You are on page 1of 21

PR O L O G O D E LA S E G U N D A E D IC IO N 1 b v ii

Si la e la b o ra c ió n de lo s c o n o c im ie n to s p e rte n e c ie n te s
al d o m in io d e la ra z ó n lle v an o n o el c am in o s e g u ro de
un a ciencia, es a lg o q u e p ro n t o p u e d e ap re c ia rse p o r el re s u lta -
d o . C u a n d o , tras m u c h o s p re p a ra tiv o s y a p re s to s , la ra z ó n
se q u e d a e stan c ad a in m e d ia ta m e n te de lle g a r a su f in ; o c u a n d o ,
p a ra a lc a n za rlo , se ve o b lig a d a a re tro c e d e r u n a y o tr a vez
y a to m a r o tro c a m in o ; c u a n d o , ig u a lm e n te , n o es p o sib le
p o n e r de a c u e rd o a lo s d is tin to s c o la b o ra d o re s s o b re la m an era
de realizar el o b je tiv o c o m ú n ; c u a n d o e sto o c u rre se p u e d e
estar c o n v e n c id o de q u e se m e ja n te e s tu d io está to d a v ía m u y
lejos de h a b e r e n c o n tra d o el c a m in o se g u ro de u n a c ie n c ia :
n o es m ás q u e u n a n d a r a tie n ta s . Y c o n stitu y e u n m é rito
de la ra z ó n a v e rig u a r d ic h o c a m in o , d e n tro d e lo p o sib le ,
a u n a co sta de a b a n d o n a r c o m o in ú til a lg o q u e se hallab a
c o n te n id o en el fin a d o p ta d o a n te rio r m e n te sin reflex ió n .

Q u e la lóg ica ha to m a d o este c am in o s e g u ro d esd e B V III


lo s tie m p o s m ás a n tig u o s es a lg o q u e p u e d e in ferirse del h e ch o
de q u e n o ha n e c e sita d o d a r n in g ú n p a so a trá s d e sd e A ris tó te le s,
salv o q u e se q u ie ra n c o n s id e ra r c o m o c o rre c cio n e s la s u p re sió n
de ciertas su tilezas innecesarias o la clarificació n de lo e x p u e sto ,
asp ec to s q u e afe c ta n a la eleg an cia, m ás q u e a la certe za de
la ciencia. L o c u rio s o de la ló g ic a es q u e ta m p o c o haya sid o
capaz, h asta h o y , de a v a n z a r u n so lo p a so . S eg ú n to d a s las
ap arien c ias se halla, p u e s , d e fin itiv a m e n te c o n c lu id a . E n efecto ,
si a lg u n o s a u to re s m o d e rn o s h a n p e n s a d o a m p liarla a base
de in tro d u c ir en ella c a p ítu lo s , b ie n sea psicológicos, s o b re las
d is tin ta s fa c u lta d es de c o n o c im ie n to (im a g in a c ió n , a g u d e za), 1

1 Del año 1787 (N. del T,_)


16 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

b ie n sea metafísicos, so b re el o rig en d el c o n o c im ie n to o de


los d istin to s tip o s de certeza, d e acu e rd o c o n la d iv ersid ad
d e o bjetos (idealism o, escep ticism o , etc.), b ien sea antropológicos,
sob re los prejuicios (sus causas y los rem ed io s en co n tra ),
ello p ro c e d e de la ig n o ra n c ia de tales a u to re s acerca del ca rác te r
p e c u lia r de esa ciencia. P e rm itir q u e las ciencias se in v a d a n
m u tu a m e n te n o es a m p liarla s, sin o d e sfig u ra rla s. A h o ra b ien ,
los lím ites de la lóg ica e stá n señ a lad o s c o n p le n a ex a c titu d
p o r ser u na ciencia q u e n o hace m ás q u e e x p o n e r d eta lla d a m e n te
B IX y d e m o s tra r c o n rig o r las reg las fo rm a le s de to d o p e n sa m ie n to ,
sea éste a p rio ri o e m p íric o , sea cual sea su c o m ie n z o o su
o b je to , sean los q u e sean los o b s tá c u lo s , fo r tu ito s o n a tu ra le s ,
q u e e n c u e n tre en n u e s tro p siq u ism o .
E l q u e la lógica haya te n id o sem ejan te é x ito se d eb e
ú n ic a m e n te a su lim ita c ió n , q u e la h a b ilita , y h asta la o b lig a ,
a a b s tra e r de to d o s los o b je to s de c o n o c im ie n to y d e sus
d iferencias. E n la lóg ica el e n te n d im ie n to n o se o c u p a m ás
q u e de sí m ism o y de su fo rm a . N a tu ra lm e n te , es m u c h o
m ás difícil p a ra la ra z ó n to m a r el ca m in o se g u ro d e la ciencia
c u a n d o n o s im p le m e n te tien e q u e tra ta r d e sí m ism a, sin o
ta m b ié n de o b je to s. D e a h í q u e la ló g ic a, en c u a n to p ro p e d é u ti-
ca, c o n stitu y a sim p lem e n te el v e s tíb u lo , p o r así d e cirlo , de
las ciencias y, a u n q u e se p re s u p o n e u n a ló g ica p a ra en ju iciar
los c o n o c im ie n to s c o n c re to s q u e se a b o rd a n , h ay q u e b u scar
la a d q u is ic ió n de é sto s en las ciencias p ro p ia y o b je tiv a m e n te
dich as.
A h o ra bie n , en la m ed id a e n q u e ha de h a b e r ra z ó n
en d ichas ciencias, tie n e q u e co n o c e rs e en ellas a lg o a p riori,
y este c o n o c im ie n to p u e d e p o s e e r d o s tip o s de rela ció n c o n
BX su o b je to : o b ie n p a ra determinar s im p le m e n te éste ú ltim o
y su c o n c e p to (qu e ha d e v e n ir d a d o p o r o tr o la d o ), o b ien
p a ra convertirlo en realidad. La p rim e ra re la c ió n c o n s titu y e el
conocimiento teórico de la r a z ó n ; la se g u n d a , el conocimiento práctico.
D e a m b o s c o n o c im ie n to s ha de e x p o n e rs e p rim e ro p o r s e p a ra -
d o la p a rte pura — sea m u c h o o p o c o lo q u e c o n te n g a — ,
a sab er, la p a rte e n la q u e la ra z ó n d e te rm in a su o b je to e n te r a -
m en te a priori, y p o s te rio r m e n te lo q u e p ro c e d e de o tra s fu e n te s,
a fin de q u e n o se c o n fu n d a n las d o s cosas. E n efec to , es
ru in o s o el n e g o c io c u a n d o se g a s ta n c ie g a m e n te lo s in g re s o s
sin p o d e r d is tin g u ir d e sp u és, c u a n d o aq u él n o m arch a , cuál
es la c a n tid a d de in g re s o s cap az de s o p o r ta r el g a s to y cuál
es la c a n tid a d e n q u e h a y q u e re d u c irlo .
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 17

