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Material: Prova Objetiva Comentada (conforme gabarito preliminar)
1
Tudo preparado dentro do prazo recursal pela Equipe Mege em total compromisso com o(a)
concurseiro(a).
OBSERVAÇÕES INICIAIS
Aos alunos da turma de reta final MPPA 2022, pedimos que não deixem de reler
os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será
importante nos próximos desafios (e também para 2ª fase do concurso, aos que
prosseguirão). Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos
decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo
em menor prazo. Os feedbacks recebidos pós-prova comprovam que novamente
teremos uma invasão megeana, com muitos alunos em sua primeira oportunidade em
2ª fase.
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube do MP (turma 2023.1). Nossa turma mais completa para
quem se prepara para MP (inclusive assinante premium ganha acesso a todas as retas
finais de MP que atuamos.
Se você presta concursos de MP em outros estados, o Clube do MP conta com
tudo que você precisa para preparação em todas as fases do concurso. Desde o estudo
da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma personalizada e até
mesmo a opção de acompanhamento personalizado.
Vale a pena conferir!
CLUBE DO MP 2023.1
https://clube.mege.com.br/clube-do-mp-2023/
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do MPPA.
Seguiremos firmes e com trabalho realmente específico também na 2ª fase.
Bons estudos.
Arnaldo Bruno Oliveira2
2
@prof.arnaldobruno
SUMÁRIO
(A) Não é legítimo que a Receita Federal do Brasil (RFB), sem prévia autorização judicial,
compartilhe com os órgãos de persecução penal procedimento fiscalizatório por ela
realizado para apuração de débito tributário com o Ministério Público, para fins
criminais.
(B) O Ministério Público pode fazer a requisição direta à RFB de dados fiscais, para fins
criminais.
(D) São ilícitas, por violação ao sigilo de dados bancários, as provas resultantes do
compartilhamento com o Ministério Público de dados de movimentações financeiras da
própria instituição bancária realizadas por funcionário acusado de gestão fraudulenta.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários,
em razão do compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria
instituição bancária ao Ministério Público.
(B) INCORRETA. Os Tribunais Superiores já pacificaram que não há esse poder direto de
requisição do MP aos órgãos fiscais.
(C) INCORRETA. É ilegal a utilização, por parte do Ministério Público, de peça sigilosa
obtida em procedimento em curso no Supremo Tribunal Federal para abertura de
procedimento investigatório criminal autônomo com objetivo de apuração dos mesmos
fatos já investigados naquela Corte.
(D) INCORRETA. Mesmo julgado já apresentado: STJ. 6ª Turma. RHC 147307-PE, Rel.
Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado em
29/03/2022 (Info 731).
(E) CORRETA. Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério
Público de informações bancárias de titularidade de Prefeitura para fins de apurar
supostos crimes praticados por agentes públicos contra a Administração Pública. É lícita
a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade
da Prefeitura, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em
quebra ilegal de sigilo bancário. O sigilo de informações necessário à preservação da
intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade em conhecer o destino dos
recursos públicos. Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais
envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios
(art. 129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos aos
recursos movimentados a partir de contracorrente de titularidade da Prefeitura. Essa
requisição compreende, por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias
sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e objetiva garantir o acesso ao real
destino desses recursos públicos. STJ. 5ª Turma. HC 308493-CE, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015 (Info 572). STF. 2ª Turma.RHC 133118/CE,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/9/2017 (Info 879).
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A CPI não tem poder de julgar, nem tem competência para punir
investigados. Não processa ou julga, mas investiga fatos determinados. Não pode, por
exemplo, determinar medidas cautelares, como prisões provisórias, indisponibilidade
de bens, arresto e sequestro. Também não pode expedir mandado de busca e apreensão
em domicílios; apreender passaporte; determinar a interceptação telefônica (escuta
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ou grampo), medidas que dependem de decisão judicial.
(B) INCORRETA. A CPI não tem poder de julgar, nem tem competência para punir
investigados. Não processa ou julga, mas investiga fatos determinados. Não pode, por
exemplo, determinar medidas cautelares, como prisões provisórias, indisponibilidade
de bens, arresto e sequestro. Também não pode expedir mandado de busca e apreensão
em domicílios; apreender passaporte; determinar a interceptação telefônica (escuta
ou grampo), medidas que dependem de decisão judicial.
(C) INCORRETA. A CPI não tem poder de julgar, nem tem competência para punir
investigados. Não processa ou julga, mas investiga fatos determinados. Não pode, por
exemplo, determinar medidas cautelares, como prisões provisórias, indisponibilidade
de bens, arresto e sequestro. Também não pode expedir mandado de busca e apreensão
em domicílios; apreender passaporte; determinar a interceptação telefônica (escuta
ou grampo), medidas que dependem de decisão judicial.
(A) INCORRETA. Se ficar constatado que o conteúdo foi repetido em outro diploma não
há a perda do objeto da ADI.
(B) INCORRETA. A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está
em curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma
lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
(C) CORRETA. 1. A jurisprudência do STF é firme no sentido de que a intercorrência de
revogação da norma impugnada gera a prejudicialidade da ação direta de
inconstitucionalidade, em decorrência da perda superveniente do objeto. Precedentes.
2. Exceção à referida diretriz jurisprudencial diante dos casos de eventual fraude
processual, ou seja, quando a revogação dos atos normativos visa burlar a jurisdição
constitucional da Corte, ocasião em que o julgamento final da ação não fica prejudicado.
Hipótese não verificada no presente caso concreto. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento.
(STF; ADI-AgR 4.939; SP; Tribunal Pleno; Rel. Min. Edson Fachin; Julg. 23/08/2019; DJE
09/09/2019; Pág. 20)
(D) INCORRETA. O que acontece se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do
julgamento da ação? Neste caso, o autor da ADI deverá aditar a petição inicial
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demonstrando que a nova redação do dispositivo impugnado apresenta o mesmo vício
de inconstitucionalidade que existia na redação original. A revogação, ou substancial
alteração, do complexo normativo impõe ao autor o ônus de apresentar eventual
pedido de aditamento, caso considere subsistir a inconstitucionalidade na norma que
promoveu a alteração ou revogação. Se o autor não fizer isso, o STF não irá conhecer da
ADI, julgando prejudicado o pedido em razão da perda superveniente do objeto. STF.
Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890).
(E) INCORRETA. 1. O Supremo Tribunal Federal definiu interpretação jurídica no sentido
de que apenas a modificação substancial, promovida durante o procedimento de
deliberação e decisão legislativa de conversão de espécies normativas, configura
situação de prejudicialidade superveniente da ação a acarretar, por conseguinte, a
extinção do processo sem resolução do mérito. Ademais, faz-se imprescindível o
aditamento da petição inicial para a convalidação da irregularidade processual. Desse
modo, a hipótese de mera conversão legislativa da medida provisória não é argumento
suficiente para justificar prejudicialidade processual superveniente. 2. Medida
provisória não revoga lei anterior, mas apenas suspende seus efeitos no ordenamento
jurídico, em face do seu caráter transitório e precário. Assim, aprovada a medida
provisória pela Câmara e pelo Senado, surge nova lei, a qual terá o efeito de revogar lei
antecedente. Todavia, caso a medida provisória seja rejeitada (expressa ou
tacitamente), a lei primeira vigente no ordenamento, e que estava suspensa, volta a ter
eficácia. 3. Conversão do exame da medida cautelar em julgamento do mérito da
demanda. 4. O argumento de desvio de finalidade para justificar o vício de
inconstitucionalidade de medida provisória, em razão da provável direção de cargo
específico para pessoa determinada não tem pertinência e validade jurídica, porquanto,
na espécie, se trata de ato normativo geral e abstrato, que estabeleceu uma
reestruturação genérica da Administração Pública. (STF - ADI: 5709 DF 0005761-
30.2017.1.00.0000, Relator: ROSA WEBER, Data de Julgamento: 27/03/2019, Tribunal
Pleno, Data de Publicação: 28/06/2019)
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da Lei estadual
5.751/1998, do Espírito Santo, que define o estado como responsável por danos físicos
e psicológicos causados a pessoas presas no período da ditadura militar e estabelece
regras para que sejam indenizadas. Na sessão virtual finalizada em 3/11, a Corte, por
maioria de votos, julgou improcedente pedido feito pelo governo local na Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADI) 3738. A norma estabelece que o estado deve indenizar
as pessoas detidas por motivos políticos, legal ou ilegalmente, entre 2/9/1961 e
15/8/1979. Prevê, ainda, a criação de uma comissão especial para avaliar os pedidos de
indenização e de pensão especial e fixar o valor a ser recebido. Na ADI, o governo
estadual alegava a que a lei, de iniciativa parlamentar, seria incompatível com a regras
constitucionais que definem a competência privativa do chefe do Poder Executivo para
propor projetos de lei que acarretem a criação ou o aumento de despesa e a criação de
órgão público. Apontou, ainda, que a regra segundo a qual eventual indenização pela
União, com base em iguais motivos, não afasta o pagamento pelo estado, ofenderia os
princípios da moralidade e da razoabilidade, pois configuraria enriquecimento sem
causa do particular, em detrimento do patrimônio público.
(B) CORRETA. A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e
seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a
liberdade de expressão. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o
ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893).
(C) INCORRETA. Proibição de fixação de piso salarial em múltiplos do salário-mínimo
quando implique em reajustes automáticos.
Com efeito, o Tribunal de origem entendeu que a Orientação Jurisprudencial 71 da SbDI-
2 do TST, que autoriza a aplicação da Lei 4.950-A/1966, que fixa o salário-mínimo
profissional de engenheiros e outras categorias afins em múltiplos do salário-mínimo,
não ofende a Súmula Vinculante 4 (...). A proibição de indexação ao salário-mínimo
abrange os casos em que o aumento do valor do salário-mínimo sempre implicar em
reajuste automático da base de cálculo em questão. Portanto, não há vedação para a
fixação de piso salarial em múltiplos do salário-mínimo, desde que inexistam reajustes
automáticos. Dessa forma, verifica-se que o acórdão recorrido, ao aplicar a OJ 71, da
SBDI-2 do TST, não afrontou a Súmula Vinculante 4, nem a ADPF 53 MC. [ARE 922.319
AgR, rel. min. Edson Fachin, 2ª T, j. 20-4-2017, DJE 89 de 2-5-2017.]
(D) INCORRETA. “O ressarcimento de serviços de saúde prestados por unidade privada
em favor de paciente do Sistema Único de Saúde, em cumprimento de ordem judicial,
deve utilizar como critério o mesmo que é adotado para o ressarcimento do Sistema
Único de Saúde por serviços prestados a beneficiários de planos de saúde”. STF.
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Plenário. RE 666094/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/09/2021
(Repercussão Geral – Tema 1033) (Info 1032).
(E) INCORRETA. Regulado atualmente pela Lei 13.188/2015, o direito de resposta
garantido ao ofendido em razão de notícia incorreta, inexata ou abusiva possui rito e
prazos próprios, e não se confunde com outros mecanismos, como a publicação de
eventual condenação pela divulgação de notícia ofensiva. Assim, caso a Justiça
reconheça abuso no direito de informar, ela não pode determinar que o veículo
jornalístico publique a íntegra da condenação com base nos mesmos dispositivos legais
que tratam do exercício do direito de resposta. O entendimento foi reafirmado pela
Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao afastar determinação estabelecida
em primeiro grau – e confirmada em segundo – para que uma empresa jornalística
divulgasse, no mesmo espaço de publicação de notícia considerada ofensiva, a
condenação fixada em sentença, com amparo no artigo 2º da Lei 13.188/2015. De
acordo com o artigo 2º da lei, ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou
transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou
retificação, gratuito e proporcional ao agravo. Por sua vez, o artigo 3º da Lei
13.188/2015 afirma que o direito de resposta ou retificação deve ser exercido no prazo
decadencial de 60 dias, contado da data de cada divulgação, publicação ou transmissão
da matéria ofensiva, mediante correspondência com aviso de recebimento
encaminhada diretamente ao veículo de comunicação social ou, inexistindo pessoa
jurídica constituída, a quem por ele responda, independentemente de quem seja o
responsável intelectual pelo agravo.
