentir para um mentiroso.”

Eu o empurro novamente. Desta vez, ele me deixa ir recuando


um pouco com uma risada. “Se você fode como luta, estou jogando a
luva no chão e pedindo uma revanche porque obviamente não
consegui a experiência completa.”

“Eu odeio você”, grito para ele.

Sua boca se curva em um sorriso, com suas covinhas


aparecendo. “É mesmo?” Seus olhos brilham de excitação. “Mostre-
me o quanto”, sussurra, inclinando a cabeça e arrastando os olhos
por meu corpo.

Solto um grito exasperado quando Meadow e Beast vem em


nossa direção. Meadow cutuca a cabeça para eu segui-la.

“Ótimo!” Afasto-me da mesa e caminho até ela, enganchando


meu braço.

“Você está bem?” Ela pergunta, com seus olhos analisando os


meus enquanto caminhamos em direção ao estacionamento.

Dou de ombros. “Sim, eu vou ficar”, respondo, olhando por


cima do ombro para Hella e Beast nos observando.

“Olha”, ela começa quando nós duas paramos de andar. Ela


olha por cima do ombro e sorri. “Beast e Hella vão ficar na minha
The Devils Own #2 Amo Jones

casa para ficarem de olho em nós. Eu disse que você viria comigo
para que eles pudessem ficar juntos - segurança e tudo mais. Mas,
Melissa, o que está acontecendo entre você e Hella? Ele é
assustador. Espero que você…”

Sorrio, balançando a cabeça. “Não é nada que eu não possa


lidar.”

“Você tem certeza?” Ela pega minha mão na dela. “Beast disse
que ele é um prostituto e vai perder o interesse depois de um tempo,
então aguente firme.”

“Oh”, eu digo com escárnio. “Não acho que esse seja o


problema, confie em mim. Ele apenas me irrita.”

“Acho que é um pouco mais do que isso”, acrescenta Meadow


secamente. “Você pode cortar a tensão sexual a um quilômetro de
distância.”

Ignoro seu comentário. É o melhor caminho a seguir com


Meadow. “Eu irei, mas vou precisar pegar emprestada algumas de
suas roupas.”

“Claro”, ela responde. “Será uma festa do pijama.”

“Que divertido”, eu respondo vagamente. Ela bate no meu


ombro antes de começarmos a rir e caminhar de volta para eles. Oh,
que alegria, eu realmente não estou ansiosa por isto.

No caminho para o apartamento de Meadow, olho para o


espelho lateral e vejo a moto, seguindo bem atrás de nós, antes de
trazer meus olhos para a moto que nos leva à frente.

“Meadow”, digo distraidamente. “Estou realmente com fome.”

“Merda”, ela sussurra. “Eu preciso comprar alguma coisa,


Beast e Hella provavelmente comem o suficiente para alimentar uma
pequena vila.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Podemos passar numa lanchonete pelo caminho? Aquela no


centro ainda está aberta.”

“Sim, vamos fazer isso.” Ela olha para mim antes de sinalizar
para fora da rua principal que passa por Westbeach. As motos
desaparecem por alguns segundos e eu não posso evitar a gargalhada
que me escapa.

“Eles vão ficar loucos.”

Ela bufa. “Não vão ficar muito atrás de nós.”

Passamos pela lanchonete e pedimos comida suficiente para


alimentar os caras também. Coloco todos os sacos de papel marrom
no chão enquanto saímos do drive-thru. Olho para Beast e Hella, que
estão estacionados esperando por nós. Sorrio para Beast antes de
virar minha cabeça para Hella, que sorri para mim. Meu sorriso
diminui drasticamente e meu dedo médio se levanta. Seu dedo voa
em resposta, e continua sorrindo. Reviro os olhos novamente e
Meadow olha para mim. “Você está bem?”

“Ótima.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Adentrando no pequeno apartamento de Meadow na praia,


entro na cozinha, largo a comida e abro a geladeira enquanto os
garotos caminham não muito atrás de nós. Girando uma garrafa de
água, Hella passa por mim e me ignora antes de seguir para a sala.
Isto facilitará as coisas. Conseguirei sobreviver à noite, se ele agir
como se eu não existisse. Levando minha água comigo, vou até o
quarto de Meadow e começo a remexer em seu guarda-roupa até
escolher algo para dormir.

Depois de tomar banho, visto uma camiseta e shorts de pijama


antes de deixar meus longos cabelos caírem pelas costas em suaves
ondas. A porta do quarto abre e Meadow entra, encostando na
porta. “Coloquei um colchão na sala, e tem o sofá. Podemos dormir
aqui.”

Eu sorrio, acenando com a cabeça. “Isso soa bem.”

“Venha, vamos para a sala? Posso colocar Snatch para nós


assistirmos.”

Sorrio. “Como posso dizer não ao jovem Brad Pitt?”

Entrando na sala, as pernas de Hella estão estendidas no


colchão e Beast está sentado no sofá. Quando Meadow sobe no sofá
com ele, olho para Hella, que está sorrindo para mim.
The Devils Own #2 Amo Jones

Balanço a cabeça. “Não, eu vou para cama”, me viro e volto para


o quarto, puxando as cobertas para baixo e subindo.

A porta se abre e Hella entra, fechando-a atrás dele. “O


quê? Você teve meu pau em você, mas não se sentará ao meu lado?”

Expiro, jogando meus braços para fora do cobertor. “O que você


quer, Hella? Seu pau já me meteu em problemas suficientes.”

Eu olho para ele, e a luz da mesa de cabeceira exibindo seu


corpo musculoso coberto de tinta com seus shorts de basquete soltos
pendurados em seus quadris. Levo meus olhos de volta aos dele para
encontra-lo exibindo um sorriso arrogante. Meus olhos se fecham
brevemente, sentindo o ar mudar para um nível perigoso. “Saia. Não
estou com disposição para as suas merdas.”

“Venha assistir a porra do filme, Melissa. Pare de ser uma


vadiazinha.”

Meus olhos se estreitam. “Você simplesmente me chamou de


vadia!”

Ele encolhe os ombros, com seus grandes braços cruzando


contra o peito. “Eu te chamei pior na minha cabeça.”

Minha boca se abre antes de fechá-la com força. Ele revira os


olhos. “Meadow quer você lá, então levante-se, para que eu não
precise ficar segurando vela para eles. Ou prefere que eu entre na
cama com você?”

Eu balanço minhas pernas sobre a cama em um bufo. “Tudo


bem!” Vou até ele, apunhalando meu dedo indicador em seu
peito. “Fique longe de mim, ok?”

“Baby, você se dá muito crédito. Eu não voltaria a tocar nisso,


nem se alguém me pagasse.”

“Ótimo, então concordamos em algo.”


The Devils Own #2 Amo Jones

Ele sorri, abrindo a porta. Eu volto à sala, caindo no colchão e


me certificando de ficar o mais distante possível dele durante o filme
inteiro.

***

No dia seguinte, eu me arrasto para fora da cama, tentando não


acordar Meadow antes de entrar na cozinha, passando por Beast e
Hella que estão recostados assistindo o UFC na TV.

“Bom dia”, Beast murmura, levantando um copo na boca.

“Bom dia!” Respondo docemente, andando até a cozinha ligo a


chaleira. “Alguém quer café?” Eu pergunto, virando a cabeça com as
sobrancelhas levantadas.

“Não, obrigado”, Beast responde.

“Sim!” Hella acrescenta.

“Não. Era só para mim que ela estava perguntando”, ouço Beast
rir baixinho antes de derramar a água quente na minha
caneca. Depois de mexer o café instantâneo, levo ao nariz e inspiro
profundamente. Adoro o cheiro do café mais do que gosto do café,
mas bebo porque preciso.

Entrando na sala, deito no sofá ao lado de Beast e olho para


Hella, que está sentado com os joelhos esticados, e os braços
apoiados neles. Seu cabelo está bem aparado nas laterais, mas um
pouco maior no topo, e quando corro meus olhos por suas costas,
meus olhos se conectam aos números na parte de trás do pescoço
dele. Levantando minha caneca na boca, tomo um pequeno gole e
aceno com a cabeça em direção a ele. “Então... 112? Esse é o seu
número de boceta designado?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Beast ri outra vez. Hella se vira, estreitando os olhos em


mim. Seu movimento mostra o resto de suas costas, e por um breve
segundo, fico sem palavras. Ele tem a insígnia do Devil's Own tatuada
nas costas, assim como uma grande inscrição que passa por cima de
sua caixa torácica. Ambos os braços são cobertos por tatuagens, e
quando ele vira de frente, seu peito inteiro também está cheio de
obras de arte coloridas. E uma que vai do peito ao pescoço até a
frente, passando por cima da mandíbula. Os traços são impecáveis e
o sombreado é profissional. Seu artista é obviamente talentoso.

“Deixe-me adivinhar. Eu te irritei?” Pergunto sorrindo.

Ele balança a cabeça, agarrando meu café da minha mão. “Para


você me irritar, querida, eu teria que dar a mínima para sua
existência.” Ele toma um gole, com os olhos colados nos meus.
Quando baixa a caneca, sussurra: “O que eu não dou.”

Eu pego a caneca de volta. “Sério? Então por que você está


aqui?”

Ele ri, virando-se novamente. “Oh, você acha que estou fazendo
isso porque me preocupo com você?” Ele se levanta e meu corpo fica
imóvel, minhas mãos apertam minha caneca com mais força. E ele
abaixa a boca na minha orelha, com as duas mãos pousando em
ambos os lados da minha cabeça e descansando em cima do
sofá. Então, ri novamente. “Meu pau gosta de você, é por isso. Não
se iluda. Ele ficará entediado em breve.”

Mantendo meus olhos fixos nos dele, inclino minha cabeça e


levo minha caneca aos lábios. “Mmm? Bem, se você pudesse se
apressar, seria ótimo porque eu já estava entediada na terceira
lambida”, minto.

É muito divertido irritá-lo.


The Devils Own #2 Amo Jones

Sua mandíbula flexiona antes que a mão envolva a parte de trás


do meu pescoço e meus ombros se contraem com o aperto que ele
está colocando ali. “Vai se foder”, eu digo a ele.

Beast bate no braço dele. “Irmão? Jogue bonito.”

Hella abaixa o rosto, passando o nariz sobre o meu, e luto para


impedir que um gemido escape dos meus lábios. Sua presença está
em toda parte, hipnótica e venenosa. Seus lábios macios e carnudos
descansam sobre os meus levemente antes que sua língua saia da
boca e atravesse a borda do meu lábio inferior. Mantendo minha boca
fechada, minhas coxas se apertam e meu ritmo cardíaco aumenta
rapidamente. “Você sente o gosto disso?” Ele sorri contra meus
lábios, e mantém seu punho atrás do meu pescoço, me deixando
imóvel. “Esse é o gosto de você perdendo sua cabeça na primeira
lambida.”

Puxando minha cabeça para fora de seu alcance, eu me inclino


no sofá. “Não se iluda.”

Ele revira os olhos, caindo de volta no colchão. Olho para Beast,


que tem as sobrancelhas levantadas. “Vocês dois não poderiam estar
mais fodidos, nem se tentassem.”

Afasto-me do sofá, dando a Hella um olhar enojado enquanto


passo por ele em direção à cozinha. Ele ri. “Continue assim, baby,
você só está deixando meu pau mais duro.”

Quando estou na segurança da cozinha, começo a retirar


bacon, ovos, cogumelos, tomates, torradas e salsichas. Meadow tem
mais comida aqui do que ela pensava, mas pensando em sua
infância, ela provavelmente sempre garante que seus armários
estejam cheios. Começo a fritar o bacon, derramando xarope de
bordo para cozinha-lo antes de mexer nos ovos. Depois de cozinhar
os cogumelos, volto para a sala de estar. “Venham comer. Vou tomar
um banho.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Beast se levanta e vem à cozinha e Hella me observa com


cuidado, ficando sentado.

“O quê? Você não está com fome agora?” Eu pergunto


inocentemente.

“Não de comida.”

Reviro os olhos e viro as costas para seu olhar


penetrante. “Venha comer, Hella.”

Depois do banho, visto um dos jeans skinny de Meadow e uma


blusa que fica um pouco apertada em mim. Meadow é magra e
alta. Tenho um metro e cinquenta e cinco, e uns sessenta quilos, com
curvas. Minha bunda é provavelmente meu melhor trunfo, já que eu
quase não tenho peito. Minha cintura é naturalmente fina e meus
quadris são largos, portanto, as calças jeans se ajustaram bem e a
regata ficou acima dos meus quadris. Enrolo a toalha ao redor do
cabelo em um turbante e volto a andar até a sala.

“Vocês comeram?” Eu pergunto, passando direto por eles. Pelo


canto do olho, vejo a cabeça de Hella inclinando-se para o lado, me
seguindo enquanto entro na cozinha.

“Sim, obrigado”, grita Hella.

Coloco um pouco em um prato e volto, sentando no sofá ao lado


de Beast. Hella está sentado no colchão, com suas costas encostadas
no sofá, e seus ombros quase roçando minha perna. Meu corpo para
com a proximidade repentina dele.

“Meadow, realmente precisa comprar outro sofá”, eu falo


baixinho.

“Oi, pessoal. Eu não pretendia dormir tanto”, anuncia Meadow,


entrando na sala.

“Bom dia, princesa.” Eu sorrio. “E está tudo bem. Eu fiz o café!”


Aponto para o meu prato. “Eles já comeram.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Mesmo?” Ela olha para Beast e Hella.

“Eu os alimentei, Meadow, relaxe. Preciso ir e entregar as


chaves para o novo gerente que contratei. Talvez possamos fazer isso
quando você estiver pronta?”

“Certo. Eu só preciso comer.”

“Seu apetite aumentou esta manhã, não é?” Hella sorri,


piscando para Meadow. Olho entre Hella e Meadow. Os olhos de
Meadow se estreitam para ele antes de eu olhar para Beast, que está
balançando a cabeça.

“Oh meu Deus! Você dormiu com ele!” Grito, com minha mão
voando até a boca.

“Eu dormi com você ontem à noite”, responde ela, arregalando


os olhos.

“Posso trabalhar com isso também, baby”, retruca Hella


sorrindo. Reviro meus olhos, empurrando meu prato para Hella, que
o tira de mim enquanto mantém os olhos fixos na TV, colocando um
pedaço do meu bacon na boca.

“Eu. Você. Cozinha. Agora.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Depois que Meadow me contou todos os detalhes da noite dela


e de Beast, eu me sento no sofá enquanto ela entra com seu prato de
comida cheio até a borda. Sentando-se e comendo, olha para
Beast. “Ok, sobre o que você quer conversar?” Beast olha para Hella,
que se arrasta para o lado, me observando atentamente. Pego o
controle remoto e mudo para um canal de música.

Beast limpa a garganta. “Nós precisamos voltar para Vegas


hoje. Temos outras coisas que precisamos resolver. Acontece que
aquela explosão foi uma retaliação de um motoqueiro que Blake deu
uma surra há alguns anos atrás, por causa de Phoebe.” Meus ouvidos
se afastam enquanto vejo Miley Cyrus dançando em um vestido de
basquete. Meadow acena com suas mãos e murmura em
concordância antes que Beast a corrija. “Sim, não, mas não é só isso
que eu quero dizer. Nós vamos precisar que vocês venham conosco.”

Isso prende minha atenção. Olho para Beast para ver se ele está
brincando, apenas para encontrá-lo muito sério e me observando
cautelosamente. E começo a balançar a cabeça. “Espera. Ambas? O
quê? Não, não eu não posso!” Grito, saltando do sofá mortificada.
“Não apenas porque eu tenho uma vida e um negócio para gerir, mas
eu não te suporto!” Aponto para Hella.
The Devils Own #2 Amo Jones

Seus ombros se endireitam antes que um sorriso arrogante


apareça em seu rosto. “É mesmo?” Ele brinca, ficando de pé e
pressionando seu peito contra o meu, fazendo-me avançar para trás.
Sua mandíbula flexiona em frustração. “Bem, adivinhe, princesa?”
Sua cabeça se inclina na minha orelha. “É recíproco”, ele resmunga,
com seu hálito quente caindo sobre mim.

Raiva irrompe dentro de mim e minhas mãos voam para cima,


empurrando seu corpo, só que ele não se move. Viro meu pé, e corro
em direção à cozinha, agarro minha bolsa antes de chegar à porta.
Que se foda isso, que se foda ele.

Descendo as escadas em direção ao lobby, percebo que as


pessoas estão me olhando e lembro que ainda estou com a maldita
toalha na cabeça. Me irritando ainda mais, arranco-a da minha
cabeça, e jogo a toalha em uma lixeira. Volto a andar até meu
apartamento, que fica a poucos quarteirões de distância. Ao entrar,
jogo minha bolsa na mesa da cozinha e caminho até o quarto. Minha
mão está sobre a maçaneta da porta quando meu telefone começa a
gritar da cozinha. Eu o ignoro, entrando em meu quarto e abrindo
minhas cortinas para deixar atravessar o sol da tarde. Nate Dogg
“Your wife”, começa a tocar de novo no meu telefone - sim, esse é o
meu toque, Nate Dogg foi um dos grandes - e reviro meus olhos, saindo
do meu quarto, voltando para a cozinha.

“Sim?” Atendo, segurando meu telefone na mão.

“Melissa, não fique brava...”

“Não estou brava, Meads. Só não quero mais ficar perto dele.”
Suspiro em derrota, caminhando em direção à geladeira e pegando o
suco de laranja.

“Por quê?” Ela pergunta baixinho, e minha guarda cai. Esta é


Meadow. Não quero fazer nada para chateá-la; ela não merece.

“Por quê? Eu tenho que te contar?”


The Devils Own #2 Amo Jones

Ela bufa. “Não, acho que não, mas isto é mais grave do que
vocês dois. Precisamos ir, Melissa. Você também pode estar em
perigo, até sabermos o que desencadeou isso tudo. Diabos, você
poderia estar mais em perigo devido ao seu relacionamento com
Phoebe. E se Lisha pode ver o que Hella significa para você, alguém
mais perigoso também pode. Precisamos ir.”

Meus ombros caem. “Ok”, sussurro, me rendendo. A verdade é


que estou neste mundo há mais tempo do que a maioria das pessoas,
então sei o que acontece com merdas assim. Também não quero ser
um risco. Entretanto, vou precisar de um plano sólido para me
manter longe de Hella. “Venha me buscar...”

HELLA

Chegando à sede do clube, fico tranquilo sabendo que Melissa


está no carro com a Meadow. Apesar do ódio prevalecer sobre
qualquer desejo que eu tenha por ela, meu pau endurece só de
pensar na minha mão agarrada à sua garganta enquanto eu penetro
nela num ritmo brutal que a fará gritar até que sua garganta seque
e suas pernas parem de se mexer. Seguindo o carro pela estrada de
cascalho acidentado, eu encosto na entrada da sede do The Devil's
Own MC. Em seguida, tiro meu capacete, e olho cuidadosamente
enquanto Melissa e Meadow saem do carro e Beast se aproxima
delas. Melissa estica seus braços acima da cabeça, e seu top se
levanta mostrando seu abdômen e quadril, onde duas pombas foram
tatuadas. Ela deve ter o corpo mais sexy que eu já coloquei os olhos,
uma pequena cintura, que eu quero agarrar, e um traseiro que eu
poderia explorar por dias. Lambendo meus lábios, inclino minha
cabeça, com meus olhos correndo de cima para baixo no corpo dela.
Seus braços caem instantaneamente, as mãos puxando a parte de
cima para baixo para cobrir a barriga. Sorrio para mim mesmo antes
The Devils Own #2 Amo Jones

de caminhar em direção a eles. Alguns irmãos começam a sair do


celeiro e eu puxo meu telefone, para mandar uma mensagem a Jada
quando a voz de Meadow surge num sussurro de raiva. “Melissa,
puxe seus shorts para baixo...”

“Ei, eu disse que viria, não que eu me comportaria.”

Minhas sobrancelhas se unem enquanto eu mando a


mensagem.

“Jesus... Vou pedir desculpas agora por seu comportamento”


diz Meadow.

Eu passo atrás delas. “Pedir desculpas pelo quê?” pergunto,


colocando meu telefone de volta no bolso, olhando entre Beast e
Meadow. Meus olhos se voltam para a bunda de Melissa que está
levantada no ar e sua cabeça mergulhada no lado do passageiro do
carro. “O que diabos você está fazendo, Melissa?”

Ela se endireita, jogando a bolsa por cima do ombro. “Hella, me


deixe em paz. Você e eu, não nos conhecemos enquanto estou aqui.”

“Você tem certeza disso?” Desafio, com meus olhos se


estreitando e minha mandíbula cerrada.

“Round 10... Luta”, Meadow imita uma voz de locutor ao meu


lado.

Beast ri. “Vamos, eu vou mostrar o complexo para as garotas.


Hella! Encontro você no bar.”

Meus olhos ficam colados em Melissa, com seus olhos brilhando


nos meus, combinando com minha fúria. Fios de seu cabelo loiro
voam com o vento, enquanto nosso olhar permanece, meu pau se
contorce no meu jeans e lentamente o canto da minha boca se curva
e suas bochechas ficam vermelhas. Eu zombo baixinho antes de
deixá-los e caminhar em direção à sede. Ela tem fogo, isso é verdade,
e agora que eu sei quem ela é, sei de onde ela tirou isso.
The Devils Own #2 Amo Jones

Entrando na sede, meu telefone toca no meu bolso e eu pego.


Uma foto surge quando alguém me envia uma mensagem e eu sorrio.
Layla está ajoelhada em sua cama, com seus longos e volumosos
cabelos escuros pendurados ao redor de seu pequeno corpo arqueado
com uma mão agarrada em sua coxa interna. Entrando no clube, eu
reajusto meu pau, rapidamente, colocando meu telefone de volta no
bolso. Responderei à Layla ‘ou não’ talvez quando precisar esvaziar
minhas bolas. Layla é uma das únicas garotas que eu trepo, que
aparentemente... me dá toda a merda que eu preciso. Puxando um
banco para fora, aceno com a cabeça para o Velho enquanto ele
desliza uma cerveja na minha direção. Pego e vou onde Frost está
sentado com Ripper. Tomo um gole e caio na cadeira, olhando
fixamente para os dois. “O quê?” A pergunta em seus olhos é óbvia.
“Desembuchem, filhos da puta...”

Ripper dá um sorriso psicótico. “Ah, nada. Apenas... quem é a


garota com Meadow...”

Grunhindo, eu encolho os ombros. “Ninguém importante...”

Nyx dá um sorrisinho. “Ela é gostosa, certo?” Ele recua na


cadeira, movendo a cabeça de um lado para o outro, procurando por
ela. Meu pé se lança para frente, empurrando as pernas da cadeira e
inclinando-o para trás. Suas mãos voam rapidamente para a mesa,
parando sua queda. “Que porra é essa?” Ele olha para mim.

Minhas sobrancelhas se erguem em desafio. “O quê? Algum


problema...”

Seu rosto cai brevemente antes que ele pegue sua bebida. Nyx
é relativamente novo, recebeu seu patch no ano passado, então é bom
ele lembrar do seu lugar, que é bem abaixo de mim. “Drowning Pools”,
de Bodies começa a tocar, assim que Melissa entra pelas portas
parecendo um animal de estimação perdido. Sorrio, empurrando
minha cadeira e caminhando em sua direção. Ela faz uma pausa,
com seus olhos se afastando do bar e na minha direção.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O que você quer, Brax?” Ela arrasta meu nome amargamente.


Beast obviamente disse a ela meu nome de nascimento. Idiota.

“Oh”, eu toco meu peito em fingida dor. “Diz isso mais uma vez”,
eu provoco.

Ela zomba, cruzando os braços na frente de si mesma. “Nós


sabemos que eu tenho um nome particular favorito para você...” Ela
sorri. Balanço a cabeça, aproximando-me dela antes de sussurrar em
seu ouvido. “Você vai ter que se esforçar mais, baby. Eu amo a
palavra 'boceta' saindo dessa boca.”

Ela dá um passo para trás, com sua mão empurrando meu


peito. “Oh, confie em mim, eu tenho muito mais.”

Eu zombo. “Sei como garotas como você gostam, Melissa...”


Suas sobrancelhas se erguem. “Você age como se pudesse
acompanhar a pista rápida, mas não pode. Quer saber como eu sei a
forma que garotas iguais a você agem, baby?” Sussurro, com meus
lábios deslizando em sua orelha. “Porque eu desmontei uma para ver
como ela funcionava.” Ela joga a cabeça para trás, estreitando os
olhos um pouco, mas quando o rubor vermelho se espalha por suas
bochechas, sorrio.

Ela revira os olhos. “Vá embora. Você não sabe nada sobre
mim.” E caminha em direção ao bar. Olho para a mesa onde estão os
caras, e todos os olhos a seguem. Eu enrolo minha língua na boca e
solto um assobio. Rapidamente, todas as cabeças se viram para mim.
Minhas sobrancelhas se levantam, e o canto do meu lábio estremece.
Os olhos de Nyx se estreitam sobre mim e eu levanto minha perna
para frente, cruzando meus braços desafiadoramente. Ele puxa o
lábio inferior e acena com a cabeça, e seus olhos cedem aceitando.
Ótimo, viro para trás em direção à porta e vou para minha moto.

As lembranças de quando fui recrutado assaltam minha mente


enquanto me afasto.
The Devils Own #2 Amo Jones

Quinze anos de idade

“Por que eu?” Eu perguntei enquanto Kurr, o comandante,


caminhava na minha frente. “Por que diabos você me escolheria entre
tantos milhões de adolescentes sem-teto?” Minha voz estava perto de
um rugido, a frustração do que diabos estava acontecendo pesando
em mim.

Kurr pausou, com as mãos atrás de suas costas, o boné de


comandante baixo. O tabaco que ele mastigava em sua boca
atravessava minhas narinas e seu bíceps ficava esticado a cada
movimento. Ele caminhou até mim, com os olhos vazios, como pedras
ásperas que se encontram no fundo de um lago. Quem diabos era este
homem? “2 de outubro. Essa data significa alguma coisa para você,
Hella?”

Fiz uma pausa, com minha cabeça inclinada. “Sim, minha


primeira morte. O que diabos isso tem a ver?”

Ele sorriu, ficando ereto e puxando uma cadeira para se sentar


à minha frente. “Não foi apenas uma morte. Foi a técnica com a qual
você executou a matança.” Ele inclinou a cabeça, com os olhos sobre o
meu corpo. “É preciso uma certa quantidade de desapego das emoções
humanas para realizar uma matança como aquela.”

“Como você soube disso? Ninguém sabia...”

Ele riu, apoiando a perna no joelho. “Eu sei tudo sobre você,
Hella. Qual era o nome da pobre garota?” Ele parou, levantando o
dedo na testa.

“Genna Garcia”, eu disse. Porra, nunca pensei que teria que


reviver essas memórias. Elas me assustam e excitam da mesma
forma...
The Devils Own #2 Amo Jones

Três meses antes

“Genna, você me deve. Você cheirou a merda, agora pague.” Os


olhos dela olharam ao redor do apartamento degradado. O velho papel
de parede mostarda estava descascando, revelando o gesso embaixo
dele. O som da TV era ensurdecedor e o conjunto habitacional cheirava
mal.

“Eu...sinto muito, Hella, eu vou levar para você, eu...” Eu a


empurrei de novo para dentro do apartamento, fechando a porta com
meu pé. Ela deu um passo para trás lentamente, levantando as mãos
para trás em busca de algo em que pudesse se apoiar. “Hella, por
favor, estou tentando...” Minha mão voou até sua garganta. Quase
cobrindo todo seu pescoço.

“Eu lhe dei tempo suficiente, Genna.” Seus olhos estavam em


pânico olhando para os meus, sua pele estava ficando roxa e suas
mãos voando até o meu punho. Eu a deixei ir empurrando seu corpo
pelo chão da cozinha.

“Por favor, Hella.” Ela balançou a cabeça, rastejando para trás


pelo chão. Fui para seu lado, dando-lhe uma cotovelada no rosto e
nocauteando-a. Joguei seu corpo sobre meu ombro e a levei para o
banheiro. Soltando-a na banheira, tirei minhas luvas de couro do bolso
de trás e caminhei de volta para a cozinha. Esta era a terceira vez que
Genna decidia me foder com o pagamento. Resolvi fazer do
comportamento dela um exemplo, mas o aumento súbito de adrenalina
que corria por mim provou que talvez houvesse um pouco mais do que
isso. Eu poderia acabar com ela e acabar com isso, só que onde está
a diversão nisso? Abri as gavetas da cozinha, tirando uma variedade
de facas de diferentes tamanhos que estavam guardadas lá dentro.
Depois de tirar algumas, procurei no resto da cozinha, encontrando um
par de tesouras de costura, um maçarico e fluído de isqueiro. E cavei
no meu bolso um pouco de metanfetamina, esmagando no saco com
The Devils Own #2 Amo Jones

meu dedo. Indo para o banheiro, fechei a cortina e coloquei todas os


utensílios que havia reunido na pia. Gemidos começaram a sair do
outro lado da cortina e eu ri. “Você acordou, querida?”

“Hella?” Perguntou distraidamente. “Por favor, não me mate!”


Seu tom ficou desesperado. “Você tem apenas quinze anos, Hella, não
precisa disso pairando sobre sua cabeça. Por favor, eu lhe darei seu
dinheiro e você nunca mais terá notícias minhas...”

Depois de despejar um pouco da melhor metanfetamina que você


poderia encontrar na rua em um pequeno tubo de vidro, peguei o Zippo
e abri a cortina. “Não se preocupe, querida, mas vou precisar que você
fume.” Os olhos dela brilharam, passando do medo ao desejo.
Flexionei minha mandíbula, entregando a ela. “Fume, querida,” eu a
persuadi. Ela pegou o cachimbo na boca, acendendo o fundo e
esperando até que houvesse formado fumaça suficiente no bojo antes
de inalar o veneno nebuloso, inclinando a cabeça para trás antes de
soprar para fora. Sentei-me e observei enquanto ela fumava. Cada vez
que ela inspirava, seus olhos ficavam mais intensos. Estava chapada
na décima dose e eu tirei o tubo dela. “Ei!” ela disse brincando. Meu
plano tinha funcionado; vadias como ela eram muito fáceis. Seus olhos
se contraíram, sua pele estremeceu devido à sua percepção imediata.
Sorri, colocando o cachimbo na bancada do banheiro. “Como você se
sente?” Perguntei, pegando o cachimbo e esmagando-o ao meio para
que se quebrasse. “Sinto-me bem... desperta. Preciso curtir...” Ela riu
histericamente. Como ela podia ser tão burra? Subestimar-me era o
maior e último erro que cometeria. Depois de preparar a heroína, tirei
uma das seringas do armário do banheiro e suguei o líquido. Voltando
para a banheira, fiz um gesto para o braço dela. Ela estendeu, bem
dócil. “Eu sabia que você entenderia, Hella,” disse, com os olhos
fechados enquanto eu injetava a heroína em seu sangue. Precisava
dela acordada e consciente, mas sedada, daí o coquetel de drogas.
Uma vez que cada gota tinha sido injetada, voltei para o balcão da
cozinha e esperei, preparando o que eu precisava para minhas
próximas atividades. Quando ela ficou em silêncio, voltei para a
The Devils Own #2 Amo Jones

banheira, seus olhos estavam voltados para o teto e sua cabeça


inclinada para trás contra a banheira. Coloquei minha mão ao redor
de suas bochechas e empurrei a tigela do cachimbo para dentro de sua
boca. Seus olhos não se moveram, embora seu corpo estivesse tenso.
Fechei a boca dela e peguei a agulha que eu tinha enfiado. Balancei a
agulha diante dos seus olhos, e ela começou a se mexer, com a cabeça
balançando em movimentos lentos e distantes enquanto eu abaixava
a agulha até o canto dos lábios. Pressionando grosseiramente, o estalo
de sua pele se partiu enquanto eu enfiava a agulha e o primeiro filete
de sangue escorreu por seu queixo e um gemido saiu de sua boca.
Parei, largando a agulha e saí para a sala de estar. Avistando uma
velha caixa de som, peguei-a e voltei ao banheiro, ligando em uma
estação de rock. “Killpop”, do Slipknot encheu o silêncio vazio. Estiquei
o pescoço e revirei os ombros antes de voltar para a banheira. Corri
meus olhos pelo corpo de Genna, seus dedos tremendo de medo com o
que estava por vir e o fato de que ela não podia fazer nada. Eu sorri,
ajoelhando-me e pegando a agulha para continuar a tarefa.
Continuando a costura em sua boca, cada vez que apunhalava a
agulha em seus lábios macios, o mesmo estalo vibrava contra meus
dedos. O suor escorria pela minha testa, e toda vez que o sangue corria
por seus lábios, isso me lembrava do sangue inocente de uma virgem,
e meu pau endureceu em minhas calças com esse pensamento. Depois
que eu formei o nó acabado, suas lágrimas escorreram por suas
bochechas com o sangue que estava manchado sobre sua boca entre
o fio. Afastei-me da banheira e voltei para o balcão, pegando a tesoura.
E cortei seu vestidinho no meio até que ele saiu de seu corpo. Olhando
a pele e os ossos à minha frente, meus lábios se apertaram. “Sorte que
você é muito magra ou eu te foderia antes de te matar...”

O choro dela estava vindo em ondas silenciosas e eu ri. “Ainda


nem comecei”, ela congelou, com os olhos arregalados pelo sangue. Eu
peguei uma das facas do balcão e olhei para ela fixamente. “Há algo
nas facas...” Sentei-me ao lado da banheira e pressionei a ponta da
mesma logo abaixo do esterno dela. Pressionando mais ou menos,
The Devils Own #2 Amo Jones

tracei a ponta afiada até o meio do abdômen, sobre o umbigo, até


atingir a parte superior do osso pélvico. A linha fina permaneceu sem
alterações até que a ferida se separou e o tecido branco sob sua pele
foi substituído por milhares de manchas de sangue que preenchiam
sua boceta. Um grito estridente escapou de sua garganta e eu sorri,
olhando para o corte. Era decente - para uma faca de cozinha, de
qualquer forma. Tirei meu moletom e o coloquei em cima do vaso
sanitário antes de pegar as facas de manteiga que encontrei. Voltei
para a banheira e peguei a faca afiada novamente, esfaqueando sete
buracos no interior do corte, movendo-me ao redor do sangue que
estava derramando dela. Sua pele era branca, seus olhos estavam
fechados à deriva, e eu sabia que meu tempo era limitado - mas eu
precisava que ela sentisse tudo. Acelerando, coloquei cada uma das
facas de manteiga em cada incisão que fiz na ferida, esticando o corte,
exibindo seu estômago e órgãos internos. Sangue. Sangue estava por
toda parte. O pulsar do estômago provou que ela ainda estava
viva. Prossegui, pegando o fluído do isqueiro e o Zippo. Seus olhos se
abriam a cada dois segundos, seus ombros se soltavam na derrota.
Eu derramei o líquido de isqueiro sobre seus órgãos antes de abrir o
Zippo, seu Zippo, e atirei o fluido no estômago dela. Observei como as
chamas cresciam e até que o ar se enchesse de fluido corporal
queimado e seus conteúdos. O cheiro era repugnante e ficaria grudado
em minha pele bem depois que eu saísse, mas não conseguia me
mexer. Não conseguia tirar meus olhos da luz ardente que estava à
minha frente. Uma vez que o cheiro de carne queimada dominou o
cheiro de órgãos internos em chamas, eu virei a torneira do chuveiro
até que as chamas se apagassem. Seus olhos sem vida miraram em
mim, já se estabelecendo nos mármores negros da morte. Afastei-me,
peguei meu moletom e deixei o banheiro. Caminhei até a janela que
havia na sala de estar e subi pela escada de incêndio antes de retirar
minhas luvas e descer os degraus de metal. Jesus, que porra é essa
de facas?
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

No dia seguinte, pulo da cama e entro na cozinha, colocando


água para ferver quando Beast entra com toda a sua grande glória
monstruosa. Ele é aterrorizante para qualquer um que não seja
Meadow.

“Ei”, murmuro, olhando por cima do ombro e esperando que


Meadow venha atrás dele.

“Ela está dormindo”, diz ele, respondendo à minha pergunta


silenciosa. Eu me viro, pegando uma caneca do armário. E abro o
café. “Qual é a sua história?” Ele pergunta, inclinando a cabeça.

Sacudo a cabeça, colocando duas colheres de café na minha


caneca. Temo que este será um dia longo. “O que você quer
dizer?” Derramo a água quente na caneca e levanto-a ao nariz,
inalando o aroma amargo da minha sanidade.

“Digo,” ele continua caminhando em minha direção e apoiando-


se no balcão da cozinha, “eu conheço uma bagunça quando vejo
uma. O que você está escondendo?”

Tomando um gole do meu café, meus olhos se estreitam antes


de colocá-lo de volta no balcão. “Você estava certo sobre Meadow,
mas não sobre mim.” Sorrio para ele antes de desviar os olhos do seu
olhar penetrante e sombrio. O homem poderia afugentar qualquer
um com esses olhos. Eles podem ver através de qualquer mentira e
isso não me favorece.

“Continue dizendo isso a si mesma. Dizem que os


despretensiosos são os que mais têm a esconder. Apenas mantenha
Meadow longe de suas merdas.” Então ele sai pela porta e meu dedo
vira atrás das costas dele. Ele não estava errado; tenho meus
esqueletos no armário, mas, ao contrário de Meadow, fiz amizade com
eles.
The Devils Own #2 Amo Jones

Depois que Meadow acordou, decidimos ser um pouco


travessas e ir com quadriciclo, que vi na garagem, para o clube. São
cerca de vinte minutos a pé, e não tenho como andar com a roupa
que estou usando - um vestido tomara que caia, que abraça
perfeitamente minhas curvas. Hella e eu batemos muito com a
cabeça, e depois dos avisos calorosos de Beast esta manhã, preciso
me soltar um pouco mais e me sentir bonita. Eu não queria estar
aqui, isso foi ideia do Hella e da Meadow. Tudo é tão intenso e meus
nervos tremem com o medo de que qualquer coisa do meu passado
venha à tona. Estou cansada de me sentir assim. Sentimentos ou te
matam ou te fodem, e eu prefiro o último.

“Estou realmente animada!” Bato palmas de alegria.

Meadow empurra a chave na ignição. “Não fique muito


animada, eu posso nos matar.”

Sorrio, balançando minha perna por trás e empurrando meu


corpo contra o dela. Ela liga o motor, como espero que Phoebe a
tenha ensinado a fazer, antes de avançarmos, com terra e cascalho
levantando atrás de nós. Sorrio novamente, balançando a cabeça
para trás e observando a casinha branca em que estamos
hospedadas começando a desaparecer.

Paramos em frente à sede do clube e, com sorte, há uma


multidão do lado de fora do Devil em pé ao redor de suas motos, além
de alguns que saem da sede do clube. Quando Meadow desliga o
motor, afasto minha perna e puxo meu lábio na boca, tentando
esconder meu sorriso. Beast se aproxima, com a veia em seu pescoço
grosso pulsando de frustração. Saio dali, puxando minha saia para
baixo antes de notar Hella andando atrás de Beast, com um olhar
selvagem em seus olhos. Reviro os olhos e caminho em direção à sede
do clube. Embora meu vestido aumente meus seios um pouco, não é
revelador o suficiente para que eu receie um deslize. É apertado e se
apega às minhas coxas, mas empina meus seios o suficiente para ver
The Devils Own #2 Amo Jones

as leves curvas do meu peito. Também optei por um tênis - sabe, por
conforto.

Passo diretamente por Hella, e sua cabeça segue meu corpo


enquanto entro no clube e vou para o bar. Deslizando no banco do
bar, eu sorrio para o Velho (é assim que eles o chamam aqui, nem sei
seu nome verdadeiro) ao chegar, “Algo forte, por favor.” Eu sorrio
inocentemente.

Ele ri. “Ninguém se engana com esse bonito rosto, querida”, diz
ele com uma piscadela. “Uísque com gelo, chegando.”

“Ohhh, uísque?” Eu o provoco, balançando as sobrancelhas.


“Você está tentando me embebedar, Velho?” O flerte inocente nunca
machucou ninguém, exceto a mim - uma única vez.

As sobrancelhas dele se erguem. Ele balança a cabeça, com sua


mão velha subindo, indicando os dedos em direção à porta por cima
do meu ombro. “Não, mas eu temo que você possa precisar.” Meadow
e outra garota entram pela porta. Ela tem longos cabelos negros,
tatuagens nos braços e pele morena beijada pelo sol. Seu corpo
tonificado esclarece com que frequência ela visita a academia, e seus
profundos olhos verdes brilham com travessuras.

Ótimo, isso será divertido.


The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Encostamos no Redmoon, nosso clube de strip, e eu fico um


pouco mais para trás, retirando meu capacete. Beast faz uma pausa,
voltando a caminhar na minha direção. “Tudo bem, irmão? Você tem
andado um pouco estranho ultimamente. Por acaso, o motivo é uma
loira?”

Eu zombo. “Não, não tem nada a ver com ela.” Mentira. “Mas
preciso falar com você sobre algo, algo que não faz sentido, porra.”

Beast assente. “Ok, o que é?” Tiro minha perna da moto e


coloco meu boné. Pego minha carteira do bolso, abro e a entrego a
ele. Ele olha para a foto e depois para mim. “Que porra é essa? Isso
parece...”

“Sim, eu sei.” Pego a carteira de volta e enfio no bolso.

“Como você conseguiu isso?”

Partimos em direção às grandes portas negras do Redmoon.


Investimos muito dinheiro nesse estabelecimento, e estamos muito
contentes por termos feito isso, porque traz dinheiro suficiente para
manter o clube em funcionamento. Nossas garotas são todas da mais
alta qualidade. Há cerca de doze garotas e elas dirigem seu próprio
negócio. Shelby, a antiga puta do Beast, e a puta chefe daqui, por
The Devils Own #2 Amo Jones

exemplo, mantém as meninas na linha e garante que tudo seja como


deveria ser. Não gosto muito dela - não sei por que, mas não gosto.

Nós empurramos as portas, a luz do dia no meio da tarde


atravessando e iluminando o interior escuro, que é pouco iluminado
com luzes neon que se alinham ao redor do ambiente. “Conheci um
homem uma vez.”

“Bem, com certeza uma coisa é certa”, Beast murmura


enquanto avançamos para as escadas que levam aos quartos
privados. “Você precisa perder qualquer coisa que tenha com Melissa.
Não podemos lidar com esse tipo de drama agora, e você não pensa
direito quando ela está por perto, irmão. Fica muito distraído porque
está muito ocupado mijando em cima dela.”

Eu paro e levanto minha sobrancelha. “Primeiro de tudo, foda-


se, eu não dou a mínima para o que ela faz. Ela é amiga de
Meadow. Achei que você gostaria que ela estivesse segura. Segundo,
não estou distraído, posso foder mil cadelas e ainda estar pronto para
minha glock quando necessário.”

Estamos subindo a escada quando Frost chega ao topo,


olhando para nós atormentado. “Hella, Layla está tendo outro surto.”

Foda-se.

Subo as escadas e empurro Frost para fora do caminho. Layla


está encolhida no canto do quarto, com os joelhos dobrados e o corpo
balançando silenciosamente. Seus cabelos escuros caem sobre
os ombros, esparramados por todo lado, e seus olhos estão
manchados de preto, com sua maquiagem escorrendo pelo rosto. Eu
ando em direção a ela, com passos cuidadosos. “Layla? Querida, sou
eu.” Ela fica imóvel, sua cabeça que estava enrolada ao chão
levantando lentamente, e quando seus olhos se encontram com os
meus, ela levanta-se do chão e envolve seu pequeno corpo de um
metro e meio ao redor do meu. Eu a pego com uma mão até que suas
pernas estejam enroladas em minha cintura e seus braços se
The Devils Own #2 Amo Jones

prendem ao meu pescoço. Levanto minha cabeça para Beast, que


está nos observando com olhos atentos. Todos neste quarto
conhecem meu acordo com Layla. Eu a fodo regularmente, sim, mas
ela não é uma puta do clube. Ela trabalha na Redmoon porque seu
traseiro teimoso não me escuta. Além das coisas no quarto, não há
mais nada entre mim e ela. Ela é como uma irmãzinha irritante – só
que a fodia regularmente. Neste mundo de merda, eu me importo com
pouca coisa, mas quando vi Layla pela primeira vez, eu a coloquei
sob minha asa instantaneamente. Ela precisa ser salva, mas eu não
posso e não quero ser esse homem para ela. Nem sequer posso me
salvar, quanto mais a outra pessoa.

“Brax, eu perdi o controle.”

“Sim, eu sei, querida”, eu a acalmo antes de a colocar de pé.


Layla e sua irmã Asha trabalham aqui desde os dezesseis anos,
depois que Shelby as encontrou debaixo de uma parada de ônibus
com suas malas, desabrigadas. Elas trabalhavam como garçonetes
no bar até terem idade suficiente para um upgrade. Ela tem ataques
de pânico de vez em quando. Seus pais foram mortos junto com sua
irmãzinha, que na época tinha cinco anos. Houve um incêndio em
sua casa, tudo ardeu em chamas, embora ainda não saibamos por
que isso aconteceu, mas não é da nossa conta. A menos que Layla
ou Asha se tornem Old Ladies de um dos irmãos, elas não são
assunto do Devil, e por mais que Layla seja uma das fodas mais
loucas que eu já experimentei - a vadia é igual a mim - eu não tenho
nenhum interesse nela além disso. Seus ataques de pânico consistem
em ela pensar que o lugar em que se encontra está cheio de fumaça
tão espessa que ela não consegue respirar. Só testemunhei isso uma
vez, fora hoje, e consegui acalmá-la antes de foder com ela.
Funcionou, e é por isso que Frost achou melhor me chamar.

“Você vai ficar bem agora? Ou precisa de um pau para ajudá-


la?” Sorrio para ela.

Ela me empurra brincando. “Vou ficar bem, pervertido.”


The Devils Own #2 Amo Jones

“Tem certeza?” Ripper se levanta na frente dela, empurrando a


cabeça. “Digo, estou pronto para uma foda louca.”

Viro meus olhos e sorrio. “Acalme-se, jovem. Ela pode ser


pequena, mas vai derrubar seu traseiro. Acho que você não tem o
equipamento certo para lidar com ela.”

Ele sorri para ela. “Quer apostar?”

Layla levanta a sobrancelha, com a mão voando até o peito dele,


enquanto ele se dirige a ela e dou um passo atrás, abafando uma
risada. “Não, cara, não. Desculpe, você não é meu tipo.”

Sua mão sobe até o peito fingindo estar magoado. “Oh, estou
ferido, baby. O que isso significa? Eu sou o tipo de todo mundo.”

“Não o meu”, ela diz, esfregando as lágrimas secas debaixo dos


olhos. “Desculpe, essa coisa toda de garoto da porta ao lado, não
serve para mim. Você me lembra meu ex-namorado do colégio. Ele
era um linebacker convencido.” Ela o examina novamente. Ripper
sorri, com os olhos escurecendo e sua postura mudando. Sua
expressão se torna instável. E ela passa os dedos por cima do seu
rosto. “Com exceção desse sorriso e desses olhos que, de certa forma,
me assustam. Quantos anos você tem?”

Ripper ri. “Velho o suficiente.”

Rolando meus olhos, eu ando em direção à Beast para ver se


eles carregaram a van com as armas que precisávamos pegar.

Shelby entra no quarto, com seu traje impecável e seu cabelo


loiro caindo ao redor da mandíbula. Seus olhos se desviam para Layla
e depois para Ripper. “O que está acontecendo?”

“Nada, estou bem agora”, tranquiliza Shelby.

“Ótimo, temos uma casa cheia hoje à noite e preciso de todas


as garotas.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Algo especial?” Eu pergunto, olhando para ela.

Seus olhos desviam do meu antes que ela balance a cabeça.


“Não, só casa cheia. Como você sabe, os Blood Razors estão vindo
esta noite, então sem dúvida eles terão fome.” Meus olhos ousam
olhar para Layla, sacudindo minha cabeça. Não me importo com
quem ela fode, mas ainda assim, é fodido escutar isso. A garota é
como uma daquelas perfeitas bonecas de porcelana que enfeitam sua
estante, só que por baixo ela tem rachaduras; está quebrada.

Levo minha mão ao ombro de Beast. “Vamos lá, irmão, antes


que eu roube uma das garotas de Shelby.”

Ele olha para mim quando começamos a sair. “Isso pode não
ser uma má ideia. Tirar a Melissa um pouco da sua cabeça, pode ser
o que você precisa.”

O filho da puta está certo. Quando estávamos no Exército,


fazíamos tudo juntos. Eu fui um recruta. Mas Beast nasceu lá, e foi
criado apenas para seus propósitos, mas fomos irmãos desde o
primeiro dia e, odeio dizer, mas ele sempre está certo. É por isso que
ele é o presidente internacional. É por isso que ele é temido, porque
não apenas é firme em seu comportamento, mas também é
intelectualmente inteligente.

MELISSA

“Por que você está me agradecendo?” Meadow pergunta a Jada.


Eu espeto os cubos de gelo em meu copo com meu canudo enquanto
elas continuam conversando, para se conhecerem melhor. Acontece
que a beleza tatuada é como uma irmã para Beast e Hella, o que é
estranho, já que não consigo imaginar Hella tendo um lado gentil com
ninguém, muito menos uma garota. Tenho vontade de me apunhalar
The Devils Own #2 Amo Jones

nos olhos com o canudo quando o ciúme começa a ferver dentro de


mim.

“Por se importar tanto com Beast”, responde Jada.

Eu pego minha bebida, derrubando o resto. A conversa delas se


esvanece de tempos em tempos, quando meus próprios pensamentos
começam a nadar na minha cabeça. Não pensei que fosse possível
para mim detestar tanto alguém quanto detesto Hella. Eu gostaria de
poder dizer que não sei por que, mas estaria me iludindo. Posso citar
cinco razões diferentes.

Um, seu sorriso arrogante.

Dois, o seu andar idiota.

Três, ele é um idiota.

Quatro, ele é um boceta.

E cinco? Ele tem o maior pau que eu já vi, e além do mais é


perfurado. Esta é uma razão muito boa para eu detestá-lo, porque é
exatamente por isso que eu não o detesto. Libero meus pensamentos
sobre Hella, quando percebo que não estou fazendo sentido, antes de
deslizar meu copo para o Velho. “Outro, por favor.” Peço com mais
um inocente sorriso. Ele pisca o olho, para mim. “Claro, linda garota.”

Ao menos ele me acha bonita. Talvez eu deva levá-lo para casa


esta noite, porque ninguém mais vai me tocar aqui, muito menos
olhar para mim. Longe demais, Melissa.

Pego minha bebida exatamente quando Jada responde a uma


pergunta que Meadow fez. “Vem naturalmente. Não por escolha,
confie em mim. Esses homens me dão pesadelos, mas eu me
preocupo com os dois.”

“Então, eu tenho que perguntar”, começa Meadow, olhando


para mim em busca de apoio. Eu me encolho, trazendo minha bebida
aos lábios antes que ela continue. “Você já dormiu com algum deles?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Jada ri casualmente, como se ela estivesse simplesmente


esperando por tal pergunta. “Entendo que você queira saber disso, e
admiro que não esteja fazendo rodeios. Com Beast, não, não dormi
dessa maneira.” Ela faz uma pausa. Meu corpo tem uma sensação
estranha quando eu sinto os olhos dela nos meus. Cara de pôquer,
Melissa. E ela fala atrás de um risinho: “Hella? Sim. Todas com um
par de mamas decentes estiveram debaixo dele.”

Meu corpo endurece novamente e Meadow estremece, sentindo


meu súbito desconforto. Já a sua cara de pôquer é uma droga.

“Algo sério?” Meadow pergunta casualmente.

Jada se dobra sobre o balcão e ao redor de Meadow para olhar


diretamente para mim. “Não, nada sério, a primeira vez foi um grande
erro e aconteceu quando éramos jovens. A segunda vez foi há alguns
anos, uma jogada fraca de ambos os lados. Confie em mim, nós dois
rimos depois disso. Ele foi meu primeiro, só isso. Ele é como um
irmão para mim agora.”

Nota pessoal: A cara de Meadow de pôquer é uma droga.

Eu sorrio, e meus olhos se movimentam em volta da sala.


“Ok...” Quando Jada revira os olhos, eu sei que ela não comprou
minha evasiva. Elas começam a falar sobre o Exército e eu me arrisco
a sair, olhando para minha tarefa em mãos: ficar bêbada.

“Beast lhe disse qual era minha especialidade no Exército?”


Pergunta Jada.

“O poder da persuasão e sedução.” Meadow acena com a


cabeça.

Acho que eu estava mais segura em Westbeach, ao menos


conhecia os lobos de quem eu estava fugindo.

Jada sorri. “Sim. Então, não, eu vou ficar bem. Tenho muita
experiência de luta e não sou muito mal com uma Katana.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Essa é sua arma?” Meadow pergunta.

Jada balança a cabeça. “Sim, é. Um dos primeiros


comandantes, Nines, me treinou. Beast lhe falou sobre eles?”

“Shots!” Eu grito para o Velho. Ainda bem que eu não sou um


peso leve ou já estaria completamente bêbada. Isso provavelmente
vem do meu pai me deixando beber quando eu tinha doze anos. Ele
me ensinou a jogar pôquer logo que consegui pegar um baralho de
cartas, provavelmente esperando que eu recebesse seu gene no jogo.
Não, nada de jogo aqui; apenas o gene do álcool aparentemente. Meu
pai sempre jogou. Era o seu negócio. Minha família nem sempre foi
um lar desfeito. Ele já foi um bom homem, cuidava de sua família e
trabalhava duro quando eu e minha irmã éramos crianças. As
apostas dele começaram na noite de sexta-feira à noite com seus
amigos. Mas quando ele perdeu o emprego na madeireira local, tudo
foi por água abaixo, ou seja, no meu décimo segundo aniversário. Ele
nunca mais foi o mesmo depois disso. Suas apostas aumentaram
devido ao estresse de tentar sustentar sua família. Junto com isso,
veio a bebida e só foi piorando. Ele passou das cervejas para o uísque
da noite para o dia. Eu basicamente perdi meu pai no meu décimo
segundo aniversário, porque ele ficou um homem completamente
diferente depois disso. Foi difícil para minha mãe ver seu namorado
do colégio, com quem ela tinha construído uma família,
desperdiçando sua vida por algo que eles poderiam ter consertado
juntos, mas meu pai era fraco. Ele não era forte como minha mãe.

