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Protocolo de Medicacao Segura Finalizado
Protocolo de Medicacao Segura Finalizado
FORTALEZA/CE
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Hospital Geral de Fortaleza
Biblioteca HGF
P967 Hospital Geral de Fortaleza. Núcleo de Segurança do Paciente e Qualidade Hospitalar. Serviço
de Farmácia
Protocolo de Medicação Segura do Hospital Geral de Fortaleza / Elaborado por Cleíse
Martins Rocha; Organizado por Araguacy Rebouças Simplício, et al.; Colaboração de Johnatã
Ferreira Brandão .- Fortaleza: HGF, 2021.
28 p.
Inclui bibliografia.
1. Medicação. 2. Protocolo. 3. Hospital Geral de Fortaleza. I. Título. II. Alves, Lana Valéria
Clemente. III. Carvalho, Larisse Alves Fernandes. IV. Silva, Dherlen Lemos da. V. Simplício,
Araguacy Rebouças. VII. Barreto, Regina Maria Monteiro de Sá. VIII. Rocha, Cleíse Martins. IX.
Brandão, Johnatã Ferreira.
CDU 616.7
Bibliotecário: Kelson de Oliveira Monteiro CRB-3/1457.
O trabalho PROTOCOLO DE MEDICAÇÃO SEGURA DO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA do Núcleo de
Segurança do Paciente e Qualidade está licenciado com uma Licença Creative Commons
Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Baseado no trabalho disponível em
http://www.hgf.ce.gov.br.
Hospital Geral de Fortaleza - Rua. Ávila Goulart, 900 - Papicu, Fortaleza/CE CEP:
60.175-295 - Fone: (85) 3101.3165
© Governo do Estado do Ceará. Todos os direitos reservados. Home Page:
http://www.hgf.ce.gov.br
Editores
Editora HGF
Kelson de Oliveira Monteiro
Organizadores:
Cleíse Martins Rocha
Araguacy Rebouças Simplício
Lana Valéria Clemente Alves
Larisse Alves Fernandes Carvalho
Dherlen Lemos da Silva
Camilo Sobreira Santana
Governador do Estado do Ceará
SUMÁRIO
1. SIGLAS E CONCEITOS........................................................................................................... 4
2. OBJETIVOS........................................................................................................................... 4
3. JUSTIFICATIVAS.................................................................................................................. 4
4. ABRANGÊNCIA................................................................................................................... 4
5. TIPOS DE INCIDENTES RELACIONADOS À MEDICAMENTO............................................... 5
5.1 Uso seguro de medicamentos..................................................................................... 5
5.2 Erros de medicação..................................................................................................... 5
5.3 Erros de prescrição...................................................................................................... 5
5.4 Erros de dispensação.................................................................................................. 5
5.5 Erros de administração............................................................................................... 5
6. PRÁTICAS SEGURAS PARA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS......................................... 6
6.1 Classificação................................................................................................................ 6
6.1.1 Urgência/Emergência......................................................................................... 6
6.1.2 Caso necessário.................................................................................................. 6
6.1.3 Baseado em protocolo....................................................................................... 6
6.1.4 Padrão................................................................................................................ 6
6.1.5 Padrão com data de fechamento...................................................................... 6
6.1.6 Verbal................................................................................................................. 6
6.2 Itens de verificação para a prescrição segura de medicamentos............................... 6
6.2.1 Identificação do paciente................................................................................... 6
6.2.2 Identificação do prescritor................................................................................... 7
6.2.3 Identificação da instituição na prescrição........................................................... 7
6.2.4 Identificação da data de prescrição..................................................................... 7
6.2.5 Legitimidade........................................................................................................ 7
6.2.6 Uso de abreviaturas............................................................................................. 7
6.2.7 Medicamentos que possuem nomes semelhantes............................................. 7
6.3 Quanto à utilização de expressões vagas.................................................................... 8
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1. SIGLAS
2. OBJETIVO
Padronizar e promover práticas seguras na prescrição, dispensação, administração e uso de
medicamentos no Hospital Geral de Fortaleza
3. JUSTIFICATIVAS
A prescrição, dispensação, administração e uso de medicamentos são práticas comuns na assistência
à saúde, de maneira que a terapia medicamentosa é considerada prioridade em diversos tratamentos.
Condutas inseguras na prática e erros de medicação são um dos principais motivos de eventos adversos em
todo o mundo, gerando despesa ao sistema de saúde e principalmente danos desnecessários ao paciente
(OMS, 2018).
Em 2004 a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o programa Aliança Mundial para a
Segurança do Paciente, que propõe a todos os países participantes a aderirem medidas para garantir a
qualidade e segurança da assistência prestada nas unidades de saúde. De acordo com OMS a melhora na
prescrição no uso e administração de medicamentos encontra-se entre as Metas Internacionais de
Segurança do Paciente.
Nos Estados Unidos da América (EUA), acontece um erro de medicação por paciente hospitalizado
por dia. Por ano ocorrem 1,5 milhão de eventos adversos e 7.000 mortes, devido a erros relacionados a
medicamentos em pacientes hospitalizados. Um estudo avaliou a taxa de notificações de eventos adversos
ao Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA) no Brasil do ano de 2006 a 2011
constatou 37.696 notificações relacionadas à medicação (OLIVEIRA; XAVIER; JÚNIOR, 2013).
Contudo os estudos sobre eventos adversos no Brasil ainda são muito vagos, tendo em vista também
cultura predominantemente punitiva e omissões ainda são comuns, indicando a necessidade de mais
pesquisas na área e mudança de perspetiva para uma cultura de segurança.
Diante do exposto, torna-se necessário o estabelecimento de um Protocolo de Segurança na
Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos no HGF para fundamentar a prática do profissional
envolvido neste processo e garantir a segurança do paciente e qualidade da assistência de saúde na
instituição evitando danos desnecessários ao paciente.
4. ABRANGÊNCIA
Este protocolo aplica-se a todos as unidades e profissionais do Hospital Geral de Fortaleza que façam
parte do processo de prescrição, dispensação, administração e uso de medicamentos, independente da
finalidade terapêutica e circunstância.
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6.1.4. Padrão
Aquela que inicia um tratamento até que o prescritor o interrompa.
6.1.6. Verbal
Utilizada apenas em situações de URGÊNCIA/EMERGÊNCIA, sendo escrita posteriormente em
decorrência do elevado risco de erro e deverá ser restrita às situações para as quais é prevista.
Quanto à origem, a prescrição pode ser ambulatorial, hospitalar ou proveniente de outro tipo de
estabelecimento de saúde. Os medicamentos prescritos podem ser medicamentos fabricados pela indústria
(referência, similar e intercambiável), magistrais ou farmacopeicos.
6.2 Itens de verificação para a prescrição segura de medicamentos
6.2.1. Identificação do paciente
ambulatorial: deve conter no mínimo nome, endereço e data de nascimento;
hospitalar: nome do hospital; nome completo do paciente; número do prontuário ou registro
do atendimento; leito; serviço; enfermaria/apartamento; e andar/ala;
Observações: O nome deve estar completo, todos os itens devem ser legíveis; no caso de
paciente não identificado deve-se utilizar o número do prontuário e evitar a abreviatura.
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Contendo o nome completo e número de registo do conselho profissional e assinatura podendo ser
manuscrito ou com a utilização de carimbo contendo os elementos de identificação. A identificação do
prescritor deverá ser legível para conferir autenticidade à prescrição.
Devem ser prescritos com destaque na escrita da parte do nome que os diferencia, e pode ser
utilizada letra maiúscula ou negrito. Exemplos: DOPAmina e DOBUtamina; ClorproPAMIDA e
ClorproMAZINA; VimBLASTina e VinCRIStina.
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É importante ressaltar que nas prescrições ambulatoriais, deverão ser registradas todas as
orientações sobre como utilizar o medicamento, bem como as recomendações não farmacológicas devem
constar também na prescrição.
6.6.4. Doses
Recomenda-se que as doses prescritas sejam conferidas pelo prescritor antes de assinar. Deve-se
implantar a dupla checagem (na farmácia e no momento do recebimento pela enfermagem) das doses
prescritas principalmente para medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância.
6.6.5. Diluição
A prescrição deverá conter informações sobre diluente (tipo e volume), velocidade e tempo de
infusão (para endovenosos). A reconstituição e diluição dos medicamentos é etapa importante e que gera
impacto sobre a estabilidade e até mesmo sobre a efetividade do medicamento, pois em alguns casos a
incompatibilidade leva à diminuição ou à perda da ação farmacológica do medicamento.
6.6.6. Velocidade de infusão
É indispensável a definição da velocidade de infusão na prescrição, assim como as recomendações
do fabricante do medicamento, evitando a ocorrência de eventos adversos passíveis de prevenção.
6.6.7. Via de administração
A via de administração deve ser prescrita de forma clara, observando a via de administração
recomendada pelo fabricante. O uso de abreviaturas para expressar a via de administração deverá ser
restrito somente às padronizadas no estabelecimento de saúde
6.6.8. Modificação da prescrição atual ou vigente
Em prescrições hospitalares, o prescritor deverá se certificar de que as alterações na prescrição
foram feitas de forma clara, legível e sem rasuras. As alterações devem constar na primeira e segunda via
da prescrição.
