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Balanceamento Dos Circuitos de Distribuição
Balanceamento Dos Circuitos de Distribuição
BALANCEAMENTO
DOS CIRCUITOS DE
DISTRIBUIÇÃO
As instalações de climatização devem garantir as condições adequadas de conforto térmico às pessoas que
ocupam o espaço climatizado. Para garantir estas condições, a instalação deve gerar uma quantidade de energia
térmica que deve ser corretamente distribuída pelos terminais de emissão.
A potência térmica emitida no espaço em que o
terminal está inserido varia em função do caudal
T1
volumétrico, do salto térmico e das características
do fluido termovetor (calor específico “c” e densidade
“ρ”) que o atravessa, segundo a fórmula:
ΔT G
P P = ρ ⋅ c ⋅ G ⋅ ΔT
ConsiderandoPque∝ oGcalor
⋅ ΔTespecífico e a densidade
são constantes, a potência térmica apenas é
P caudal
proporcional ao = ρ ⋅e cao⋅ salto
G ⋅ térmico:
ΔT
T2
P ∝ G ⋅ ΔT
Para modular a potência emitida pelo terminal pode, assim, fazer-se a distinção entre circuitos que modulam o
caudal com uma temperatura de ida constante (P ∝ Gvar ⋅ ΔT) e circuitos que controlam a temperatura de ida de
caudal constante (P G ⋅ ΔTvar).
CONTROLO DO CAUDAL
CIRCUITO DE LIMITAÇÃO CIRCUITO DE DESVIO
Possui uma válvula de regulação de duas vias que A parte de fluido necessária é enviada ao terminal
limita o caudal consoante as necessidades térmicas através de uma válvula de três vias, que desvia o
do terminal. O caudal que atravessa os circuitos é, fluido em excesso para a linha de by-pass. O caudal
assim, variável tanto no circuito primário (circuito de que atravessa o circuito secundário é variável e
distribuição) como no circuito secundário (circuito equivalente às necessidades reais, ao passo que o
terminal). A temperatura do fluido termovetor na linha caudal que atravessa o circuito primário é constante.
de retorno é a menor possível (nas instalações de Em determinadas condições de cargas parciais, as
aquecimento) em ambos os circuitos, pelo que se temperaturas de retorno poderão ser médias/altas
trata de um sistema de distribuição que se adapta (problema com as caldeiras de condensação).
bem às caldeiras de condensação.
Características: Características:
a) O caudal é variável tanto no circuito primário como a) O caudal é variável no circuito secundário, mas
no circuito secundário. constante no circuito primário.
b) Baixas temperaturas de retorno no circuito primário. b) Temperaturas de retorno médias/altas no circuito
c) Com a válvula totalmente fechada, podem surgir primário em condições de carga parcial.
problemas ligados ao circulador (utilizar circuladores
de rotações variáveis).
CONTROLO DA TEMPERATURA
CIRCUITO DE MISTURA CIRCUITO DE INJEÇÃO
O caudal que atravessa o circuito secundário é No circuito de injeção, o circulador do circuito primário
constante; a temperatura do fluido termovetor é “injeta” no circuito secundário uma quantidade de fluido
alterada, misturando uma parte de fluido do circuito termovetor regulada pela válvula de três vias, que desvia o
primário com uma parte de retorno do circuito excesso em by-pass. O circulador do circuito secundário
secundário. Nesta configuração, o caudal que flui trabalha com um caudal constante e o sistema modula
através do circuito primário é variável. a temperatura, misturando a parte de fluido “injetada”
pelo circulador do circuito primário com uma parte do
retorno do circuito secundário. Neste tipo de instalações,
contrariamente aos circuitos de mistura, o caudal é
constante, tanto no primário como no secundário.
Características: Características:
a) O caudal é constante no circuito secundário e a) O caudal é constante tanto no circuito primário
variável no primário. como no secundário.
b) Retornos baixos no circuito primário. b) Temperaturas de retorno médias/altas no circuito
primário em condições de cargas parciais.
Os quatro sistemas de distribuição abordados representam um quadro geral das tipologias mais utilizadas nos
últimos anos. Porém, com a afirmação das caldeiras de condensação e com a obrigação de se utilizar sistemas
de termorregulação do ambiente (por exemplo, as válvulas termostáticas), o sistema de distribuição mais comum
começa a ser o circuito de limitação para o controlo do caudal (instalação de duas vias com caudal variável).
Nas próximas edições do “Foco Técnico” irá focalizar-se a atenção no balanceamento deste tipo de instalação.
