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Professora: Serciane Bousada Peçanha Direitos Autorais Reservados - Art. 46, IV Da Lei 9.610/98
Professora: Serciane Bousada Peçanha Direitos Autorais Reservados - Art. 46, IV Da Lei 9.610/98
Conhecidos também como instrumentos utilizados de forma isolada ou conjunta para que a Administração
Pública cumpra as suas finalidades. Não se confundem com os poderes políticos que correspondem à
estrutura da organização constitucional do Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário.
1 – Poder vinculado - é aquele que a lei determina à Administração Pública todos os elementos e
requisitos necessários à realização do ato, não concedendo ao agente público liberdade de escolher a
conveniência e oportunidade (motivo) de realizar o ato e o seu conteúdo (objeto).
O poder hierárquico concede ao superior as seguintes prerrogativas de: a) ordenar, b) fiscalizar os atos de
seus subordinados a fim de corrigi-los quando desviarem da legalidade, c) rever os atos de seu
subordinado a fim de ratificá-lo, reformá-lo ou revogá-lo (a revogação só ocorrerá quando não tiver
ocorrido a coisa julgada administrativa ou não tenha gerado direito adquirido); d) delegar atividades
administrativas a seus subordinados de forma temporária (podendo ser revogada a qualquer tempo) e e)
avocar, chamando para si atribuições originárias de seu subordinado (temporária, excepcional, motivos
relevantes justificados e mediante ato normativo).
Difere-se do poder punitivo que corresponde à prerrogativa do Poder Judiciários de reprimir e punir os
crimes e contravenções contidas na lei penal.
Os três tipos de atos normativos que passamos a discorrer correspondem às principais manifestações do
poder regulamentar, sendo eles:
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Trata-se de ato normativo secundário e indelegável e sua previsão encontra-se no art. 84, IV da CR/88,
podendo ser usado nas três esferas da Federação.
b) Decretos autônomos – são atos de competência do Presidente da República e visam à regular matérias
não reservadas à lei, em especial, a organização e o funcionamento da Administração Federal (quando
não implicar em: aumento de despesa, criação ou extinção de órgãos públicos, exceto quando o cargo ou
a função estiver vaga).
Trata-se de um ato normativo primário, podendo ser delegados a outros agentes subordinados ao Chefe
do Executivo, tratando-se de matéria de competência privativa da Administração, conhecida como “reserva
da administração”.
Corresponde a um ato administrativo secundário, podendo ser revogado por um Decreto (ato normativo
de hierarquia superior).
A Administração agirá por meios de normas limitadoras (impondo aos administrados obrigações de fazer
ou de não fazer), através de atos normativos (decretos, instruções...), ordinatórios (portarias) ou negociais
(licença, permissão ou autorização, com a finalidade de resguardar o interesse coletivo e com fundamento
na supremacia do interesse público.
Há dois tipos de polícia: a) a polícia administrativa que atua sobre bens e atividades (com fundamento em
normas de direito administrativo) e que inicia e encerra sua atividade na Administração Pública e b) a
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polícia judiciária que atua sobre pessoas (com fundamento em normas de direito penal e processo penal)
e que inicia suas atividades na Administração e prepara para a atuação dos órgãos jurisdicionais (é
privativa das corporações especializadas: polícias civil e militar).
A polícia administrativa atua por meio de seus órgãos (em regra pelos fiscais, mas também pela polícia
militar que em sua essência é polícia judiciária) sobre bens, direitos e atividades e nunca sobre pessoas,
fiscalizando-os quanto a adequação às normas administrativas.
Atuará de forma originária quando exercido pelos Entes da Federação ou de forma delegada quando
exercido pelas entidades da Administração Indireta.
Não pode ser delegado a entidades privadas ainda que delegatárias de serviços públicos (pois não
possuem o poder de império), nesse sentido há uma discussão doutrinária a respeito das entidades
estatais com personalidade jurídica de direito privado poderem exercer o poder de polícia uma vez que
não realizam atividades típicas do Estado, assim os doutrinadores modernos entendem que sim, já a
doutrina clássica entende que não, a qual Marcelo Alexandrino adota.
6.4- Atributos/características:
a) Discricionariedade – a Administração deverá escolher qual o melhor momento de agir, qual o meio mais
adequado e a melhor sanção cabível.
6.5- Limitações:
a) Necessidade – significa que a medida de polícia só pode ser usada para evitar ameaça real ou provável
pertubação ao interesse público.
c) Eficácia – significa que a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.
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6.6- Sanções:
“São obrigações específicas e peculiares que a lei impõe ao administrador público para que, ao agir em
nome do Estado e em benefício do interesse público, execute bem a sua missão (Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo)”.
1 –Dever de agir – o administrador público para atingir o fim público deverá agir (ato comissivo), pois
enquanto no direito privado a ação é uma faculdade do cidadão, no direito público ela é uma obrigação
sob pena de responsabilidade para o agente público que se omitiu.
A atuação (o dever de agir) será sempre em benefício da coletividade e dela decorrem as seguintes
conseqüências:
a) Irrenunciabilidade – deverão ser obrigatoriamente exercidos as prerrogativas conferidas pela norma
legal aos titulares;
b) Responsabilização – a abstenção de praticar atos determinados pela lei e necessários ao bem estar
coletivo importa em responsabilidade civil da Administração.