6.6.9. Prescrições verbais
Recomenda-se prescrições verbais serem restritas às situações de urgência/emergência, devendo ser
imediatamente escritas no formulário da prescrição após a administração do medicamento. É
imprescindível a validação da prescrição o mais breve possível.
Quando a ordem verbal for absolutamente necessária, o prescritor deve falar o nome, a dose e a via
de administração do medicamento de forma clara. Quem recebeu a ordem verbal deve repetir de volta o
que foi dito e ser confirmado pelo prescritor antes de administrar o medicamento.
Na transferência do paciente entre leitos entre duas unidades de uma mesma instituição hospitalar e
entre instituições hospitalares distintas, deve ser encaminhado o resumo da internação e o prontuário
atualizado e organizado (transferência interna), bem como resumo de alta (em caso de transferência
externa), como forma de melhor orientar a nova equipe que prestará assistência ao paciente.
Os pontos de transição dos pacientes no hospital, da admissão à alta, ou mudança de local de
internação, são considerados críticos, pois frequentemente nessas mudanças, ocorre expressivo número de
erros de medicação devido a informações incorretas ou incompletas sobre os medicamentos utilizados
pelos pacientes, ocasionando principalmente a omissão ou duplicidade de dose.
Na alta hospitalar, é importante que o paciente receba uma prescrição contendo todos os
medicamentos de que fará uso e as recomendações necessárias à continuidade do tratamento, sendo
recomendável a participação do farmacêutico com orientações para o uso seguro e racional dos
medicamentos prescritos.
Exemplo: captopril 25mg comprimido. Administrar 50mg de 8/8h por via oral, 1h antes ou 2h depois de
alimentos.
Exemplo: Permanganato de potássio 1:60.000 solução. Aplicar compressas em membro inferior direito 3
vezes/dia, após o banho.
Nome do medicamento (genérico) + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via
de administração + velocidade de infusão + posologia + orientações de administração e uso.
Exemplo: anfotericina B 50mg frasco-ampola. Reconstituir 50mg em 10mL de água destilada e rediluir
para 500mL de solução glicosada 5%. Uso endovenoso. Infundir 35 gotas/min., 1 vez/dia. Administrar em
5 horas.
Nome do medicamento (genérico) + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via
de administração + posologia + orientações de administração e uso.
Exemplo:
Com diluição: ceftriaxona 1g, frasco-ampola. Diluir 1g em 3,5 mL de lidocaína 1%. Fazer a solução
obtida, via intramuscular profunda (região glútea) de 12/12h;
Sem diluição: vitamina K (fitomenadiona) 10mg/mL, ampola. Fazer 1mL via intramuscular
profunda (região glútea), 1x ao dia.
Exemplo: heparina sódica 5.000 unidades internacionais/0,25mL, ampola. Fazer 0,25mL subcutânea de
12/12h.
Fonte: (SILVA,SANTANA,2018)
Nome do medicamento (genérico) + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via
de administração + posologia + orientações de administração e uso.
Exemplo:
uso intratecal com diluição: citarabina 100mg, frasco-ampola. Diluir 100mg em 5mL de solução fisiológica
0,9%. Infundir 1,5mL intratecal, 1x/dia. Diluir imediatamente antes do uso. Não reaproveitar o restante da
solução para uso intratecal.
Exemplo: bromidrato de fenoterol 5mg/mL, solução para inalação. Fazer aerosol com 5 gotas diluídas em
3 mL de solução fisiológica 0,9% de 6/6h. Nebulizar e inalar até esgotar toda a solução.
recebimento;
armazenamento;
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fracionamento;
identificação segura dos medicamentos.
O número de apresentações e concentrações de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta
vigilância, padronizados na instituição, precisa ser restrito e suas doses máximas estabelecidas e
amplamente divulgadas.
11. BOAS PRÁTICAS NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO
A farmácia deve seguir as Boas Práticas de Armazenamento de Medicamentos e possuir padrões
atualizados que definam regras para o armazenamento, privilegiando a segurança do processo de
dispensação.