7. Com base na jurisprudência do STF e do STJ, assinale a opção correta, a respeito do
Ministério Público.
(A) A ação civil de perda de cargo de promotor de justiça cuja causa de pedir não tenha
como fundamento ato de improbidade administrativa deverá ser julgada pelo tribunal
de justiça.
(B) É constitucional lei estadual que exija que o membro do Ministério Público
comunique à corregedoria quando for se ausentar da comarca onde está lotado.
(C) É constitucional emenda à Constituição estadual que verse sobre normas gerais para
a organização do ministério público do estado.
(D) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal
acarretará o seu impedimento para o oferecimento de denúncia.
(E) É constitucional dispositivo de lei estadual que institua gratificação aos membros do
Ministério Público pela prestação de serviço à justiça eleitoral, a ser paga pelo Poder
Judiciário.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS 15
(A) CORRETA. Ação Civil de perda de cargo de Promotor de Justiça cuja causa de pedir
não esteja vinculada a ilícito capitulado na Lei nº 8.429/92 deve ser julgada pelo Tribunal
de Justiça. STJ. 2ª Turma. REsp 1737900-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
19/11/2019 (Info 662)..
(B) INCORRETA. É inconstitucional, por configurar ofensa à liberdade de locomoção, a
exigência de prévia comunicação ou autorização para que os membros do Ministério
Público possam se ausentar da comarca ou do estado onde exercem suas atribuições.
STF. Plenário. ADI 6845/AC, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).
(C) INCORRETA. Foi editada emenda à Constituição estadual afirmando que somente o
PGJ poderia instaurar inquérito civil e propor ACP contra membros do Poder Legislativo,
do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Defensoria
Pública. Essa emenda padece de vícios de inconstitucionalidade formal e material. A
referida emenda é formalmente inconstitucional porque: a) usurpou a iniciativa
reservada pela Constituição Federal ao Presidente da República para tratar sobre
normas gerais para a organização do Ministério Público estadual (art. 61, § 1º, II, “d”, da
CF/88); b) tratou sobre matéria que deve ser disciplinada por meio de lei complementar
de iniciativa do chefe do Ministério Público estadual (§ 5º do art. 128 da CF/88). Além
disso, constata-se inconstitucionalidade material na norma impugnada por ofensa à
autonomia e à independência do Ministério Público, asseguradas pelo § 2º do art. 127
e pelo § 5º do art. 128 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5281/RO e ADI 5324/RO, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
(D) INCORRETA. Súmula-STJ nº 234 - A participação de membro do Ministério Público
na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.
(E) INCORRETA. É inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos
membros do MP pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder
Judiciário. A previsão representa uma inadequada ingerência na autonomia financeira
do Poder Judiciário. STF. Plenário. ADI 2831/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação
entre despesas correntes e receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento),
no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à
Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de
ajuste fiscal de vedação da:
VII - criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)
(B) CORRETA. Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto
de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a
Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
II - transferência com finalidade definida.
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita
do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo
dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e
de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos
recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com
pensionistas; e
II - encargos referentes ao serviço da dívida.
(C) INCORRETA. Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional,
com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder
Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, 17
ressalvados os casos previstos em lei.
(D) INCORRETA. Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
(E) INCORRETA. Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-
ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar
a que se refere o art. 165, § 9º.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito
de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra.
(C) CORRETA. Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma
agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo
de dez anos.
(D) INCORRETA. Art. 177. Constituem monopólio da União:
(E) INCORRETA. CF, art. 182. É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
DIREITO ADMINISTRATIVO
11. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas
atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na
Constituição Federal de 1988 e em leis especiais. Têm normas específicas para sua
escolha, sua investidura, sua conduta e seu processo por crimes funcionais e de
responsabilidades, que lhe são privativos.
Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro. 27.ª ed. São Paulo: Editora
Malheiros (com adaptações).
Assinale a opção que indica corretamente a espécie de agente público a que o trecho
21
precedente se refere.
(A) agentes delegados.
(B) agentes administrativos.
(C) agentes honoríficos.
(D) agentes credenciados.
(E) agentes políticos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
12. À luz da CF, da Lei n.º 9.784/1999 e da jurisprudência do STF, assinale a opção
correta, acerca dos poderes administrativos.
(A) A administração pública pode, no exercício do seu poder discricionário, anular atos
que estejam em desacordo com o ordenamento jurídico, dos quais decorram efeitos
benéficos aos destinatários, observado o prazo decadencial de cinco anos, ainda que
praticados em dissonância com a CF, exceto se houver má-fé por parte do beneficiário.
(B) A administração pública pode, no exercício de seu poder de autotutela, anular atos
que estejam em desacordo com o ordenamento jurídico, dos quais decorram efeitos
benéficos aos destinatários, observado o prazo decadencial de cinco anos, sendo este
último inaplicável quando o ato for praticado em dissonância com a CF, ou quando
houver má-fé por parte do beneficiário.
(C) A administração pública pode, no exercício de seu poder hierárquico, anular atos que
estejam em desacordo com o ordenamento jurídico, dos quais decorram efeitos
benéficos aos destinatários, observado o prazo decadencial de cinco anos, sendo este
último inaplicável quando o ato for praticado em dissonância com a CF, ou quando
houver má-fé por parte do beneficiário.
(D) A administração pública pode, no exercício do seu poder de autotutela, anular atos
que estejam em desacordo com o ordenamento jurídico, dos quais decorram efeitos
benéficos aos destinatários, observado o prazo decadencial de cinco anos, ainda que
praticados em dissonância com a CF, exceto se houver má-fé por parte do beneficiário.
(E) A administração pública pode, no exercício de seu poder discricionário, anular atos
que estejam em desacordo com o ordenamento jurídico, dos quais decorram efeitos
benéficos aos destinatários, observado o prazo decadencial de cinco anos, sendo este
último inaplicável quando o ato for praticado em dissonância com a CF, ou quando
23
houver má-fé por parte do beneficiário.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
15. No ano de 2018, João concedeu benefício fiscal sem observar as formalidades
legais, tendo sido posteriormente comprovado dano ao patrimônio público e
evidenciado não existir qualquer dolo por parte de João. O processo para a apuração
da conduta de João está em curso, não tendo havido, ainda, sentença condenatória.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), a
CF e a jurisprudência do STF, é correto afirmar que João deverá ser
(A) condenado no processo de apuração da conduta, uma vez que praticou ato de
improbidade administrativa que gerou enriquecimento ilícito, passível de punição na
27
modalidade culposa.
(B) condenado no processo de apuração da conduta, pois a conduta descrita causou
prejuízo ao erário e foi praticada na vigência da redação anterior da LIA, sendo,
portanto, passível de punição na modalidade culposa.
(C) absolvido no processo de apuração da conduta, pois a conduta descrita, embora
tenha causado prejuízo ao erário, deixou de ser punível na modalidade culposa após as
alterações da LIA.
(D) absolvido no processo de apuração da conduta, uma vez que a conduta descrita,
embora tenha gerado enriquecimento ilícito, deixou de ser punível na modalidade
culposa após as alterações da LIA.
(E) condenado no processo de apuração da conduta, dado que praticou ato de
improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, punível sob a modalidade
culposa, mesmo depois das alterações na LIA.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
16. A respeito da extinção dos contratos administrativos conforme dispõe a Lei n.º
14.133/2021, assinale a opção correta.
(A) A extinção do contrato administrativo pode ser determinada unilateralmente pela
administração pública, ainda que o descumprimento contratual tenha decorrido de
conduta da própria administração.
(B) A utilização das instalações e dos equipamentos necessários à continuidade do
contrato deverá ser imediata, independentemente de autorização do gestor público
competente, em caso de extinção do contrato administrativo por ato unilateral da
administração pública.
(C) A extinção do contrato administrativo por ato unilateral da administração pública e
a extinção consensual desse instrumento deverão ser precedidas de autorização escrita 28
e fundamentada da autoridade competente.
(D) A extinção do contrato administrativo decorrente de culpa exclusiva da
administração dá ao contratado direito ao ressarcimento dos prejuízos que
comprovadamente houver sofrido, não alcançado o pagamento de custos com a
desmobilização.
(E) A decretação de falência do contratado é motivo inidôneo que enseja a extinção do
contrato administrativo.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. NLDLC, art. 138. A extinção do contrato poderá ser: I - determinada por
ato unilateral e escrito da Administração, exceto no caso de descumprimento
decorrente de sua própria conduta
(B) INCORRETA. Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Administração
poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes
consequências:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por
ato próprio da Administração; II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos
equipamentos, do material e do pessoal empregados na execução do contrato e
necessários à sua continuidade; III - execução da garantia contratual para: a)
ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decorrentes da não execução; b)
pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciárias, quando cabível; c)
pagamento das multas devidas à Administração Pública; d) exigência da assunção da
execução e da conclusão do objeto do contrato pela seguradora, quando cabível; IV -
retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração Pública e das multas aplicadas.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput deste artigo ficará a
critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por
execução direta ou indireta. § 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato
deverá ser precedido de autorização expressa do ministro de Estado, do secretário
estadual ou do secretário municipal competente, conforme o caso.
(C) CORRETA. NLDLC, art. 138. A extinção do contrato poderá ser: I - determinada por
ato unilateral e escrito da Administração, exceto no caso de descumprimento
decorrente de sua própria conduta; II - consensual, por acordo entre as partes, por
conciliação, por mediação ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja
interesse da Administração; III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de
cláusula compromissória ou compromisso arbitral, ou por decisão judicial.
§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administração e a extinção consensual
deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamentada da autoridade
competente e reduzidas a termo no respectivo processo. 29
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado
será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido e terá
direito a: I - devolução da garantia; II - pagamentos devidos pela execução do contrato
até a data de extinção; III - pagamento do custo da desmobilização.
(D) INCORRETA. Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o
contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que houver
sofrido e terá direito a: I - devolução da garantia; II - pagamentos devidos pela execução
do contrato até a data de extinção; III - pagamento do custo da desmobilização.
(E) INCORRETA. Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá
ser formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditório e a
ampla defesa, as seguintes situações: IV - decretação de falência ou de insolvência civil,
dissolução da sociedade ou falecimento do contratado.
17. No que diz respeito aos contratos de concessão de serviços públicos, em atenção
à Lei n.º 8.987/1995, assinale a opção correta.
(A) No âmbito dos contratos de financiamento, é vedado às concessionárias oferecer em
garantia os direitos emergentes da concessão.
(B) É vedada a previsão, no âmbito dos contratos de concessão de serviços públicos, de
mecanismos privados de resolução de disputas relacionados ao contrato, porquanto é
indispensável o crivo judicial.
(C) A responsabilidade da concessionária em relação aos prejuízos causados a terceiros
— usuários ou não — pode ser atenuada em razão da fiscalização exercida pelo órgão
responsável do poder concedente.
(D) A subconcessão somente será possível se autorizada pelo poder concedente,
dispensada a realização de concorrência para a outorga.
(E) A transferência da concessão sem prévia anuência do poder concedente enseja a
caducidade da concessão.
RESPOSTA: E
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18. Assinale a opção que apresenta corretamente uma nova modalidade de licitação
que foi introduzida pela Lei n.º 14.133/2021.
(A) diálogo competitivo.
(B) concorrência.
(C) concurso.
(D) pregão eletrônico.
(E) leilão.
RESPOSTA: A
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DIREITO CIVIL 31
19. De acordo com a Lei dos Registros Públicos, o princípio invocado na situação em
que, para efetuar a inscrição, se exige que tanto a descrição do imóvel quanto a do
sujeito do direito devam guardar perfeita correlação com as do registro anterior é o
da
(A) continuidade.
(B) especialidade.
(C) publicidade.
(D) legitimação.
(E) disponibilidade.
RESPOSTA: B
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RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
34
22. Em relação aos defeitos do negócio jurídico, assinale a opção correta.
(A) A alegação de coação não será cabível quando a situação disser respeito a pessoa
não pertencente à família do paciente.
(B) Caracteriza-se como coação a situação em que uma pessoa, por inexperiência, se
obriga a prestação desproporcional ao valor da prestação oposta.
(C) A fraude contra credores exige o conhecimento, por parte do terceiro adquirente,
do estado de insolvência do devedor.
(D) O falso motivo viciará a declaração de vontade quando, mesmo que não seja
expresso, for a razão determinante para a realização do ato.
(E) Nos negócios jurídicos unilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato que a outra parte tenha ignorado constitui omissão dolosa.
RESPOSTA: C
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Questão passível de recurso.
Omissão de parte relevante do artigo mudando o sentido da afirmação.
23. De acordo com o Código Civil, são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários
que
(I) Tiverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar seu cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente.
(II) Tiverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em
crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou de seu companheiro.
(III) Por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de
dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item II está certo.
(B) Apenas o item III está certo.
(C) Apenas os itens I e II estão certos.
(D) Apenas os itens I e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
(I) CORRETO. Conforme o art. 1.814, I do CC:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, 36
ascendente ou descendente;.
(II) CORRETO. Conforme o art. 1.814, II do CC:
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
(III) CORRETO. Conforme o art. 1.814, III do CC:
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
(I) CORRETO. Conforme o art. 352 do CC:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos.
(II) CORRETO. Conforme o art. 352 do CC:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos.
(III) CORRETO. Conforme o art. 352 do CC:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos.
38
(IV) INCORRETO. Pois por não ser um requisito e o Código Civil exige, para a imputação
ao pagamento, a existência de dois ou mais débitos da mesma natureza.
(V) CORRETO. Conforme o art. 352 do CC:
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Conforme os artigos 1.521, II do CC,
II - “Não podem casar: os afins em linha reta”.
E art. 1.548, inc. II do CC:
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
II – por infringência de impedimento”.
(B) INCORRETA. Conforme o art. 1.500, II, CC:
Art. 1.550. É anulável o casamento:
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
(C) INCORRETA. Já que não há impedimento com relação ao casamento dos afins
(cunhados) em linha colateral, desde que após os términos do casamento/união antes
existente.
(D) CORRETA. Conforme o art. 1.500, IV, CC:
Art. 1.550. É anulável o casamento:
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
(E) INCORRETA. Conforme o art. 1.521, III do CC:
39
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante;
Sendo assim, o casamento destas pessoas é nulo, conforme o do art. 1.548, II do CC já
citado anteriormente.
27. A respeito da partilha dos bens deixados por pessoa falecida, assinale a opção
correta.
(A) Por meio de instrumento público, o testador poderá proibir o herdeiro de requerer
a partilha.
(B) Se os bens forem insuscetíveis de divisão cômoda, a alienação deverá ser realizada
mediante autorização judicial.
(C) É vedado ao testador indicar os bens e os valores que devem compor os quinhões
hereditários.
(D) Sendo capazes os herdeiros, a partilha amigável pode ser efetuada por escrito
particular.
(E) É nula a partilha feita por ascendente por ato de última vontade.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
28. Acerca das normas processuais civis, da função jurisdicional e da ação, assinale a
opção correta.
(A) Compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser executada a medida apreciar o
pedido de auxílio direto passivo que demandar prestação de atividade jurisdicional.
(B) A teoria da asserção, adotada pelo atual Código de Processo Civil, prevê que as
condições da ação, por serem matéria de mérito, apenas devem ser analisadas no
momento da sentença.
(C) A teoria eclética, adotada pelo Código de Processo Civil, reconhece que o direito de
ação é autônomo, não dependendo da existência do direito material, mas do
preenchimento de alguns requisitos formais, cuja análise não se confunde com a
apreciação do mérito.
(D) Segundo o Código de Processo Civil, os juízes e os tribunais atenderão,
preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão, salvo se houver agravo de instrumento pendente de julgamento.
(E) É admissível a ação meramente declaratória, desde que não tenha ocorrido a
violação do direito.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: B
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(A) INCORRETA. O CPC veda expressamente a hipótese. Vide artigo 85, § 8º, do CPC.
(B) CORRETA. “Em demanda que objetiva a remoção de publicação ofensiva em rede
social e o fornecimento de registros de acesso e conexão, a Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) entende que não há litisconsórcio passivo necessário entre o
provedor de aplicação e o autor do conteúdo publicado on-line.” Site do STJ -
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2022/20102022-
Nao-ha-litisconsorcio-passivo-necessario-entre-rede-social-e-autor-de-conteudo-
ofensivo--decide-Terceira-
Turma.aspx#:~:text=Em%20demanda%20que%20objetiva%20a,do%20conte%C3%BAd
o%20publicado%20on%2Dline.
(C) INCORRETA. O artigo 73, § 2º, do CPC estabelece o inverso.
(D) INCORRETA. “A distribuição dos honorários advocatícios, respeitando ao comando
normativo do art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil, fixados entre o percentual
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa,
não pode, em regra, ser alterada. No entanto, o entendimento jurisprudencial do STJ
orienta-se no sentido de ser possível, ainda que os honorários advocatícios estejam
dentro dos percentuais fixados em lei, a redução dos seus valores quando fora dos
padrões da razoabilidade e proporcionalidade. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE 42
CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.804.201-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
21/09/2021.”
(E) INCORRETA. É função da Defensoria Pública – artigo 72, parágrafo único, do CPC.
(A) INCORRETA. De acordo com o artigo 279, § 1º, do CPC a invalidação se dará a partir
do momento em que o MP deveria ter sido intimado.
(B) CORRETA. Artigo 218, § 3º, do CPC.
(C) INCORRETA. Independente de requerimento – artigo 229, caput, do CPC.
(D) INCORRETA. Como fiscal da ordem jurídica também.
(E) INCORRETA. O artigo 191, § 2º, do CPC estabelece a desnecessidade.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Artigo 304, § 2º, do CPC – o correto é a tutela antecipada e não a
cautelar.
(B) CORRETA. O requisito essencial para tutela de urgência é justamente o perigo na
demora – artigo 300 do CPC.
(C) INCORRETA. Pode ser concedida liminar ou incidentalmente – artigo 294, parágrafo
único, do CPC.
(D) INCORRETA. Artigo 301, parágrafo único, do CPC – será liquidado nos próprios autos.
(E) INCORRETA. Previsão de tutela de evidência.
32. Do casamento entre Almir e Emília, nasceu Luísa. Devido ao divórcio do casal e a
pouca ajuda financeira recebida do pai, Luísa, representada por sua genitora, propôs
ação de alimentos na comarca de Belém – PA, tendo o juiz fixado, em sentença, pensão
alimentícia em certo percentual da remuneração líquida do genitor. Após o início do
cumprimento de sentença, a autora solicitou ao juízo sentenciante a remessa dos
autos do processo à comarca de Salvador – BA, em razão de sua mudança de domicílio,
o que foi prontamente deferido. A esse tempo, o genitor passou a residir em Fortaleza
– CE.
Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.
(A) Os únicos juízos concorrentemente competentes para efetuar o cumprimento de
sentença são o que decidiu a causa em primeiro grau, o do atual domicílio do executado
e o do local onde se encontrarem os bens sujeitos à execução.
(B) O cumprimento de sentença somente pode ser realizado em Belém – PA, uma vez
que a mudança de endereço após a sentença não altera critério de caráter absoluto.
(C) É possível a remessa dos autos ao atual domicílio da parte autora, mesmo após o
início do cumprimento de sentença.
44
(D) O cumprimento de sentença somente pode ocorrer em Fortaleza – CE, onde o
genitor reside.
(E) O cumprimento de sentença deverá ocorrer em Belém – PA, uma vez que a
competência é fixada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial,
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente a esse marco.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA. Por mais que esteja em pleno vigor a previsão da “perpetuacio
jurisdicionis”, em caso de alimentados menores, incapazes, O STJ vem admitindo
gradações em prol do melhor interesse da pessoa em desenvolvimento.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
33. No que diz respeito à petição inicial e à improcedência liminar do pedido, assinale
a opção correta.
(A) O indeferimento da petição inicial pela existência de defeitos e irregularidades
capazes de dificultar o julgamento de mérito pode ser feito de plano pelo juiz, sem
oportunizar emenda ao autor.
(B) A improcedência liminar do pedido somente pode ocorrer após a audiência de
conciliação e mediação.
(C) A improcedência liminar do pedido pode ser aplicada quando o pedido contrariar
enunciado de súmula de tribunal de justiça acerca de direito local.
(D) Até a sentença, o autor poderá aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir,
independentemente de consentimento do réu, garantido o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação do réu no prazo mínimo de quinze dias, facultado o
requerimento de prova suplementar.
(E) O pedido alternativo e a cumulação alternativa de pedidos possuem a mesma
consequência jurídica.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
45
(A) INCORRETA. O juiz tem o dever o oportunizar o prazo de 15 dias para emenda –
artigo 321 do CPC.
(B) INCORRETA. Não existe essa exigência no CPC/15.
(C) CORRETA. Artigo 332, IV, do CPC.
(D) INCORRETA. Até o saneamento – artigo 329, II, do CPC.
(E) INCORRETA. São situações distintas com consequências muito distintas.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
35. No que tange aos atos judiciais e ao sistema de precedentes, assinale a opção
correta, com base no CPC e na jurisprudência dos tribunais superiores. 46
(A) Não se considera fundamentada a decisão interlocutória que adotar conceitos
jurídicos indeterminados, ainda que explique o motivo concreto de sua incidência no
caso.
(B) Configura-se perempção quando o processo fica parado durante mais de seis meses
por negligência da parte autora.
(C) A fundamentação per relationem é expressamente permitida
pelo CPC e no âmbito dos tribunais superiores.
(D) O magistrado não é obrigado a seguir precedente invocado apenas se demonstrar a
existência de distinguishing no caso em julgamento.
(E) É cabível a decisão parcial de mérito quando houver cumulação de pedidos e um
deles se revelar incontroverso.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Decisão da Corte Especial do STJ: “As cópias de atos relativos à
suspensão dos prazos processuais, no Tribunal de origem, obtidas a partir de sítios
eletrônicos da Justiça, contendo identificação da procedência do documento, ou seja,
endereço eletrônico de origem e data de reprodução no rodapé da página eletrônica, e
cuja veracidade é facilmente verificável, juntadas no instante da interposição do recurso
especial, possuem os requisitos necessários para caracterizar prova idônea, podendo ser
admitidas como documentos hábeis para demonstrar a tempestividade do recurso,
salvo impugnação fundamentada da parte contrária”.
(B) INCORRETA. Não há essa vedação.
(C) INCORRETA. Artigo 976, § 1º, do CPC.
(D) CORRETA. Hipótese de agravo admitida jurisprudencialmente.
(E) INCORRETA. O juízo de retratação é amplo.
37. A respeito da ação popular, da ação de improbidade administrativa, da ação civil
pública e da reclamação constitucional, assinale a opção correta.
(A) É punível a prática de ato de improbidade na modalidade culposa, caso haja prejuízos
para a administração pública.
(B) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação popular que tenha como
objeto interesses difusos e coletivos.
(C) É cabível reclamação da parte interessada para garantir a observância de decisão do
Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade, desde que
proposta antes do trânsito em julgado da decisão reclamada.
(D) A ação civil pública pode ser proposta por associação que esteja constituída há pelo
menos dois anos, nos termos da lei civil.
(E) O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa
do patrimônio público.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
DIREITO PENAL
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Para responder a questão, faz-se necessário leitura ampla do art.7º do CP. Senão
vejamos:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 49
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
RESPOSTA: D 50
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
Explicando em detalhes, os crimes unissubsistentes são aqueles praticados através de
um único ato (injúria verbal), enquanto os plurissubsistentes são aqueles que
necessitam de vários atos, que formam uma ação, para sua configuração (homicídio).
Dessa forma, como a questão menciona a opção da injuria verbal, essa é a resposta
correta.