Δp
O valor do Kv depende da secção de passagem interna da válvula. Se uma válvula não tiver partes em movimento
e, logo, estiver sempre na mesma configuração (por exemplo, um filtro), o valor de Kv é unívoco. Caso uma
válvula sirva para efetuar uma regulação/calibração de um circuito, aquela será dotada de um órgão interno de
regulação.
As válvulas de balanceamento, sejam elas estáticas ou dinâmicas, atuam variando o respetivo valor de Kv para
estabelecer uma condição de equilíbrio no circuito em que estão inseridas.
METODOLOGIAS DE BALANCEAMENTO
BALANCEAMENTO ESTÁTICO DO CAUDAL
É efetuado através da utilização das válvulas de balanceamento manuais. Para atingir o valor do caudal de
projeto, a válvula introduz uma perda de carga no circuito que depende do seu ponto de regulação (condição
de projeto) e, assim, do valor de Kv consequente.
O caudal nominal assim obtido depende, porém, GG=de
= Kv
Kv ⋅ ⋅ √ΔP
√ΔP externas ao circuito no momento em que varia
condições
a altura manométrica (H) a que o circuito está sujeito, o caudal de passagem sofre uma variação não totalmente
compensada pela válvula de balanceamento; sendo esta última um órgão estático, manterá sempre o mesmo
valor de Kv nas novas condições, provocando uma perda de carga já não adequada para balancear o circuito.
Kv ⋅ ⋅ √ΔP
GG== Kv √ΔP
H constante
constante
H variável
variável
GGconstante
constante GGvariável
variável
variável H
constanteH
H constante
H variável
GGconstante
constante GGvariável
variável
Kv constante
Kv constante Kv constante
Kv constante
H
H
(condições
(condiçõesde
deprojeto)
projeto)
BALANCEAMENTO DINÂMICO DO CAUDAL
No caso de circuitos secundários sujeitos a alturas manométricas não estáveis, devidoconstante
a frequentes condições
Kv constante
Kv constante Kv constante
Kv
de funcionamento com cargas parciais da instalação, é preferível utilizar componentes como os estabilizadores
automáticos de caudal
(condições
(condiçõesde (AUTOFLOW®) ou os reguladores de autobalanceamento (FLOWMATIC®).
deprojeto)
projeto)
Estes componentes dinâmicos fazem variar mecanicamente o respetivo valor de Kv, adequando-se às condições
de carga mutáveis para manter o caudal constante segundo o valor de projeto.
H constante
constante
H variável
variável
GGconstante
constante GGconstante
constante
variável H
constanteH
H constante
H variável
GGconstante
constante GGconstante
constante
Kv variável
Kv variávelem
emfunção
funçãode
deHH Kv variável
Kv variávelem
emfunção
funçãode
deHH
H
H
Kv variável
Kv variávelem
emfunção
funçãode
deHH Kv variável
Kv variávelem
emfunção
funçãode
deHH
Kv constante
Kv constante
CONTROLO DA PRESSÃO DIFERENCIAL
H variável
H variável
G constanteG constante
Caso se pretenda regular a pressão diferencial (Δp) nos terminais do circuito secundário, para permitir um
bom funcionamento da válvula de regulação modulante nele contida (por exemplo, uma válvula com comando
termostático), é preferível utilizar reguladores de Δp de forma a manter o valor de pressão diferencial constante
nos terminais do próprio circuito.
Ao variar a altura manométrica disponível (H), A válvula de regulação intervém fazendo variar
H mas com uma emvariável
variávelKvde
Kv válvula função em
de Hfunção
regulação fixa, de
oH o caudal no circuito secundário; o nível dessa
caudal mantém-se constante. variação depende apenas do Kv da válvula de
regulação, pois:
Gvariável = Kv ⋅ √ ∆pconstante
Kv constante
Kv constante Kv variávelKv variável
∆p constante
∆p constante
∆p constante
∆p constante
G constanteG constante G variável G variável
H variável
H variável
H variável
H variável
Os componentes para o balanceamento dos circuitos hidráulicos podem, assim, subdividir-se em três grandes
famílias, consoante a funcionalidade a estas associada: balanceamento estático do caudal, balanceamento
dinâmico do caudal, regulação da pressão diferencial.
Válvula manual Válvula manual com Válvula manual com Válvula de radiador
com orifício fixo caudalímetro orifício variável pré-regulável
BALANCEAMENTO
ESTÁTICO DO
CAUDAL
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