“Melissa, devagar.” Meadow dá uma palmadinha no meu joelho,


referindo-se à bebida na minha mão.

Eu arregalo meus olhos para ela. “Não me julgue.”

Ela arregala os olhos para mim antes de olhar para Jada, que
tinha começado a explicar sobre os comandantes do Exército. “Havia
nove. Eles se chamavam Os Nove Primeiros Comandantes porque
estavam lá desde o início, preparando esta farsa. Cada comandante
The Devils Own #2 Amo Jones

tinha uma arma de escolha e eles nos revezavam por um período


experimental para ver qual era o nosso ponto forte. Funcionou
porque, embora todos nós tivéssemos nossa arma escolhida, ainda
éramos todos treinados em outras.”

“Jesus”, sussurra Meadow. “Sinto muito. Você esteve lá por


tanto tempo quanto Beast?”

Ela balança a cabeça. “Sim, eu estive. Quero dizer, eu entrei


quando tinha três anos, então Beast já tinha oito. Meus pais foram
assassinados na cama, comigo deitada no meio deles. Minha mãe era
a princesa da Yakuza que fugiu dos negócios da família para viver
uma vida na América com seu marido americano - meu pai.
Receberam ordens para matar todos nós, mas por alguma razão, o
Exército me acolheu em vez disso. Até hoje, ainda não sei se a família
de minha mãe sabe.”

“Maldito inferno”, eu lamento. “Desculpem, não quero faltar


com o respeito, mas todos vocês são meio confusos, não é?” Isso foi
uma coisa muito chata de se dizer. Estou abusando do fato de que
Meadow não sabe nada sobre meu fodido passado.

“Melissa!” Meadow me repreende.

“Oh, o quê? Eu não quis dizer isso de uma forma ruim.


Obviamente, fez de você quem você é hoje. Eu só quis dizer que todos
vocês têm algo em comum. Até mesmo com Meadow.”

“Melissa...” Meadow me alerta.

Sinto-me uma merda instantaneamente quando levanto a


questão. Internamente, eu começo a culpar o álcool.

Jada faz ‘tsk’ antes de ficar de pé. “Então, é melhor eu ir


embora. Tenho que ir buscar meu filho na escola. Mas talvez eu as
veja mais tarde?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Pisco, sorrindo educadamente para ela. Sei que não tenho


falado muito, mas hoje tenho me sentido um pouco desligada.

“Você tem um filho?” Meadow pergunta enquanto Jada coloca


sua jaqueta de couro. Ela tem um corpo incrível, para quem teve um
filho. Acho que eu usaria qualquer desculpa que pudesse para comer
uma quantidade ridícula de comida, e ficaria enorme.

“Sim. Seu nome é Garret e ele é um doce menino.” Ela sorri.

“Quantos anos ele tem?” Meadow pergunta e eu sei exatamente


onde ela está indo com isso.

“Ele tem seis anos. Talvez você o encontre hoje à noite. Nós
moramos no lado norte.”

Sim, definitivamente o filho era de Hella. Merda.

“Você mora na propriedade, também?” Meadow pergunta com


excitação.

Ela acena com a cabeça, arrancando o cabelo comprido de trás


do casaco. “Sim, tentei argumentar sobre a mudança, mas Hella e
Beast não querem ouvir nada sobre isso. Não vejo nenhum problema,
porém; desta forma, sei que meu filho está seguro. Todas as pessoas
que se preocupam com ele estão neste clube. Até que tudo com o
Exército e a Yakuza terminem, nós ficaremos aqui.”

Eu fico em um silêncio desconfortável pela centésima vez desde


que cheguei aqui. Uma vez que nos despedimos de Jada, Meadow
volta sua atenção para mim. “Ela é simpática, não é?”

“Sim”, eu respondo, limpando minha garganta. “Ela é


simpática. Desculpe, eu não estava com disposição para falar muito.
Estou me sentindo um pouco fora.”

Ela tira minha bebida e a substitui por sua garrafa de água.


“Beba água ao invés disso. Talvez você se sinta melhor.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Sim, acho que não é essa a questão aqui.


The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Entramos na sede do clube, assim que Jada está saindo com


Meadow e Melissa seguindo não muito atrás. Melissa para na porta,
encostada ao batente. Jada caminha até mim e me puxa para um
abraço.

Eu aceno com a cabeça. “Como está meu garoto?”

Ela sorri, puxando seu cabelo negro e sedoso atrás da orelha.


“Ele está bem, planejava ficar na casa do seu amigo no próximo fim
de semana”, diz ela, me observando atentamente.

“Esse é o meu fim de semana”, digo, com as sobrancelhas


balançando.

“Eu sei, mas ele precisa sair, Hella. Isto...”, ela acena com as
mãos para ilustrar seu ponto de vista, “...e também precisa de uma
maldita pausa, Brent é um bom garoto, vem de um bom lar, então
ele estará seguro.”

“Este é o meu final de semana, Jada. Fale comigo antes de fazer


planos para ele no meu fim de semana. Eu vou levá-lo lá para ver
como é a casa.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Brax”, ela suspira, colocando sua mão no meu braço. “O pai de


Brent é advogado e a mãe dele é veterinária. Você não pode chegar lá
em sua moto grande e barulhenta, você vai aterrorizá-los e ao bairro
deles, e eventualmente deixar Garret sem amigos. Eu vou levá-lo.”

Ela tem razão.

“Eu não gosto disso, Jada.”

Ela suspira novamente. “Eu sei, eu sei, mas nosso garoto


precisa de amigos e de uma vida fora deste clube.”

“Não, ele não precisa.”

Ela revira os olhos e eu me inclino, beijando-a levemente na


bochecha, cortando a conversa. Ela sabe que a discussão acabou,
então continua seu caminho em direção ao carro. Quando meus
olhos se viram até onde Melissa estava, eu a vejo se afastando e
andando de volta para o clube.

“Foda-se”, murmuro baixinho. Eu me viro quando Jada está


prestes a entrar no carro dela. “Você contou à Melissa sobre o
Garret?”

Jada faz uma pausa, um pé dentro e outro fora. “Sim, e ela sabe
de nossa história. Não fez nenhuma pergunta, no entanto.”

Isso significa que ela não sabe se Garret é meu ou não. Também
não importa, porra. Se eu ter um filho incomodar qualquer mulher,
ela não tem lugar no meu pau. Garret pode não ser meu de sangue,
mas eu reivindiquei o merdinha no momento em que Jada o deu à
luz na sede do clube. Num piscar de olhos, ela passou de ‘Acho que
estou tendo contrações de Braxton Hicks’ para ‘Preciso empurrar’. Eu
tinha acabado de pesquisar no Google o que significava a porra de
‘Braxton Hicks’ quando ela começou a empurrar. É claro que eu
compartilharia o nome da coisa que causa dor excruciante às
mulheres. Sorri para mim mesmo com a lembrança. Foi incrível.
Todos os irmãos estavam lá, mas Beast e eu os expulsamos antes
The Devils Own #2 Amo Jones

que começasse a ficar gráfico. Tínhamos o 911 ao telefone nos


dizendo o que fazer até a ambulância chegar. Poderia ter matado o
Checker, o doador de esperma. O filho da puta tem sorte de estar na
Austrália, aquele inútil bastardo. Então, novamente, estou feliz por
ele ser um merda de um pai. Garret é a melhor coisa que já me
aconteceu e eu sem dúvida mataria Checker se ele viesse ao meu
território; irmão ou não, esse garoto vem primeiro.

MELISSA

Quando você derrama álcool sobre um corte aberto, ele o limpa,


esterilizando a ferida. Ele faz a mesma coisa quando você o bebe:
limpa por dentro, ou pelo menos durante o tempo em que você estiver
bebendo. Por que eu não estou mais bêbada? Preciso de mais
esterilização. Meu telefone vibra no bolso e eu o puxo para fora, me
levantando no banco do bar e indo para fora, onde não há
motoqueiros rindo ou com um rock tocando alto. Eu continuo
pensando no que testemunhei algumas horas antes entre Hella e
Jada, e chego à conclusão de que não tenho direito de ter uma
opinião sobre isso. Não sei o suficiente sobre a realidade deles. De
qualquer forma, que diabos me interessa? Hella e eu nos odiamos.
Se um homem tem um filho, isso não me incomoda; já dormi com
homens que têm filhos - dois é meu limite, e eles têm que estarem
separados. Agora estou começando a parecer uma prostituta com
preferências. Já cheguei ao meu veredicto: foi apenas um choque
inicial. Só vi Hella sob uma luz. É difícil imaginar a imagem que Jada
desenhou para nós de Hella, e novamente, não é da minha conta.
Uma vez que bato no cascalho do lado de fora, deslizo meu telefone
para destravar.

“Alô?” Eu atendo, bloqueando meu outro ouvido com meu dedo.

“Melissa?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Millie? “Oi!” Caminho em direção ao velho carvalho que fica no


canto do estacionamento. “Está tudo bem?” Silêncio. “Millie?” Eu
insisto com ela.

Ela limpa a garganta. “Sim, desculpe. Estou bem. Como você


está?”

Isto é estranho. Não tenho notícias da minha irmã há anos. Só


posso imaginar que minha mãe mandou ela me ligar.

“Estou bem. Por que está me ligando, Millie?” Pergunto,


sentando na grama ao lado do tronco da árvore.

“Eu...eu...eu não deveria ter ligado. Sinto muito, Melissa.


Desculpe por tudo.”

Então a linha é interrompida. Afasto meu telefone do ouvido e


fico olhando para a tela iluminada onde há uma fotografia de Phoebe
e eu após um show do Twisted Transistor, completamente bêbadas
vendo seu homem, ao estilo VIP da primeira fila, em um show
completamente esgotado no Madison Square.

“Que porra foi essa?” Sussurro, sacudindo minha cabeça.

“Chamada inesperada?” Diz uma voz, e eu olho para cima para


encontrar Nyx caminhando na minha direção com as mãos enfiadas
em seus bolsos.

Meu corpo relaxa instantaneamente porque não é Hella. Mas


então por que Hella estaria aqui falando comigo? Ele me daria de
comer aos lobos, se quisesse. Então eu voltaria conduzindo a matilha
e o rasgaria de orelha a orelha.

Sorrio perversamente e Nyx limpa sua garganta, tirando-me do


meu devaneio psicótico. “Desculpe, o quê?” Eu pergunto,
empurrando meu telefone no bolso.

Ele ri, sentando-se ao meu lado e ajoelhando-se. “Eu disse, um


telefonema inesperado?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Encolho os ombros. “Você poderia dizer isso.” Ao olhar para ele,


dou uma boa olhada em Nyx pela primeira vez. Quero dizer, qualquer
um poderia dizer que ele é lindo, mas até onde eu posso dizer, ele é
um dos bons. Seu cabelo é escuro e seus suaves olhos castanhos são
moldados por cílios grossos. Era por ele que eu deveria me sentir
atraída, mas infelizmente, a pequena Lissa gosta de psicopatas. Sim,
eu dei nome à minha vagina, logo após ter deixado a faculdade. Se
os homens podem, por que as mulheres não? Ele continua me
observando, esperando que eu continue. Continuo revirando os
olhos. “Minha irmã idiota.”

Ele ri, inclinando-se para trás em um cotovelo. “Ah, estou


vendo. Mais velha ou mais nova?”

“Mais nova, imagina? A cadela é louca. Ela é freira em uma


igreja católica local em Detroit, tem sido uma ‘boa garota católica’
desde que eu me lembro. De qualquer forma, não tenho notícias dela
há cerca de sete anos, por isso estou confusa com sua chamada.” Eu
paro quando percebo que estou divagando. “Desculpe aborrecer o
grande motoqueiro mau com a história da minha vida.”

Ele sorri. “Não sou assim tão mau, e a história de sua vida não
parece tão chata.”

Eu sorrio. “Você não tem a menor ideia.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Nyx e eu estamos deitados de costas, observando as estrelas


brilhantes do céu quando ele inclina a cabeça e ela se conecta
suavemente com a minha. “Então seu pai desapareceu quando você
era pequena, sua mãe sobreviveu ao câncer e sua irmã é freira? Sua
história de vida está longe de ser chata. O que você achou da
faculdade? Gostaria de ter ido. Ao invés disso, acabei do outro lado
da lei.”

Minhas bochechas doem por todo o sorriso que dei desde que
Nyx surgiu e sentou-se comigo. O sol está começando a se pôr,
mostrando vestígios de tons laranja e amarelo no céu. Ele é a
primeira pessoa que realmente passou um tempo comigo desde que
cheguei, incluindo Meadow, porque ela esteve muito ocupada com
Beast.

No entanto, essa pergunta faz meu sorriso cair um pouco, pois


ressurge memórias antigas.

“Hum.” Sento-me, puxando minhas pernas e passando meu


cabelo para o lado. “Acho que teria gostado um pouco mais se eu
escolhesse uma faculdade melhor.”

Ele se levanta, com seu rosto se voltando para mim. “O que você
quer dizer?”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Digo...”

“...Melissa!” Meadow se aproxima de nós, olhando por cima do


ombro a cada dois segundos. “O que você está fazendo?” Ela
sussurra, olhando entre mim e Nyx.

“Só conversando”, asseguro, levantando-me e limpando a


sujeira das minhas pernas nuas.

Nyx se levanta, me puxando para um abraço. “Eu vou te pegar


outra hora, querida.”

“Sim, obrigada pela conversa”, respondo sinceramente. Ele


sorri antes de sair.

“Aham!” Meadow limpa a garganta e eu a ignoro, caminhando


em direção à sede.

“Melissa! Você fez alguma coisa?”

Eu paro, me virando para encará-la. “Você quer dizer se


eu transei com ele? Ah, claro porque a Melissa não consegue manter
as garras longe dos homens, certo?”

O rosto dela entristece e eu me sinto uma merda


imediatamente. Meadow não é uma vadia mesquinha. Ela tem boas
intenções em tudo. Caminhando em direção a ela, envolvo minhas
mãos em torno de seus braços e sorrio. “Sinto muito. Mas,
respondendo à sua pergunta, não, eu não dormi com ele, nem o
beijei, nem o toquei. Só conversamos e foi legal, Meadow.”

Ela exala aliviada. “Ok. Me desculpe, eu não deveria ter tirado


conclusões precipitadas. É que Beast disse que Hella tem...”

“...Foda-se Hella”, eu a corto.

“Você está certa, foda-se Hella”, Meadow concorda e nós duas


começamos a rir dessa ridícula conversa.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Foda-se Hella?” Uma risada profunda sai detrás de mim e meu


sorriso morre. Olho nos olhos de Meadow e ela lança um olhar por
cima do meu ombro antes de sorrir se desculpando. Hella continua
seu tormento. “Oh baby, tudo que você tinha que fazer era pedir”,
acrescenta, se aproximando. Fecho os olhos, apertando um pouco os
braços de Meadow. Quando os lábios dele, roçam levemente sobre
minha orelha, o calor de sua respiração envia calafrios por meu corpo
e meu cérebro entra em curto-circuito. “Mas eu não mergulho duas
vezes no mesmo lago, então obrigado, mas não, obrigado.” Sua mão
cai na minha bunda antes que ele vá em direção a sua estúpida
Harley vermelha que tem a palavra ‘Hellraiser’ estampada com uma
caveira sombreada. Solto um grunhido e Meadow ri levemente. “Oh
querida, vamos lá, venha. Jada está esperando.”

***

Estou bebendo minha margarita, com os olhos fixos nas


rachaduras da varanda de madeira de Jada enquanto ela caminha
carregando uma bandeja de queijos e bolachas.

“Pensamentos profundos?” Ela pergunta. E Meadow segue


atrás dela, sentando-se ao meu lado.

“Você poderia dizer isso”, respondo, e Meadow se remexe ao


meu lado desconfortavelmente. Eu sei com o que ela está
preocupada: se o filho de Jada, Garret, é de Hella ou não. Eu
realmente não me importo. Não é como se eu estivesse colocando
todas as minhas esperanças e sonhos nele, mas isso me
chocaria? Sim, me chocaria, mas também me mostraria que existe
um outro lado de Hella sob todas as besteiras machistas com as
quais ele fala por aí. Meus dedos se agarram firmemente ao redor do
meu copo e o riso de Meadow quebra meu devaneio. Suas mãos se
levantam e puxam meu copo para baixo lentamente.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Isso é um pouco demais. Talvez você devesse dar um tempo?”


Ela oferece.

Eu sorrio para Bethy, uma das senhoras que fica pelo clube,
enquanto ela caminha em direção ao seu assento. Inclino-me na
orelha de Meadow e sussurro: “Você está fazendo uma tempestade
por nada, e não é com isso que estou preocupada. O menino? Está
tudo bem. O que tenho a ver com isso?”

“Bem, então, o que está te incomodando?”

“Estou pensando na noite em que dormi com ele”, respondo, e


meus olhos flutuam sobre o ombro dela distraidamente enquanto
levo meu copo à boca para terminar minha bebida. “Estou pensando
que deveria ter montado seu pau com um facão contra sua garganta
até que o sangue gotejasse por baixo de sua pele.”

“Jesus, Melissa”, sussurra Meadow, com os olhos


esbugalhados.

“Agora estou excitada”, eu respondo sem rodeios.

Jada aparece carregando garrafas de vinho. “O que te excita?”

Meus olhos se alargam. E sorrio. “Nada, nada mesmo.”

“Então, onde está Garret?” Meadow pergunta, arrastando os


pés na cadeira. Eu reviro meus olhos internamente para ela.

“Ele só está tomando banho. Não há dúvidas de que logo estará


aqui, especialmente com toda essa comida. Mas depois disso, vou
dar-lhe um chute no traseiro para cima. Ele tem escola amanhã”,
acrescenta Jada. Sem dúvida, Jada é deslumbrante. Com seus
longos cabelos pretos e olhos verdes brilhantes, coloque tudo isso
num corpo bonito, tonificado, bronzeado, tatuado e você terá Jada.
Ela é no mínimo intimidadora, mas é uma garota legal, por isso não
posso deixar de me dar bem com ela. Descobrir sobre o que fazia
enquanto estava no Exército foi alarmante. Matar na arte da
The Devils Own #2 Amo Jones

sedução? Com uma espada Katana? Ela é má, e eu não tentarei


irritá-la tão cedo.

“Preciso te perguntar”, diz Meadow, colocando seu copo de volta


na mesa. Minhas palmas das mãos suam e prendo minha respiração.
Eu não quero saber se Garret é filho de Hella, mas eu me sinto muito
desconfortável com o fato de que todos nesta mesa pensam que eu
vou me importar. Não sou fútil nesse sentido. Eu não cortaria um
homem só porque ele tem um filho, mas se ele tem muitos filhos com
mulheres diferentes... Daí sim, eu teria um problema com isso.

Meadow, segue com sua pergunta. “Como é ter um filho nesta


vida?”

“Assim como uma grande família. Garret ama os caras. Ele tem
doze tios durões que andam de moto e carregam armas.” Ela revira
os olhos, colocando algumas uvas na boca.

Meadow sorri, balançando a cabeça. “Percebo que você disse


doze, não onze?”

E, lá está ela.

“Hella é o pai de Garret. Não de sangue, mas por escolha. Ele o


reivindicou desde seu nascimento e assumiu esse papel.”

“Então, ele não é o pai dele?” Meadow esclarece, e eu quero


derreter na minha cadeira. A garota pode ser implacável.

“Não, ele não é.” Ela sorri, tomando um gole de sua bebida.
“Mas ele é a coisa mais próxima que Garret tem de um pai. Ele o ama
como um filho e Garret o ama como um pai. Eles se adoram, e Hella
é muito ativo na vida de Garret. Inclusive, ele o pega a cada dois fins
de semana.”

Tomo o resto da minha bebida e entrego meu copo vazio a


Meadow quando a vejo servindo-se, novamente. “Isso é fofo”,
responde Meadow.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Sinto muito por você”, Jada aponta para mim.

Faço uma pausa, com uma uva no ar. “Por mim? Por quê?” Eu
zombo, colocando a uva na minha boca, seguida por um gole da
minha nova bebida.

“Porque Hella quer você.”

Sorrio. “Isso não é verdade. Mesmo se fosse, por que você


sentiria pena de mim?”

“Porque ele é implacável quando se trata de algo que ele quer.


E não vai desistir, facilmente. E o que ele quer? É você.” Ela faz uma
pausa, refletindo. “Na verdade, porque é Hella, ele olhará para você
como um quebra-cabeça que ele quer rasgar só para se sentar e
assistir enquanto tenta se recompor. Conforme você faz isso, ele teria
seu pau na mão também.”

“Vamos nos matar antes de nos foder novamente”, murmuro.

Jada ri. “Sim, eu tenho certeza que isso o excitaria, eu aposto,


ele faria você gostar enquanto transa com você até a morte.”

Sorrio baixinho, levantando meu copo aos lábios.

“Ei, garoto. Venha dizer olá para as meninas”, Jada diz,


acenando para Garret que desce as escadas.

“Oi.” Ele olha para Meadow e para mim rapidamente antes de


olhar para sua mãe. “Posso comer agora?” Murmura com um tom
cortante, pegando um prato e empilhando-o com comida. Eu
sorrio. Ele tem a atitude de Hella, isso é certo.

“Garret, essa é Meadow.” Ela aponta para Meadow. “Ela é a Old


Lady do tio B.”

Garret faz uma pausa na comida e olha para Meadow. “Tio B


não quer uma Old Lady”, ele responde, estreitando os olhos para
Meadow desconfiado.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Você pode precisar rever isso com ele. Prazer em conhecê-lo,


Garret”, responde Meadow.

Ele resmunga. “Prazer em conhece-la também.”

O garoto realmente resmunga.

Eu me levanto da mesa quando vejo seus olhos brilharem ao


ver os TimTams9 que Meadow e eu trouxemos conosco. Nós os
pegamos de Alaina, nossa amiga que é da Nova Zelândia. Se pudesse,
eu viveria deles.

“Posso te mostrar uma coisa?” Eu digo a ele, e ele acena com a


cabeça. Pego o pacote de TimTams e o rasgo. Tirando um, eu entrego
a ele. “Morda cada extremidade dele, e depois chupa o recheio antes
de comê-lo. É uma delícia.”

Os olhos dele se estreitam. “Você tem certeza?”

“Confie em mim. Eu sou como a rainha dos cookies.”

Ele ri da minha piada e acho que me apaixono um pouco por


ele. Quando ele dá uma mordida no TimTam, seus olhos se
arregalam. “Oh, meu Deus”, ele geme. “Merda! Está brincando
comigo. Onde você aprendeu a fazer isso?”

“Garret!” Jada grita e ele pede desculpas a sua mãe


rapidamente.

“Sou a rainha dos cookies”, repito com um sorriso, e ele olha


para mim com novos olhos, antes de pegar o pacote de biscoitos e
rapidamente subir as escadas. Jada se levanta da mesa e bufa,
agitando os braços em derrota.

“Foda-se. O garoto vai ter diabetes desse jeito.”

9
Tim Tams é uma marca de biscoito de chocolate fabricada pela empresa australiana de biscoitos Arnott's. É
composto por dois biscoitos maltados, separados por um recheio de creme de chocolate e revestidos por uma fina
camada de chocolate.
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MELISSA

Café. O ouro líquido preto sedoso que atinge a parte de trás da


garganta antes de viajar pela sua corrente sanguínea e lhe dar uma
pancada instantânea, é a primeira coisa que eu sinto quando meus
olhos se abrem. Esta não é a cama em que eu costumo dormir, e esta
não é a sala de estar que eu estava acostumada a percorrer todas as
manhãs desde que cheguei aqui.

“Você não é uma vadia do clube”, uma voz jovem anuncia do


outro lado do quarto. Eu gemo, com a cabeça latejando muito.

“Garret!” Jada o repreende. “Oh, bom, você acordou. Como está


se sentindo?”

Eu me levanto do sofá. “Bem, eu acho. Apenas preciso de...”

“...Café?” Ela ronrona, me entregando uma caneca cheia


enquanto entro na cozinha.

“Sim! Obrigada.” Agarro minha tábua de salvação antes de me


sentar à mesa ao lado de Garret. Ele é um garoto fofo. E se parece
muito com Jada, apenas com os cabelos loiros. Poderia facilmente
passar como filho de Hella.

Meus olhos se estreitam. “Sou a rainha dos cookies, não uma


vadia.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele ri levemente baixinho e eu sorrio. “Vi isso no Pinterest. É


um bolo de TimTam. Talvez possamos fazer um dia.”

Jada entra colocando um prato de bacon, ovos e torradas com


manteiga na minha frente. Minha boca fica aguada e agradeço-lhe
rapidamente antes de começar comer.

“Isso seria muito legal”, ele continua. “Meu aniversário é em


dezembro.”

“Tá brincando! Que dia de dezembro?” Pergunto, colocando um


pouco de bacon na minha boca.

“É uma merda, mas meu aniversário é no Natal”, ele murmura,


empurrando sua tigela na mesa.

Eu sufoco uma risada, balançando a cabeça. “Se eu rir, estaria


rindo de mim mesma, porque meu aniversário é no Natal também!”

Os olhos dele se arregalam. “Realmente! Merda, eu não conheço


ninguém que faça aniversário no mesmo dia que eu! Isso é tão legal!”

“Garret!” Jada adverte, empilhando iogurte em sua granola. Eu


sorrio. Ela sabe que estou de ressaca, então fez a coisa mais
gordurosa que pôde para mim. Eu acho que a amo um pouco mais e
isso pode ser apenas graças ao bacon.

“Eu também”, dou de ombros, sorrindo para ele.

Ele se levanta da mesa, pegando sua mochila. “Tenho que


ir. Vou ver você de novo?” Ele me pergunta.

Meu sorriso se amplia um pouco. “Claro!”

“Legal”, ele responde. “Tchau mãe, eu te amo”, ele grita para


Jada.

“Eu também te amo, querido”, ela retorna.


The Devils Own #2 Amo Jones

Ele sai pela porta e eu olho para Jada. “Garoto incrível. Como
ele vai para a escola?”

“Quando quer. Skid o leva na van quando eu não posso. Como


está sua cabeça?”

“Muito melhor, por causa do bacon.”

Ela ri. “Por causa do: bacon.”

***

O resto da semana passa extremamente lento. Eu vi Hella uma


única vez em todo esse tempo e foi provavelmente uma das coisas
mais estranhas que já aconteceu entre nós, confundindo a mim e a
ele, imagino.

“Estou indo, estou indo!” Eu gemi, descendo as escadas e


abrindo a porta. “O que posso fazer por você?” Exalei quando eu vi
Hella em pé no limiar da porta, de camiseta preta sob o colete, calça
jeans folgada, e suas botas de combate nos pés.

“Você conheceu Garret”, foi tudo o que ele disse.

“Sim”, respondi, cruzando os braços. Meu corpo realmente


precisava se acalmar sempre que esse homem estava perto, porque
meus mamilos já estavam em alerta, pressionando contra o meu sutiã
e minhas coxas involuntariamente se apertando. Seus olhos eram de
um azul profundo, perigoso, seus cabelos curtos nas laterais e sua
mandíbula forte e cinzelada. Ele era irritantemente sexy.

Os olhos dele se estreitaram. “Qual é a sua história, Melissa?”

“Por que você se importa, Braxton?”


The Devils Own #2 Amo Jones

Seus olhos se contraíram e ele me empurrou para fora do


caminho, entrando na sala e se acomodando no sofá.

“Bem, entre”, murmurei, fechando a porta. “Fique à vontade”, e


zombei alegremente antes de me juntar a ele na sala, só que mantive
distância, de pé no corredor.

“Estou falando sério, Melissa. Qual é a porra da sua história?”

“Por que isso importa? E o que há com 'Qual é a sua história,


Melissa?'“, eu o imitei com uma voz igualmente profunda. “Você e
Beast me perguntarem isso é um pouco fodido, sendo honesta.”

Ele se levantou do sofá e caminhou em minha direção. Eu


instantaneamente fiquei em alerta máximo e minhas palmas
começaram a suar. “Quem é seu pai?”

Isso foi como um soco no estômago. “Por quê? O nome dele é Peter
Hart e ele era um bêbado. Por quê?”

“Você diz que era?” Ele perguntou.

“Ele sofreu um acidente de carro.”

“Quando?”

Que porra é essa!

“Por quê? Que porra é essa, Hella. Nós nos odiamos. Por que você
está falando comigo sobre essa merda?”

“Preciso saber, só isso, basta responder à maldita pergunta e


fechar sua boca inteligente pela primeira vez em sua vida.” Seus olhos
se arrastaram por meu corpo, me excitando, sem sequer colocar um
dedo em mim. Deve ser um dom. “E suas pernas, enquanto estiver
aqui.”

Meus ombros se ergueram junto com minha mandíbula.


“Desculpe?” Eu zombei, jogando minha cabeça para trás. “Isso é
ótimo!”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Sim?” Ele murmura. “Meu clube, minhas regras. E você fica


longe de todos os irmãos daqui.”

“De onde diabos isso está vindo? E não, eu não vou. Eu farei o
que eu quiser.”

“Sim, você vai.”

“Você não parecia se importar que minhas pernas estivessem


abertas quando estavam enroladas em sua cintura, Braxton. Um
pouco hipócrita, não acha?”

“Foda-se”, ele murmura, virando-se e caminhando em direção à


porta. “Estou falando sério, Melissa. Fique longe dos meus irmãos. Se
você precisar de alguém para foder? Precisar de alguém para lamber
essa linda boceta para você até o sol nascer e esquecer seu próprio
nome? Você vem a mim e somente a mim.” Então ele saiu e bateu a
porta atrás de si.

Depois de tudo isso, eu não consegui entender qual era o


problema dele com o meu pai. Meu pai era um bêbado que caiu da
ponte do porto com minha irmã no banco de trás em Westbeach antes
de eu ir para a faculdade. Minha mãe, minha irmã e eu deixamos
Westbeach e nos mudamos para Saugatuck depois disso.

O fato de Hella ainda querer me foder era muito revelador, e por


mais que eu gostaria de dizer que chutei essa ideia debaixo do
ônibus, não o fiz. Refleti sobre isso todas as noites depois daquele
dia, mas no final de tudo isso, não valeria a pena. Ele ainda seria
Hella e eu ainda seria eu, e entre tudo isso, havia muito ódio. Nada
de saudável poderia vir disso. Não que eu me importasse com sua
saúde. Mas de qualquer forma, desde a conversa que tive com Nyx
naquela tarde, ele também se manteve longe de mim, na maior parte
do tempo, o que me aborrece. Na verdade, agora que penso nisso,
todos se afastaram de mim, exceto Meadow e Jada. Mas neste
mundo, este mundo cheio de demônios e monstros velados como
The Devils Own #2 Amo Jones

motoqueiros, eu estava uma grande bagunça querendo ser fodida.


Portanto, não vou seguir as instruções de Hella de não dormir com
ninguém aqui. Se seu sapato servir, pode apostar que o deixarei
entrar.

Jesse Pinkman acendendo um cigarro em sua cadeira de rodas


me afasta dos meus pensamentos. Eu puxo o cobertor para cima e
dou risada do humor dele antes que Meadow desça as escadas.

“Qual temporada você está vendo?” Ela pergunta rindo.


Culpada. Eu me afoguei na Netflix na semana passada, então não saí
de casa. Breaking Bad é a melhor série de todos os tempos, isto é
certo.

“Quarta temporada! Eu acho que amo Jesse Pinkman”, afirmo,


inclinando a cabeça para a TV. Há algo sobre ele, não posso lhe dizer
o que.

Meadow torce o rosto. “Não, Melissa. Somente. Não.”

“Sim. ‘Mexe mais, vadia’. O homem tem as chaves do meu


coração, de qualquer forma...”

“Quer vir assistir Jada chutar minha bunda hoje à noite?”


Meadow pergunta.

“Você vai lutar com Jada? Beast não deixará isso acontecer.”
Eu ando em direção à cozinha, enrolando minha calça cinza na
cintura, porque está caindo de mim. Preciso aumentar minha
ingestão de calorias novamente.

Ela balança a cabeça. “Não. Ela estará me treinando. Beast


quer saber como estou.”

“Ah, tudo bem. Eu irei.”

“Ótimo! Troque de roupa. Vamos para o clube agora.”


The Devils Own #2 Amo Jones

“Não, eu não quero ir lá...”, eu gemo, puxando o pote de sorvete


do freezer.

“Não interessa, estou com saudades da minha amiga.” Ela


remove o Ben & Jerry da minha mão e o coloca de volta no freezer. É
neste momento que percebo o quão distante estive de Meadow na
semana passada.

Eu a puxo para um abraço. “Sinto muito, eu tenho sido uma


amiga terrível. Mas Beast está te mantendo ocupada, não é?”

“Argh, você fede. Banho agora e então vamos.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Já está pronta? E está quente, querida. Estou surpresa que


não tenha dormido com qualquer um dos outros caras. O que é
aquela barba do Hannibal? Porra!” Meadow diz brincando, me
cutucando no braço com o dela.

Eu pareço bem, de uma maneira casual. Com uma jaqueta


branca, um top branco apertado até o quadril, eu poderia ter feito
pior. Com os tênis nos pés, estou completamente confortável e pronta
para me embebedar.

Eu bufo. “Sim, eles são todos gostosos, e confie em mim, eu


tentei. Mas nenhum deles vai me tocar. Motoqueiros, Meadow. Não
consigo nem marcar um motoqueiro que, aliás, dorme com aquelas
lindas prostitutas do clube o dia todo. Agora que penso nisso,
provavelmente é por isso; eles têm melhores ofertas.”

Ela balança a cabeça antes de sussurrar: “Não acho que seja


por isso.”

Estamos entrando no clube quando Meadow afirma o


óbvio. “Talvez seja melhor ficar ao meu lado. Não sei quem são essas
pessoas, mas deve ser seguro ou Beast não nos teria dito para
descermos.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Tudo bem para você, foi reivindicada pelo próprio Devil”,


afirmo, olhando ao redor do clube lotado. Obviamente, algo está
acontecendo hoje.

“Porra, realmente ela foi reivindicada pelo Devil”, resmunga


Beast, caminhando até Meadow e passando as mãos em volta da
cintura dela.

“Oi, querido”, ela murmura, virando um mingau sob suas


mãos. Estou tentando muito não ter inveja do relacionamento deles,
porque não é como se eu quisesse algo assim, mas merda, esses dois
estão um grude só.

“Venham, Melissa, você é amiga de Meadow, então isso significa


que você está protegida aqui. E já deveria saber disso”, ele afirma,
gesticulando em direção à parte de trás do clube, onde estão os sofás
e as mesas de bilhar.

“Obrigada, Beast.” Eu sorrio para ele agradecendo.

Ele passa na minha frente para liderar o caminho, Meadow


seguindo atrás. Beast faz uma pausa e gira para me encarar. “Feche
os olhos”, ele pede.

Reviro meus olhos. “Posso lidar com o que está acontecendo,


Beast. Essa não é a primeira festa de MC em que estive.” Respondo,
contornando-o com um escárnio.

Meus olhos se aproximam do sofá e meu estômago cai até o


núcleo da Terra. As expressões preocupadas de Beast e Meadow se
desvanecem, junto com as risadas bêbadas, as danças e a música
alta. Tudo o que posso ver em minha linha de visão é Hella
esparramado no sofá, com seus braços estendidos sobre o apoio de
cabeça, com as pernas bem abertas e uma fodida loira sobre seu colo,
balançando para cima e para baixo em seu pau.
The Devils Own #2 Amo Jones

Você é melhor que isso, Melissa. Você sobreviveu ao pior. É por


isso que você usa e abusa dos homens. É por isso que você não
namora, e é por isso que precisa ficar longe dele.

Levanto meus olhos da ação em seu colo para os olhos que estão
atravessando os meus com uma intensidade desenfreada. Calor se
espalha por mim, enquanto seu olhar lentamente se estende por meu
corpo. Sua mão vai até a cabeça da loira, o lábio entra em sua boca
enquanto o olhar se fixa mais profundamente no meu, e um lento
sorriso desliza sobre seus lábios. Minha mandíbula aperta quando
eu percebo o que ele está fazendo. Que tipo de pervertido doente
ficaria excitado com isso? Alguém como eu, aparentemente. Seus
olhos continuam nos meus e, justamente quando ele provavelmente
pensa que eu vou ceder, endireito meus ombros, inclino minha
cabeça como o canto da minha boca em um sorriso. Sim, isso não vai
acontecer, amigo, não comigo, e não hoje. Eu tenho mais orgulho do
que senso.

“Querida? Você está bem?” Pergunta Meadow. A mão dela


tocando meu braço me puxa para fora do meu maníaco olhar com o
pior dos Devils.

“Estou bem”, eu respondo, ignorando a agitação doentia no meu


ventre.

“Ok. Eu só vou fazer algo bem rápido.” Ela se afasta de mim


para o lado oposto da sala onde Ripper, Nyx, Hannibal e Skid estão. E
se inclina e começa a conversar com eles, com seus olhos disparando
para mim a cada dois segundos. Decidindo que já estou cansada de
estar sóbria, caminho até o bar e peço uma bebida.

“Você está bem, menina bonita?” O Velho, pergunta,


derramando tequila em um copo.

“Eu vou ficar”, repito com um sorriso forçado. Pegando o copo,


tomo o conteúdo antes de colocá-lo de volta no balcão. “Continue
abastecendo, até que eu diga para parar, e depois continue de
The Devils Own #2 Amo Jones

qualquer maneira.” Por que eu deveria me importar? O que me dá o


direito de ficar chateada com ele por receber um boquete? Olho ao
redor do ambiente e, entre motoqueiros bêbados e desleixados, há
um ménage à trois nas mesas de bilhar e mulheres andando por aí
com as mamas penduradas enquanto os motoqueiros chupam. Não
é como se fosse algo realmente fora do comum aqui. Então, por que
me sinto tão enjoada?

Pegando meu copo de shot, eu tomo e sorrio, sinalizando para


que eles continuem vindo. Não posso ficar com raiva de Hella. Não
tenho direito a isso. Não vou justificar suas ações dizendo: 'Ele é um
motoqueiro, é o que eles fazem', porque isso é besteira. Você nunca
pegaria Beast fazendo essa merda, e ele é tão 'motoqueiro' quanto
qualquer outro, então tudo o que eu sei é que é só Hella. É quem ele
é. Ele é um maldito idiota, e ponto final. Posso ficar furiosa? Não. Nós
fodemos uma vez. Você transformaria uma puta em uma dona de
casa antes de fazer alguém como Braxton Ward sossegar depois de
uma foda. Então, respondendo minha própria pergunta, não posso
ficar com raiva dele pelo que está fazendo, mas estou no meu direito
de ficar magoada. Perdi a noção de quantos shots eu já tomei no
momento em que Meadow volta para mim depois de conversar com
os meninos, mas quando olho para a garrafa de tequila que o Velho
está segurando, ela parece meio vazia e as palavras 'Jose Cuervo'
parecem um borrão. Não só isso, mas meu zumbido alegre está
surgindo e eu já me sinto melhor. Dizem que o álcool não conserta
nada. Neste momento, o álcool já consertou uma ferida que estava lá
antes, então vou beber a isso.

Meadow passa por mim, parando por um breve segundo para


sussurrar em meu ouvido: “Agradeça-me mais tarde.” Pisca para
mim e depois se afasta. Tomara que Beast tenha falado sério sobre
eu estar protegida aqui, porque estou prestes a fazer algumas
escolhas ruins.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Nyx vem até o bar, e suas mãos envolvem as minhas


suavemente. “Ei”, ele diz sobre a música, e sorrio porque não consigo
ouvi-lo.

Levantando-me da banqueta, eu me inclino em seu


ouvido. “Não consigo te ouvir!”

Ele dá um dos seus sorrisos de menino e encolhe os ombros,


com sua mão ainda na minha. O ‘She wants to move’ da N.E.R.D vem
batendo nos alto-falantes e eu dou uma risadinha, puxando a mão
dele em direção ao meio da pista de dança em uma visão clara de
Hella.

Seu braço agarra minha cintura, puxando meu corpo contra o


dele. “Faça-me esquecer, Nyx”, sussurro em seu pescoço. Ele se
afasta, com seus olhos examinando os meus. “Por favor”, eu imploro,
com minhas mãos agarrando seu colete.

Ele assente, seu o pomo de adão na garganta balançando. “Ok,


baby.”

Sorrio e começo a dançar contra ele, minha bunda esfregando


contra sua virilha antes de me virar e envolver meus dedos em seu
pescoço. Dançamos assim por um tempo, porque antes que eu
perceba, Meadow vem até mim, com as mãos em volta do meu
The Devils Own #2 Amo Jones

braço. “Venha, minha pequena stripper. É hora de ver Jada bater na


minha bunda.”

Rindo, dou um novo abraço em Nyx antes de segui-la em


direção à porta. Esqueci a pequena luta de Meadow e Jada hoje à
noite. Quanto tempo será necessário para que eu caia nocauteada?

Aparentemente, não demorou muito, porque a próxima coisa


que sei é que já é a manhã seguinte e estou me esticando na minha
cama. “Meadow!” Grito do meu quarto e ela entra correndo com a
escova de dentes pendurada na boca, com os shorts de renda e uma
camiseta do 'The Devil's Own' orgulhosamente em seu corpo. Eu
sorrio, me apoiando nos cotovelos. “Bem, como você está fofa.”

Seus olhos estreitam antes que ela vire o dedo do meio para
mim, e volte para seu quarto.

“Sabe, eu sinto falta da minha amiga legal e inocente, que não


dá o dedo para as amigas.”

“Foda-se”, ela murmura do quarto e eu solto uma risada alta,


arrancando as cobertas do meu corpo e indo até ela. “O que vamos
fazer hoje?”

“Você”, diz ela, “precisa repensar suas ações!”

“Perdão? Você é minha mãe?” Pergunto com falso desgosto.

Ela revira os olhos. “Corta a bebida.”

“Não vai acontecer.”

HELLA

Meus olhos varrem a sede do clube, observando a todos com


olhos minuciosos. Amanhã, estaremos prestes a iniciar o Armagedom
The Devils Own #2 Amo Jones

para o Exército, por isso meus sentidos estão mais aguçados e minha
perspicácia está afiada. Meus olhos acompanham Meadow, que
caminha até Ripper, e eu bufo, empurrando minha cabeça em direção
a ela.

Beast segue minha linha de visão e sorri. “Será que ela vai
perguntar como ele conseguiu seu apelido?”

Dou de ombros. “Foda-se, mas o garoto é bom no que faz.”

“Viu a Melissa?” Beast pergunta bem-humorado.

“Vá se foder.” Meus olhos a encontram instantaneamente. Ela


está sentada em um dos sofás conversando com o Bullet. Bullet é um
Devil, mas ele é um nômade e este é o meu território, por isso é
melhor ele ter cuidado com a porra do passo. Não me importo que os
lábios de alguma puta estavam enrolados no meu pau ontem à noite.
Não prometi nada à Melissa. No mínimo, ela deveria estar feliz. Ela
me odeia. Não importa que quando meu pau soltou sua carga na
parte de trás da garganta da dita puta do clube, eram os olhos azuis
de Melissa olhando para mim e eram os cabelos loiros claros de
Melissa enrolados no meu punho e eram os malditos lábios de
Melissa presos no meu pau. Sim, isso não significa absolutamente
nada.

Meadow puxa Melissa para o meio da pista, enquanto elas


começam a dançar e rirem ao som de ‘Dance with the Devil’, de
Breaking Benjamin. Eu zombo baixinho. Todos nós sabemos que
essa é a música brega de Beast e Meadow. Se fosse eu e Melissa lá
em cima agora, a música que estaríamos dançando seria ‘The Devil
in I’ do Slipknot.

Beast se afasta do sofá para impor sua reivindicação à Meadow


enquanto Jada chega e me empurra, sua cabeça inclinando-se para
mim.

“O quê, mulher?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Conheço o olhar acusador de Jada quando o vejo.

“Levante-se, eu preciso de uma bebida.”

Nós dois vamos ao bar. Pego minha cerveja e Jada me observa


atentamente enquanto Beast e Meadow se sentam ao nosso lado. Eu
conheço esse olhar; ela quer me dizer alguma coisa. “Garret gosta de
Melissa”, é tudo o que ela diz.

“É mesmo?” Eu levanto minhas sobrancelhas. “Garret gosta de


qualquer um que mostra a ele como comer um biscoito.”

Jada vira, com seus olhos se estreitando em mim. “Como você


soube disso?”

“O pequeno merdinha, não calava a boca sobre isso.” Passei por


cima disso casualmente, mas fui eu quem perguntou, precisando
saber a opinião dele sobre ela. O garoto é um bom juiz de caráter.
Não sei por que lhe perguntei o que pensava dela, mas eu fiz.

“Por que vocês dois não conversam?” Meadow sugere.

“Porquê...”, digo. “Eu não quero uma namorada.”

“O que te faz pensar que é isso que ela quer? Ela quer matar
você, Hella. Acho que você está seguro”, assegura Meadow.

Eu sorrio, com os olhos fechados e meu pau balançando com


força ao pensar em que tipo de jogos Melissa poderia jogar. “Talvez.
Mas talvez seja aí que está a excitação. Eu a foderia contra uma
parede de tijolos, quer ela tivesse uma faca na mão, pronta para me
espetar ou não.”

“Irmão, você é doente,” Beast ri ao meu lado.

“Eu sei”, respondo, meus olhos ainda estão fixos em Meadow.


Ela se desloca desconfortavelmente e eu zombo. Há uma razão pela
qual gosto de garotas ardentes; inocentes como Meadow nunca
seriam capazes de lidar comigo.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Posso recomendar um terapeuta?” ela brinca, com seus olhos


brilhando com travessuras ocultas.

Talvez haja mais na garotinha perdida do que aparenta.

“Eu ia colocar seu terapeuta no manicômio, Baby.”

Giro na minha cadeira para encarar as portas quando vejo


Shelby entrar, com seus ombros erguidos, sua mandíbula tensa, e
seus olhos fixos em sua presa como uma leoa perseguindo: Beast.

“Beast?” Shelby sussurra depois que Beast faz questão de


ignorar sua presença.

“O quê, Shelby? Você já conheceu minha Old Lady, pode sair


agora”, diz Beast, na verdade, com as mãos passando pelos cabelos
de Meadow. Impiedoso. O homem é impiedoso com seu amor por esta
garota. Estou orgulhoso dele, não posso negar o fato de que não há
ninguém que mereça mais ser amado do que Beast. Nem mesmo eu.
De jeito nenhum no inferno eu.

“Preciso falar com você, Beast. É sobre Layla.”

Isso prende minha atenção.

“O quê? Eu te dei esse emprego porque pensei que você era


mulher suficiente para lidar com todas as putas.”

“Eu sou, Beast”, ela assobia.

Eu sorrio para suas garras saindo, e meus olhos correm sobre


seu corpo.

“Cuidado com o seu tom de merda e lembre-se de com quem


você está falando.” Ele responde, cerrando o queixo com as
sobrancelhas erguidas.

Reviro os olhos, bebendo minha cerveja. Essa é a coisa com


Beast; ele leva tudo a sério.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O que foi? E por que eu deveria me importar com Layla?” ele


pergunta.

“Você quer fazer isso aqui e agora?” ela responde em voz alta.

Ele encolhe os ombros. “Desembucha.”

Shelby cruza os braços na frente dela. “Ela matou um cliente.”

A garrafa de Beast faz uma pausa curta em sua boca. “Repita?”

Sento-me para frente, puxando meu lábio para dentro de minha


boca, a excitação pulsando sobre mim.

Jada brinca. “Isto deve ser bom.”

Meadow engole outro shot.

“Ele tentou ir pela porta dos fundos. Ela disse que não, ele
tentou novamente, e ela espetou seu pau com uma tesoura. Asha
entrou depois do que ela tinha feito e ele estava esbravejando,
dizendo as merdas que ia fazer e como queimaria todo o lugar...” Ela
faz uma pausa, limpando a garganta. “Então, ambas acabaram com
ele.”

“Jesus, fodido, Cristo!” Sussurra Beast, colocando a garrafa na


mesa. “Onde elas estão agora?”

“No meu carro lá fora. O corpo ainda está no quarto e eu não


sei sobre você, mas isso está além do meu pagamento.”

Esfrego minhas mãos em alegria, me afastando do bar e


apontando para fora. “Vamos lá.”

Começo a caminhar em direção ao Camaro vermelho de Shelby,


que está estacionado ao lado do celeiro.

Abro a porta do passageiro e espreito. “O que está acontecendo,


pequenas assassinas?”

Layla e sua irmã Asha tropeçam para fora do carro.


The Devils Own #2 Amo Jones

Layla enxuga as lágrimas da bochecha e olha para


Beast. “Beast, eu sinto muito.”

“O que aconteceu, Layla?” Ele interroga, enfiando as mãos nos


bolsos.

Eu me inclino contra a porta, com meu dedo indicador


esfregando meu lábio superior, na tentativa de esconder meu
sorriso. Os braços de Layla envolvem sua cintura e Asha examina
Meadow de cima a baixo.

“Eu disse a ele que não fazia anal e ele não aceitou um não
como resposta. Depois do meu terceiro ‘não’ ele me obrigou a deitar
na cama e tentou amarrar meus pulsos. Eu consegui soltar meu
pulso e peguei a tesoura que estava na mesinha de cabeceira, que
ficou ali após ele ter cortado a erva mais cedo. E... não sei,
simplesmente aconteceu.”

Sorrio, olhando para Layla. “Case comigo?”

Ela revira os olhos. “A resposta ainda é não, Hella.”

Solto meu lábio e faço beicinho antes de sorrir e dar um tapa


em sua bunda. “Vou continuar perguntando.”

Interrompendo os olhares de Meadow e Layla, levanto as


sobrancelhas, enfiando as mãos nos bolsos. “Quem era afinal?”

Ela se recosta no carro de Shelby. “Era um dos garotos do Blood


Razor MC, Beast.”

“Porra!” Eu grito, caminhando até ela e empurrando meu corpo


contra o seu. Ela cai contra o carro e eu empurro minha virilha ainda
mais, minhas mãos envolvem sua nuca antes de sacudir seu rosto
para o meu. “Você sabe quanta merda acabou de causar?”

Ela ofega, estreitando os olhos em mim. “Eu disse que estava


arrependida, Hella.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Dou uma risada sádica, roçando meus lábios nos seus. “Pensei
que você gostava de brincar na porta dos fundos, querida. O quê?
Não sentiu o mesmo porque não era com um Devil?”

Ela afasta a cabeça do meu alcance, e eu mantenho meus olhos


fixos nos dela, que se contorce sob o meu olhar e minha mandíbula
flexiona. “Vou pegar Ripper.”

Ela acabou de causar uma guerra, o que não precisamos


agora. Os Blood Razor sempre foram tranquilos, mas agora, isto vai
nos aterrar na merda com elas, o que é lamentável porque eles são a
coisa mais próxima que temos além do Sinful Souls que vivem a uma
curta distância de nós. O lado positivo é que Tiny, seu presidente,
tem uma queda forte por Asha, sempre teve. Mas isso não significa
que ele vai esquecer a morte de um irmão. É preciso oferecer alguma
coisa.

MELISSA

O efeito da vodka está subindo rapidamente por mim quando


Bullet me puxa para baixo de seu braço. Eu olho para ele, seu queixo
e sua mandíbula cobertos por uma barba grossa. No início, me
confundiu com sua idade, mas quando você olha em seus olhos,
consegue ver que ele não tem mais de trinta e cinco anos. Eu também
estou muito bêbada para pensar e muito excitada para me importar.
Todo este, empurra e puxa entre Hella e eu me deixou irritada e
insatisfeita. Meus hormônios estão confusos com o que eu quero
fazer com ele. Foder um cadáver morto não é realmente o meu forte,
mas eu consideraria se fosse Hella, só para dar mais uma risada
sobre ele. Jesus, eu me repreendo. Que porra aconteceu comigo?
Preciso voltar para minha confeitaria e ir à reabilitação por causa do
álcool. Mas, por enquanto, meu instinto de sobrevivência deu um
pontapé inicial e está buscando mais álcool.
The Devils Own #2 Amo Jones

Meadow e Jada andam até mim, Meadow colocando a mão no


meu braço. “Oi. Ei, precisamos ir embora. Vou levar algumas garotas
para casa.”

Olho para Bullet antes de olhar para Meadow.

“Você é a Old Lady de Beast?” Ele pergunta, com a cabeça


inclinada e passando a mão pela longa barba.

Meadow limpa a garganta. “Sim.” Ela sorri para ele antes de


olhar para mim. “Você vem?”

Bullet sorri para mim, mostrando seus dentes brancos


perolados. Eu me pergunto como ele é sem barba. Não que eu me
importe. De fato, além de Hannibal, ele é um dos únicos caras que
eu vi que realmente fica bem com barba.

Jada revira os olhos. “Vamos lá, Bullet. Você vem ou o


quê? Sem rodeios. Eu tenho um filho para cuidar em casa.”

Eu levanto minhas sobrancelhas para ele sugestivamente, e ele


encolhe os ombros.

“Melissa...” Meadow adverte.

Eu a ignoro. “Ele está vindo.” Foda-se essa merda. Estou no


limite depois de quase três semanas de besteira do Hella e sem
transar. Eu tenho uma grande tensão sexual para liberar e é tudo
graças a ele.

Nós andamos para fora e o ar frio chicoteia sobre a minha pele,


momentaneamente me deixando sóbria, e se isso não fosse o
suficiente, o olhar mortal de Hella do outro lado do estacionamento -
enquanto ele tem o corpo de outra vagabunda na mão - faz o
truque. Sua mandíbula flexiona antes que ele se afaste do carro - e
da garota - para vir até nós, vindo direto para mim. “Hella...”

Sua mão aperta o pescoço de Bullet enquanto ele o empurra de


volta.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Irmão, o que você está fazendo?” Bullet protesta, empurrando


as mãos de Hella dele.

“O único Devil que pode e vai entrar nessa fortaleza sou eu!” Ele
afirma, com sua língua correndo pelo lábio inferior enquanto
empurra o peito contra Bullet.

“Uau, espere um minuto”, interrompo o ataque de fúria épica


que Hella está começando. “Você mergulhou seu pau em todas as
vadias possíveis durante todo o tempo em que eu estive aqui,
Hella. Foda-se. Vamos lá, Bullet.” Eu agarro o braço de Bullet apenas
para ele permanecer estoico.

Bullet fica parado, com os pés alojados no chão. Ele olha para
Beast antes de balançar a cabeça.

“Não, baby, talvez outra hora.” Ele se vira e volta para o


celeiro. Faço uma pausa, com minha boca permanecendo aberta. E
posso sentir o olhar ardente de todo mundo olhando para mim.

“Hella!” Eu o empurro no peito, engolindo as lágrimas que estão


prestes a surgir.

“Bem, pelo menos eles estão se falando agora”, Jada murmura


atrás de mim.

“Você é um pedaço de merda! Eu vim até aqui porque você me


queria em segurança, e então quando eu chego aqui, você dorme com
todas as vadias por aí!” Eu me volto para as duas garotas que estão
contra o Camaro vermelho. “Sem ofensa.”

Não tinha a intenção de ofender. Eu posso ser uma cadela, mas


sou uma cadela educada.

Geralmente.

Ok, eu tento.
The Devils Own #2 Amo Jones

E continuo. “Eu até vi alguma delas chupando seu pau,


Hella. Então, foda-se!” Seus olhos caem para um olhar mortal, o
canto de sua boca sexy e estúpida se curvando de nojo. Eu quero
cuspir na cara dele. Com a adrenalina e alguma depravação sexual
séria, eu me aproximo dele, com meu dedo enfiado em seu peito. “E
eu vou foder quem eu quiser.”

Sua mão bate no meu dedo. E puxa meu corpo contra o


dele. Seu pau grosso pressiona contra o meu abdômen e eu mordo
um gemido.

“Não, você não vai”, ele diz casualmente.

Puxando minha mão das dele, começo a caminhar até o carro


de Meadow. “Vamos ver isso, Hella. Você pode controlar com quem
eu durmo aqui, mas lá fora”, aponto para a estrada, “você não tem
nenhuma vantagem sobre mim.”

“Continue pensando isso, querida”, ele grita com uma risada


por trás de mim.

Eu mostro o dedo do meio para ele antes de caminhar em


direção ao carro de Meadow. Depois de perceber que estou muito
sóbria para essa merda, volto para o bar, pronta para afogar minhas
tristezas mais profundamente.
The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Depois que Meadow levou as meninas para sua casa, eu segui


Melissa de volta para o clube.

“Você vai lidar com essa situação?” Ripper empurra sua cabeça
para Melissa, que provavelmente derramou álcool suficiente em seu
corpo para criar sua própria destilaria.

Beast levanta as sobrancelhas para mim questionando. Exalo,


afastando-me da cadeira. “Sim, é melhor”, Beast grita. “É culpa sua,
porra”, acrescenta ele antes de retornar a Ripper para falar sobre a
limpeza do cadáver que Layla ofereceu.

E vou em direção ao bar. Melissa sai do banquinho e dá um


tapinha no ombro de Nyx. Eu estreito meus olhos para ele. O filho da
puta estúpido realmente não cumpriu sua palavra sobre ficar longe
dela, mas aliviei um pouco com ele. É um bom garoto e ela precisa
de alguém para conversar enquanto estiver aqui. Meadow está
sempre com Beast e Jada trabalhando, ela não tinha ninguém.

Ela se vira e caminha direto para o meu peito. Seus olhos


viajam por meu corpo e suspira. “Bem, este é um caso de déjà vu”,
ela murmura, com seu cabelo loiro agora preso em um nó confuso no
The Devils Own #2 Amo Jones

topo de sua cabeça. Empurra meu peito outra vez, com suas mãos
frouxas e seus olhos mal conseguindo ficar abertos. “Saia do meu
caminho, Hella”, ela diz, sem nenhuma luta em sua voz. O fogo que
ela costumava ter, foi substituído por um leve cansaço e começa a se
afastar de mim em direção à porta.

Minha mão voa agarrando seu braço. “Melissa, eu te levo para


casa.”

Ela tenta se virar, mas perde o equilíbrio. Intervindo


instintivamente, pego ela de costas para minha frente com os braços
enrolados em sua cintura. Meu abdômen se aperta e eu limpo minha
garganta, com as mãos escorregando nas suas. “Vamos, eu te levo
para casa.”

Ela se desvia de algo, com os olhos fechados, e num segundo


seu corpo desmorona antes de quase cair no chão. “Uau!” Eu me
abaixo e levanto suas pernas para cima com minha outra mão,
embalando-a contra o peito. Meus olhos se fecham brevemente, e
meu maxilar se flexiona. “Foda-se.”

Beast e Ripper caminham até mim. “Eu dirijo a van. Vamos


levá-la para casa.”

Aceno, engolindo o que quer que tenha decidido parar na minha


garganta. “Sim, boa ideia.”

Atravessamos a porta da frente da casa onde Meadow e Melissa


estão hospedadas. Meadow pula do sofá na defensiva quando me vê
carregando Melissa pelas escadas. Eu a ignoro. Existem apenas dois
quartos nesta casa e eu sei pelas roupas que estão espalhadas no
chão e pela cama de solteiro que esse é de Melissa. Entro
e afasto as cobertas antes de deitá-la. Quando penso em como ela é
gostosa, quando fica louca, eu me excito. Encolhida, coloco os
cobertores de volta sobre ela depois de decidir que gosto do meu pau
exatamente onde está e não quero tê-lo arrancado pela loira maluca.
The Devils Own #2 Amo Jones

Ela se mexe e eu ainda fico parado. “Não, não”, murmura, com


a cabeça balançando de um lado para outro. “Por favor, por favor,
não me toque”, continua em seu entorpecimento.

Cada um dos cabelos da minha pele se arrepia. De que porra ela


está falando?

“Por favor, Eddy, não!” Implora, e eu juro por Deus que estou
muito perto de perder minha cabeça e sacudi-la para acordá-la.
“Saúde, nerd”, murmura antes de voltar a cair em um sono profundo.

Meus dedos se soltam do aperto que eu tinha no cobertor e levo


meu punho à boca, mordendo. Andando de um lado para outro da
cama, penso no que devo fazer. Faço uma pausa, olhando para seu
corpo pacífico e sei que não posso acordá-la.

“Foda-se”, murmuro, saindo do quarto. Vou descobrir, de uma


maneira ou de outra - caso decida fazer dela um problema meu, certo.

Eu desço as escadas, mas minha mente ainda está repetindo o


que acabou de acontecer.

“Ela está dormindo”, digo chegando à sala de estar.

“Ela está bem?” Pergunta Meadow.

“Sim.” Eu limpo minha garganta.

“Talvez eu a leve para casa amanhã. Acho que ela não está mais
em perigo.”

Concordo. “Sim, acho que isso pode ser melhor.”

“O coração mudou de ideia subitamente?” Ela provoca.

Meus olhos encontram os dela, com um sorriso no meu


rosto. “O coração nunca esteve nessa equação. Mais como uma
mudança repentina de pau.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Tudo bem”, diz Layla, se levantando do sofá. “Vamos lá, é hora


de te levar para casa.” Ela caminha até mim, segurando meu braço,
e meu corpo fica tenso.

Que porra? Meu corpo nunca ficou tenso em torno de Layla.

Layla se afasta e volta para Meadow, puxando-a para um


abraço. “Muito obrigada por esta noite.”

“Sem problemas.”

Eu acompanho as duas garotas de volta para fora antes de


pularem na van. Empurrando a embreagem, Layla olha para mim do
banco do passageiro. “Você precisa de algum alívio hoje à noite? Eu
poderia te ajudar”, acrescenta sorrindo e empurrando o cinto de
segurança.

Sorrio antes de balançar a cabeça, com meus olhos olhando


para as sombras da noite. “Não, querida. Estou bem.” Ela olha para
mim chocada. Eu nunca rejeitei Layla. A garota sabe foder com um
F maiúsculo. Mas a mão dela no meu braço pouco depois de eu ter
tido Melissa neles, parecia errado, e eu precisava me recompor. Não
há como eu conseguir trazer Melissa para esta vida fodida. Já fiz
muita merda pra ela, mas há muitas coisas que eu sou, e bom não é
uma delas.

***

No dia seguinte, estamos empilhando suprimentos, prontos


para o nosso plano de ação contra o Exército. Kurr é o chefe
comandante e não deve ser subestimado. Para nossa sorte, sabemos
onde as bombas C4 são mantidas, por isso elaboramos um plano,
deixando Kurr acreditar que eles nos pegaram tentando derrubá-
los. Beast então negociará com eles para nos deixar ir em troca dele
The Devils Own #2 Amo Jones

ficar lá com eles. Beast é quem Kurr quer, sempre foi. Todos os
outros eram substituíveis, exceto Beast. Eu sei que ele não me
mataria porque eu era um trunfo melhor para ele no Exército do que
morto; havia uma razão pela qual ele me encontrou todos aqueles
anos atrás. Portanto, se esse plano fracassar como planejado,
podemos começar o segundo passo e exterminar os filhos da puta
para sempre. Os civis não conheciam sua operação, mas há muito
sobre nosso governo corrupto que as pessoas não têm conhecimento,
isto eu posso garantir.

Jogo a última das malas na traseira da van e pego meu telefone


tocando do bolso.

“Ei.”

“Cuidado”, Jada sussurra ao telefone. “Estou falando sério,


Brax. Garret precisa de você. Eu preciso de você.”

Sorrio, fechando a porta. “Coloque a criança no telefone.”

“Ele está ocupado.”

“O que você quer dizer com ocupado? Coloque-o.”

“Ele e Melissa estão jogando Call of Duty.”

Minha mandíbula flexiona com o quão perto essa garota está


das pessoas que importam para mim. “Apenas coloque-o no telefone,
Jada.”

Ela suspira antes de gritar para ele.

Ele responde. “E, aí?”

“E aí, Homenzinho”, digo a ele. “Cuide da sua mãe enquanto eu


estiver fora.”

“Sim senhor!”

“Você se lembra do plano se algo acontecer comigo?”


The Devils Own #2 Amo Jones

“O dinheiro está enterrado no 5X, 2Y, pegar a mamãe e ir


embora.”

Ele repete as coordenadas que eu propus para ele. Eu tenho


esse plano de ação pronto para ele e Jada desde que ele era um bebê.

“Isso mesmo, garoto. Você pode fazer algo extra para mim?”

“Sim…?” Ele responde desconfiado.

“Se Melissa estiver aí, certifique-se de que ela chegue em casa


também, ok?”

“Mas você vai voltar, certo?” Ele pergunta.

E sorrio. “Claro. Não vai se livrar de mim tão fácil. Até mais,
garoto.”

“Até, tio Brax.”

Desligando o telefone, entramos no clube para a reunião


final. Quando entro na sala de reuniões, Beast está ao telefone. Ele
me vê e levanta as sobrancelhas.

“Sim”, ele murmura, me observando. “Sim, parece justo. Precisa


que eu resolva isso com Asha?” Ele adiciona, inclinando a cabeça.
“Ela sabe, e quer ir no lugar de Layla, então eu não acho que você
tenha que convence-la muito. Ela fará qualquer coisa por sua irmã,
Tiny.” Ele escuta por um momento. “Muito bem, me avise se precisar
de ajuda”, diz ele antes de desligar seu telefone.

Eu faço um movimento com os dedos em direção a ele. “Ele ficou


satisfeito?”

“Sinceramente, não”, admite Beast, enfiando o telefone em seu


bolso. “Mas seu pau está pensando por ele. Ele vê isso como um 'sinal
verde' com Asha. Creio que ele está muito enganado. A garota é uma
bruxa.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Sorrio, saindo do meu assento. Era só Beast e eu aqui dentro,


os outros irmãos estavam organizando a van. Puxo um baseado, levo-
o à minha boca e o acendo. “Lembra-se daquela vez em que você fez
chover sangue naquele salão de pôquer subterrâneo para o
Exército?” Eu lhe entrego o baseado e ele o pega. Fazemos isso todas
as vezes antes de estarmos prestes a atingir algo grande; tornou-se
um ritual.

Ele suspira. “Sim, eu me lembro. Há algo que eu não lhe contei


sobre aquele ataque.” Ele me devolve o baseado, exalando a espessa
nuvem de fumaça.

“Sim?” Pergunto, interessado. “O que é?”

Ele se inclina para frente, descansando seus cotovelos sobre a


mesa. “Havia uma garotinha lá. Eu a deixei viver.”

Uma tosse alta irrompe por meu peito e não era da erva. “Mas
que porra! Por quê?”

Ele encolhe os ombros. “Eu não sei, porra. Ela não tinha mais
do que quatro anos, Hella. Eu não poderia fazer isso. Estava
segurando um pequeno urso marrom e rosa, eu simplesmente não
podia.”

Suspiro, recostando-me na cadeira. “Sabe, naquela época, eu


não teria nenhum problema em acabar com ela. Mas agora que eu
tenho Garret? Não tem como, cara. Isso mostra o quanto a vida
naquele lugar de merda mexeu com nossas cabeças.”

Beast concorda. “Exatamente, e é por isso que hoje vamos ao


fundo do poço.”

MELISSA
The Devils Own #2 Amo Jones

Entro no clube e vejo Cassidy - sim, a prostituta do clube que


estava chupando o pau de Hella tem um nome – e estava com Hella
novamente, se esfregando em cima dele. Faço uma pausa, olhando
para cima para vê-lo sorrir e piscar para mim antes de puxar Cassidy
para seu colo. Sorrio entediada, finalmente cedendo aos costumes
dele porque percebo que não posso mais continuar fazendo este
empurra-e-puxa. Meu corpo está confuso. Ele está desfocando as
linhas entre ódio e luxúria e não sei onde eu caio quando se trata
dele. Meus olhos caem e me dirijo à Nyx que está encostado à mesa
de bilhar. Ele me vê e sorri, baixando o taco.

Puxando-o para um abraço, envolvo meus braços em torno de


seu pescoço e agarro minhas mãos ao seu rosto. “Tenha cuidado.
Estou falando sério.”

Ele agarra minhas mãos com as dele e as joga para baixo.


“Sempre tenho.”

Formei um laço com Nyx, não há nada de sexual lá, nunca


houve; no início eu só gostava de irritar Hella, mas agora eu o
considero um bom amigo. “Vejo você quando voltar!” Eu grito para
ele enquanto todos saem pela porta.

Ele se vira e sorri para mim. “Voltarei para esse sorriso.”

“É melhor que volte”, eu murmuro, ignorando o olhar de Hella


enquanto se afasta.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Quatro horas. Já se passaram quatro horas e eu olho para meu


relógio nervosamente, quando Jada entra no clube, com os olhos em
pânico, antes que um rugido de motos surja.

“Eles o pegaram!” Jada explode.

Meu corpo para e Meadow se afasta da cadeira. Eu olho para


Jada. “Onde você estava e quem?”

“Hella me ligou. Eles chegarão agora. Eles o pegaram...” ela


repete.

“Eles pegaram quem?” Meadow pergunta, passando os braços


em volta da cintura.

“Beast. Eles o pegaram e deixaram o resto dos garotos irem


embora...” ela sussurra, apertando os olhos fechados.

“Por que ele ficaria?” Meadow pergunta com raiva.

“Meadow, nós temos que esperar os caras chegarem aqui. Nyx


não sobreviveu, nós precisamos ver o que está acontecendo. Não faz
sentido, Beast e Hella? Eles são a porra do Einstein no mundo dos
motoqueiros. De jeito nenhum eles teriam deixado isso acontecer...”
Ela expira, sentando-se no banco do bar.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Nyx não sobreviveu?” Eu sussurro roucamente, com a primeira


lágrima caindo.

“Sinto muito, Melissa. Eu não sei o que estava acontecendo lá,


mas Nyx era um cara legal. Ele não merecia isso.”

Pego uma garrafa atrás do balcão e olho para Meadow. “Sinto


muito. Eu preciso sair.”

Ela engole, acenando com a cabeça. “Posso levá-la para casa?”

Balanço a cabeça. “Não se preocupe. Eu vou pegar um ônibus.


Eu apenas...”, afasto-me do bar, com a sala girando, “...preciso ir.” E
largo a garrafa de volta no bar antes de sair da sede. Quando saio, o
sol da tarde bate na minha visão e vejo uma fila de motos surgindo
no meio de um borrão. Limpando as lágrimas da minha bochecha,
olho para Hella pela última vez antes de caminhar em direção a nossa
casa para arrumar minhas coisas.

Terminei com jogos. Jogos matam as pessoas. Nyx era meu


amigo e ele era um cara legal. Ele não merecia morrer, só quero ir
para casa, para minha confeitaria na praia e voltar a fazer sexo com
caras aleatórios. É fácil e seguro. Estou a um quarto do caminho de
volta para casa, esmagando o cascalho nas solas dos meus tênis,
quando o rosnado profundo da moto de Hella pulsa atrás de
mim. Faço uma pausa na minha caminhada, com meus olhos
pesados, derrotada. Ele olha para mim por cima do ombro e cutuca
a cabeça, com a vibração da moto parada.

“Pule na moto, Melissa.” Sua voz corta o barulho sensual do


motor da Harley.

Meus ombros caem, minha língua desliza sobre o lábio inferior


para umedecer as rachaduras repentinas e secas que surgiram. Suas
sobrancelhas se erguem quando ele levanta o suporte e balança a
perna da moto lindamente modificada. Tirando o boné, passando a
mão pelo cabelo antes de colocá-lo novamente e encostar-se ao seu
The Devils Own #2 Amo Jones

orgulho e alegria. “Suba na moto, querida. Vou levá-la onde você


precisar ir.”

“Eu não consigo mais lutar, Hella.” Um sussurro suave sai dos
meus lábios.

Ele se afasta da moto, com seus passos fortes cheios de


autoconfiança vindo direto para mim.

Meus pés instintivamente recuam. “Estou cansada, Brax.


Estou esgotada.”

Seus passos não param. Lentamente, varro meus olhos por seu
corpo até que atingem os profundos olhos azuis que geralmente estão
inflamados pelo fogo, apenas para encontrá-los sombrios e ilegíveis.

“Você venceu”, declaro sussurrando.

“Não estou fazendo nada, Melissa. Só quero ter certeza de que


você chegará bem em casa, nada de besteiras.”

Segundos passam, perguntas silenciosas pairando entre nós.


Meus olhos examinam os dele. “Está bem.” Eu limpo minha garganta.
“Você pode me levar para casa.”
The Devils Own #2 Amo Jones

PARTE DOIS
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA
Três meses depois

Já se passaram três meses. Três meses desde que deixei Las


Vegas e voltei para Westbeach para tentar continuar com minha vida.
Meu telefone vibra no bolso do meu avental e eu o pego, gesticulando
para Lena continuar atendendo os clientes para que eu possa atender
a chamada.

“Alô”, eu digo, empurrando as portas traseiras da cozinha.

“O que vamos fazer hoje à noite?” Phoebe exige e eu expiro.

“O que você quer dizer? Eu só quero sentar em casa e relaxar


com uma garrafa de vinho. Não quero seu drama de estrela do rock.”

“Oh? É assim agora, não é?” Pergunta ela, zombando de sua


dor. “Não, sério, eu preciso fazer algo. Ryker se meteu em alguns
problemas e só preciso fugir por um tempo.” Ela acabou de dizer
'fugir', como Dory fez em Procurando Nemo.

“Você está certa. Você precisa sair”, murmuro secamente.

“Sim. E acho que você também. Quando foi a última vez que
você bebeu?”

“Três meses.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Deixe o menino de brinquedo em casa.”

Eu sorrio, segurando meu telefone. “Eu posso fazer isso.”

“Não posso acreditar que você está namorando o Chase.”

“Eu não chamaria isso de namorar. Estamos apenas


brincando.”

“Todas as noites.”

“Ok, e hoje à noite?” Mudo de assunto antes de Phoebe afundar


suas garras no assunto.

“Aí, sim!” Ela começa a divagar sobre o que vestir e a que horas
virá me buscar. Ryker - o irmão gêmeo de Ryder, seu marido e deus
do rock - fez suas travessuras habituais, então ela precisa de um
tempo. Depois de desligar o telefone, coloco-o novamente no bolso e
termino o meu dia.

HELLA

“O quartel-general do Exército foi completamente desocupado”,


começa Beast, declarando do seu lugar na mesa durante a igreja.
“Tudo, desde os equipamentos até os corpos, tudo foi resolvido.”

“Por quem?” Pergunta Ripper, inclinando-se para frente e


atirando as cinzas de seu cigarro.

Beast se inclina em sua cadeira, com o dedo indicador correndo


pelo lábio. “Boa pergunta. Sempre soube que havia alguém acima de
Kurr - nenhum de nós sabia quem, mas sabíamos que era uma
organização governamental. Tudo acontecia às escondidas. E nós
fazíamos o trabalho sujo pelo qual os EUA não pretendia reivindicar
a responsabilidade. Besteiras como essa, foi para isso que eles nos
The Devils Own #2 Amo Jones

usaram, para o que nos construíram. Não existiam limites. Nós


tínhamos os seis mandamentos e era por isso que vivíamos.”

“Kurr está morto, é tudo o que importa”, murmuro, puxando o


baseado do bolso e acendendo.

Beast olha para mim, com seus olhos se fixando nos meus
quando algo pisca sobre eles. E concorda. “Exatamente.”

Sim, besteira. Eu vi isso. Essa conversa ainda não acabou.


Depois que ouvi sobre Melissa se encontrando com um filho da puta
chamado Chase, fui para Westbeach, apenas percebendo no meio do
caminho, o que diabos estava fazendo. Costumo ser impulsivo, para
dizer o mínimo, e não pensei no que estava planejando fazer quando
chegasse lá. Eu com certeza não estou procurando uma Old Lady e
Melissa não é o tipo de garota que você pode colocar uma corrente no
pescoço, enfiar uma mordaça na boca e dizer para ela se sentar e se
divertir até que eu possa voltar para casa e foder sua boceta até que
ela grite para eu parar.

Então dei meia-volta. Desde então, também tenho lidado com


as gracinhas dos caras por isso, eles acham que são engraçados.
Veremos quem vai rir quando uma garota aparecer na vida deles e
eles passarem todas as noites com as mãos enroladas no seu pau
com os olhos daquela garota na mente - e só com os olhos daquela
garota em seus pensamentos.

Beast deixa cair o martelo e todo mundo começa a


sair. Pressionando as palmas das mãos na mesa, vou me levantar da
cadeira, até que olho para cima e encontro Beast olhando para mim,
então me sento. Sim, essa conversa ainda não acabou. Pego outro
baseado e o acendo, inspirando profundamente, me preparando para
o que está prestes a sair da boca desse filho da puta.

MELISSA
The Devils Own #2 Amo Jones

Rolando do peito de Chase que estou tão acostumada a estar


em cima, eu exalo, com minha respiração presa. Sexo com Chase é
bom. Ele é ótimo na cama, mas nos falta a faísca interna que eu
preciso. Não estou dizendo que não é fácil com ele; simplesmente não
sinto nada depois do sexo, o que é bom porque ele está me usando
para o mesmo fim.

“Você vai sair hoje à noite?” Ele pergunta, apoiando-se nos


cotovelos.

Sorrio, puxando meu sutiã. “Sim. Phoebe quer sair depois da


merda com Ryker.”

Ele dá seu sorriso de menino e eu me derreto um pouco. Chase


tem cabelos castanhos escuros, olhos castanhos e um bronzeado
natural de quem viveu perto da praia a vida toda. “Sim, eu sei. Niko
está com uma garota, Bryleigh.”

“Bryleigh Munroe.” Reviro meus olhos. “É culpa dela que Ryker


esteja com problemas.”

Chase ri, passando a mão em volta do meu braço e me puxando


de volta para a cama. “Não é culpa dela que ele tenha um
temperamento quente.”

“Hmm.” Concordo em discordar, empurro seu peito. “Você


precisa sair. Eu tenho que me arrumar.”

“O quê? Você está me expulsando?” Pergunta com um sorriso,


chocado.

“Sim. Saia.” Aponto para a porta atrás de uma risada.

Ele ri, sai da cama e veste o jeans. “Tudo bem.” Coloca sua
camiseta branca limpa, deixando seu jeans desabotoado e caminha
até mim. Ele me puxa para ele e beija minha testa. “Ligue-me se
estiver com tesão.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu reviro meus olhos. “Sempre ligo”, respondo com uma voz


cantada, e então ele sai e fico sozinha no meu apartamento.

Depois de tomar banho, estou entrando na cozinha, dançando


em meu apartamento ao som de ‘Team’ de Iggy Azalea quando
alguém bate na minha porta. Pegando o controle remoto, abaixo o
volume antes de abrir a porta. Que porra é essa?
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Puta merda”, sussurro, segurando a maçaneta da porta. “O


que você está fazendo aqui?”

“Olá para você também, mana”, responde Millie, inclinando a


cabeça. Ela parece a mesma, só que um pouco mais velha. Seu
cabelo loiro desce pelas costas em ondas naturais e seus olhos são
de um azul brilhante, e os anéis de sua íris escuros. Sua pele está
mais pálida do que eu me lembro, suas bochechas exibindo um rubor
natural e seus lábios ainda têm um pouco de Angelina Jolie. Minha
irmãzinha é linda.

“Você vai me convidar para entrar?” Ela pergunta.

Eu saio do caminho e gesticulo para ela entrar. Fechando a


porta, me viro para encará-la, com minhas costas pressionando
contra a parede. “Quase não te reconheci sem sua fantasia de freira.”

Ela suspira, sentando-se no sofá, as mãos se mexendo


nervosamente. “Melissa, chega de piadas de freiras, e isso é chamado
de hábito.”

Eu zombo, abrindo minha geladeira. “Quer beber alguma coisa?


Água? Café? Vodka?” Abro a tampa da minha vodka, derramando um
pouco em um copo e adicionando alguns cubos de gelo. Amarrando
meu roupão de seda com mais força, entro na sala e me sento na
The Devils Own #2 Amo Jones

poltrona. Observando-a, tomo um gole da minha bebida e ela traz


seus olhos para os meus lentamente.

“Vejo que você ainda está bebendo.”

“Ei, eu vou sair hoje à noite. Noite das garotas. E não bebo há
três meses, então não me julgue. O que posso fazer por você?”

“Preciso de um lugar para ficar.”

“Por que eu? Por que não mamãe? Ela sente sua falta,
sabe.” Tomo outro gole antes de colocar meu copo na mesa,
desembrulhando meu cabelo da toalha em que ele está.

“Porque eu não posso. Eu...” ela exala. “Esqueça.” Diz isso e se


levanta do sofá.

“Espera!” Eu a interrompo, fechando meus olhos brevemente


antes de xingar baixinho. “Você pode ficar aqui sob uma condição.”

Ela se vira, arregalando os olhos, indicando para eu continuar.

“Você sairá hoje à noite. Sou só eu e...”

“Esqueça. Vou me arriscar a ficar sem teto.”

Eu corro até ela, agarrando seu braço. “Millie! Pare de ser tão
dramática. É uma noite e juro que vou calar a boca e você pode ficar
aqui o tempo que precisar.”

Ela me olha com ceticismo. “Promete?”

Meus olhos vão rapidamente para a cozinha. “Sim, eu prometo,


se você não se importar de Chase passar algumas noites aqui.”

“Quem é Chase?”

Sorrio, balançando as sobrancelhas.

Seu rosto entristece, e um som enojado sai de sua boca. “Eca,


certo.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu reviro meus olhos. “Oh vamos lá. Nem todas nós recebemos
o chamado da Virgem Maria.”

“Você escolheu ser uma... você sabe...”

“Puta?”

“Melissa!”

“Olha”, eu começo, puxando-a de volta para a sala de


estar. “Você pode ficar aqui. Eu senti sua falta, mas o que está
acontecendo? Por que você não está usando seu traje preto e sexy?”

“Um hábito”, ela me corrige, com sua voz entediada.

Eu aceno minhas mãos. “Eu vou ignorar esse nome porque isso
é ridículo.” Sorrio baixinho.

“Melissa...” ela adverte.

Eu suspiro em derrota. “Ok, sinto muito. Vamos lá, vamos


encontrar algo para você vestir. Talvez eu possa colocar algo em sua
bebida e fazer você falar.”

Seus olhos se arregalam e eu dou uma risada, jogando minha


cabeça para trás antes de revirar os olhos. “Eu estava brincando.”
Empurro-a para a cama, entrando no armário, resmungando: “Você
precisa entender uma piada.”

***

“Lissa, eu não acho que é seguro aqui fora.”

“O quê? Não, isso é Westbeach. Por quê? Alguém está te


perseguindo que eu deva saber?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ela balança a cabeça. “Não”, sussurra. “Pelo menos, acho que


não.”

Faço uma pausa, virando-me para encará-la. Eu realmente


queria que Phoebe se apressasse. Vou precisar de álcool se vou
tolerar essa merda a noite toda. Estou com um vestido sem alças
vermelho, justo, que tem uma parte triangular faltando sob meus
seios, mostrando mais de pele. Millie está vestida com calças pretas
e uma blusa branca. Ela disse que era tudo que ela conseguiria usar
do meu armário, e tenho quase certeza que usei isso em um funeral
no ano passado. Gosto estelar. Meu cabelo loiro está desgrenhado e
cai por toda parte, pairando no meu quadril e meus olhos estão
sombreados com uma sombra escura, e meus lábios num tom nude.
Millie fez um coque apertado e nada de maquiagem. Ela parece que
está pronta para uma reunião de negócios - não como se estivesse
prestes a ser apalpada no traseiro.

“Como assim, você acha?” Sussurro para ela. “Millie, o que está
acontecendo?”

Sua boca abre no momento em que uma limusine preta e


elegante chega ao meio-fio e a janela traseira se abre. “Entre,
cadelas! Puta merda! Millie?” Phoebe espia pela janela já com um
copo na mão.

“Isso foi um erro”, Millie sussurra antes de me seguir quando


eu abro a porta. Sorrio para Phoebe e, quando estou prestes a entrar
no carro, um arrepio percorre minha espinha e meus olhos disparam
para outra limusine preta que está estacionada do outro lado da rua
com janelas escuras. Meu sorriso cai. Phoebe grita novamente:
“Entre!”

Dou de ombros e deslizo com Millie seguindo atrás de mim.

O ar do clube está denso, com comportamentos bêbados, más


decisões e hormônios a todo vapor. Tomando um gole da minha água
gelada, me inclino contra o sofá na área VIP - porque estamos com
The Devils Own #2 Amo Jones

Phoebe Oakley - e olho para Millie que está sentada em suas mãos,
olhando em volta nervosamente - era como se eu tivesse levado um
cordeiro para a cova do leão.

“Millie, relaxe.”

Seus olhos se voltam para os meus. “Eu preciso de ar.”

“Você precisa de ar...”, murmuro antes de ficar de pé. Meu


telefone vibra no bolso, então troco de mão com a bebida e o
verifico. Para ver uma mensagem de Chase perguntando onde
estou. Eu respondo antes de empurrá-lo de volta no meu bolso. Meu
telefone toca novamente e eu suspiro, puxando-o de volta para ler
um: ‘Até logo’, na tela.

Eu me viro para Millie. “Vou com você.”

“Onde você está indo?” Phoebe vem pulando em nossa direção


com outra garota com cabelos compridos e tingidos de vermelho.
“Gente, essa é Indie!” Phoebe aponta para ela.

“Oi”, nós duas respondemos antes de eu voltar a olhar para


Phoebe. “Ela precisa de ar. Nós já voltamos.”

Ela assente com a cabeça antes de puxar a ruiva de volta para


a pista de dança, e eu sigo Millie até a frente da boate.

O ar frio percorre minha pele suada e meus olhos se voltam


para Millie. A fila ainda está longa do lado de fora e sorrio para Nikos,
que está na porta. Nikos é irmão de Chase. Os Irmãos Coleman vivem
aqui a vida toda e fazem a segurança do CLM.

“Tudo bem”, começo, passando minhas mãos por meus braços,


com minha mente um pouco mais sóbria. “Desembucha. O que está
acontecendo?”

Ela começa a andar pelo meio-fio, com a mão levantada contra


a testa enquanto a mesma limusine preta se aproxima ao lado de
Millie. Minha mão voa e eu a puxo de volta, puxando-a em minha
The Devils Own #2 Amo Jones

direção. A janela de trás abre e um homem sentado na escuridão


murmura: “Você tem quatro segundos para entrar neste carro ou sua
mãe estará morta.”

Todo o ar sai do meu corpo e minha garganta trava.

“Agora”, ele repete, e eu empurro Millie para trás.

“Certo”, eu consigo dizer. “Eu vou com você. Millie?” Eu me viro


para encontrar seu rosto pálido. “Vá para dentro e fique perto de
Phoebe.”

Um risinho profundo vem de dentro do carro. “Não. Vocês duas


entram neste carro. Agora.”

Os olhos suplicantes de Millie olham para mim e eu aperto a


mão dela tranquilamente. “Vai ficar tudo bem”, eu sussurro. “Não
vou deixar que nada aconteça com você.” E nós duas entramos na
limusine.

Eu sou muitas coisas. Gosto de explorar minha sexualidade e


tenho uma boca inteligente (aparentemente), mas se houver uma
pessoa neste mundo que sem dúvida eu daria minha própria vida
sem pensar duas vezes, é minha irmã. Eu falhei muito com ela no
passado. E disse a mim mesma que, se alguma vez tivesse outra
chance de ser uma irmã melhor para ela, eu a defenderia firmemente.
O cheiro do bourbon rico e fumaça de charuto invadem meus
sentidos, e eu prendo minha atenção severamente, tentando
vislumbrar melhor o homem que está do nosso lado. O carro se afasta
e eu vejo o contorno de um homem vestindo um terno elegante com
uma camisa branca. Ele tem um copo cheio de líquido de cor âmbar
em uma mão e um charuto na outra.

“Quem é você?” Eu pergunto, com arrepios correndo sobre


minha pele e meu estômago revirando de cabeça para baixo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele se inclina para a frente e eu pego seu rosto claramente das


luzes da rua que passam, e prendo minha respiração. “Quem é
você?” Repito, seguindo a pele que cobre seu rosto.

Ele sorri, sacudindo a cinza de seu charuto e recuando para


sua posição. “Eu sou seu pior pesadelo. Ou, você pode me chamar de
Kurr.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Kurr?” Eu pergunto distraidamente, com minha mente


analisando onde eu já tinha ouvido esse nome. Millie se remexe no
banco.

“Sim”, ele ri. “Não vou matá-la, Melissa. Ou a sua irmã, mas
preciso que você envie uma mensagem para o 112 por mim.”

“112?” Pergunto, me acomodando no meu lugar. É então que


tudo se junta na minha cabeça. A voz de Jada aparece sobre quem
executava a operação na qual estavam trabalhando. Meu rosto cai,
minha pele empalidece e meu estômago começa a se agitar de tal
maneira que eu tenho que segurar minha boca. “Você...” sussurro.
“Você é do Exército?”

“Ora, ora. Ela entendeu.”

“Eu pensei que você estivesse morto!”

“Ótimo. Esse é o efeito que eu estava esperando. Agora, preciso


que você envie uma mensagem para o nosso psicopata favorito.”

Eu ofego.

“Diga a ele”, ele se inclina para frente novamente, segurando


sua mão em volta do meu pulso me puxando em sua direção. Seus
The Devils Own #2 Amo Jones

lábios correm por meu pescoço enquanto ele inala meu perfume.
Meus olhos se fecham com nojo. “Que o Exército não está morto, ele
não nos derrotou, apenas nos fortaleceu.” Voltando ao seu lugar, com
as costas da mão correndo pela minha bochecha, e eu me afasto. Ele
ri antes de se sentar. “Tenho um exército maior agora. Meus soldados
são mais letais, leais, e desejam mais do que tudo aquilo porque
lutamos. Soldados que por sinal, não estão muito felizes com Beast
e Hella. Portanto, preciso que você lhe envie uma pequena
mensagem.” O carro para e minha mão encontra a de Millie. Ela
aperta de volta tranquilizadoramente para mim. “Você precisa dizer
a ele que, quando chegar a hora, ele não saberá o que o atingiu ou
seu clube de motoqueiros. Entretanto, estamos observando, Melissa,
estamos sempre de olho. E se ele estragar tudo? Se tentarem
descobrir qualquer informação sobre nós, ele pagará por isso. Todos
vocês pagarão por isso.”

Engolindo a bile na minha garganta, eu consigo sussurrar:


“Então, por que não dizer a ele você mesmo? Por que eu tenho que
dizer?”

Ele ri. “Porque eles precisam saber que a sua hora está
chegando e que a guerra ainda não terminou. Está apenas
começando.” Nossa porta se abre quando um homem do tamanho de
um monstro puxa Millie para fora da limusine antes que eu siga atrás
dela. A noite escura vem como um lembrete de boas-vindas de que
conseguimos sair disso, vivas.

“Oh, e Melissa?” Sua janela abre levemente quando o


grandalhão desliza de volta para o banco do motorista. “Você pode
querer manter sua irmãzinha perto de você. Nós a observamos há
algum tempo.” Então, eles se afastam da estrada de cascalho e
desaparecem na escuridão, com seus faróis apagando-se ao longe.

Minha frequência cardíaca diminui e me viro para Millie. “Você


está bem?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ela assente, com a mão no pescoço. “Sim. Eu vi esse carro


muitas vezes no mês passado, Melissa.”

“Merda”, eu sussurro. “Isto é ruim.”

Algo se emaranha nos arbustos e minha pele se arrepia


novamente. “Precisamos dar o fora daqui.”

Nós começamos a caminhar por onde viemos e eu retiro meu


telefone para fazer a única coisa que eu realmente, realmente não
queria fazer: ligar para Meadow.

HELLA

Depois que Beast me manteve para trás há alguns dias para me


contar sobre suas teorias sobre O Exército, voltei para minha casa
na propriedade. Tenho dinheiro suficiente para comprar uma casa
nos subúrbios, mas nunca vi o objetivo disso, pois o clube é minha
vida; eu vivo e respiro essa vida. Administro a oficina mecânica no
centro e poupo todo o dinheiro que recebo do trabalho no clube.

As opiniões de Beast sobre o Exército não são tão lógicas. Ele


parece pensar que, como Kurr se foi, há uma chance de eles se
reconstruírem, e mesmo que o fizessem, desde que Kurr esteja morto,
isso é tudo o que importa.

Entro na sede do clube ao mesmo tempo em que Ripper está


saindo com um cigarro pendurado na boca. “Estamos prontos?”
Pergunto a ele.

“Sim. Beast está apenas resolvendo umas merdas.”

“Então foi você quem decidiu administrar as Vixens, não foi?”


The Devils Own #2 Amo Jones

Elas são umas malucas de merda. Só as encontrei uma vez,


mas os russos pediram o favor, então agora é hora de cumprir. Beast
e Ripper irão trazer seus rabos de volta para cá a fim de ver qual é o
próximo passo do seu querido pai. O nome de estrada de Ashley é -
Queen A. Ela tem regras muito seletivas de patch, e uma delas é que
você tem que ter um bem valioso, em termos de aparência. Isso
resume muito bem a sua equipe: todas elas são sexys pra caralho.

Sorrio. “Irmão, eu não tenho inveja de você.” Ele me manda o


dedo do meio antes de caminhar em direção a sua moto. Continuo
pela sede, caminhando em direção à sala de reuniões. Abro a porta e
encontro Beast em seu telefone, sentado em seu trono. Paro na porta
e ele levanta as mãos, sinalizando para eu parar. Entro, fechando a
porta atrás de mim e me sento ao lado dele.

“Sim, está bem.” Ele faz uma pausa, me observando


atentamente. “O quê... Agora? Ripper está ocupado.” Ele olha para
mim. “Talvez eu tenha alguém. Eu te ligo de volta.” Ele desliga o
telefone, enfia-o no bolso e olha para mim.

“O que foi?” Eu pergunto, encostado na minha cadeira.

“Você quer relembrar suas antigas aptidões?”

Meus olhos se estreitam. “O que você quer dizer?”

Ele se inclina para frente, e sua boca se abre assim que a porta
é aberta, a parte de trás dela bate na parede com Meadow correndo
para dentro. Beast e eu ficamos ambos de pé quando olhamos em
seus olhos. Isso, e o fato de que Meadow nunca entraria sem
permissão, muito menos quase arrancado a maldita porta.

“Beast...” Ela olha para ele, engole e depois olha para


mim. “Hum, nós temos um problema.”

Seus olhos me avaliam e seu lábio é puxado entre os dentes.

Eu arregalo meus olhos. “Continue...”


The Devils Own #2 Amo Jones

“Acabei de falar com... Melissa.” Meu sangue vira gelo, e meus


olhos brilham. “Ela e Millie, alguém as levou...”

“O quê!?” Grito, caminhando em sua direção. Quando ela recua,


Beast fica na sua frente como um escudo.

“Deixe-me terminar, porra! Elas estão bem! Desculpe, eu


deveria ter começado com isso.” Ela olha para mim se desculpando e
eu relaxo. “Mas não é esse o problema”, acrescenta, e cerro minha
mandíbula em frustração. “Foi Kurr quem as levou.”

Meu coração para. A pulsação do meu sangue atravessa meus


ouvidos e eu olho para Beast para vê-lo pálido como um fantasma.

“O quê?” Ele sussurra. “Que porra é essa!”

Eu ando em direção a Meadow, com minha mão envolvendo seu


braço. “Onde ela está?”

“Ela está na casa dela. Preciso ir buscá-la.”

“Não!” Eu e Beast dizemos ao mesmo tempo. “Eu vou”,


acrescento, e ela balança a cabeça.

“Não, você não pode. Ela não virá com você. Eu vou buscá-las.”

“Quem é Millie?” Beast pergunta, observando Meadow.

“É sua irmã mais nova.”

“Foda-se”, sussurro distraidamente. “Há duas?”

Meadow revira os olhos. “Sim, mas Millie é o oposto de


Melissa. Ela é freira.”

Minha cabeça balança para trás e uma risada me escapa. “Você


não pode trazer uma freira do caralho para cá, Meadow.”

“Ela vai ficar bem. Precisamos ir.”

“Estou indo”, acrescento, tirando meu telefone do bolso.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Não, você não vai.”

“Sim, eu vou.”

Beast se aproxima de mim. “Eu irei. Ela está certa. Do jeito que
você e Melissa deixaram as coisas? Ela pode não querer vir.”

“Oh”, respondo. “Ela virá.”

“Hella”, Beast adverte. “Vou pegar a van e alguns caras. Preciso


que você ajude Ripper com as Vixens.”

“Tragam-na diretamente para cá”, digo, caminhando em direção


à porta. “Ela não vai sair da minha vista desta vez.”

Estou saindo pela porta quando Ripper entra com cinco


meninas de colete atrás dele.

Sorrio, depois cutuco minha cabeça. “E, aí.”

Ashley assente. “Eu sou Ashley. Minhas meninas me chamam


de Queen A. Você é Hella, certo?”

Examino sua linguagem corporal, a maneira como seu peito


sobe e desce com a leve gota de suor que escorre por seu peito. Ela
morde seu lábio inferior e inclina a cabeça enquanto me olha de cima
a baixo. “Sim”, respondo.

Ela assente em direção ao bar. “Bebida?”

Olho para Ripper, que esconde seu sorriso atrás da boca, e


meus olhos se estreitam.

“Sim, porque não.”

Ela se vira para as outras garotas. “Essas são minhas garotas:


Jizzy, Harley, Precious e Cherry.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Faço uma pausa, e meus olhos se voltam para a menina que ela
apontou. “Jizzy10?” A garota revira os olhos antes de caminhar em
direção ao bar, e eu solto uma risada. “Sério? Jizzy?”

Ela se senta no banquinho com as meninas seguindo atrás dela,


então Ripper e eu nos juntamos a elas. Ashley se senta ao meu lado,
e o Velho olha entre nós avaliando. “Apenas prepare as bebidas, meu
velho.”

Ele começa a despejar, olhando para mim de vez em quando.


Cada vez que tenho uma vadia no meu braço, ele atira esse olhar. Ele
gostava de Melissa, provavelmente tinha o pau duro por ela, se ele
consegue até mesmo ficar duro, ainda.

Ashley olha para mim e Ripper do meu outro lado. “Então, por
que papai querido mandou vocês?”

“Você parece tão convencida de que isso tem a ver com seu pai
e não é um sequestro.” Sorrio ao redor da borda do meu copo,
removendo meu boné e virando-o para trás. Seus olhos seguem a
mim e a Ripper. “Eu estava brincando”, continuo sem rodeios.
“Teremos que esperar até que Beast volte para ver qual é o nosso
próximo passo com você. Algo deve estar acontecendo com papai
querido, e por isso ele ligou.” Tomo um grande gole da minha bebida.
E sua mão passa por cima da minha coxa antes de arrastá-la
lentamente. Sua cabeça inclina enquanto examina meu rosto.

“Foi um longo dia”, continua ela. “O que você disse?”

Faço uma pausa e a examino melhor. Ela é gostosa, mas não


da maneira que faz meu coração bater forte e pulsar. Seus cabelos
escuros caem nas costas, e cílios grossos cobrem seus olhos
castanhos. Ela é russa e tem uma aparência exótica, com todas as
suas características impressionantes.

10
Algo tão incrivelmente incrível que tem um efeito orgástico em alguém.
The Devils Own #2 Amo Jones

Sorrio, tomando outro gole. “Recebemos algumas notícias


inesperadas alguns minutos antes de você entrar. Não estou com
disposição.”

Ripper bufa. “Não está com disposição?” Dou um pontapé nele


e levo meus olhos de volta para Ashley.

“Mais uma razão para ganhar um boquete, certo?” Ela responde


docemente, passando a língua pelo lábio inferior. Arrasto meus olhos
por seu corpo novamente. O pequeno colete de couro delas é fofo, mal
cobrindo seus abdomens planos e tonificados, fazendo um excelente
trabalho em exibir seus peitos - alguns falsos, outros naturais.
Devem funcionar para mim e os irmãos.

Eu limpo minha garganta antes de puxar um baseado do meu


bolso e acender. “Baby, se você envolvesse esses belos lábios ao redor
do meu pau agora, não seria em seu rosto que eu estaria gozando.
Ainda quer pular no meu pau?”

Ripper se perde, gargalhando.

Ashley olha para mim estreitando os olhos. “Então não, retiro a


oferta.” Ela balança a cabeça. “Motoqueiros.”

MELISSA

Estou andando de um lado para o outro da minha sala de estar


quando surge uma batida na porta. Eu olho para Millie e Chase que
estão sentados no sofá. Chase chegou há dois minutos. Eu não
queria assustá-lo, então ainda estou aqui sentada tentando pensar
em uma maneira de dizer a ele que estou indo para Vegas. É sexta-
feira. Ele costuma vir às sextas-feiras, então não é fora do comum
que ele esteja comendo batatas fritas no meu sofá.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Chase?” Eu o chamo.

Ele olha para mim. “Sim?”

Outra batida na porta, e Millie olha para mim questionando.

“Eu tenho que ir a Las Vegas para ajudar Meadow com as coisas
do casamento”, eu minto.

Ele pega mais batata e se levanta do sofá. “O quê? Agora?”

Aceno com a cabeça. “Eles vieram me buscar, agora.” Eu sei


que Hella não está com eles porque Meadow me prometeu que ele
não viria, mas eu ainda não tenho certeza.

Ando em direção à porta e a abro para: Meadow, Beast,


Hannibal e Frost.

“Finalmente! Por que diabos você demorou tanto?” Meadow,


fala, passando por mim. Ela para abruptamente. “Oh, certo! Merda,
estamos interrompendo?” Pergunta, olhando entre mim e Chase. Os
meninos a seguem e param quando veem Chase.

“Oh, entendo”, Hannibal começa, e eu estreito meus olhos para


seu rosto arrogante.

“Pare, agora mesmo”, eu grunho baixinho.

Chase caminha até mim, pegando suas chaves e sua mochila


do balcão. Ele olha atentamente entre todos os caras que o estão
examinando, antes de me puxar para um abraço.

Seus lábios pressionam contra a minha cabeça, com os braços


presos em volta da minha cintura com força. “Ligue para mim
quando chegar lá, para que eu saiba que você chegou bem”, ele
sussurra no meu ouvido.

“Ok”, eu sorrio para ele, e Hannibal zomba antes de passar e


seguir em direção à sala onde Meadow está conversando com Millie.
The Devils Own #2 Amo Jones

Chase se afasta da sala. Quando a porta se fecha, meu sorriso


cai e um escárnio sai da minha boca. “Não seja tão mal-educado,
Hannibal.”

Ele ri, sentando-se no sofá. Beast está congelado no lugar, me


observando.

“Mal posso esperar para contar a Hella sobre esse pequeno


encontro”, diz Hannibal, rindo e colocando um tornozelo no joelho.

“Foda-se Hella”, murmuro, seguindo-os.

“Ele tem feito muito disso também”, Hannibal me provoca. Eu


engulo, com meu rosto hesitando brevemente. Claro que sim, mas eu
também, então acho que não posso julgar. Ainda machuca onde não
deveria, no entanto. Realmente, realmente, não deveria doer.

Eu limpo minha garganta. “Vou pegar nossas malas. Esta é


minha irmã, Millie. Seja legal.” Olho ao redor da sala para os
motoqueiros do tamanho de monstros antes de me corrigir. “Ao
menos, tente ser legal.” Hannibal olha para ela novamente, com seu
sorriso psicótico de menino vindo sobre o rosto, e eu faço uma pausa,
inclino minha cabeça e coloco minhas mãos sobre meus quadris. “Ou
eu corto seu pau e o dou a você em pedaços por uma semana.”

Ele olha para mim e sorri. “Veja, é exatamente por isso que
Hella está tão fodido por você.”

“Que se foda Hella”, repito, caminhando em direção ao meu


quarto para recolher meus últimos pertences.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

A escuridão da noite nos rodeia enquanto percorremos a


estrada privada de cascalho que tanto conheço. A estrada acidentada
nos sacode em nossos assentos na van, e eu agarro a mão da Millie
com força.

“Lembra-se do que eu disse, Millie? Este é o lugar deles. Se você


não gostar de algo, vá embora e mantenha a boca fechada.”

Ela engole e acena com a cabeça. “Sim, entendi.”

“Você não chegou a me contar sobre o que está acontecendo


com você?”

Ela sorri. “Acho que isso não importa agora.”

“Melissa?” Beast diz do assento do motorista com Meadow ao


seu lado. “Quando entrarmos lá, vamos direto para a sala de reuniões
e você pode nos contar tudo de uma vez, certo?” Ele olha para mim
de seu espelho retrovisor. Aceno, e ele segue descendo a entrada.

Quando entramos no clube e a van encosta, Meadow vira em


seu assento e olha para mim. “Há algo que eu esqueci de mencionar.
Nós temos convidadas. Ainda não as conheci, mas elas são de um
clube só de meninas, MC.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu a detenho. “Está tudo bem, Meadow. Não ficaria sequer


surpresa.”

Ela sorri, com os ombros caídos em derrota. “Se isso faz você se
sentir melhor, ele só esteve com as putas do clube. Mas houve um
incidente”, acrescenta, com os olhos arregalados.

“Desembucha”, eu digo com um sorriso, escondendo minha dor.

Ela olha para mim. “Certo. Rapidamente, porque Beast vai


pensar que estou tentando fazer com que alguém morra. De qualquer
forma, temos uma nova garota por perto. Ela dormiu com Hella uma
noite e pensou que podia brincar de namorada com ele....” Ela faz
uma pausa, me observando com um sorriso piedoso. Eu arregalo os
olhos, incitando-a a continuar. Você não pode ficar chateada,
Melissa. Não seja hipócrita. “De qualquer forma, ela se aproximou de
Hella e se agarrou na cintura dele, e ficava se esfregando nele. Então
a mão dele voou no pescoço dela tão rápido que ele realmente a
sufocou na frente de todos. Tivemos que reanima-la até a ambulância
chegar aqui. Mas ele nem sequer ligou. Ela está viva, graças a Deus”.

“Huh”, respondo distraidamente. “Devo ter tido sorte, então,


porque ele não me sufocou.”

Meadow ri, abrindo a porta antes de deslizar a nossa. “É por


isso que eu te amo.”

Millie para quando saio da van. “Quem é Hella e por que você
deveria se importar?”

“Conversamos depois.”

Eu tento puxar minha camiseta apertada para baixo para cobrir


meus quadris e minha barriga, só que ela falha porque salta
novamente para cima para descansar sob meu umbigo. Meus jeans
são apertados e estou de tênis. Estava com pressa, então joguei
qualquer coisa, e agora me arrependo. Millie está usando calças
pretas e uma blusa, sempre a princesa tensa que ela é.
The Devils Own #2 Amo Jones

Entramos no clube e o cheiro que me atinge traz de volta tantas


lembranças, é como se eu nunca tivesse saído. Borracha queimada,
couro, perfume, cerveja, sujeira e... boceta. Meus olhos brilham
quando vejo o Velho atrás do bar. Ele olha para mim e sorri. Pego a
mão de Millie. “Você vai precisar de uma bebida.”

“Não!” Ela diz, puxando sua mão da minha. Eu reviro meus


olhos. “Tudo bem, eu vou precisar de uma.” Quando começamos a
andar novamente, o clube inteiro faz uma pausa. A tagarelice para e
o único som que enche o ar é o som eletrizante do ‘Welcome Home’ do
Metallica. Apropriado.

Beast caminha atrás de mim. “Vamos. Pegue uma bebida e vá


direto para a sala de reuniões.”

Eu aceno para ele, não querendo procurar na área por


Hella. Quando ando em direção ao bar, um arrepio percorre minha
espinha e eu sei nesse exato momento que ele está nesta sala, me
encarando.

“Oi!” Eu digo para o Velho.

“Oi, garota bonita. Quem é?” Ele acena para Millie.

“Esta é minha irmãzinha, Millie. Millie, esse é o Velho.”

Ela olha para ele antes de olhar para mim e eu sei que ela quer
dizer o quão terrível estou chamando-o, então meus olhos se
arregalam para ela. Ela pega e assente. “Oi, prazer em conhecê-lo.”

“O mesmo”, ele retorna e eu aceno, passando os dedos por meus


cabelos para afasta-lo do meu rosto.

Pegando minha bebida, agradeço a ele antes de agarrar a mão


de Millie e levá-la para as portas onde nenhuma mulher deveria
ir. Um sentimento inquietante se agita em meu estômago quando
percebo a seriedade da situação. Esses homens não têm ideia do
The Devils Own #2 Amo Jones

quão ruim é; tudo o que sabem é que Kurr ainda está vivo. Eles não
sabem o quão vivo ele realmente está.

A porta se fecha e meus olhos ficam concentrados na moto atrás


de Beast, a moto de seu pai. Minha cabeça se inclina enquanto
examina as barras de aço inoxidável e a pintura azul clara.

“Melissa?” Diz Beast. Meadow caminha em direção a ele na


cabeceira da mesa e se senta em seu colo. Eu posso ver pelo canto
do olho onde Hella está sentado à direita de Beast, e Millie senta no
banco vazio ao lado de Ripper.

“Quer nos contar o que aconteceu?” Ele pergunta, e eu me


arrasto inquieta.

“Tudo?” Mantenho meu olhar fixo em Beast e bem longe de


Hella. Eu sei que vou perder todo o sentido no minuto em que eu
colocar meus olhos nele. Eu vou querer matá-lo ou arrancar sua
roupa - geralmente é uma mistura de ambos - e realmente preciso
manter o foco agora, se eu quiser ser meticulosa e me lembrar das
informações. “Saímos para dançar com Phoebe. Ela tinha essa...
coisa. De qualquer forma, Millie precisava de ar, e Chase me mandou
uma mensagem para dizer que ele...”

“Corte a merda, Melissa, e vá direto ao assunto.”

Meu coração bate contra meu peito. O suor escapa dos meus
poros e da minha mandíbula. Meus olhos se fixam em Hella. “Como
eu estava dizendo”, continuo, com seus olhos queimando
diretamente nos meus, e sua mandíbula tensa. Ele está maior do que
era quando eu saí. Seu boné está fixo na cabeça, sombreando
levemente os olhos e os lábios carnudos se curvando em um
sorriso. Meus olhos vacilam. Droga. “Chase tinha me mandado uma
mensagem para dizer que ele estava a caminho”, acrescento,
mantendo meus olhos fixos nos dele. Meus lábios se curvam em um
meio sorriso. “Ele fica comigo nos fins de semana.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Um grunhido profundo escapa de Hella e a sala inteira fica


mortalmente silenciosa. Estou provocando um Devil e sei disso, mas
o lugar sombrio dentro de mim anseia por isso.

“Melissa?” Pergunta Beast.

Olho para ele. “Desculpe. Millie e eu estávamos esperando no


meio-fio quando uma limusine escura e elegante apareceu. A janela
abaixou e, a princípio, eu não sabia quem era porque ele estava
sentado nas sombras do carro. Tudo que eu conseguia ver era que
ele estava vestindo um terno preto. Então, ele ordenou que
entrássemos ou mataria minha mãe. Entramos no carro e ele me
disse para avisá-lo. Disse que queria que eu mandasse uma
mensagem para você. Disse que eles se reconstruíram. E que seus
soldados são muito mais letais e implacáveis do que você e Hella. E
disse que estão zangados com o que vocês fizeram com a base deles
e que são cem por cento comprometidos com a causa. Tão
comprometidos...”, acrescento engolindo “...que não precisam do
Schyronide.” Não sei o que isso significa, mas o nome envia arrepios
sobre a minha pele. “Os soldados desejam vingança. Eles querem
sentir o sangue dos homens sem vida em suas mãos. E por fim,
alertou para não os procurar, e se fizerem isso, vocês pagarão, porque
estão de olho em cada movimento seu, Beast.”

“Algo mais?” Pergunta Beast, com seus olhos trêmulos.

Eu aceno com a cabeça. “Avisou que a guerra ainda não acabou;


está apenas começando.”
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MELISSA

Saio pela porta e deixo que eles conversem sobre isso, com
Meadow e Millie seguindo atrás de mim.

“Venham”, diz Meadow. “Vocês duas podem tomar uma bebida


enquanto eu me apresento a essas Vixens.”

“Oh?” Eu pergunto, levantando as mãos. “Faça bonito”.

“Sempre faço”, ela responde revirando os olhos. Meadow é uma


menina doce, mas até ela tem seus limites.

Millie e eu vamos para o bar e nos sentamos. “Acho que agora


é uma boa hora para me dizer o que diabos está acontecendo com
você e aquele motoqueiro?” Minha irmã indaga.

Sorrio, pegando minha bebida. “Vamos começar com você


primeiro. Por que você estava fugindo?”

O sorriso dela cai. E pega seu copo de água e toma um gole.


“Alguém está atrás de mim.”

“O quê?” Eu abaixo minha voz. O clube está vazio. Apenas


alguns prospectos e as Vixens estão perto da mesa de sinuca
conversando com Meadow.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Sim, eu testemunhei um... assassinato.” Sua voz engasga e ela


toma outro gole.

“Quem? O quê? Aonde? Na igreja?”

Ela assente, colocando o copo na mesa.

“Mataram alguém de seu povo?” Eu tento esconder a maneira


como eu disse 'povo', mas quando os olhos dela se estreitam sobre
mim, eu sei que falhei. “Desculpe”, eu me corrijo rapidamente.

“Não”, ela responde. “Um do meu 'povo' matou outra pessoa.”

“Merda”, sussurro. “Então vocês freiras sabem como festejar,


hein?” Tento aliviar o humor dela, mesmo que seja sério. Duvido que
outra freira possa prejudicar Millie. Ela pode ser uma florzinha
delicada, mas compartilhamos o mesmo sangue, então espero que
ela ainda possa foder uma cadela se alguém tentar agredi-la. “Ok,
bem, nós podemos resolver isso tudo, ok?” Eu a tranquilizo.

Ela assente com um pequeno sorriso assim que as portas da


sala de reuniões se abrem e todos começam a se amontoar. Olho por
cima do ombro para Meadow, que está caminhando em minha
direção.

“Como foi?” Eu questiono.

Ela encolhe os ombros. “Nada mal, eu acho.”

“Será que todas elas devem parecer garotas de pin-up, para


receber seu patch?” Eu pergunto, observando-as. “Sem dúvida, Hella
já fodeu com todas.” Quando percebo que disse isso em voz alta, tomo
o resto da minha bebida. “Preciso de ar.”

A última vez que estive aqui, eu tinha Nyx. Quando eu precisava


de um amigo, ele estava lá. Agora não tenho o mesmo luxo. Quando
saio, olho para o velho carvalho que fica no canto, o mesmo carvalho
em que Nyx e eu nos sentamos e conversamos sobre nossas fodidas
vidas. Antes que eu perceba, estou caminhando em direção ao
The Devils Own #2 Amo Jones

gramado. Sentando na grama, encosto as costas no tronco e suspiro.


Por que diabos voltei ao mesmo lugar que roubou o pouco de
sanidade que ainda me restava?

Meu telefone vibra no bolso, então eu o puxo e deslizo para ver


uma mensagem de Chase. A culpa escoa através de mim quando vejo
suas palavras. Chase tem sido ótimo e tudo mais, embora ambos
tenhamos tido um entendimento mútuo. Não pude deixar de desejar
poder me estabelecer com alguém como ele e não ficar entediada.

Chase: Você chegou bem?

Eu: Cheguei. Obrigada.

Chase: Sem problemas. Isso foi um pouco intenso...

Sorri, eu podia ver seu sorriso revigorante através de suas


palavras e meu humor melhora.

Eu: Só um pouco.

Chase: O que você está vestindo?

Olho em volta, com um sorriso nos meus lábios. Recostando-


me na árvore, digito minha resposta.

Eu: Nada interessante. No entanto, eu poderia precisar de


alguma ajuda para tirar minhas roupas...

Chase: Ambos sabemos que você não precisa de ajuda, para


isso. Em que você está pensando?

Eu: Eu estou pensando que eu preferiria estar aí com você agora.

Chase: Eu também baby. Minha mão está agarrada ao meu pau


me lembrando de seus gemidos enchendo meus ouvidos.

Meu peito sobe e desce e foda-se minha vida, isso está me


excitando. Eu sorrio, puxando meu lábio para dentro de minha boca
e bato e digito.
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu: Meus mamilos estão duros, eles desejam sua boca quente e
minha boceta está tão molhada esperando sua língua.

“O que você está fazendo?” uma voz profunda rosna da


escuridão, e meus dedos param, meu telefone rapidamente voltando
ao meu bolso, como uma criança sendo pega roubando biscoitos do
pote.

“Oi”, respondo sem fôlego e gentil demais para Hella.

Os olhos dele se estreitam. “O que você estava fazendo?” Eu


engulo, passando a língua pelos meus lábios agora secos. E seu
queixo endurece. “Você está fodendo aquele filho da puta, no
telefone?”

“O quê?” Pergunto, horrorizada e tentando esconder o rubor


que decidiu aparecer nas minhas bochechas. Fico de pé e quase
perco o equilíbrio. Deus. Minhas coxas apertam, tentando suavizar
as pulsações profundas do meu clitóris. Por que eu tenho que gostar
tanto de sexo? Minha mão voa até o tronco da árvore, e minha outra
mão sobe para a minha testa, onde eu limpo o fio de suor que escorria
por lá.

Ele dá um passo em minha direção, com sua voz caindo para


um grunhido mortal. “Vou perguntar novamente”, ele começa e eu
me afasto até minhas costas baterem na árvore. O ar engrossa e
minha respiração se torna superficial. “Você estava fazendo sexo por
telefone, com aquele filho da puta antes de eu chegar?” E inclina a
cabeça. Ele está com o boné virado para trás agora, então eu tenho
um assento de primeira fila do seu olhar ofuscante, e se olhares
pudessem matar, eu estaria morta no chão.

“Hum”, eu respondo, olhando em volta. “Só um minuto!” A


percepção me atinge. Quem diabos ele pensa que é?

Suas mãos batem contra o tronco em ambos os lados da minha


cabeça, me prendendo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Merda.

“Hmm?” Indaga levantando as sobrancelhas, levando seus


lábios macios aos meus e sussurra: “Você estava dizendo?” Um
choque de eletricidade acende entre nossos lábios e minha respiração
se aprofunda.

“Não”, eu minto, porque tenho pavor do que, em nome de Deus,


ele faria comigo. Seu corpo pressiona o meu, e seu peito musculoso
desliza contra meus mamilos duros e fecho meus olhos. Uma das
pernas dele empurra entre as minhas e, depois de lutar, eu abro um
pouco, deixando-o entrar.

“Você está mentindo para mim?” ele grunhe, com sua outra
perna entrando na minha, espalhando-as ainda mais. Meus olhos se
fecham novamente.

“Sim”, eu sussurro.

Ele empurra seu pau no meu abdômen e minha boca fica


seca. Meu clitóris implora por ele e meus mamilos pulsam por seu
toque.

Seu punho envolve meu cabelo. Ele o puxa até que meus olhos
estejam fixos nos seus. Enquanto sua outra mão viaja pelas minhas
costas, deixando arrepios em seu rastro. Agarrando minha bunda
com força, com seus olhos cheios de emoção sombria. “Você
esqueceu uma coisa.” Ele passa o nariz pelo meu antes de puxar meu
lábio inferior em sua boca, onde morde grosseiramente.

“O que seria isso?” Eu ofego.

“Você é minha.”

Seus lábios encontram os meus, e eu abro minha boca para ele,


sua língua desliza na minha boca, me possuindo, me dominando.
Minhas mãos envolvem sua nuca enquanto suas mãos seguram
minhas coxas, me levantando do chão. Ele me leva para a parte de
The Devils Own #2 Amo Jones

trás do tronco da árvore. O carvalho é escondido o suficiente, mas


ainda temos uma visão clara de quem está saindo da sede. Ele
empurra minhas costas contra o tronco novamente, abrindo minhas
pernas com as dele, e eu moo meus quadris lentamente sobre o dele,
meu clitóris esfrega contra sua protuberância. Conforme faço isso,
ele rasga a frente da minha blusa e sutiã, e expõe meu peito no ar
fresco, e quando seu hálito quente envolve meu mamilo, jogo a
cabeça para trás fechando os olhos com um leve gemido. “Brax”, eu
suspiro desesperada. Ele afasta a boca dos meus mamilos, e seus
dentes ficam presos na ponta, e o prazer doloroso me enche por
dentro. O som da fivela do cinto ressoa no silêncio íntimo do nosso
abraço e eu seguro minha blusa, tirando-a sobre a cabeça.

Neste exato momento, não ligo para quem nos vê; tudo o que
me importa e quero, é sentir seu pênis dentro de mim, me esticando
até meus limites, físicos e mentais. Sua necessidade, seu tudo, me
consome toda vez que ele está perto. É eletrizante e hipnótico e sou
escrava da energia que compartilhamos.

Suas mãos vêm para o botão do meu jeans. E quando ele abre,
eu me remexo até que caia em uma piscina aos meus pés, e eu os
chuto para longe. Recuando ele olha para mim, com seus jeans em
torno dos tornozelos, com sua camiseta e colete ainda, seu pau
pesado repousa em sua mão enquanto ele se acaricia. Levo meus
olhos por suas coxas fortes, passando por seu pênis, até seus olhos,
que rolam para trás antes que um grunhido escape de sua boca.
Liberando suas mãos, elas encontram minhas coxas e me penetra
com força contra o tronco. Minha boceta se contrai conforme ele me
penetra lentamente. Meus olhos cerram e um gemido me escapa logo
antes de sentir algo frio empurrar levemente contra a lateral do meu
peito. Seu impulso diminui para um ritmo torturante. Abro meus
olhos para encontrar o seu olhar sombrio, e sua boca se abre num
sorriso.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O que você está fazendo?” Pergunto ofegante, ele sai de mim e


penetra novamente, me enlouquecendo. Uma faca desliza sobre o
meu mamilo e minhas mãos apertam sua nuca.

Ele leva a boca ao meu ouvido enquanto a lâmina fria continua


descendo por meu peito. “Este corpo é meu, apenas meu”, murmura.
“E se eu pegar você, batendo esses belos olhos azuis, para alguém
que não seja eu? Eu o mato, Melissa. Não brinque comigo.” Levanta
a cabeça, com sua expressão muito séria. Eu ofego quando ele
penetra ainda mais profundo para dentro de mim. “Quem é o dono
deste corpo, baby?” Pergunta, com sua testa colada à minha. O lado
afiado da faca descendo por minha coxa ao mesmo tempo em que,
suas investidas empurram meu corpo mais contra o tronco da árvore.
“Responda-me, Melissa”, exige.

“Você!” Eu grito, com minha boceta se contraindo, preparando-


se para o orgasmo. “Sempre foi você, Brax.” Ele joga a faca no chão,
e sua boca bate na minha.

Hella geme contra a minha boca continuando implacavelmente


suas investidas contra mim. Minhas pernas estremecem por causa
do movimento determinado dele e eu grito com o prazer brutal e cru
que está se elevando dentro de mim. Sua mão voa até a minha boca,
para cortar meus gritos, e a boca encontra meu mamilo e, assim que
seus dentes deslizam sobre ele, seu pênis empurra em meu ponto G
e seu osso pélvico esfrega sobre meu clitóris - e me perco. Com o suor
escorrendo do meu corpo à medida que minha boceta contrai em
torno de sua espessura e os tremores secundários do meu orgasmo
atravessam-me, e ele goza nem dois segundos depois, dentro de mim.

Depois do nosso ataque de raiva sexual, ele me coloca no chão


e uma onda de vergonha toma conta de mim. Merda, o que foi que eu
fiz? Pego minhas roupas do chão e visto minha calcinha, calça jeans
antes de me levantar e colocar minha camiseta. Eu não olho para
ele; não consigo. Ele faz uma pausa na fivela do cinto quando percebe
minha mudança de humor, depois caminha até mim, com sua mão
The Devils Own #2 Amo Jones

envolvendo meu queixo enquanto ele inclina minha cabeça para


encará-lo. Seus lábios pairam a centímetros dos meus, tão perto que
eu posso sentir seu hálito quente navegando sobre mim.

“Ei, olhe para mim.”

Eu o ignoro, mantendo meus olhos presos no chão.

Ele inclina minha cabeça novamente. “Melissa, olhe para mim.”


Finalmente levo meus olhos aos dele. Ele avalia meu rosto
brevemente antes de prender o braço na parte de trás do meu
pescoço. “Não faça isso.”

“Fazer o que?” Pergunto, me perdendo nas profundezas de seus


olhos azuis, desejando que isso pudesse funcionar. Mas,
sinceramente, não pode. Nós dois estamos muito fodidos.

“Fazer essa coisa de se 'arrepender'. Eu quis dizer cada palavra,


baby”, me garante suavemente, com seu polegar fazendo círculos em
volta da minha nuca. Afastando-me de seu abraço, passo as mãos
sobre meus braços.

“Por quê? Você me odeia, Hella”, declaro, com a noite fria


penetrando na minha pele agora que meu corpo esfriou. “E o
sentimento é mútuo, a propósito”, acrescento suavemente.

Ele ri, fechando o cinto e deslizando a mão na minha, puxando


meu corpo contra o dele. “Você pode me odiar o quanto quiser,
querida, desde que me odeie em cima do meu pau. Vamos lá.” Se
abaixa e pega sua faca antes de começarmos a caminhar em direção
à sede. Eu puxo minha mão do seu aperto e ele para, virando-se para
mim. “E, agora?”

“Nós não podemos simplesmente entrar lá como um casal feliz,


Hella. Isso...”, gesticulo para nós dois “...tem que ficar entre nós, até
descobrirmos o que estamos fazendo, simplesmente não posso deixar
que todos saibam. Faz com que seja real demais para mim e vai foder
minha cabeça.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Seus olhos me examinam, mais uma vez. “Sei o que eu quero,


Melissa.” E dá um passo em minha direção. “Fiz muita merda e não
posso fazer promessas, porque sinceramente, não sei nada sobre este
tipo de coisa. Mas há uma coisa de que tenho certeza absoluta, é que
eu quero você e ninguém mais. Sempre soube disso.”

“Não está falando sério...”

Sua mandíbula cerra. “Podemos fazer isso do seu jeito, se você


quiser, mas o fato ainda é esse. Você olha para um homem por muito
tempo, e vou estripá-lo de dentro para fora, e vou transar com você
na frente de seu cadáver e gozar por todo o corpo dele sem
vida. Entendeu?”

Eu arregalo meus olhos horrorizada, e engulo em seco. “Ok,


entendi.” Em seguida, passo por ele e vou para dentro do clube em
busca de uma bebida e da minha irmã.

Depois de tomar uma bebida, encontro Millie em um dos sofás


perto das mesas de sinuca conversando com Jada. Meu rosto se
ilumina ao ver Jada, e ela se levanta do sofá e vem correndo em
minha direção com os braços abertos. O clube está em pleno vapor,
como costuma ser em uma noite de sexta-feira, mas estou
acostumada.

“Oi!” Enlaço minhas mãos em volta do pescoço dela e ela me


puxa mais apertado num abraço.

“Onde você estava? Deixou sua pobre irmã aqui!” diz antes de
olhar por cima do meu ombro. Presumo que tenha sido Hella que
acabou de entrar, pois sua boca se põe em um sorriso. “Oh, entendo”.

Eu reviro meus olhos. “Não, não é assim”, respondo antes de


caminhar em direção ao sofá e sentar ao lado de Millie. “Ei, você está
bem?” Pergunto.

Ela assente. “Sim. Onde vamos ficar hoje à noite?”


The Devils Own #2 Amo Jones

“Comigo!” Jada exclama, sentando ao meu lado.

“Tem certeza?” Eu pergunto a ela.

“Sim! Há um quarto de hóspedes com uma cama de casal em


que ambas podem dormir.”

“Ok, obrigada. Como você tem estado? Como está Garret?”


Tomo outro gole antes de colocar meu copo na mesa. “E onde diabos
está Meadow?” Olho ao redor da sala, examinando para ver onde ela
está quando apanho Hella me observando, bebendo com Ripper
sentado ao seu lado. Minhas bochechas esquentam e minhas palmas
das mãos suam. Seu olhar está fixado em mim, como se ele soubesse
exatamente o tipo de efeito que tem sobre meu corpo, e um pequeno
sorriso sexy surge antes que tome o restante de sua bebida. Afasto
meus olhos famintos do responsável antes de continuar minha
busca.

A voz de Jada interrompe minha carga hormonal ao gritar no


meu ouvido pelo som estridente de “You're Mine” do Disturbed,
enchendo o ambiente. O que se passa com essa playlist? É como se
o universo estivesse do lado de Hella e eles estivessem tocando todas
as músicas que pudessem só para foder com minha cabeça. Se o
universo é uma mulher, isso faria sentido; tudo o que o homem tem
que fazer é falar com sua voz sexy e as mulheres se molham
imediatamente. É totalmente injusto. Sim, não é justo de forma
alguma.

“Meadow está com Beast. Ela nunca sai do lado dele, a menos
que ele precise sair.”

“Jesus”, eu sussurro. “Ela precisa de uma noite das garotas.”

Jada acena com a cabeça em concordância. “Com certeza. Eles


estão grudados.”
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“Podemos ir? Garret está na casa de um amigo hoje à noite,


então podemos levar nossas bebidas de volta para a minha casa. Será
divertido.”

Aceno para ela. “Como você veio?”

Ela aponta para Skid, um dos prospectos. “Ele me trouxe. Vou


fazer com que ele nos leve.” Ela se levanta do sofá e caminha em
direção a Skid, Ripper e Hella.

E olho para Millie. “Você está bem?”

“Sim”, diz ela, com seus ombros relaxados. “Estou bem. Jada é
legal.”

“Jada é...”, concordo por trás de uma pequena risada, porque


se Millie conhecesse a história de Jada, não tenho certeza se a
opinião dela ainda seria a mesma.

Procuro por Jada para ver o Skid entregando as chaves para


Hella.

Oh, droga.

E os dois caminham de volta em nossa direção.

“Vamos lá”, diz Jada, me ajudando a sair do sofá. “Vamos ficar


bêbadas lá em casa.”

Os olhos de Hella me seguem o tempo todo. Mesmo quando


chegamos lá fora, seus olhos ainda estão me seguindo. Quando Jada
e Millie estão alguns passos à nossa frente, sua mão encontra a
minha e meu estômago palpita quando ele me puxa contra seu
peito. “Fica comigo.”

“O quê?” Sussurro, e minha cabeça vira um pouco por cima do


ombro.

“Fica comigo”, ele repete suavemente no meu ouvido.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Não, não posso. Seria óbvio demais.”

Eu puxo minha mão e rapidamente alcanço Jada e Millie.


Sinceramente, eu quero. O pensamento de ter Hella perto de mim a
qualquer momento me excita, mas eu não confio nele. Não acredito
que ele esteja sendo sincero em sua declaração. Além disso, fico
imaginando se esse não é o jeito dele de me ferrar um pouco mais.
Jada passa pela van e caminha em direção a um velho carro
vermelho. Não sei muito sobre carros, mas sei que este é um Dodge
Charger, dos mais antigos. Só sei disso porque um dos meninos do
Sinful Souls em Westbeach tem um preto.

Estou subindo atrás com Millie quando Hella aponta para o lado
do passageiro. “Na frente.”

Meus ombros caem em derrota e olho para Jada, murmurando:


“Desculpe.” Ela encolhe os ombros com um sorriso e uma piscadela,
deslizando para a traseira do carro. Abro a porta e afivelo o cinto de
segurança, atendendo ao pedido do homem das cavernas.

Quando ele se afasta do clube, Jada é a primeira a quebrar a


tensão. “Garret disse que Hellraiser já está pronta?”

Hellraiser é a moto de Hella. Embora, eu não tenho certeza do


que precisaria ser feito mais sobre ela, é a moto mais sexy que eu já
vi, em vermelho brilhante, da mesma cor desse carro - e
inferno. Sorrio para mim mesma com minha revelação.

Hella olha pelo espelho retrovisor em direção a Jada, com a mão


relaxada no volante, e a outra mão no meu joelho enquanto se inclina
para o lado. “Sim, está pronta.”

“Você vai leva-la para casa ou deixar lá?”

“Casa.”

Millie limpa a garganta. “Não é o mesmo carro de Chase?”


Pergunta inocentemente, e bendito seja seu coração porque ela não
The Devils Own #2 Amo Jones

faz ideia do quanto eu quero desatar a rir. Hella está enganado se


pensa que eu me entregarei prontamente a ele. Seu punho ao redor
do volante fica mais firme à medida que o profundo estrondo do
motor V8 vibra sob meu assento. Ele inclina seu pescoço, esticando-
o ligeiramente. Daqui posso ouvi-lo contar até dez.

A risada se estende para fora da minha boca. “Não, aquele era


uma Bumble Bee.”

“Um Bumble Bee?” Hella pergunta, me observando atentamente


antes de levar seus olhos de volta para a estrada.

“Sim, você sabe, o Transformer.”

“Seu grande amigo não é o maior entusiasta de carros do


hemisfério norte? Você deveria saber que Bumble Bee é um Chevy
Camaro”, diz olhando para mim, com os olhos escuros e a mandíbula
tensa. Ele está louco.

Sorrio, e respondo no meu tom mais doce. “Desculpe, não


consegui distinguir o que era do banco de trás”.

O carro derrapa até parar e Jada grita: “Hella! Mas que porra!”

“Saia”, ele rosna para Jada com o motor em marcha lenta.

Jada olha entre nós e agarra a mão de Millie. “Muito bem! Seria
muito bom se vocês dois pudessem trepar até cansar e extravasarem
um pouco!”

Eu olho para as luzes da casa que estão a apenas um minuto a


pé de onde estamos e a porta do carro se fecha atrás de Mille e da
saída de Jada.

Hella se vira para mim. “Você acha que isso é uma piada?”

Reviro meus olhos. “Não, Hella, mas também não acredito em


uma palavra do que disse.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele estende a mão e desabotoa meu cinto antes de soltar o dele


e mover o assento para trás. Puxando minha mão em sua direção.
Eu sigo seu comando, montando em seu colo. Suas mãos deslizam
levemente por minhas costas, agarrando minha bunda. Conduzindo
meus quadris para rolar sobre a protuberância do seu pau, eu mordo
meu lábio para parar de ronronar a cada toque dele. Fraca. Eu
sussurro internamente para mim mesma, mas novamente, não me
importo. Sua mão desliza para dentro do meu jeans e depois da
minha calcinha, passando pela parte suplicante e mergulhando na
minha boceta molhada. Eu levemente cavalgo sobre seus dedos,
empurrando-os mais profundamente dentro de mim, e ele sorri.
Puxando a mão de volta, levando os dedos brilhantes para os meus
lábios, e diz: “Esse é o gosto de quem é o dono.” E eu consigo, provar
seu gosto mais do que o meu.

Preciso tomar conta da situação, mesmo que seja apenas um


pouco. Giro minha língua em torno de seus dedos, sugando nossa
excitação anterior de seus dedos, e começo a moer contra seu pênis.
Ele se estica até a fivela e retira o cinto, empurrando seu jeans para
baixo, e eu levo meus lábios aos dele, sugando seu lábio inferior na
minha boca enquanto empurra meu jeans para fora de mim. Desço
por cima do seu pau que me aguarda e gemo em êxtase quando ele
me preenche. Levanto meus quadris, lentamente abaixo-me e vejo
como ele se desarma completamente em minhas mãos. A cada
impulso profundo, a cabeça grossa de seu pênis se esfrega
ferozmente sobre meu ponto G de tal forma que me deixa presa em
uma teia de luxúria e sedução que eu nunca quero sair. Seu gemido
vibra contra meus lábios, com sua cabeça apoiada no encosto do
carro. Minha mão desce até seu jeans, encontro o coldre que carrega
sua faca, deslizando-a lentamente para fora enquanto mantenho
meu ritmo lento e tortuoso.

Levanto a lâmina pesada até seu pescoço e seus olhos se abrem


vagarosamente quando uma risada profunda ecoa de seu peito.
The Devils Own #2 Amo Jones

“O que é tão engraçado?” Pergunto, passando a lâmina afiada


sobre seu pescoço tatuado, em direção ao seu queixo igualmente
coberto de tinta.

“É fofo, o fato de você pensar que eu não sabia que estava


procurando por isso”, ele responde, guiando meus quadris, inabalado
pela afiada faca militar na minha mão.

Pressiono a lâmina contra seu pescoço, acelerando o ritmo.


Gotas de suor da minha testa pingam em seu rosto. Levo meus lábios
de volta aos dele, enquanto a lâmina permanece firme. E continuo
moendo em seu pau, colocando tudo o que tenho em nosso beijo.
Nossas línguas se chocam apaixonadamente, desesperadamente.
Nem uma vez quebramos nossa conexão, e quando meu orgasmo e o
dele se chocam, minhas pernas tremem, meus braços tremem e um
zumbido estático soa atrás dos tremores de nosso orgasmo. Eu caio
em seu peito, esgotada, recuperando o fôlego. Depois que me acalmo
o suficiente para encontrar minha calça, empurro seu peito e suspiro
em choque.

“Puta merda!” Eu salto, com minha mão voando até minha


boca. “Eu te cortei!” E eu cortei, mesmo. Eu o cortei feio. Na neblina
de nossa foda, eu devo ter deixado escapar esta merda.

Hella ri, os ombros largos saltando sob o encolher dos braços.


“Não se preocupe. Eu provavelmente mereço isso.”

Lanço meus dedos em direção ao peito dele. “Não, é muito


grave.”

Ele ajusta o espelho retrovisor para ficar de frente para ele e


revira seus olhos. “Não está tão ruim assim. Amanhã já terá ido
embora.”

Meus olhos varrem seu rosto antes de trazê-los de volta ao corte


vermelho brilhante que eu havia colocado sobre sua clavícula, e antes
que eu possa registrar o que estou fazendo, minha cabeça cai
The Devils Own #2 Amo Jones

enquanto abaixo meus lábios até o corte, arrastando minha língua


através dele. O ardor metálico do sangue repousa na ponta da minha
língua, acendendo uma centelha de paixão crua no interior do meu
peito. Eu levo minha cabeça de volta para encará-lo. Seus olhos são
como uma tempestade num dia de neve, as bordas azuis de suas
profundezas escurecendo de fome. Quando tento subir de seu colo,
seu pau empurra contra minha boceta e sua mão voa até a parte de
trás do meu pescoço. “Sim, não vai acontecer, querida.”

Brinco, enrolando minhas mãos ao redor de seu pescoço antes


de levar meus lábios para os seus. Acho que Jada tem razão; acho
que precisamos foder um ao outro até cansarmos, e não consigo
pensar em mais nada que eu preferisse estar fazendo.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Depois que Hella me deixou em casa na noite passada, tomei


banho e disse às meninas que estava indo dormir cedo para evitar
qualquer pergunta. Tenho certeza de que Jada sabe sobre o que está
acontecendo entre mim e Hella, mas não estou pronta para responder
a nenhuma pergunta ainda. Pelo menos até que eu finalmente saiba
o que estamos fazendo.

Estou lá embaixo comendo granola quando meu telefone toca.


Meus nervos se contraem, esperando que não seja Chase. Também
não estou pronta para falar com ele. Tirando meu telefone da mesa,
depois de encará-lo por alguns minutos, abro a mensagem.

Desconhecido: Como está minha boceta favorita?

Sorrio, sabendo que deve ser Hella. Eu dei meu número a ele
ontem à noite, caso eu precise de alguma coisa, ele está lá. Tenho
certeza que ele também não quis dizer proteção. Hella é de longe o
homem mais quente que eu já vi. Tudo isso em cima de seu charme
e arrogância, ele é perfeitamente prejudicial e letal para garotas como
eu, que devoram badboys. Mas não posso evitar; eu amo o jeito que
seus olhos brilham e sua mandíbula se comprime quando ele está
bravo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu: Chase? Pensei que o tinha assustado com minha resposta


explícita no texto de ontem à noite....

Silêncio.

Minutos se passam e estou prestes a colocar meu telefone de


volta na mesa quando ele toca com outra mensagem. O conteúdo
carrega e eu sei que ele me enviou uma foto. Mordo o lábio
nervosamente, sem saber o que ele está prestes a me jogar. Quando
finalmente abro, eu quase me engasgo com minha granola. Minha
mão voa até minha boca no momento em que Jada entra na cozinha.

“Bom dia!” Ela cantarola. Eu rapidamente enfio meu telefone no


bolso. Agora tenho a foto de Hella fortemente tatuado com um pacote
de seis, com seu enorme pau nas mãos, com uma gota de pré-sêmen
pendurada na ponta com a legenda 'Isto parece Chase para você...'
abaixo dela. Minha boceta se aperta só de pensar em trabalhar minha
língua sobre a ponta daquele pau, sugando as evidências brilhantes
e levando seu comprimento grosso para dentro da minha garganta.
Meus olhos fecham brevemente, com um gemido pairando fora dos
meus lábios.

“Melissa?” Jada repete, e é então que eu percebo que ela está


falando comigo todo esse tempo. Fiquei tão envolvida no meu
devaneio induzido pelo pau de Hella que não ouvi ela falar.

“Desculpe o que?” Pergunto inocentemente, pegando minha


tigela e indo em direção à pia.

Seus olhos se estreitam em suspeita. “O que está acontecendo


com você e Hella?”

Sorrio nervosamente, afastando-a. “Nada com que você precise


se preocupar.”

“Besteira”, ela zomba. “Veja.” Ela caminha em direção à mesa,


batendo no assento ao lado dela. “Nada de besteiras?” As
sobrancelhas dela se erguem em questionamento.
The Devils Own #2 Amo Jones

Derramo café em uma caneca e volto para a mesa, sentando-


me enquanto seguro minha caneca. Eu concordo. “Sem besteiras.”

“Hella é um cara muito bom agora. Não me interprete mal...”

Eu a interrompo sobre a borda da minha caneca. “Agora?”


Pergunto, soprando o café quente, e o vapor subindo e aquecendo a
ponta do meu nariz. “Quero dizer, acho que nunca considerei Hella
um bom homem, mas você diz agora como se ele costumasse ser pior
do que está hoje. Não achava que isso seria possível.”

Ela ri levemente. “Oh, é possível. Chegarei ao porquê num


segundo, mas antes de lhe contar esta história, quero que entenda
que, embora algumas de suas tendências ainda estejam lá, sob tudo
isso, ele é um bom homem com aqueles que se importa, e isso é cerca
de um punhado de pessoas, não incluindo seus irmãos.”

Abaixo meu café, intensificando meu olhar. “Isso vai me


assustar?”

Ela sorri furtivamente “Talvez. Mas vou lhe dizer para que você
possa comparar como ele é com você, em como ele era na época, e
então talvez você saiba um pouco sobre sua escuridão.”

Meus olhos exploram a cozinha antes de retornar para os


dela. “Tudo bem, então. Pegue primeiro o rum, e depois vamos ao que
interessa.”

Ela ri, empurrando o assento para trás e puxando o rum do


armário superior junto com dois copos. Ela se senta de volta e desliza
um copo cheio em minha direção. Depois de beber tudo, ela atira de
volta e o coloca sobre a mesa. “Ok, por onde eu começo...”

JADA
Doze anos atrás
The Devils Own #2 Amo Jones

O cheiro da chuva atingindo o asfalto inundou meus sentidos


enquanto eu corria em direção à tenda branca. A base tinha cerca de
trinta delas todas em fila no fundo da sede principal, que na verdade
era uma antiga prisão. Todo o complexo do Exército era cercado por
cercas altas de arame farpado e um guarda de cada lado. Ainda não
entendi por que tinha sido comprada por eles. Ainda estou tentando
entender o fato de que minha mãe era filha de Oyabun da família
Yamaguchi-gumi da Yakuza, tornando-a uma princesa da máfia. Eu
tinha tantas perguntas sobre o porquê de terem mandado matá-la,
embora eu assumisse que tinha algo a ver com ela estar com meu pai,
um homem americano. Entrei na tenda para a qual havia corrido e tirei
meu casaco, atirando-o pela sala. Já estava aqui há duas semanas,
aprendendo o treinamento para a luta deles. Meu mestre principal,
Kurr, havia me designado para uma katana. Eu nunca havia pegado
uma katana em toda minha vida, mas no momento em que a segurei
na mão, eu sabia que era minha arma.

112 olhou para cima do seu livro sobre mecânica e como


desmontar e reconstruir uma moto.

“Posso ajudar?” Ele questionou com um sorriso.

Eu estava um pouco desconfiada de sua capacidade mental.


Fisicamente? Eu sabia do que ele era capaz ao vê-lo durante o
treinamento. Eu o tinha observado atentamente, ele e o 316.

Aproximei-me de sua cama e engoli os nervos que estavam a


ponto de subir por minha garganta. “Preciso que você me faça um
favor.”

“Oh, realmente?” Ele sorriu, levantando-se da cama e


caminhando na minha direção até que seu peito largo e nu estava
encostado ao meu corpo. Ele tinha a mesma idade que eu, talvez uns
dois anos mais velho, mas sua experiência de vida ultrapassava de
longe a minha; você podia ver isso em seus olhos. Seus olhos
guardavam histórias incontáveis, histórias com as quais tenho certeza
The Devils Own #2 Amo Jones

que nossos pais costumavam nos assustar quando éramos crianças.


“Só uma pergunta”, acrescentou. Eu olhava para os olhos azuis
brilhantes dele, esperando que desenvolvesse. “Quando você vai pular
no meu pau? Porque isso de se esfregar contra mim sempre que tem
chance durante o treinamento, e agora entrando na minha tenda, está
me deixando sexualmente frustrado e eu não acho que você esteja
pronta para o Hella sexualmente frustrado.”

Eu parei. “Seu nome é Hella?”

“Um deles. A melhor parte de não ter família? É que você começa
a inventar coisas à medida que cresce.”

Eu assenti. “Sim.”

Ele inclinou a cabeça, com um sorriso espalhando-se pela boca e


mostrando uma covinha em cada bochecha. Pode ser o garoto mais
bonito que eu já vi. “Um pouco fácil, não é? Não vai se fazer de difícil?”

Balancei minha cabeça. “Não. Estou vulnerável aqui, na minha


posição. Se eu fico virgem, corro o risco de alguém me violar e perdê-la
sem dignidade. Quero ao menos estar no controle de uma decisão
enquanto estiver aqui.”

Enquanto ele resmungava, um sorriso vibrava sobre seu rosto, o


braço dele envolveu minha cintura e seu nariz deslizou pelo lóbulo da
minha orelha: “O que te faz pensar que você terá sua dignidade depois
de eu ter terminado com você?”

Eu engoli. Talvez tenha tomado uma decisão errada. Eu deveria


ter ido ao 316, só que ele não fala com ninguém e é assustador de uma
maneira diferente do 112. O 112 era assustador de uma maneira
psicopata, uma maneira em que você sabia que ele não tinha limites.
Ele acabaria com qualquer um em seu caminho sem sequer piscar um
olho. Com o 316? Era algo completamente diferente, um assassino
silencioso.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Não importa. Aceite-o. Ainda assim tomei a decisão de vir aqui.


Essa ainda era a minha decisão. O que você fizer comigo daqui para
frente depende inteiramente de você.”

Os olhos dele brilharam de excitação. Eu poderia ter me dado um


tapa. Escolha estúpida de palavras.

“Você vai se arrepender disso, baby.”

Depois de tirar minhas roupas, ele me empurrou na cama e tirou


a camiseta enquanto desabotoava o jeans. Saindo deles e da cueca,
meus olhos se arregalaram de horror. “Santa merda. Como é que isso
se encaixa aqui?” Apontei para minha parte exposta.

Ele riu, subindo na cama e eu lentamente caí de costas. Uma vez


que seu corpo duro estava cobrindo completamente o meu, ele abriu
minhas pernas com a dele e mergulhou sua boca na dobra do meu
pescoço, lambendo-me debaixo da minha orelha até minha boca.

“A questão é esta”, sussurrou ele para dentro de minha boca.

Ele vai me matar. Eu sou tão idiota.

Sua mão deslizou por meu corpo, apertando meus mamilos ao


longo do caminho. E colocou meu lóbulo da orelha na boca antes de
grunhir: “Eu não fodo com virgens.” Então seus dedos entraram dentro
da minha vagina. E gritei, perdida na súbita invasão. Ele deixou cair
os lábios nos meus. E seus dedos começaram a me esticar e uma
sensação ardente eletrizou a vida lá embaixo.

“O que você está fazendo?” Eu perguntei a ele entre dentes.

Aquilo machucava. Doía muito.

Um empurrão ondulou abaixo, seguido pela sensação mais


excruciante que eu já havia experimentado. A umidade lentamente
escorreu por minha bochecha.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Acabei de tirar sua virgindade.” Seus olhos se iluminaram como


um farol de maldade, girando em uma poça de luxúria e brutalidade.
Meus olhos procuraram os dele, lágrimas picando os lados das minhas
pálpebras, lentamente se formando para expor minha angústia.
“Ainda quer me foder, princesa? Porque tenho certeza que você não
está pronta para mim.”

Apesar do meu melhor julgamento, eu não estava satisfeita. Essa


tinha sido a experiência mais humilhante que eu já vivi, mas não vou
sair daqui até que seja fodida. Isso não faz parte do pacote de ‘perder
a virgindade’.

“Você quer que uma garota deixe sua barraca insatisfeita?” Eu o


provoquei. “Ouvi dizer que normalmente esse não é o seu estilo.”

Eu não estava apenas brincando com fogo; eu estava brincando


com um incêndio que poderia atravessar e destruir cidades.

Seus olhos se estreitaram quando ele levantou a mão que ele me


‘deflorou’ até meus lábios, com seus dedos manchados de sangue
brilhando sobre eles. Eu fechei minha boca, enojada. “Você tem certeza
disso? Você ainda pode sair”, ele me garantiu, e embora eu soubesse
que ele era um completo idiota, sabia que ele pararia se eu quisesse.

Ele é muitas coisas, mas eu sabia que ele não era um estuprador.

Balancei a cabeça. “Sim...” Seus dedos empurraram na minha


boca ao mesmo tempo que a sensação penetrante se intensificou lá
embaixo e eu gritei, com o gosto metálico dominando meu paladar.
Lágrimas escorreram por meu rosto enquanto seus dedos empurravam
mais fundo na minha garganta até meu suprimento de ar começar vir
em ondas, do presente ao inexistente. Notei que ele estava me
sufocando tanto a ponto de eu quase desmaiar antes de me dar mais
ar a cada impulso brusco de seu pau entrando em mim. Ele me avisou,
mas achei que ele estava blefando. Agora eu gostaria de não ter feito
isso. Mesmo sabendo que ele jogava sujo, o fato de ainda me
presentear com ar era reconfortante. Novamente ele me empurrou
The Devils Own #2 Amo Jones

dentro de mim, intensificando seu impulso, pressionando seu osso


pélvico no meu clitóris e lenta, mas seguramente, minhas
preocupações desapareceram quando o prazer começou a fluir em
ondas. O ardor tinha se dissipado lentamente, ou ainda estava lá,
fervilhando levemente sob o prazer. Eu tinha certeza de que o sentiria
uma vez que tivéssemos terminado, e estava cem por cento certa de
que não seria capaz de andar por pelo menos uma semana. Mas Hella
não era o tipo de homem de quem você se afastava depois de ter
transado com você; ele é o tipo de homem que te faz arrastar seus
joelhos esfarrapados pelo chão tentando se lembrar de seu próprio
nome.

Depois que nós dois tínhamos terminado - ele se certificou de que


eu gozasse - eu me arrastei por sua cama, puxando seus lençóis agora
manchados do meu sangue. Ele jogou a camisa por cima da cabeça e
apontou para a porta. “Saia.”

Eu rapidamente desci de sua cama, com a dor entre minhas


coxas me fazendo puxar minha calça. Uma vez vestida, saí e voltei
para a minha barraca. Puta merda. Essa foi a experiência mais
aterradora, porém agradável, da minha vida. No entanto, eu nunca
mais entraria na sua barraca.

MELISSA

“Jesus Cristo”, eu sussurro em minha terceira dose de rum.


“Sabe”, começo, pegando a garrafa e derramando mais do potente
rum. “Isso não me surpreende exatamente.”

Ela ri, deslizando seu copo na minha direção para reabastecer.


“Claro, eu não segui meu próprio conselho. Acabei dormindo com ele
novamente alguns anos mais tarde. Hella é o tipo de sujeira que não
sai.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu sorrio ao redor da borda do meu copo. “Não posso comentar


sobre as decisões que minha vagina toma depois de prová-lo.” Sua
cabeça balança para trás, com risos enchendo o ar enquanto minhas
risadas se juntam às dela. “Acho que estou bêbada.”

Jada assente. “Eu também. Sua irmã costuma dormir tanto


tempo...” ela pergunta.

“Eu não estava dormindo”, vem a voz de Millie por trás, nos
surpreendendo. “Eu só estava esperando que você terminasse sua
história - que é nojenta, por sinal - antes de eu voltar para cá.”

Eu sorrio. “Nem sequer lamento. É o máximo de ação que você


vai ter, com prazer direi a Jada para compartilhar mais histórias
sobre sua vida sexual.”

“Oh, não”, Jada responde em torno de sua risada. “Eu quero


ouvir sobre a sua.”

A porta da frente se abre e meus olhos se alargam em Jada. “É


mesmo?” Digo para ela, e ela bufa. Eu olho para o que estou vestindo:
um top apertado de bolinhas e um pequeno short de lycra, que deve
ser classificado como roupa íntima porque minhas bochechas do
bumbum literalmente saem de baixo delas.

Hella entra na cozinha e meus olhos se fecham brevemente


antes de eu falar, “Foda-se.”

“O quê?” Ele responde com um sorriso largo. “O que estou


interrompendo, agora?”

“Oh, apenas coisas secretas de garotas”, Jada responde,


tomando um gole de seu rum.

“Acho que estou muito bêbada”, sussurro distraidamente. “São


quase nove horas da manhã e estou bêbada. É verdade, eu caí.
Alcancei o fundo do poço com esse rum.” Começo a rir
The Devils Own #2 Amo Jones

histericamente. “Chame-me apenas de Jack Sparrow, Capitão! Jack


Sparrow!”

Hella olha para Jada, que também está rindo histericamente.


“Que porra é essa?” Hella critica, tirando o rum da mesa e colocando-
o no alto da geladeira.

“Jesus, Melissa”, Millie repreende da lava-louça. “Algumas


merdas nunca mudam.”

“HA!” Eu aponto para Millie. “Sabia que você era minha irmã.
Você acabou de praguejar!”

Millie revira seus olhos. “A culpa é sua”, diz ela à Hella.

Hella olha para ela. “Como isso pode ser culpa minha? Acabei
de chegar.”

“A história da primeira vez de você e Jada fez ela sair do limite.”

O rosto de Hella fica paralisado brevemente. “Oh, merda.”

Começo a rir de novo, apontando para o rosto dele de forma


zombeteira. “Oh, ora, ora. Não foi tão ruim assim. Quem quer ouvir
sobre minha primeira vez?” Eu levanto minhas mãos como uma
criança na primeira série quando um professor lhes faz uma
pergunta.

Millie se aproxima de mim, agarrando minha mão. “Não,


Melissa. Cale a boca.” O coro para instantaneamente. Meu riso
desaba lentamente, agonizando até que cai completamente.

“Lamento”, peço desculpas, empurrando a mesa. “Eu preciso de


um banho.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Empurrando a porta do banheiro, eu a fecho atrás de mim e


passo a fechadura por cima. Dando um passo para trás, a borda da
privada bate na minha perna quando a primeira lágrima desce por
minha bochecha. Minha mão voa até minha boca quando os soluços
começam a envolver meu corpo. Não sei o que há de errado comigo,
ou o que o desencadeou, mas suponho que o álcool tenha sido um
fator importante.

“Melissa?” Há uma batida leve na porta.

“Vá embora, Millie.” Um soluço escapa novamente e então há


uma batida mais alta e mais violenta na porta. Os bloqueios de metal
sacodem sob sua força.

“Baby? Abra a porta.”

“Baby?” Jada bufa. “Eu sabia, porra!” Ela grita animadamente.


Eu quero matá-la. Sei que ela está bêbada e é por isso que está agindo
assim, mas pelo menos se eu tentasse matá-la agora, ela estaria
bêbada demais para me bater.

“Foda-se, Jada. Leve seu traseiro bêbado para a cozinha e coma


alguma coisa”, ordena Hella.
The Devils Own #2 Amo Jones

Millie bate novamente. “Abra a porta, Lissa. Por favor! Eu sinto


muito.”

Esfrego o rosto com a toalha de mão pendurada. Então eu


destranco a porta e a abro antes que Hella chute a maldita
coisa. “Estou bem”, respondo, tentando engolir os gemidos que
ameaçam deslizar para fora da minha boca. Hella segura o braço de
Millie antes de empurrar nós dois para o banheiro. E chuta a porta
com o pé. Volto ao banheiro, sentando-me no vaso.

“Fale”, ele exige.

Meus olhos se fecham. “Não importa.”

“Porra, não!” Ele ruge, arrancando o boné e puxando os cabelos


em frustração. Eu recuo, entrelaçando meus dedos no colo. Ele
respira mais algumas vezes enquanto Millie e eu permanecemos
caladas. Ele se encosta na porta e desliza para o chão. “Sei o
suficiente sobre uma garota para perceber quando algo ou alguém a
traumatizou - embora, normalmente, seja eu quem esteja causando
esse trauma. Agora fale.”

Eu olho para ele, analisando seus olhos e não encontrando


nada além de mágoa e confusão vindo deles. Mantendo o contato
visual, sussurro: “Também não tive uma primeira vez muito boa.” Ele
assente, pedindo que eu continue. Algo sobre a energia de todos nós
sentados neste espaço confinado, misturado com o rum, me faz sentir
que posso me abrir. “Tirando que Jada permitiu que você tomasse a
dela.”

Todo o ar o deixa, sob um assobio que lhe escapa da boca, e ele


olha para o teto, enquanto seu pomo de Adão balança. “Alguém te
tocou e não deveria ter tocado?” Ele pergunta serenamente,
mantendo seus olhos atentos no teto. Com muita calma. “Responda-
me, Melissa, e não minta para mim.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Não apenas alguém”, eu sussurro enquanto lágrimas caem na


minha coxa. “Foram quatro.” Minha garganta trava.

Hella se afasta da parede, caminhando em minha direção. Os


soluços de Millie enchem o ar junto com os meus. A mão de Hella
desliza no meu queixo, inclinando meu rosto para ele.

“Sinto muito, baby.” Seus lábios quentes deslizam sobre os


meus, me beijando suavemente. “Mas eu vou precisar de nomes”, ele
murmura contra os meus lábios. E recua examinando meus
olhos. “Estou falando sério, querida. Vou precisar desses nomes.
Ninguém faz essa merda com alguém de quem eu gosto e vive para
ver outro dia. Eles já viveram muito tempo.”

“Não!” Respondo, saindo da privada. “Não, Hella. Está feito. Foi


há muito tempo atrás.”

Millie murmura. “Isso é apenas metade...”

Olho para ela, estreitando os olhos. “Millie, cale a boca.”

“Não”, ela responde, ficando de pé. “Você já viveu com isso por
muito tempo. Desta vez, meu Deus não ajudou. A justiça nunca foi
feita.” Ela enxuga suas lágrimas com raiva. “Sempre tive a esperança,
e desejei que fossem punidos por seus atos. Mas ela nunca chegou.
Talvez tenha sido assim que Deus falou por mim. Ele trabalha de
maneiras misteriosas.”

“Millie!” Eu bato nela, pedindo-lhe para calar a boca.

Eu não acho que ela realmente perceba o quão letal Hella


é. Provavelmente está assumindo que ele é o cara que descobre algo
sobre sua garota ser tocada e ameaça matar as pessoas que fizeram
isso - mas as ameaças de Hella não são vazias. Elas estão cheias de
garantias e seladas com destruição.

Hella me libera antes de ir para Millie. “Diga-me”, ele adverte


suavemente. Meu corpo endurece à medida que eu lentamente
The Devils Own #2 Amo Jones

percebo o que acabo de fazer. Ao cair de volta ao vaso sanitário,


levanto a mão. “Espere”, eu sussurro. “Se ela fizer isso, Hella, você
não vai perseguir esses caras. Ou então eu não posso fazer isso.
Preciso de alguém no controle. Diga-me que você tem.”

Sua mandíbula fica tão dura que acho que ela pode rachar
antes de acenar para Millie. “Continue.”

“Melissa ia ser mãe. Eles - não sabemos qual deles a engravidou


naquela noite. Um dia ela foi à farmácia para comprar um teste
quando esbarrou com o líder do grupo. Ele viu o teste dela e foi
embora. Ela não pensou a respeito disso. Resumindo, todos eles a
encurralaram e a espancaram, quase a mataram. Ela ficou em coma
por duas semanas antes de começar a mostrar progresso. Melissa
não foi a mesma desde então, usava os homens como apoio para
superar seus sentimentos. De qualquer forma, não podíamos
apresentar queixa e lutar contra eles. Melissa recusou-se a divulgar
seus nomes e mamãe não tinha dinheiro para isso. Depois que meu
pai partiu, não tínhamos nada para viver. Na época, minha mãe
trabalhava como stripper e acompanhante para que Melissa pudesse
ir para a faculdade. Não podíamos arriscar.”

Hella joga seu punho na parede, fazendo um buraco, e eu me


agito em meu lugar. Sua respiração se aprofunda a um nível mortal
e eu olho para Millie. “Saia. Eu falo com você quando estiver sóbria.”
Levanto uma mão para suas costas, com minha pele branca
contrastando com seu colete preto. “Brax?” Sussurro.

Ele se vira e cai contra a parede, com seus olhos olhando nos
meus. “Eu não estou num bom momento, baby. Vou ter que me
acalmar. É melhor você ir.”

Eu corro minhas mãos por seu peito antes de entrelaçar em sua


nuca. “Acalme-se dentro de mim. Mostre-me que eles não existem
mais dentro da minha cabeça.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Seu coração bate contra a palma da minha mão e suas mãos


seguram a parte de trás das minhas coxas. Ele me levanta, e minhas
pernas se envolvem em torno dele instantaneamente. Sua boca desce
até a minha, e sua língua desliza para dentro. Ele se direciona para
a banheira, e liga a torneira e nós dois entramos, sem romper nosso
beijo. Em seguida, me deita suavemente na banheira e eu tranco
meus braços ao redor de seu pescoço, com a água quente caindo em
cascata sobre nós. Ele quebra o beijo e tira sua camiseta, deixando
cada centímetro de seu delicioso corpo ondulado sob sua massa de
tatuagens. Eu arranco meus shorts e meu top antes que ele se deite
de novo em cima de mim, com seu corpo pressionando o meu.
Agradeço internamente a quem quer que tenha sido que projetou esta
enorme banheira para duas pessoas. Minhas pernas se abrem para
ele enquanto ele descansa no meio delas. Dando pequenos beijinhos
sobre meu peito, vai descendo entre minhas coxas, e sua boca quente
cobre meu clitóris. Minhas costas curvam-se e minhas mãos
encontram seu cabelo. Eu me apoio nos cotovelos e ele me espreita
enquanto me lambe, arrastando sua língua para cima e para baixo,
deixando proeminente sua mandíbula forte e as espessas pestanas
escuras que cobrem seus deslumbrantes olhos azuis que se
espalham sobre sua pele macia e sem imperfeições. Ele sorri,
diminuindo seu ritmo. Já não tem pressa; ele está levando seu
tempo, beijando-me apaixonadamente lá embaixo. Meu peito sobe e
desce, minha respiração acelera. A língua dele desliza dentro de mim.
Eu gemo novamente, e o suor escorrega do meu corpo devido ao seu
ritmo agonizante. Seu polegar pressiona meu clitóris enquanto sua
língua gira dentro de mim, e minhas coxas o apertam. Pequenos
pontos coloridos explodem atrás das minhas pálpebras fechadas
enquanto meu orgasmo se estremece sobre mim.

Com os punhos cerrados, ele se levanta, subindo ao meu corpo,


e cada músculo em seu corpo se tensiona com cada movimento.
Minhas mãos se aproximam de seus braços enquanto ele descansa
entre minhas pernas. Seus olhos se agarram aos meus, e tudo
The Devils Own #2 Amo Jones

desaparece. Nossos olhares permanecem fixos enquanto ele penetra


lentamente seu pau dentro de mim, enchendo-me, esticando-me em
cada movimento. Algo explode em meu peito e quando olho para ele,
suas sobrancelhas se unem, examinando meu rosto lentamente.

Seus lábios deslizam sobre os meus e sussurra: “Nunca mais


ninguém te tocará, querida. Eu prometo.” Ele levanta seus quadris,
e a sucção de sua saída se aperta em torno de seu pau. “Porra, você
está me apertando”, ele grunhe suavemente, e seus lábios voltam a
encontrar os meus enquanto empurra para dentro de mim,
aprofundando seus movimentos.

Arranho suas costas enquanto seu ritmo acelera e sua língua


dança com a minha, dançando ao nosso próprio ritmo. Enrosco meu
braço em sua nuca, e minha mão percorre seus cabelos, enjaulando-
o.

Em cada impulso, ele circula seus quadris, seu osso pélvico


esmagando contra o meu clitóris. Ele balança dentro de mim até que
nossos corpos suados batem juntos e começo a estremecer. Meu
coração fica tenso à medida que subo para mais perto de outro
orgasmo, minha respiração se agarra à consciência do quanto isto
me pode destruir, a tensão se acumula com minhas emoções
anteriores, o álcool e... Hella.

Seu dedo aperta meu mamilo enquanto ele chupa meu lábio
inferior em sua boca, mordendo-o suavemente. “Goze para mim,
baby. Solte. Estou aqui”, ele geme suavemente contra a minha boca.

Eu me perco, meu corpo convulsiona quando meu orgasmo


surge novamente, levando meu corpo a um lugar que eu nunca estive
antes, trancado em um mundo onde somos apenas Hella e eu. Seu
pau pulsa quando ele goza dentro de mim, antes de afundar no meu
peito, com a água escorrendo sobre nós.

Dou uma pequena risada. “Isso foi intenso.”


The Devils Own #2 Amo Jones

Ele se levanta e olha nos meus olhos. Pressionando seus lábios


nos meus gentilmente, abro minha boca, dando-lhe as boas-vindas e
ele aceita como o bastardo ganancioso que é.

“Mmm”, geme contra mim enquanto seu pau cresce, se


esticando dentro de mim novamente.

Eu dou um tapa no braço dele. “Pervertido. Deixe-me sair.”

“Não”, ele resmunga, colocando beijinhos no meu corpo.

“Hella”, respondo distraidamente, com meus olhos se fechando


novamente.

Então, uma batida alta soa do outro lado da porta. “Foda-se”,


Hella grita.

“Sim, irmão, nós temos um problema.” É Ripper.

“Foda-se”, Hella murmura, outra vez. E deixa mais um beijo nos


meus lábios. “Isso não acabou.” Seus olhos procuram os meus, como
se ele estivesse tentando memorizar cada centímetro de mim. E sai
da banheira, vestindo as roupas molhadas. Esfrego a água do meu
rosto antes de me levantar e ligar a torneira para terminar meu
banho. Pegando o sabonete na mão, a porta é fechada após a partida
de Hella e eu lavo rapidamente minha pele antes de sair e enrolar
uma toalha ao redor do meu corpo.

Limpo a névoa do espelho e analiso meu rosto atentamente,


meus lábios estão inchados e vermelhos por causa de nossos beijos.
Sorrio com as lembranças dele piscando diante dos meus olhos. Há
muito mais em Braxton Ward. A pergunta é: eu quero aprender mais
e arriscar-me a ter meu coração partido, ou devo ir embora agora
enquanto não estou tão envolvida com ele?

Isso não interessa. Eu já estou totalmente envolvida; só ainda


não me dei conta disso.
The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Entrando na sala de reuniões com Ripper seguindo meus


passos, ele ri. “Ok, então é oficial? Melissa não está mais pra jogo?”

Eu giro, com meu queixo cerrado. “Fique longe dela.”

“Hella, Ripper, sentem-se.” Beast aponta para os assentos. “Nós


temos um problema.”

Puxo o assento e caio sobre ele. Flashes correm pelo meu


cérebro - o corpo molhado e apertado de Melissa, os gemidos que
saem dela toda vez que eu a penetro profundamente - e meus olhos
fecham brevemente antes de me reajustar. Não sei o que diabos está
acontecendo comigo, mas seja o que for, ninguém vai se aproximar
dela até que eu resolva essa merda ou ela resolva, porque tenho
certeza que se ela me privar de sua vagina, eu caio de joelhos e dou
a ela o que quiser, como uma putinha. Aconteça o que acontecer, sei
que uma coisa é certa: não estou pronto para uma Old Lady, então
espero que ela não comece a fazer exigências. Isso seria nosso
rompimento. Sim, continue dizendo isso a si mesmo, filho da
puta. Outra coisa é certa: o pedaço de merda que fez aquilo com ela,
anos atrás, pagará por isso, se ficarmos juntos ou não.

“Hella?” Beast quebra meus pensamentos. “Qual a sua posição


sobre isso?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Merda.

“Sobre...?”

“Você sequer está ouvindo, porra?” Pergunta Beast.

“Não. Eu não estava. Tenho muita merda em mente. O que foi?”

As sobrancelhas dele se unem. “No momento, a bola está de


volta nas mãos de Kurr. Nós precisamos alterar isso. Eles foram
pegos andando pela cidade mais de uma vez.”

Eu concordo. “Nós realmente não temos nenhuma opção agora,


irmão. A melhor coisa a fazer, neste momento, seria deixá-lo jogar
um pouco mais. Se fizermos algo, temos muito a arriscar. Eles não
têm nada.”

“Você está sugerindo que os deixemos, por enquanto?” Pergunta


Beast, encostado em sua cadeira.

“Sim. Por enquanto. Ele estará nos testando para ver se


perdemos nossas merdas e entramos, com armas em punho.
Poderíamos pedir ao técnico de Zane para procurar o paradeiro deles,
e ele os encontraria também”, acrescento, observando-o
cuidadosamente. “Portanto, não há pressa. Estamos cientes do que
eles estão fazendo. Nós aumentamos a segurança e esperamos, para
ver qual é o próximo passo deles. Se nos quisessem fora, já teriam
feito algo há muito tempo.”

“Ele está certo”, acrescenta Frost. “Precisamos nos acalmar e


ser diligentes.”

Beast olha para mim. “Quero que o cara de Zane descubra onde
eles estão. Precisamos de algo em nosso radar.”

“E se eles descobrirem que estamos procurando por eles?”


Questiono. Beast é meu presidente, mas nos tornamos irmãos há
muito tempo. Ele precisa de mim porque eu sempre questionarei
todas as suas ações.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Então vamos lidar com isso. Precisamos saber onde eles


estão.”

Olho para Frost, que está me observando de perto. Ele concorda


comigo, eu posso ver. Não é uma boa ideia, mas uma vez que Beast
coloca uma coisa na cabeça, não desiste.

“Tudo bem, vou fazer a ligação”, digo a ele.

“Não conte a Abby. Ela não vai querer reviver toda essa merda
de novo”, pede Beast.

Abby é a garota com quem eu cresci em um dos muitos lares


adotivos em que estive. Ela é a garota a quem fomos quando
escapamos, encontrando-a no clube Sinful Souls MC, brincando de
princesa e detetive. Ela foi levada há alguns meses pelo Exército,
antes que eles fizessem um acordo com ela e a deixassem ir. Ninguém
sabe o que é esse acordo, ou o que ele envolve, mas seria algo doentio
para eles a liberarem. Mas ela é um trunfo para qualquer um; ela
mantém Zan - o presidente do Sinful Souls - e seus rapazes fora de
problemas.

“Sim, entendi”, eu confirmo.

Beast olha para Ripper. “Nossa outra questão: como estão as


Vixens?”

Todos caem na gargalhada quando Ripper passa a mão pelo


rosto. Ripper está com 24 anos, é um dos mais jovens, mas seu nível
psicopata está tão longe no escuro que ninguém consegue se igualar
a ele. Há uma razão para ele se chamar Ripper. O caralho doente
também gosta de suas atividades extras.

Os lábios dele se curvam. “Não está ruim. Elas estão se


comportando, se é isso que você está perguntando. Quanto tempo
tenho que aguentar essa merda, cara? Elas estão morando na minha
casa e tudo. Minha meia-irmã deve chegar em algumas semanas.
The Devils Own #2 Amo Jones

Diga-me que elas já terão ido embora antes disso, porque embora Ava
seja jovem, provavelmente ainda faria um novo buraco em Ashley.”

Eu sorrio com a menção de Ava. “Quando ela vem?” Eu aponto


minha cabeça para Ripper.

Os olhos dele se estreitam. “Vai se foder.”

“Ora, ora... eu não mergulho duas vezes em cadelas civis, elas


não entendem o conceito.”

Sua mandíbula flexiona um pouco, depois ele balança a


cabeça. “Você é um filho da puta, sabia disso?”

Sim, culpado, eu peguei a meia-irmã dele. Em minha defesa, a


cadela estava rastejando por cima de mim com sua pequena roupa
de líder de torcida. Isso foi há alguns anos, mas Ripper realmente
não reagiu bem a isso. Ele afirma que a odeia, mas esse ódio é
superprotetor. A última vez que ouvi falar, ela estava em uma
faculdade da Ivy League. A mãe de Ripper é um lixo de trailer que se
casou com um filho da puta rico de Nova York. Mas Ripper ainda era
o pequeno psicopata de sua mamãe. Sorrio para mim mesmo e
Ripper chuta minha canela debaixo da mesa.

“O que é tão engraçado, cara de merda?”

“Oh, nada”, eu provoco. “Apenas lembrando de como Ava estava


em meu pau.”

“Já basta!” Beast ri de seu assento. “Bando de putas.” Ele


balança a cabeça. “Então está combinado. Ligue para Zane e obtenha
algumas informações sobre o paradeiro deles.”

“Hannibal? Faça Lake invadir o sistema, ela pode ser melhor”,


acrescenta. Lake é a melhor amiga da irmã de Hannibal, mas ela
cresceu com a família de Hannibal depois que a dela foi assassinada.
Ele a conhece desde que ela tinha doze anos.
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Hannibal balança a cabeça. “Não, cara, ela é muito certinha. É


uma vadia nervosa”, ele responde, passando a mão pela barba.

Beast repete: “Ligue para Zane. Nós faremos isso.” Bate o


martelo e todo mundo começa a sair. A mão de Beast voa para o meu
braço e eu olho para ela com um sorriso. “O quê?”

Ele espera até que todos saiam. “O que está acontecendo com
você e Melissa?”

“A mesma merda. Estamos apenas fodendo.”

“Essa brincadeira vai matar alguém? Estaremos hospedando


amanhã à noite, alguns dos garotos do capítulo de Nova Orleans. Tem
sido uma longa viagem para eles, estão na estrada há uma semana.
Se você ainda não reivindicou Melissa, ela é um alvo certo.”

“Não estou procurando uma Old Lady, Beast. Vou apenas


deixar rolar.”

“Você acha que pode ter uma coleira numa garota como ela?
Não vai acontecer”, Beast zomba.

“Oh, sim. Por que você não pede para Meadow chama-la para
planejarem o casamento, aí já mantem todas longe?” Eu sorrio para
o meu plano maligno.

Beast balança a cabeça. “Preciso delas na cozinha, mas vou


falar com Meadow, ver se ela pode levá-las à nossa casa para iniciar
os planos do casamento depois que terminarem. Millie não vai querer
ficar por perto mesmo.”

“Sim, ótimo”, eu concordo.

Beast sai e eu paro, pensando em que merda eu me meti. Beast


está certo; eventualmente alguém tentará alguma coisa e,
reconhecidamente, não terei problema em respingar seu sangue por
todas as paredes do clube. Old Lady? Não tenho certeza disso. Nunca
pensei que veria o dia em que estaria considerando alguém como
The Devils Own #2 Amo Jones

minha Old Lady, mas quando penso em Melissa, uma pequena parte
dentro de mim poderia querer. Talvez. Não sei se é isso mesmo ou se
é apenas meu pau pensando por mim.

MELISSA

“Fade to Black” do Metallica está tocando enquanto eu vasculho


o armário. “Traga-me a farinha e o chocolate. Vamos começar o bolo
primeiro”, digo para Garret enquanto ele corre pela cozinha,
animado. Jada foi trabalhar - algo sobre alguém precisando
desesperadamente que ela o tatuasse. Ela é dona da Blue Dagger Ink
no coração de Las Vegas e aparentemente é realmente boa no que
faz. Ela é coberta de tinta, mas não tenho certeza se esse é o trabalho
dela. Embora, se ela fez o trabalho de Hella, estou vendo que ela é
mais do que incrível, pois a arte dele é espetacular. Talvez eu deva
pedir para fazer algo em mim. Sei que ela tem um pequeno estúdio
aqui, porque eu ouço o zumbido da pistola de tatuagem às vezes. Ela
deve fazer nos caras quando eles pedem. Isso. Eu só tenho as duas
pombas em cada osso do meu quadril - eu as fiz quando saí da
faculdade, para significar minha liberdade quando decidi que o
estupro não iria me manter numa gaiola de medo - então terei que
conversar com ela sobre isso.

“Este?” Garret pergunta, levantando o saco de farinha. “Eu sei


que existem dois tipos.”

Sorrio, acenando. “Sim, esse.” Pego a farinha dele e começo a


medir todos os ingredientes, colocando-os em pequenas tigelas de
vidro para que tudo o que ele faça é despejá-las na grande tigela.
Depois de colocar todos os ingredientes molhados, tudo fica alinhado
na mesa da cozinha. Aponto para eles, falando com ele durante o
processo. Demora um tempo para fazermos o bolo. Quando
The Devils Own #2 Amo Jones

terminamos, a cozinha está coberta de farinha e cascas de ovos, mas


nos divertimos.

Pego duas latas de Coca-Cola na geladeira e jogo uma para ele


enquanto esperamos o bolo cozinhar. “Você fez bem, garoto.” E
bagunço seu cabelo antes de cair no sofá.

Ele senta ao meu lado e toma um gole do seu refrigerante. “Tio


Brax gosta de você.”

Sorrio, virando minha cabeça em sua direção. Meu cabelo está


coberto de farinha e massa, mas eu não me importo. “Porque você
acha isso?”

“Porque ele perguntou sobre você da última vez que você esteve
aqui”, ele responde com um sorriso. “Ele não pergunta sobre
ninguém. Ele e o tio B não se preocupavam com garotas antes de
Meadow chegar. Mas o tio Brax era um pegador; ele estava sempre
com meninas diferentes.”

Ele balbucia e meu sorriso vacila um pouco. O pensamento de


Hella estar com outra pessoa não me enfurece; me magoa. Não acho
que estou pronta para esse tipo de sentimento. Nunca tive um
namorado e acho que ele nunca teve uma namorada, então o que isso
faz de nós?

Fodidos. É isso que nos faz, dois fodidos.

“Bem”, eu começo. São quase uma da tarde, meu zumbido


induzido pelo álcool desapareceu e realmente acho que pulei o estágio
da ressaca. “O sentimento pode ser mútuo.” Eu pisco para ele e saio
do sofá para verificar o bolo.

“Realmente? Quero dizer...” Ele faz uma pausa, com seus olhos
se estreitando enquanto os corre sobre meu corpo.

Minhas mãos chegam aos meus quadris. “Você está me


checando?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele sorri. “Não. É só que... se houvesse alguém com quem eu


iria querer tio Brax, seria você.”

Eu sorrio desta vez, um sorriso cheio de dentes. “Obrigada


garoto. Venha me ajudar a tirar esse bolo.”

Depois de separar as duas grandes massas retangulares de bolo


de chocolate, começamos o recheio e cobertura de chocolate. Começo
a derramar o açúcar, o cacau, a manteiga e um toque de creme
espessado na tigela antes de misturá-la a uma textura semelhante a
mousse. Derramando sobre uma das massas, espalho a cobertura
grossa sobre o bolo antes de colocar a outra em cima. Garret começa
a quebrar os pedaços de chocolate, falando sobre rúgbi.

“Então você quer jogar?” Pergunto-lhe. Na Austrália, o rúgbi é


um esporte conceituado e o pai de Garret é da Nova Zelândia. Acho
que há uma parte de Garret que quer conhecer seu pai de verdade,
então ele querer jogar rúgbi provavelmente tem muito a ver com
isso. Meu coração parte um pouco.

“Sim”, ele responde animadamente, pegando um pouco de


chocolate e colocando em sua boca.

Eu ri. “Ei!”

Ele faz uma pausa, e seus olhos se arregalam com um sorriso


no rosto. Eu coloco um na minha boca e nós dois caímos na
gargalhada.

“Oi”, Hella entra na cozinha, observando Garret e eu


atentamente.

Garret olha entre nós e sorri.

“Ei!” Eu respondo, jogando os pedaços de chocolate na tigela de


vidro, pronta para derreter sobre a panela.

“O que vocês dois estão fazendo?” ele pergunta desconfiado,


caminhando até Garret e bagunçando seu cabelo.
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“Estamos fazendo um bolo de TimTam”, diz Garret com orgulho,


“e estou dizendo a Melissa como quero jogar rúgbi.”

Sorrio, puxando o chocolate agora derretido do fogão. “Eu


recomendaria que você usasse os All Blacks como seus mentores.
Foram duas vezes campeões mundiais. Eles são da Nova Zelândia,
no entanto. A equipe da Austrália não é tão ruim. Eles são chamados
Wallabies”, acrescento, derramando o chocolate sobre a massa
enorme de bolo. “Mas eles quase sempre perdem para os All Blacks.
Na verdade, se meus dados estiverem corretos, é uma pontuação
geral de 42 a 106 vitórias para os All Blacks. Impressionante, hein?”

As sobrancelhas de Hella se juntam e Garret assente com a


cabeça. “Isso é foda!”

“Ei!” Hella resmunga. “Cuidado com a porra da sua boca.”


Então ele olha em minha direção. “Como você sabe tanto sobre
rúgbi?”

Eu sorrio, espalhando o ganache sobre o bolo. “Bem, quatro


razões”, acrescento inocentemente. “São essas: Dan Carter, Liam
Messam, Sonny Bill Williams e Richie McCaw.”

Ele revira os olhos. “E as mulheres chamam os homens de


pervertidos. Esse nível de perversão tem um certo grau de empenho.”

Dou uma risada, colocando a tigela na pia e ligando a água


quente. “Estou brincando. Meu pai assistia aos jogos quando eu era
pequena, antes que ele tivesse problemas com a bebida.”

Hella fica quieto. “Eu preciso falar com você sobre algo. Amanhã
à noite, teremos alguns irmãos de um capítulo diferente. Você e as
meninas vão à casa do clube para ajudar na cozinha, mas depois
disso, você vai para a casa de Meadow.”

“Ok”, eu digo lentamente. “Por que não podemos ficar?”


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“Porque vocês vão conversar sobre casamentos ou coisas


assim.”

Depois que termino o bolo, Garret esfrega as mãos. “Podemos


cortar agora?”

“Claro!” Digo a ele, tirando uma faca da gaveta da cozinha.


Corto um pedaço e deslizo o prato para ele.

“Quer um pedaço do nosso árduo trabalho?” Eu pergunto a


Hella sorrindo.

“Ele não come comida que não ajuda a construir seu corpo”,
Garret acrescenta em torno de um bocado de bolo.

Olho para Hella e corro meus olhos de cima para baixo


nele. “Você não quer...”

“Dê-me o maldito bolo.” Hella levanta a mão.

Reviro os olhos, cortando um pedaço e deslizando em sua


direção. E me inclino contra a mesa da cozinha.

Hella aponta. “Você não vai comer nada?”

“Não”, eu respondo casualmente. “Isso engorda, muito.”

Ele faz uma pausa, e depois sorri antes de deixar o resto cair
na boca. A porta da frente abre novamente e Jada grita: “Desculpe,
estou atrasada!” Antes de entrar na cozinha com sacolas cheias de
mantimentos. “Oh, sim! Bolo! Como foi com o garoto?” Ela pergunta,
caminhando em direção a Garret e beijando-o na cabeça.

“Qual? Hella ou Garret?” Provoco, e os olhos de Hella se


estreitam para mim. Sorrio antes de olhar para Jada. “Ele foi ótimo.
Não me importo de cuidar dele sempre que você precisar.”

Ela coloca as sacolas no balcão. “Isso não vai acontecer


novamente. Um cliente estava chamando por mim, e era muito
dinheiro, então Sophie teve que me ligar.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Hella cutuca a cabeça dele. “Eu preciso que você comece a


minha perna.”

Jada assente, tirando uma maçã de uma das sacolas. “Quando


você estiver pronto.”

Ela olha para mim. “Você tem alguma tatuagem? Além das
pombas nos quadris?”

Balanço a cabeça. “Não.”

Hella estende a mão em minha direção, prendendo o dedo no


meu e me puxando para seu colo. Olho para Garret para encontrar
um sorriso em seu rosto antes de olhar para Jada, que não
pisca. Uma das mãos de Hella agarra minha coxa enquanto a outra
continua no bolo. Sendo honesta, estar com ele parece natural, o que
me assusta um pouco; é muito fácil me apaixonar por ele, deixá-lo
me possuir.

E respondo à Jada. “Não, nenhuma. Mas eu quero. Eu ia falar


com você sobre isso, na verdade.”

Ela assente, dando outra mordida. “O que você está pensando?”

“Uma que sobe ao lado da minha coxa?”

Ela me olha. “Isso seria quente. Você sabe o que quer?”

Inclino minha cabeça. “Na verdade, não.”

Ela afasta meu comentário. “Nós podemos resolver isso.”

A mão de Hella chega à minha barriga, estendendo os dedos e


pressionando-a suavemente.

“Temos que preparar toda essa merda para amanhã”,


acrescenta Jada. “Então, aparentemente, vamos a Meadow para
planejar o casamento.”

Concordo. “Parece bom.”


The Devils Own #2 Amo Jones

Millie desce as escadas. “Está pronto?” ela pergunta,


caminhando em direção ao bolo. E corta um pedaço e se senta à
mesa, sorrindo para Hella casualmente.

Eu olho ao redor. “Ninguém está nem um pouco surpreso de


onde estou sentada?”

Todos respondem: “Não”, mantendo os olhos no que estão


fazendo.

Eu zombo, balançando a cabeça. Hella bate na minha


perna. “Vamos lá, quero ver uma coisa com você.”

Eu me levanto. “O quê?”

Ele pega minha mão. “O fato de eu não estar lidando bem com
ter que manter minhas mãos escondidas devido a quem está por
perto.”

Hella me leva pelas escadas e entra no meu quarto. Sentando-


se na minha cama, ele passa as mãos pelo rosto. “Porra, eu realmente
não sou bom nisso.”

“Não é bom em quê?” Eu pergunto, fechando a porta atrás de


mim.

“Isso”, ele responde, gesticulando entre nós.

Fico a alguns metros dele e cruzo os braços. “Nós dois.”

É verdade; nós nos entrelaçamos em uma teia bagunçada, e


tudo baseado no fato de estarmos com tesão.

Seus olhos olham para os meus e uma onda de sensações


estranhas nadam sobre mim.

“Então o que você quer fazer?” Pergunto.

Sua mão se estica enquanto seus dedos se entrelaçam com os


meus, acendendo uma faísca de eletricidade entre nós.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Honestamente?” Ele diz, seus olhos ainda estão presos nos meus e
seu polegar acaricia minha palma. “Qualquer coisa que você queira.”
E puxa minha mão, com meu corpo caindo sobre seu colo. Seu braço
se enrola sob a minha perna para me embalar e eu envolvo um dos
meus braços em seu pescoço. “O que você quer, Melissa?”

Eu engulo, om minha boca agora seca. “Podemos apenas...


deixar rolar?”

Ele balança a cabeça. “Não, querida. Eu posso fazer 'deixar


rolar' com qualquer outra pessoa, menos você.”

Minhas sobrancelhas se juntam. “O que isso significa?”


Sussurro.

“Isso significa que eu não tenho a menor ideia do que estou


fazendo ou como fazer, mas estou disposto a tentar com você e
somente você.”

“Você está me pedindo para ser sua Old Lady? Porque...”

“Não”, ele interrompe rapidamente. “Não, não é isso. Ainda não,


pelo menos. Mas quero que você seja minha e só minha, de mais
ninguém.”

“Então... você quer namorar?” Eu pergunto com um pequeno


sorriso no meu tom.

Ele faz uma pausa. “Ah... eu também não acho...”

“Então o que é?”

Ele me reajusta em seu colo, com seu pau duro pressionando


contra o meu quadril. E sorrio baixinho.

“Você é minha, e é isso. Eu acho que você entendeu.”

“Com uma condição.”

Seus braços apertam minhas costas. “Sim? E o que é?”


The Devils Own #2 Amo Jones

“Você também é meu. De mais ninguém. E estou falando sério,


Hella”, declaro. “Se você apenas inclinar esse sorriso arrogante para
qualquer outra mulher, eu não vou apenas matá-la, eu vou matá-lo
também.”

Ele ri, com seu peito vibrando contra o meu. “Feito. Mas para o
registro? Talvez eu não tenha feito isso antes, essa coisa toda de
namorada”, ele diz revirando os olhos, “mas eu nunca trairia você,
Melissa. Aqueles foram jogos que você jogou também”, acrescento.

“Ok, chega de jogos”, digo severamente.

“Ehhhh...” Os olhos dele se estreitam. “Basta mudar os


tabuleiros do jogo.”

Dito isso, quando ele envolve o braço em minha cintura, me


puxa ainda mais para ele. Eu abro minhas pernas de ambos os lados,
montando em seu corpo. Os músculos duros sob todas as suas
roupas ficam tensos a cada movimento. Corro meu dedo pela
mandíbula quadrada e pelas tatuagens dele. “Isso significa alguma
coisa?” Eu pergunto.

Ele ri. “O que? Você espera que eu fique todo sentimental?” Ele
vê o sorriso no meu rosto e continua. “Além do fato de eu estar livre
e vivo? Não.”

Eu bufo. “Por que não estou surpresa? Então... nenhuma


significa algo em particular?”

“Não, querida. Todas significam apenas que eu as queria, então


eu fiz.”

“Justo.”

Suas mãos descem para os meus quadris. Ele levanta minha


camisa levemente, exibindo meus proeminentes ossos do quadril
onde minhas únicas tatuagens estão. “Isso significa alguma coisa? E
observe o que você diz, querida, porque se têm algo a ver com outro
The Devils Own #2 Amo Jones

homem, eu vou matá-lo e depois pedir a Jada para cobri-las com


minhas iniciais.”

Balanço minha cabeça lentamente com um pequeno


sorriso. “Apenas significam o meu controle. Era algo que eu poderia
controlar, depois... do que aconteceu.” Sua mandíbula flexiona, e
seus dedos apertam ao redor dos meus quadris. Eu levanto minha
mão até sua bochecha e corro meu polegar por ela. “Ei.”

Ele tira o rosto da minha mão, me pegando e me colocando de


volta na minha cama. “Eles precisam pagar por isso, baby. Se você
fosse, minha Old Lady, eu os erradicaria deste mundo e você não
teria nada a dizer sobre isso.”

Eu puxo meus joelhos até o peito. “Não consigo falar sobre isso
novamente.”

Seus olhos se transformam em pedra antes de amolecerem um


pouco. “De volta ao motivo pelo qual eu te trouxe aqui: você ficará
comigo a partir de agora.”

“O quê?!” Eu me arrasto para fora da cama enquanto o vejo


entrar no armário e tirar minhas roupas. “Eu não posso! Nem sei
onde você mora ou com quem mora ou como é sua situação de vida.”

Ele joga minhas roupas na cama e suspira. “Moro sozinho,


Melissa, e fico na propriedade, na parte de trás do riacho que percorre
a sede do clube. É escondido e ninguém realmente sabe, exceto os
irmãos.”

“O quê?” Estou surpresa. “Qual é o tamanho da terra aqui?”

“Oitocentos acres”, ele responde, pegando minhas roupas


novamente.

Eu suspiro. “Puta merda. Isso é muita terra.”

Ele concorda. “Sim. Minha casa - bem, cabana de madeira - fica


no fundo do terreno, logo acima de um grande riacho. Você pode
The Devils Own #2 Amo Jones

nadar nele se quiser. O pai de Beast mandou construir quando Beast


e eu viemos pela primeira vez. Ele queria que tivéssemos nossa
própria casa longe da sede do clube, quando fosse necessário.
Quando ele morreu, a escritura ficou em nome de Beast e eu a
comprei dele uma vez que ele comprou sua casa na cidade.”

“Uau”, eu sussurro. “Mal posso esperar para vê-la.”

“Então isso é um sim? Você está levando sua bunda teimosa


comigo? Não preciso puxar nenhuma besteira de homem das
cavernas com você?”

Sorrio. “Não, eu vou.”

“Obrigado PORRA por isso.” Ele solta uma risada e eu jogo o


travesseiro na cara dele. Ele o pega logo antes de o atingir e seus
olhos se estreitam. “Você acabou de...?” Olha para mim ironicamente
antes de jogar o travesseiro para o lado do quarto e mergulhar na
cama, empurrando meu corpo de volta no colchão com um guincho
escapando de mim. “Venha aqui!”

Eu grito novamente quando ele morde meu pescoço e, assim,


nossas roupas desaparecem.
The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Entrego meu capacete a Melissa enquanto ela sai pela porta da


frente da casa de Jada. Ela se detém. “Certo, é a hora da verdade.”

Eu sorrio. “Não é ciência de foguetes, querida. Mantenha as


pernas afastadas do cano, relaxe e não me solte.”

Ela assente. “Ok.” Ela respira e expira. “Posso fazer isso.”

Sorrio novamente e ela arranca o capacete das minhas mãos


antes de bater no meu braço com ele. “Não ria de mim.”

Eu subo sobre a moto e continuo rindo enquanto a vejo


tentando copiar meu movimento.

“Cale a boca, Ward.”

Dando um pontapé no motor algumas vezes, o meu


escapamento foi modificado um pouco, tornando-o muito mais alto
do que uma moto comum - antes de nos levar para fora da entrada
de Jada e para a estrada principal de cascalho. Passamos pela casa
onde Meadow e Melissa ficaram enquanto estiveram aqui,
continuando até o final da estrada até que ela se estreita e se
transforma em asfalto. Estive pensando em contar a Melissa sobre o
The Devils Own #2 Amo Jones

que sei e como sei sobre ela, mas, sinceramente, não sei como ela
aceitará. Quando for a hora certa, eu direi.

MELISSA

Saio da moto e minha mão chega a minha bunda. “Eu meio que
não consigo sentir minha bunda.” Movo minha cabeça por cima do
ombro para verificar, que Hella está rindo. Ele pega minha mão na
dele, mas paro antes de começarmos a andar, olhando para a obra-
prima diante de mim.

E suspiro. “Puta merda.”

Suas mãos apertam as minhas. “Vamos lá, eu vou te mostrar.”

Eu tiro meus olhos famintos da casa. É uma casa de madeira


de dois andares, com janelas de vidro do chão ao teto em forma de
triângulo com vista para o riacho à sua frente. Há uma garagem para
dois carros na frente, exatamente onde o pavimento termina.

“Se você está pensando em se casar comigo e fugir com todo o


meu dinheiro, vai dar com os burros n'água”, diz ele sorrindo,
observando minha expressão enquanto continuo admirando a parte
externa da casa. “Paguei em dinheiro. Setenta por cento sujo, trinta
por cento limpo. Mas foi construída com dinheiro sujo. Blake devia a
Luce, então ele pagou sua dívida com isso.”

Blake é irmão de Phoebe e um dos caras com quem eu cresci


conhecendo o Sinful Souls MC. Isto não me surpreende porque,
sinceramente, sem parecer uma cadela estereotipada, eu esperava
que houvesse uma história ali. Esta cabana é uma mansão agradável.
Um riacho corre ao longo de uma área arenosa diante da casa, com
árvores sombreando a margem. Há uma pequena ponte que leva à
cabana, a qual tivemos que atravessar. Há cinzas em uma pilha de
The Devils Own #2 Amo Jones

paus de uma velha fogueira na areia. O riacho na verdade se parece


mais com um pequeno lago que desceu para formar um riacho,
continuando até onde quer que ele fosse. Havia pequenas luzes de
fada, pendendo na grande árvore que pairava sobre a área arenosa
no canto da represa. Sim, definitivamente um lago; é grande demais
para ser um riacho.

Eu olho para Hella com olhos renovados. “É lindo aqui.”

Ele sorri. “Não é ruim. As luzes foram ideia do Garret. Ele gosta
de trazer seus amiguinhos de merda para cá em alguns fins de
semana. Eu não me importo tanto assim. Isso o tira da porra do iPad
e o faz subir em árvores e construir coisas.”

Rindo, aponto para o outro lado da casa. “É um campo grande


o bastante para treinar rúgbi, também.”

Ele suspira. “Provavelmente. Todo o exterior é coberto de grama


com o riacho abaixo.”

“O riacho contorna a casa?” Pergunto com entusiasmo.

“Sim. Você saberia caso se apressasse.”

“Ok, desculpe.”

Puxando novamente minha mão, me leva até a porta da frente,


ele abre e eu o sigo atrás dele. “Uau!” Inspiro. Fechando a porta atrás
de mim. Indicando as escadas, ele diz: “É simples. Lá em cima tem
quartos, aqui embaixo é a sala de estar, que tem vista para o riacho,
com uma cozinha em plano aberto, que depois leva ao quintal por
portas francesas.” Ele faz uma pausa para revirar os olhos. “Eu tinha
que acrescentar que as portas eram francesas ou Meadow me daria
uma surra. E depois há uma sala de jogos nos fundos, atrás da
garagem. É discreto, com um pequeno sistema multimídia e toda
essa merda lá dentro. Eu mandei construir a sala para o Garret.”
Mais uma vez ele faz uma pausa, me observando atentamente. Eu
engulo o que quer que seja aquilo que estava surgindo de dentro de
The Devils Own #2 Amo Jones

mim. É muito bom aqui. Muito agradável. Então ele continua. “Lá em
cima, há quatro quartos. Um é do Garret. O merdinha tem seu
próprio chuveiro e banheiro. O argumento dele?” Ele me olha,
andando em direção à geladeira, tirando duas garrafas de água, e
entregando uma para mim. “Ele precisará disso quando começar a
trazer garotas para casa. Não diga a Jada, mas eu concordei; o
homenzinho precisa de seu espaço longe de Jada.” Ele para, tomando
um gole de sua água, com os olhos me observando atentamente,
outra vez. Coloca a garrafa no balcão. “Então, é isso.”

Um pequeno bufo me escapa. “Isto não é só 'isso', Hella. É lindo


aqui, eu não tinha a menor ideia.” Estou assustada e, conhecendo
minha sorte, as evidências estão espalhadas por todo o meu rosto.

Ele caminha na minha direção, com as mãos debaixo dos meus


braços enquanto me levanta e me coloca em cima da bancada de café
de mármore preto. Movimenta os bancos de aço inoxidável para fora
do caminho. “Eu te assustei o suficiente para que você corra?”
Pergunta com as sobrancelhas franzidas. Percorre o nariz pela lateral
da minha têmpora e minhas pernas se alargam para ele. “Porque se
o fizesse...”, sussurra no meu ouvido, com seu sorriso arrogante
pressionando contra minha bochecha, “...eu te caçaria.”

Isso não foi uma ameaça. Isso foi uma promessa. Talvez eu
estivesse me apaixonando por ele. Por que isso não me assusta?
Deveria assustar. Se eu fosse esperta, isso me assustaria. Neste
momento, não sou muito esperta, não se tratando de Hella.

“Sou realmente estúpida”, sussurro em voz alta.

“Hmmm?” Ele pergunta, passando a língua por cima da minha


clavícula. A excitação irrompe entre minhas coxas e meus olhos
rolam para a parte de trás da minha cabeça.

“Não interessa.” Agarro seu cabelo entre meus dedos, puxando


sua cabeça para trás antes de pressionar meus lábios contra os dele.
Estou no controle, até que seus lábios pousam nos meus, e então ele
The Devils Own #2 Amo Jones

toma o controle. Ele me empurra até que minhas costas atinjam o


balcão, então rasteja até mim. Abro mais minhas pernas para ele até
que esteja repousando no meio, e seu pau me pressionando. Sua
cabeça cai no meu rosto, e sua testa descansa levemente contra a
minha e o peito dele se eleva a cada respiração. Correndo minhas
mãos por seu corpo, enquanto sua língua vai para minha boca.

Eu agarro o coldre da sua faca. E o estalo de mim


desprendendo-a soa ao redor de nosso silêncio e ele sorri contra
meus lábios. “Você quer brincar, querida? Está bem, vamos brincar.”
Sua mão desce até a minha, tirando a faca das minhas mãos,
enquanto lambe, chupa, massageia e domina minha boca com a dele.
Não é demais; não é o suficiente. Eu preciso que ele me possua, que
me corrompa, que me possua de dentro para fora. Cada centímetro
de mim precisa ser tocado, fodido e lambido por ele. Eu sou Emily
Rose11 e Braxton Ward é meu sétimo demônio.

O familiar metal frio pressiona contra meu mamilo duro e eu


assobio, com meus olhos se abrindo lentamente para encontrar os
brilhantes olhos azuis de Hella sombreados pela luxúria e
escurecidos de desejo. Ele estica minhas pernas com as dele, e seus
olhos examinam os meus o tempo todo.

“Você confia em mim?” Ele grunhe, me observando enquanto a


lâmina passa por meus mamilos duros e pelas minhas costelas. Cada
vez que desce sobre uma das minhas costelas, a eletricidade acende
sob a minha pele, viajando diretamente para o meio das minhas
coxas. Eu engulo, com meu peito subindo e descendo, o silêncio entre
nós formigando e preenchendo com nossa energia de luxúria, paixão
e obsessão.

“Nesse contexto, sim”, respondo com sinceridade.

11
De o Exorcismo de Emily Rose.
The Devils Own #2 Amo Jones

Os olhos dele se estreitam brevemente. “Não vou falar sobre isso


agora, mas vamos conversar sobre confiança.”

Tão rapidamente quanto o assunto foi levantado, é esquecido. A


lâmina continua nas minhas costelas. Seu corpo se desprende de
mim quando ele espia por baixo de seus cílios grossos, com seu olhar
diabólico e carente. Lambendo o lábio inferior antes de passar a
ponta da lâmina sobre a área onde a parte superior da minha coxa
encontra minha boceta, e jogo minha cabeça para trás, absorvendo
as sensações, o perigo. Confio nele com uma lâmina lá embaixo? Na
verdade, não, mas imagino que se ele quer que ela esteja totalmente
funcional, não a comprometerá.

Então sua boca cobre meu clitóris, encobrindo-o com seu


cobertor quente e liso, e minhas costas arqueiam. O lado
contundente da lâmina pressiona contra minha parte interna da coxa
conforme abre mais minhas coxas. Apoio-me em meus cotovelos,
observando enquanto sua língua desliza sobre meu clitóris, com seus
braços volumosos ondulando sob a pressão de manter minhas
pernas abertas e a lâmina pressionando contra minha parte interna
da coxa. Relaxo, deixando minhas pernas completamente abertas.

“Feche os olhos, baby”, sussurra, e a vibração de sua voz


profunda pressiona contra a minha coxa.

Eu caio de costas, com meus olhos se fechando ao mesmo


tempo em que a ponta fria da lâmina desliza lentamente sobre minha
boceta. Ele paira sobre meu clitóris, circulando-o suavemente, e um
pico de terror brota através de mim antes de ser coberto por uma
capa de desejo. Meu peito se agita quando meu clitóris formiga de
excitação, e minha boceta se contrai com o conhecimento do que está
por vir. Eu vou gozar - é isso que está por vir. Seu dedo pressiona
dentro de mim enquanto a ponta da lâmina continua seu ataque
angustiante ao meu clitóris. “Brax”, eu sussurro. “Eu estou...”
The Devils Own #2 Amo Jones

Sua boca cai no meu clitóris e o cabo da faca me penetra,


juntamente com meu corpo apertando ao redor do cabo enquanto o
pico do meu clímax reverbera através de mim. Há explosões atrás das
minhas pálpebras fechadas e o martelar profundo do meu batimento
cardíaco irregular bate nas veias do meu pescoço.

Descendo da minha euforia, ele puxa a faca da minha mão e eu


solto uma risada, com minha mão voando até a boca. Hella joga a
lâmina no chão e me puxa em sua direção, com meu corpo deslizando
sobre a bancada.

Minha mão chega ao seu peito. “Espera.”

Ele faz uma pausa, inclinando a cabeça, com a evidência da


minha excitação brilhando em seus lábios. Seu cabelo arrepiado no
topo da cabeça, a mandíbula retraída e os olhos famintos. É uma das
coisas mais eróticas que eu já vi. Todas as dez coisas mais eróticas
que eu testemunhei envolvem Hella.

Eu pulo da ilha, com meus pés descalços tocando o chão de


madeira, e meu corpo nu na frente de seu peito nu e jeans
desabotoados que ficam bem abaixo daquele delicioso V. Minha boca
fica molhada com a visão diante de mim. Meu cabelo comprido cai
sobre meus ombros e eu caio de joelhos, com meus olhos
permanecendo selados nos dele.

Um sorriso lento e sensual aparece no canto de sua boca, e seu


punho agarra meu cabelo. Minhas mãos sobem até a cintura de sua
calça enquanto eu a puxo para baixo até que seu pênis fique
livre. Sem cueca. Por que não estou surpresa?

Minha língua corre através do meu lábio inferior antes de meus


dentes pegarem. Inclino minha cabeça, examinando seu pau, com
uma gota de pré-sêmen brilhando na ponta, e não consigo me
conter. Minha boca envolve a ponta do seu pau, minha língua circula
em torno da suavidade quente quando o gosto leve de sal e uma
mistura de sabão atinge meu paladar. Eu gemo em aprovação, e as
The Devils Own #2 Amo Jones

vibrações do meu gemido pulsam sobre seu ele. Minha mão chega à
base, e minha outra segura suas bolas e minha cabeça balança
lentamente, minha língua protegendo meus dentes inferiores. Um
assobio escapa de sua boca, seguido de um leve gemido, e meu
clitóris incha entre as minhas pernas. Eu quero esse homem, quero
tanto que meu peito se enche de poder.

Neste momento, eu preciso sentir esse grande, inatingível,


inquebrável, psicótico motoqueiro desfeito.

Minha cabeça continua a balançar quando seu pau pulsa


levemente. Um pequeno filete de esperma desliza por minha
garganta. E bombeio-o com mais força, minha mão seguindo minha
boca, seu pau grosso moldando em torno da minha mão enquanto a
ponta está envolvida na minha língua. Não há como caber ele todo
na minha boca - de jeito nenhum. Preciso senti-lo. Preciso senti-lo
desfeito dentro da minha boca, de joelhos, por algo tão simples como
a minha língua. É libertador saber que estou causando cada gemido
que lhe escapa, cada vez que seus olhos radiantes rolam para trás de
sua cabeça, perdidos em seu próprio êxtase, e saber que eu o deixei
assim. Estou muito viciada nisto.

Antes que eu perceba, esperma quente dispara no fundo da


minha garganta e engulo cada gota dele. Depois de esperar até que
ele se esvazie, lentamente o retiro e solto uma leve sucção na ponta
do seu pau ainda duro, lambendo cada gotejamento que possa ter
escapado.

Seus olhos se abrem. Enfio meu cabelo atrás da orelha. “Preciso


matar quem te ensinou a chupar um pau assim.”

Rolo meus olhos. “Calma, foi pornô.”

“Pornô?” Ele pergunta surpreso.

“Bem, vamos fingir que foi.” E dou um tapinha em seu peito


suavemente.
The Devils Own #2 Amo Jones

Seus olhos estreitam quando ele puxa seu jeans sobre seu pau
ainda duro. Estou impressionada que ele ainda esteja assim.
Assustada um pouco, mas impressionada, no entanto.

Me abaixo e coloco minha calcinha, seguida pelo meu jeans


skinny e minha blusa. Depois de passar as mãos pelos cabelos e
puxá-lo em um rabo de cavalo alto, ele pega minha mão na dele, me
puxando em direção à escada. “Venha. Eu vou te mostrar onde
você não vai dormir.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Depois do meu tour completo pela casa, estamos voltando pelas


portas da cozinha. O sol está se pondo sobre as árvores com a
temperatura caindo levemente.

“Eu preciso voltar para o clube, checar algumas coisas. Você


quer vir ou ficar aqui?”

Balanço a cabeça. “Eu fico.”

Ele me puxa para debaixo do braço, colocando um beijo suave


no topo da minha cabeça. “Não vou demorar. Tem comida na cozinha,
Netflix na TV...”

Eu sorrio. “Vá, eu vou ficar bem”, respondo, empurrando-o para


fora da porta.

Ele sai depois de outro longo beijo. Assim que a porta se fecha,
o vazio que ele deixa é inquietante. Olho em volta da casa, me
perguntando o que estou fazendo... o que estamos fazendo. Ele não
disse nada sobre querer me fazer sua Old Lady, então talvez eu seja
apenas o brinquedo novo e brilhante com quem ele queira brincar
mais um pouco. De qualquer forma, funciona para mim - seja o que
for.
The Devils Own #2 Amo Jones

Subo as escadas e entro no banheiro. Depois de um banho


rápido, enrolo uma toalha em torno de mim e saio para o quarto
principal. Aqui é muito simples, não é grande coisa. No entanto, falta
um toque feminino. Não sei se ele já trouxe alguma mulher aqui, além
de Jada e Meadow, mas esse pensamento é um pouco perturbador.

Eu olho em seu armário e agarro a toalha ao redor do meu peito,


chegando até as camisetas dobradas que ficam acima dos cabides.
Puxando uma, deslizo-a sobre minha cabeça antes de voltar para o
quarto e vestir uma calcinha de renda. Ao sair pela porta, faço uma
pausa na frente do espelho do quarto. A camiseta branca paira nas
minhas coxas, com o emblema do clube na frente, orgulhosamente.
Arregaço as mangas para que não fiquem penduradas nos cotovelos
antes que a frustração passe por mim. Tiro o laço de cabelo do pulso,
amarrando a camiseta nas costas para que ela fique mais curta e dou
um nó na parte de trás. Muito melhor. Percebo que pareço ter
acabado de sair da revista 'Putas do Clube', mas não há ninguém
aqui, exceto eu e Hella.

Desço as escadas de madeira e vou para a cozinha, vasculho o


refrigerador de aço inoxidável. “Puta merda”, sussurro. Há comida
suficiente nesta geladeira para alimentar um exército. Cheia de
vegetais e carne, nem uma gota de açúcar à vista. Eu abro as grandes
portas da despensa para encontrá-la estocada com arroz, batatas,
shakes de proteína, e mais shakes de proteína. Fecho a porta, já
precisando de um cheeseburger para esvaziar a revelação de que este
homem leva sua dieta muito a sério. Você saberia ao olhar para ele;
não há um músculo em seu delicioso corpo que não seja definido sob
sua pele, juntamente com as veias sensuais que se encontram sob
as tatuagens em seu pescoço. Ele é demais para que eu possa lidar
com ele em um bom dia.

“Foda-se.” Eu volto para a geladeira e arranco os peitos de


frango antes de ir para a despensa. Começo a remexer em todos os
shakes de arroz e proteína até encontrar um macarrão lamen
The Devils Own #2 Amo Jones

escondido na parte de trás. “Ah!” exclamo alegremente, arrancando-


o para fora. De pé na ponta dos pés, alcanço todos os diferentes
molhos que ele tem na prateleira superior da despensa até encontrar
teriyaki e puxá-lo. Começo a cortar todo o frango e depois todos os
legumes. Algo está faltando. Coloco a faca para baixo e entro na sala
de estar que tem o teto alto angular que chega a um triângulo no
meio com as janelas do chão ao teto em frente a um grande sofá em
forma de L. À esquerda das janelas fica a grande lareira de pedra
calcária. E outra enorme TV pendurada na parede. Quando olho para
o canto, vejo em uma pequena mesa o aparelho de som com um iPod.
Ao apanhá-lo, volto para a cozinha, ligo a música e volto a abrir a
geladeira, puxando uma cerveja. “Muito melhor.” Continuo picando
tudo antes de acender o fogão e despejar um pouco de óleo de coco
na panela, esperando até estar suficientemente quente antes de
colocar a carne.

“Melissa?” Jada chama quando a porta da frente se fecha.

Eu paro, fazendo uma pausa no fogão, e pergunto: “O garoto


está com você?” Grito, olhando para minhas minúsculas calcinhas e
minha camiseta.

“Não, ele está em casa.” Ela e Millie entram e param, com um


sorriso vindo sobre a boca de Jada. “Bem, olhe para você, toda
descalça, cozinhando, e parecendo muito como a esposa que Hella
deveria fazer de você.”

Eu me engasgo com minha cerveja antes de colocá-la de volta


na mesa. “Antes de mais nada, não. Em segundo lugar, o que posso
fazer por você?” Começo a virar o frango na frigideira, colocando meu
cabelo atrás das orelhas.

“Eu estava entediada e os meninos estão fora até tarde esta


noite.”

“Oh, é mesmo?” Pergunto.


The Devils Own #2 Amo Jones

Jada acena. “Hella disse que ele te mandou uma mensagem e


tentou ligar, mas você não atendeu, então ele nos mandou aqui para
ver como está.”

Millie optou por ficar com Jada quando eu saí. Acho que ficaram
amigas, o que é bom.

“Merda.” Pego meu telefone que tinha deixado no balcão da


cozinha, vendo todas as ligações perdidas. “Vou ligar para ele. Só um
segundo.”

Disco o número dele e ele atende no segundo toque. “Não faça


isso novamente, Melissa.”

“Pensei que estava segura aqui”, respondo, sorrindo ao redor da


borda da minha cerveja.

“Você está, mas há cem outras coisas que poderiam acontecer.”

Reviro meus olhos e Jada ri, colocando sua bolsa no balcão da


cozinha. “Eu fiz o jantar. Devo colocar o seu no forno?”

“Sim, obrigado, querida.” Ele faz uma breve pausa e depois


sussurra: “O que você está vestindo?”

“Hella!” Eu ouço Beast gritar ao fundo. “Nós estamos na igreja!


Corte a merda e abaixe a merda do telefone.”

Sorrio, com a mão subindo na boca.

“Merda, tenho que ir, querida. O chefe está mal-humorado. A


fase da lua-de-mel já deve ter acabado.”

“Hella!” Beast repete.

Hella brinca. “Vejo você depois.”

Eu desligo o telefone, balançando minha cabeça. E olho para


Jada. “Acho que estou completamente louca por ele.”
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Ela sorri. “Provavelmente”, diz e depois acrescenta, “acho que é


o mesmo para ele.”

Sorrio. “Provavelmente não, mas obrigada pelo incentivo.”


Retiro o macarrão e aponto para a bolsa. “O que há na bolsa?”

“Oh, isso? É isso que vai nos fazer companhia hoje à noite.”

Ela pega uma garrafa de Jäger e uma caixa de Red Bulls.


“Jägerbombs12?” Pergunto horrorizada.

“Sim.” Ela os coloca no balcão da cozinha.

“Bem, é melhor comermos o suficiente então.” Sorrio,


balançando a cabeça.

Depois de servir o refogado e colocar o de Hella no forno, nós


três saímos para a varanda externa e sentamos à mesa. “É tão bonito
aqui”, digo, girando o macarrão em volta do meu garfo.

Jada assente. “Realmente é.”

Todas as luzes na arvore estão ligadas, iluminadas pelo lago e


sorrio. “Eu teria matado por um lugar como este enquanto crescia.”

Jada faz uma pausa. “Por alguma razão, pensei que vocês duas
vieram de um lar agradável e normal.”

Millie e eu paramos. E sorrio. “Não, o oposto. Nosso pai sofreu


um acidente de carro com Millie, mas nunca o encontramos no
local. A polícia disse que era mais do que provável que ele tentou se
afastar, confuso, e talvez um animal o tenha encontrado ou algo
assim.” Coloco minha tigela em cima da mesa e pego uma
bebida. Meu apetite se foi; a necessidade do álcool substituiu minha
fome. “Minha mãe começou a fazer strip-tease e trabalhar como
acompanhante para pagar nossas contas. Nós nos mudamos de

12
Jägerbomb é uma bebida mista feita de uma dose de Jägermeister e uma bebida energética, normalmente
Red Bull.
The Devils Own #2 Amo Jones

Westbeach para Detroit, e Millie começou a treinar para sua vida


católica.”

“Merda”, Jada sussurra. “Isso é muito ruim.”

Eu dou de ombros. “Na verdade, não. É a vida. Mamãe foi


diagnosticada com câncer e eu abandonei a faculdade para cuidar
dela. Precisávamos de todo o dinheiro que ela havia economizado
para eu ir à faculdade para as contas médicas. Usei o último dinheiro
que sobrou para abrir minha confeitaria. Ela está melhor agora.
Recém-casada com um advogado importante. E tem uma boa vida,
uma vida que ela merece, e o câncer ficou longe por enquanto, o que
é um alívio. Mas câncer é câncer, você sabe, e quando infecta alguém
que você ama fisicamente, infecta mentalmente seus entes queridos,
pensando constantemente em quando voltará. Ela vai me dizer se
isso acontecer? De qualquer forma.” Expiro. “É isso.”

Jada coloca sua tigela vazia em cima da mesa. “Sinto muito”,


diz ela.

Eu dou de ombros. “Não há necessidade. Todos nós lidamos


com algo diferente na vida, todos tentando sair vivos, e talvez até
consigamos viver felizes.”

Ela sorri quando a porta da frente abre e fecha. Fico


nervosa. “Melissa?” É Hella. Relaxo. Eu deveria ter colocado uma
calça mais cedo, mas o que estou vestindo quase pode passar como
um shorts muito curto.

“Aqui fora”, eu grito, tomando outro grande gole da minha


bebida.

Ele atravessa as portas, com seus ombros largos e sua mera


presença ocupando todo espaço. Hella é aquele cara, o tipo de cara
que só precisava entrar em uma sala e todo mundo fazia uma pausa
no que estava fazendo porque ele tomava posse. Ele inala e exala
The Devils Own #2 Amo Jones

poder e domínio, e cada pessoa que põe os olhos nele sabe que está
perdido.

Ele faz uma pausa, encontrando meus olhos e abana sua


cabeça levemente. Aproxima-se de mim, e pressiona seus lábios na
minha cabeça. Eu inclino minha cabeça para trás, prendendo seus
lábios com os meus, com a mão dele chegando ao meu pescoço e
mantendo minha cabeça presa ali. Sua língua escorrega brevemente
em minha boca.

Jada limpa a garganta. Sorrindo, Hella libera meu pescoço. Seu


sorriso diminui e seu corpo congela. Quando percorre os olhos na
minha frente. Minha perna esquerda está dobrada sob a perna
direita, mas ele nota a camisa subindo acima dos meus quadris e
minhas calcinhas. Um grunhido profundo lhe escapa. Sorrio e
aponto de volta para a cozinha, mudando de assunto. “O jantar está
no forno.”

Ele limpa a garganta antes de se virar e caminhar em direção à


cozinha. Olho para Jada, que está um pimentão, e Millie, que está
olhando para todos os lugares, menos para mim. “O quê?” Eu
pergunto, olhando entre as duas.

Jada balança a cabeça, o copo subindo até os lábios. “Isso foi


meio quente.”

“Vou precisar fazer compras”, digo, e pego meu telefone. “Não


há uma porra de vinho ou chocolate nesta maldita casa.” As duas
começam a rir e eu sorrio.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Minha primeira noite na casa de Hella foi movimentada. Não


dormimos muito, porque ele queria me mostrar todas as diferentes
maneiras de me fazer gozar. Não consigo sentir minhas pernas esta
manhã e me sinto inchada em minhas partes femininas. Dolorida,
mas bem.

“Oi.” Ele caminha na minha direção, depois de tomar banho,


com seus cabelos caindo por toda a testa e usando nada além de
jeans soltos desabotoados. Meus olhos seguem seu tronco,
lembrando como é cada músculo sob minha língua. Eu me diverti
com seu corpo ontem à noite tanto quanto ele se divertiu com o meu.

“Ei, o que você vai fazer hoje?” pergunto, atirando o cobertor de


cima de mim.

Sua mão envolve meu queixo enquanto ele inclina minha


cabeça para cima para encará-lo. Seus lábios se espalham sobre os
meus antes de sugar meu lábio inferior em sua boca. “Tenho que
passar por toda uma merda para o capítulo de Nova Orleans que vem
aí.” Ele senta na cama e puxa suas botas de combate.

Rastejo até ele. “E eu não posso ir?”

“Sim, você vem. As meninas estão esperando por você para


ajudá-las na cozinha, então se arrume.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Olho para o despertador que fica em sua mesa de cabeceira.


“Mas são apenas sete da manhã!”

“Eu sei.” Ele sorri. “Acordei cedo para treinar. Levante-se.


Vamos tomar café, depois vamos sair.” Ele se afasta da cama e sai
deixando a porta aberta. Não tenho ideia do que está acontecendo,
mas é como se de repente estivéssemos brincando de casinha. Esse
pensamento deixa uma palpitação e borboletas em meu ventre, mas
não tenho certeza se as quero lá. Ele vai te machucar. Eu esmago
meus pensamentos, mas eles estão certos. Preciso me aproximar dele
e ver exatamente o que estamos fazendo... logo após ligar para
Brenda para ver como está a confeitaria. Eu a tenho como gerente,
Carrie, a garçonete, e Peter, meu chefe de cozinha.

Depois de telefonar para eles e ouvir que tudo está tranquilo,


apesar de precisarmos contratar uma nova garçonete por causa de
uma pista de patinação no gelo coberta do outro lado da rua, que
atraiu novos clientes, entro no chuveiro e tomo uma ducha
rápida. Visto o meu pequeno short branco e a camiseta de manga
comprida com ombros caídos. Rapidamente tranço meu cabelo em
uma trança lateral com rabo de peixe, aplico um pouco de creme,
uma pitada de rímel e saio do quarto. Preciso cortar logo meu cabelo,
porque o comprimento está ridículo. Eu acho que Hella gosta, porém,
usando meu cabelo como seu próprio guidão particular.

“Você cozinha?” Pergunto, tirando um banco e tomando um


assento.

Servindo as panquecas, e colocando-as na minha frente. Sorrio


levemente para ele todo tatuado e cozinhando panquecas com
morangos, bananas e xarope de bordo.

“Alguém tem que manter esta obra-prima”, responde


presunçosamente, olhando para seu corpo.

Reviro os olhos, colocando um pedaço da minha panqueca na


boca, apenas para que ela volte direto para fora. “Que porra é essa?”
The Devils Own #2 Amo Jones

Sua risada ecoa pela cozinha. “Panquecas - do tipo proteico,


feitas sem farinha. Apenas bananas, ovo, proteína em pó e canela.”

Meu rosto se contrai de desgosto, o que lhe rende outra


risada. “Isso é apenas - não, isso é terrível.”

“Baby, se você quiser acompanhar-me, precisará de toda a


resistência que conseguir.”

Pego a desculpa nojenta de uma panqueca e a jogo na cara


dele. “Minha resistência está ótima e vai se foder, você e suas
panquecas idiotas. Eu vou comer no clube. Talvez Garret não tenha
comido todo aquele bolo.”

Ele ri de novo, colocando uma panqueca na boca. Na verdade,


elas precisam de um novo nome; envergonham a comunidade das
panquecas e devem ser eliminados da nossa existência. Jesus, essa
merda é ruim.

“Vamos, mal-humorada”, Hella murmura com um sorriso.

Pego a mão dele e o sigo. Ele para pouco antes de batermos a


porta e se vira para me examinar.

“O quê?” Eu pergunto.

Ele balança a cabeça. “Nada. Apenas certifique-se de ir embora


com Meadow. Você, vestindo isso? Começará uma guerra.”

HELLA

Vamos ao clube com Melissa na garupa da minha moto. Preciso


falar com ela sobre algumas coisas, mas isso pode esperar até
amanhã. Não há como me precipitar em algo agora, mas não porque
não a quero em perigo. Sou um homem egoísta; se eu quiser ela,
The Devils Own #2 Amo Jones

foda-se qualquer coisa e qualquer outra pessoa, eu a levarei,


independentemente das repercussões. É por causa de algumas
outras razões - uma das quais, tenho certeza de que ela vai perder a
merda quando descobrir.

Desligando a moto, eu a ajudo a sair e a levo até o clube.


“Vamos, eu a levo até as garotas.”

Ela segue atentamente. Os irmãos aqui não são um problema.


Melissa não precisa usar um patch de propriedade para eles saberem
que é minha, mas quando os outros irmãos chegarem, haverá
muitos, e qualquer mulher que não use um patch de propriedade em
um clube está no jogo.

Depois de levá-la para a cozinha, eu a deixo lá e vou até Beast,


que está ao lado das mesas de bilhar conversando com Frost.

“E, aí. Então, qual é o plano?” Pergunto, pegando um taco.

“O plano é não dar muita importância. Você ligou para o homem


do T.I. do Zane? A Meadow está querendo adiar o casamento para
três semanas a partir de hoje, e...”

“Uau!” Eu levanto minha mão, tentando esconder meu riso.


“Três malditas semanas?”

“Isso foi o que eu disse.” Beast acena com a cabeça, nervoso.

“Isso é uma loucura do caralho. Como é que ela vai resolver essa
merda em três semanas?”

“Bem, entre Phoebe, Melissa e Jada? Tenho certeza que elas


terão isso resolvido.”

Balanço minha cabeça, me apoiando sobre a mesa de bilhar e


encaçapando uma das bolas. “Isso é uma loucura do caralho, irmão.
De onde ela está tirando isso?”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Ela quer isso aqui. Nada chique, apenas alguns amigos íntimos
e toda essa merda.” Um guincho alto de excitação soa de trás do bar
onde fica a cozinha.

Exalo, reconhecendo aquele guincho a um quilômetro de


distância. “Você me fodeu, sabia disso? Melissa vai se preocupar
mais em planejar a porra do casamento e menos em bater no meu
pau.” Os dois riem, balançando a cabeça. “Vou tratar disso esta
semana.”

Beast acena com a cabeça. “Parece bom.”

Olho ao redor da área e vejo que as Vixens se foram. “Onde


estão as pequenas Vixens?” Pergunto.

“Desapareceram.” Ripper sacode a cabeça. “Cadelas loucas.”

“Desapareceram?” Meus olhos se estreitam. “Foram para


onde?”

Beast bufa. “Papai queria conversar com ela e sua equipe, então
ele as tirou das minhas mãos.”

“Isso é um pouco fodido”, respondo distraído.

Beast acena com a cabeça antes de mudar de assunto. “Qual é


a história da irmã de Melissa?”

Coloco o taco de bilhar para baixo. “Porra nenhuma, sabe. Ela


era freira, no entanto. Rígida pra caralho.”

“Quente pra caralho”, acrescenta Ripper.

Sorrio. “Boa sorte, irmão. Ela nunca tocou em um homem,


tanto quanto eu sei.”

“Como você sabe disso?” Ripper rebate.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Porque Melissa me disse, não há como ela chegar perto de


qualquer um de nós. Além disso, ela é virgem, Ripper. Vai se foder
com isso.”

Ele bufa. “Sangue me excita.”

“Mmm.” Eu passo a língua por cima do lábio. “Concordo, mas


ela é virgem, Ripper”, repito, acentuando o virgem, esperando que
isso lhe perfure o cérebro. Sem essa sorte, seus olhos estão colados
à porta da cozinha.

Beast balança a cabeça, com a mão apoiada no ombro de


Ripper. “Melissa vai comer sua bunda no café da manhã.”

Isso foi o suficiente para colocar Ripper de volta nos trilhos. E


rio, atirando minha cabeça para trás. “Acho que minha garota não
gosta muito de proteínas.”

MELISSA

“Três semanas”, repito, olhando para Meadow.

Ela balança a cabeça, jogando um palito de cenoura na


boca. “Três semanas.”

“E você quer aqui?” Eu pergunto.

“Sim”, ela olha para mim. “Esta é a minha casa, desde que eu
pisei aqui pela primeira vez.”

“Eu sei!” Levanto minhas mãos. “Não estava insinuando nada.


Certo, então temos três semanas”, sussurro, olhando para Jada.

Millie fala da cozinha. “Lissa, podíamos pedir ajuda à mamãe?”


The Devils Own #2 Amo Jones

O olhar de Meadow cai sobre o meu. “Lembro-me de você dizer


que ela poderia planejar um casamento em um dia.”

Sorrio de maneira estranha. “Sim, ela pode, mas iria dar


pesadelos a todos aqui. Sério, minha mãe não brinca. Desde que ela
deu uma surra no câncer, a mulher vive por um motivo: fazer o que
quer e foder com qualquer um que se sinta desconfortável. É um
problema.”

Millie ri. “Ela não é tão ruim assim.”

“Não. Cale a boca. Ela é má.”

Todas elas explodem em risos enquanto eu continuo a preparar


a carne moída para os hambúrgueres. Meadow caminha até mim,
colocando uma mão sobre meu ombro. “Você poderia chamá-la, por
favor?”

Meus ombros se soltam em derrota. “Tudo bem! Mas ela é seu


problema quando chegar aqui e eu não quero ouvir nenhuma
reclamação sobre ela.”

“Viva!” Meadow bate palmas. Eu sorrio para ela antes de olhar


para Millie que está no telefone, com os dedos batendo
freneticamente.

“Ei”, dou um empurrão com minha cabeça em sua direção. “Pra


quem você está mandando mensagem?”

Ela empurra seu telefone de volta no bolso antes de olhar para


cima. “Acho que estou em apuros.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Todas paramos e Jada caminha em sua direção com uma


expressão preocupada. Inferno, Jada provavelmente tem sido mais
irmã para Millie do que eu ultimamente. Eu me sinto mal; esqueci
tudo sobre seus problemas com a igreja.

“Fale, Millie. Agora. Fui paciente o suficiente.”

Os olhos dela disparam pela cozinha. “Ok, mas não sai desta
sala. Promete.”

Todas damos a ela nossa palavra e ela cai no banco. Continuo


fazendo os hambúrgueres, freneticamente jogando especiarias.

“Ok, então eu te disse que testemunhei meu padre assassinar


alguém?”

Concordo. “Sim.” A carne mole de hambúrguer afunda em


meus dedos.

“Bem, foi uma das irmãs.”

“O quê!” Exclamo, colocando a comida de volta na tigela.

Ela assente, engolindo antes de continuar. “Ele sempre foi tão


gentil, Lissa”, diz olhando para mim, mas sabendo que as meninas
estão ouvindo também. “Foi inesperado. Não sei o motivo, mas desde
The Devils Own #2 Amo Jones

então, ele está me perseguindo. É por isso que procurei você. Não
tinha mais para onde ir.”

“Um, padre...” eu cuspo, andando em sua direção e colocando


minha mão no seu joelho. “Qual é o nome dele?”

Ela bufa. “Eu não sei. Ele é velho, muito velho. E é novo, entrou
depois que o padre David faleceu de um ataque cardíaco.” Ela se
benze antes de beijar o crucifixo que está pendurado em volta do
pescoço. Eu forço um revirar de olhos. “Uma noite, eu estava saindo
do meu quarto e entrando na sala da comunidade quando o vi no
estacionamento. Ele a matou, atirou à queima-roupa entre os olhos
e, embora eu estivesse a uma distância, podia sentir a vida sendo
arrancada dela. Sufoquei um grito, mas ele me ouviu. Seu rosto
saltou para a janela e dei um passo atrás desesperada. Corri para o
meu quarto e peguei algumas roupas antes de sair sorrateiramente
para fora. Fugi de policiais armados que estavam à minha procura,
Lissa. Policiais armados. Por que havia policiais na nossa igreja? Eles
tinham coletes à prova de balas que diziam, em letra branca, 'No
homem em quem confiamos', do outro lado das costas.” Ela limpa as
lágrimas de sua bochecha. “De qualquer forma, eu consegui
despistá-los. Escondi-me atrás do primeiro beco escuro que
encontrei e removi meu hábito antes de vestir meu jeans e camiseta.
Eu não tinha para onde ir, então pulei em um ônibus e fui direto para
você.”

“Merda”, sussurro, ficando de pé. “Isto é fodido.”

“Vai ficar tudo bem, ele provavelmente era apenas um velho


doente e deturpado”, eu lhe digo, tentando me convencer.

Jada faz um exame em Meadow, que engole antes que um


sorriso falso apareça em seu rosto. “Exatamente. Não me preocuparia
com isso”, garantiu Jada.

Retorno aos meus deveres, revendo o que ela acabou de me


dizer. Há uma chance de que seu padre fosse, de fato, um velho
The Devils Own #2 Amo Jones

nojento que foi corrompido, mas os guardas armados não se


encaixam muito bem com isso.

“Você estará a salvo com Jada”, murmuro, olhando para Jada.

As sobrancelhas de Millie se curvam. “Por quê?”

“Porque...”

“Porque eu sei como nos proteger”, interrompe Jada, com os


olhos arregalados sobre mim. Rolo os olhos e volto para os
hambúrgueres.

***

Passa um pouco das três da tarde quando Hella sai da sede


enquanto as meninas e eu vamos em direção ao carro de
Meadow. Meu coração se alojou na garganta ao vê-lo. Eu culpo o fato
de não o ter visto o dia todo. Ele sorri quando me vê e, caramba, vou
precisar de uma calcinha nova. Seus olhos são escuros e travessos,
mas quando ele sorri, e suas covinhas estalam e seus dentes brancos
e retos brilham sob seus lábios macios. Ele é sua própria marca de
poção do amor.

“Ei!” Eu digo, fazendo uma pausa.

Ele me puxa para baixo do braço e pressiona seus lábios nos


meus. “Aqui.” Pega o chaveiro e tira uma única chave. “Vá direto para
casa. Meadow provavelmente não vai beber, então ela pode deixar
você.”

O que? Por que Meadow não está bebendo?

Eu estava prestes a perguntar quando ele me beija novamente,


com sua mão encontrando minha bunda onde ele a aperta com
força. “Vejo você mais tarde, baby.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Espera!” Eu grito. Ele se vira, com as sobrancelhas levantadas.


“Fique longe das vadias do clube, Hella.”

Seu sorriso retorna antes que ele volte para mim, e seus dedos
encontram os meus enquanto a outra mão agarra meu queixo. “Olhe
para mim.” Levo meus olhos para os dele, derrotados. “Eu nunca,
nunca, faria nada para machucá-la, Melissa. E meu cartão de homem
provavelmente será revogado hoje à noite porque eu não consigo me
ver nem olhar para outras mulheres, entendeu?”

Engulo. “Ok, entendi.”

Ele me beija novamente antes de voltar. Eu me viro para ver as


garotas nos observando, com as mandíbulas no chão, todas exceto
Millie.

“Que foi?” Digo, caminhando para a porta dos fundos, abrindo-


a e deslizando ao lado de Millie.

“Isso foi tão bizarro”, acrescenta Meadow.

Jada a interrompe. “Na verdade, realmente não é. Ele gosta de


Melissa desde que ela voltou.”

“Realmente?” Meadow pergunta, espantada. Reviro os olhos do


banco de trás enquanto Jada continua: “Sim, ele tem sido
superprotetor. Eles se beijaram na frente de Millie e eu ontem à
noite!”

“Estou bem aqui, pessoal”, murmuro, mas elas continuam com


a conversa sobre mim e Hella... suspiro, percebendo que esqueci de
ter essa conversa com ele. Terá que esperar até amanhã. Espero.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“É lindo aqui”, digo a Meadow, enquanto ela se joga no cobertor


de piquenique que montou embaixo da árvore nos fundos do
quintal. “Meio que me lembra a casa de Hella.”

Todas pausam e Meadow começa a servir vinho em nossos


copos. “Soube que você ficou bem confortável por lá”, ela provoca.

Pego o copo dela e tomo um grande gole. “Sim? Bem, ouvi dizer
que você não estava bebendo esta noite, desembucha.”

Ela faz uma pausa, dando a Jada seu copo. Fico feliz por não
ser a única que está prestes a ficar bêbada. Os pensamentos de
garotas penduradas em Hella secam minha boca como o deserto do
Saara, o vinho ajuda.

Ela sorri timidamente. “Foda-se.” Suas mãos voam para o


ar. “Estou grávida!”

Minha mão voa até minha boca. “REALMENTE!” As meninas a


parabenizam com um abraço.

Ela assente. “Sim, eu deveria manter em segredo até passar o


primeiro trimestre, mas não posso mais me segurar.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Oh meu Deus!” Eu sussurro, bebendo o resto da minha bebida


e segurando suas mãos. “Eu vou ser titia! Você contou a Phoebe?”

Ela balança a cabeça ao redor de uma risada alegre. “Não, ainda


não, mas vou agora.”

“É melhor!” Eu digo, sentando-me no cobertor. “Ela vai matar


todas nós se for a última a saber. Ela até daria a Jada um trabalho.”

Todas nós rimos e Jada me empurra no braço. “Meu alvo inclui


duas bolas e um pênis.”

Todas nós rimos de novo e Millie se remexe


desconfortavelmente. Ela melhorou com nossas brincadeiras, vou
dar esse crédito a ela.

Levanto minha mão enquanto tiro meu telefone do bolso. “É


mamãe”, digo para Millie. “Eu enviei uma mensagem para ela mais
cedo para ver se poderia nos ajudar.” Deslizando meu telefone,
atendo a ligação.

“Mãe? Oi!”

“Oi, querida. Como estão minhas duas meninas preciosas?”

“Alguém está aí, né?”

“Padre Delany”, ela responde casualmente.

Eu sufoco uma risada. “Então, você vem ou não, mulher?”

“Eu adoraria. Posso estar aí em três dias.”

“Três dias? Tem certeza de que terá tempo suficiente?”

“Oh, doce criança iludida”, ela sussurra e eu engasgo com a


minha bebida. Aí está minha mãe; Fiquei preocupada por um
segundo. “Tenho muito tempo e posso organizar muito a partir daqui.
Roger precisa que eu participe de um evento de caridade.
Normalmente eu diria não, mas é um evento em prol do câncer.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Que deprimente, mas eu entendo. Vejo você então?”

“Sim querida. Eu te amo.”

“Oh, pare com isso, mãe. Eu também te amo.” Sorrio antes de


desligar. “Ela disse que vai fazer!” Exclamo para as meninas,
colocando meu telefone no chão. “E estará aqui em três dias.”

Após três horas do nosso ‘planejamento do casamento’, que no


fim não realizamos nada porque estávamos muito ocupadas
pesquisando nomes de bebês no Google. Voltamos para casa,
enquanto Meadow folheia os nomes.

“Não gosto de nenhum destes”, anuncia, chateada.

Sorrio. “Você pode chamá-lo de Mini-Beast, se for um garoto, ou


Mini-Meadow, se for uma garota?”

“Muito bem, Melissa. Estou melhor agora.” Meadow gesticula


em torno da sala secamente, fechando o laptop enquanto Jada e eu
pegamos nossas garrafas de vinho. Já passamos da fase de classe
que requer beber em copos; agora estamos na fase 'direto da garrafa'.

“Certo”, eu digo e meu telefone vibra no chão. “Espere! Preciso


atender.” Eu o abro, mas ele escorrega da minha mão, caindo no
chão. Começo a rir e Jada se abaixa para pegá-lo, só que ela também
o deixa cair.

Merda, estamos muito bêbadas.

“Hel...” limpo minha garganta, tentando parecer sóbria. “Olá?”


Isso não foi muito melhor.

“Sério?”

A voz de Hella penetra em mim, enviando calafrios por toda


parte.

“Sério o que?” Eu sussurro.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Sério, que você está bêbada?”

Sorrio. “Desculpe, você deve ter ligado para o número errado,


está procurando alguém que se importe, eu não.”

“Melissa”, ele grunhe.

Meu rosto se endireita, todas as risadas param. “Desculpe,


estava brincando. E aí? Sim, estou um pouco bêbada.”

“Eu preciso de você”, ele geme no telefone.

Engulo, já bem sóbria. “Ok, vou pedir para Meadow me levar


agora.”

“Pra casa.”

“Ok.”

Então ele desliga. Olho para o meu telefone e os olhos de


Meadow procuram os meus. “Melissa? Aconteceu alguma coisa?” Ela
parece preocupada. Sei que provavelmente não parece bom para
quem ouviu.

“Não, Hella só precisa da dose dele de mim. Você pode me levar


agora?”

Os ombros dela afrouxam e o alívio a inunda. “Sim”, ela


suspira. “Sim, posso fazer isso.”

Nós paramos em frente à casa que já estou me acostumando e


empurro a porta, saindo.

Meadow ri do banco do motorista enquanto abre a janela.


“Garota, é melhor você comer um pouco de pão.”

Sorrio, estalando meus dedos para ela, e digo: “Entendido, vou


fazer isso”, antes de saudá-la. Quando ela inicia a inversão de
marcha, Jada sai pela janela dos fundos, levanta a camisa e grita:
“Seios para os meninos!” Eu irrompo em risadas assim que a porta
The Devils Own #2 Amo Jones

da frente abre e Hella se inclina contra o batente, com calça cinza de


moletom solta que fica frouxa em volta de sua cintura tonificada. Os
faróis do carro de Meadow iluminam o corpo de Hella e minha boca
fica cheia d’água com a vista na minha frente. Seu cabelo está coberto
por um boné de baseball azul e branco, o qual está para trás em sua
cabeça, e seu peito está nu, mostrando todas as suas tatuagens e
músculos ondulados. Suas mãos chegam ao peito enquanto ele sorri.
“Você está me checando?”

Dou uma risada. “Talvez”, respondo antes de caminhar em


direção a ele. Atiro meus braços ao redor de seu pescoço e inalo seu
cheiro. “Mmmm, você cheira bem.”

“Sim? Já você tem um cheiro terrível. Vamos lá, vou levá-la para
cama.”

“O quê?” Eu digo, entrando enquanto ele fecha a porta. “Pensei


que vinha para casa para comer você. Agora me sinto enganada.”

Ele ri. “Querida? Eu não gosto de foder garotas bêbadas. Vamos


lá. Chuveiro, depois cama.”

“Comida!” Eu recuo, me abaixando do braço dele e me dirigindo


à cozinha. Faço uma pausa. “Não importa. Temos que ir às compras.
Seus armários estão quase tão secos quanto Millie.”

Ele solta uma gargalhada, mostrando aquelas duas covinhas


perfeitas. “Isso não é muito legal, querida. É sua irmã.” Ele me leva
pelas escadas. E demora cerca de trinta minutos para me levar para
o chuveiro. Lá, eu uso a bucha como um microfone enquanto canto
‘Zumbie’ dos Cranberries para ele em voz alta, sobre o som do
chuveiro.

Sim, eu nunca deveria ser deixada sem vigilância neste nível de


embriaguez.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Mãe!” Eu exclamo, correndo para os braços dela. Enquanto ela


sinaliza para o táxi ir.

“Oi, querida. Como você está e onde é o bar?”

Sorrio, pegando sua mão na minha, e suas pulseiras de ouro


deslizam sobre as pontas dos meus dedos. “Venha, venha conhecer
a gangue.”

“Melissa, eles não gostam de ser chamados de ‘Gangue’,” ela


sussurra discretamente no meu ouvido enquanto seu braço se
prende ao meu.

Eu sorrio, inclinando-me para ela. “Mãe? Eu estava falando das


meninas.”

“Oh!” Ela fica ereta enquanto me segue até as portas do


Clube. “Mal posso esperar.”

Entramos no bar e o encontramos vazio, o que é uma coisa


boa. Não quero aterrorizá-la logo de cara. “Vamos.” Pego a mão dela
e a puxo para a cozinha, onde as meninas estão. Meadow está com a
equipe do buffet que contratou para fazer a comida. E abro as portas.

“Mãe!” Millie ofega, correndo em sua direção de braços abertos.


The Devils Own #2 Amo Jones

“Oi, querida.” Mamãe está na faixa dos cinquenta, mas ela tem
a alma de alguém de vinte. “Sua mãe precisa de uma bebida.”

Meadow se apresenta junto com Jada, Layla e Asha. Phoebe


deveria estar aqui hoje à noite para a organização do casamento, o
que assusta Meadow. Depois que mamãe é apresentada, ela percorre
todas as coisas que organizou em casa, o que é tudo - desde o aluguel
de utensílios, DJ, até um barman profissional que montará um
barzinho para os convidados. O casamento ainda está a duas
semanas, mas elas estão estudando o espaço e o que sai e fica.

“Já está sentindo falta do seu homem?” Layla cutuca meu


ombro com o dela. É estranho. Sei que ela e Hella têm algum tipo de
história - já foi dito o suficiente - mas ela não parece se importar com
nosso envolvimento.

“Sim, sinto frio à noite.” Hella, Beast, Frost e Ripper saíram


alguns dias atrás. Eles deveriam voltar hoje à noite. Com o
casamento tão próximo, Meadow não está muito feliz com eles
fazendo esse trabalho de emergência, mas os negócios do clube são
negócios do clube e não nos envolvem. Ele me mandou mensagens o
tempo todo, ainda assim sinto sua falta, o que é uma sensação
estranha para mim, mas estou aprendendo a deixar rolar quando se
trata de Hella. Se tiver que sofrer, então vou sofrer.

Layla ri. “Pelo menos eles voltarão hoje à noite.” E volta às suas
tarefas, eu olho para Millie, que observa nossa conversa
desconfortável.

“O que há de errado?” Eu pergunto a ela, abrindo uma nova


caixa de talheres.

Ela balança a cabeça com um olhar ausente. “Nada. Não é


nada.” Seu sorriso diminui e ela sai da cozinha para o bar.

Suspiro, ela não vai me dizer nada. O que está acontecendo,


agora?
The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Pequenas gotas vermelhas salpicam no meu rosto quando dou


o próximo golpe e sua mandíbula estala sob os meus dedos. Ele mal
está reconhecível agora. Onde sua pele antes branca agora está
deformada, e seus olhos azuis brilham de raiva, estão mascarados
pela evidência pegajosa da minha ira.

Sorrio, enfiando minhas luvas. Beast olha para mim, com as


sobrancelhas erguidas. “O que esse filho da puta fez?”

Eu rolo meus ombros para trás, apertando a máscara que está


ao redor da parte inferior do meu rosto.

“Por favor”, implora a mulher, com os braços amarrados no


encosto da cadeira e o cabelo caindo sobre os olhos. “Por favor, o que
fizemos de errado?”

Levo meus olhos para o pedaço de merda sentado no banco na


minha frente. “Ele machucou alguém que me pertence.”

Seus olhos cheios de lágrimas se arregalam. “Melissa!?” Ela


escarnece. “Aquela puta mereceu! Ele me contou tudo sobre isso. Ela
é só uma puta estúpida de merda que queria estar no...”
The Devils Own #2 Amo Jones

Dou um tapa em seu rosto com tanta força que seu corpo voa
pela sala enquanto a dor da força formiga nas costas da minha
mão. Isso também me fez sentir muito bem.

“É mesmo?” Caminho em direção a ela, curvando-me e


inclinando minha cabeça. Faço uma pausa, com meus olhos
passando por cima dela. Peitos grandes, corpo pequeno e firme, o
sangue espalhado sobre sua testa. “Sabe...” Minha mão se levanta e
meus dedos deslizam por sua face, sobre sua mandíbula. Ela
estremece. “Não, ela se foi”, eu murmuro, me levantando.

“O quê?” Ela pergunta, com seus olhos examinando os meus.

“A necessidade de foder qualquer coisa que não seja minha


garota.” Eu me viro para Frost. “É hora de brincar com o Garoto?”

Um sorriso aparece em seu rosto quando ele a puxa pelos


cabelos e a arrasta gritando para os fundos da casa.

“Ei!” Eu chamo. “Faça aqui fora! Quero que esse filho da puta
veja sua garota sendo abusada.”

Frost a arrasta de volta em nossa direção, olhando para


mim. “Irmão, estupro não é realmente minha coisa.”

Reviro os olhos, com minha mão voando até a garganta dela.


Aperto até sentir os tubos de sua garganta rangendo sob as pontas
dos dedos. E puxo o rosto dela para o meu. “Sorte sua, que eu trouxe
o irmão errado.” E olho para Frost. “Mas sem sorte para você”,
acrescento olhando para trás: “Vou fazer você desejar que eu a
tivesse só estuprado.” Eu tiro o cabelo dela da frente, e minha
máscara desliza sobre o sangue que escorre na lateral de sua
bochecha, suas lágrimas desesperadas fazendo seu rímel escorrer.
“Pelo menos você apreciaria o meu pau.”

Frost se aproxima. “Eu, vou fazer isso.” Ele saca a arma. “Quero
tentar uma coisa.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu olho para ele. “Tentar o que?”

Ele olha para a ponta do cano, onde há um silenciador, e depois


olha para as pernas dela, passando os olhos por seu corpo. “Eu quero
ver como é o interior dela se eu a explodir por dentro.”

“Jesus Cristo, porra”, Beast sussurra, puxando um dos


assentos da mesa da cozinha e sentando-se. “Bem, apressem-se,
vocês dois. Minha mulher quer casar comigo. Parem de brincar.”

O pedaço de merda começa a puxar seus laços ao redor do


pulso, com seus gritos abafados silenciados pela fita adesiva que está
sobre sua boca.

Sorrio. “Faça isso.”

Os gritos de Eddy ficam mais altos, mais desesperados. E ando


até ele, com minhas mãos apertando em torno de sua nuca. Seus
olhos se fecham. Ela olha para ele suplicante e o sorriso presunçoso
que ela tinha sobre o rosto ao falar de Melissa se foi há muito tempo.

Inclino-me até a orelha dele. “Abra seus malditos olhos. E veja,


você brincou com a garota errada. Você brincou com uma garota que
pertence a um homem que gosta de assistir sua vítima suportar a
dor, que tem a necessidade perversa e sádica de matar. Esse homem
sou eu.”

Seus olhos se abrem quando Frost se abaixa, abrindo as pernas


da mulher. Ela começa a chutar, rolar e girar, então ele levanta a
parte de trás da arma, batendo-a em seu rosto. Suas costas batem
no chão, a cabeça gira para os lados lentamente enquanto ela entra
e sai da consciência. Ele continua removendo sua calcinha. Frost
sorri, leva até o nariz e respira fundo. Sorrio enquanto ele a enfia no
bolso de trás. O pedaço de merda começa a se contorcer, seus gritos
se transformando em soluços. A arma de Frost desaparece entre suas
coxas. No exato momento em que o cano se insere nela, sua cabeça
começa a mexer desesperadamente para os lados, chamando pelo
The Devils Own #2 Amo Jones

namorado enquanto seus ombros tremem sob o meu aperto. Eu


sorrio e, com um pequeno aceno de cabeça, o tiro silencioso rasga o
ar quando, sangue, massa cefálica, pele e órgãos chovem sobre nós.

O imbecil grita. Puxo a faca do meu coldre e o encaro. Inclino-


me até ele, com minha boca indo para sua orelha, e o espesso cheiro
de metal do sangue agora enchendo a sala como fumaça. O meu
braço voa antes de eu enfiar a faca em sua virilha. Ele solta um uivo
e eu torço em círculos, com movimentos firmes empurrando contra a
minha lâmina cada vez que ela raspa um de seus órgãos internos.
Sussurro, “Eu a fodi com esta faca, sabe.” Ele continua a uivar, com
sangue jorrando de sua boca. “Ela gozou por toda esta lâmina que
agora está alojada tão profundamente dentro da sua inútil desculpa
de pau.” Empurro mais fundo, e meu queixo apertando com força.
“Agora, a vingança dela está pingando sobre essa faca.” Seu corpo
começa a convulsionar em ataques, com os últimos minutos da sua
vida passando por minhas mãos. Quando o solavanco do seu corpo
começa a desvanecer-se para o nada da sua existência de merda, eu
falo: “Nos vemos no Inferno, Eddy Woolbrock.”

MELISSA

O barulho pesado do que parece ser cem motos soa no interior


do clube e eu olho para minha mãe nervosa. “Você tem certeza de
que quer fazer isso? E, por favor, não dê em cima de ninguém, estou
falando sério.”

Ela graceja do meu comentário. “Oh querida, eu sou uma


mulher casada.” Sim, como se isso a impedisse. Gargalhadas ecoam
no bar. Millie deixa cair o que está fazendo e vai embora. Qual é o
problema dela? Está agindo mais estranho do que de costume.
The Devils Own #2 Amo Jones

Mamãe sai do bar seguindo Millie, e eu me viro para Meadow e Jada.


“O que está acontecendo com minha irmã?”

Ambas encolhem os ombros. “Não tenho certeza. Ela está


agindo um pouco mais inquieta do que o habitual ultimamente.”

Minhas sobrancelhas se erguem um pouco. “Sim, acho que ela


sempre foi a mais quieta. Muita coisa acontece dentro de sua cabeça,
no entanto, a mente é um lugar perigoso para morar para alguém
como Millie.”

Meadow engancha meu cotovelo no dela. “Vamos lá, vamos ver


nossos homens.”

“Sim, exceto que eu não sou uma Old Lady. Nem tenho certeza
do que diabos sou”, sussurro.

Ela faz uma pausa antes de abrir a portinha que separa a


cozinha do bar. “O que você quer, Melissa?”

Expiro, com meus ombros se curvando. “Sinceramente, eu não


sei.” É verdade, eu não sei. Eu me importo com Hella. Temos uma
química desmedida e um sexo de arrasar, mas abandonar minha vida
em Westbeach para viver no isolamento deste clube? Só não tenho
certeza se é isso que eu quero, ou mesmo algo que eu possa fazer
neste momento... mesmo se quisesse.

Quando voltamos ao bar, encontro Hella conversando com


Millie baixinho no canto. Minha mãe está conversando com
Beast. Ambos parecem estar bem. Mamãe já viu e passou por muita
merda. Ela é a pessoa mais forte que eu conheço.

Eu ando em direção a Hella e Millie, ambos param de falar. “Oi!”

Ele sorri, me puxando para um abraço, que se tornou minha


casa longe de casa.

“Olá, baby. Você sentiu minha falta?”


The Devils Own #2 Amo Jones

Millie pede licença e volta para a cozinha. Jada pega o braço


dela em sua retirada e eu olho para Hella para encontrá-lo olhando-
a com cuidado.

“Ok, pare com isso. O que diabos está acontecendo entre você
e Millie?”

“O quê?” Ele murmura. “Nada, não há nada.”

Não acredito, mas decido desistir até voltarmos à casa dele hoje
à noite. Eu prendo meus dedos nos dele. “Venha conhecer minha
mãe e não leve para o lado pessoal se ela der em cima de você; ela é
uma namoradeira por natureza.”

Depois de apresentá-lo à minha mãe, voltamos para o bar e a


deixamos conversando com Beast e Meadow. Minha mãe é um
espírito livre. Você pode liberá-la em qualquer ambiente e ela se
adaptará a ele.

“Acho que ela te amou”, murmuro para Hella, puxando uma


banqueta.

Ele sorri, sentando-se e me arrastando a ele. “Você a culpa?”


Faço uma pausa na pergunta dele e finjo refletir sobre isso. Ele me
bate de brincadeira no meu braço antes de nós dois rirmos. E balanço
a cabeça. “Não, acho que não. Mas se você tivesse me perguntado a
mesma coisa há algumas semanas, não tenho certeza se teria a
mesma resposta.”

***

Na manhã seguinte, Hella está no chuveiro, então eu pego suas


roupas que estão no chão na noite anterior, revirando os olhos para
ele, deixo-as cair no meio do quarto. Coletando a pilha em meus
braços com o vapor do chuveiro escorregando pela fresta da porta,
The Devils Own #2 Amo Jones

sorrio e vou até a lavanderia. Jogando as roupas na máquina de


lavar, paro, com a máscara de motoqueiro de caveira que Hella
sempre usa quando ele está pilotando. Pegando, eu a desdobro para
encontrá-la manchada de sangue. Meu coração para e meu peito
estremece quando dou um passo para trás até minhas costas
baterem na parede, ainda com a máscara na minha mão. Onde o
crânio era branco, agora está manchado de sangue. Muito
sangue. Expirando, volto para a máquina de lavar e tiro a camiseta
preta que ele estava usando para encontrá-la limpa. Estranho. Há
muito sangue nessa máscara. Quem quer que foi o alvo disso não
deve estar bonito, se ainda estiver vivo.

A realização penetra. Que diabos estou realmente fazendo? Eu


sei que Hella é um homem perigoso e sim, sabia que ele já havia
tirado vidas antes. Bastava conhecê-lo para ver que ele havia tirado
vidas antes, mas era este o tipo de vida que queria? A vida em que
eu estaria lavando a roupa do meu marido e esfregando manchas de
sangue de sua camiseta de MC? Eu simplesmente não sei.

Minha respiração volta ao normal, meu peito sobe e desce


enquanto aperto a máscara na mão. Meus olhos fecham brevemente.

“O que você está fazendo?” Hella pergunta, segurando a toalha


em volta da cintura. Meus olhos se abrem e se aproximam dele, a
água escorrendo de seus cabelos e traçando seu corpo.

“O que é isso?” Eu mostro a máscara.

“Você não está pronta para isso, querida.”

Jogo a máscara na máquina e vou até ele. “Você matou alguém


quando estava fora?”

Ele aperta mais a toalha. “Nós precisamos conversar.”

Eu o sigo de volta para o quarto, entrando em pânico. Sinto que


já sei o que está por vir, mas acho que estar cara a cara com ele é um
The Devils Own #2 Amo Jones

pouco assombroso. Ele enfia uma camiseta por cima da cabeça antes
de fazer questão de largar a toalha na minha frente e vestir o jeans.

Sento-me na cama, mas ele vem até mim e me levanta. “Venha,


nós podemos fazer isso lá fora.”

Envolvo meus dedos nos dele e o sigo para fora do quarto.


Quando atingimos a margem do riacho, uma profunda expiração me
escapa e arrepios percorrem meu braço. “É tão bonito aqui fora.” Há
um galho de árvore curvada no meio do riacho, com um balanço de
pneu pendurado. Penso em Garret se balançando e caindo na água,
o que traz um sorriso ao meu rosto. Eu decido que amo esse garoto.
Dedos quentes passam pelos meus e eu salto de repente, esquecendo
o que estava fazendo aqui. Ele me puxa para perto dele no longo
tronco, que é usado como um assento em frente à fogueira seca.

“Deve ficar incrível aqui fora com aquela luz no meio da noite”,
digo apontando para a pilha de cinzas, da fogueira.

“Nós fazemos festas aqui o tempo todo”, responde ele.

Precisando mudar de assunto, porque festas geralmente


significam prostitutas, pergunto: “Então, você matou alguém?”

Ele me observa atentamente, com seus olhos passando dos


meus lábios para os meus olhos. “Sim.”

“Você faz isso com frequência? Matar pessoas, quero dizer.”


Envolvo meus braços em volta de mim.

“Sim. Não tanto quanto costumava.” Ele observa meu


desconforto. “Olha querida. Eu matei muitas pessoas. Eu nem sei
quantos, porque no Exército, eles nos bombeavam com um soro de
merda chamado Schyronide, que causava apagões de tudo o que
havíamos feito nas sete horas anteriores. Não era um soro de
memória ou qualquer besteira como essa; era uma ciência simples
conduzida por um maldito gênio - também conhecida como a mãe de
The Devils Own #2 Amo Jones

Beast. Eu matei muito, mas nenhuma pessoa que matei me deu mais
prazer do que quem matei neste fim de semana.”

“Matou?” Eu pergunto, e meu cérebro desliza sobre tudo o que


ele acabou de admitir.

“Matei, assassinei, resolvi, como você queira chamar.”

Meus olhos brilham. “Certo. Digo, eu sabia que você já tinha


matado pessoas antes. Quero dizer, estive em torno do Sinful Souls
desde que era pequena. Entendo as coisas que eles fazem.” Exalo
novamente. “Quem foi? Você está autorizado a me dizer?”

“Merdas do clube? Não, você não pode saber merda das coisas
do clube. Mas este fim de semana não era sobre o clube”, ele
responde, com seus olhos fixos nos meus como se estivesse travando
alguma batalha interna sobre o que deveria dizer a seguir. “Eddy
Woolbrock.”

Meu coração para nesse exato momento. Enxugando meus


olhos, eu olho para ele. “O quê?!”

Ele assente, com suas sobrancelhas franzindo. “E me senti


bem, porra.”

Eu me levanto do tronco. “Não acredito que você fez isso, merda!


Você prometeu que deixaria isso em paz, Brax!” Minha mão vai até a
minha testa. “Não acredito que você matou alguém, porra! Isto é
sobre mim! Isto foi minha culpa!” Meu coração palpita nos meus
ouvidos e as lágrimas picam nos cantos dos meus olhos. Eu fiz as
pazes com o que eles tinham feito há algum tempo. Jamais quis que
a nuvem escura da morte pairasse sobre mim. Lágrimas jorram sobre
minhas bochechas. “Ele está morto e a culpa é minha! Como você
pôde?!”

Ele murmura “Merda” antes de se levantar. E caminha em


minha direção e dou um passo para trás. Os olhos dele se estreitam.
“Isto não foi culpa sua, Melissa! Você se engana se acha que eu
The Devils Own #2 Amo Jones

deixaria alguém andar livre sabendo o que tinha feito a você! Frost
também matou sua esposa da maneira mais teatral possível, e sabe
de uma coisa?” ele diz.

Eu fecho meus olhos antes que ele possa terminar. “VOCÊ


TAMBÉM MATOU A PORRA DA MULHER DELE?!” Eu grito.

“Sim.” Ele assente, com seu braço envolvendo minha cintura e


puxando meu corpo contra o dele. “Não me arrependo de nada, e tem
sorte de eu não procurar o resto dos filhos da puta que se juntaram
a ele.”

Eu empurro seu peito, mas seu aperto fica mais firme. “Deixe-
me ir!” Grito novamente, batendo em seu peito. Meu corpo está
convulsionando de terror - ou revelação, talvez.

“Ouça-me, querida.” Ele se inclina para o meu ouvido e


resmunga: “Preciso de você na minha vida”, ele começa, e meus
soluços ficam mais fortes, meu peito se contraindo. As árvores que
nos cercam começam a embaçar e desabar sobre mim. “Quero que
você seja minha Old Lady.”

“Vai se foder!” Eu jogo de volta para ele tão rápido que mal
tenho chance de entender as palavras antes que elas escapem. Ele
me solta instantaneamente. Alguma parte doente e distorcida de mim
anseia por seu abraço assim que ele me larga. “Não quero nada com
você! Não posso! Não acredito que você fez isso! Oh meu Deus.”

Eu me afasto e ele não me segue. Não me chama quando eu


pulo de volta na grama e entro em casa. Ele se senta novamente no
tronco, passando as mãos sobre a cabeça.

Ele me pediu para ser sua Old Lady. Isso era enorme, mas
agora, eu não me importo. Tudo o que me importa é que não uma,
mas duas pessoas perderam suas vidas por causa de suas ações
irrefletidas, e talvez houvesse uma parte de mim que sabia que um
dia os faria pagar por isso, mas ele foi contra sua promessa a mim
The Devils Own #2 Amo Jones

também. Ele acabou cagando em cima da minha confiança. Nunca


serei capaz de confiar nele sobre nada porque terei muito medo de
que ele 'Mate' qualquer outra pessoa na minha vida que tenha me
ferido. Quando disse que mataria qualquer um que me olhasse de
relance, eu não pensei que ele quisesse dizer literalmente.

Pessoas estão mortas por minha causa.

Eu ligo para o número de Jada e ela atende imediatamente.


“Ei...”

“Preciso que você largue o que está fazendo agora e venha me


buscar.”

“O quê? Você está bem? Vou demorar uns minutos.”

“Apenas se apresse.”

Desligo o telefone e ando pelo quarto, depois de guardar todas


as minhas coisas por exatamente dois minutos, observando o tempo
passar no despertador. Assim que ouço o cascalho triturar de um
carro, saio correndo dali, corro as escadas onde uma vez fui
transportada sobre os ombros de Hella, com lágrimas borrando
minha visão e saindo pela porta da frente. Abro a porta do passageiro
e me sento, tenho mais uma chance de olhar para Hella, que ainda
está sentado no tronco, olhando para a água.

Com o coração pesado, eu me viro para Jada. “Apenas vá.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

“Você vai me dizer o que está acontecendo?” Jada pergunta no


caminho para sua casa.

“Não sei.” Eu limpo o fluxo de lágrimas que não param de


escorrer por meu rosto. “Jesus!” Solto um grunhido frustrado. “Por
que diabos não consigo parar de chorar?”

“Porque você está apaixonada por ele, Melissa.”

Meus olhos se fecham com suas palavras, e meu coração


afunda mais profundamente em sua própria tristeza.

“Não estou pronta para falar sobre isso. Acho que só quero ir
para casa, me afastar de tudo.” Entramos na garagem de Jada, onde
Millie e Garret estão jogando rúgbi. Meu peito aperta novamente, não
porque eu amo Garret - embora eu o ame - mas porque ele me lembra
muito Hella.

Ela puxa o freio. “E o casamento?”

“Eu voltarei.”

Ela suspira, puxando as chaves da ignição. “E você está


absolutamente certa de que quer fazer isso? O que aconteceu? Por
que ele não veio atrás de você?”
The Devils Own #2 Amo Jones

O olhar magoado que surge sobre seus olhos invade minha


mente e mais lágrimas fluem. “Ele não me perseguiu porquê... ele me
pediu para ser sua Old Lady e minha resposta foi ‘Vai se foder’.”

Jada respira fundo antes de expirar. “Eu te amo, sabe disso,


mas isso é enorme para ele. Ele ficaria ferido e machucado, sem
dúvida, porque se abriu pela primeira vez na vida.” Ela acentua a
palavra ‘vida’ e eu sei o que isso significa. Sei também que, em
resumo, sua lealdade é de Hella por causa da história deles, e eu
respeito isso.

“Não foi por isso que brigamos.” Millie vem em direção ao


carro. Quando ela vê meu rosto, sua caminhada acelera. “Olha, eu
só preciso ir embora hoje.”

“Eu posso te levar.” Jada abre a porta assim que Millie alcança
a minha.

“Oi”, diz Millie, analisando meu rosto cheio de lágrimas. “O que


aconteceu?” Um olhar brilha sobre ela por um breve segundo antes
de desaparecer.

“Estou voltando para Westbeach. E voltarei para o casamento,


no entanto. Você quer ficar ou quer vir?”

“Posso ir se você precisar, sem problemas, mas alguém


provavelmente deveria contar à mamãe. Ela ficou com Meadow.”

“Mamãe vai ficar bem”, eu respondo secamente.

“Ok, eu irei.” Millie pega minha mão e eu me afasto dela.

“Espera aí”, Jada intervém. “Ainda é perigoso lá fora para


Millie. Talvez ela devesse ficar aqui por sua própria segurança.”

Os olhos de Millie suavizam. “Você não está ficando cansada de


mim? Pelo menos assim você pode ter seus encontros sem que eu
estrague as coisas.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Jada ri. “Quem? Willis? Ele é moleza, nada demais.”

Millie sorri antes de olhar para mim. “Sinceramente, eu posso


ir.”

Jada continua: “Eu também não acho que seja uma boa ideia
você ficar lá fora sozinha, Melissa.”

“Não”, eu interrompo. “Não, você deve ficar aqui. Jada está


certa, eu ficarei bem. Kurr não fez nenhum movimento e não fará; eu
não sou nada para ele.” Eu me afasto dela e ando em direção a
Garret. “Ei, amigo! Como vão as coisas?”

Ele olha nos meus olhos. “Você está triste. O que há de errado?”

Sorrio suavemente. “Nada que eu não consiga lidar, e se isso


falhar, eu tenho biscoitos.”

Ele sorri, embora não chegue aos seus olhos. “Eu comi o bolo
todo.”

Meus olhos saltam aos olhos. “Sério?”

“Bem...” ele começa jogando a bola no ar casualmente. “O


namorado da mamãe também comeu um pouco.”

Sorrio, inclinando-me para encará-lo. “Estou voltando para


Westbeach, mas vejo você em duas semanas no casamento.”