La matemática y la física so n los d os c o n o c im ie n to s


te ó ric o s de la ra z ó n q u e d e b e n d e te rm in a r sus objetos a priori.
La p rim era de fo rm a e n te ra m e n te p u r a ; la se g u n d a , de fo rm a
al m enos p a rc ia lm e n te p u ra , e s ta n d o e n to n c e s su jeta tal d e te r-
m in a ció n a o tra s fu en tes de c o n o c im ie n to d is tin tas de la razó n .
h a matemática ha to m a d o el c a m in o s e g u ro d e la ciencia
d esde los p rim e ro s tie m p o s a los q u e alcan za la h is to ria de
la ra z ó n h u m a n a , en el a d m ira b le p u e b lo g rie g o . P e ro n o
se p ie n se q u e le ha sid o ta n fácil c o m o a la ló g ic a — en
la q u e la raz ó n ú n icam en te se o c u p a de sí m ism a— el h allar,
o m ás bien , el a b rir p o r sí m ism a ese c a m in o real. C reo , B XI
p o r el c o n tra rio , q u e ha p e rm a n e c id o m u c h o tie m p o a n d a n d o
a tien ta s (esp ecialm en te e n tre lo s eg ip c io s) y q u e h ay q u e
a trib u ir tal c am b io a una revolución llev ad a a cab o en u n en say o ,
p o r la idea feliz de u n solo h o m b re . A p a rtir de este en say o ,
n o se p o d ía ya c o n fu n d ir la ru ta a to m a r, y el c a m in o s e g u ro
de la ciencia q u ed a b a tra z a d o e in iciad o p ara sie m p re y c o n
alcance ilim itad o . N i la h is to ria d e la re v o lu c ió n del p e n s a m ie n -
to , m u c h o m ás im p o rta n te q u e el d e s c u b rim ie n to del c o n o c id o
C ab o de B uena E sp e ra n za , ni la del a fo rtu n a d o q u e la realizó ,
se nos ha c o n se rv a d o . Sin e m b a rg o , la ley en d a q u e n o s tra n s m i-
te D ió g e n e s L aercio — q u ie n n o m b ra al s u p u e s to d e s c u b rid o r
de los m ás p e q u e ñ o s e lem en to s d e las d e m o s tra c io n e s g e o m é tri-
cas y, se g ú n el ju icio de la m a y o ría, n o n ece sitad o s siq u iera
de p ru e b a a lg u n a — d e m u e s tra q u e el re c u e rd o del c am b io
s o b re v e n id o al v is lu m b rarse este n u e v o c am in o d e b ió ser c o n s i-
d e ra d o p o r los m a te m ático s c o m o m u y im p o rta n te y q u e,
p o r ello m ism o , se hizo in o lv id a b le . U n a n u e v a lu z se ab rió
al p rim e ro (llám ese T ales o c o m o se q u ie ra ) q u e d e m o s tró
el triá n g u lo e q u ilá te ro 1 E n e fe cto , a d v irtió q u e n o d eb ía B XII
in d a g a r lo q u e veía en la fig u ra o en el m e ro c o n c e p to de
ella y, p o r así d e c irlo , leer, a p a rtir de ah í, sus p ro p ie d a d e s,
sino e x tra e r éstas a priori p o r m e d io de lo q u e él m ism o
p e n sa b a y ex p o nía (p o r c o n s tru c c ió n ) en c o n c e p to s . A d v irtió
ta m b ié n q u e , p a ra saber a p rio ri a lg o c o n certeza, n o d eb ía
a ñ a d ir a la cosa sin o lo q u e n ece sa riam e n te se seg u ía d e lo q u e
él m ism o , c o n a rre g lo a su c o n c e p to , h ab ía p u e sto en ella.
La ciencia n atu ra l ta r d ó b a sta n te m ás en e n c o n tra r la
vía g ra n d e de la ciencia. H ace só lo a lre d e d o r de u n sig lo

1 «isósceles», si, de acuerdo con Rosenkranz, se lee gleichschenkJicb, en


vez de (N. del T.)
gle ich seitig
18 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

y m ed io q u e la p ro p u e s ta del in g e n io so B aco n de V e ru la m
en p a rte o c a sio n ó el d e s c u b rim ie n to de la ciencia y en p a rte
le d io m ás v ig o r, al estarse ya s o b re la p ista d e la m ism a.
E s te d e s c u b rim ie n to p u e d e m uy b ien ser ex p lic a d o ig u a lm e n te
p o r una rá p id a re v o lu c ió n p re v ia en el p e n sa m ie n to . S ó lo
m e refe riré a q u í a la ciencia n a tu ra l en la m ed id a en q u e
se basa en p rin c ip io s empíricos.
C u a n d o G alile o hizo bajar p o r el p la n o in c lin a d o u n as
bolas de u n p es o ele g id o p o r él m ism o , o c u a n d o T o rric e lli
h izo q u e el aire s o s tu v ie ra u n p e s o q u e él, d e a n te m a n o ,
h ab ía s u p u e s to e q u iv a le n te al de u n d e te rm in a d o v o lu m e n
de a g u a, o c u a n d o , m ás ta rd e , S tahl tra n s fo r m ó m etales en
B X III cal y ésta de n u e v o en m etal, a base de q u ita rle s a lg o y
d evolv érselo*1, e n to n c e s los in v e s tig a d o re s d e la n atu ra leza
c o m p re n d ie ro n s ú b ita m e n te a lg o . E n te n d ie ro n q u e la ra z ó n
sólo re c o n o c e lo q u e ella m ism a p ro d u c e se g ú n su b o s q u e -
jo, q u e la ra zó n tien e q ue a n tic ip a rse c o n los p rin c ip io s de
sus juicio s de a c u e rd o c o n leyes c o n sta n te s y q u e tie n e q u e
o b lig a r a la n a tu ra leza a re s p o n d e r sus p re g u n ta s , p e ro sin
d ejarse c o n d u c ir c o n a n d a d e ra s , p o r así d e c irlo . D e lo c o n tra rio ,
las o b se rv a c io n e s fo rtu ita s y realizad as sin u n p la n p re v io
n o v a n lig ad as a n in g u n a ley n ecesaria, ley q u e , de to d o s
m o d o s , la ra z ó n busca y n ecesita. La ra z ó n d eb e a b o rd a r
la n a tu ralez a lle v a n d o e n u n a m an o lo s p rin c ip io s se g ú n los
cuales só lo p u e d e n co n sid e ra rs e c o m o leyes lo s fe n ó m e n o s
c o n c o rd a n te s, y e n la o tr a , el e x p e rim e n to q u e ella haya p ro y e c -
ta d o a la lu z de tales p rin c ip io s . A u n q u e d e b e h ace rlo p ara
ser in s tru id a p o r la n atu ra le z a , no lo h ará en calid ad d e d isc íp u lo
q u e escu cha to d o lo q u e el m a es tro q u ie re , sin o c o m o juez
d e s ig n a d o q u e o b lig a a los te s tig o s a re s p o n d e r a las p re g u n ta s
q u e él les fo rm u la . D e m o d o q u e in c lu so la física só lo d eb e
B X IV ta n p ro v e c h o s a re v o lu c ió n de su m é to d o a un a idea, la de
b u scar (n o fin g ir) e n la n atu rale za lo q u e la m ism a ra z ó n
p o n e e n ella, lo q u e d eb e a p re n d e r de ella, de lo cual n o
sabría n ad a p o r sí sola. U n ic a m e n te de esta fo rm a ha alca n zad o
la ciencia n a tu ral el cam in o s e g u ro de la cien cia, d esp u és
de ta n to s añ o s de n o h a b e r sid o m ás q u e u n m e ro a n d a r
a tien tas.

k N o sigo exactamente el hilo de la historia del m étodo experimental,


cuyos com ienzos siguen siendo mal conocidos. (N ota de Kant).
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 19

La metafísica, c o n o c im ie n to e sp e c u la tiv o de la razó n ,


c o m p le ta m e n te aislad o , q u e se le v a n ta e n te ra m e n te p o r en cim a
de lo q u e enseñ a la e x perien cia, c o n m ero s c o n c e p to s (n o
ap lic á n d o lo s a la in tu ic ió n , c o m o h ac en las m atem áticas), d o n -
de, p o r ta n to , la ra z ó n ha de ser d iscíp u la de sí m ism a, n o
ha te n id o hasta a h o ra la s u e rte d e p o d e r to m a r el cam in o
s e g u ro de la cien cia. Y ello a p e s a r d e ser m ás a n tig u a q u e
to d a s las dem ás 1 y de q u e se g u iría e x istien d o a u n q u e éstas
d e sa p are cieran to ta lm e n te en el a b is m o de u n a b a rb a rie q u e
lo an iq u ila ra to d o . E fe c tiv a m e n te , e n la m etafísica la ra z ó n
se atasca c o n tin u a m e n te , in c lu so c u a n d o , h a llá n d o se fre n te
a leyes q u e la ex perien cia m ás o rd in a ria c o n firm a , ella se em p eñ a
en co n o cerla s a priori. In c o n ta b le s veces h ay q u e v o lv e r a trás
en la m etafísica, ya q u e se a d v ie rte q u e el c a m in o n o co n d u c e
a d o n d e se q u ie re ir. P o r lo q u e to ca a la u n a n im id a d de
lo q u e sus p a rtid a rio s a firm a n , está a ú n ta n lejo s de ser u n B XV
h ec h o , q u e m ás b ien es u n c am p o de b atalla re a lm en te d e stin a -
d o , al p a re c e r, a ejerc itar las fu erzas p ro p ia s en u n c o m b a te
d o n d e n in g u n o de los c o n te n d ie n te s ha lo g r a d o jam ás c o n q u is -
ta r el m ás p e q u e ñ o te rre n o ni fu n d a r so b re su v icto ria un a
p o se s ió n d u ra d e ra . N o hay, p u e s , d u d a de q u e su m o d o de
p ro c e d e r ha co n sistid o , hasta la fech a, en u n m ero a n d a r a
tie n ta s y, lo q u e es p e o r, a base de sim p les c o n c ep to s.
¿A q u é se deb e e n to n c e s q u e la m etafísica n o haya
e n c o n tra d o to d a v ía el cam in o s e g u ro de la cien cia? ¿E s acaso
im p o sib le ? ¿ P o r q ué, p u e s, la n a tu raleza ha c astig ad o n u e stra
ra z ó n c o n el afán incan sab le de p e rs e g u ir este c a m in o co m o
un a de sus c u estio n e s m ás im p o rta n te s ? M ás to d a v ía : ¡qué
p o c o s m o tiv o s te n em o s p a ra c o n fia r en la ra z ó n si, a n te u n o
de los c am p os m ás im p o rta n te s d e n u e s tro an h e lo de sab er,
n o só lo n o s a b a n d o n a , sino q u e n o s e n tre tie n e c o n p re te x to s
v a n o s y, al final, n o s en g añ a 1 Q u iz á sim p le m e n te h em o s e rra d o
d ic h o c am in o hasta h oy. Si es así ¿q u é in d icio s n o s h arán
esp era r q u e , en una re n o v a d a b ú s q u e d a , se rem o s m ás a f o rtu n a -
d o s q u e o tro s q u e n o s p re c e d ie ro n ?
M e p a re c e q u e los e jem p lo s de la m atem ática y de
la ciencia n a tu ra l, las cuales se h a n c o n v e rtid o en lo q u e
so n ah o ra g racias a una re v o lu c ió n re p e n tin a m e n te p ro d u c id a , B X V I

1 Entendiendo, de acuerdo con E rdm ann, übrigen, en luga übrige


(N. del T .)
20 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

s o n 1 lo su fic ie n te m e n te n o ta b le s c o m o p a ra h a c e r refle x io n ar
so b re el as p e c to esencial de u n c a m b io d e m é to d o q u e ta n
b u e n o s re s u lta d o s ha p ro p o rc io n a d o en am b as ciencias, así
c o m o ta m b ié n p a ra im ita rlas, al m e n o s a títu lo de en say o ,
d e n tro de lo q u e p e rm ite su a n a lo g ía , e n c u a n to c o n o c im ie n to s
de ra z ó n , c o n la m etafísica. Se ha s u p u e s to h asta a h o ra q u e
to d o n u e s tro c o n o c e r d e b e re g irse p o r lo s o b je to s . Sin e m b a r-
g o , to d o s lo s in te n to s realizad os b a jo tal su p u e s to c o n v istas
a e stab lecer a p riori, m e d ia n te c o n c e p to s , a lg o s o b re d ic h o s
o b je to s — a lg o q u e a m p lia ra n u e s tro c o n o c im ie n to — d e s e m b o -
caban e n el fra caso . In te n te m o s , p u e s , p o r u n a v ez, si n o
a d e la n ta re m o s m ás en las tareas de la m etafísica s u p o n ie n d o
q u e los o b je to s d e b e n c o n fo rm a rs e a n u e s tro c o n o c im ie n to ,
cosa q u e c o n cu e rd a ya m e jo r c o n la desead a p o s ib ilid a d de
u n c o n o c im ie n to a p rio ri de d ic h o s o b je to s , u n c o n o c im ie n to
q u e p re te n d e esta b lece r a lg o so b re é sto s an tes de q u e nos
sean d ad o s. O c u rre a q u í c o m o c o n lo s p rim e ro s p e n s a m ie n to s
de C o p é rn ic o . E s te , v ie n d o q u e n o co n se g u ía ex p licar los
m o v im ie n to s celestes si ac ep taba q u e to d o el ejé rc ito de estrellas
g ira b a a lre d e d o r del e sp e c ta d o r, p ro b ó si n o o b te n d ría m ejo res
re su lta d o s h a c ie n d o g ira r al e s p e c ta d o r y d e ja n d o las estrellas
B X V II en re p o s o . E n la m etafísica se p u e d e h a cer el m ism o en say o ,
en lo q u e a ta ñ e a la intuición de lo s o b je to s . Si la in tu ic ió n
tu v ie ra q u e re g irse p o r la n a tu ralez a de los o b je to s , n o v eo
c ó m o p o d ría c o n o c e rs e alg o a p rio ri so b re esa n atu ralez a. Si,
en c a m b io , es el o b je to (en c u a n to o b je to de lo s sen tid o s)
el q u e se rig e p o r la n atu ralez a de n u e stra fa c u lta d d e in tu ic ió n ,
p u e d o re p re s e n ta rm e fácilm en te tal p o s ib ilid a d . A h o ra b ien ,
c o m o n o p u e d o p a ra rm e en estas in tu ic io n e s, si se las q u ie re
c o n v e rtir en c o n o c im ie n to s , sin o q u e d e b o referirlas a a lg o
c o m o o b je to su y o y d e te rm in a r éste m e d ia n te las m ism as,
p u e d o s u p o n e r u n a de estas d o s c o s a s : o b ien los conceptos
p o r m e d io de lo s cuales efe c tú o esta d e te rm in a c ió n se rig e n
ta m b ié n p o r el o b je to , y e n to n c e s m e e n c u e n tro , u n a vez
m ás, c o n el m ism o e m b a raz o so b re la m an era de sa b er de
él a lg o a p rio ri; o b ie n s u p o n g o q u e lo s o b je to s o , lo q u e
es lo m ism o , la experiencia, única fu e n te de su c o n o c im ie n to
(en c u a n to o b je to s d a d o s), se rig e p o r tales co n ce p to s. E n
este s e g u n d o caso v eo e n se g u id a u n a ex p licac ió n m ás fácil,

1 Leyendo Wárett, en lugar de Wáre, de acuerdo con Rosenkranz (N.


del T.)
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 21

d a d o q u e la m ism a ex perien cia c o n s titu y e u n tip o de c o n o c i-


m ie n to q u e re q u ie re e n te n d im ie n to y éste p o se e u n as reglas
q u e yo d e b o su p o n e r en m í ya a n te s de q u e lo s o b je to s m e
sean d a d o s, es d e cir, reglas a priori. E sta s reglas se e x p res an
en c o n c e p to s a p rio ri a los q u e , p o r ta n to , se c o n fo rm a n B X V III
n e c e sa ria m en te to d o s los o b je to s de la ex p erie n cia y c o n los
q u e d e b e n c o n c o rd a r. P o r lo q u e se re fie re a lo s o b je to s
q u e so n m e ra m e n te p e n s a d o s p o r la ra z ó n — y, a d em á s, c o m o
n e cesario s— , p e ro q u e n o p u e d e n ser d a d o s (al m e n o s tal
c o m o la ra z ó n lo s p ie n sa) en la e x p erie n cia, d ig a m o s q u e
las te n ta tiv a s p a ra p e n sa rlo s (p u es , d esd e lu e g o , tie n e q u e
ser p o sib le p e n sa rlo s) p ro p o r c io n a rá n u n a m ag n ífica p ie d ra
de to q u e de lo q u e c o n sid e ra m o s el n u e v o m é to d o del p e n s a -
m ien to , a sab er, q u e só lo c o n o c e m o s a p rio ri d e las cosas
lo q u e n o s o tro s m ism o s p o n e m o s en e lla s k.

E s te en sa y o o b tie n e el re s u lta d o a p e te c id o y p ro m e te
a la p rim e ra p a rte de la m etafísica el c am in o s e g u ro de la
ciencia, d a d o q u e esa p rim e ra p a rte se o c u p a de c o n c e p to s
a p rio ri cu y o s o b je to s c o rre s p o n d ie n te s p u e d e n d a rse e n la B X IX
exp e rienc ia a d ec u a d a. E n efec to , se g ú n d ich a tra n s fo rm a c ió n
del p e n s a m ie n to , se p u e d e exp licar m u y b ie n la p o sib ilid a d
de u n c o n o c im ie n to a p rio ri y, m ás to d a v ía , se p u e d e n p r o p o r -
c io n a r p ru e b a s sa tisfac to ria s a las leyes q u e s irv e n de base
a prio ri de la n a tu ra le z a , e n te n d id a ésta c o m o c o m p e n d io de
los o b je to s de la e xp erien cia. A m b a s co sas era n im p o sib les
e n el tip o de p ro c e d im ie n to e m p le a d o h asta a h o ra . S in e m b a r-
g o , de la d e d u c c ió n d e n u e stra c ap a c id a d d e c o n o c e r a p rio ri
en la p rim e ra p a rte de la m etafísica se sig u e u n re s u lta d o

k E ste m étodo, tom ado del que usa el físico, consiste, pues, en buscar
los elem entos de la razón pura en lo que p u e d e c o n firm a rse o re fu ta rs e m ed ian te
u n e x p e r im e n to . Ahora bien, para examinar las proposiciones de la razón pura,
especialmente las que se aventuran más allá de todos los límites de la experiencia
posible, no puede efectuarse ningún experim ento con sus o b jeto s (al m odo de
la física). Por consiguiente, tal experim ento con conceptos y p r in c ip io s supu esto s a
p r io r i sólo será factible si podem os adoptar dos puntos de vista diferentes: p o r
un a p a r te .organizándolos de forma que tales objetos puedan ser considerados como
objetos de los sentidos y de la razón, com o objetos relativos a la experien- B X IX
cia; p o r o tr a , com o objetos meram ente pensados, com o objetos de una razón
aislada y que intenta sobrepasar todos los límites de la experiencia. Si descubri-
mos que, ado ptando este doble p unto de vista, se produce el acuerdo con el p rin-
cipio de la razón pura y que, en cam bio, surge un inevitable conflicto de
la razón consigo misma cuando adoptam os un solo punto de vista, entonces
es el experim ento el que decide si es correcta tal distinción (Nota de Kant).
22 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

e x tra ñ o y, al p a re c e r, m uy p e rju d ic ial p a ra el o b je tiv o e n te ro


de la m ism a, el o b je tiv o del q u e se o c u p a la se g u n d a p a rte .
E s te re s u lta d o c o n siste en q u e, c o n d ich a c a p ac id ad , jam ás
p o d e m o s tra s p a sa r la fro n te ra d e la e x p erie n cia p o sib le , cosa
q u e co n stitu y e p re c is a m e n te la tarea m ás esen cial de esa ciencia.
B X X P ero en ello m ism o re sid e la p ru e b a in d ire c ta de la v e rd a d
del re s u lta d o de aq u ella p rim e ra ap re c ia c ió n d e n u e s tro c o n o c i-
m ie n to racion al a p riori, a sa b er, q u e é ste só lo se re fiere a
fe n ó m e n o s y q u e deja, en ca m b io , la cosa en sí c o m o n o
co n o c id a p o r n o s o tro s , a p e sa r de ser real p o r sí m ism a.
P u es lo q u e n o s im p ulsa in e lu d ib le m e n te a tra sp a sa r lo s lím ites
de la ex perien cia y de to d o fe n ó m e n o es lo incondicionado q u e
la ra z ó n , n ecesaria y ju s tific a d am e n te , ex ig e a to d o lo q u e
d e c o n d ic io n a d o h ay en las co sas en sí, re c la m a n d o de esta
fo rm a la serie c o m p leta de las c o n d ic io n e s. A h o ra b ie n , s u p o -
n ie n d o q u e n u e s tro c o n o c im ie n to e m p íric o se rig e p o r lo s
o b je to s en c u a n to cosas en sí, se d e s c u b re q u e lo in c o n d ic io n a d o
no puede pensarse sin contradicción; p o r el c o n tra rio , s u p o n ie n d o
q u e n u e s tra re p re s e n ta c ió n de las co sas, tal co m o n o s s o n
d adas, n o se rig e p o r éstas en c u a n to co sas e n sí, sin o q u e
m ás b ie n esos o b je to s , en c u a n to fe n ó m e n o s, se rig e n p o r
n u estra fo rm a de re p re s e n ta c ió n , desaparece la contradicción. Si
e sto es así y si, p o r c o n sig u ie n te , se d e s c u b re q u e lo in c o n d ic io -
n a d o n o d ebe halla rse en las cosas en c u a n to las c o n o c e m o s
(en c u a n to n os so n d ad as), p e ro sí, en c a m b io , en las cosas
en c u a n to n o las c o n o c e m o s, en c u a n to co sas en sí, e n to n c e s
se p o n e de m a n ifie sto q u e lo q u e al co m ie n z o a d m itía m o s
B X X I a títu lo d e e n say o se halla ju s tific a d o k. N o s q u e d a a ú n p o r
in te n ta r, d e sp u és de h a b e r sid o n e g a d o a la ra z ó n esp ecu lativ a
to d o av a n c e en el te rre n o su p ra se n sib le , si n o se e n c u e n tra n
d ato s en su c o n o c im ie n to p rá c tic o p a ra d e te rm in a r aq u el c o n -
c e p to racio nal y tra s c e n d e n te de lo in c o n d ic io n a d o y s o b r e p a -
sar, de ese m o d o , s e g ú n el deseo d e la m etafísica, los lím ites

^ T al experim ento de la razón pura se parece bastante al que a veces


efectúan los q u ím ic o s bajo el nom bre de ensayo de reducción y, de ordinario,
bajo el nom bre de p r o ce d im ie n to sin té tic o. El a n á lisis del m e ta fisic o separa el
conocim iento pu ro a p r i o r i en dos elementos m uy heterogéneos: el de las
cosas en cuanto fenóm enos y el de las cosas en sí mismas. P or su parte,
la d ialéctica los enlaza de nuevo, a fin de que estén en consonancia con la necesaria
idea racional de lo incondicio nado, y descubre que tal consonancia no se produce
jamás sino a partir de dicha distinción, que es, p or tanto, la verdadera (N ota de
Kant).
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 23

de to d a ex p eriencia p o sib le co n n u e s tro c o n o c im ie n to a p riori,


a u n q u e só lo desde u n p u n to de v ista p rá c tic o . C o n este p ro c e d i-
m ien to la ra z ó n esp ecu lativ a siem p re n o s ha d ejad o , al m en o s,
sitio p ara tal am plia ció n , a u n q u e tu v ie ra q u e ser vacío. T e n e -
m os, p u e s, lib e rta d para llen arlo . E sta m o s in clu so in v itad o s
p o r la raz ó n a h acerlo , si p o d e m o s , c o n sus d a to s p rá ctico s k. B X X II

E sa te n ta tiv a de tra n s fo rm a r el p ro c e d im ie n to hasta


ah o ra e m p le ad o p o r la m etafísica, e fe c tu a n d o en ella u n a c o m -
p leta rev o lu c ió n de a cu e rd o c o n el ejem p lo de los g e ó m e tra s
y los físicos, c o n stitu y e la tarea de esta crítica de la raz ó n
p u ra esp ecu lativ a. E s u n tra ta d o so b re el m é to d o , n o u n sistem a
so b re la ciencia m ism a. T ra z a , sin e m b a rg o , el p erfil e n te ro B X X III
de ésta, ta n to re s p e c to de sus lím ites c o m o resp e cto d e to d a
su a rtic u la c ió n in tern a . P ues lo p ro p io de la raz ó n p u ra esp e c u -
lativa co nsiste en q u e p u e d e y d e be m e d ir su cap acid ad se g ú n
sus d iferentes m o d o s de eleg ir o b je to s de p e n s a m ie n to , en
q u e p u e d e y de b e e n u m e ra r e x h a u stiv a m e n te las d istin tas f o r -
m as de p ro p o n e rs e tareas y b o sq u e ja r así g lo b a lm e n te u n s iste-
ma de m etafísica. P o r lo q u e to ca a lo p rim e ro , en efecto,
n ada p u e d e a ñ a d irse a los o b je to s, en el c o n o c im ie n to a priori,
fuera de lo q u e el su jeto p e n s a n te to m a d e sí m ism o . P o r
lo q u e se refiere a lo s e g u n d o , la ra z ó n c o n s titu y e , co n re sp ec to
a los p rin c ip io s del c o n o c im ie n to , u n a u n id a d c o m p letam e n te
separada, su b s iste n te p o r sí m ism a, u n a u n id a d en la q u e,
c o m o o c u rre e n u n c u e rp o o rg a n iz a d o , cada m ie m b ro trab aja
en fa v o r de to d o s los dem ás y ésto s, a su vez, en fa v o r
de los p r im e r o s ; n in g ú n p rin c ip io p u e d e to m a rs e c o n seg u rid ad
d esde un único asp ec to sin h a b e r in v es tig a d o , a la vez, su
relació n g lo b a l c on to d o el u so p u ro de la razó n . A este

k Las leyes centrales de los m ovim ientos de los cuerpos celestes p ro por-
cionan así com pleta certeza a lo que Copérnico tom ó, inicialmente, como
simple hipótesis, y dem ostraron, a la vez, la fuerza invisible que liga la estructura
del universo (la atracción newtoniana). Esta atracción hubiera permanecido
para siempre sin descubrir si Copérnico no se hubiese .atrevido a buscar, de
modo opuesto a los sentidos, pero verdadero, los m ovimientos observados, no
en los objetos del cielo, sino en su espectador. Por mi parte, presento igualmen-
te en este prólogo la transform ación de este pensam iento —que es análoga a la
hipótesis m encionada— expuesta en la crítica com o mera hipótesis. N o obstan-
te, con el solo fin de destacar los primeros ensayos de dicha transform ación, en-
sayos que son siempre hipotéticos, dicha hipótesis qfu eda dem ostrada en el tra-
tado mismo, no según su carácter de hipótesis, sino apodícticamente, partiendo
de la naturaleza de nuestras representaciones de espacio y tiem po y de los con-
ceptos elementales del entendimiento (Nota de Kant).
24 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

re s p ec to , la m etafísica tie n e u n a s u e rte s in g u la r, n o o to rg a d a


a n in g u n a de las o tra s cien cias ra c io n ales q u e se o c u p a n de
o b je to s (pues la ló g ica sólo e stu d ia la fo rm a del p e n s a m ie n to
en g en eral). E sta s u e rte c o n siste e n lo s ig u ie n te : si, m e d ia n te
la p re s e n te crítica, la m etafísica se in s e rta e n el c a m in o se g u ro
de la ciencia, p u e d e a b a rc a r p e rfe c ta m e n te to d o el c a m p o de
B XXIV los c o n o c im ie n to s q u e le p e rte n e c e n ; c o n ello te rm in a ría su
o b ra y la d ejaría, p a ra u so de la p o s te rid a d , c o m o p a trim o n io
al q u e nada p o d ría añ a d irse , ya q u e só lo se o c u p a d e p rin c ip io s
y de las lim itacio n es de su u so , lim ita c io n e s q u e v ie n e n d e te r m i-
n ad as p o r esos m ism o s p rin c ip io s . P o r c o n s ig u ie n te , está ta m -
b ié n o b lig a d a , c o m o ciencia fu n d a m e n ta l, a esa c o m p le tu d
y de ella ha de p o d e r d e c ir s e : nil actum reputans, si quid superesset
agendum 1 .

Se p re g u n ta rá , sin e m b a rg o , ¿q u é clase d e te s o ro es
éste q u e p e n sa m o s le g ar a la p o s te rid a d c o n sem ejan te m eta físi-
ca d e p u ra d a p o r la crític a, p e ro rele g ad a p o r ello m ism o ,
a u n e sta d o de inercia ? Si se ech a u n a lig era o jead a a esta
o b ra se p u e d e q u iz á e n te n d e r q u e su u tilid a d es só lo negativa:
n o s a d v ie rte q u e jam ás n os a v e n tu re m o s a tra s p a s a r lo s lím ites
de la exp erie n c ia c o n la ra z ó n e sp e cu lativ a. Y , efe c tiv a m e n te,
ésta es su p rim e ra u tilid a d . P e ro tal u tilid a d se h ace in m e d ia ta -
m en te positiva c u a n d o se re c o n o c e q u e lo s p rin c ip io s c o n los
q u e la ra z ó n e sp e cu la tiv a so b re p a sa sus lím ite s n o c o n stitu y e n ,
de h e c h o , u n a ampliación, sin o q u e, e x a m in a d o s de cerca, tie n e n
c o m o resultado in d e fe c tib le u n a reducción d e n u e s tro u s o d e la
B XXV ra z ó n , ya q u e tales p rin c ip io s am en a zan re a lm e n te c o n e x te n -
d e r de fo rm a in d isc rim in a d a lo s lím ites d e la sen sib ilid a d ,
a la q u e d e h e c h o p e rte n e c e n , e in clu so c o n su p rim ir el u so
p u r o (p rá c tic o ) de la ra z ó n . D e a h í q u e u n a crítica q u e re s trin ja
la ra z ó n e sp ecu lativ a sea, e n tal s e n tid o , negativa, p e ro , a la
vez, en la m e d id a en q u e elim in a u n o b s tá c u lo q u e re d u c e
su u so p rá c tic o o a m en a za in c lu so c o n su p rim irlo , sea re a lm e n te
de ta n positiva e im p o rta n te u tilid a d . E llo se ve c laro c u a n d o
se re c o n o c e q u e la ra z ó n p u ra tie n e u n u s o p rá c tic o (el m o ral)
a b s o lu ta m e n te n ec esario , u so e n el q u e ella se ve in e v ita b le m e n -
te o b lig a d a a ir m ás allá de lo s lím ites d e la sen sib ilid ad .
A u n q u e p a ra e s to la ra z ó n p rá c tic a n o n ecesita ay u d a d e la
ra z ó n e sp ec u lativ a , ha de e sta r a se g u ra d a c o n tra la o p o s ic ió n

1 N o da nada p or hecho m ientras quede algo po r hacer (Versión del T.)


PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 25

de ésta últim a, a fin de n o caer en c o n tra d ic c ió n c o n sig o


m ism a. N eg a r a esta la b o r de la crítica su u tilid a d positiva
eq u iv ald ría a a firm a r q u e la p o lic ía n o p re s ta u n serv icio
positivo p o r lim itarse su tarea p rim o rd ia l a im p e d ir la violencia
q u e los ciu d ad a n o s p u e d e n te m e r u n o s d e o tro s , a fin de
q u e cada u n o pu ed a d edicarse a sus a s u n to s en p az y se g u rid ad .
E n la p a rte analítica de la crítica se d e m u e s tra : q u e el espacio
y el tie m p o so n m eras fo rm as d e la in tu ic ió n sen sib le, es
decir, sim p les co n d icio n es de la ex isten cia de las cosas en
c u a n to fe n ó m e n o s ; q u e ta m p o c o p o se e m o s c o n c e p to s del e n -
te n d im ie n to n i, p o r ta n to , ele m e n to s p a ra co n o c e r las cosas
sino en la m edida e n q u e p u e d e d arse la in tu ic ió n c o rre s p o n - B X X V I
d iente a tales c o n c e p to s ; q u e , en co n secu en cia, n o p o d e m o s
co n o c e r u n o b je to c o m o cosa e n sí m ism a, sin o en c u a n to
o b je to de la in tu ic ió n em pírica, es d e cir, en c u a n to fe n ó m e n o .
D e ello se d e d u c e q u e to d o p o s ib le c o n o c im ie n to e sp e cu la tiv o
de la ra z ó n se halla lim ita d o a los sim p les o b je to s de la experien-
cia. N o o b sta n te , hay q u e d ejar sie m p re a salvo — y ello ha
de te n e rse en c u e n ta — q u e , a u n q u e n o p o d e m o s conocer esos
o b je to s c o m o cosas en sí m ism as, sí ha de se rn o s p o sib le ,
al m en os, pensarlosk. D e lo c o n tra rio , se seg u iría la a b su rd a B X X V II
p ro p o s ic ió n de q u e habría fe n ó m e n o sin q u e n ada se m a n ifesta-
ra. S u p o n g a m o s a h o ra q ue n o se ha h e ch o la d istin c ió n , e sta b le -
cida c o m o necesaria en n u e stra crítica, e n tre cosas en c u a n to
o b je to de ex periencia y esas m ism as cosas en c u a n to cosas
en sí. E n este caso habría q u e ap licar a to d a s las cosas, en
c u a n to causas eficientes, el p rin c ip io d e cau salid ad y, c o n s i-
g u ie n te m e n te , el m ecan ism o p ara d e te rm in arla . E n c o n se c u e n -
cia, n o p o d ría m o s , sin in c u rrir en u n a e v id e n te c o n tra d ic c ió n ,
d ecir de u n m ism o ser, p o r eje m p lo del alm a h u m a n a , q u e
su v o lu n ta d es lib re y q u e , a la vez, esa v o lu n ta d se halla
so m etida a la necesidad n atu ra l, es d ecir, q u e n o es lib re.

k El conocim iento de un objeto implica el poder dem ostrar su posibilidad,


sea porque la experiencia testimonie su realidad, sea a p r io r i , mediante la
razón. Puedo, en cambio, p e n s a r lo que quiera, siempre que no me contradiga,
es decir, siempre que mi concepto sea un pensam iento posible, aunque no
pueda responder de si, en el conjunto de todas las posibilidades, le corresponde
o no un objeto. Para conferir validez objetiva (posibilidad real, pues la anterior
era simplemente lógica) a este concepto, se requiere algo más. Ahora bien,
.este algo más no tenem os po r qué buscarlo precisam ente en las fuentes del
conocimiento teórico. Puede hallarse igualm ente en las fuentes del conocim iento
práctico (Nota de Kant).
26 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

E n efec to , se h a b ría e m p le a d o e n a m b a s p ro p o s ic io n e s la p a la -
b ra «alm a» e x ac ta m e n te en el mismo sentido, a sa b e r, c o m o co sa
e n g e n eral (co m o cosa en sí m ism a). Sin u n a crítica p re v ia ,
n o p o d ía e m p lea rse de o tra fo rm a . P e ro si la crítica n o se
ha e q u iv o c a d o al e n se ñ a rn o s a to m a r el o b je to e n d o s s e n tid o s,
a sab er, c o m o fe n ó m e n o y c o m o co sa en s í; si la d ed u c c ió n
de sus c o n c e p to s del e n te n d im ie n to es co rre c ta y, p o r c o n s i-
g u ie n te , el p rin c ip io de cau salid a d se ap lica ú n ic a m e n te a las
cosas en el p rim e r s e n tid o , es d ecir, en c u a n to o b je to s de
la ex perien cia, sin q u e le e sté n so m e tid a s , e n ca m b io , esas
m ism as cosas e n el se g u n d o s e n tid o ; si eso es así, e n to n c e s
B X X V III se c o n sid era la v o lu n ta d en su fe n ó m e n o (en las accio n es
visib les) c o m o n ece saria m e n te c o n fo rm e a las leyes n a tu ra le s
y, en tal s e n tid o , c o m o no libre, p e r o , p o r o tra p a rte , esa
m ism a v o lu n ta d es c o n sid e ra d a c o m o a lg o p e rte n e c ie n te a
u n a cosa en sí m ism a y n o so m e tid a a d ich as leyes, es d ecir,
c o m o libre, sin q u e se dé p o r ello c o n tra d ic c ió n a lg u n a . N o
p u e d o , es c ie rto , conocer m i alm a d esd e e ste ú ltim o p u n to
de vista p o r m e d io de la ra z ó n esp e c u la tiv a (y m e n o s to d a v ía
p o r m e d io de la o b s e rv a c ió n em p íric a ) ni p u e d o , p o r ta n to ,
c o n o c e r la lib e rta d c o m o p ro p ie d a d de u n ser al q u e a trib u y o
efecto s en el m u n d o sensib le. N o puedo h a ce rlo p o rq u e d eb ería
c o n o c e r d ich o ser c o m o d e te rm in a d o en su ex isten cia y c o m o
n o d e te rm in a d o e n el tie m p o (lo cual es im p o sib le , al n o
p o d e r a p o y a r m i c o n c e p to en n in g u n a in tu ic ió n ). P e ro sí p u e d o ,
en c a m b io , c o n c e b ir la lib e rta d ; es d ecir, su re p re s e n ta c ió n
no e n cie rra e n sí c o n tra d ic c ió n n in g u n a si se a d m ite n u e stra
d is tin c ió n crítica e n tre lo s do s tip o s d e re p re s e n ta c ió n (sensible
e in te le c tu a l) y la lim ita c ió n q u e tal d is tin c ió n im p lica en
lo s c o n c e p to s p u ro s del e n te n d im ie n to , así c o m o ta m b ié n ,
ló g ic a m e n te , e n lo s p rin c ip io s q u e d e ellos d e riv a n . S u p o n g a -
m os a h o ra q u e la m o ral p re s u p o n e n e c e saria m en te la lib e rta d
(en el m ás e s tric to se n tid o ) c o m o p ro p ie d a d de n u e stra v o lu n -
ta d , p o r in tro d u c ir a p rio ri, c o m o d a to s d e la ra z ó n , p rin c ip io s
B X X IX p rá c tic o s o rig in a rio s q u e re s id e n en ella y q u e serían a b s o lu ta -
m e n te im p o sib le s de n o p re s u p o n e rs e la lib e rta d . S u p o n g a m o s
ta m b ié n q u e la ra z ó n e sp e cu la tiv a ha d e m o s tra d o q u e la lib e rta d
n o p u e d e p e n sa rse . E n este caso , aq u ella su p o s ic ió n re fe re n te
a la m o ra l tie n e q u e ce d er n e c esariam en te a n te esta o tra , cu y o
o p u e s to e n c ie rra u n a e v id e n te c o n tra d ic c ió n . P o r c o n sig u ien te ,
la lib e rta d , y c o n ella la m o ra lid a d (p u e s to q u e lo c o n tra rio
d e ésta n o im plica c o n tra d ic c ió n a lg u n a , si-n o h em o s s u p u e s to
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 27

de a n te m a n o la lib e rta d ) te n d ría n q u e a b a n d o n a r su p u e s to


en fa v o r del mecanismo de la naturaleza. A h o ra b ien , la m o ral
n o re q u ie re sin o q u e la lib e rta d n o se c o n tra d ig a a sí m ism a,
q u e sea al m e n o s p en sa b le sin nece sid ad de ex am en m ás h o n d o
y q ue, p o r c o n sig u ie n te , n o p o n g a o b stá c u lo s al m eca n ism o
n a tu ral del m ism o a c to (c o n sid e ra d o d esd e o tro p u n to de
vista). T e n ie n d o en cu enta esto s re q u is ito s , ta n to la d o c trin a
de la m o ra lid a d c o m o la de la n a tu ralez a m a n tie n e n sus p o s ic io -
nes, cosa q u e n o h ub iera sid o p o sib le si la crítica n o nos
h u b ies e e n se ñ a d o p re v ia m e n te n u e stra in e v itab le ig n o ran cia
re sp e cto de las cosas en sí m ism as n i h u b ie ra lim ita d o n u estra s
p o sib ilid ad e s de conocimiento te ó ric o a los sim p les fe n ó m en o s.
E sta m ism a ex p licación s o b re la p o s itiv a u tilid a d de los p rin c i-
p io s críticos de la ra z ó n p u ra p u e d e p o n e rs e de m an ifiesto
re sp e cto de lo s c o n cep to s de D ios y d e la naturaleza simple
de n u e stra alma. Sin e m b a rg o , n o lo v o y a h acer a q u í p o r
razon es de b re v e d ad . N i siq u iera p u e d o , p u e s, a cep tar a Dios, B XX X
la libertad y la inmortalidad en a p o y o del n ecesario u so p rá c tic o
de mi ra z ó n sin quitar, a la vez, a la ra z ó n esp ecu lativ a su
p re te n s ió n de co n o c im ie n to s e x a g e ra d o s . P u es ésta últim a tien e
q u e serv irse, p a ra lleg ar a tales c o n o c im ie n to s, de u n o s p rin c i-
p io s q u e n o a b a rc an rea lm en te m ás q u e los o b jeto s de e x p e rie n -
cia p o sib le . P o r ello, c u a n d o , a p e s a r de to d o , se lo s aplica
a a lg o q u e n o p u e d e ser o b je to de ex p erien cia, de h e c h o
c o n v ie rte n ese alg o en fe n ó m e n o y hacen así im p o sib le to d a
extensión práctica de la ra z ó n p u ra . T u v e , p u e s, q u e s u p rim ir
el saber p a ra d ejar sitio a la f e , y el d o g m a tis m o de la m etafísica,
es decir, el p re ju ic io de q u e se p u e d e a v a n za r en ella sin
un a crítica de la razó n p u ra , c o n s titu y e la v e rd ad era fu en te
de to d a in c re d u lid a d , siem pre m uy d o g m átic a, q u e se o p o n e
a la m o ra lid ad . A u n q u e n o es, p u e s, m u y difícil le g a r a la
p o s te rid a d u na m etafísica sistem ática, co n ceb id a de a c u e rd o
co n la crítica de la ra zó n p u ra , sí co n stitu y e u n reg a lo nada
desd eñ ab le. R e p árese sim p le m e n te e n la c u ltu ra de la raz ó n
a v a n z a n d o so b re el c am in o s e g u ro de la ciencia en g en eral
en c o m p a ra c ió n co n su g ra tu ito a n d a r a tie n tas y c o n su
irreflex iv o v a g a b u n d e o c u a n d o p re s c in d e de la crítica. O b ien B X X X I
o b sérv e se c ó m o em plea m e jo r el tie m p o u n a ju v e n tu d deseosa
de sab er, una ju v e n tu d q u e recib e del d o g m a tis m o o rd in a rio
ta n n u m e ro so s y te m p ra n o s e stím u lo s, sea p ara su tilizar c ó m o -
d am e n te so b re cosas de las q u e n ad a en tie n d e y de las q u e
n u n ca — n i ella ni n a d ie — e n te n d e rá n ad a, sea in c lu so p ara
28 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

