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TEA avaliação e intervenções

Prof.ª Dra. Patrícia Martins de


Freitas
Roteiro

Definição e Diagnóstico
1
Perfil cognitivo-
2 neuropsicológico
Intervenções e Reabilitação
3
Transtorno do
Espectro Autista
Definição e Diagnóstico
Características Clínicas

Comprometimento
da interação social

Transtorno do
Tríade Dificuldade de
Espectro Autista
sintomatológica comunicação verbal
(TEA)

Padrões restritos,
repetitivos e
estereotipados de
comportamento
(APA, 2013).
Classificação
• O TEA é considerada a terceira desordem mais
comum do desenvolvimento (APA, 2013).

Autismo Grave

Autismo Moderado

Autismo Leve
A relação cérebro
e comportamento
deve ser utilizada
como um aditivo
no processo de
avaliação e
compreensão de
um determinado
Contribuições da transtorno,
comportamento.
Neuropsicologia
Transtorno do Espectro Autista

Definição e Diagnóstico
Autismo – Histórico
• O autismo foi descrito por Leo
Kanner em 1943.

• Em seu estudo foram


caracterizados os seguintes
sintomas:
– Dificuldades em estabelecer
relações sociais
– Falha no uso de linguagem
comunicativa
– Fixação por rotinas
Autismo –
Histórico
• Hans Asperger descreveu
pacientes similares aos
pacientes com autismo infantil
em 1944.

• Mais tarde crianças com


algumas variações dentro do
autismo foram descritas como
Síndrome de Asperger.
• A Psiquiatria Americana –
explicava as desordens
psiquiátricas como falha nas
relações entre pais e filhos:
1. Deficiências no pais
2. Experiências na início da
vida
Autismo – • As mães foram chamada de
“mães geladeira”
Histórico • ESSES PONTOS SÃO APENAS
HISTÓRICOS E AS EVIDÊNCIAS
CIENTÍFICAS DEMOSNTRAM
QUE ESSAS NÃO SÃO
EXPLICAÇÕES ACEITAS PARA O
TEA
Características Clínicas

Comprometimento
da interação social

Transtorno do Dificuldade de
Tríade comunicação verbal
Espectro Autista
sintomatológica
(TEA)
Padrões restritos,
repetitivos e
estereotipados de
comportamento
Classificação

Autismo Autismo
Grave Moderado

Autismo
Leve
Definição- Características

Transtornos do Espectro O TEA é considerada a


Autista: é uma desordem terceira desordem mais
do neurodesenvolvimento, comum do
que compromete os desenvolvimento (APA,
seguintes domínios: 2013).

Distúrbios de
Socialização Linguagem/comunicação,
comportamentos.
• Incidência de 1/100.
Dados Epidemiológicos
• Mais frequente em
meninos do que em
meninas, proporção
de 3:1.

• Deficiência
intelectual associado
em ¾ dos casos.

• 50 a 60% adquirem
uma linguagem ou
um começo de
linguagem.
Causalidade

• As causa etiológicas são genéticas, mas podem


ser consequência de quadro infecciosos.
• Etiologia Genética
– A herança é multifatorial
– Outras condições associadas
– Rubéola congênita
– Esclerose tuberosa
– Neurofibomatose
– X-frágil
– Fenilcetonúria não tratada
Clínico: observações e
história clínica

Avaliação
Diagnóstico
Neuropsicológica: avaliar
o perfil cognitivo
Instrumentos Específicos:
escalas de triagem do
sintomas de TEA
M-chat (Losapio, & Pondé, 2008).

CARS (Pereira, Riesgo, & Wagner,


2008).
Escalas de
Rastreio ATA (Assumpção Júnior, Gonçalves, et
al 2008).
dos
Sintomas PRO-TEA (Marques & Bosa, 2015).