12. CENTRAIS DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO (CAF) AMBULATORIAL
É importante assegurar práticas adequadas para a distribuição dos medicamentos das Centrais de
Abastecimento Farmacêutico (CAF) para as unidades de saúde a fim de evitar erros, seguindo as boas
práticas de distribuição de medicamentos. Toda a movimentação de medicamentos deve ser realizada por
um eficiente sistema de controle de estoque, preferencialmente eletrônico, que garanta a correta
distribuição. Portanto, cabe a farmácia entre suas importantes funções, a dispensação dos medicamentos e
deve assegurar que os medicamentos estejam disponíveis para administração ao paciente no tempo
adequado, na dose correta, mantendo as características físicas, químicas e microbiológicas, contribuindo
para o uso seguro dos mesmos.
A meta da farmácia é manter processos de trabalho escritos e difundidos com o objetivo de que
promover a prevenção, identificação e redução de erros de prescrição e dispensação aos pacientes
assistidos. Neste contexto, também considerar a capacitação de recursos humanos de forma permanente e
e em número suficiente para realizar de forma satisfatória suas atividades.
13. BOAS PRÁTICAS NO PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
O preparo e administração de medicamentos é uma prática rotineira da equipe de enfermagem,
contudo a falta de protocolos e atualização de técnica, somado à natureza humana passível de falhas pode
induzir ao erro, pode ser fatal ao paciente. Dessa maneira, a implantação de boas práticas para a preparo e
administração de medicamentos torna-se essencial.
A proporção dos erros relacionados à administração de medicamentos foi apresentada em estudo
realizado em 2006 em quatro hospitais brasileiros, tendo sido evidenciado que 1,7% dos medicamentos
administrados foi diferente dos medicamentos prescritos; 4,8% das doses administradas diferiam das
prescritas; 1,5% dos medicamentos foi administrado em vias diferentes das prescritas;0,3% dos pacientes
recebeu medicamentos não autorizados ou não prescritos; quase 2,2% dos medicamentos foram
administrados uma hora antes do previsto e 7,4% mais de uma hora depois do prescrito ( ISMP, 2018).
No código de ética de Enfermagem (Resolução COFEN 564/2017) no Capítulo III Art.78, esclarece que
é proibido administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação da droga, via de administração e
potenciais riscos, respeitados os graus de formação do profissional. Portanto, todo profissional de
Enfermagem precisa se apropriar da prática de administração de medicamentos ( COFEN. 2017).
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Reconhecer a graduação dos diversos tipos disponíveis no setor, para administrar a dose e o
volume prescrito, bem como, a exigência asséptica para o preparo do medicamento como
limpar o diafragma do frasco-ampola ou frasco de multidose com álcool 70% antes de perfurá-
lo.
Ter habilidade para medir em recipiente graduado a quantidade exata do medicamento
prescrito, conforme apresentação do fármaco;
Quadro 8 – Dispositivos.
os cateteres periféricos curtos devem ser removidos, caso não tenham sido utilizados por 24
horas ou mais, ou quando clinicamente indicado, tendo por base os resultados de avaliação do
local da punção e os sinais e sintomas clínicos de complicações locais ou sistêmicas;
manter estáveis todos os cateteres, sejam de curta ou longa permanência, periférico ou
central, com fixação padronizada pelo serviço, para evitar saídas ou perdas não planejadas;
observar se há presença de infiltração, extravasamento, hematomas, sinais de flebite ou de
infecção. Se confirmada algumas dessas complicações, registrar no prontuário e o enfermeiro
deverá avaliar a melhor conduta a ser tomada;
preparar os itens da prescrição médica com atenção concentrada na leitura e interpretação de
cada item. Não se dispersar com telefone, conversas paralelas, TV ou rádio e, ainda, antes de
iniciar o procedimento, fortalecer a memorização das recomendações de segurança exigidas
para o preparo e administração de medicamentos, conforme citadas anteriormente;
conferir com outro profissional a dose que exigiu cálculo, a fim de diminuir a chance de erro;
dimensionar o tempo para administrar os medicamentos previstos na prescrição médica, de
forma a cumprir os horários, tempo de infusão recomendado e orientações de estabilidade do
medicamento preparado;
Seguir as diretrizes da Infusion Nursing Society – Brasil para proceder o flushing, ou seja, a lavagem
do cateter conforme as orientações a seguir: o volume mínimo da solução para realizar o flushing deve
ser pelo menos duas vezes o volume da capacidade do cateter, também conhecido como priming. Para
o flushing com soro fisiológico (SF) 0,9%, recomenda-se não exceder 30 ml em 24 horas para o adulto;
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Observação: não existe evidência científica, até o momento com relação ao uso de soluções heparinizadas
para manutenção de cateteres periféricos ou centrais. Neste caso, recomenda-se que os serviços
estabeleçam normas e critérios sobre a manutenção da permeabilidade dos cateteres;
Controlar o fluxo de velocidade de administração do medicamento em qualquer via, assegurando a
precisão do volume e o tempo da infusão;
Administrar medicamentos intravenosos em bólus, de acordo com a prescrição médica ou normas
da instituição e considerar a dose prescrita e o tempo de infusão. O tempo para infusão da droga
em bólus comumente é menor ou igual a 1 minuto;
Administrar separadamente cada medicamento, mesmo que prescritos para o mesmo horário,
possibilitando maior segurança quanto à incompatibilidade e interação entre eles;
Avaliar o paciente após administração do medicamento, para observação do efeito esperado
ou reações adversas. Comunicar e registrar conforme cada situação;
Registrar os medicamentos administrados em prontuário de suporte de papel com rubrica ou
eletrônico com certificado digital, imediatamente após a administração, conforme previsto por
legislação profissional;
Registrar na anotação de enfermagem as informações dos medicamentos administrados do
seu período de trabalho. Em seguida, colocar nome completo, função e número do COREN;
Seguir as condutas de alerta padronizadas no serviço, nos casos de suspensão de medicamento
pelo médico;
Agir preventivamente em causa própria e em prol da segurança do paciente ao se perceber
apresentando alguma indisposição que poderá gerar falta de atenção ou lapso. Neste caso,
procure a liderança para tomar a melhor conduta de acordo com a situação.
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conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “zero”,
“vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o prescritor
sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada;
verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas
imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola);
conferir a velocidade de gotejamento. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e
programação de bomba para administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de
alta vigilância.
15.6. Registro certo da administração
O registro de todas as ocorrências relacionadas a administração de medicações é um importante
instrumento para garantir a segurança do paciente na continuidade dos cuidados. Registrar:
na prescrição o horário da administração do medicamento e cheque!
na anotação de enfermagem, registre o medicamento administrado e justifique em casos de
adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos.
15.7. Orientação correta
A orientação correta refere-se tanto ao profissional quanto ao paciente. Qualquer dúvida deve ser
esclarecida antes de administrar a medicação.
De acordo com os 10 passos para segurança do paciente, o paciente também é uma barreira para
prevenir erros e deve ser envolvido na segurança de sua assistência.
Importante informar o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), para que
“serve” (indicação), a dose e a frequência que será administrado.
15.8. Forma certa
Esta etapa está relacionada com a forma farmacêutica do medicamento. Verificar os seguintes
pontos:
checar se o medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via de
administração prescrita.
checar se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à condição
clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência permite administração de
medicação por via oral – V.O).
15.9. Resposta certa
Nessa última etapa devemos observar cuidadosamente o paciente para identificar se o
medicamento teve o efeito desejado. Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos os efeitos
diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento. Considerar o que o paciente ou
familiar relata e nunca menosprezar ou desprezar as informações concedidas.
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16. REFERÊNCIAS
ANVISA, Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Distrito Federal-DF,
2011.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. COFEN resolução nº 564/2017, de 6 de dezembro de 2017.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Enfermagem. Uso seguro de medicamentos: Guia para preparo,
administração e monitoramento. COREN-SP: São Paulo, 2017.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Farmácia. Manual de orientação ao farmacêutico segurança do
paciente. CRF-SP: São Paulo, 2020.
INSTITUTO PARA PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS. Medicamentos potencialmente
inadequados para idosos. Boletim ISMP Brasil, 2018.
INSTITUTO PARA PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS. Uso seguro de medicamentos em
pacientes pediátricos. Boletim ISMP Brasil, 2018.
OLIVEIRA, Jamile Rocha de; XAVIER, Rosa Malena Fagundes; SANTOS JUNIOR, Aníbal de Freitas. Eventos
adversos notificados ao Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA): Brasil,
estudo descritivo no período 2006 a 2011. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 22, n. 4, p. 671-
678, dez. 2013 . Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742013000400013&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 25 jan. 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-
49742013000400013
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Monitorização da segurança de medicamentos: diretrizes para
criação e funcionamento de um centro de farmacovigilância. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde,
2015.
SILVA, M. F. B.; SANTANA, J. S. Erros na administração de medicamentos pelos profissionais de enfermagem,
Arq. Catarin Med, Santa Catarina, v.47, n.4, p. 146-154, 2018. Disponível em:
http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/359. Acesso em: 25 jan. 2021.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Medication Without Harm, Global Patient Safety Challenge on
Medication Safety. Geneva: World Health Organization, 2017.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO launches global effort to halve medication-related errors in 5
years. Geneva: World Health Organization, 2017.