40. Na saída de uma festa, após uma discussão, Francisco, motivado por ciúmes,
desferiu um único soco em José. Este, surpreendido, não esboçou reação e caiu no
chão, bateu a cabeça no meio-fio da calçada e faleceu em seguida. Iniciado e instruído
o processo, o laudo do IML apontou que José tinha morrido em decorrência de um
aneurisma cerebral, fato desconhecido de ambos.
Nessa situação hipotética, a conduta de Francisco é considerada crime de
(A) lesão corporal simples.
(B) lesão corporal seguida de morte.
(C) homicídio qualificado.
(D) lesão corporal na forma qualificada.
(E) homicídio simples.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
O ponto principal da questão é a interpretação sobre o detalhe do soco, por si só, não
51
ser suficiente nem culposamente para ser a causa do óbito, sendo o aneurisma causa
absolutamente independente. Dessa forma, não tendo informações suficientes na
questão para se estabelecer o preterdolo, resta a escolha pela assertiva atinente a Lesão
Corporal Simples, tendo em vista ter sido o ato praticado efetivamente pelo autor do
delito.
RESPOSTA:
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A questão trouxe caso emblemático decidido pelo STJ em que, diante de encontro
fortuito de provas em interceptação telefônica, restou-se comprovado que o
investigado proferiu diversas injúrias raciais contra o Delegado de Polícia. Em razão das
ofensas raciais descobertas durante as investigações, a autoridade policial ajuizou, além
da ação indenizatória, queixa-crime contra o investigado, que foi julgada procedente
para condenar o autor.
Cuidado com as alterações posteriores da Lei 7.716.89 acerca do delito de injuria racial.
Vale a pena o aluno estudar!
42. Renato, munido de uma faca, deu voz de assalto a Carolina, que informou não ter
nenhum bem de valor. Ele, como não acreditou em Carolina, exigiu que esta esvaziasse
os bolsos, momento em que Renato percebeu que ela realmente só trazia consigo o
documento de identificação, o que o levou a sair do local sem levar nada.
52
Nessa situação, a conduta de Renato, conforme o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
caracteriza-se como
(A) roubo simples consumado.
(B) atípica, já que houve crime impossível.
(C) roubo com causa de aumento de pena consumado.
(D) roubo simples tentado.
(E) roubo tentado com causa de aumento de pena.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
A questão tem como fundamento basilar o entendimento do STJ referendado no REsp
1340747-RJ, MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA. Explicando em detalhes, o
Código Penal adotou em seu art. 17 a teoria objetiva-temperada para fins de
reconhecimento do crime impossível, sendo necessário que se esteja diante da
impropriedade absoluta do objeto ou da ineficácia absoluta do meio.
Ocorre que, nos termos da jurisprudência da Corte Superior, ainda que não exista
nenhum bem com a vítima, o crime de roubo, por ser delito complexo, tem iniciada sua
execução quando o agente, visando a subtração de coisa alheia móvel, realiza o núcleo
da conduta meio (constrangimento ilegal/lesão corporal ou vias de fato), ainda que não
haja consumação completa por circunstancias alheias a sua vontade (subtração da coisa
almejada). Assim, a ocasional inexistência de valores em poder da vítima de assalto,
inviabilizando sua consumação, traduz caso de impropriedade relativa do objeto, o que
caracteriza a tentativa, e não a figura do crime impossível.
Por fim, a questão traz o detalhe do autor ter-se utilizado de arma branca, fato que
acarreta a incidência da causa de aumento prevista no art.157, § 2º, VII do CP.
43. Mário tinha 20 anos de idade quando praticou o crime de roubo (pena de 4 a 10
anos) circunstanciado tentado contra duas vítimas diferentes. Devido a esse crime, ele
foi condenado a uma pena de 3 anos e 6 meses pela primeira vítima, pena esta que,
em razão do concurso formal, passou a ser de 4 anos e 1 mês. 53
Nessa situação hipotética, o menor prazo para a ocorrência da prescrição punitiva será
o de
(A) 4 anos.
(B) 6 anos.
(C) 8 anos.
(D) 12 anos.
(E) 16 anos.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A questão requer a atenção do candidato acerca da redação do art.119 do CP que
declara que “No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a
pena de cada um, isoladamente”.
Desse modo, em relação ao delito praticado, pela leitura dos arts. 109,IV, 110 caput e
115 do CP, conclui-se que a pena imposta de 3 anos e 6 meses teria como prazo
prescricional o tempo de 8 anos, reduzido pela metade por Mário ter cometido o delito
à época com 20 anos de idade (menor de 21 anos).
44. O funcionário público que deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido de indivíduo de fora da administração pratica
(A) peculato.
(B) tráfico de influência.
(C) concussão.
(D) corrupção passiva privilegiada.
(E) facilitação de descaminho.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
54
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
Exata redação do art.317 § 2º do CP, que estabelece o crime de Corrupção Passiva
Privilegiada: “Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem”
45. Carlos sabia que Frederico era inabilitado para dirigir veículo automotor. Apesar
disso, Carlos entregou a Frederico as chaves de seu carro para que este dirigisse o
veículo até um mercado próximo. No caminho, Frederico foi parado em uma blitz,
momento em que os policiais constataram que ele não era habilitado.
Nessa situação, Carlos responderá
(A) por nenhuma conduta, respondendo Frederico por perigo para a vida ou a saúde de
outrem.
(B) pelo crime de tentativa de entrega de direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, tendo em vista que tal conduta poderia ter resultado em situação de perigo
concreto.
(C) pelo crime de entrega de direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, na
forma consumada, haja vista que o crime é de perigo abstrato.
(D) por nenhuma conduta, respondendo Frederico pela conduta de dirigir veículo
automotor sem habilitação.
(E) por nenhuma conduta, assim como Frederico.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA. 55
A questão tem como fundamento basilar na Súmula 575 do STJ: “Constitui crime a
conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que
não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310
do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na
condução do veículo.”
Com isso, pela leitura do entendimento sumulado, depreende-se que o crime em tela se
trata de espécie de delito de perigo abstrato, pois independe independentemente da
ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto.
46. Crime ambiental praticado pela empresa A, a qual, posteriormente, tenha sido
incorporada à empresa B, resulta:
(A) em extinção da punibilidade, independentemente da análise de ter havido ou não
fraude na incorporação.
(B) na impossibilidade legal da incorporação, enquanto não resolvida a questão penal.
(C) em nenhuma consequência jurídica, uma vez que se trata de pessoas jurídicas
distintas.
(D) na transferência da responsabilização penal para a empresa B pelo crime ambiental,
em razão da transferência de direitos e obrigações.
(E) em extinção da punibilidade de A, se demonstrada a ausência de fraude na
incorporação.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
A questão tem como fundamento basilar o entendimento do STJ referendado no REsp
1977172-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, em 24/08/2022. No entendimento da Corte
Superior, O princípio da intranscendência da pena, previsto no art. 5º, XLV, da CF/88,
tem aplicação às pessoas jurídicas. Se a pessoa jurídica que estava respondendo
processo penal por crime ambiental for incorporadora, ela se considera legalmente
extinta (art. 219, II, da Lei nº 6.404/76), de maneira que, se não houver nenhum indício
de fraude, deve-se aplicar analogicamente o art. 107, I, do CP (morte do agente), com a 56
consequente extinção de sua punibilidade.
47. Antônio, que é colecionador de armas de fogo e possui registro para a prática
desportiva de tiro, foi abordado em um determinado dia por policiais quando se dirigia
a um clube de tiro em seu veículo. Na ocasião, os policiais encontraram a arma de uso
permitido, carregada, mas sem a guia de tráfego. Conduzido em flagrante delito,
Antônio comprovou que possuía a guia, mas não estava portando consigo quando da
abordagem policial.
Nessa situação hipotética, a conduta praticada por Antônio caracteriza-se como
(A) porte ilegal de arma de fogo de uso restrito na forma equiparada.
(B) conduta atípica.
(C) posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.
(D) omissão de cautela.
(E) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A questão tem como fundamento basilar o entendimento do STJ referendado no AgRg
no AgRg no RHC 148.516-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, em 09/08/2022. No
entendimento da Corte Superior, é atípica a conduta de colecionador, com registro para
a prática desportiva e guia de tráfego, que se dirigia ao clube de tiros sem portar consigo
a guia de trânsito da arma de fogo, com fulcro no Principio da Proporcionalidade.
48. Assinale a opção que apresenta o princípio norteador do processo penal abordado,
precipuamente, pelo brocardo audiatur et altera pars.
(A) princípio do contraditório 57
(B) princípio da presunção da inocência
(C) princípio da oralidade
(D) princípio da publicidade
(E) princípio da não autoincriminação
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A expressão “audiatur et altera pars” tem como significado em latim “ que seja ouvida
igualmente a outra parte”, máxima que define exatamente o Princípio do Contraditório
no Processo Penal, pois, como regra, as decisões deverão ser tomadas ouvindo
anteriormente a parte contrária.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
58
(A) INCORRETA. O equívoco do item está em afirmar que após o fim do processo o
magistrado poderia de ofício reconhecer a nulidade absoluta. Contextualizando, de
forma contrária ao que ocorre com as nulidades relativas, as nulidades absolutas podem
ser arguidas a qualquer tempo, uma vez que não estão submetidas à preclusão e,
consequentemente, à possibilidade de convalidação dos atos maculados. O único limite
a essa característica da nulidade absoluta é a sentença absolutória transitada em
julgado, por uma razão simples: não cabe a revisão criminal pro societate, de modo
que a sentença absolutória eivada de uma nulidade absoluta não poderá ser revista
pelo Poder Judiciário.
(B) INCORRETA. De inicio, a nomeação de curador para os menores de 21 anos, prevista
no art. 194 do CPP, foi expressamente revogada pela Lei 10.792/03, não havendo de se
falar em nulidade. Depois, faz-se necessário destacar a Súmula 352 do STF que menciona
que “Não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu menor que
teve a assistência de defensor dativo”.
(C) INCORRETA. Item em contradição com a sumula 523 do STF : “ No processo penal, a
falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver
prova de prejuízo para o réu.”
(D) CORRETA. Item em consonância com o Art. 568 dp CPP: “ A nulidade por
ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante
ratificação dos atos processuais.”
(E) INCORRETA. O artigo 572 do CPP trata das hipóteses em que a nulidade absoluta de
falta de citação poderá ser sanada. Senão vejamos:
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV,
considerar-se-ão sanadas:
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo
anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
Explicando em detalhes, quando a ação penal for exclusivamente privada, ao Ministério
Público não se estende a possibilidade de recorrer em favor do querelante nas hipóteses
em que o querelado foi absolvido. Em resumo, se a acusação é privada, o Ministério
Público não pode recorrer da absolvição, porque há discricionariedade do querelante
quanto a prosseguir ou não em busca da condenação, isto é, o querelante pode fazer
uso da disponibilidade da ação penal.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS 65
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Item em discordância com o art.2º do CPP: “ A lei processual penal
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da
lei anterior.”
66
(B) INCORRETA. A revogação total de uma lei é chamada de ab-rogação.
(C) CORRETA. Item em concordância com o art.3º do CPP: “A lei processual penal
admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
princípios gerais de direito.”
(D) INCORRETA. Item em discordância com o art.2º do CPP: “ A lei processual penal
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da
lei anterior.”
(E) INCORRETA. Item em discordância com o art.1º do CPP que estabelece o Princípio
da Territorialidade:
“O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado,
nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos n os.
IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.”
DIREITO ELEITORAL
58. De acordo com a Lei n.º 9.504/1997, o limite de registro de candidatos por partido
político para as assembleias legislativas é de até
(A) cem por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o mínimo
de trinta por cento e o máximo de setenta por cento desse percentual para candidaturas
de cada sexo.
(B) cinquenta por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o
mínimo de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual para
candidaturas de cada sexo.
(C) cinquenta por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta por
cento desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
(D) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se
o mínimo de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual
para candidaturas de cada sexo.
(E) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta
67
por cento desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Lei das Eleições (Lei nº 9507/94), art. 10, § 3º: Do número de vagas
resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o
mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo.
As demais disposições apresentam percentuais diversos, logo, seguem equivocadas.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
59. Quanto ao requisito temporal, é considerada propaganda eleitoral antecipada
aquela realizada, no ano da eleição, antes do dia
(A) 15 de agosto.
(B) 16 de agosto.
(C) 1.º de setembro.
(D) 15 de setembro.
(E) 16 de setembro.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
O tema foi tratado na revisão de véspera da turma MPPA com slide próprio sobre
somente ser permitida somente após o dia 15 de Agosto (pegadinha que levava a
resposta para letra B: dia 16).
68
A questão demanda bastante atenção ao conteúdo do artigo art. 36 da lei das eleições:
Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da
eleição.
A correta é a letra B justamente pela pegadinha acima citada (após o dia 15...).
Essa questão simples pode ter sido uma grande vilã para muitos candidatos.
60. Assinale a opção que indica corretamente uma fonte material do direito eleitoral.
(A) lei orgânica dos partidos políticos.
(B) respostas do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) a consultas.
(C) Código Civil.
(D) resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(E) fatos sociais que impactam na produção de normas eleitorais.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
Fontes Materiais: são fatores que influenciam a elaboração das normas eleitorais.
Diferente das fontes formais, não se reduzem a documentos ou atos legislativos. Como
exemplo podemos citar justamente “fatos sociais que impactam na produção de normas
eleitorais”.
Fontes Formais: decorrem de processos pelos quais as normais adquirem legitimidade
e obrigatoriedade. Como exemplo podemos citar as opções citadas na prova: lei
orgânica dos partidos políticos, respostas do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais
(TREs) a consultas, Código Civil, resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Diante da explicação, apenas a letra E restou como hipótese de fonte material!
61. Acerca da ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), assinale a opção correta.
(A) Trata-se de processo jurisdicional de natureza criminal.
(B) Qualquer cidadão possui legitimidade para figurar no polo ativo.
(C) Compete ao TSE processar e julgar originariamente a AIJE em eleições presidenciais
e federais.
(D) A AIJE deverá ser ajuizada a partir do registro da candidatura até a diplomação dos
candidatos eleitos.
(E) A AIJE perderá o objeto se não julgada até a diplomação do candidato.
69
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
AIJE foi um dos temas esmiuçados em nosso aulão de véspera. O que foi decisivo para
análise de itens dessa questão.
(A) INCORRETA. A AIJE, atualmente prevista nos arts. 19 e ss. da LC 64/90, possui
natureza de ação eleitoral, pois deduz-se pretensão de direito material e pede-se a
aplicação da sanção prevista na norma.
(B) INCORRETA. O cidadão não é legitimado ativo de AIJE, nos termos do art. 22 da LC
64/90.
(C) INCORRETA. O erro da alternativa é o referente ao termo "federais" (art. 2⁰, II da LC
64/90). Inclusive eleições federais e estaduais: julgada a AIJE pelo TRE, cabe recurso
ordinário para o TSE.
(D) CORRETA. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (artigo 22 da Lei de
Inelegibilidades) pode ser apresentada (ajuizada) até a data da diplomação do
candidato. A ação é apresentada durante o processo eleitoral.
(E) INCORRETA. Não confundir ajuizar "com perda de objeto se não julgada" (erro da
letra E). A exigência até a diplomação é para ajuizamento.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ITEM I: O art. 14, § 3º da CF/88 informa que são condições de elegibilidade, na forma da
lei: (...) III - o alistamento eleitoral;
O art. 14 § 1º determina que não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos (portanto, em regra, o
militar é alistável e se precisa verificar apenas a questão de ter mais ou menos de 10
anos de atividade para afastar-se definitivamente ou ser agregado pela autoridade
superior). A situação foi amplamente explicada no aulão de véspera para o MPPA.
ITEM II: O intervalo entre os prazos de 3 e 6 meses é trabalho entre as várias hipóteses
previstas na LC 64/90 (Lei de Inelegibilidades) para desimcompatibilização. Logo, a
alternativa está correta.
ITEM III: LC 64/90:
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade.
Parágrafo único. A arguição de inelegibilidade será feita perante:
(...)
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador.
Logo, apenas o item II é correto.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Art. 21. Compete ao Colégio de Procuradores de Justiça:
(...)
(...)
d) do Procurador-Geral de Justiça, que julgar processo administrativo disciplinar (PAD);
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
72
(A) INCORRETA. Art. 138 da LC 057/2006 - Após cada triênio ininterrupto de efetivo
exercício, o membro do Ministério Público fará jus à licença-prêmio de sessenta dias,
sem prejuízo do subsídio.
(B) CORRETA. Art. 138. Após cada triênio ininterrupto de efetivo exercício, o membro
do Ministério Público fará jus à licença-prêmio de sessenta dias, sem prejuízo do
subsídio.
(E) INCORRETA. Art. 138 da LC 057/2006 - Após cada triênio ininterrupto de efetivo
exercício.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
Assim, consoante art. 105, III da LC 057/2006 do MPPA, a situação narrada na questão
diz respeito à reversão.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
Art. 62 da LC 057/2006 do MPPA - Os Centros de Apoio Operacional (CAO) são órgãos
auxiliares da atividade funcional do Ministério Público, instituídos, mediante proposta
do Procurador- Geral de Justiça, por ato do Colégio de Procuradores de Justiça que
definirá sua organização, atribuições e funcionamento, observado o seguinte:
III – são, dentre outras, atribuições do Centro de Apoio Operacional (CAO), na respectiva
área de atuação:
(...)
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão orientador e fiscalizador das
atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público.
68. Assinale a opção que apresenta, entre os tipos contratuais a seguir, aquele que
pode vir a caracterizar concentração empresarial sujeita ao controle e aprovação do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
(A) joint venture.
(B) consórcio destinado às licitações públicas.
(C) alienação fiduciária.
(D) faturização.
(E) arrendamento mercantil.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Dentre as opções o único que colocaria em risco a livre concorrência
demandando atuação do CADE é a joint venture. Isso por quê caracteriza-se pela união
de recursos entre empresa para a atuação conjunta num determinado setor da 76
economia.
(B) INCORRETA. Alternativa incorreta justificada pela letra A.
(C) INCORRETA. Alternativa incorreta justificada pela letra A.
(D) INCORRETA. Alternativa incorreta justificada pela letra A.
(E) INCORRETA. Alternativa incorreta justificada pela letra A.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Alternativa justificada em razão da literalidade do art. 43, §1º, da Lei
Complementar nº 123.
(B) INCORRETA. Alternativa justificada em razão da literalidade do art. 43, §1º, da Lei
Complementar nº 123.
(C) INCORRETA. Alternativa justificada em razão da literalidade do art. 43, §1º, da Lei
Complementar nº 123.
(D) CORRETA. Alternativa justificada em razão da literalidade do art. 43, §1º, da Lei
Complementar nº 123, o qual aduz que “art. 43 (...) §1º Havendo alguma restrição na
comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de 5 (cinco) dias úteis,
cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o
vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração
pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito
e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)”.
(E) INCORRETA. Alternativa justificada em razão da literalidade do art. 43, §1º, da Lei
Complementar nº 123.
77
70. De acordo com a Lei n.º 8.934/1994, o ato pertinente ao registro público de
empresas mercantis e atividades afins, executado pelas juntas comerciais, a que está
condicionado o exercício da profissão de leiloeiro é o(a)
(A) atestado.
(B) ato constitutivo.
(C) declaração.
(D) autenticação.
(E) matrícula.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
78
(A) INCORRETA. Alternativa justificada pela literalidade do art. 225, da Lei nº
9.279/1996.
(B) INCORRETA. Alternativa justificada pela literalidade do art. 225, da Lei nº
9.279/1996.
(C) INCORRETA. Alternativa justificada pela literalidade do art. 225, da Lei nº
9.279/1996.
(D) CORRETA. Alternativa justificada pela literalidade do art. 225, da Lei nº 9.279/1996,
o qual dispõe que: “Art. 225. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação para reparação de dano
causado ao direito de propriedade industrial.”.
(E) INCORRETA. Alternativa justificada pela literalidade do art. 225, da Lei nº
9.279/1996.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(I) INCORRETO. Incorreto em razão do art. 2º, §3º, da Lei nº 6.404/1976, o qual dispõe
que: “Art. 2º (...) §3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades;
ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o
objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.”.
(II) INCORRETO. Incorreto em razão do art. 5º, caput, da Lei nº 6.404/1976, o qual aduz
que: “Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em
moeda nacional.”. 79
(III) CORRETO. Correto em razão da literalidade do art. 168, caput, da Lei nº 6.404/1976,
o qual dispõe que: “Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do
capital social independentemente de reforma estatutária.”.
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
DIREITO TRIBUTÁRIO
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
80
(I) CORRETO. Conforme entendimento do STF:
A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias
relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação
“retroativa” da imunidade tributária). (STF - RE 599176, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
Tribunal Pleno, j. 05.06.2014)
(II) INCORRETO. Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou
jurisprudência de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista,
delegatárias de serviços públicos essenciais, são beneficiárias de imunidade tributária
recíproca, independentemente de cobrança de tarifa como contraprestação do
serviço. A decisão foi proferida no Recurso Extraordinário (RE) 1320054, com
repercussão geral (Tema 1.140).
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “As empresas públicas e as sociedades
de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que não distribuam
lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são
beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, ‘a’, da
Constituição Federal, independentemente de cobrança de tarifa como
contraprestação do serviço”.
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
74. Com base no Código Tributário Nacional (CTN) e na jurisprudência dos tribunais
superiores, assinale a opção correta, a respeito do pagamento como forma de extinção
do crédito tributário.
(A) Julgada improcedente a ação de consignação em pagamento de determinado crédito
tributário formalizada pelo contribuinte não será possível acrescer juros de mora à
cobrança do crédito tributário.
(B) Existindo mais de um crédito tributário relativo ao mesmo imposto, o pagamento
total de um deles gera presunção de adimplemento em relação aos demais.
(C) No caso de o sujeito passivo possuir, perante determinado estado da Federação, dois
81
débitos tributários vencidos atinentes ao ICMS, sendo um na condição de responsável
tributário e outro por obrigação própria, este último deverá ser considerado em
primeiro lugar na ordem de imputação de pagamento a ser implementada pela
autoridade tributária.
(D) Não havendo o pagamento integral do crédito tributário no vencimento, ser-lhe-ão
acrescidos juros de mora, ainda que na pendência de consulta formalizada pelo
contribuinte à administração tributária dentro do prazo legal para o pagamento do
tributo.
(E) A concessão de desconto em razão da antecipação do pagamento somente poderá
ser concedida por meio de lei em sentido estrito.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(...)
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A inviolabilidade do sigilo fiscal encontra abrigo no art. 198 da Lei n. 5.172/1966 (Código
Tributário Nacional), onde busca-se a vedação da divulgação, por parte da Fisco, de
informações obtidas em razão da atividade “sobre a situação econômica ou financeira
do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou
atividades”. No entanto, de acordo com o disposto no § 3o do referido artigo não é
vedada a divulgação de informações relativas a: representações fiscais para fins penais;
inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; parcelamento ou moratória; e incentivo,
83
renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo beneficiário seja pessoa
jurídica.
Não é possível ao Ministério Público obter informações sobre movimentações
bancárias sem que haja reserva de jurisdição, conforme entendimento jurisprudencial:
Informações bancárias requisitadas pela administração tributária distrital –
impossibilidade de compartilhamento com o MP – prova ilícita
“1. Nos termos da jurisprudência do STF, a transferência de informações acobertadas
pelo sigilo bancário por instituição financeira à administração tributária dos entes
federados não importa quebra de sigilo, mas ressignificação da natureza sigilosa das
informações - ADI's 2390, 2386, 2397 e 2859, e RE 601.314/SP.
2. Todavia, ao Ministério Público não é franqueado o acesso a tais informações para dar
início a ação penal sem decisão judicial no sentido, o que significa violação à cláusula de
reserva de jurisdição.
3. Recursos conhecidos; nulidade absoluta decretada, provendo-se o recurso da Defesa;
prejudicado o recurso do Ministério Público.”
(Acórdão 1140562, 20130111821564APR, Relatora: MARIA IVATÔNIA, 2ª Turma
Criminal, data de julgamento: 22/11/2018, publicado no DJe: 30/11/2018)
84
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
85
77. A respeito dos crimes contra a ordem tributária, observado o disposto na Lei n.º
8.137/1990 e na jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
(A) O comerciante que, ainda que de maneira eventual, não recolher aos cofres públicos
valor de ICMS cobrado do adquirente de mercadoria incorrerá em crime de apropriação
indébita tributária.
(B) O crime de apropriação indébita tributária é próprio, de forma que somente pode
ser cometido por quem detenha a condição de sujeito passivo da obrigação tributária,
seja como contribuinte ou responsável tributário.
(C) O crime de apropriação indébita tributária não exige o dolo específico de
apropriação, motivo por que se mostra suficiente a constatação de reiteração da
conduta, ainda que sob a modalidade culposa.
(D) O crime de apropriação indébita tributária exige a ocorrência de fraude para que
haja a caracterização do tipo penal.
(E) O crime de apropriação indébita tributária é de natureza material e, portanto, não
prescinde da conclusão do processo administrativo fiscal para fins de encaminhamento
da representação fiscal ao Ministério Público.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
88
(A) INCORRETA. O conceito de Política Agrícola previsto no §2º do art.1º da Lei nº 4504,
de 1964. Art. 1° Esta Lei regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis
rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
§ 2º Entende-se por Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à
propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as
atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no
de harmonizá-las com o processo de industrialização do país.
(B) INCORRETA. Princípio da Garantia do Direito de Propriedade (art. 5º, XXII, CF/88): a
propriedade é direito e garantia fundamental do cidadão e revela a opção política do
estado brasileiro, assegurando-se a propriedade como condição de vida e
desenvolvimento do proprietário da terra e da sociedade;
(C) CORRETA. O princípio da primazia do interesse do coletivo sobre interesse o
individual. Refere-se ao interesse do Estado em regular as relações agrárias e manter a
harmonia no campo por meio de regras claras que vão além das regras de propriedade
privada.
O princípio da reformulação da estrutura fundiária visa a melhoria contínua das relações
no campo, proporcionando uma melhor distribuição da terra, a erradicação dos direitos
de propriedade improvisados ou contraproducentes e a permanência na terra de quem
a torna produtiva.
(D) INCORRETA. O combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo rural, à exploração
predatória e aos mercenários da terra.
(E) INCORRETA. O combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo rural, à exploração
predatória e aos mercenários da terra.
(I) CORRETO. É o conjunto sistêmico de normas jurídicas que busca regular as relações
humanas com a terra, levando em consideração o avanço social e econômico da
comunidade rural. A regulamentação dos direitos agrárias e da função social da terra
sempre fará parte da concepção da disciplina.
(II) CORRETO. De acordo com o princípio do progresso econômico e social, as relações
agrárias devem servir a um propósito econômico, ao mesmo tempo em que atendem às
preocupações sociais.
(III) CORRETO. A natureza jurídica do direito agrário é híbrida para a maioria dos autores,
sendo composta por normas públicas e privadas. A tendência atual é ver essas regras
como obrigatórias (ou cogentes), que não podem ser anuladas pela vontade das partes
envolvidas na disputa judicial, ou opcionais (ou dispositivas), que atendem a interesses
privados.
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente
àquela cujos pressupostos estejam provados.
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de
pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e
a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério
Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da
Defensoria Pública.
(B) INCORRETA. Art. 555 CPC. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I – condenação em perdas e danos;
II – indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e
adequada para:
I – evitar nova turbação ou esbulho;
II – cumprir-se a tutela provisória ou final.
(C) INCORRETA. Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste
Capítulo. Seção II. Da Manutenção e da Reintegração de Posse
(D) CORRETA. Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
92
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da
posse, na ação de reintegração.
(E) INCORRETA. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)
dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na
Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.
82. No que se refere à atuação do Ministério Público (MP) em ações coletivas pela
posse da terra rural, julgue os itens que se seguem.
(I) É obrigatória a intervenção do MP nos litígios coletivos que versem acerca da terra
rural, com fundamento nos mandamentos constitucionais e no Código de Processo Civil
vigente.
(II) É defeso ao MP intervir previamente, com vista dos autos, antes de qualquer decisão,
sobretudo em atos que ensejem a mudança do status do litígio.
(III) A intervenção do MP nos litígios coletivos pela posse da terra rural deve visar à
garantia dos dispositivos constitucionais relativos ao direito à moradia e à função social
da propriedade.
(IV) Antes da apreciação de eventual pedido liminar de antecipação de tutela ou da
apresentação da contestação, é dispensável a participação do órgão ministerial, haja
vista que o deferimento de liminar deve ser feito, de plano, pelo magistrado.
Estão certos apenas os itens
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) II, III e IV.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir 93
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal
e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.
(I) CORRETO. O Novo CPC estabelece como hipótese de intervenção do MP no processo
civil (custos legis) os processos que envolvam litígios coletivos pela posse da terra
urbana ou rural (art. 178, III).
(II) INCORRETO. É imprescindível a intervenção prévia com vista dos autos antes de
qualquer decisão, sobretudo nas liminares em antecipação de tutela e acordos, e demais
atos que ensejem a mudança do status do litígio.
(III) CORRETO. A intervenção do Ministério Público nos litígios coletivos que versem
sobre terra rural deve visar à garantia dos dispositivos constitucionais relativos ao
direito à moradia, à função social da propriedade;
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A razão de existir do Estado e da Administração Pública tem como objeto o bem comum.
Então, a razão de existir do Estado não deve ser outra que não a persecução do bem
comum. Com o desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais, o bem comum, e,
portanto, o interesse público, passou a ser entendido como a concretização dos direitos
fundamentais. E a Administração Pública, tendo como razão de existir o bem comum e
o próprio direito administrativo, deve não apenas limitar o poder e garantir os direitos
individuais, como também os direitos políticos, sociais e coletivos (MEDAUAR, 2018, p.
21-22).
Os direitos fundamentais são, dessa forma, justificativa da existência do Estado e da
Administração Pública e razão fundante de todo o sistema jurídico. Isso porque
condensam o próprio interesse público e formam a acepção moderna do critério de
justiça. Ao mesmo tempo, como critério de justiça, sua concretização é o fruto a ser
perseguido pela sua própria criação. Nas palavras de MENDES (2002):
84. A Lei n.º 7.347/1985 estabelece que terá legitimidade para a propositura da ação
civil pública a associação que estiver constituída há pelo menos um ano, nos termos
da lei
(A) das sociedades anônimas.
95
(B) civil.
(C) das organizações sociais.
(E) das organizações da sociedade civil. E do serviço social autônomo.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Art. 5o da LACP - Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
(...)
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social,
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
85. Na ausência de regra específica que regule o prazo para a cobrança de multa
aplicada por infração administrativa ao meio ambiente, tal prazo será de
(A) 2 anos.
(B) 5 anos.
(C) 7 anos.
(D) 10 anos.
(E) 15 anos.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. 96
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Súmula nº 467 do STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo
administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa
por infração ambiental.
O Decreto nº 20.910/32, deve ser aplicado por isonomia, à falta de regra específica para
regular esse prazo prescricional.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito marca a primeira
dimensão dos direitos humanos. Seu reconhecimento surge com maior evidência nas 97
primeiras Constituições escritas, como produto peculiar do pensamento liberal-burguês
do século XVIII. Esses direitos são caracterizados por um cunho fortemente
individualista, concebidos como direitos do indivíduo perante o Estado, mais
especificamente, como direitos de defesa, demarcando uma zona de não intervenção
do Estado e uma esfera de autonomia individual em face de seu poder.
São, por este motivo, apresentados como direitos de cunho “negativo”, uma vez que
dirigidos a uma abstenção, e não a uma conduta positiva por parte dos poderes públicos,
sendo, neste sentido, “direitos de resistência ou de oposição perante o Estado”.
Assumem particular relevo os direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade
perante a lei, posteriormente complementados por um leque de liberdades, incluindo
as assim denominadas liberdades de expressão coletiva e pelos direitos de participação
política. Correspondem aos assim chamados direitos civis e políticos.
Alguns documentos históricos são marcantes para a configuração do que os autores
chamam de direitos humanos de 1.ª geração (séculos XVII, XVIII e XIX), destacando-se:
Magna Carta de 1215, assinada pelo rei “João Sem terra”; Paz de Westfália (1648);
Habeas Corpus Act (1679); Bill of Rights (1688); Declarações, seja a americana (1776),
seja a francesa (1789).
Por conseguinte, o impacto da industrialização e os graves problemas sociais e
econômicos que a acompanharam, as doutrinas socialistas e a constatação de que a
consagração formal de liberdade e igualdade não gerava a garantia do seu efetivo gozo,
acabaram, já no decorrer do século XIX, gerando amplos movimentos reivindicatórios e
o reconhecimento progressivo de direitos, atribuindo ao Estado comportamento ativo
na realização da justiça social. Nesse contexto, surge a segunda dimensão dos direitos
fundamentais.
A nota distintiva destes direitos é a sua dimensão positiva, uma vez que se cuida não
mais de evitar a intervenção do Estado na esfera da liberdade individual, mas, sim, na
lapidar formulação de Celso Lafer, de propiciar um “direito de participar do bem-estar
social”.
Caracterizam-se, ainda hoje, por assegurarem ao indivíduo direitos a prestações sociais
por parte do Estado, tais como prestações de assistência social, saúde, educação,
trabalho etc., revelando uma transição das liberdades formais abstratas para as
liberdades materiais concretas.
Mostra-se marcante em alguns documentos, destacando-se: Constituição do México, de
1917; Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha, conhecida como a Constituição
da primeira república alemã; Tratado de Versalhes, 1919 (OIT); no Brasil, a Constituição
de 1934 (lembrando que nos textos anteriores também havia alguma previsão).
É, contudo, no século XX, de modo especial nas constituições do segundo pós-guerra,
que estes novos direitos fundamentais acabaram sendo consagrados em um número
significativo de constituições.
Já os direitos fundamentais da terceira dimensão, também denominados direitos de
fraternidade ou de solidariedade, trazem como nota distintiva o fato de se
desprenderem, em princípio, da figura do homem-indivíduo como seu titular,
destinando-se à proteção de grupos humanos (povo, nação), caracterizando-se, 98
consequentemente, como direitos de titularidade transindividual (coletiva ou difusa).
Dentre os direitos fundamentais da terceira dimensão mais citados, cumpre referir os
direitos à paz, à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento, ao meio ambiente
e qualidade de vida, bem como o direito à conservação e utilização do patrimônio
histórico e cultural e o direito de comunicação.
Cuida-se, na verdade, do resultado de novas reivindicações fundamentais do ser
humano, geradas, dentre outros fatores, pelo impacto tecnológico, pelo estado crônico
de beligerância, bem como pelo processo de descolonização do segundo pós-guerra e
suas contundentes consequências, acarretando profundos reflexos na esfera dos
direitos fundamentais.
A nota distintiva destes direitos da terceira dimensão reside basicamente na sua
titularidade transindividual (ou metaindividual), muitas vezes indefinida e
indeterminável, o que se revela, a título de exemplo, especialmente no direito ao meio
ambiente e qualidade de vida, o qual, em que pese ficar preservada sua dimensão
individual, reclama novas técnicas de garantia e proteção.
No que diz respeito as demais gerações, o que se percebe é a ausência de consenso
sobre o conteúdo e a circunstância.
Na orientação de Norberto Bobbio, a quarta dimensão de direitos decorreria dos
avanços no campo da engenharia genética, ao colocarem em risco a própria existência
humana, em razão da manipulação do patrimônio genético.
Por outro lado, Bonavides afirma que “a globalização política na esfera da normatividade
jurídica introduz os direitos da quarta dimensão, que, aliás, correspondem à derradeira
fase de institucionalização do Estado social”, destacando-se os direitos a: democracia
(direta); informação e pluralismo.
Quanto ao conteúdo de uma quinta dimensão, Bonavides entende que o direito à paz
deva ser tratado em dimensão autônoma, chegando a afirmar que a paz é axioma da
democracia participativa, ou, ainda, supremo direito da humanidade (o direito à paz foi
classificado por Karel Vasak como de 3.ª dimensão).
Além disso, existe – fixando-nos na literatura brasileira – até mesmo quem defenda a
existência de uma sexta dimensão, representada pelo direito humano e fundamental de
acesso à água potável.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Questão retirada da Lei 9.433/97 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e
cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Vejamos:
FUNDAMENTOS OBJETIVOS DIRETRIZES GERAIS INSTRUMENTOS
DE AÇÃO
Art. 1º Art. 2º Art. 3º Art. 5º
I - a água é um bem I - assegurar à atual I - a gestão I - os Planos de
de domínio público; e às futuras sistemática dos Recursos
gerações a recursos hídricos, Hídricos;
II - a água é um necessária sem dissociação
recurso natural disponibilidade de dos aspectos de II - o
limitado, dotado de água, em padrões quantidade e enquadramento
valor econômico; de qualidade qualidade; dos corpos de
adequados aos água em classes,
III - em situações de respectivos usos; II - a adequação da segundo os usos
escassez, o uso gestão de recursos preponderantes
prioritário dos II - a utilização hídricos às da água;
recursos hídricos é o racional e diversidades
consumo humano e integrada dos físicas, bióticas, III - a outorga dos
a dessedentação de recursos hídricos, demográficas, direitos de uso de
animais; incluindo o econômicas, sociais recursos hídricos;
transporte e culturais das
IV - a gestão dos aquaviário, com diversas regiões do IV - a cobrança
recursos hídricos vistas ao País; pelo uso de
deve sempre desenvolvimento recursos hídricos;
proporcionar o uso sustentável; III - a
múltiplo das águas; integração da V - a
III - a prevenção e a gestão de recursos compensação a
V - a bacia defesa hídricos com a municípios;
hidrográfica é a eventos
contra
gestão ambiental; 100
unidade territorial hidrológicos VI - o
para implementação críticos de origem IV - a Sistema de
da Política Nacional natural ou articulação do Informações
de Recursos Hídricos decorrentes do uso planejamento de sobre Recursos
e atuação do Sistema inadequado dos recursos hídricos Hídricos.
Nacional de recursos naturais. com o dos setores
Gerenciamento de usuários e com os
Recursos Hídricos; IV - incentivar planejamentos
e promover a regional, estadual e
VI - a gestão captação, a nacional;
dos recursos hídricos preservação e o
deve ser aproveitamento de V - a
descentralizada e águas pluviais. articulação da
contar com a gestão de recursos
participação do hídricos com a do
Poder Público, dos uso do solo;
usuários e das
comunidades. VI - a
integração da
gestão das bacias
hidrográficas com a
dos sistemas
estuarinos e zonas
costeiras.
Art. 4º A
União articular-se-á
com os Estados
tendo em vista o
gerenciamento dos
recursos hídricos
de interesse
comum.
Assim, conforme art. 2º, III da Lei 9.433/97, a prevenção e a defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais, trata-se de um dos objetivos da PNRH.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA.
Questão retirada da Lei 9.985/00 (SNUC) que regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza. Vejamos:
Art. 6o O SNUC I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio
será gerido Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a
pelos implementação do Sistema;
seguintes
órgãos, com as
respectivas II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade
atribuições: de coordenar o Sistema; e
III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em
caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de
implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar
as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas
respectivas esferas de atuação
Assim, conforme o art. 6º, II da Lei do SNUC, o Ministério do Meio Ambiente é órgão
central que tem por finalidade coordenar o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza.
DIREITOS HUMANOS
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Consoante dispõe o artigo 6º do Estatuto de Roma, consiste em crime de Genocídio:
Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos atos
que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte,
um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
a) Homicídio de membros do grupo;
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua
destruição física, total ou parcial;
d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
Desta feita, apenas a alternativa C traz a indicação de conduta que se adequa ao
103
preceituado no tipo penal. As demais, por sua vez, consubstanciam-se em crimes contra
a humanidade, elencadas no artigo 7º do mesmo diploma internacional.
90. À luz da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, assinale a opção
correta.
(A) Entre as finalidades dessa convenção, incluem-se a promoção, a facilitação e o apoio
à cooperação internacional e à assistência técnica na prevenção e na luta contra a
corrupção, incluída a recuperação de ativos.
(B) Medidas de compliance no sistema de contratação pública, concebidas como
mecanismos eficazes de exame interno, tais como apelação e garantia de recursos
internos e soluções legais, dependem de declaração específica pelos
Estados-partes para se tornarem obrigatórias.
(C) Tendo-se em vista a independência dos ministérios públicos nacionais, não podem
ser editadas normas que regulem sua conduta, como as que preveem medidas para
reforçar a integridade e evitar a corrupção entre seus membros.
(D) Não são considerados funcionários públicos os detentores de mandato eletivo, em
especial os chefes de Estado e de governo, em face do princípio da soberania e
autonomia dos Estados-partes.
(E) Para aplicação da convenção, independentemente de previsão em contrário, é
exigido que os delitos enunciados produzam dano ou prejuízo patrimonial ao Estado.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
Convenção Interamericana para prevenir punir e erradicar a violência contra a mulher
Artigo 1
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer
ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual
ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada.
Artigo 2
Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e
psicológica:
a. ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação
interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência,
incluindo-se, entre outras formas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual;
b. ocorrida na comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras
formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada,
sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais,
serviços de saúde ou qualquer outro local; e
c. perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.
92. Integra o Sistema de Monitoramento de Direitos Humanos das Nações Unidas o(a)
(I) Comitê de Direitos Humanos.
(II) Comitê contra a Tortura.
(III) Comissão de Direitos Humanos.
(IV) Subcomitê contra a Tortura.
(V) Conselho de Direitos Humanos.
Assinale a opção correta.
106
(A) Apenas os itens I, III e V estão certos.
(B) Apenas os itens I, II, III e IV estão certos.
(C) Apenas os itens I, II, IV e V estão certos.
(D) Apenas os itens II, III, IV e V estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
A proteção dos direitos humanos no âmbito das Nações Unidas poderá ocorrer por meio
de dois mecanismos de monitoramento: O convencional e o não convencional.
O sistema de monitoramento convencional consiste em um mecanismo criado com a
finalidade de fiscalizar o cumprimento das obrigações assumidas pelos Estados-partes
quando da assinatura dos tratados internacionais. Tais finalidades são alcançadas por
meio dos comitês instituídos e disciplinados no âmbito dos próprios tratados
internacionais. Desta senda, somente os países signatários estarão sujeitos à atuação
destes mecanismos.
Além desta primeira categoria, há também o sistema não convencional. Este último, por
sua vez, existe independentemente da sua previsão em um documento internacional
específico, pois encontra fundamento na própria Carta das Nações Unidas. Por
conseguinte, sua atuação não está condicionada à assinatura de tratados, podendo
abranger todos os países da comunidade internacional.
Feitas estas primeiras conceituações, passemos à análise dos mecanismos em espécie.
I. Comitê de Direitos Humanos: Consiste no órgão de monitoramento criado no âmbito
do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (Alternativa correta – É mecanismo
de monitoramento convencional).
II. Comitê contra a Tortura: É órgão de monitoramento criado pela Convenção contra a
tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. (Alternativa correta –
É mecanismo de monitoramento convencional). 107
III. Comissão de Direitos Humanos: Não há, hoje, uma comissão de Direitos Humanos no
âmbito das Nações Unidas. A antiga Comissão foi criada por meio de resolução pelo
Conselho Econômico e Social da ONU, mas foi posteriormente sucedida pelo Conselho
de Direitos Humanos. (Alternativa incorreta – Não é mecanismo de monitoramento).
IV. Subcomitê contra a Tortura. É órgão de monitoramento criado pela Convenção
contra a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes que instituiu
o sistema de visitas regulares a estabelecimentos em que pessoas estejam privadas da
liberdade, aprovado por meio de protocolo facultativo (Alternativa correta – É
mecanismo de monitoramento convencional).
V. Conselho de Direitos Humanos: É órgão não convencional criado por meio da
Resolução do Conselho Econômico e social da ONU, que tem a atribuição de promover
e fiscalizar a observância da proteção de direitos humanos pelos Estados, tendo
autorização para investigar a situação de DH nos Estados, ainda que não sejam
signatários de tratados específicos. (Alternativa correta – É mecanismo de
monitoramento não convencional).
93. No que concerne à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no caso Irmã
Dorothy Stang, assinale a opção correta.
(A) Independentemente da condição pessoal da vítima e(ou) da repercussão do fato no
cenário nacional ou internacional, nem todo homicídio doloso representa grave violação
ao direito à vida.
(B) Dada a amplitude e a magnitude da expressão “direitos humanos”, é verossímil que
o constituinte derivado tenha optado por não definir o rol dos crimes que passariam
para a competência da justiça federal, sob pena de restringir os casos de incidência do
dispositivo.
(C) O primeiro incidente de deslocamento de competência foi requerido pela Comissão
Pastoral da Terra ao STJ e constitui fonte preciosa para a análise do instituto, introduzido
no ordenamento jurídico brasileiro pela EC n.º 45/2004.
(D) As autoridades estaduais não se encontravam empenhadas na apuração dos fatos
que resultaram na morte da missionária norte-americana, razão pela qual o pedido foi
deferido, com o deslocamento da competência originária para a justiça federal.
(E) A demonstração concreta de risco de descumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais firmados pelo Brasil, resultante de inércia, negligência, falta de
vontade política ou de condições reais do Estado-membro, por suas instituições, em
proceder à devida persecução penal, não pode ser considerada um requisito do
deslocamento, diante da ausência de previsão constitucional.
RESPOSTA: B 108
COMENTÁRIOS
94. No que se refere ao caso da usina hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, as medidas
cautelares que foram concedidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos
e que permaneceram em vigor após a revisão incluem a
(A) suspensão imediata do processo de licenciamento do projeto da UHE de Belo Monte
e a proibição de realização de qualquer obra material de execução.
(B) adoção de medidas para proteger a vida e a integridade pessoal dos membros dos
povos indígenas em isolamento voluntário da bacia do Xingu.
(C) garantia de que a consulta seja prévia, livre, informativa, de boa fé e culturalmente
adequada, com o objetivo de chegar a um acordo em relação a cada uma das
comunidades indígenas afetadas pelas medidas cautelares impostas.
(D) garantia prévia da realização dos processos de consulta, para que a consulta seja
informativa e que as comunidades indígenas beneficiárias tenham acesso a um estudo
de impacto social e ambiental do projeto, em um formato acessível, incluindo-se a
tradução para os idiomas indígenas respectivos.
(E) realização de processos de consulta, em cumprimento das obrigações internacionais
impostas ao Brasil.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
110
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
Dentre todas as alternativas, apenas a B corresponde a solicitações realizadas ao Estado
brasileiro após a nova avaliação da MC 382/10 com base na informação enviada pelo
Estado e pelos peticionários. As demais são objeto da primeira solicitação, fruto da
medida cautelar.
