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Prefácio à 16ª edição.

As teses centrais do livro:

A tendência estrutural à precarização(?) do trabalho

A desregulamentação estrutural do mundo do trabalho

Prefácio à 13ª edição

“a ideia que ele [o autor deste livro] faz predominar, não é aquela de um ‘fim do
trabalho’, mas a de uma fragmentação e de heterogeneização do mundo do trabalho
e, por consequência, dos trabalhadores”(Bihr, p.20).

Primeira Parte

I - Fordismo e acumulação flexível

A partir da década de 1980 houve profundas transformações no mundo do trabalho


que alteraram profundamente a materialidade e a subjetividade da classe
trabalhadora, p.33.

Nesses novos processos emergem uma substituição do cronômetro e da produção


em série [em suma do fordismo-taylorismo] pela flexibilização da produção, ou
especialização flexível, p.34.
Algumas dessas mudanças: desconcentração industrial e novos padrões de gestão
da força de trabalho, que se verificam: nos os círculos de controle de
qualidade[toyotista]; a gestão participativa[deixando de lado o despotismo taylorista];
flexibilização dos direitos trabalhistas, de forma que o contrato de trabalho se
adeque a flexibilidade e mobilidade extrema do capital, p.34.

O pioneirismo de Sabel e Piore na tese da especialização flexível, suas principais


teses: um significativo desenvolvimento tecnológico; desconcentração produtiva
baseada em empresas médias e pequenas, “artesanais” para mercados locais e
regionais; recusa da produção em massa, visto como uma das causas da crise
capitalista e que “suprassume” o processo ford-taylorista, p.35.

Fergus Murray, sustenta, avaliando a experiência italiana, que com a


descentralização produtiva, incrementada pelo desenvolvimento tecnológico,
possibilitando a fragmentação do trabalho, pode-se ter uma maior exploração e
maior controle sobre a força de trabalho, mesmo desconcentrando a massa
industrial, pois reconsidera o papel do trabalhador coletivo de massa, p.38-39.

Para Harvey, com a crise de acumulação de capital nos anos 1970, houve um
processo de transição nesse processo de acumulação, uma virada no sentido da
acumulação flexível, ou seja, num processo de flexibilidade dos processos de
trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo [no
sentido de adequar o processo de trabalho, a produção, os produtos e o consumo a
volatilidade própria do capitalismo financeiro do pós anos 1970], p.39.

Harvey vê com cautela esse processo de flexibilização, argumentando que o


sistema fordista ainda possui muita força nos processos produtivos, p.40.

Para Harvey, a acumulação flexível, por ainda ser uma forma de acumulação
tipicamente capitalista, possui três características essenciais: é voltada para o
crescimento; se apoia na exploração do trabalho vivo; e possui uma dinâmica
tecnológica e organizacional, p.41.
Que sob a segunda característica possibilita o retorno de nível de exploração
altíssimo, via mais-valia absoluta, por meio de novas modalidades de trabalho e,
principalmente, por meio do aumento do excedente de força de trabalho
possibilitado pelo avanço tecnológico, p.41.

O toyotismo representa a maior expressão dessa transformação da flexibilização,


p.42.

Seu impulso se dá por quatro fatores: a introdução do método da indústria têxtil de o


operário operar várias máquinas, o trabalhador polivalente; aumentar a produção
sem aumentar o número de trabalhadores; produzir somente o necessário (método
kanban), ou seja, vender primeiro, produzir depois, produção orientada pela
demanda; reproduzir o método kanban às empresas subcontratadas.

Outra característica é a desmobilização sindical, através do sindicato de empresa ou


sindicalismo de envolvimento, vinculando o sindicato à hierarquia da empresa, p.43-
44.

Os traços básicos do toyotismo:

- Produção orientada pela demanda

- Estoque mínimo

- Just-in-time, melhor aproveitamento do tempo

- O trabalhador polivalente

- Produção por equipe

- Horizontalização da produção e a subcontratação

- Flexibilização do mercado de trabalho, dos direitos trabalhistas, para adequar a


demanda de trabalho conforme a demanda de mercado, a partir de um número
mínimo de trabalhadores

- É extremamente ligado à lógica neoliberal do que a ideia social-democrata de


participação democrática na empresa, p.51.
“Esta era movida centralmente por uma lógica mais despótica; aquela, a do
toyotismo, é mais consensual, mais envolvente, mais participativa, em verdade mais
manipulatória”(p.53).
A apropriação do saber e do fazer o trabalhador para o capital, através da
“diminuição” entre elaboração/concepção e produção/execução do processo de
trabalho.

II - As metamorfoses no mundo do trabalho

Observa-se, no universo do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, uma


múltipla processualidade:

- Desproletarização do trabalho industrial, ou seja redução da classe industrial

- Expansão do assalariamento graças a expansão do setor de serviços, este é


dependente da acumulação industrial, da sua mais-valia.

- Heterogeneização do trabalho

- Subproletarização: trabalho parcial, temporário, subcontratado, terceirizado, etc.


Precariedade nas condições de emprego e remuneração.

- Desemprego estrutural

“Há, portanto, um processo de maior heterogeneização, fragmentação e


complexificação da classe trabalhadora”(p.62).

- Crescente qualificação do trabalho, na indústria.

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