Ele joga os braços em volta do meu pescoço. “O que quer que o


tio Brax tenha feito para deixá-la triste, ele não quis! Ele te
ama.” Meu corpo para. As crianças podem ser tão intuitivas nos
momentos mais inconvenientes. Fico de pé e passo a mão pelo cabelo
dele. “Vejo você mais tarde, amigo.”

Um olhar de tristeza pesa sobre ele e eu quase me perco


novamente. “Tchau.”

Ele acena para mim enquanto volto para o carro onde Jada e
Millie estão me olhando inquietas.
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu engulo a rocha que se formou na minha garganta, com


novas lágrimas ameaçando ressurgir. “Vamos.”

Nós duas voltamos para o carro enquanto Millie volta para


Garret. Ambos acenam para mim quando saímos da garagem.

Voltar para o meu apartamento parece surreal, como se as duas


últimas semanas não tivessem acontecido. Como se eu não tivesse
acabado de me afastar do único homem por quem já senti alguma
coisa. Largo minha bolsa na mesa da cozinha e caminho em direção
à geladeira. Pegando uma garrafa de água, entro no meu quarto e
caio na minha cama, onde toda a frustração, rancor e dor saem de
mim. Algumas horas depois, acordo na mesma posição, com o quarto
na escuridão espessa da noite. Sento-me, rastejando pela cama e
descansando as costas na cabeceira. Olho pela janela, a cortina
acenando com a brisa leve soprando da noite silenciosa. Estendo a
mão na água e tomo um gole antes de olhar para a hora no relógio
que está na minha mesinha ao lado. Quatro da manhã. Saindo da
cama, eu acendo o abajur antes de ir para o banheiro e encher a
banheira.

Sento-me na beira da banheira, com os olhos fixos no chão


enquanto penso nas memórias que fiz com Hella. Meu coração fica
tenso no meu peito com o som da água jorrando ultrapassando o
silêncio. Estou apaixonada por ele, e não há absolutamente nada que
eu possa fazer sobre isso. Mesmo que eu começasse a questionar
minhas ações impulsivas, não há como ele me aceitar de volta agora.
Eu o rejeitei. Precisaria de muita coragem para me pedir isso, e eu o
enfiei de volta em sua cara.

Agora, meu coração se parte por outros motivos. Agora, não


estou chorando pelas duas pessoas que ele matou; estou chorando
porque estava incontrolável e irrevogavelmente apaixonada, e não há
nada que eu possa fazer para afastar a mágoa que infligi a ele. Seu
sorriso atrevido começa a pesar sobre mim e lentamente começo a
perceber o quanto ele mudou para mim nesse espaço de tempo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Nessas curtas duas semanas em que estive lá, ele não foi nada além
de doce e gentil comigo. Passamos de inimigos a amantes e ele mudou
isso. Ele fez isso por mim.

Um soluço me escapa novamente e corro minhas mãos sobre os


braços, desejando que fossem suas mãos ásperas e calejadas
deslizando sobre mim e não as minhas macias. Estou sozinha com
um enorme buraco aberto dentro do meu peito e a culpa é toda
minha.

Desligando a água, eu arranco minhas roupas e afundo na água


quente, a sensação penetrante deixando de lado minha dor e meu
coração partido. Caindo, sento-me na água até que ela esfria e o sol
da manhã começa a nascer na janela. Ao sair da banheira, enrolo
uma toalha ao redor do meu corpo antes de voltar para o meu quarto.

Sentando na minha cama queen size, olho para a minha bolsa


antes de me curvar para tirar meu telefone do bolso lateral. Quando
acende, vejo um monte de chamadas perdidas, textos e mensagens
de voz. Suspirando, deslizo para desbloquear antes de abrir o ícone
da mensagem, secretamente esperando que Hella tenha me enviado
uma mensagem. Não tenho tanta sorte. Nem um único texto ou
chamada é dele; são todos de Meadow. Ainda não estou pronta para
conversar com ela ou com alguém que ainda está lá, então digito uma
nova mensagem dizendo que estou bem antes de entrar no meu
armário e retirar algumas roupas confortáveis nas quais posso
trabalhar. De volta, posso também usar meu tempo no trabalho,
manter minha mente ocupada. Depois de me trocar, saio pela porta
e desço para o estacionamento subterrâneo para pegar meu carro e
ir para o trabalho.

HELLA
The Devils Own #2 Amo Jones

O líquido âmbar preso na pesada garrafa de vidro que está


pendurada em minhas mãos não está caindo em mim rápido o
suficiente. Tudo na minha linha de visão começa a ficar fora de foco.

Beast se aproxima de mim, seu aperto em meu ombro fica tenso


enquanto ele senta ao meu lado.

“Quer me dizer por que Meadow está tentando encontrar a


Melissa desesperadamente? Ou por que você está com cara de
merda?”

Levo a borda da garrafa aos meus lábios, engolindo a


queimadura que o uísque oferece. “Sim, eu pedi que ela fosse minha
Old Lady e ela estava tão envolvida no fato de eu ter matado aqueles
dois filhos da mãe, que ela me deixou. Irmão, ela foi embora.”

Seus olhos analisam os meus, seu lábio inferior puxando sua


boca enquanto suas sobrancelhas se juntam.

“Ela não aceitou bem, hein?” Ele pergunta, desviando os olhos.

Olho para ele, com meus olhos não escondendo meu


aborrecimento. “Não, ela não entendeu.”

Jessie, a nova prostituta do clube, vem até mim. Seu vestido


abraça suas curvas, seus seios grandes se espalham por toda parte
e o cabelo loiro platinado longo, do mesmo comprimento que o de
Melissa. Só que aposto que se eu puxasse essa merda com força
suficiente, sei que tudo sairia. Onde Melissa é uma loira natural e
seu cabelo é naturalmente longo, o cabelo dessa vagabunda é tingido
e comprido porque um pobre cavalo teve sua crina cortada e
tingida. Afundo mais no meu banco, com meu boné sombreando
meus olhos e minhas pernas esticadas. Ela balança uma das pernas
por cima da minha cintura e monta sobre meus quadris. Suas mãos
vêm para a parte de trás do meu pescoço. “Posso fazer alguma coisa
para ajudá-lo, baby?” Ronrona, imagino que ela está tentando ser
sexy, mas simplesmente sai desesperado.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Sim”, eu levanto meus quadris até os dela, e meu pau empurra


contra sua boceta que repousa sobre mim. Minha mão segue até a
nuca dela antes de puxar sua orelha para os meus lábios. “Você pode
tirar sua merda de cima de mim e se afastar”, resmungo suavemente,
apertando meu punho ao redor do seu pescoço antes de jogá-la no
chão facilmente.

Beast senta-se à minha frente, seu dedo indicador correndo


sobre o lábio superior e seus olhos observando os meus. Levo minha
bebida de volta aos lábios antes de olhar para a putinha chocada no
chão. Suas mãos passam nos fios soltos dos cabelos.

“Vá se foder”, digo, dispensando-a.

Ela se levanta antes de sair rapidamente da sede do clube.

Beast ri. “Você vai assustar todas as putas desse jeito? Os


irmãos não ficarão felizes com isso.”

“Aqueles que tentam me dar merda, sim, e eu não ligo a mínima


para o pau deles.”

MELISSA

Eram quase cinco da tarde, que é hora de pendurarmos a placa


'fechado' na porta e começarmos a limpar tudo para o dia seguinte.
Minha pequena confeitaria butique é algo de que me orgulho. Posso
não ser uma médica como esperava, mas amo este lugarzinho. As
paredes e os móveis são todos planejados de um jeito vintage, rústico,
com um toque moderno. As paredes são revestidas em um tom
branco acetinado, sendo que uma parede tem um desenho em preto
e branco com leves salpicos de cor-de-rosa. O balcão de serviço é todo
em branco brilhante acompanhado de uma vitrine de vidro completa,
que orgulhosamente mostra todas as nossas criações. As mesas e
The Devils Own #2 Amo Jones

assentos são roxos, pretos e brancos, e o piso é de mármore branco


e epóxi preto. O nome da loja 'Eat Me' está suspenso atrás do balcão
numa escrita cursiva dourada com ondulações ao redor e a cozinha
é totalmente exposta na parte de trás para que os clientes possam
ver o cuidado com que preparamos a comida. Trabalhar aqui sempre
foi minha vida, mas agora vai ser minha fuga - pelo menos até depois
do casamento. Ignoro o buraco vazio que surge ao pensar em nunca
mais ver Hella antes de continuar limpando o balcão.

“Carrie? Você pode virar a placa, por favor?” Peço, ajoelhando-


me embaixo da caixa registradora para tirar o spray de limpeza e os
panos de prato limpos. Uma empresa vem todas as noites depois de
fecharmos, para limpar o chão, felizmente.

“Melissa? Você tem visita!” Carrie grita da porta da frente.

Eu faço uma pausa, coloco o spray para trás e tento acalmar


minha respiração. Talvez ele tenha vindo. Talvez ele pudesse me
perdoar por ter enlouquecido.

Fico de pé, com os olhos voltados para a porta da frente e meu


sorriso hesita quando vejo que é Chase. “Oh, ei, entre.” Acenei para
dentro, tentando esconder meu desapontamento.

Carrie o deixa entrar antes que ela feche a porta e vire a


placa. Ele caminha em direção ao balcão, com as mãos no bolso do
jeans escuro que o abraça muito bem, embora eles não tenham a
mesma arrogância que de Hella. Ele dá seu sorriso de menino e eu
não posso deixar de sorrir de volta.

“Como você tem passado?” Sua voz alegre levanta um pouco


meu ânimo.

“Eu?” Pergunto, me abaixando de novo para recolher o spray


antes de me levantar novamente. “Muito bem, excelente. Eu tenho
estado...”

“Merda”, ele responde por mim.


The Devils Own #2 Amo Jones

Expiro uma respiração trêmula, a parte de trás da minha mão


corre pela minha testa. “Sim, merda”, confesso, meus ombros caindo.

Chase é uma ótima pessoa, mas espero que ele não queira
retomar nada onde paramos porque ele ficaria desapontado com
minha resposta.

“Quer falar sobre isso?” Questiona seu olhar cintilando para


mim.

Sei perfeitamente o que isso significa e tudo o que faz é me


enfurecer. O simples pensamento de outro homem me tocando de
qualquer maneira me deixa enjoada.

“Não, eu estou bem, obrigada.”

“Você tem certeza?” Brinca ele. “Disseram-me que sou um


grande amigo.” E pisca para mim, e eu tenho visões nítidas de tirar
uma das facas de Paul da cozinha e cortar os olhos dele de suas
órbitas.

“Positivo”, respondo com um sorriso. “Ei, na verdade estamos


fechados e eu deveria estar me encontrando com Phoebe...”

Ele se agita nervosamente, seu sorriso diminui. “Oh, está bem,


sim. Acho que te vejo por aí.”

Aceno minha cabeça, aliviando-me. “Sim, acho que sim.”

Uma vez que Chase sai, arrumamos tudo em tempo recorde


antes de eu trancar a loja e dirigir ao meu apartamento, parando na
mercearia e na loja de bebidas pelo caminho, necessitando de uma
grande quantidade de álcool para me ajudar a dormir hoje à noite.

Quando chego em casa, descarrego toda a comida e retiro a


garrafa de Shiraz antes de ligar minha caixa de som e colocar a
primeira coisa que está no meu iPod. O ‘Devil in my Veins’ de Yelawolf
começa a fluir suavemente através dos alto-falantes e eu engulo um
grande gole de vinho na minha tentativa de entorpecer a dor. Decido
The Devils Own #2 Amo Jones

pular o jantar por causa do grande caroço que estabeleceu residência


permanente na minha garganta, tomo um banho rápido e me enrolo
no sofá com uma garrafa de vinho. Netflix passa ao fundo, mas as
palavras que saem da TV são meras frases distantes e confusas,
flutuando ao meu redor enquanto eu bebo a última gota de vinho.

Eventualmente desistindo da minha autocomiseração, eu


durmo.

As próximas duas semanas funcionam assim quase


religiosamente. Todas as noites, eu bebo alguns copos de vinho para
dormir. Meus mecanismos de defesa não estão atuando no momento,
e como a Meadow está tendo uma noite de meninas esta noite - como
uma despedida de solteira, só do tipo motoqueiro - exigiu a Phoebe
que me pegasse para me levar junto. Mas eu não estava planejando
ir. Pensei em sair cedo e voltar amanhã à noite, não tive tanta sorte,
pois Phoebe é implacável quando se trata do que quer.

Faço um esforço para ficar realmente apresentável hoje e


comprar uma roupa nova para esta noite, optando por um simples
vestido justo nude com a bainha que cai logo abaixo meus joelhos e
uma longa fenda que sobe pela minha coxa na frente. Como a fenda
é alta e o material justo me sufoca deixando meus seios para cima,
eu decido que o vestido será mais apropriado para a despedida de
solteira desta noite, não quero trocar roupa duas vezes amanhã
depois da recepção, então provavelmente ficarei com o vestido de
dama de honra o dia todo e a noite. Além disso, se eu correr o risco
de ver Hella, quero pelo menos ter certeza de que minha bunda esteja
sexy. Coloco um top casual de manga comprida sem ombros e decote,
antes de colocar a sapatilha e jogar minha bolsa sobre os ombros
com uma mala rolando atrás de mim.

Quando saio pela porta da frente, Phoebe está estacionada ali


esperando em seu Nissan Skyline Hakosuka. Sorrio pela primeira vez
em muito tempo e puxo para abrir a porta do passageiro. “Você
realmente soltou o demônio!” Este carro é lindo; ela já o tem há algum
The Devils Own #2 Amo Jones

tempo. Possui uma garagem cheia de clássicos da velha e da nova


escola, mas este é o meu favorito. É um Nissan Skyline Hakosuka
GTR de 1970. Tem detalhes cromados e grandes rodas prateadas. O
carro é uma beleza, mas ela nunca o traz à tona. Custa muito caro e
é o seu bebê.

“Eu fiz. Achei melhor levá-la para uma corrida”, responde, me


observando atentamente do canto do olho enquanto arranca para o
trânsito.

“Você sabe que há uma estrada de cascalho que você tem que
descer para chegar ao clube, certo?” Eu digo, colocando minha bolsa
no chão e tirando meus sapatos para aconchegar meus pés debaixo
do traseiro.

“Foda-se!” Ela grita. “Eu esqueci disso, caramba.”

“Ah, bem... Ainda bem que agora você caga dinheiro. Pode
comprar aros novos se os buracos amassarem estes.”

O rosto dela fica pálido. “Talvez eu devesse trocar de carro?”

“Não”, zombo. “Você vive do outro lado de Westbeach e já


vamos chegar muito tarde. Você é a dama de honra; não pode se
atrasar.”

Ela exala em derrota. “Acho que você está certa.” Dá


palmadinhas no volante. “Está tudo bem, querida. A mamãe vai te
limpar direitinho.”

Eu nem sequer olho porque é a Phoebe e ela sempre fala com


seus carros.

“Então... presumo que você não queira falar sobre um certo


motoqueiro...” pergunta virando à esquerda para a rodovia.

“Não”, respondo sem rodeios, levando meus olhos para a


janela e vendo as árvores passarem em uma névoa enquanto Phoebe
deixa cair uma engrenagem.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Certo. Bem, então, vou te encher com todos os meus


mexericos. Então, Ryker virá amanhã com Ryder e vai trazer sua
garota, Bryleigh, e sua amiga Indie.”

Ryker é o irmão gêmeo de Ryder e guitarrista de sua famosa


banda de rock 'Twisted Transistor'. Ryker é o pior dos dois, mas por
alguma razão, Phoebe acabou ficando com o mais calmo. Deve ser
uma coisa de equilíbrio, porque Phoebe é o oposto total.

“Sério?” Pergunto, intrigada. “Conte-me tudo sobre isso.”


The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Uma vez que entramos nas ruas movimentadas de Las Vegas,


um sentimento toma conta de mim e meu estômago revira. Hella.
Merda. Minhas mãos escorrem de suor e um zumbido soa através
dos meus ouvidos.

“Você está bem?” A voz de Phoebe corta meus pensamentos.

“Sim”, sussurro, correndo minhas mãos por minhas pernas.


“Sim, eu vou ficar bem.”

“Você está preocupada com o que ele tem feito desde que você
se foi?” Pergunta casualmente.

Faço uma pausa, com meu coração afundando um pouco. “Não


até agora. Obrigada por isso.”

“Desculpe, eu pensei que era nisso que você estava pensando.


Fale comigo. Ainda temos vinte minutos para chegar ao clube. Diga-
me, Melissa. Você ainda é minha melhor amiga. Eu sei quando algo
está errado com você, porque você é meio que - eu te amo - vadia.”

“Ei!” Sorrio antes de puxar meus joelhos até o peito. “Tudo bem,
mas, para contar o que aconteceu, terei que começar com algo que
nunca compartilhei com você, algo que aconteceu comigo quando me
mudei de Westbeach e fui para a faculdade.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Ok.” Ela chama a atenção. “Desembucha!”

Inclino a cabeça no encosto da cabeça, fecho os olhos e deixo


as palavras fluírem como o rio Nilo. E quando termino, viro a cabeça
para o lado para encontrá-la pálida como um fantasma.

“Não posso acreditar que não sabia”, ela sussurra.

“Você não poderia saber”, eu respondo. “Realmente me saio


muito bem com segredos.”

“Lamento que isso tenha acontecido com você. Jesus!” Ela jorra
com raiva, batendo a palma de sua mão contra o volante. “Você não
pode ficar brava com ele, querida. Você simplesmente não pode.”

“Por quê?” Eu respondo, com as mãos para cima em punho.


“Por que não posso ficar chateada por duas pessoas terem morrido
por minha causa?”

“Porque elas mereceram”, responde de maneira precisa. “Além


disso, não há como no inferno nenhum homem no Sinful Souls ou
no The Devil's Own que jamais, jamais deixaria um homem que tocou
sua mulher viver. É um código dos motoqueiros.”

“Mas eu não era propriedade dele, Phoebe. Eu não era sua Old
Lady quando ele fez isso. E prometeu que o deixaria em paz.”

“Não se pode pedir a um homem que prometa algo assim,


Melissa. Já ouvi coisas sobre Hella, e as coisas que ouvi são
impiedosas. Acho que talvez Eddy tenha se safado facilmente, ele e
sua namorada.”

Suspiro, virando minha cabeça para trás, em direção à janela.


“Que porra eu devo fazer com isso? Eu o magoei de um jeito fodido.
Quando ele me pediu para ser sua Old Lady, eu o rejeitei na cara
dele. E ele me desprezará. A esta altura já deve ter fodido todas e sem
dúvida, o ódio que dividimos entre nós quando nos conhecemos pela
The Devils Own #2 Amo Jones

primeira vez estará intensificado. Mas não sinto isso em mim desta
vez. Não tenho forças para lutar contra ele.”

“Ohhh”, Phoebe brinca. “Vamos lá, você e eu sabemos que isso


não é verdade.”

Eu sei que ela está tentando aliviar o clima - é o que ela faz. Ela
é leal e irá jogar tudo abaixo sempre que algum de seus amigos
estiver em apuros, mas ela está errada. Desta vez não tenho isso em
mim. Eu fodi tudo e sei disso.

Encostamos na estrada de cascalho e Phoebe começa a


praguejar quando os solavancos na estrada nos fazem saltar em
nossos assentos. “Jesus!” Eu grito, tentando ignorar a torção em meu
peito no caminho familiar. “Você cortou a porra da suspensão ou algo
assim?”

“Não!” Ela olha para mim como se eu a tivesse esbofeteado. “São


molas super baixas e eu espero muito, muito mesmo, que não
entremos na merda.” Ela dirige o carro para o lado da estrada, então
metade dele está dirigindo na grama e a outra metade no lado liso do
cascalho. “Muito melhor.”

“Se ao menos isso fosse verdade”, murmuro. Quando vejo o


enorme clube se aproximando, eu procuro todas as motos. Todas elas
são pretas. A de Hella é vermelha brilhante e reluzente.

“Ele não está aqui”, sussurro para Phoebe.

“Meadow certificou-se de que ele não estivesse aqui, mas esta


noite, vamos ter a despedida de solteira, e você sabe o que isso
significa, certo? Tipo, ela e o estilo idiota de Beast de fazer as coisas
porque não podem se separar um do outro.” Phoebe geme antes de
pedir desculpas. “Desculpe. Soei amarga. Só sinto falta dela e ela
nunca quer sair do lado de Beast. Não acho que isso seja totalmente
saudável.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Sorrio, agarrando a maçaneta da porta e empurrando-a para


abrir. “Provavelmente não.”

Entramos no clube, os odores familiares puxando algo para


dentro de mim e eu suspiro, olhando para o Velho atrás do bar,
bloqueando todos os olhos que caem sobre mim e o silêncio que se
segue. Ignorando a todos, eu ando em direção ao bar e puxo um
banco enquanto Phoebe vai cumprimentar a todos. Provavelmente é
esnobe da minha parte ignorá-los, mas primeiro vou precisar de uma
bebida.

“Ei, linda menina”, diz o Velho, tirando uma garrafa de Grey


Goose. “Você quer vodka e água com gás?”

“Sim, por favor”, respondo colocando minha bolsa no balcão.


“Como você tem passado?” Eu sorrio para ele quando desliza a bebida
gelada na minha direção.

“A mesma merda, querida. Como você está?”

Envolvo meus lábios no canudo e tomo o primeiro gole, o álcool


gelado me esfriando ao descer pela minha garganta. “Hmmm, eu me
portei bem. Você sabe... trabalho”, eu enrolo meus lábios sobre os
dentes e ele me observa cuidadosamente.

“Você perdeu peso”, observa.

“Emagreci?” Pergunto eu, surpresa. “Bem, obrigada!”

“Não foi um elogio.” Ele revira os olhos.

Sorrio, tomando outro gole. “Bem, eu não me importo! Estou


pegando de qualquer maneira.”

Depois de terminar minha bebida, eu me viro para Ripper, Frost


e Hannibal que estão sentados no sofá me observando com Phoebe
encostada à mesa de bilhar. Eu sorrio para eles e todos eles sorriem
para mim com um sorriso de desculpas.
The Devils Own #2 Amo Jones

Meu coração afunda. Sinto imediatamente como se fossem


sorrisos de piedade.

“Melissa!” Jada grita, andando pelas portas da frente com Millie


e Garret atrás dela.

Eu me levanto e ando na direção deles, puxando-a para um


abraço. “Ei!” Eu sussurro no ouvido dela antes de dar um rápido
abraço na Millie. Abaixo-me e olho para Garret. “Ei, companheiro.”
Eu bagunço seu cabelo levemente com minha mão. Ele se afasta de
mim. Meu sorriso cai. “Ei, o que há de errado?”

Ele se vira e sai correndo da sede do clube. Minhas


sobrancelhas se unem e fico de pé de novo. Jada olha para mim com
uma expressão preocupada. “Desculpe. Ele está com raiva de você
porque ouviu que você rejeitou Hella em ser sua Old Lady.”

Meus olhos se arregalam. “Certo, é claro. Devo ir atrás dele?”

Ela balança a cabeça, acenando com a mão no ar. “Nah, ele vai
ficar bem. Não há muitos problemas para ele se meter aqui.”

Desisto, mas uma grande parte de mim quer ir atrás dele e ver
se ele está bem. Eu não queria machucar ninguém. Não é que eu não
quisesse ver para onde as coisas iriam entre mim e Hella, mas em
minha defesa, ele tinha um timing de merda.

“Você pode ficar em minha casa”, sugere Jada, dirigindo-nos de


volta para o bar. “Ainda temos algumas horas até a festa, mas
voltaremos à minha casa para nos arrumar.”

Aponto para Phoebe, que está caminhando em nossa direção


com um sorriso. “Ei, meninas!” Ela dá um abraço em cada uma.
“Onde está a mamãe?”

Sorrio. “Eu esqueci a mamãe. Como ela está?” Bebo o resto da


minha bebida enquanto Millie e Jada me informam sobre toda a
loucura que minha mãe tem feito. Millie parece tão tensa como de
The Devils Own #2 Amo Jones

costume, mas mais relaxada com o ambiente agora. Ela ainda não
conseguiu me olhar nos olhos, e eu estou tendo problemas com isso
porque antes que essa merda explodisse, ela não tinha problemas
comigo.

Depois de terminar nossas bebidas, todas nós vamos para a


casa de Jada, eu no carro de Phoebe enquanto ela amaldiçoa todo o
caminho até lá depois de cada solavanco.

“Uma coisa é certa”, diz Phoebe, saindo do carro assim que


chegamos. “Você vai ficar em chamas hoje à noite.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Eu me olho no espelho, passando as mãos pelas laterais das


pernas.

Um assobio de lobo soa quando Phoebe entra, me entregando


um shot de absinto. “Porra, garota. Você se superou desta vez.”

Bebo o líquido ardente antes de devolver o copo vazio.


“Obrigada.”

O veneno de Phoebe é absinto. Tem sido a coisa dela há anos.


Obriga todos a beber quando estamos brindando com ela. Não é o
falso que brilha verde intenso também; é a verdadeira merda que é
clara. Vesti o vestido nude e o combinei com uma plataforma
vermelha. Meu cabelo está desgrenhado, pairando sobre meus
ombros delgados, com os olhos esfumados e meus lábios
avermelhados. Pareço uma bagunça quente de classe. Só digo com
classe porque, embora o vestido seja um pouco elegante, é nude, e
nude como foda.

“Estou pronta!” Digo à Phoebe que está com um vestido branco


apertado, igualmente elegante e quando descemos as escadas, vejo
Jada com um vestido preto, apertado e Millie com calças pretas com
uma blusa de seda. “Millie”, eu me apresso, desapontada. “Vá se
trocar.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Não!” Ela esfrega os vincos das calças. “Não tem como.”

Reviro meus olhos, tirando meu telefone do balcão.

“Mais shots antes de irmos?” Phoebe oferece.

Jada acena. “Sim, Skid vem nos buscar na van e nos deixará
quando estivermos prontas.”

“Ótimo!” Phoebe diz, despejando mais líquido nos copos de shot


e me entregando o meu. “Saúde. Vamos nos embebedar.”

Todas nós bebemos. Eu limpo minha boca com um dedo. “É


uma pena que Meadow não esteja aqui.”

Jada acena com a cabeça. “Ela já está lá embaixo.”

“Já estão todos lá?” Pergunta Phoebe, olhando para seu relógio.
“São apenas oito. Eu pensei que começasse às nove?”

Jada pega a garrafa e derrama mais doses. “Sim, mas eles já


estão lá.”

Eu engulo alto, balançando minha mão no ar em direção a


Jada, no pânico repentino de que na próxima hora eu vou ver Hella
e não tenho ideia de em que estado vou encontrá-lo - ou melhor, com
quem, eu deveria dizer. “Você pode se apressar? Preciso de mais”,
peço a Jada, deslizando meu copo em direção a ela.

Quando os faróis da van iluminam o interior da sala de estar,


estamos todas bem e verdadeiramente animadas. Já passei um
pouco do zumbido, mas não estou bêbada. Phoebe prende seu
cotovelo com o meu e bate meu quadril com o dela. “Ei, relaxe. Ele
vai morrer quando te vir.”

Sim, nós dois.

Escorregamos na parte de trás da van e eu me inclino para


frente entre Skid e Jada, que se sentam na frente. Ligo o Bluetooth
do aparelho de som e olho para Skid, cujos olhos estão colados ao
The Devils Own #2 Amo Jones

meu peito. “Olá, grandes olhos”, eu provoco e seus olhos disparam


de volta para a estrada na sua frente.

“Foda-se!” Ele amaldiçoa. “Sinto muito. Você está muito bem,


Melissa.”

“Ha! Obrigada.” Eu sorrio e me sento de volta no banco. Os


bancos traseiros da van estão virados um para o outro com um
corredor espaçoso entre eles. Phoebe tira meu telefone de mim e
percorre minha música.

“Aha!” ela sorri, tocando no 'Dirty Talk' de Wynter Gordon.

“Eu amo esta música!” Ela canta.

“Sim, claro que sim.” Eu sorrio para ela. Quando o ritmo cai,
Phoebe torce a tampa da garrafa do absinto e toma um longo gole
antes de entregá-la a mim. “O que você diria de festejarmos como nos
velhos tempos?”

Eu tiro a garrafa dela, com um sorriso no rosto. “Eu diria que


acho que estas pessoas não estão prontas para isso.”

Ela pisca o olho enquanto rimos e dançamos em nossos


assentos ao som da música. Ela repete enquanto nos aproximamos
do clube. Nem percebo que estamos aqui até que Jada deslize a porta
dos fundos abrindo para todas as nossas gargalhadas e música alta.

Estou rindo de algo que Phoebe disse quando noto do canto do


meu olho um grande grupo de motoqueiros em pé do lado de fora da
porta da frente com algumas vadias do clube misturadas entre eles.
Posso sentir instantaneamente o olhar de Hella no meu, mas minhas
gargalhadas não se apagam. Agora estou um pouco mais distante do
passado e não me importo. Sim, bagunça quente e tudo isso.

“Muito bem, saia”, diz Jada, atrelando seu polegar no ar.

O grave profundo da música ainda está tocando à medida que


saímos todos de trás. Eu me agarro ao braço de Phoebe, me firmando,
The Devils Own #2 Amo Jones

e ela joga sua cabeça de volta em uma gargalhada de minha falta de


jeito. Festejamos muito crescendo. Duas loiras que gostavam de
enlouquecer, não fazemos isso há algum tempo desde que nos
tornamos adultas, mas sinto que isso está prestes a mudar hoje à
noite. Ainda não deixei meus olhos cair sobre a sombra do tamanho
de um monstro que sei que é Hella no canto por duas razões.
Primeiro, pode matar meu entusiasmo. Segundo ele está parado
perto de uma vadia do clube e eu posso acabar rasgando a cara dela.

Phoebe e eu começamos a dançar ao entrar no clube, ignorando


de propósito o grupo que agora está a poucos metros de nós. Skid
vem correndo até nós e meu sorriso vacila.

“Melissa!” Grita sem fôlego.

“O quê, Skid? Quer dar uma olhada mais de perto nos meus
seios? Pergunte-me um pouco mais tarde, talvez eu lhe conceda seu
desejo.” Eu o empurro para fora do caminho antes que Phoebe e eu
rimos e pisamos na sede do clube. Há algumas pessoas espalhadas
lá dentro, mas a maioria das pessoas está lá fora, onde têm uma
fogueira acesa. Eu puxo Phoebe. “Vamos ver nosso amigo.” O exterior
inteiro está montado com alto-falantes e um DJ tocando. É
impressionante. Há pessoas dançando na pista de dança
improvisada na frente do DJ também, o que é refrescante de se ver;
estou tão acostumada a ver as merdas classificadas para adultos
acontecendo aqui. Vemos Meadow e Beast sentados junto à fogueira
e eu aceno com entusiasmo para ela. Preciso diminuir minha
velocidade de bebida. Estou na fase do bêbado agradável e sei que se
eu for mais longe, vou ficar bagunçada, e não quero isso tão cedo da
noite. Eu também não quero desapontar Meadow. Além disso, Beast
muito provavelmente me daria uma surra. Então eu tiro uma garrafa
de água de uma das mesas antes de caminhar em direção a eles.
Phoebe tem a garrafa de absinto enfiada firmemente em sua mão e
Meadow ri quando a vê. Ela balança as mãos ao redor do pescoço de
Phoebe quando nos aproximamos.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Olá!” Digo à Beast.

Ele sorri, cutucando a cabeça enquanto seus olhos se movem


atrás de mim em direção à porta. “Como você está?” Questiona
casualmente.

“Bem”, encolho os ombros. “Atravessando a vida um copo de


cada vez.” Ele me dá um pequeno sorriso antes de Meadow me puxar
para o abraço. Ela me empurra para trás, com as mãos presas em
volta dos meus braços enquanto ela sonda meus olhos. “Você está
bem?”

“Estou bem. Exceto quando as pessoas continuam me


perguntando se estou bem.” Eu tiro a garrafa de Phoebe e torço a
tampa.

Os lábios da Meadow se alargam. “Você tem certeza de que quer


fazer isso? Seja o que for que você queira, mas isso é letal.”

“Isso ajuda”, eu digo à Meadow sorrindo. Ela acena em


compreensão, só que ela não entende. Ela e Beast não têm sido nada
além tranquilos. Ambos sabiam, quando se reconciliaram, que para
eles era o fim. Meu relacionamento com Hella não tem sido nada mais
do que fodido desde o início. Com esse pensamento novo em minha
mente, tomo outro gole antes de dar a garrafa de volta para Phoebe.
Quando Jessie J's 'Do It Like A Dude' começa a chacoalhar pelos alto-
falantes, eu arrasto Phoebe para a pista de dança, jogando a garrafa
na Meadow e deixando-a com seu homem.

Começamos a dançar no meio da multidão. Já vi algumas das


pessoas que estão aqui ao redor do clube antes, mas acho que muitas
delas são civis. Os graves caem e Phoebe desce, moendo em mim.
Quando ela sobe novamente, se inclina no meu ouvido: “Gostoso, às
quatro horas.”

Eu me inclino no ouvido dela: “Se você está querendo dizer


Hella, não me faça olhar.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Bem”, ela responde. “Ele está te encarando. É mais gostoso do


que eu me lembro. Não pensei que isso fosse humanamente possível
para ele.”

Eu rio, jogando minha cabeça para trás. “Esse é o problema,


você vê!”

Quando chega a 'Little Bad Girl' de David Guetta, Phoebe me


agita as sobrancelhas. Eu rio enquanto dançamos e nos moemos
mutuamente. Durante toda a canção, rimos e inventamos
movimentos de dança estúpidos, zombando da canção e
sincronizando a letra enquanto sacudimos o traseiro. Quando a
música termina, eu lhe digo: “Preciso do banheiro.”

Ela me acena enquanto continua dançando, mas a batida


rápida é substituída por “You're mine” de Disturbed. Phoebe, de
todos os modos, usa o que lhe é atirado. Eu me viro quando começo
a andar em direção à porta da frente.

Paro assim que meus olhos encontram automaticamente os de


Hella. Sua mandíbula fica cerrada, com uma cerveja na mão e seus
olhos sem vida. Inclino minha cabeça, sentindo os efeitos da coragem
líquida. Quando brigávamos, seus olhos se acendiam com fogo e ele
olhava para mim com tal intensidade que podia queimar buracos na
minha cabeça. Mas agora ele olha através de mim como se eu não
existisse, apesar do fato dele estar olhando diretamente nos meus
olhos.

“Que se foda”, eu murmuro baixinho. Ele está encostado com o


ombro contra a porta de entrada e, quando eu me dirijo a ele, seus
olhos caem em um clarão de morte.

“Oi”, digo, dobrando meus braços na minha frente.

“Quer algo?” Pergunta com suas sobrancelhas erguidas.

“Como você está?”


The Devils Own #2 Amo Jones

Ele toma um gole de sua cerveja, os lábios carnudos, que estou


tão familiarizada, na borda de sua garrafa. Seus olhos pousam sobre
alguém na multidão, e um sorriso vem em sua boca. Com os ombros
erguidos enquanto ele se afasta da porta. Seu ombro se conecta com
meu corpo enquanto ele está prestes a passar por mim e prendo
minha respiração no contato repentino. Sua boca desce até minha
orelha, seus lábios ligeiramente raspando sobre meu lóbulo antes de
grunhir: “Sua irmã tem tomado muito bem conta de mim.”

Alguém entra no meu estômago e arranca todas as minhas


vísceras. Ele passa por mim e eu quase perco o equilíbrio. Minha mão
voa para a mesa para firmar meu passo. Permaneço na mesma
posição, com minha respiração pesada.

“Olá.” Uma mão alcança minhas costas. “Ei, você está bem?”
Meadow pergunta.

Eu encolho com a mão dela em mim. “Lamento muito, Meadow.


Preciso de um minuto.”

Eu ando rapidamente para dentro do clube, passando por um


grupo de vadias que estão me olhando com risadinhas. Enquadro
meus ombros e toda tristeza se foi. E me viro para elas, com minhas
sobrancelhas levantadas com falsa confiança. “Tem um problema,
vadias?”

Todas andam mais rápido pela porta em direção à fogueira.


Porra, Meadow queria essas vadias aqui, mas ela fez isso pelos
irmãos, então eles manteriam as mãos longe das amigas e das civis.

Empurro a porta do banheiro e a fecho atrás de mim. Abaixando


a tampa do vaso, sento-me em cima e descanso o rosto nas
mãos. Como eu pude ser tão estúpida? Aqui estava eu, lamentando
a sua - nossa - qualquer que fosse, e ele estava fazendo exatamente
o que com minha irmã? Tudo fazia sentido, ela distante de mim. Ela
quase não falou comigo desde que os peguei sussurrando algumas
semanas atrás, e se havia alguém que podia deflorar uma maldita
The Devils Own #2 Amo Jones

freira, seria a porra do Hella. Descanso minhas costas contra a


parede de cimento, com minha cabeça inclinada para olhar o teto. Há
uma batida suave na porta e eu engulo pela sensação vil que rasteja
por minha garganta. Aquele pequeno encontro me deixou sóbria
demais. Agora eu só queria esquecer tudo e queria machucá-
lo. Machucá-lo pra caralho.

“Melissa?” A voz de Phoebe passa pela porta. “Melissa, eu sei


que você não caga todo esse tempo. Abra a porta.”

Abro a porta e a encaro. “Oh meu Deus, cale a boca!”

Ela ri, entregando-me a garrafa do nosso fiel amigo, o


absinto. “Receio que você possa precisar disso.”

Eu tiro a garrafa dela. “Não vou devolvê-lo desta vez.” Passo por
ela com a borda da garrafa na minha boca. Quando vou para fora de
novo, Hella está de pé a alguns metros de mim, com a cerveja na mão,
um sorriso na boca e Millie de pé perto dele. Eu engulo, com lágrimas
ameaçando picar o canto dos meus olhos.

“Lissa!” Millie grita atrás de mim enquanto eu caminho em


direção à pista de dança. Eu a mostro meu dedo por cima do ombro
enquanto continuo minha caminhada de volta em direção à pista,
examinando quaisquer brinquedos possíveis com os quais eu possa
brincar. Não tenho nenhuma chance com nenhum dos irmãos,
infelizmente. Meu coração se estala um pouco no peito, deixando um
buraco escuro quando imagino Millie e Hella juntos.

Era isto? Será que tudo que Hella e eu tínhamos era uma
maldita mentira?

Cheia de frustração e de quantidades imensas de álcool,


'Imaginary' da Evanescence emerge através dos alto-falantes e eu
levanto minha cabeça para o DJ que está na plataforma olhando
acima da pista de dança. Ele é quente, jovem e decente. Não transo
desde Hella porque tem sido muito difícil, e se estou sendo honesta,
The Devils Own #2 Amo Jones

ainda é difícil pra caralho, mas o álcool e os fatos que acabaram de


surgir me fazem esquecer tudo isso. Eu me dirijo ao palco e puxo sua
calça jeans. Ele tira os fones de ouvido e olha para mim. Seu sorriso
aumenta e suas sobrancelhas se erguem. “Ei, você está bem?”

Eu mal consigo ouvi-lo por cima da guitarra elétrica, mas me


inclino para ele. “Posso subir?”

Ele sorri, com sua mão me puxando. Tomo isso como um sim,
e subo. Tudo parece alto daqui de cima, mesmo que não seja tão
alto. Consigo ver onde Hella e Millie ainda estão de pé, e Phoebe está
na pista de dança dançando. O DJ se inclina para mim. “Qual o seu
nome?”

“Melissa”, eu grito de volta, sorrindo para ele. “O seu?”

“DJ Eazy.” Ele pisca para mim e eu sorrio, jogando minha


cabeça para trás, tornando nossa troca muito mais interessante do
que realmente é. Quando olho para Hella, seus olhos estão
queimando nos meus, só que, em vez dele ficar com raiva, ele sorri,
levanta sua garrafa de cerveja para mim e puxa Millie embaixo do
braço possessivamente antes de me dar uma piscadela. Meu coração
se despedaça. Meu estômago chora com traição e algo muda em
mim. Eu só quero ir para casa e me esconder debaixo das cobertas. E
olho para o DJ Eazy. “Você pode tocar uma música?”

Ele balança a cabeça ao ritmo. “Sim, diga.”

Eu digo a ele que música tocar enquanto me ajuda a descer a


pequena plataforma em que estávamos. Olho para a multidão,
levando a garrafa à boca e tomando um gole. Lágrimas começam a
nublar minha visão. A dança, o riso bêbado, tudo diminuindo
drasticamente para uma velocidade rastejante e, finalmente, a troca
de Hella e Millie. Viro as costas para a festa e começo a caminhar em
direção às terras sombrias atrás do DJ, enquanto o remix “I Hate
Everything About You” de Three Days Grace começa.
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

Meus passos pesados me arrastam mais profundamente para


dentro do pátio até que a música se apague um pouco e eu caia de
joelhos, com a garrafa caindo para o lado das minhas pernas, presa
na minha mão. A primeira lágrima cai e eu a enxugo com raiva,
tomando outro gole. Eu bebo e fico bebendo até que a escuridão
densa da noite não é nada além de tinta manchada. Estou deitada
de costas com o fluxo de lágrimas que soltei finalmente secando nas
minhas bochechas.

“Mas que porra você está fazendo, Melissa?”

Eu respiro fundo, mas meu cérebro está muito fodido para


compreender ou dar a mínima neste momento.

“Vá embora”, eu sussurro, tentando levar minhas mãos contra


a grama com os joelhos pressionados para o chão. O buraco oco
ainda está doendo no meu estômago por causa da traição e eu tento
empurrar meu corpo para cima quando um bufo me deixa. “Minha
própria irmã e o meu ex, qualquer que seja a porra da merda que
você era - você sabe o quê!” Eu digo, finalmente conseguindo me
levantar. Só vejo o mero esboço de sua sombra. “Eu posso ter
significado merda para você, Braxton Ward, mas você significou algo
para mim”, sussurro com raiva antes de me aproximar de seu corpo.
Aponto meu dedo em seu peito. “Você ouviu isso?!” Eu grito, surgindo
The Devils Own #2 Amo Jones

mais lágrimas. “Eu te amava, seu pedaço de merda!” Aponto meu


dedo em seu peito e sua mão bate até ele, agarrando meus dedos em
sua palma da mão.

Ele me puxa em sua direção. “Você não sabe nada sobre o amor,
Melissa.”

“Oh, e você sabe?” Eu zombo, arrancando minha mão de suas


garras.

“Sei que o que senti por você não foi amor”, diz, e a respiração
entre nós fica pesada. Mais lágrimas caem enquanto o último pedaço
do meu coração finalmente se parte.

Deus, eu fui uma idiota.

Ele se aproxima de mim, com a mão dele encontrando a minha.


“Foi mais do que amor, Melissa. Foi obsessão, posse, luxúria, amor,
porra de propriedade, e isso me consumiu, mas você tirou tudo
quando me abandonou.”

Eu engulo depois do choque. “Bem, então você está errado,


Brax. Não foi nenhuma dessas coisas, porque se foi, ninguém poderia
tirá-lo de você, especialmente minha irmã.” Eu passo por ele e
começo a tropeçar de volta em direção à festa. Não sei se ele está me
seguindo e não me importo. Preciso ficar sozinha agora. Quase chego
à plataforma do DJ novamente quando Jada aparece. “Oh, graças a
Deus!” A mão dela voa contra o peito. “Ei”, ela sussurra, seu tom
muda quando ela vê meu rosto. Novas lágrimas estão derramando
sobre meu rosto e me enfurece que eu não tenha controle sobre elas.

“Eu realmente preciso ir embora”, respondo, com minha voz


soluçando a cada palavra.

“Está bem, querida, está bem, vamos embora.” Ela pega meu
cotovelo no dela, olha por cima do meu ombro, acena com a cabeça
e me orienta atrás da festa para não termos que passar pelo enxame
The Devils Own #2 Amo Jones

de pessoas. Esta noite tinha sido muita coisa, mas de alguma forma,
eu saí dela mais quebrada do que quando entrei.

Eles dizem - não pergunte, não responda - a manhã dos


casamentos deve estar cheia de algo mágico. O ar deveria ser leve, o
amor deveria cercar a todos, pois todos nos reunimos para celebrar
a conexão de duas pessoas apaixonadas, mas tudo o que quero fazer
é atirar na primeira pessoa que vejo. Meus olhos estão fixos no
despertador ao lado da cama, seu barulho alto lentamente sendo
ouvido enquanto tudo, desde a noite passada, volta para mim.

“Jesus, Melissa!” Jada entra no quarto e toca no despertador.


Ela se senta na cama, e coloca uma caneca do que eu suspeito ser
café - preto - ao lado da minha cama e suspira. “Você está bem?”

“Por que você não me disse?” Murmuro e meus olhos


permanecem fixos no brilho vermelho nos números do despertador.

“Dizer a você o que?” Ela pergunta, seu tom é genuíno.

Rolo de costas, minha cabeça lateja, fecho os olhos para ajudar


a calar a dor. “Millie e Hella.”

“O que?” Ela pergunta antes de entender. “Oh, isso.”

“Sim”, eu mordo. “Isso.”

Ela vira o corpo para me encarar e eu me preparo para a


verdade. “Eu pensei que você já sabia que ela tinha dito a Hella onde
encontrar aquele cara.”

“O quê?” Minha cabeça vira para encará-la. “O que você disse?”

Ela descansa a mão na cama. “Eles estão conversando sobre os


outros caras, ele está tentando convencê-la a dizer quem eram os
outros. Finalmente desistiu e foi ao departamento de TI de Zane.
Precisava pedir para ele executar algumas coisas para ele de
qualquer maneira. E descobriu quem eles eram, mas não agiu.” Ela
The Devils Own #2 Amo Jones

analisa meus olhos. “É isso que você quis dizer, ou acabei de meter
alguém em mais problemas?”

A realização cai nesse momento, que Hella brincava comigo


como sempre brinca, e aquele buraco que está alojado no meu
estômago encolhe um pouco. “Na verdade, isso é um problema muito
menor do que eu pensava.”

Ela dá tapinhas na minha cama e aponta para o vestido que


está pendurado na porta. “Vá se trocar. Temos um casamento para
celebrar.”

Eu desço da cama e tiro o vestido de dama de honra rosa pastel.


É simples e elegante, assim como Meadow. Coloco-o na cama e me
dirijo ao banheiro para um rápido banho. Gemo alto enquanto a água
quente cai em cascata nos meus músculos doloridos do golpe que
meu corpo tomou de todo o consumo de álcool da noite passada.
Saindo, enrolo rapidamente uma toalha ao redor do meu corpo.
Estou indo para fora do banheiro quando Jada grita da cozinha:
“Melissa! Estamos fazendo maquiagem e cabelo aqui embaixo!”

“Entendi”, volto para o meu quarto e coloco o vestido em tempo


recorde. Entro na cozinha para encontrar Jada fazendo a maquiagem
e Phoebe já pronta, enchendo novamente a jarra de café.

“Estou quase terminando”, garante-me Jada.

Phoebe geme, com a mão subindo na testa. “Sem conversa.”

Concordo antes de me juntar a ela, pegando uma caneca de café


e entornando um pouco. Ficamos ali de pé e bebericamos nosso café
em silêncio, o único som que se rompe vem do relógio que está
pendurado na parede da sala de estar. Olho lá dentro para ver Millie
vestida e pronta no sofá vendo televisão. Ainda não estou pronta para
falar com ela, embora não haja nada acontecendo entre ela e Hella.
Figuras. Ainda há uma parte de mim que se sente traída por terem
agido nas minhas costas. E Millie sendo Millie, estou um pouco
The Devils Own #2 Amo Jones

chocada por ela ter revelado esse tipo de informação para Hella.
Espero que ela não soubesse que ele mataria Eddy, mas posso ver
quão distante ela tem estado, e sei que ainda não chegamos ao fundo
de seus problemas em relação a quem era seu padre, mas aposto que
era apenas um sociopata doente. Uma igreja católica corrupta. Estou
impressionada...

“Querida?” A maquiadora chama minha atenção. “Você pode


colocar este roupão ao seu redor para que eu possa manter seu
vestido limpo enquanto faço sua maquiagem?”

Aceno, tomo o resto do meu café e pego o roupão que está sobre
a mesa. Phoebe olha para mim, com os cotovelos descansando no
balcão da cozinha, com cada um dos dedos massageando suas
têmporas. Ela olha para fora da janela da cozinha. “Como você está
se sentindo?”

“Tão bem quanto você aparenta.” Eu me viro para enfrentá-la


para que ninguém mais possa ouvir nossa conversa. “Quando Ryder
e Ryker chegam?”

“Mmm.” Ela bebe o resto de seu copo antes de se levantar. “Eles


já estão na sede. Pensaram que teriam que sair mais cedo por causa
dos paparazzis, mas conseguiram despistá-los com um carro
chamariz.”

“Oh. Então, apenas uma manhã normal na casa dos Oakley?”

Ela ri antes de sair de lá, com um assobio fugindo dela. “Sim,


algo assim.”

“Melissa? É a sua vez!” A maquiadora fala. Eu coloco minha


caneca no balcão e tomo um lugar onde Jada estava. Ela começa a
trabalhar no meu rosto enquanto o cabeleireiro inicia o penteado.

A porta da frente se abre e entra Meadow e minha mãe


carregando um enorme saco de roupa preto com o que eu suponho
ser o vestido de noiva dela.
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“Eu sei, eu sei”, ela murmura, correndo para dentro. “Estou


atrasada. Que sorte eu estar mantendo as coisas simples.”

“Meads, você poderia ter ficado conosco ontem à noite!” Phoebe


geme.

“Eu sei, desculpe. Só não gosto de estar longe de Beast e, desde


que soube da gravidez, ele tem estado um pouco mais atento ao fato
de eu ficar longe dele.”

Minha maquiagem e meu cabelo são feitos rapidamente, pois os


estilistas obviamente precisam ir para Meadow, e eu não me importo
nem um pouco. Nossa maquiagem é simples com um leve tom
esfumaçado, lábios cor-de-rosa para combinar com nossos vestidos,
e nosso cabelo é penteado em um coque solto e despenteado na nuca.
Escorrego nos saltos altos e sirvo outro café, tornando óbvio que
estou ficando longe da Millie.

Pouco mais de uma hora depois, todos nós nos amontoamos


nos SUVs do lado de fora. O vestido da Meadow está perfeito. É justo
ao redor de seu tronco com duas alças de renda grossas, que levam
ao vestido, caindo ao redor de seus pés, e um comboio segue atrás
dela. Seu cabelo tem o mesmo penteado que o nosso, mas com
pequenas flores brancas colocadas de forma ordeira dentro de seu
coque.

Uma vez que encostamos na sede do clube, todos os carros são


estacionados na frente junto com as massas de diferentes motos.
Acho que quando o presidente se casa, eles fazem disso um evento.
“Puta merda”, eu sussurro enquanto o SUV para. Todos nós saímos
dos carros da forma mais elegante possível, embora minha cabeça
palpita mais intensamente a cada passo crocante no cascalho. Eu
pego o comboio da Meadow enquanto damos a volta pela lateral do
clube até as traseiras onde há uma enorme tenda branca marroquina
montada para a área da recepção. Atrás disso, no topo de uma
pequena elevação, fica o altar e os assentos. Começamos a andar,
The Devils Own #2 Amo Jones

parando um pouco antes do pequeno corredor dourado começar e


entrar em formação. Phoebe na frente e depois eu, seguida por Jada.
Eu gemo novamente, com minha cabeça batendo. “Meadow?”
Sussurro novamente.

“O quê?” Ela olha para mim, mas eu mantenho meus olhos fixos
na parte de trás da cabeça de Phoebe.

“Por favor, diga-me que você não tem uma música de rock
barulhenta para a qual temos que andar pelo corredor porque meu
cérebro está prestes a explodir.”

“Concordo”, grita Phoebe, fazendo o sinal de paz.

“Não”, diz Meadow. “Phoebe não te contou?”

“Merda.” Phoebe amaldiçoa. “Esqueci, com todo esse absinto.”


Suspira. “Ryker estará tocando uma música.” Assim que ela termina
de dizer isso, ‘Always With Me, Always With You’ de Joe Satriani
começa a tocar suavemente.

Minha cabeça se inclina para o céu antes de murmurar: “Claro


que você iria enlouquecer. Você está me matando aqui.”

Phoebe começa a andar devagar e eu seguro o buquê de flores


antes de seguir alguns passos atrás dela. Mantenho meus olhos
presos na parte de trás da cabeça de Phoebe, rezando para não
tropeçar ou de repente precisar vomitar. Todas as cabeças estão
viradas para nós e eu sorrio para minha mãe, que está sentada na
frente ao lado de Millie.

Quando olho para o altar, meu fôlego prende. Meadow tem


Phoebe, eu e Jada, mas Beast só tem Hella. Pergunto-me por que ele
não tem todos os irmãos, mas eu entendo; é um assunto pessoal, ele
e Hella são o mais próximo que se pode ser. Ambos estão em seus
coletes com uma camisa branca embaixo enrolada até os cotovelos.
Parecem muito bem, porque agora eu estou olhando para Hella há
muito tempo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele pega meu vislumbre e um sorriso aparece no canto de seus


lábios, exibindo uma de suas covinhas.

Rapidamente olho para Ryker Oakley que está à frente no canto,


tocando seu violão como se fosse fácil e ele não estivesse tocando
uma música de um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Uma
vez que ficamos do lado de Meadow, eles passam por seus votos e
meus ouvidos desligam-se. Eu sou uma amiga horrível, mas
situações como esta me deixam desconfortável. Uma vez que Beast
tenha feito muito mais do que beijar sua noiva, eles saem para
assinar suas certidões de casamento enquanto todos estão de pé dos
assentos e caminham em direção à tenda onde o DJ está montado.
Minha ressaca está quase no fim, mas não vou tocar em outra bebida
por pelo menos uma semana, imagino.

Envolvo meus braços ao redor do tronco e olho para Hella, que


também não se moveu de onde estava durante o cortejo. Sua cabeça
se inclina para o campo atrás de nós e eu balanço minha cabeça. O
melhor é acabar com esta merda para que eu possa finalmente sair
deste inferno. Sigo atrás dele, ele se detém e empurra suas mãos para
seus bolsos, com as costas voltadas para mim.

“Você quer conversar?” Pergunto.

Sua mandíbula flexiona, e seus olhos ficam presos na vista à


nossa frente, o que não é muito, apenas árvores e grama. “Sim”, ele
murmura antes de limpar a garganta. “Não toquei em sua irmã,
Melissa.”

“Eu sei”, respondo, sentando na grama porque meus pés estão


latejando. Ele olha para mim, com o sol da tarde se pondo atrás
dele. Não é justo que esse imbecil seja um homem de aparência
magnífica.

“Ah, você sabe?” Ele pergunta com uma sobrancelha inclinada


antes de se sentar ao meu lado e puxar uma das pernas para cima
enquanto se recosta em um cotovelo.
The Devils Own #2 Amo Jones

Eu olho para ele por cima do ombro. “Por que você disse isso?”

“Porque você fica sexy quando está com ciúmes, e nem me fale
com raiva”, ele responde com um meio sorriso e o brilho nos olhos
intensificado pelo sol atrás dele.

Suspiro, voltando minha atenção a nossa frente. “Eu sinto


muito.”

Ele desliza para mais perto de mim e eu fico tensa. O calor que
irradia entre nós é demais. Ele coloca a mão atrás das orelhas. “O
que é que você disse? Parece que você pediu desculpas?”

Sorrio levemente ao mesmo tempo em que seu braço envolve


minha cintura e ele me puxa para ele. O palpitar do meu coração é
ensurdecedor. Ele beija meu braço suavemente e olha para mim. “Eu
também sinto muito, baby.”

“Diga”, falo, analisando seus olhos. “Diga com quantas você


dormiu e vou decidir se seu braço deve ou não estar ao meu redor
agora.”

A vibração de sua risada sacode meu braço. Ele puxa meu


corpo para cima e empurro seu peito, olhando para ele com minhas
pernas em sua cintura. Inclinando a cabeça para o lado, buscando
nos seus olhos. Sua mão corre por minhas costas antes de agarrar a
parte de trás do meu pescoço e puxar meus lábios para os dele. Ele
os deixa pairando lá.

“Zero.” Então me beija, e minha boca se abre para ele com


minhas coxas se apertando. Seu pau está pressionando contra mim
e eu luto para não começar a moer contra ele. Ele faz uma pausa e
passa o dedo da minha têmpora até minha mandíbula. “Por que
eu? Por que você não pode escolher o mocinho? Seguir o coelho
branco”, pergunta suavemente.

Eu levanto minhas mãos, deixando tudo escapar. “E se eu não


quiser seguir o coelho branco, Brax? E se eu gostar do coelho escuro?
The Devils Own #2 Amo Jones

O coelho que é coberto de marcas de arranhões e poeira. O coelho


que precisa ser mais desejado. E se eu for evidentemente maluca e
quiser tudo o que é ruim neste mundo? E se for por isso que eu te
quero?”

Ele passa o polegar por meu lábio inferior, engolindo em seco


enquanto me observa. “Não posso prometer que não vou estragar
tudo, e não posso prometer que não matarei quem olhar para você
por um segundo a mais, mas posso prometer que vou te amar para
sempre.” Isso pode ter sido a coisa mais doce que alguém já me disse.

“Eu também te amo”, sussurro, com meu coração se


expandindo no peito e minha garganta repentinamente seca.

Ele sorri, suas mãos correndo por meus braços.

As pontas dos seus dedos causam arrepios nas minhas coxas e


fecho os olhos. “Nós vamos ficar bem, certo?”

Acena, trazendo minha mão aos lábios. “Sempre.” Ele se senta


e eu tiro minha perna dele. “Há algo que preciso lhe contar
primeiro. Não tenho muita certeza de como você vai aceitar, mas
precisa saber.”

Eu aceno com a cabeça. “Ok.”

Ele enfia a mão no bolso e tira uma carteira de couro velha com
um emblema pressionado na frente. Minha respiração prende e
minhas sobrancelhas se juntam.

“Onde você conseguiu isso?” Eu pergunto quando ele me


entrega.

“Quando eu morava nas ruas, antes do Exército me pegar,


morava embaixo da ponte do Brooklyn.” Ele faz uma pausa e me
observa. Abro a carteira e uma lágrima me escapa. Ele prossegue.
“Um cara velho, Tippy, morava ali e todo mundo sabia que esse era o
lugar dele. Ele não deixava ninguém entrar, até a polícia o deixava
The Devils Own #2 Amo Jones

em paz, mas ele me acolheu. Ele me deixou ficar lá embaixo com ele
e embora ninguém soubesse sua história ou como ele parou naquela
vida, na noite em que fui recrutado, ele estava prestes a me dizer. Ele
largou a carteira e eu consegui pegá-la. Ele é quem eu acho que é?
Porque aqui está Tippy na foto com duas meninas.”

“Sim”, eu sussurro, limpando as lágrimas do meu rosto, com a


confusão se instalando dentro de mim. “Sim, esse é o meu pai.”

HELLA

Depois de deixar Melissa na casa de Jada para que ela possa


conversar com Millie e sua mãe, eu volto para a sede do clube para
verificar com Beast sobre os últimos desenvolvimentos com essa
merda do Exército. Dizer que eu superei as besteiras deles sobre
minha cabeça é um eufemismo, mas finalmente tenho novidades.

Entro no clube e depois saio onde a recepção do casamento se


transformou em uma festa cheia de motoqueiros. Deslizo minha
cabeça em direção à sala de reuniões e Beast acena com a cabeça,
levantando-se e se aproximando de mim. Entramos na sala de
reuniões, fechando a porta atrás de nós antes de sentar.

“Vocês estão casados agora”, eu digo, pegando uma lata de


charutos e deslizando um sobre ele. Ele ri, cortando-o e rolando-o na
boca.

“Não jogue a carta da esposa comigo, irmão. Eu te vi com


Melissa. Parece que você não está muito atrás de mim.” As
sobrancelhas dele se erguem em questão.

Sorrio. “Não, casamentos são muito bregas para alguém como


Melissa.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Ele ri, jogando a cabeça para trás e acendendo o charuto.


“Todos dizem isso.”

“Recebi algumas notícias do técnico de Zane esta manhã sobre


Kurr.”

“Sim?” Seu rosto fica sério. “O que você tem?”

“É muito mais complicado do que prevíamos, com certeza.”


Acendo o charuto. “Vamos precisar verificar os fatos dessas
informações para ver se estão corretas, mas se estiverem, então não
tenho certeza de que porra será nossa próxima jogada.”

“Por quê?”

“Porque ele ficou em branco. Ele não conseguiu encontrar uma


gota de nada.”

“Porra.” Ele empurra para trás, com o barulho alto de seu


assento raspando o chão e ecoando pela sala. “Isso torna tudo um
pouco mais difícil.”

“Outro problema é que, quando ele invadiu os sistemas que


precisava, não tinha certeza se seus rastros estavam cobertos ou
não. Disse que encobriu seus rastros, mas, dependendo de quão bom
é um hacker, se o cara é esperto o suficiente, é possível que eles
possam rastrear isso até nós.”

Uma batida soa na porta e Beast caminha em direção a ela,


abrindo-a. “Ei”, diz Shelby, olhando entre nós dois. “Eu só queria
dizer parabéns, Beast.”

“O quê? Agora?” Pergunto, ficando de pé.

“Sim”, ela responde. “Não consegui te encontrar ou te pegar


sozinho o dia todo. Layla e Asha estão do lado de fora bêbadas, então
imaginei que essa seria minha única chance.” Seus olhos parecem
suplicantes, mas calmos, entre nós dois.
The Devils Own #2 Amo Jones

Olho para o pescoço dela. “Você está usando a porra de um


colar de ursinhos de pelúcia?”

“Sim!” Ela sibila defensivamente. “É sentimental, não que eu


ache que você jamais entenderia.”

“Tudo bem, bem, estamos ocupados, então você pode sair e


obrigado.” Beast fecha a porta antes de voltar para mim. “Essa garota
é estranha pra caralho. Lembre-me por que lhe dei o cargo de gerente
da nossa casa de strip?”

“Porque você estava com seu pau alojado nela, é por isso.” Eu
me sento. “O que estamos fazendo aqui, afinal? O que realmente
faremos com isso? Quais são as nossas opções?”

“Vou precisar pensar nisso. Neste segundo, não vejo nenhum


perigo previsível.”

Apesar do que ele diz, não consigo abafar a sensação incômoda


de que algo está errado.
The Devils Own #2 Amo Jones

HELLA

Saio da sala de reuniões, passo pelo bar e vou direto para a


porta quando Melissa e Millie entram.

“Ei.” Envolvo meu braço em torno de Melissa. “O que você está


fazendo aqui atrás?”

Ela olha para mim, confusa. “Recebi sua mensagem.” Seu corpo
relaxa na minha cintura.

“Que mensagem?” Pergunto, puxando-a de volta. “Não enviei


uma mensagem para você.”

“Sim”, ela responde. “Você disse para mim e Millie virmos aqui
e que você precisava falar conosco.” Suas sobrancelhas ficam
curvadas e minha cabeça começa a balançar pela sala para procurar
qualquer um que estivesse segurando um telefone. Eu ponho a mão
no bolso e, com certeza, meu maldito telefone desapareceu.

“Baby”, eu digo baixinho em seu ouvido, “Você precisa sair.


Agora.”

“O quê?” Ela dá um passo atrás. “Não, eu não vou...”

“Melissa!” Eu falo.
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O rosto dela fica sério. “Espere”, ela sussurra. “O que está


acontecendo?”

“Eu não sei.” Começo a direcioná-las para a porta. “Mas você


precisa sair. Volte para a nossa casa.”

“Mas, Jada nos deixou!”

Guio-as em direção à garagem, observando tudo pelo canto do


olho. Cada som me deixa em alerta máximo. Pego minhas chaves do
bolso e abro a porta da garagem. Entregando as chaves para Melissa,
e aponto para o carro. “Vá direto para casa.”

“Eu não consigo dirigir isto!” Ela guincha.

“Sim, você pode, e você vai. Só não acelere. Vá bem devagar.”


Eu a conduzo em direção à porta lateral do motorista e a abro. Millie
desliza para o banco do passageiro.

Melissa vira a chave e o estrondo profundo do V8 vibra na


garagem de tamanho industrial. “Puta merda”, ela sussurra,
horrorizada. “Brax, eu não posso. Eu não sou boa motorista.”

“Ei.” Envolvo minha mão em torno de seu queixo e inclino a


cabeça para cima para me encarar. “Você consegue, ok?”

Ela faz uma pausa, examinando meus olhos antes que a


confiança apareça. “Sim, tudo bem, eu entendi.”

Inclino-me, beijando-a com força nos lábios antes de passar o


polegar. “Vá direto para casa, baby, e tranque todas as portas. Vou
ligar para Jada e contar a ela.” Ela assente com a cabeça antes de
entrar primeiro e sair pela porta da garagem e pela estrada de
cascalho que leva a todas as casas. Poderia estar exagerando, mas
as chances são pequenas. Nada disso acontece a menos que alguém
propositalmente queira essas meninas aqui, então eu preciso tirá-
las.
The Devils Own #2 Amo Jones

Volto para o clube no momento em que Beast sai da sala de


reuniões.

“Temos um problema”, sussurro para ele. Ele faz uma pausa


com um aperto na maçaneta da porta. “Alguém mandou uma
mensagem para Melissa do meu telefone e disse para ela vir aqui.
Não sei onde está meu telefone. Algo está errado e suspeito.” Vejo
Skid perto das mesas de sinuca, com uma das vadias do clube. Tenho
que tomar precauções. “Ei! Acabei de mandar Melissa e Millie de volta
para minha casa. Vá e certifique-se de que elas voltem em
segurança.”

A cabeça da Beast chicoteia para fora, onde Meadow está rindo


com Phoebe. “Vamos interromper tudo. Leve todos para dentro.”

De qualquer forma, eram principalmente os familiares e irmãos


mais próximos que ficaram aqui. Nós dois caminhamos para fora e
solto um assobio, chamando a atenção de todos. A música para e o
silêncio enche o ar.

“Todos lá dentro. Agora.”

Ninguém faz perguntas. Todos param o que estão fazendo antes


de amontoarem-se lá dentro. Beast agarra Meadow e todos nós
entramos no clube, trancando as portas.

“O que está acontecendo?” Meadow pergunta, sentado em um


banco de bar.

“Malditos motoqueiros”, sussurra Phoebe baixinho.

“O quê?” Eu provoco enquanto ela pega uma bebida. “A


pequena princesa MC não está acostumada a isto?”

“Oh”, ela pergunta. “Estou inteiramente familiarizada com isto.


É por isso que eu não me casei com um homem de colete.” Sorrio
antes de voltar para Beast.
The Devils Own #2 Amo Jones

Examino a sala quando Layla, Asha e Shelby se sentam ao lado


de Meadow. Meus olhos se estreitam em Shelby antes que a voz de
Beast comece a soar pela sala. Havia algo na Shelby que não estava
bem comigo, mas eu ignorei porque Beast atestava por ela.

Eu me inclino para Beast quando ele está prestes a abrir sua


boca. “Você não acha que seria mais seguro para os forasteiros não
estarem aqui?”

Ele faz uma pausa, pensando nas minhas palavras. “Talvez.”


Volta-se para todas as pessoas que estão à espera. “Devil's, na igreja
agora. Todos vocês.”

Ele se vira e caminha em direção à sala da diretoria enquanto


todos nós o seguimos. Quando todos estão sentados e parados, eu
fecho a porta atrás de mim e me sento.

Beast se vira para todos. “Alguém pegou o telefone de Hella e


mandou uma mensagem de texto a sua Old Lady para vir até a sede
do clube.”

“Você tem inimigos?” Pergunta um irmão de um dos outros


capítulos, encostado contra a parede.

“Nenhum em nosso mundo agora. Temos jogado bem com a


maioria das pessoas. Temos uma ideia de quem possa ser”, diz Beast,
observando todos de perto. “Não tem nada a ver com o clube. Isto é
pessoal.”

“Hella!”

Os gritos da Meadow perfuram a atmosfera.

Saio disparado da cadeira e me apresso para a porta. Ao abri-


la, encontro todos circulando no meio da multidão. Quando eles me
veem, todos se separam e ficam em silêncio. Começo a empurrar as
pessoas para fora do caminho até que a multidão revela Melissa no
chão em uma confusão sangrenta. Caio no chão, com meu coração
The Devils Own #2 Amo Jones

batendo e minha raiva subindo através de mim a velocidades


perigosas.

“Foda-se!” Coloco a cabeça dela debaixo do braço, seu rosto mal


é reconhecível e seu cabelo está emaranhado no rosto com o sangue
saindo de uma ferida na cabeça.

“Hella”, sussurra Meadow. “Hella, ela precisa de um maldito


hospital. O médico não vai poder ajudar desta vez.”

Aceno com a cabeça, engolindo e pressionando meus dedos


contra a garganta dela até o momento em que seu pulso está lento.
“Chame uma ambulância e diga a eles para trazerem um
helicóptero.” Meu coração se contrai no peito, seu corpo se contrai
em meus braços. Minha garota está escorregando para longe de mim
em minhas próprias mãos e não há nada que eu possa fazer para
impedir. Minha mandíbula cerra enquanto eu afasto os cabelos do
seu rosto. “Mas que porra aconteceu?”

Meadow disca 911 e as lágrimas correm pelo rosto dela.

“Hella!” Jada vem correndo pela multidão. “Millie se foi. Quem


quer que tenha feito isto, a levou.”

“Mas que porra está acontecendo?” Eu sussurro, agarrando


Melissa com mais força em minhas mãos. Melissa começa a mexer,
a cabeça dela vira de um lado para o outro e um leve murmúrio lhe
escapa. “Não, querida, não se mexa e não fale, eu resolvo isso.”

“Kurr”, sussurra antes de ser arrastada de volta para seu


profundo esquecimento.

Demora muito tempo até ouvirmos o som do helicóptero soando


pelo ar. Ele pousa no campo do outro lado do estacionamento e eu
fico lá com Melissa, rezando para que ela aguente. Se houvesse um
Deus, eu iria jurar à igreja todos os domingos só para manter minha
garota aqui. Posso sentir minha ira pulsando sob a superfície,
esperando até que Melissa esteja em boas mãos antes que ela volte a
The Devils Own #2 Amo Jones

pulsar. Eu prometi que nunca deixaria nada acontecer com ela e


falhei.

Os paramédicos vêm correndo com uma maca, empurrando-me


para fora do caminho. Eu os deixo passar e tudo começa a funcionar
em câmera lenta. Um dos paramédicos começa a gritar com seu
colega antes de iniciar as compressões torácicas.

“Espere!” Eu grito: “Mas que porra está acontecendo?” Ninguém


está me ouvindo. Eu ouço o paramédico dizer: “Parada cardíaca.” E
depois: “Preciso estabilizá-la antes de podermos levá-la.”

Afasto-me, calafrios viajando por minha espinha e meu sangue


se transformando em gelo. Tomei a sua presença como certa. Fodi
com o tempo que tínhamos, esquecendo que estamos todos em um
relógio limitado. Minha cabeça pulsa como um fluxo de raiva e
frustração que estremece atrás das minhas orelhas.

Eles começam a carregá-la em uma maca com uma máscara de


oxigênio cobrindo seu rosto. Corro até eles e pergunto para qual
hospital ela irá antes que eles corram para fora em direção ao
helicóptero e, sem mais nem menos, ela se vai.

Há um silêncio sinistro que se espalha pelo ar, todos me


observando, esperando para ver como eu vou lidar com isso.

Minhas mãos se agarram à borda do banco do bar mais


próximo, minha cabeça pende entre meus ombros enquanto eu a
pego e a derrubo em frustração. “Jada!” Eu grito, mantendo meus
olhos treinados no chão. Ela vem em minha direção. “Leve-me para
onde isso aconteceu.” Ela acena com a cabeça e eu a sigo com Beast,
Ripper e Hannibal no meu rastro. Já passava da meia-noite e
Meadow ficou com Phoebe. Nós nos amontoamos no carro de Jada
enquanto ela nos leva em direção à minha casa. Quando entramos
na entrada, meu carro ainda está ligado, as portas estão bem abertas
e os faróis exibem os milhares de buracos de balas que haviam sido
penetrados por toda a minha casa. Corro em direção ao carro para
The Devils Own #2 Amo Jones

ver salpicos de sangue por todo o lado do motorista. Minha raiva


chega a um nível incontrolável e eu bato a porta fechada antes de
deixar sair um rugido poderoso. Beast caminha em direção ao lado
do passageiro. “Aqui não há sangue, mas há sinais de luta.”

Arranco meu boné e puxo meu cabelo em frustração antes de


caminhar até a porta da frente da casa. Inclino minha cabeça, com
os olhos focalizados em um dardo que está apunhalando uma nota
no painel de madeira. Que porra é essa?

MELISSA
Três horas antes

Paro na estrada principal de cascalho que leva ao caminho da


casa de Hella, com o barulho alto do motor embaixo de nós. “O que
diabos está acontecendo?” Sussurro para mim mesma.

“Eu não sei, mas algo está estranho.” Millie descansa a cabeça
ao lado da porta, com os olhos examinando a janela e as sombras
escuras da noite. Este casamento foi louco, para dizer o mínimo.
Depois de voltar para a casa de Jada para contar à minha mãe e
Millie sobre meu pai, mal chegamos à minha mãe em lágrimas antes
de receber o texto. Pensávamos que ele desapareceu em algum lugar
ou morreu, porque seu corpo nunca foi recuperado e desapareceu
nos destroços, mas saber que ele era um sem-teto sob uma ponte me
atingiu. Ele pode não ter sido perfeito, mas ainda o amamos. Ele era
nosso pai e foi o primeiro amor de nossa mãe. Parte meu coração que
ele não achava que era bom o suficiente para voltar para casa. Nós o
teríamos perdoado por qualquer coisa. Ele foi nosso primeiro herói.

Entramos na entrada da casa de Hella e paro, deixando o carro


parado. Olho em volta onde a luz da varanda está acesa. Olho em
The Devils Own #2 Amo Jones

direção à porta da frente e balanço a cabeça. Algo não parece


certo. “Millie, eu não acho que esse texto tenha sido enviado para nós
para nos levar ao clube. Acho que sabiam que ele nos mandaria de
volta para cá.”

Exatamente quando as palavras saem da minha boca, um


grupo de homens na curva da casa, está coberto pela escuridão, com
capuz e máscaras. Cada máscara tem uma marca ou padrão distinto,
observo. Rapidamente aperto a embreagem, mas quando estou
prestes a bater em marcha à ré, nossas duas portas são abertas e
Millie solta um grito quando alguém a puxa para fora do carro pelos
cabelos. Balanço minha cabeça em direção aos homens que abriram
minha porta e nos olhos sombrios do homem atrás da máscara,
quando sua mão chega e me puxa para fora do carro.

“Não!” Eu grito enquanto caio de costas contra o chão. “Saia de


cima de mim!” Minha perna se levanta, conectando-me à sua virilha
antes de me virar para o estômago e começar a rastejar para o campo,
com a sujeira do cascalho cavando sob as unhas na minha fuga
desesperada. Pelo canto do olho, vejo uma bota girar para trás antes
de o lado da minha cabeça arder e a dormência tomar conta com uma
gota de umidade escorrendo por meu rosto. Eu tusso, virando de
costas, e meus olhos tentam abrir. As estrelas brilhantes acima de
mim começam a manchar a minha percepção se perde da realidade
antes que a sola de uma bota militar atinja meu rosto com um estalo.

Minha consciência entra e sai. Posso ouvir Millie chorando.


Lágrimas tentam picar o lado dos meus olhos.

“O que vamos fazer com ela?” Pergunta uma voz baixa, seu
hálito é pesado.

“Deixe-a. Temos que levar a freira. Bata nela até que fique
irreconhecível para mostrar nosso posicionamento a esses
motoqueiros.”
The Devils Own #2 Amo Jones

“Que posicionamento?” Uma voz feminina sussurra duramente.


“Este não era o plano.”

Merda, essa voz me soa familiar, mas não a ouvi o bastante para
saber de quem é.

“Que eles não deveriam ter vindo nos procurar. Nós não
terminamos a vingança. Eu começaria a correr agora, garotinha.”

“Quando Hella a ver, ele vai colocar sua cabeça em um pau”,


ela zomba.

“Estou contando com isso.”

Meu corpo se encolhe a cada golpe que eles dão em meu corpo.
As mãos vão sob meus ombros com um homem de cada lado, me
levantando e me segurando de pé e cada um deles revela sua
brutalidade. Cada golpe que se conecta ao meu rosto ou torso, tira
um pouco da minha vida. Minha cabeça cai entre meus ombros
enquanto o gosto metálico enche minha boca e desliza por meu
queixo em direção ao meu pescoço.

“Ei!” Alguém grunhe. Sua mão agarra meu queixo, levantando


minha cabeça. “Diga ao seu homem que Kurr não está brincando.
Agora somos soldados dele e vamos cortar você de orelha a orelha na
próxima vez que eles nos procurarem.”

Ele puxa o punho para trás antes que a escuridão me atraia


mais profundamente e minha dor se dissipe.

HELLA

“Quando tudo tiver desaparecido, e a única coisa que restar de


sua mera existência for as brasas que caíram das chamas que você
criou, eu serei o único a agarrar meu feixe de lã...”
The Devils Own #2 Amo Jones

Rasgando a nota enigmática da porta, Beast caminha atrás de


mim enquanto Ripper, Hannibal e Jada vasculham a entrada.

“Eles a espancaram, porra.” Um sussurro deixa minha garganta


no meio dela se fechando.

A mão de Beast agarra-se ao meu ombro. “Eu sei, irmão. Sinto


muito.”

Eu não sou um chorão. Nunca chorei na porra da minha vida,


mas neste momento, eu poderia chorar um rio que ficaria maior que
o Nilo, mas não chorarei. Não vai resolver merda nenhuma, então eu
disfarço isso com minha raiva.

Ao esquadrinhar meus ombros e engolir, passo a nota para


Beast. “Sabe o que isso significa, porra? Melissa disse que era Kurr,
mas que porra isso tem a ver com Kurr?”

As sobrancelhas de Beast se unem. Ele tira a nota de mim e a


vira, procurando por pistas. “Eu não sei. Não posso contar quantas
pessoas já eliminamos. Que porra isso quer dizer?”

“Foda-se, sabe.” Eu tiro a nota dele e enfio-a no meu bolso com


o dardo antes de virar para ver Jada balançando a cabeça ao lado da
porta lateral do motorista.

“Eles levaram Millie”, Beast suspira ao meu lado. “Mas que


porra está acontecendo?”

“Por que levariam Millie e não Melissa?” Eu digo a Beast,


observando-o de perto.

“Isso é simples. Ele precisava mostrar que pode fazer isso de


novo se fizermos merda. Ele precisava que você ainda tivesse algo a
perder, então ele levou a irmã.”

“Levou a Millie para quê? Por que não simplesmente espancá-


las e deixar as duas? Não, irmão. Estamos perdendo um monte de
besteiras aqui.”
The Devils Own #2 Amo Jones

Beast acena com a cabeça, enfiando as mãos nos bolsos.


“Estamos, mas seja lá o que for, eles vão pagar. Só precisamos ser
mais diligentes da próxima vez. Precisamos de uma equipe de
informática maior e fazer com que Hannibal sequestre a garota que
conhece, se for isso que é preciso. Podemos conseguir que mais
algumas pessoas participem. Precisamos começar a construir nosso
próprio exército, fortalecer nossos irmãos. Não vamos ter nenhuma
chance contra ele com a forma como estamos agora e não é justo
pedir ao clube para tomar o golpe. Podemos votar sobre quem vai
passar por isso conosco e depois seguir a partir daí.”

“Talvez. Eu irei ao hospital. Só queria checar esta merda antes


de ir embora.”

“Vou levá-lo para a sua moto.”

Voltamos a pé em direção ao carro da Jada e todos voltam para


dentro. Jada me entrega as chaves do meu carro e eu fico olhando
para ele por alguns segundos antes de empurrá-las para o meu bolso.

“Ela vai conseguir, Hella.”

“É melhor, porra.”
The Devils Own #2 Amo Jones

MELISSA

O bipe ecoando de uma máquina me acorda e eu estremeço com


a súbita onda de dor pulsando pelo meu corpo.

“Consiga um maldito médico!” Jada grita.

Meus olhos não se abrem, sobrecarregados de dor. Eu gemo no


meu sono antes que a escuridão penetre em mim novamente e me
puxe de volta para o meu abismo escuro.

***

“Eu não sei porra nenhuma, Jada!” Sussurrando, sussurrando


alto e furioso. “Jesus Cristo, isto é ruim.” Era a Phoebe. Lágrimas
ardem os olhos e uma inesperada e repentina lavagem de conforto
vem sobre mim.

“Phoebe, sente-se, me dê o telefone.” Mãe? Minhas pálpebras


tremem ao tentar abri-las.

“Não, está tudo bem. Ele está dormindo. Não saiu do lado dela
a semana toda.” A semana? O pânico surge através de mim e eu deixo
sair um ar forte.
The Devils Own #2 Amo Jones

“Oh meu Deus, ela acabou de arfar?” Grita Phoebe. Uma porta
se abre antes dela gritar: “Eu preciso de um médico aqui!”

As mãos se envolvem em torno dos meus dedos. “Querida?”

“Afaste-se. Todos precisam se afastar. Ela ainda está fora.


Melissa? Você pode me ouvir? Eu sou o Dr. Smith.” Mais um par de
mãos em torno da minha mão livre. “Aperte minha mão se você puder
me ouvir.”

Eu insisto em apertar com todas as minhas forças. Meu cérebro


está gritando para minha mão apertar, mas está entorpecido, ainda
está dormente, e não está em movimento. Sua mão solta e o pânico
se infiltra em mim novamente. Cada grama do meu ser é colocada
para apertar a mão de Hella.

Então meu dedo indicador se enrola contra o dele, e ele chega


aos pulsos com pressa. “Ela apertou a porra da minha mão.”

“Certo”, diz a médica. “Acalme-se e pare de palavrões.


Precisamos deixá-la descansar. O fato de ela reagir é um bom sinal,
no entanto, ainda não temos certeza do tipo de estado em que ela
estará quando acordar. Tenha em mente que seus ferimentos foram
significativos. Estava a um centímetro de perder sua vida. Perdemos
ela na mesa de operação - duas vezes - por isso acho que você
entendeu que ela precisa descansar.”

Eu morri? Duas vezes? Eu não quero morrer, não desta


maneira. Eu deveria morrer como Hunter S. Thompson citou, embora
eu chegaria ao meu túmulo em um corpo totalmente gasto. Eu tinha
uma imagem diferente de 'corpo desgastado' em minha mente ao ler
essa citação. O tom atrevido da médica me dá vontade de sorrir. Ela
não se preocupava que Hella fosse um motoqueiro grandalhão;
minha cabeça começa a ficar mole novamente, de repente cheia de
cansaço antes de ser arrastada de volta para o sono.
The Devils Own #2 Amo Jones

***

O bipe que eu acordei agora é mais alto, mais profundo. Os


grilos cantam lá fora, e o calor do sol da tarde aquece meus braços,
provocando arrepios que trafegam por minha pele.

“Brax?” Consigo dizer com minha boca ressecada.

“Melissa?” Ele corre para o meu lado e aperta minha mão na


dele. Minhas pálpebras ainda estão pesadas, mas eu consigo abri-las
o suficiente para ver uma fenda de neblina enquanto Hella corre para
a mesa para pegar água. “Aqui, querida. Tome um gole. Phoebe!” Ele
brada.

“Mmm?” Ela xinga antes que o outro lado da minha mão seja
coberto pela dela. “Oh meu Deus do caralho. Vou chamar o médico.
Não adormeça novamente ou eu vou te matar.”

“Phoebe!” Hella zomba dela.

“Desculpe”, ela pede desculpas. “Muito cedo?”

“Sim”, ele assobia. “Chame o doutor.” Ele traz sua atenção de


volta para mim e tento levantar minha cabeça. “Ei, não, deite-se,
querida.”

“Millie”, sussurro, lembrando que ela estava comigo. “Ela está


bem?” Minha visão clareia e o sol repentino e brilhante me faz apertar
os olhos.

“Aguarde.” Hella pula do seu assento para as cortinas,


fechando-as. Ele volta a sentar na cama ao meu lado, seus olhos
procurando os meus. “Porra, eu nem sei como dizer isso.”

Nesse momento, a porta se abre e a médica cuja voz eu lembro


da última vez que acordei diz: “Olá Melissa, seja bem-vinda. Como
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você está?” Ela coloca o estetoscópio nos ouvidos e pressiona a outra


extremidade no meu peito.

“Estou bem. Sinto-me dolorida, mas estou bem. Ei, cadê minha
irmã?”

Ela coloca o estetoscópio de volta ao pescoço e brilha uma luz


forte nos meus olhos.

“Siga meu dedo.” Agora que eu posso vê-la, ela parece muito
jovem, mas o jeito que ela se apresenta é confiante com uma placa
de ‘nem vem’ pairando sobre sua cabeça.

“Braxton”, eu sussurro, seguindo o dedo da médica. “Responda-


me agora. Onde está Millie?”

“Não conseguimos encontrá-la, querida. Eu sinto muito.”

A médica coloca a mão de volta nos bolsos e dá um passo para


trás. “Tudo está bem. Você está curando rápido. Estou confiante em
sua recuperação, mas você sofreu ferimentos substanciais, então vou
precisar que você fique mais um pouco.”

“Há quanto tempo estou aqui?” Pergunto, olhando para eles.

Ela olha para ele antes de olhar para mim. “Um pouco mais de
uma semana.”

“Estou dormindo há uma semana?”

Ela sorri. “Volto em alguns minutos para verificar você.


Descanse e aperte o botão ao lado, se precisar de alguma coisa.” Ela
olha de novo para Hella antes de sair.

Balançando minha cabeça de volta para ele, olho em seus olhos


preocupados. “O que diabos você quer dizer com você não pode
encontrá-la? Ela não é um par de meias, Hella, é minha irmã. Jesus
Cristo”, tiro os cobertores das minhas pernas.
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Ele levanta e me empurra de volta levemente. “Não banque a


heroína, Melissa. Nós temos um plano. Deite-se antes de se
machucar.”

Faço uma pausa, com o calor da mão dele cobrindo a minha e


meus olhos se fecham.

“Conte-me tudo, querida. Eu preciso do começo ao fim”, diz


Hella, passando o dedo por meu rosto.

Suspiro, deitando-me na cama antes de me abrir e contar tudo


do começo ao fim. É quando estou repassando tudo de volta para ele
que percebo as linhas cansadas sob seus olhos e seus cabelos
rebeldes. Ele parece uma bagunça, mas está uma bagunça por
minha causa. Sua mandíbula tem alguns dias de barba por fazer e
parece sexy nele.

Ele passa as mãos pelo rosto quando termino. “Porra, isso é pior
do que pensávamos.”

“Como assim?”

“Porque, parece que Kurr levou Millie por outras razões. A


declaração 'pegue a freira'. Se for esse o caso, tecnicamente não
podemos fazer nada, porque ela não pertence a ninguém no clube.”

“Como assim!” Eu cuspo. “Ela estava lá por causa da porra do


clube!”

Seus olhos se estreitam. “Acalme-se, porra. Você é muito fodida


quando está brava, mas não acho que você esteja em nenhum estado
de fazer algo por si mesma estando numa cama. Entendeu?”

Minha boca abre brevemente antes de fechar. Ele continua. “O


que eu estou dizendo é que já estamos arriscando muito. Hannibal
disse que está no processo de pegar a amiga de sua irmã, que
também é meio que sua irmã, acho eu, porque ela cresceu com ele.
The Devils Own #2 Amo Jones

Eles se uniram a Drago para que pudessem montar um ataque mais


estável e encontrá-la.”

Drago é provavelmente uma das pessoas mais engraçadas que


eu já conheci. Ele é o gênio do computador do Sinful Souls. Ele
frequentou a escola com todos nós e diariamente apanhava até que
Zane e Blake o levaram sob sua asa.

“Está bem, está bem”, sussurro, me acalmando. “Eu posso


trabalhar com isso.” Então a porta se abre novamente e minha mãe
entra com Phoebe, Meadow, Beast, Ripper, Hannibal, Frost, Skid,
Layla, e Asha. “Santa merda!”

Hella se levanta e coloca o braço para cima. “Todos para trás,


porra! Se você não é da família ou alguém da família imediata, saia e
fique na sala de espera. Foda-se.”

Todos eles gemem e eu sorrio levemente baixinho.

“Beast?” Eu grito quando ele está prestes a sair. “Por favor,


encontre minha irmã.”

Ele acena com a cabeça. “Tentarei de verdade, Melissa. Apenas


fique melhor.”

Eu olho para a minha mãe. As rugas finas dela se alargaram,


com os olhos vermelhos. Ela agarra um lenço de papel na mão e é
então que eu noto como ela está frágil. “Mãe?”

“Sinto muito, querida. Tenho estado tão preocupada com você


e sua irmã e tudo mais, seu pai... tudo é uma confusão. Eu sinto
muito. Eu deveria ser mais forte para você agora...”

“Não, mãe”, eu sussurro, lágrimas caindo pelo meu rosto. Puxo


as mãos dela para dentro das minhas e analiso os olhos dela. “Não.
Eu estou aqui. De vez em quando, você pode deixar tudo sair. Este é
o momento, está bem?”
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Ela acena com a cabeça. Suas lágrimas incontroláveis começam


a cair e ela balança seus braços ao meu redor. Meu coração se parte
ainda mais. Uma das coisas mais difíceis que você pode ver é sua
própria mãe chorar, vê-la arrasada na sua frente é um desastre.

Ela se afasta e enxuga as lágrimas sob meus olhos. “Querida,


provavelmente vamos precisar consertar seu nariz depois que tudo
voltar ao normal.” Sua voz alegre é forçada, como se ela estivesse
tentando aliviar o clima.

Eu sorrio, pois eu a aprecio. Preciso dela e vou precisar muito


mais agora, com a gente precisando encontrar Millie. “Obrigada, mãe,
muito obrigada.”

Hella se levanta e sobe na cama comigo, seus braços


balançando sobre meu pescoço e me puxando até ele. Lança um beijo
na minha testa. “Nós vamos encontrá-la, querida. Eu prometo que a
encontraremos.”

Depois de passar mais três noites no hospital, coloco o pé no


chão e exijo que Hella me leve para casa. Tenho tanta coisa que
preciso entender. Preciso encontrar minha irmã e preciso ligar para
minha confeitaria para verificar como eles estão e dizer-lhes que
estarei fora por um pouco mais de tempo. Não há como eu voltar para
Westbeach até que Millie esteja em casa em segurança, e mesmo
depois disso, não tenho certeza do que Hella espera de nós como
casal.

Estamos encostando na entrada ao entardecer quando ele puxa


o freio e vira para me encarar. “Nós vamos encontrá-la, querida.”

“Espero que sim”, respondo olhando para o riacho. Ele segue


minha linha de visão antes de pegar minha mão na dele.

“Venha, você precisa comer alguma coisa.”

Ele contorna meu lado do carro e pega minha mão na dele,


puxando-me. Eu me encolho enquanto endireito minhas costas. Meu
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corpo ainda está machucado e danificado, mas minhas lembranças


permanecem frescas como se tivesse acontecido ontem.

Ele me pega, por trás dos joelhos, me embalando como um bebê


antes de me levar para dentro de casa.

Colocando-me suavemente na banqueta, caminha em direção


ao freezer e pega duas de suas refeições preparadas. Minha mão
sobe. “Se isso é tão saudável quanto parece, eu vou cozinhar.”

Ele revira os olhos e os coloca no microondas. “Não


importa. Toda a comida enche você no final. Não é esse o objetivo de
comer? Não é sobre o gosto.”

“Isso é exatamente o que alguém com seu físico diria”, sussurro,


revirando os olhos. “Preciso de um banho.” Ele acena com a cabeça,
contornando a ilha da cozinha, e eu o paro com uma risada. “É fofo,
mas eu estou bem. Vou tomar um banho rápido e depois te encontro
aqui, então podemos conversar sobre Millie.”

Sua mandíbula flexiona algumas vezes enquanto ele pensa se


vai lutar comigo ou não, antes de deixar cair os ombros com um
bufo. “Bem. Mas se você estremecer com qualquer coisa dolorida, eu
estarei lá em um segundo.”

Eu sorrio, pegando sua mão na minha e dando-lhe um aperto


tranquilizador. “Eu sei que você irá.” Ando em direção à escada,
mordendo o interior das minhas bochechas para parar de fazer
qualquer cara que mostre que estou com dor. Depois de dobrar no
corredor e ouvir o microondas fechar, solto um longo suspiro
trêmulo, com minha mão indo para a parte inferior das costas. A dor
é insuportável, como se cada um dos meus ossos tivesse sido
esmagado em um milhão de pedaços. Quando finalmente chego ao
banheiro, encho lentamente a banheira antes de remover
cuidadosamente minhas roupas. É apenas um vestido sem alças,
fácil de remover rapidamente, mas no meu estado, demora um pouco
mais do que o habitual.
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Entro na água fumegante e suspiro, afundando. Meus olhos se


fecham enquanto empurro minha cabeça sob a água. “Nós não
terminamos a vingança.” Volto à superfície e esfrego a mão no rosto,
tentando lembrar de quem era a voz. E rapidamente me ensaboo
antes de sair da banheira o mais rápido possível. Indo para o quarto,
vou direto para o armário e puxo uma das camisetas de Hella antes
de vestir uma calcinha e cambalear de volta para o andar de baixo.

Quando chego lá, a visão que eu vejo faz meu coração palpitar
no peito. Bem, o que você sabe? Braxton Ward pode fazer o coração
de uma garota vibrar. Sorrio e me inclino contra o batente da porta.

Ele se vira, com nossos pratos em suas mãos. Ele percebe meu
sorriso e seus olhos se estreitam. “O quê?”

“Oh, nada. É um pouco fofo vê-lo aqui cozinhando.”

Ele sorri, empurrando a cabeça em direção à varanda do lado


de fora. “Vamos lá, vamos comer em frente ao riacho.” Eu o sigo pelos
fundos, dando um pulo no sofá ao sair. Ele para no meio do caminho
e se vira para me esperar. “Diga-me se você está dolorida, Melissa.”

“Relaxe, eu estou bem. Só preciso da minha irmã.” Quando o


alcanço, coloco meu braço em volta dele enquanto continuamos a
caminhar em direção a água. Jogando o cobertor no chão, sento-me
devagar e olho para as luzes brilhantes que estão espalhadas através
da árvore que paira sobre a água. “É tão bonito aqui. Eu nunca vou
me cansar disso.”

“Espero que não”, ele murmura, entregando-me o meu


prato. “Porque eu não pretendo deixar você tão cedo, se é que alguma
vez.”

Minhas bochechas ficam vermelhas e ele abre o zíper do capuz,


jogando-o na minha direção. “Coloque-o.”

“Eu não consigo”, respondo, pegando um pouco de brócolis.


“Vai doer.”
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Ele resmunga, então eu o jogo sobre minhas pernas. A umidade


está no auge agora, então não é como se eu estivesse com frio.

“Antes que eu esqueça”, digo mastigando minha carne. “Havia


uma garota lá naquela noite.”

“O quê?” Ele faz uma pausa, colocando o garfo de volta no prato.

“Não sei quem ela era. Não reconheci a voz dela por si só, mas
sinto que, se a ouvisse o suficiente, seria capaz, se isso faz
sentido.” Dou uma mordida no meu pão e silenciosamente agradeço
aos deuses por darem a Hella um cérebro para colocar carboidratos
no meu prato.

“O que ela disse?”

Dou de ombros antes de dizer o que ela disse. Ele faz uma
pausa, pescando algo do bolso e jogando para mim. “Isso significa
alguma coisa para você ou sua irmã?”

Viro a nota e a leio. “O que? Não”, respondo distraidamente,


devolvendo o cartão para ele. “Deveria?”

“Eu não sei, mas isso significa alguma coisa.”

“O que há por trás disso?” Pergunto, apontando para ele com o


garfo quando capto uma pequena imagem no canto direito.

Ele a segura mais perto do rosto, puxando um isqueiro para ver


melhor. Os olhos dele se estreitam. “É um emblema. Um triângulo e
um olho, como a porra dos Illuminati.”

“Bem, não pode ser, embora eu não tenha tido a sorte de ter
tido isso nos perseguindo também.” Reviro os olhos e ele para, seu
braço em volta da minha cintura enquanto me puxa para ele.

“Sabe”, sussurra, com seus lábios deixando uma sensação


quente persistindo bem depois que sua voz se foi, “você ficou longe
da minha boca por muito tempo.”
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Olho para ele, mantendo meus olhos fixos nos dele enquanto
meu coração bate no peito. “Eu concordo”, aceno com a cabeça,
colocando mais comida na minha boca. Seus olhos viajam por meu
corpo até que ele pula, agarra cada um dos meus joelhos e
cuidadosamente abre minhas pernas, o ar quente correndo sobre
meu clitóris coberto de renda.

“Hella! Estou comendo!” Sorrio para ele, mordendo meu pão.

Ele encolhe os ombros, virando o boné para trás e passando a


língua sobre o lábio inferior, fazendo com que suas duas covinhas se
soltem. Minha calcinha está encharcada só de vê-lo, então quando
seu dedo desliza dentro de mim e ele pressiona suavemente o polegar
contra o meu clitóris, eu jogo minha cabeça para trás e gemo um
pouco. Ele puxa meu corpo para baixo, então minhas costas batem
na areia coberta de cobertores, ele rasga minha calcinha antes que
sua boca quente cubra meu clitóris. Meus olhos se abrem para as
luzes acima de nós. Seus golpes são lentos e sensuais, como
sempre. Seu dedo desliza dentro de mim e massageia lentamente
meu ponto G enquanto sua língua segue o mesmo padrão. Meu peito
está doendo, minhas coxas estão pingando suor da vontade de
gozar. Minha mão encontra o cabelo dele e eu puxo seu rosto para
dentro de mim, pedindo-lhe que fique mais duro, e ele ri contra o
meu clitóris, as vibrações são tão boas que fazem com que um
rosnado escape da minha boca.

“Foda-me”, sussurro, e ele faz uma pausa.

“Posso machucá-la e por mais que meu pau fique duro quando
sou eu quem machuca, você não quer os pensamentos daqueles
filhos da puta correndo pela minha cabeça enquanto estou bem
fundo em você, querida. Eu posso acidentalmente quebrar seu
pescoço.”

Seus olhos brilham para mim entre as minhas coxas, a


evidência da minha excitação brilhando sobre seus lábios. Com o
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chapéu para trás e aquele sorriso no rosto presunçoso, bem como a


minha umidade na boca, meio que supera minha vontade de socá-lo
por dizer isso, então eu deito e fecho os olhos. “Continue.”

Ele ri contra minhas coxas e meus olhos se fecham


novamente. Não tenho certeza de onde minha irmã está ou o que está
acontecendo com ela, mas prometo a ela - divulgando ao universo -
que a encontrarei e não me importo com quem eu tenha que deixar
para trás para conseguir isso. Perdi meu pai, quase perdi minha mãe,
não a perderei também.

Três meses depois

“Isso é tudo!” Grito do meu apartamento em direção a Skid, que


está empilhando caixas em cima de caixas.

“Você realmente precisa de toda essa merda?” Ele pergunta de


trás de uma grande pilha enquanto caminha até porta.

Meadow ri, andando com a barriguinha aparecendo. “Sim,


precisa. Como você se sente sobre tudo isso?”

Faço uma pausa, com meu sorriso caindo por um segundo. “Eu
ficarei bem, eu acho, contanto que eu tenha você, Hella e as meninas,
ficarei bem.”

“E eu!” Garret grita da cozinha onde ele se encarregou de comer


tudo o que estava nos meus armários para não termos que embalar.

“É claro! Você não precisava estar nessa frase.”

“E o tio Brax precisava?” Pergunta ele com um sorriso.

“Sim, com certeza que sim.” Todos rimos antes que Meadow
prenda o braço dela ao redor do meu, levando-me para fora da porta.
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“Depressa, amigo!” Eu chamo Garret.

Decidi alugar meu apartamento por enquanto. Embora Hella e


eu estivéssemos muito juntos – com um colete de propriedade e tudo
mais. Coisa que não gosto, e só uso quando é absolutamente
necessário, no entanto, a maioria dos Devil’s sabem quem é o meu
dono - ainda tenho dúvidas na parte de trás da minha cabeça. Hella
sabe disso e ele trabalha duro todos os dias para esmagá-las. O
tempo cura; palavras não.

“Vai ficar tudo bem, você sabe disso, certo?” Meadow diz
enquanto Garret sai do apartamento com um bocado de Fruit Loops.

Eu bato minha cabeça em direção a ele. “Você acabou de comer


frutas secas?”

Ele mastiga rapidamente antes de engolir. “Sim. Você tem que


tentar. São incríveis.”

Balanço a cabeça. Meadow encosta a cabeça no meu ombro


enquanto caminhamos para o saguão lá embaixo. “Vai ficar tudo
bem.”
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MELISSA

“Então, você quer isto?” Jada pergunta, olhando para o papel


que ela acabou de rascunhar.

Eu tiro dela e sorrio. “Sim, é exatamente isto.” Decidi fazer uma


cruz sombreada com rosas enroladas em torno dela com as palavras
‘nem tudo está perdido' entrelaçadas nela na lateral da parte superior
da coxa. Posso não saber onde ela está agora, mas nunca vou perder
a esperança. Eu nunca vou desistir dela. Vou procurar pelo resto dos
meus dias, se for preciso.

Jada sorri, ligando a máquina de tatuagem quando ela começa


sua obra-prima. Quando termina, passa um pano molhado por cima
e aponta para o grande espelho. “Dê uma olhada.”

Movimento minhas pernas para cima para poder ver seu novo
trabalho. “Ficou melhor que no papel”, sussurro, com uma única
lágrima caindo sobre minha bochecha.

“Ei”, diz Jada, tirando suas luvas. “Vai ficar tudo bem.”

“As pessoas continuam dizendo isso, mas quando? Quando vai


ficar tudo bem? Eu não consigo imaginar que fique tudo bem até que
ela esteja em casa.”

A porta se abre e Hella entra, com as sobrancelhas cerradas.


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“Nós a encontramos.”
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MILLIE

Os solavancos pesados da estrada de cascalho me balançam no


banco traseiro do SUV escuro em que fui jogada. Meus soluços
silenciosos assolam meu corpo enquanto eu silenciosamente rezo
para que quem quer que seja essas pessoas, pelo menos me matem
rapidamente. Esfrego as lágrimas da minha bochecha inchada e olho
para todos que estão sentados atrás. O rosto de cada pessoa,
incluindo o do motorista, está coberto por uma máscara. Engulo a
bílis que sai da minha garganta e levo meus olhos para o espelho
retrovisor, onde a máscara do motorista é toda de aço com uma única
barra vermelha na testa, descendo até o queixo. Quando seus olhos
se afastam da estrada e encontram os meus no espelho retrovisor,
calafrios penetram em minhas veias. Seus olhos escuros brilham
dentro de mim. É como olhar nos olhos de um cadáver.

Meu rosto empalidece. “O que você quer comigo?”

Seus olhos voltam para o espelho retrovisor. “Você saberá o que


queremos que você saiba.”

Um dos outros homens na traseira comigo corta minha visão,


amarrando um pano ao redor dos meus olhos. Ele segura meu pulso
quando o SUV para. “Mmmm”, ele geme no meu ouvido. “Logo
quando eu pensava que você não podia ficar mais gostosa, eu
coloquei este bebê em você.” Ele puxa a venda em volta da minha
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cabeça. Sua voz é baixa, porém cheia de malícia e escorria


assassinato.

Minha mandíbula endurece, com os braços algemados nas


minhas costas. A porta da caminhonete se abre e alguém me empurra
para fora da porta. Meus soluços recomeçam quando a dor que
ganhei na minha cabeça começa a arder com fogo.

“Pare”, diz uma voz dominante. “Kurr não quer que a gente
brinque com ela. Ele quer seu brinquedo bonito.”

Mãos passam por meu braço quando a venda é arrancada dos


meus olhos.

Estreito os olhos, com o sol da manhã nascendo sobre as


árvores. O corpo que está na minha frente é enorme - a mesma
máscara que reconheço do motorista com os mesmos olhos olhando
para mim. Não sei dizer quantos anos ele tem, mas não há sinal de
envelhecimento pelo que vejo, que não é muito. Seus olhos se
estreitam em mim, os anéis escuros brilhando através de mim como
um sabre de luz negra cortando o halo da luz. Eu recuo.

“Pronta para conhecer a masmorra?” ele grunhe. Eu engulo,


afastando meus olhos do homem na minha frente. “Vamos.” Ele puxa
meu braço para me apressar.

“O que ele quer comigo? Sou apenas a irmã de uma das garotas
que estava vendo um cara no clube!”

Ele para, virando seu corpo, seu peito pressionando contra o


meu até minhas costas baterem no SUV novamente. Seus olhos se
estreitam, sua mão subindo para o meu queixo. Uma das pernas dele
fica entre as minhas, me abrindo. Seu rosto desce até minha orelha,
com o aço frio da máscara roçando minha bochecha. Fecho meus
olhos com força.

“Aqui vamos nós. Fiquei me perguntando quando os jogos


começariam”, diz o garoto que me vendou os olhos. “Primeiro, você
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não faz perguntas”, ele resmunga antes que sua outra perna fique
entre as minhas pernas, me espalhando ainda mais, seu pau duro
pressionando contra minha barriga. “E segundo? Farei o que eu
quiser com você.”

“Você é doente. Isto está te deixando...” Olho em volta


nervosamente. “Duro?”

Ele pressiona ainda mais o pau em mim, arrastando-o sobre


minha barriga. “Oh, você não tem ideia.”

Minhas sobrancelhas se unem enquanto ele continua a me


arrastar para frente. Quando levanto minha cabeça para ver o que
está na minha frente, a minha boca cai no chão. “Que merda é essa?”

Na cratera do que parece ser um antigo vulcão, está um edifício


monstruoso com outros pequenos edifícios residenciais espalhados
ao seu redor. Há homens e mulheres andando em volta. Eu engulo,
meus olhos brilhando. “O que ele vai fazer comigo?”

O homem mascarado que me tem contra a SUV se volta para


mim novamente. “Quem? Kurr?” Ele questiona, a profundidade
escura de seus olhos cintilando de excitação. Ele deixa cair o capuz
de sua cabeça. Há tatuagens que cobrem a frente do pescoço. “Ele é
a menor de suas preocupações, animalzinho.”

“Quem é a maior de todas as minhas preocupações?” Consigo


me engasgar com meu medo. Arrisco um olhar rápido para os outros
seis homens que estão atrás dele quando se vira, exibindo a parte de
trás de seu capuz que diz, em letra branca, 'No homem em que
confiamos'.

Meu sangue escorre do rosto à medida que o medo se espalha


sobre minha pele e minha respiração acelera.

Ele me olha fixamente, com seus olhos perfurando-me com


tanta intensidade, que quase me contorço. Pergunto-me como ele
será sem essa máscara.
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“Eu”, ele finalmente responde antes de pegar meu braço e me


puxar para frente. Quando ele se vira, vejo números tatuados na
parte de trás do seu pescoço, semelhantes aos de Beast e Hella. Só
que os números deste homem são '000'.

CONTINUA

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