Desse dever decorreram a EC 45/04 que imputou a regra de celeridade nos processos administrativos e
judiciais (art. 5º, LXXVIII da CR) e a EC 19/98 que imputou o princípio a eficiência e a necessidade de
avaliar periodicamente a prestação de serviços dos servidores públicos (art. 41, §1º, III da CR).
3 – Dever de prestar contas – corresponde à obrigação de todo o agente público ou particular que receba
ou administre bens ou valores públicos de prestar contas aos órgãos competentes de fiscalização:
Controle Interno (Executivo) e Controle Externo (Legislativo e Tribunal de Contas arts. 71, 74 e 84, XXIV
da CR).
A população nos termos do §2º do art. 74 da CR possui o legítimo poder de controlar e denunciar a
irregularidades praticadas na Administração ao Tribunal de Contas competente.
4 – Dever de probidade (Lei Federal 8429/92) – Além da conduta do agente público estar sempre
prevista por lei, ela ainda deve se pautar pelo princípio da moralidade (honestidade, justiça e boa-fé) e
finalidade pública (impessoalidade).
Quando o agente se utiliza do cargo que ocupa para auferir vantagens pessoais, enriquecer ilicitamente ou
causar prejuízo ao erário importará em atos de improbidade, incorrerá nesses atos àqueles praticados
contra os princípios da Administração Pública.
Os atos de improbidade encontram-se discriminados nos arts. 9º ao 11 da Lei Federal 8429/92, quem
praticá-los será processado no Judiciário através de uma Ação de Improbidade Administrativa e incorrerá
nas penas descritas no §4º do art. 37 da CR que são: a) a suspensão dos direitos políticos, b) a perda da
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4.2.1 - da ação (ou vítimas diretas do ato de improbidade) poderá ser a Administração Pública Direta ou
Indireta, a pessoa jurídica incorporada ao patrimônio público ou entidades que recebam subvenção,
benefício ou auxílios de órgão público, além do Ministério Público.
4.2.2 - do ato de improbidade: será qualquer agente público (servidores ou agentes políticos) ou particular
que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou se beneficie dele.
4.3.1- da ação (réu): será qualquer agente público (servidores ou agentes políticos) ou particular que
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou se beneficie dele. Entretanto o STF decidiu
em Rcl no. 2138/DF, Rel. Min. Nelson Jobim (noticiado no informativo do STF no. 471), que a Lei de
Improbidade não se aplica aos agentes políticos sujeitos ao regime de crime de responsabilidade contido
no art. 102, I, “c”da CR, o que tem suscitado grandes discussões por nossos doutrinadores, uma vez que
uma das penas previstas pela Lei de Improbidade é a suspensão dos direitos políticos que só cabe aos
agentes políticos.
4.3.1 – do ato (ou vítimas diretas do ato de improbidade): poderá ser a Administração Pública Direta ou
Indireta, a pessoa jurídica incorporada ao patrimônio público ou entidades que recebam subvenção,
benefício ou auxílios de órgão público, além do Ministério Público.
4.4 - A Lei estabelece sanções (1) administrativas, (2) civis e (3) políticas discriminadas na seguinte
gradação:
a.4) proibição de contratar com o poder público ou receber subvenção por 10 anos (1);
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b.3) proibição de contratar com o poder público ou receber subvenção por 5 anos (1);
c.3) proibição de contratar com o poder público ou receber subvenção por 3 anos (1);
c.4) multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração do agente público (2);
4.5 –Foro competente: não há foro especial para julgamento dessa ação que será processada na vara
cível (STF, Inquérito no. 1202-5/CE, rel. Min. Carlos Velloso).
4.6 – Prescrição – O prazo para impetração da ação de improbidade prescreve em 05 anos a contar do
término do mandato (quando agente político) e também 05 anos a contar do conhecimento do fato
(quando servidor).
Há de se ressaltar que o ressarcimento ao erário é imprescritível (art. 37, §5º da CR), podendo o Ministério
Público por meio da Ação Civil Pública ou o cidadão por meio de Ação Popular requerer a devolução a
qualquer tempo.
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.”
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As penas para essa nova espécie de ato de improbidade serão (art. 12, IV, da Lei 8.429/92): Perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
PROIBIÇÃO de contratar c/
SUSPENSÃO Adm. ou receber benefício
ENAS MULTA
DEDIREITOSPOLÍTICOS (inclusive a empresa se for
sócio majoritário)
Até 3 vezes valor
Enriquecimento Ilícito 8 a 10 anos 10 anos
acrescido
Até 2 vezes valor
Prejuízo ao Erário 5 a 8 anos 5 anos
prejuízo
Atentar contra Até 100 vezes a
3 a 5 anos 3 anos
princípios remuneração
Até 3 vezes o
Guerra fiscal ISS 5 a 8 anos
benefício ilegal
C - ABUSO DE PODER
“Ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas
atribuições ou desvia de suas finalidades administrativas (Hely Lopes Meirelles).”
O desvio de finalidade ocorrerá de forma comissiva, quando o agente realiza atos desproporcionais, sem
amparo legal, ou sem utilidade pública ou de forma omissiva, quando o agente tem o dever de agir
(executar determinada prestação de serviço que está obrigado por lei) e se omite.
O abuso de poder, em qualquer de suas modalidades, poderá ser invalidado pela Administração Pública
(autotutela) ou pelo Judiciário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: