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Beatriz Nunes Costa Anos Letivos 2019/2020 e 2020/2021
Beatriz Nunes Costa Anos Letivos 2019/2020 e 2020/2021
Hidrosfera ............................................................................................................. 7
Atmosfera ............................................................................................................. 8
Geosfera ................................................................................................................ 9
Biosfera................................................................................................................. 9
Diagénese ............................................................................................................ 22
Definição de magma............................................................................................ 37
Vulcanologia ........................................................................................................... 44
Vulcanismo central.............................................................................................. 44
Falha ................................................................................................................... 72
Dobras................................................................................................................. 73
Energia geotérmica.............................................................................................. 91
Os aquíferos ........................................................................................................ 95
Relativamente aos sistemas podemos ainda fazer uma distinção entre compostos e
simples. Sendo que, quando um sistema é constituído por várias partes disjuntas diz-se
composto e cada parte denomina-se subsistema.
Relativamente à Terra
Esta constitui um sistema composto e fechado pois este realiza trocas de energia com o
meio envolvente, mas as trocas de matéria com o espaço vizinho consideram-se pouco
significantes pois comparado com a massa da terra é irrelevante (resume-se impacto de
meteoritos, de outros corpos celestes e escape para o espaço de pequenas quantidades de
gases de baixa densidade). Deste modo pode retirar-se deste conhecimento algumas
implicações.
Subsistemas Terrestres
Hidrosfera
Este compreende toda a água no estado líquido e sólido que se encontra á superfície da
Terra: oceanos, rios, lagos, calotes de gelo, águas subterrâneas entre outros. Para alguns
autores existe ainda a diferenciação da água no estado sólido constituinte de um outro
subsistema a criosfera. A água é o recurso natural mais importante da Terra pois é
essencial para a existência de qualquer forma de vida na Terra sendo esta uma
substância comum a todos os subsistemas da Terra. Esta movimenta-se na Terra como
já sabemos através do ciclo hidrológico.
Ciclo menor da água: é a etapa de evaporação da água dos rios, lagoas, lagos e oceanos.
Ocorre transformando-se do estado líquido para o gasoso, por causa dos raios solares
que aumentam a temperatura da água.
Atmosfera
Constitui o involucro gasoso da Terra, sendo, atualmente, constituída por uma mistura
de gases, dos quais o azoto, o oxigénio, o árgon e o CO2 representam 99,98% do
volume. Este subsistema tem funções de primordial importância:
Entende-se por geosfera a parte superficial da Terra que se encontra no estado sólido,
quer na zona superficial quer na profunda da Terra, tornando este o subsistema de
maiores dimensões. (O núcleo externo segundo o modelo
químico, embora esteja no estado líquido pertence a
igualmente à Geosfera). As transformações e os movimentos
que ocorrem na geosfera tronam a Terra um planeta
geologicamente ativo e em constante mutação. Deste
subsistema podemos retirar um ciclo importante o ciclo das
rochas que estudaremos mais à frente.
Biosfera
Esta é constituída por todos os seres vivos que ocupam habitats tão diversos, como a
terra, ar e água. Esta vida encontra-se situada principalmente na zona superficial da
Terra podendo haver exceções. A existência de vida na Terra é um facto único, até ao
momento, no Sistema Solar. A vida encontra-
se atualmente hierarquizada pelo grau de
simplicidade, do mais simples célula, ao mais
complexo, a própria biosfera.
O sistema Terra depende das interações entre os seus subsistemas abertos e podem ser
estabelecidas algumas relações base para provar tal necessidade, nomeadamente a
fotossíntese e o ciclo do carbono.
Tal como vimos na descrição anterior dos subsistemas podemos perceber que o planeta
Terra é um planeta “vivo”, pois encontra-se em constantes transformações quer internas
quer externas. Uma das formas de ler a história desta grande vivacidade é através do
estudo das rochas. Todas estas modificações geológicas, geográficas e biológicas
encontram-se registadas e preservadas ao longo de milhões de anos nas rochas. O estudo
das rochas e dos seus mais pequenos detalhes é fundamental para sermos capazes de ler
o “livro” da história da Terra, dai ser importante destacar primeiros os tipos de rochas
que temos e quais as suas particularidades, os minerais. Existem então três tipos de
rocha: sedimentares, magmáticas ou ígneas e metamórficas.
Mais além
Pela definição de mineral sabemos que este necessita de ter uma composição química,
fixa ou variável dentro de limites definidos, passível de ser representada por uma
fórmula química.
Propriedades físicas
Cor
Risca ou traço
Brilho ou lustre
O brilho é a propriedade que se refere à intensidade de luz refletida por uma superfície
de fratura recente do mineral em estudo. Quanto a esta propriedade os minerais podem
ser subdivididos em mineral de brilho metálico, não metálico e submetálico.
Aviso importante:
Esta está relacionada com a estrutura cristalina do mineral, resultando do arranjo dos
átomos ou dos iões e do facto das ligações serem mais fracas numa direção que noutra.
Separam-se mais facilmente os planos ligados entre si por forças mais fracas.
Diz-se que um mineral é mais duro que outro se, e só se, o riscar e não for riscado por
ele, por outro lado dois minerais contém a mesma dureza se se riscarem ou não
mutuamente. É importante realçar que a utilização desta escala proporciona valores
relativos não absolutos. Quando não temos a escala à mão é possível utilizar outros
materiais.
Densidade
Isomorfismo (do grego “isos” igual + “morphé” forma) indica-nos minerais que
embora apresentem a mesma forma ou idêntica, ou seja, mesma textura, contém
estruturas cristalinas diferentes. Deste modo temos substâncias isomorfas.
Uma caso comum utilizado para referir este aspeto são as plagióclases, que são silicatos
em que os iões de sódio e cálcio se podem substituir sem que alterem a estrutura
cristalina.
Rochas sedimentares
Agora que já conhecemos melhor os constituintes das rochas avancemos para as rochas
em si. Como já sabemos existem três tipos de rochas: sedimentares, magmáticas e
metamórficas.
Nota:
Neste tipo de meteorização incluem-se processos, tais como a cão da água, a ação do
gelo, dos seres vivos, do calor, o crescimento de minerais e alívio de pressão.
Ação do gelo Água e temperatura A água ao mudar para o estado solido, Desagregação da rocha
expande e o seu acréscimo de volume
(corioplastia)
exerce forças que aumentam as
fissuras já existentes nas rochas,
degradando-as
Ação dos Atividade dos seres As sementes, germinando em fendas, Desagregação das rochas
vivos originam plantas cujas raízes se
seres vivos
instalam nessas fendas abrindo-as
cada vez mais. Alguns animais cavam
tuneis favorecendo a degradação.
Crescimento Existência de sais Por vezes, a água que existe nas Alargamento e desintegração
/Temperatura fraturas e nos poros das rochas das rochas
de minerais
contém sais dissolvidos, que podem
(Haloclastia) precipitar e iniciar o seu crescimento
exercendo assim, uma força
expansiva, que contribui para uma
maior desagregação das rochas.
Meteorização química
Transporte
Diagénese
Estas rochas formam-se a partir de fragmentos sólidos, isto é obtido a partir de outras
rochas pré-existentes, por processos de meteorização e de erosão. A granulometria dos
materiais é variável dai ser importante definir as dimensões destes e as consequentes
rochas que se formam. Deste modo os sedimentos detríticos são classificados em função
do tamanho.
Calcários de precipitação
A presença no subsolo de um domo salino, que tem densidade inferior à das rochas
encaixantes, afeta localmente a aceleração da gravidade, que começa a diminuir nas
proximidades desse local, registando-se uma anomalia negativa.
Os sedimentos que compõe as rochas biogénicas podem ser constituídos por detritos
orgânicos ou por materiais resultantes de uma ação bioquímica. Muitas vezes na
natureza os processos inorgânicos e bioquímicos andam ligados por isso alguns autores
consideram estas rochas quimiobiogénicas. De entre as mais conhecidas destacam-se os
calcários biogénicos (conquífero e recifal) assim como o carvão e o petróleo.
Calcários conquíferos
Com já estudamos existem vários calcários é importante fazer a distinção entre eles. O
quimiogénico e os dois biogénicos.
Amostra de
mão
Carvão
Petróleo
O estudo dos sedimentos e das rochas sedimentares permite não só fazer a datação de
muitas formações como também reconstituir os ambientes antigos ou paleontológicos
em que a génese da rocha ocorreu. A estratificação é a estrutura mais comum das rochas
sedimentares e resulta do facto da deposição se dar por ação da gravidade na horizontal.
O estrato é a unidade estratigráfica elementar sendo o seu limite inferior o muro e o
superior o teto.
Um fóssil pode ser definido como o resto ou molde de um organismo que existiu no
nosso planeta, no passado, ou ainda um vestígio da sua atividade, preservado em rochas.
A presença de fosseis numa rocha pode dar-nos ainda informação sobre o meio
ambiente em que este organismo viveu, mas também sobre a idade da rocha onde o
fóssil se encontra. Assim podemos ter:
Consideremos o exemplo: A Angelina é mais velha que a Ana e mais nova que o
Guilherme. Esta simples frase permite-nos saber a idade relativas destas pessoas
sendo a ordem crescente Ana > Angelina > Guilherme. Caso defina-mos que a
Angelina tem 17 algo muda pois podemos dizer em termos absolutos que a Ana
pode ter idade inferior ou igual à Angelina e o Guilherme idade superior ou igual.
Do mesmo modo que podemos usar a logica com idades podemos utilizá-la com
estratos.
A datação relativa é um processo que permite avaliar a idade das formações rochosas
avaliando umas comparativamente às outras. Neste tipo de datação não conseguimos
dizer que estrato se formou primeiro, mas sim qual o estrato que se formou antes ou
depois.
Os sedimentos à medida que são transportados até uma bacia de sedimentação, por ação
da gravidade, vão formando estratos horizontais.
O princípio da sobreposição
Numa sequencia de estratos não deformados de rochas sedimentares, cada estrato é mais
antigo do que aquele que lhe está por cima e mais recente do que se encontra por
debaixo. Assim numa sequência estratigráfica os estratos serão tanto mais antigos
quanto mais profundos se encontrarem e tanto mais recentes quanto mais à superfície
estiverem.
O princípio da interseção
Segundo este princípio quando um estrato é intersetado por uma estrutura geológica,
como, por exemplo, uma falha ou um filão, a estrutura que interseta é mais recente.
O princípio da inclusão
As inclusões podem ser fragmentos/porções de uma rocha que ficou aprisionada no seio
de outra rocha. A rocha que contém a inclusão é mais recente que a rocha incluída.
A Terra tem cerca de 4600 M.A. e a sua superfície têm vindo a alterar-se desde então.
Tal como nós podemos medir os nossos anos com base em meses semanas dias e horas
a idade da Terra, o tempo geológico pode ser medido com base em várias divisões: éon,
era e período, sendo este conjunto denominado a escala do tempo geológico.
o O sistema (rocha ou mineral) deve ter permanecido fechado, ou seja, não deve
ter ocorrido perdas ou ganhos de isótopos-filho e isótopos-pai por outros
processos que o decaimento radioativo.
o Deve ser conhecido com o máximo rigor possível o tempo de meia-vida do
isótopo-pai
o A idade da rocha ou mineral deve ser de tal modo alargada que corresponda a
um intervalo de tempo suficiente que permita a desintegração radioativa do
isótopo-pai no isótopo-filho
o A concentração de isótopos-filho e isótopos-pai deve ter de ser em quantidade
que permita a sua determinação
o Deve ser, se possível, conhecida a quantidade inicial do isótopo-filho no
momento da formação da rocha ou mineral a datar, sendo preferível que esta se
encontre a zeros.
Datação absoluta: Processo que permite atribuir uma idade numérica a uma rocha ou
processo geológico
Tempo de semivida: Tempo necessário para que metade dos átomos-pai se transforme
em átomos-filhos
Rochas magmáticas
Embora o alívio da pressão seja um fator chave para a fusão das rochas e a origem de
magmas, existe também o caso da fusão por hidratação, em que a temperatura de fusão
da rocha baixa devido á presença de água, apesar de os materiais constituintes do manto
permanecerem à mesma profundidade. A junção de água aos materiais mantélicos
desloca o ponto de fusão para temperaturas mais baixas, este processo pode ocorrer nos
limites convergentes de placas.
Importante reter:
Definição de magma
Geralmente, os magmas são gerados em locais onde se verifica uma forte atividade
tectónica, a exemplo do que acontece nos limites de placas convergentes e divergentes.
Porém, existem fenómenos de magmatismo que não ocorrem nestes limites.
Do ponto de vista químico são constituídos por silício, alumínio, ferro, magnésio,
cálcio, potássio, que normalmente, vêm expressos sob a forma de óxidos (SiO 2, Al2O3,
etc.). A quantidade de sílica (SiO2), é um importante parâmetro de classificação dos
magmas, que permite dividi-los em magmas pobres em sílica, ricos em sílica e magmas
de composição intermédia.
Contem cerca de 50% de Contém cerca de 60% de SiO2 e Contém cerca de 70% de
SiO2 e uma pequena bastantes gases dissolvidos
SiO2 e grande quantidade
quantidade de gases
de gases dissolvidos
dissolvidos
Lava básica (pouco viscosa) Lava intermédia Lava ácida (muito viscosa)
Hot spots/ riftes (limites Limites convergentes subducção Limites convergentes (placa
divergentes) (placa oceânica – placa continental / continental- placa continental)
placa oceânica/ placa oceânica)
Manto (fusão peridotito) Origem complexa Fusão rochas da crosta
continental
1000 a 2000ºC 1000ºC 800 a 1000ºC
Gabro/ Basalto Diorito/ Andesito Granito / Riólito
Cristalização e diferenciação dos magmas
Geralmente, os magmas são gerados em locais onde se verifica uma forte atividade
tectónica, a exemplo do que acontece em limites de placas convergentes e divergentes.
Porém existem fenómenos de magmatismo que não ocorrem nestes limites.
A consolidação de um magma
pode envolver três processos:
cristalização fracionada,
diferenciação gravítica e
assimilação magmática.
Como podemos ver através da série de Bowen o magma é uma associação de minerais e
esses minerais têm uma temperatura de solidificação e cristalização própria. Estes
Por outro lado, podemos obter a assimilação magmática. A assimilação ocorre devido às
reações do magma e as rochas envolventes. Se o magma se encontra a uma temperatura
superior à do ponto de fusão dos minerais dessas rochas, funde-os e, ao incorporá-los,
altera a sua composição. O magma pode também conservar restos sólidos de rochas
(encraves), que se reconhecem após a consolidação magmática.
Por fim pode ocorrer a mistura de magmas que é quando os magmas basálticos
ascendem, encontram magmas graníticos, misturam-se e originam magmas de
composição intermédia (tipo andesítico)
Consolidação de magmas
Nota:
A forma dos cristais é dependente das condições do meio, mas a estrutura cristalina
é constante independentemente destas condicionantes.
A composição das rochas magmáticas tem por base dois critérios fundamentais: a
composição mineralógica e a textura.
Composição mineralógica
Outra propriedade que permite dar a ideia da composição mineralógica das rochas é a
tonalidade geral que apresentam. Minerais como o quartzo, felsdspatos (ortoclases e
plagioclases) e moscovites são minerais de cores claras e pouco densos, chamados de
félsicos (feldspato + silica). A biotite as piroxenas, as anfíbolas e a olivina, pelo facto
de serem ricas em ferro e magnésio apresentam com escura e são designadas por
minerais máficos.
Deste modo quando os minerais predominantes são félsicos como no caso das rochas
ácidas, essas rochas são claras e denominam-se leucocratas. Se os minerais são
dominantemente máficos, como é o caso das rochas básicas, as rochas resultantes
podem ser designadas por melanocratas (escuras). Se a rocha apresenta coloração
intermédia designa-se por mesocrata.
Textura
Família do Granito Quando ocorre o choque entre duas placas continentais com consequente
formação de cadeias montanhosas, o forte atrito que se verifica nas zonas
granito
profundas da região vai produzir um aumento de pressão e de temperatura que irá
Riólito
provocar a fusão das rochas constituintes da crusta. Desta forma os magmas
resultantes têm muita SiO2. Formam-se rochas magmáticas ácidas.
Família do Diorito Uma grande parte do manto superior é constituída, essencialmente, por
peridotito, uma rocha holo melanocrata, rica em minerais máficos, como olivina
diorito
e piroxena. Quando uma porção de peridotito se desloca na astenosfera, com um
Andesito
sentido ascendente, a diminuição de temperatura provoca a fusão de minerais
ferromagnesianos, possibilitando a formação de magma basáltico.
Família do Gabro Em alguns locais de colisão de placa oceânica e continental, o magma resultante
provinha da fusão parcial de partes do manto e da crusta sob condições especiais
gabro
Basalto de temperatura e pressão. A água que os sedimentos subductados contém leva á
formação de uma região aquosa e deste modo o magma adquire uma composição
química intermédia, designando-se por andesítico.
Estas caracterizam-se pela ocorrência de erupções vulcânicas sendo que nestas são
expelidos para o exterior da geosfera materiais vulcânicos sólidos, piroclastos, líquidos,
lava e gasosos, os gases vulcânicos. As estruturas naturais que permitem a libertação
destes designam-se aparelhos vulcânicos. Como o vulcanismo é um processo superficial
este é responsável pela edificação de formas de relevo. Estas manifestações podem
ainda dividir se em dois tipos: vulcanismo central e fissural.
Vulcanismo central
Nos flancos
do cone
principal
podem
formar-se
cones
Formação de caldeiras
Vulcanismo fissural
A quantidade de SiO2 presente numa lava é fundamental para classificar a lava. Estas
podem dividir-se em:
Outro critério para a classificação das lavas é a alta viscosidade e baixa viscosidade
Classificação da lava em Função da viscosidade
Lava Muito Viscosa Lava Pouco Viscosa
Temperatura 800ºC a 1000ºC 1000ºC a 2000ºC
SiO2 Rica em SiO2 Pobre em SiO2
Capacidade de retenção de Dificuldade em libertar Facilidade em libertar
gases
Teor em gases Rica em gases (4% a 6%) Pobre em gases (1% a
2%)
Nota:
Uma rocha proveniente de uma lava viscosa que por muitas vezes contém grandes
quantidades de cavidades ou espaços designados por vesículas denomina-se pedra
pomes. Esta devido ao número de vesiculas pode inclusive ser pouco densas e
flutuar na água.
A solidificação das lavas pode assumir diferentes aspetos em função da sua viscosidade.
Resumindo:
Nascentes termais
Fontes de água quente com substâncias minerais dissolvidas. Em alguns casos esta água
provém do arrefecimento e condensação de vapor de água que se liberta do magma
(magmáticas ou juvenis). Noutros casos a água libertada das nascentes infiltra-se por
rochas porosas e quando passa junto de rochas aquecidas pela proximidade de camaras
magmáticas ocorre o aquecimento das águas pluviais (meteóricas) e durante a sua
ascensão à superfície contactam com águas frias dai que a sua temperatura seja inferior
à do ponto de ebulição.
Fumarolas
Geiseres
Os fenómenos vulcânicos ocorrem tanto nas zonas de fronteira entre placas tectónicas
(inter-placas) quer no interior das placas (intraplaca).
Vulcanismo de subducção
Vulcanismo intraplaca
As zonas do globo onde ocorre atividade vulcânica coincide, geralmente, com zonas de
elevada sismicidade, sendo que grande parte ocorre no limite entre placas, sobretudo na
fronteira da placa do Pacifico “anel de fogo”.
Basicamente, as regiões onde têm ocorrido erupções vulcânicas nos últimos 10 000
anos, desde a última glaciação, denominam-se regiões de vulcanismo ativo. Caso não
haja registo neste período, o vulcanismo é inativo.
O estudo dos vulcões é importante pois a atividade vulcânica foi importante para
potenciar a origem da vida na Terra, através da libertação de vapor de água e compostos
essenciais à síntese orgânica, para a criação de uma atmosfera primitiva rica em CO 2 e o
surgimento do efeito estufa, as alterações dos mecanismos climáticos, momentos de
extinção em massa e a modelação do relevo continental e oceânico.
Benefícios do vulcanismo
A nivél dos solos, nas regiões sujeitas as atividades vulcânicas os solos são muito
férteis devido à deposição de cinzas vulcânicas. Este facto contribui para o
desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
As regiões vulcânicas são autênticos laboratórios naturais, o que permite aos cientistas
estudar os fenómenos vulcânicos e contribuir para o desenvolvimento da Ciência.
Deste modo:
Metamorfismo regional → rochas metamórficas foliadas
Metamorfismo térmico ou de contacto → rochas não foliadas ou
granoblásticas
Metamorfismo de impacto → rochas metamórficas cataclásticas
Tensão
O calor interno da Terra tem uma importante ação sobre a composição mineralógica e
sobre a textura das rochas. Através da ação do calor, as ligações químicas que definem a
estrutura cristalina dos minerais podem ser alteradas ou quebradas.
Fluidos circulantes
A composição química e, por consequência, mineralógica das rochas pode ser alterada
significativamente pela introdução ou remoção de componentes químicos. Os fluido
libertados por um magma podem transportar iões em solução ou outros elementos
solúveis em águas quentes sob pressão. A circulação destes fluidos no interior das
rochas- circulação intrarrochosa- permite a troca de átomos e de iões entre as rochas e
os fluidos circulantes. Desta reação resulta a metaforização da rocha, por alteração da
sua composição química e mineralógica. Por vezes, ocorre a substituição completa de
um mineral por outro, sem que se verifique uma alteração da textura da rocha.
O tempo
Estes fenómenos são extremamente lentos, por isso o tempo pode ser considerado um
fator.
Nota:
Minerais índice: A identificação destes minerais pode dar indicação ao geólogo das
condições de temperatura e pressão existentes quando da sua formação. São
exclusivos das rochas metamórficas. Ex: andaluzite, a cianite e a silimanite.
Metamorfismo Regional
A textura das rochas metamórficas é determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos
minerais que as constituem. O tamanho dos grãos é também importante na determinação
da textura. Podem distinguir-se dois grandes grupos de rochas metamórficas: as rochas
foliadas e as rochas não foliadas ou granoblásticas.
Foliação- Consiste em qualquer estrutura planar de uma rocha que pode ser originada
durante os processos de metamorfismo e resulta, quer de um alinhamento preferencial
de certos minerais anteriores ao metamorfismo, quer da orientação de novos
minerais formados durante os processos de recristalização.
Dentro das rochas não foliadas ou granoblásticas podemos considerar três tipos de
foliação característicos de rochas com baixo, médio e alto grau de metamorfização.
Diagénese
A interação dos diversos sistemas permite a ligação entre os diferentes tipos de rocha de
uma forma dinâmica.
Catastrofismo
Até ao sec. XVIII, acreditava-se que a criação da Terra tinha origem divina. O
catastrofismo, teoria catastrofista ou das revoluções surgiu através de Georges Cuvier,
para em combinação com o Diluvio de Noé, explicar as mudanças abruptas ocorridas no
decurso da história da Terra. Este constatou a existência de descontinuidades
importantes e bruscas na fauna “extinções em massa” eram catástrofes, após as quais
surgem períodos de reconstituição. As alterações na terra eram então criadas por
acontecimentos súbitos, sem ciclicidade e catastróficos. Estas catástrofes “revoluções”
aconteciam em partes distintas do globo e só podiam ser estudadas através dos vestígios
fosseis, sendo que estas zonas eram repovoadas por animais de zonas não afetas por esta
catástrofe.
Uniformitarismo e atualismo
Hutton, sábio escocês, considerou que as rochas se formavam por processos naturais e
não devido a qualquer intervenção sobrenatural. As rochas terão se formado por
processos físicos e químicos semelhantes aos que existem atualmente e considerou que
as leis da natureza são constantes no tempo e no espaço (O Presente é a chave do
Passado). A esta uniformidade deu-se a designação de uniformitarismo. Hutton
avançou com a ideia da imensidão do tempo geológico, que a história da Terra, escrita
nas diferentes rochas da crusta terrestre, seria representada pela sucessão de diferente
conjuntos de estratos. Ou seja, Hutton defendeu que o passado pode ser explicado com
base no que se observa hoje, uma vez que as causas de determinados fenómenos do
passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente, desta
forma foi defendido o princípio do Atualismo ou das Causas Atuais.
Esta obra foi fortemente criticada e não teve o impacto imediato na época, mas
gradualmente as suas ideias foram sendo conhecidas e aceites. Seria Charles Lyell, na
sua obra princípios da Geologia a fazer renascer esta teoria uniformitarista, opôs-se ao
catastrofismo, passando a explicar os problemas geológicos a ser olhados e
interpretados com base nas leis naturais.
Nota:
Lyell estudou o vulcão Etna, na Sicília, na tentativa de demonstrar que este não teria
sido construído numa só erupção, mas sim que a estrutura cónica era resultado de
uma lenta acumulação de escoadas lávicas.
O mobilismo geológico
O encaixe da matriz teoria fazia todo o sentido, no entanto por Wegener não ter
conseguido responder à razão pela qual as placas se teriam afastado ou como tal
sucedia, a sua hipótese foi desvalorizada.
A quantidade de dados adquiridos levou Harry Hess a formular uma hipótese de como
se expandiram os oceanos, modelo que designou por Hipótese da Expansão do fundo
dos oceanos (a ascensão do magma do interior da Terra ao longo do vale de rifte forma
crusta oceânica a qual se expande em direção às fossas onde é destruída).
Nota:
Admitiu-se então que a litosfera fraturada em placas rígidas se movia sobre uma camada
com menos rigidez, a astenosfera, em consequência da expansão e subducção dos
fundos oceânicos.
Relação de Tipos de
movimentos limites Exemplos Ação tectónica
entre placas tectónicos
-Atividade vulcânica
fissural ou central
- Formação de cadeias
montanhosas localizadas
no interior dos
continentes
-Atividade sísmica
relevante
Transformantes
Conservativo
As Placas
Não há
deslocam-se -Atividade sísmica
produção nem
horizontalmente relevante
destruição de
entre si por ação
litosfera
de
O ciclo das rochas pode também ser interpretado segundo esta teoria que explica a
distribuição dos fenómenos magmáticos, metamórficos e sedimentares
Em síntese:
A geotermia funciona do mesmo modo que a água de uma panela de sopa ao lume, ou
seja, através de correntes ou movimentos cíclicos os movimentos de convecção ou
convectivos. Pensa-se que os materiais rochosos do manto terrestre descrevem estes
movimentos cíclicos de convecção, porem de forma mais lenta, à escala do tempo
geológico. Deste modo o movimento tectónico de placas é condicionado pelo
comportamento mecânico da astenosfera e da mesosfera que á escala geológica se
deformam e fluem como fluidos de alta viscosidade, permitindo a existência de
correntes de convecção impulsionadas pelo calor. Esta corrente é então a causa do
movimento das placas litosféricas. As zonas de rifte localizam-se nos ramos ascendentes
da corrente e as zonas de fossa nos ramos descendentes.
O campo magnético da terra é um fenómeno natural que pode ser confirmado através da
utilização de uma bussola. Através do estudo dos campos magnéticos e a sua
demonstração no registo geológico, o paleomagnetismo, os cientista concluíram que ao
longo da história da Terra ocorreram várias inversões do campo magnético. Este registo
é possível conhecer através do
estudo de minerais com propriedades
magnéticas (magnetite comum no
basalto) que se orientam de acordo
com o campo magnético da sua formação.
Define-se tenção como a força exercida por unidade de área em resposta a um estado de
tenção, as rochas deformam-se, por exemplo, fraturando-se e/ou dobrando-se.
Distensivo
Cisalhaste
A mesma rocha pode ser frágil a pequena profundidade e dúctil a grande profundidade.
Falha
Dobras
Relativamente à posição espacial das dobras estas podem apresentar a abertura virada
para baixo antiforma, abertura voltada para cima sinforma ou uma abertura orientada
lateralmente dobra neutra. Sempre que seja possível determinar a idade das camadas e
se verificar que o núcleo (conjunto de camadas mais internas da dobra) é ocupado pelas
formações mais antigas trata se de um anticlinal se o núcleo for constituído pelas
camadas mais recentes tratar-se-á de um sinclinal.
Métodos diretos
Os métodos diretos são aqueles que permitem estudar diretamente os materiais que nos
fornecem informação sobre o interior da Terra. Estes métodos de estudo possuem uma
eficácia um pouco limitada, uma vez que, por meio destes só é possível obter
informação sobre uma pequena camada superficial da Terra (cerca de 12 km). Destes
podemos distinguir os métodos invasivos (sondagens geológicas, explorações mineiras)
e os métodos não invasivos (análise de afloramentos rochosos, vulcanismo e dos
processos orogénicos)
Processos Invasivos
Sondagens
Por meios de perfurações são retirados tubos rochosos- designados tarolos ou carotes. A
perfuração mais profunda atingiu cerca de 12 km.
Explorações mineiras
Tanto a céu aberto como em galaria subterrânea permite explorar diretamente a geosfera
e obter amostras do seu interior.
Vulcanismo
Afloramentos
Métodos indiretos
Geotermia
As anomalias gravimétricas,
podem ser consideradas negativas-
no caso das rochas salinas, material
de baixa densidade relativa e estas
são mais deformáveis que as rochas
encaixantes, o que proporciona
tendência a ascender formando
dogmas salinos e afetando
localmente a força gravítica. Estes encontram-se frequentemente associados a jazigos
petrolíferos- e positivas- maciços rochosos por exemplo, mais densos que as rochas
envolventes.
Método sísmico
Geomagnetismo
Os minerais
existentes no
magma, em
particular os que
possuem ferro e
magnésio na sua
composição,
quando estão a
solidificar ficam
magnetizados e
registam o campo
magnético existente naquele momento. As rochas mantêm a polaridade dos seus
minerais exceto se forem submetidos a uma temperatura capaz do alterar (ponto de
Curie).
Através do estudos das rochas basálticas oceânicas é possível observar estas alterações
de polaridade (bandas magnéticas). Assim quando o magnetismo é idêntico á da
polaridade normal designa-se polaridade normal e quando é oposto polaridade inversa.
Na sequência de um sismo
pode ocorrer tsunamis ou
liquefação de solos.
Quando o epicentro se
localiza no fundo
oceânico/ crusta oceânica,
pode ocorrer a formação
de ondas gigantes-
maremotos, raz de maré
ou tsunami. A velocidade
de propagação da onda é
diretamente proporcional à
profundidade do oceano.
Um sismo pode ser avaliado de dois modos segundo uma escala de intensidade sísmica
e segundo uma escala de magnitude sísmica.
Intensidade- avalia um sismo em função do grau de perceção que a população teve dele
e do seu grau de destruição.
Os novos métodos de
construção
antissísmica levaram a
que esta escala fosse
restabelecida pela
Escala Macrossismica
Europeia também com
XII graus.
A distribuição dos sismos a nivél mundial não é aleatória, coincidindo, em geral com o
limite de placas tectónicas, em zonas geologicamente instáveis. O enquadramento destes
permite classificá-los em intraplaca e intraplaca
Durante a expansão a frente da onda sísmica encontra zonas de separação entre meios
com propriedades elásticas distintas. Estas zonas de separação designam-se
descontinuidade e no interior da geosfera definem-se três principais.
Superfície de descontinuidade de
Mohorovicic ou Moho
A crusta ou crosta é uma camada muito fina quando comparada com o raio da geosfera
e a constatação de que existe um diferença entre a velocidade de propagação das ondas
P sob os oceanos e continentes levou à divisão desta em crosta continental e crosta
oceânica.
Relativamente ao nucleo podemos dizer que este se subdivide em duas camadas, nucleo
externo, ou endosfera externa, de c
omposição metálica, no estado
liquido e nucleo interno, ou
endosfera interna de conmposição
metálica, no estado sólido.