A CIDH solicitou ao Governo Brasileiro que suspenda imediatamente o processo de
licenciamento do projeto da UHE de Belo Monte e impeça a realização de qualquer obra
material de execução até que sejam observadas as seguintes condições mínimas
(ALTERNATIVA A): (1) realizar processos de consulta, em cumprimento das obrigações
internacionais do Brasil, no sentido de que a consulta seja prévia, livre, informativa, de
boa fé, culturalmente adequada, e com o objetivo de chegar a um acordo, em relação a
cada uma das comunidades indígenas afetadas, beneficiárias das presentes medidas
cautelares (ALTERNATIVAS C e E); (2) garantir, previamente a realização dos citados
processos de consulta, para que a consulta seja informativa, que as comunidades
indígenas beneficiárias tenham acesso a um Estudo de Impacto Social e Ambiental do
projeto, em um formato acessível, incluindo a tradução aos idiomas indígenas
respectivos (ALTERNATIVA D); (3) adotar medidas para proteger a vida e a integridade
pessoal dos membros dos povos indígenas em isolamento voluntário da bacia do Xingú,
e para prevenir a disseminação de doenças e epidemias entre as comunidades indígenas
beneficiárias das medidas cautelares como consequência da construção da hidroelétrica
Belo Monte, tanto daquelas doenças derivadas do aumento populacional massivo na
zona, como da exacerbação dos vetores de transmissão aquática de doenças como a
malária.
Em 29 de julho de 2011, durante o 142o Período de Sessões, a CIDH avaliou a MC 382/10
com base na informação enviada pelo Estado e pelos peticionários, e modificou o objeto
da medida, solicitando ao Estado que: 1) (ALTERNATIVA B) Adote medidas para proteger
a vida, a saúde e integridade pessoal dos membros das comunidades indígenas em
situação de isolamento voluntario da bacia do Xingu, e da integridade cultural de
mencionadas comunidades, que incluam ações efetivas de implementação e execução
das medidas jurídico-formais já existentes, assim como o desenho e implementação de
medidas especificas de mitigação dos efeitos que terá a construção da represa Belo
Monte sobre o território e a vida destas comunidades em isolamento.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
O reconhecimento fotográfico se caracteriza como um desdobramento do
reconhecimento pessoal, previsto no art. 226 do Código de Processo Penal. O referido
artigo não disciplinou o reconhecimento realizado por meio de fotografias, entretanto
o método tem sido bastante utilizado nas delegacias brasileiras e gera diversos casos
polêmicos em razão dos nefastos efeitos que a utilização do procedimento tem gerado
na vida de indivíduos inocentes, majoritariamente negros, que foram “reconhecidos”
112
erroneamente. Muitas vezes o reconhecimento pessoal apresenta-se como uma prova
revestida de irregularidades que, além de negar o direito da parte de não produzir prova
contra si mesmo, também lhe nega o direito ao devido processo legal, quando não são
observados adequadamente os seus requisitos. Uma vez realizado o reconhecimento
fotográfico, para que ele seja considerado válido, é necessário que esteja revestido das
formalidades previstas no art. 226 do Código de Processo Penal, passando pelas etapas
de descrição das características do sujeito e do enfileiramento com outras pessoas
parecidas fisicamente com o sujeito. Diante da ausência de previsão legal e da falta de
regulação institucional, o procedimento tem sido realizado de maneira totalmente
despadronizada e em moldes que têm ferido direitos fundamentais dos investigados.
Esse cenário de informalidade e vácuo legislativo abrem brecha para a condenação
massiva de pessoas, majoritariamente negras, baseadas em falsos reconhecimentos
realizados por meio de “reconhecimento fotográfico”, observando-se que a seletividade
penal “manifesta-se quando as instituições do sistema de justiça realizam
constrangimentos e seleções para certos atores sociais, gerando desigualdades de
tratamento no campo da segurança pública e da justiça criminal”, ou seja, a seletividade
penal que recai sobre jovens negros, a partir da ação de agentes de controle social,
reforça os contornos históricos e sociológicos da construção da imagem do “elemento
suspeito”, a qual é decisiva nas abordagens policiais, e revelam a relação direta com a
tendência criminalizadora das minorias estigmatizadas, caracterizando assim o racismo
institucional, determinando suas regras a partir de uma ordem social estabelecida,
significando uma decorrência da estrutura da sociedade que normaliza e concebe como
verdade padrões e regras baseadas em princípios discriminatórios de raça.
Cabe ressaltar que a seletividade racial presente no sistema criminal brasileiro justifica-
se pelo racismo estrutural da sociedade, a relação clara entre o racismo estrutural e as
condenações injustas, especialmente nos procedimentos informais realizados pela
polícia, como é o caso do “reconhecimento fotográfico” nos moldes em que tem se
realizado. Apesar da compreensão de que o processo social, histórico e político do Brasil
se ergueu a partir de bases discriminatórias e segregadoras as quais tinham a raça como
elemento fundante, é preciso enfatizar a responsabilidade social de buscar a mudança
para que casos como esses não aconteçam mais.
96. Acerca dos marcos normativos e das políticas que orientam a atuação do Brasil no
combate ao racismo, assinale a opção correta.
(A) Os grupos de mulheres e de negros são numericamente majoritários em quase todos
os estados brasileiros, mas o combate às discriminações racial e de gênero não é uma
das principais demandas sociais a serem enfrentadas pelas instituições no país.
(B) As ações afirmativas adotadas pelo Estado brasileiro para combater o racismo e
promover a igualdade racial encontram-se em consonância com normatizações e
convenções internacionais a respeito da eliminação da discriminação racial, de forma a
produzir uma real alteração no quadro de iniquidades sociais que assolam o Brasil.
(C) O Estado democrático de direito ainda não deve propor ações concretas para a
solução do problema da discriminação, pois carece de dados estatísticos, pesquisas e
estudos mais aprofundados a respeito dos problemas advindos da escravidão e do 113
racismo, impregnados na sociedade brasileira.
(D) O Estado brasileiro adotou as medidas necessárias para eliminar o racismo e evitou
a perpetuação da pobreza e do racismo entre as gerações.
(E) Não é escopo da atuação do Ministério Público garantir efetividade aos comandos
constitucionais e legais no que se refere à promoção da igualdade racial, pois esta é uma
atribuição do Poder Executivo, ao instituir políticas de ações afirmativas e mecanismos
para combater a fraude às cotas, por exemplo.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
97. No que diz respeito aos crimes resultantes de preconceito de raça e de cor, bem
como ao contexto da escravidão no Brasil, assinale a opção correta.
(A) Os casos de pessoas negras tratadas com indignidade por seguranças e empregados
de estabelecimentos comerciais são excepcionais e refletem a falta de treinamento e
capacitação desses profissionais, motivo por que não cabe a atuação do Ministério
Público como fiscal da lei nesses casos.
(B) O avanço da consciência ética e jurídica do povo brasileiro, por meio do arcabouço
principiológico consagrado na Constituição Federal de 1988, nos tratados internacionais
e nas normas infraconstitucionais, inviabilizou o combate ao racismo.
(C) Tanto em sede policial quanto na atuação do Ministério Público, é possível observar
a apuração sempre rigorosa dos casos de racismo e a aplicação da Lei n.º 7.716/1989.
(D) Apesar do reconhecimento do princípio da igualdade pela Constituição Federal de
1988 e da previsão legal de crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, no
Poder Judiciário criou-se uma cultura de separar o racismo da injúria racial, o que
culminou, na prática, em um incentivo e atenuante a esse tipo de conduta.
(E) A equiparação da injúria racial ao crime de racismo e a punição por meio de penas
restritivas de direitos, também chamadas de penas alternativas, como o pagamento de
cestas básicas e a prestação de serviços à comunidade, foram suficientes para o avanço
da consciência ética e social da sociedade brasileira.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS 115
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
- Implantação de currículo escolar que reflita a pluralidade racial brasileira, nos termos
da Lei 10.639/2003.
(B) INCORRETA. Dentre os princípios contidos na Lei nº 4.886/03, que institui a Política
Nacional de Promoção da Igualdade Racial, a Descentralização:
I - OBJETIVO GERAL
• Redução das desigualdades raciais no Brasil, com ênfase na população negra, mediante
a realização de ações exeqüíveis a longo, médio e curto prazos, com reconhecimento
das demandas mais imediatas, bem como das áreas de atuação prioritária.
II - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Defesa de direitos
- Afirmação do caráter pluriétnico da sociedade brasileira.
- Implantação de currículo escolar que reflita a pluralidade racial brasileira, nos termos
da Lei 10.639/2003.
• Ação afirmativa
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Não há qualquer vedação à atuação do Ministério Público nesses casos,
não sendo uma atribuição exclusiva do MPT.
(B) INCORRETA. O art. 1º da Lei 12.288/10 (Estatuto da igualdade racial) em seu
parágrafo único dispõe que:
Para efeito deste Estatuto, considera-se:
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; 119
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição
de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica;
(C) INCORRETA. Pelo contrário, as práticas econômicas, sociais, de comunicação e
marketing voltadas ao combate ao racismo e à promoção da igualdade racial tem se
mostrado bem aceita e até exigidas pelos consumidores, o que evidencia a necessidade
de as empresas demonstrarem tal consciência social.
(D) CORRETA. Os artigos 2 e 4 do Estatuto elencam algumas condutas descritas como
de responsabilidade do Estado que bem exemplificam o dever de assegurar a igualdade
de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra:
Art. 2º. É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,
reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele,
o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas,
econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua
dignidade e seus valores religiosos e culturais.
Art. 4º. A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade,
na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente,
por meio de:
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento
e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação
étnica;
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica
e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e
estruturais;
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a
representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil
direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades
étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de
condicionamento e prioridade no acesso aos recursos públicos;
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das
desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,
trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.
(E) INCORRETA. A falta de ascensão de pessoas negras nas carreiras funcionais se deve
ao racismo estrutural que consiste na perpetuação de práticas, hábitos, situações e falas
embutidas em nossos costumes e que promovem, direta ou indiretamente, a
segregação ou o preconceito racial, dentre elas a manutenção da segregação de pessoas
negras a espaços funcionais de baixa escolaridade e subempregos, mesmo possuindo 120
formação profissional e técnicas compatíveis com cargos mais altos.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Nem todos os estados fazem parte do Sistema Nacional de Promoção
da Igualdade Racial.
(B) INCORRETA. O sistema ainda não foi implementado em todo o país, pois nem todos
os estados aderiram.
(C) INCORRETA. A implementação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
Racial tem como objetivo a institucionalização da política de igualdade racial nos
Estados, com o propósito de garantir à população negra, cigana e indígena a efetivação
da igualdade de oportunidades, a defesa de direitos e o combate à discriminação e as
demais formas de intolerância, o que não fere a autonomia dos entes federativos.
(D) INCORRETA. Ao contrário do que assevera a afirmativa, as atividades desenvolvidas
pelos órgãos que compõem o SINAPIR são financiadas em sistema de cooperação pelos 121
entes federativos (art. 22), assim como por diversas outras fontes (art. 24), não havendo
recursos oriundos somente do Fundo de Promoção da Igualdade Racial. Ademais, as
medidas de transparência relacionadas à alocação desses recursos são promovida pelos
próprios entes federativos e não pelos órgãos em si.
DECRETO Nº 8.136, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2013
Aprova o regulamento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial - Sinapir,
instituído pela Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010.
Art. 21. Os entes que aderirem ao Sinapir devem assegurar, em seus orçamentos,
recursos para a implementação das políticas de igualdade racial e promover medidas de
transparência quanto à alocação desses recursos.
Art. 22. As políticas de promoção da igualdade racial e de enfrentamento ao racismo
pactuadas no âmbito do Sistema serão cofinanciadas pela União e os Estados, Distrito
Federal e Municípios que aderirem ao Sinapir.
Art. 23. O mecanismo de financiamento do Sinapir, em âmbito federal, compreende
recursos oriundos:
I - do orçamento da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República;
II - das ações orçamentárias previstas na lei orçamentária anual direcionadas à
promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo;
III - de doações voluntárias de particulares, de empresas privadas e de organizações não
governamentais;
IV - de doações voluntárias de fundos nacionais e internacionais;
V - de doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, tratados e acordos
internacionais.
(E) CORRETA. Assim dispõe o art. 1º, §2º do Decreto 8136/16 que aprova o regulamento
do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial:
§2º Deverão ser adotadas estratégias para assegurar à política de igualdade racial
prioridade no planejamento e no orçamento dos entes federados que aderirem ao
Sinapir de modo a garantir o desenvolvimento de programas com impacto efetivo na
superação das desigualdades raciais.
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