ADOS (Lord, et at, 1999)

ADIR ( Rutter, LeCouteur, Lord 1994)


• As escalas de avaliação permitem mensurar as condutas
apresentadas pelas crianças com TEA, de maneira a se estabelecer
um diagnóstico de maior confiabilidade;

• Essas escalas permitem quantificar o efeito de condutas terapêuticas


tanto medicamentosas, quanto não medicamentosas;

• E também auxiliam na troca de informações entre centros de


pesquisas, de diferentes localidades.

(Pereira, 2007)
Escala de Comportamento Atípico - ABC

• ABC: é um questionário constituído por 58 itens, elaborado para


avaliação e identificação de comportamentos que indiquem a presença
de autismo e retardo mental. O resultado médio dos estudos de
validação do instrumento é 68 pontos ou mais para indicação de
autismo.

• Pontuação entre 67 e 54 pontos, há moderada probabilidade de


classificação e entre 53 a 47 pontos, a probabilidade é baixa.
(Santos, 2012)
Escala de Traços Autísticos
- ATA
• ATA: é uma escala composta por 23
sub-escalas, cada uma das quais
dividida em diferentes itens, que pode
ser aplicada em crianças acima de 2
Ponto de 15 anos. Em cada aspecto avaliado, a
Corte pontos pontuação varia de 0 a 2.

• Obs: O item 23 da ATA deve ser


respondido com sim ou não.

(Assumpção e cols., 1999)


Escala de Avaliação de Autismo Infantil -
CARS

• CARS: A escala avalia o comportamento em 14 domínios que


geralmente estão afetados no autismo, mais uma categoria de
impressão geral do autismo. Os escores de cada domínio variam de 1
(dentro dos limites da normalidade) a 4 (sintomas autistas graves).

(Pereira, 2007)
• A pontuação varia de 15 a 60 e o ponto de corte para o autismo é 30
e escores entre 30 e 36 indicam sintomas leves a moderados e acima
de 37, graves.

• A CARS é uma das escalas de avaliação mais usada. Fornece


informações sobre o comportamento das crianças bem como a
gravidade dos sintomas.

(Pereira, 2007)
Questionário de Avaliação de Autismo (ASQ)

• ASQ: é um questionário auto-aplicavel, preenchido pelos pais ou


responsáveis pelo paciente. É dividido em 40 questões que
percorrem todo o desenvolvimento e hábitos de vida do paciente
desde a infância, até os dias atuais, engloba os três domínios básicos
de prejuízo do Autismo: sociabilidade, linguagem e comportamento.

• As respostas são de “sim”(1) ou “não” (0) contando com pontuações


totais para o status final do questionário.

• Pontuação acima de 15 é indicativo da presença de autismo.


(Sato, 2008)
Escala de Rastreamento do Autismo Modificada -M-CHAT

• M-CHAT: é um instrumento de rastreamento precoce de autismo,


que visa identificar indícios desse transtorno em crianças entre 18 e
24 meses.

• Essa escala é uma extensão da CHAT, consistindo em 23 questões do


tipo sim/não, que deve ser autopreenchida por pais de crianças de 18 a
24 meses de idade. . Resultados superiores a “3” (falha em 3 itens no
total) ou em “2” dos itens considerados críticos (2,7,9,13,14,15), após
confirmação, justificam uma avaliação formal.

(Losápio e Pondé, 2008)


Como montar uma sessão de observação

• Observação direta da criança em interação com um adulto.

• Requer um conjunto de brinquedos de baixo custo e fácil reposição.

• Deve-se contemplar a tríade sintomatológica:


• Déficits clinicamente significativos e persistentes nas interações sociais;
• Déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas para interação social;
• Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.

• Atentar-se à frequência, intensidade e peculiaridades dos sintomas.

Marques (2010)
O QUE OBSERVAR: INTERAÇÃO SOCIAL, LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

Saudação/Despedida
• Observar a presença ou ausência de gestes e/ou verbalizaçãos para cumprimentar ou
despedir-se do examinador.
• Se o comportamento se manifestar, observar se foi espontâneo ou se ocorreu após
solicitação dos pais e, ainda, se o gesto ou verbalização foi coordenado com o olhar.

Atenção Compartilhada
• Observar se a criança tenta dirigir a atenção do examinador para brinquedos/eventos de
interesse dela própria, de forma espontânea, por meio de gestos ou verbalizações.
• Considerar se o comportamento ocorreu em coordenação com o olhar.
• Não incluir gestos/falas para pedir ajuda.
Busca de Assistência
• Deve-se considerar se a criança utiliza gestos ou falas com a finalidade de buscar assistência; observar se o
pedido é coordenado com o olhar.

Responsividade Social
• Observar a aceitação/receptividade por parte da criança das iniciativas do examinador para engajá-la em
brincadeiras, bem como a frequência em que o comportamento aparece.

Imitação
• Observar se a criança copia os gestos ou atividades iniciadas pelo examinador e em que frequência ocorre.

Sorriso
• Observar se a criança apresenta sorriso dirigido ao adulto e com motivo aparente, se a direção do sorriso é difusa
e sem motivo identificável ou se não sorri.
• Considerar se o sorriso é acompanhado pelo olhar e adequado contexto social.
Expressões Afetivas
• Observar a gama de expressões faciais afetivas (ex: alegria, tristeza, frustração, acanhamento, surpresa, medo)
manifestadas pela criança durante a avaliação.
• Considerar se as expressões foram demonstradas nos episódios em que seriam esperadas ou se estavam
desorganizadas.
• Verificar se a criança consegue reconhecer expressões afetivas em outras pessoas.

Reação à Imagem no Espelho


• Observar se a criança reconhece a própria imagem no espelho.
• Para crianças que não se expressão oralmente, pode ser feita uma mancha em seu nariz para, em seguida, ser
colocada em frente ao espelho.

Comportamentos de Apego
• Observar os comportamentos de busca de contato e proximidades com outras pessoas, especialmente os pais, em
momentos de medo, fadiga ou durante a exploração de um ambiente estranho.
• Observar a reação da criança quando for separada dos pais e/ou responsáveis e também sua reação no reencontro
com eles.
Prosódia
• Observar se há entonação apropriada e variada (ex: mudança quando está imitando personagens ou
fazendo perguntas) e intensidade adequada.
• Verificar se há problemas na entonação: ocorrência de fala monótona, com alterações na
intensidade (muito forte, muito fraca).

Ecolalia/Rituais Verbais
• Observar se há repetições orais, aparentemente sem função, do que o adulto acabou de falar ou de
trechos de desenhos animais (ecolalia imediata ou tardia).
• Observar se há insistência para que o adulto fale algo repetidamente (ritual verbal).
• Observar a frequência desses comportamentos.

Pragmática
• Observar a linguagem pragmática e as habilidades de conversação da criança, considerando a
capacidade de ser breve, claro e de comunicar as sentenças em ordem.
O QUE OBSERVAR: COMPORTAMENTOS
ESTEREOTIPADOS, REPETITIVOS E AUTOLESIVOS.

Movimento Repetitivos das Mãos


• Observar a presença ou ausência de movimentos repetitivos
manuais.
• Quando presentes, observar se são ocasionais ou frequentes e,
ainda, a reação da criança perante a tentativa de interrupção
pelo examinador.

Movimentos Repetitivos do Corpo


• Considerar se tais comportamentos estão presentes ou
ausentes.
• Quando presentes, observar se são ocasionais ou frequentes e,
ainda, a reação da criança perante a tentativa de interrupção
pelo examinador.

Autolesão
• Observar a ocorrência e a frequência de comportamentos
potencialmente lesivos direcionados a si.
O QUE OBSERVAR: RELAÇÃO COM OS OBJETOS E BRINCADEIRAS

Manipulação/Exploração
• Observar a gama de objetos manipulados/explorados pela criança.

Formas de Exploração
• Observar se a exploração dos objetos pela criança é considera típica, conforme o esperado para a
idade, ou se realizada de forma estereotipada (ex: interesse pelo movimentos do objetos, por partes
e não pelo objeto inteiro; atividade repetitiva – alinhar, gira objeto, enfileirar, sem função
aparente).

Brincadeira Funcional
• Observar se a manipulação dos brinquedos se deu não apenas para fins exploratórios, mas de
acordo com suas funções.
• Observar a frequência da brincadeira funcional.
Brincadeira Simbólica
• Observar se um objeito foi utilizado para representar outro, ou ainda, se a criança
representou papéis ou situações.
• Se ocorrer, observar se a brincadeira simbólica aparece restrita às atividades estereotipadas
e repetitivas.
• Atentar-se à presença de um sequência estruturada de tópicos ou se os episódios aparecem
sem conexão.

Atividade Gráfica
• Deve ser avaliado o registro gráfico da criança utilizando os materiais disponíveis.
• Podem ser realizadas representações de figuras geométicas, pessoas, animais, objetos ou de
objetos sem forma definida.
• Considerar se criança não desenha, mesmo após tentativas do adulto.
• Avaliar a qualidade da atividade gráfica: representação foi espontânea ou estereotipada?
Perfil Neuropsicológico
• O perfil neuropsicológico do TEA: Inteligência e
Linguagem.

Criança com TEA,


Criança com TEA,
inteligência normal e
inteligência normal,
comunicação
pouca comunicação
preservada

Criança com TEA, Criança com TEA,


Deficiência Deficiência
intelectual moderada, intelectual, sem
pouca comunicação linguagem
Funcionamento Cognitivo

déficits de déficits de
teoria da funções
mente executivas.
Jones, C. R., et al (2018). The
Colombi, C., & Ghaziuddin, M. (2017).
association between theory of mind,
Neuropsychological characteristics of children
executive function, and the symptoms
with mixed autism and ADHD. Autism research
of autism spectrum disorder. Autism
and treatment, 2017.
Research, 11(1), 95-109.
A parte pré-frontal organiza as
informações
emotivas, mneumônicas e da
atenção, oriundas do sistema
límbico ou do cerebelo, além das
sensoriais.

Essa região é responsável pela


capacidade de planejamento e
desenvolvimento de estratégias para
atingir metas, o que requer
flexibilidade de comportamento,
integração de detalhes num todo
coerente e o manejo de múltiplas
fontes de informação, coordenados
com o uso de conhecimento
adquirido.
A relação cérebro
e comportamento
deve ser utilizada
como um aditivo
no processo de
avaliação e
compreensão de
um determinado
Contribuições da transtorno,
comportamento.
Neuropsicologia
Avaliação da inteligência em crianças com
TEA
Grupo Neurônia - UFBA

Dra. Patrícia Martins de Freitas


IMS-UFBA
Inteligência - TEA
FALHAS NO PROCEDIMENTO DIAGNÓSTICO
• Os critérios diagnóstico não consideram
diretamente os aspectos cognitivos.

• Os principais instrumentos desenvolvidos para o


diagnóstico do autismo não abordam diretamente
a inteligência.

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA
Contexto atual - TEA
• Para que e como avaliar inteligência ?

• Inclusão escolar
• Prognóstico.

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA
INTELIGÊNCIA - APRENDIZAGEM

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA

Cognição

• A expressão cognitiva de indivíduos com TEA é


compreendida como potencial cognitivo ou
ilhas de funcionamento?
(Loucas, et al. 2011; Morsanyi, Holyoak 2010)

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA
Hipótese de subestimação
• O melhor desempenho nas MPR (Raven) sugere que uma
avaliação não verbal possa ser a forma mais indicada para
avaliar o potencial cognitivo no autismo.

(Dawson, Soulie`res I, Gernsbacher, Mottron 2007; Soulie` res,


Dawson, Gernsbacher, Mottron, 2011).

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Inteligência - TEA

Variabilidade do Fenótipo cognitivo

• A alta variabilidade caracteriza o funcionamento cognitivo


no TEA (Charman, et al 2011; Rommelse, et al 2011,
Sinzing, et al 2008).

• Como avaliar e quais os déficits ou potenciais que


descrevem melhor sobre o perfil cognitivo do autismo
(Dawson, Munson et al, 2010; Charman, 2011).
Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas
Inteligência- TEA
Inteligência
Modelo Catell-Horn-Carroll

Este modelo consiste numa visão multidimensional


com dez fatores ligados a áreas amplas do
funcionamento cognitivo (Carroll, 1997).

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


G é suficiente
para predizer a
capacidade de
aprendizagem no
TEA

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Inteligência - TEA

Dez fatores amplos do Segundo Estrato


 Inteligência Fluída
 Inteligência Cristalizada
 Conhecimento quantitativo
 Leitura e escrita
 Processamento visual
 Processamento Auditivo
 Memória de curto prazo
 Capacidade de armazenamento da memória de longo prazo.
 Velocidade de processamento
 Rapidez de decisão

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Dimensões do modelo CHC e Avaliação Neuropsicológica

As dimensões do segundo nível do modelo


Catell-Horn-Carroll permitem uma avaliação
mais detalhada das funções cognitivas.
Inteligência - TEA

• Testes de inteligência: Os itens ou provas são


representantes do potencial do individuo.

• Quais seriam os itens para representar a


inteligência de uma crianças com autismo?

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência- TEA

Alguns estudo consideram a preservação da


inteligência não verbal e que a prevalência de
retardo mental no autismo é superestimada pelo
uso de instrumentos de avaliação focado nos
componentes verbais (Dawson, et al 2007; Jorge
2000).

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


• Os resultados no
sub-testes do WISC
III demonstram que
existem diferenças
no desempenho
entre tarefas
verbais e não-
verbais.

(Dawson, et al 2007)
Inteligência - TEA
Comparação do Raven e escalas Wechsler em
crianças e adultos com autismo.

• Nas Crianças com autismo:


• QI verbal percentil 26 (dp=30,17)
• QI desempenho percentil 31 (dp 27,47)
• QI total percentil 26 (dp=26,58)

• Raven Percentil 56 (dp= 35,11)


(Dawson, et al 2007)
Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas
Inteligência - TEA

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


(Dawson, et al 2007)
Inteligência - TEA

• O’Kelley e Mussey (2009) perfil da inteligência no


autismo: abaixo da média para os padrões do WISC,
mas na média ou acima dela em testes não-verbais
que requisitem sequência visual e habilidades de
percepção de padrões.

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Inteligência - TEA

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


• Médias mais baixas no desempenho das crianças com
TEA na Escala Wechsler de inteligência IV (WISC-IV) do
que na Differential Ability Scales (DAS-II). Resultado
encontrado para 74% da amostra.

• Ambos os instrumentos demonstram correlação


positiva entre o desempenho e o funcionamento
adaptativo.
Inteligência - TEA
O que explica as divergências
encontradas na avaliação da
inteligência no TEA
• Os testes utilizados foram elaborados a partir de
modelos teóricos sobre a inteligência.
• A maioria dos instrumentos não busca estabelecer
padrões de aplicação ou normas comparativas para
o perfil cognitivo de crianças com autismo.
Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas
Considerações finais

• A revisão mostrou que existe uma variedade muito


grande de instrumento utilizados para avaliação da
inteligência em crianças com autismo porém com
limitações sobre as dimensões e a falta de
especificidade na avaliação do TEA.

• Os resultados dos estudo sobre inteligência no TEA


demonstram que é preciso cautela na escolha dos
instrumentos.
Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas
Considerações finais
• O MPR mostra melhores resultados para a avaliação geral do
perfil cognitivo do TEA.

• Carência de instrumentos para a avaliação das dimensões do


modelo CHC.

• Avaliações de funções cognitivas com a finalidade da


correlação estrutura-função.

Grupo Neurônia – IMS/UFBA – Dra. Patrícia Martins de Freitas


Intervenções para o
Autismo: Prática Clínica e
Educacional

Prof.ª Dra. Patrícia Martins de Freitas


Manejo comportamental

ABA

Denver

Roteiro Treino cognitivo

Neurofeedback

Adaptação curricular

O que é?
Caraterísticas Clínicas

Linguagem/
comunicação

Déficit de
Habilidades Comportamentos
Sociais

TEA
Memória
de
Trabalho

Flexibilidade
Alterações Planejamento
Congitiva
cognitivas TEA
Controle
Atenção
inibitório
Reabilitação Neuropsicológica

O desenvolvimento ou a
recuperação de funções
cognitivas é um dos
principais objetivos da
reabilitação (Wilson , 2009).
Manejo Comportemental

RETIRAR COMPORTAMENTOS INSERIR COMPORTAMENTOS


DISFUCIONAIS FUNCIONAIS
ABA

É uma Técnicas
intervenção? comportamentais
Aplicação da ABA

Análise
Funcional

Antecedentes Respostas Consequência


Modificar as consequências

Reforçadoras: Consequencias que


aumental a frequencia do
comportamento

Punição: Diminui a frequência do


comportamento
Reforçadores
• Aplicados de forma adequada contribuem
para o desenvolvimento da linguagem oral

• Programa de paremento simples entre


estimulo pictorial e verbal a partir da
modelagem
Modelagem

Dar
consequências
Fracionar o
reforçadoras As respostas
comportamen
para as que
to algo a partir
respostas que indesejadas
do que a
se aproximam devem ser
crianças já
do ignoradas
consegue fazer
comportamen
to alvo
Modelagem

Reforço

• Aumenta a frequência das respostas


desejadas

Extinção

• Diminui a frequência das respostas


indesejadas
• O principio das técnicas comportamentais
é a aprendizagem por modelagem. Assim,
Comportamentais o comportamento alvo deve ser dividido e
a cada resposta que a criança dá e se
aproxima do comportamento desejado
ela recebe recompensas (elogios ou
prêmios). As respostas inadequadas
devem ser ignoradas.
Técnicas
Modelação Uso do modelo para
que a criança observe
o comportamento alvo

Figuras

Vídeos

Outras
crianças
Técnicas Comportamentais
Os resultados alcançados pelas aplicação das técnicas
comportamentais é um dos principais motivos para sua
utilização.

Outra importante vantagem é que os resultados são muito


positivos com crianças de diferentes níveis cognitivos, não sendo
necessário um perfil cognitivo específico.

Aliado ao treino realizado no contexto clínico a família deve ser


orientada para executar o treino no ambiente doméstico. Isso
torna ainda mais importante que o pais seja orientados dentro de
um programa como o Treinamento de Pais, que instrumentaliza
os pais para o manejo positivo do comportamento.
Treinamento de Pais

Principios da ABA

Mudança no foco da atenção

Passo-a-passo

Pais seguros e independentes

Pais mais engajados no processo de deenvolvimento


Intervenção precoce

Aplicada no contexto natural

Fundamentada nos principios da ABA

Mecanismo motivacionais
Método
Denver Reforçadores naturais

Foco no desenvolvimento de imitação

Interações social

Comunicação verbal
Um do programas
utilizados para o
treino cognitivo é o
“Pare e Pense”,
apresentado que tem
como objetivo
melhorar a
capacidade da
criança de variar as
resposta e planejar
melhor a resolução
de problemas.
Treino Cognitivo
Treino de Funções
Executivas

Resolução de problemas
e aumento da
socialização
Treino da Teoria
da Mente
• Foco a leitura e expressão
de emoções básicas.

• Cartões, figuras, fotos,


representação facial do
terapeuta são utilizadas
como estímulos em
programas que treinam a
discriminação e
nomeação de emoções
Neurofeedback
Treinos de curta duração

Não tem os efeitos colaterais presentes


Vantagens nos psicofármacos

Maior estabilidade e manutenção dos


ganhos obtidos durante o tratamento
(Kober et al., 2017).
Evidências de TDAH (Arns et al., 2014)
efeitos clínicos
AVE (Kober, Witte, et al., 2015)

Epilepsias (Demos, 2018)

TEA (Kouijzer, van Schie, de Moor, Gerrits,


& Buitelaar, 2010)

Transtornos da Aprendizagem (Surmeli &


Ertem, 2010)
• espectroscopia de luz
Equipamentos próximo ao infravermelho
(NIRS)
• ressonância nuclear
magnética funcional (fMRI)
• eletroencefalograma (EEG)
EGG e
Neurofeedback
Paradigma

Estas flutuações de tensão são


Por meio de EEG padrões
muito pequenas (faixa de μV),
elétricos de flutuações da
de modo que é necessário um
tensão do cérebro são
amplificador particularmente
medidos na superfície do
sensível para que o registro
crânio.
seja feito.
Neurofeedback (NF) é um treino de auto regulação
da atividade cerebral que ensina o indivíduo adaptar
seu padrão neurofisiológico para o equivalente ao de
indivíduos com desenvolvimento típico, resultando
subsequentemente na redução de sintomas e com
melhora do desempenho cognitivo.
Definição
A auto regulação é realizada através de um processo
de aprendizagem operante em tempo real (real-time)
e usando procedimentos audiovisuais para a
representação eletroencefalográfica (Vernon et al.,
2003).
Montagem do EGG
Mecanismos
Sinaptícos
Atividade cerebral elétrica é baseada em processos
eletroquímicos no neurônio e nas sinapses.

O alinhamento vertical dos módulos corticais leva à uma


distribuição de energia para as células - faz com que seja
registrável remotamente potenciais de campo.

O EEG mensurável do couro cabeludo baseia-se


principalmente Potencial pós-sináptico excitatório
(EPSPs) para o dendritos piramidais.
Padrões de ondas
• As ondas são ajustadas para que ocorra
sincronização a partir da ocilação
desencadeada por um estímulo. O ajuste de
ondas é interpretado como um sinal de
integração encefálica durante muitos
processos tais como
aprendizado, memória e percepção e
envolve conexões nervosas recíprocas.
As respostas bem-sucedidas são
imediatamente recompensadas ​por um som,
face de sorriso (emotions), ou pontos que
podem ser obtidos (Arns et al., 2014).
Ritmo Sensório Motor (RSM)
Esse ritmo no EEG está associado com a redução do fluxo de atividade
somatosensorial através do aumento do RSM, provocando uma inibição
interna que melhora o desempenho cognitivo (Sterman, 1996, 2000).

Kober, Witte, Stangl, Väljamäe, Neuper, & Wood, (2015) mostraram que o
treino de NF baseado no RSM leva a redução da interferência sensório
motora, podendo melhorar o desempenho cognitivo de pessoas
saudáveis.

O efeito do RSM em participantes saudáveis utilizou diferentes protocolos


de NF, demonstrando melhores resultados em tarefas de atenção e
memória de trabalho semântica para o grupo que treinou o RSM (Vernon,
et al. 2003)
• Friedrich, Sivanathan, Lim,
Suttie, Louchart, Pillen,
Pineda, 2015)
RSM no TEA demonstrando a redução
dos problemas de
comportamento e aumento
da socialização para
crianças com TEA após 16
sessões de treinamento.

• Mudança no padrão
eletrofisiológico para o
padrão equivalente ao de
crianças com
desenvolvimento típico
(Pineda, Carrasco, Datko,
Pillen Schalles, 2018).

• Redução de 40% dos


sintomas do TEA em um
programa constituído de 36
sessões (Fauzan &
Mahayuddin, 2014).
RSM no TEA

Kouijzer et al. (2010


treinamento do RSM pode ser
resultados foram verificados
eficaz na produção de
através do melhor
mudanças no EEG e no
desempenho em medidas de
desempenho da atenção e
funções executivas e
atenuação de comportamento
comportamento social,
típicos do TEA, mas não afeta
comunicação em relação aos
o comportamento de imitação
controles que estavam na
(Pineda et al., 2008).
lista de espera.
Limitações
• Perfil dos participantes de todos os estudos foi
caracterizado como autismo de alto funcionamento que
é compatível com o TEA em grau leve.

• Outra limitação importante está na apenas na


comparação com grupo controle sem ausência do teste
de placebo com feedback falso.

• O NF ainda está em estudo e os protocolos precisam


de normativas caracterizando a faixa etária, as
condições clínicas, o protocolo de treinamento e o tipo
de efeito esperado.

• Essas limitações não significam que os achados sobre


a eficácia do NF sejam inválidos, mas tornam
imprescindível que os profissionais sejam mais
cautelosos ao adotar o procedimento.
Adaptação curricular

programas
individualizados com
currículo individualizado uso de instruções
e de orientações diretivas devem estar
diretivas. fundamentados em
técnicas
comportamentais de
aprendizagem
Técnicas Comportamentais

• As crianças autistas são mais responsivas às


situações dirigidas e também respondem mais
consistentemente aos estímulos visuais que aos
estímulos auditivos.

• A ABA é uma das principais estratégias de ensino


eficazes até para os casos mais desafiadores.

• As intervenções devem envolver o ensino


intensivo e individualizado das habilidades
necessárias para que o indivíduo possa adquirir
independência e a melhor qualidade de vida
possível.
Conclusão
• ABA, DENVER e NF são
intervenções que
contribuem com os
ganhos funcionais.
Evidências são
consisitentes com
resudção dos sintomas
e melhor adaptação
da crianças
Obrigada !!!

pmfrei@gmail.com
Transtorno do
Espectro Autista
• Educação
• Reabilitação
Aplicar estratégias para
adaptação do currículo
escolar aumenta as
chances de efetividade
da inclusão escolar.
Adaptação
curricular O efeito da inserção da
criança com TEA no
contexto da educação
brasileira muitas vezes
abaixo do esperado
Educação Inclusiva

Todos os alunos desenvolverem habilidades e


competências necessárias no âmbito educacional.

Fortalecer e ampliar suas potencialidades, permitindo


a amplificação de conhecimentos prévios e a
possibilidade de se adquirir novos saberes.
Neurociências e Educação

O processo da aprendizagem
corresponde a uma série de
mecanismos neurofisiológicos, que
englobam:
• Formação de novas conexões sinápticas
• Crescimento de espinhas dendríticas
• Aumento ou diminuição de
neurotransmissores

Aprendizagem é, portanto, a
construção, manutenção e renovação
de uma rede neural.
Educação e TEA
crianças com TEA precisa de uma currículo
individualizado e de orientações diretivas.

Estar no ambiente de salas de aula regulares pode ser


perturbador, muitos estímulos auditivos e visuais. Isso
podem dificultar a aprendizagem da criança.

Os programas individualizados com uso de instruções


diretivas devem estar fundamentados em técnicas
comportamentais de aprendizagem.
(Lynch & Irvine 2009).
Técnicas Comportamentais

ABA DENVER
Escore do QI

Comunicação e interação

Linguagem
Linguagem
Congição
Reduzir os comportamentos
inadequados e para o treino de
habilidades funcionais inclusive
habilidades escolares

Técnicas
Comportamentais Comportamento
desadapatativos: Agressividade,
autolesão, autoestimulação.
Esses precisam ser reduzidos ou
eliminados, pois podem agravar
ainda mais o isolamento social.
Técnicas Comportamentais

Modelagem

Modelação

Equivalência de estímulos
Treino Cognitivo

Pare e Pense Leitura dos Estados


Emocionais

Fisher, N., & Happé, F. (2005).


Isbell, J. S., & Jolivette, K. A training study of theory of
(2011). Stop, think, proceed: mind and executive function
Solving problems in the real in children with autistic
world. Intervention in school spectrum disorders. Journal of
and clinic, 47(1), 31-38. autism and developmental
disorders, 35(6), 757.
Obrigada !!!

pmfrei@gmail.com

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