Para compreender melhor este conceitos devemos fazer uma distinção entre recursos e
reservas.
o Recursos- Depósitos conhecidos, mas que atualmente não podem ser explorados
devido a razões tecnológicas, económicas ou
políticas.
o Reservas- É um recurso geológico
conhecido e que pode ser explorado
adequadamente com a tecnologia existente.
Estes recursos podem ainda ser classificados relativamente à sua função em:
energéticos, minerais (metálicos e não metálicos) e hidrogeológicos*.
*Esta classificação não deve ser considerada rígida, pois a água subterrânea para além
de ser um recurso hidrogeológico pode também ser considerada um recurso energético
se se tratar de água quente. Um outro exemplo diz respeito a minerais como o Urânio,
que é um mineral que pode ser utilizado para obtenção de energia (energia nuclear).
Recursos energéticos
Fontes de energia
Combustíveis fósseis
O consumo destes recursos energéticos tem vindo a aumentar e não se prevê que haja
diminuição do seu consumo. Torna-se assim urgente gerir de forma sustentada a
exploração/utilização destes recursos e recorrer a fontes de energia alternativas, não só
para evitar o esgotamento previsível dos combustíveis fósseis, como também para
reduzir os malefícios ambientais que advêm do seu consumo.
Petróleo
Carvão
Energia nuclear
Energia geotérmica
A energia geotérmica constitui um recurso geológico que pode ser utilizado como fonte
de energia limpa, ou seja, pouco poluente e é
um recurso renovável. Consiste no calor
interno da Terra que se liberta à superfície
sendo que existem zonas do planeta onde se
regista um elevado gradiente geotérmico
(variação de temperatura entre a superfície da
A energia geotérmica pode ainda ser classificada como energia de alta entalpia, se a
temperatura do fluido for superior a 150 °C, e como energia de baixa entalpia, se a
temperatura for inferior a 150 °C.
O seu aproveitamento, no nosso país, faz-se nos Açores, na ilha de São Miguel;
o uma vez que os Açores são ilhas vulcânicas, a temperatura do fluido é muito
elevada;
o nas centrais geotérmicas faz-se o aproveitamento do calor libertado para
produzir energia elétrica.
a energia hidroelétrica
a energia eólica
a energia das marés
a energia das ondas
a energia da biomassa
a energia do biogás
a energia solar
Recursos minerais
Os minerais são constituídos por elementos químicos que estão largamente distribuídos
na crusta terrestre. A grande variedade de minerais encontra-se nas diversas rochas
existentes. De acordo com as suas propriedades químicas, os recursos minerais podem
ser classificados em dois grupos, recursos minerais metálicos e recursos minerais não
metálicos. Relativamente aos recursos minerais metálicos, existem vários exemplos
destes elementos, uns mais comuns e muito utilizados, como o zinco, o cobre, o
alumínio, o ferro e o chumbo e outros mais escassos, como o ouro, a prata e a platina.
Na maior parte das zonas terrestres, qualquer elemento pode encontrar-se ligado a
outros em quantidades semelhantes às que são frequentes na composição média da
crusta.
A parte do minério que, no mesmo jazigo, é rejeitado designa-se ganga ou estéril. Pode
existir em grandes quantidades, por exemplo, na extração do ouro, ou em pequenas
quantidades, como no caso do alumínio.
Desvantagens exploração
mineira
Impactos ambientais graves
Desflorestação
Remoção das camadas do solo
Construção de vias e infraestruturas necessárias à exploração.
São tipos de recursos minerais muito abundantes na Natureza. A sua utilização é tão
ampla e indispensável que são considerados bens de primeira necessidade. Exemplos de
minerais não metálicos são as
areias, as argilas e as rochas
como o granito, o basalto, o
mármore e o calcário, entre
outras. O nosso país é
Recursos hidrológicos
Na Terra a água representa um recurso relativamente abundante mas nem toda a água
pode ser utilizada pelo Homem.
A hidrogeologia
As rochas podem funcionar como reservatórios de água que pode ser extraída, através
de técnicas apropriadas, para ser consumida pelo Homem.
Os aquíferos
Tipos de aquíferos
Zona de saturação: é uma zona mais profunda, tem na base uma camada impermeável,
neste local os poros das rochas estão saturados de água e o movimento da água é
influenciado pela pressão hidrostática, sendo mais ou menos lento.
Franja capilar: localiza-se acima da zona de saturação a água sobe por capilaridade a
partir da zona saturada, a sua espessura varia de poucos milímetros, em terrenos
arenosos grosseiros, a alguns metros, em terrenos argilosos.
Quando se faz este furo, se a água consegue atingir a superfície sob a forma de repuxo,
o furo artesiano passa a designar-se furo repuxante.
Porosidade
Deste modo define-se a porosidade de uma formação rochosa como a razão entre o
volume de vazios (Vv) e o volume total da amostra (Vt).
Permeabilidade