tra ta r de d e s c u b rir n u e v o s p e n sa m ie n to s y o p in io n e s y p a ra
d e scu id a r así el ap re n d iz a je de las cien cias rig u ro s a s . P e ro
c o n sid ére se , so b re to d o , el in ap rec ia b le in terés q u e tie n e el
te rm in a r p a ra s iem p re , al m o d o socrático, es d ecir, p o n ie n d o
cla ram en te de m a n ifiesto la ig n o ra n c ia del a d v e rs a rio , co n
to d a s las o b je c io n e s a la m o ra lid a d y a la re lig ió n . P u es siem p re
ha h a b id o y se g u irá h a b ie n d o en el m u n d o a lg u n a m etafísica,
p e ro c o n ella se e n c o n tra rá ta m b ié n u n a d ialéctica de la ra z ó n
p u ra q u e le es n a tu ra l. E l p rim e ro y m ás im p o rta n te a s u n to
de la filo so fía c o n siste , p u e s, en c o rta r, d e u n a v ez p o r to d as ,
el p e rju d ic ia l in flu jo de la m etafísica ta p o n a n d o la fu e n te de
lo s erro re s.
A p e sa r de esta im p o rta n te m o d ific a c ió n en el c am p o
de las ciencias y d e la p é rd id a q u e la ra z ó n e sp e cu lativ a ha
de s o p o rta r e n sus hasta a h o ra p re te n d id o s d o m in io s , q u ed a
B XXXII e n el m ism o v e n ta jo so e sta d o e n q u e e s tu v o siem p re to d o
lo re fe re n te a lo s interese s h u m a n o s en g en eral y a la u tilid a d
q u e el m u n d o e x tra jo h asta h o y de las en se ñ an z as de la razó n .
La p é rd id a afecta só lo al monopolio de las escuelas, n o a los
intereses de los hombres. Y o p re g u n to a lo s m ás in flexib les d o g m á -
tico s si, u n a v ez a b a n d o n a d a la escu ela, las d e m o s trac io n e s,
sea de la p e rv iv e n c ia del alm a tra s la m u e rte a p a rtir de
la d e m o s tra c ió n de la sim p licid ad d e la su stan cia, sea de la
lib e rta d de la v o lu n ta d fre n te al m e c a n ism o g en e ra l p o r m e d io
de las d is tin c io n e s su tiles, p e ro im p o te n te s, e n tre n e cesid ad
p rá c tic a su b je tiv a y o b je tiv a , sea de la ex isten cia d e D io s
d esd e el c o n c e p to de u n e n te re alísim o (de la c o n tin g e n c ia
de lo m u d a b le y d e la n e ce sid ad de u n p rim e r m o to r), h a n
sid o a lg u n a vez capaces de lleg ar al g ra n p ú b lic o y ejercer
la m e n o r in flu en cia en sus c o n v ic c io n e s. Si, p o r el c o n tra rio ,
en lo q u e se re fiere a la p e rv iv e n c ia del alm a, es ú n ic a m e n te
la d is p o s ic ió n n a tu ra l, o b s e rv a b le en cad a h o m b re y c o n siste n te
en la im p o s ib ilid a d de q u e las cosas te m p o ra le s (en c u a n to
in su ficien tes re s p e c to de las p o te n c ia lid a d e s del d e stin o e n te ro
del h o m b re ) le sa tisfa g an p le n a m e n te , lo q u e ha p ro d u c id o
la esp eranza de u n a vida fu tu r a ; si, p o r lo q u e a ta ñ e a la
B XXXIII lib e rta d , la conciencia de ésta se d eb e só lo a la clara ex p o sició n
de las o b lig a c io n e s e n o p o sic ió n a to d a s las exig en cias de
las in c lin a c io n e s ; si, fin alm e n te , e n lo q u e afecta a la existen cia
de D io s , es só lo el e s p lé n d id o o rd e n , la belleza y el c u id a d o
q u e a p a re c e n p o r d o q u ie r en la n a tu ralez a lo q u e ha m o tiv a d o
la fe e n u n g ra n d e y sa b io creador del mundo, co n v icc io n es
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 29

las tres qu e se e x tien d en e n tre la g e n te en cu a n to basadas


en m o tiv o s ra c io n a le s ; si to d o ello es así, e n to n c e s estas p o s e s io -
nes no só lo c o n tin u a rá n sin o b stá c u lo s, sin o q u e a u m e n ta rá n
su c ré d ito c u a n d o las escuelas a p re n d a n , en u n p u n to q u e
afecta a los in tereses h u m a n o s en g e n e ra l, a n o a rro g a rse
u n c o n o c im ie n to m ás eleva do y e x te n so q u e el ta n fácilm en te
alcanzable p o r la g ra n m ayoría (para n o so tro s d ig n a del m ay o r
re sp e to ) y, co n sig u ie n te m en te , a lim itarse a cu ltiv a r esas razo n es
p ro b a to ria s u n iv e rsa lm e n te co m p ren sib le s y q u e , d esd e el p u n -
to de vista m oral, so n suficien tes. La m en c io n a d a tra n s fo rm a -
ció n sólo se refiere, p u es, a las a rro g a n te s p re te n sio n e s de
las escuelas q u e q u is ie ra n segu ir sie n d o en este te rre n o (com o
lo so n, c o n ra z ó n , en o tro s m u ch os) los ex clu siv o s co n o c e d o re s
y g u a rd a d o re s de un as v erdad es de las q u e n o c o m u n ican
a la g e n te m ás q u e el u so, re s e rv a n d o p ara sí la clave (quod
mecum nescit, solus vult scire videri1). Se atien d e , n o o b sta n te ,
a u n a p re te n s ió n m ás ra zo n a b le del filó so fo esp e cu lativ o . E ste B X X XIV
sig ue sie n d o el ex clu siv o d ep o sita rio de u n a ciencia q u e es
útil a la g e n te , a u n q u e ésta n o lo sepa, a saber, la crítica
de la razó n . E sta crítica, e n efecto , n u n ca p u e d e c o n v e rtirse
en p o p u la r. P e ro ta m p o co lo n ecesita. P u es del m ism o m o d o
q u e n o p e n e tra n en la m ente del p u e b lo los a rg u m e n to s p e rfe c -
ta m e n te tra b a d o s en fa v o r de v e rd a d e s útiles, ta m p o c o llegan
a ella las ig u alm en te sutiles o b jecio n es a d ich o s a rg u m e n to s .
P o r el c o n tra rio , la escuela, así c o m o to d a p e rso n a q u e se
eleve a la esp ecu lació n , a cu d e in e v ita b le m en te a los a rg u m e n to s
y a las o b jec io n e s. P o r ello está o b lig a d a a p re v e n ir, de una
vez p o r to d a s , p o r m edio de una rig u ro sa in v e s tig a ció n de
los d erec h o s de la razó n esp ecu lativ a, el escán d alo q u e estallará,
ta rd e o te m p ra n o , e n tre el m ism o p u e b lo , d e b id o a las d is p u tas
sin crítica en las q u e se e n re d a n fa ta lm e n te lo s m etafísicos
(y, e n calidad de tales, tam b ié n , fin a lm e n te , lo s clérig o s) y
q u e falsean sus p ro p ia s d o c trin a s. S ó lo a trav és de la crítica
es p o sib le c o rta r las m ism as raíces del materialismo, del ja talism o,
del ateísmo, de la incredulidad librepensadora, del fanatism o y la
superstición, to d o s los cuales p u e d e n ser n o civ o s en g e n eral,
p e ro ta m b ié n las del idealismo y del escepticismo, q u e so n m ás
p e lig ro s o s p a ra las escuelas y q u e d ifícilm en te p u e d e n lleg ar
a las m asas.

1 Lo que ignora conm igo pretende aparentar saberlo él solo (Versión


del T.)
30 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

B XXXV Si los g o b ie rn o s creen o p o rt u n o in te rv e n ir en lo s a s u n -


to s de lo s cien tífic o s, sería m ás a d e c u a d o a su sab ia tu te la ,
ta n to re s p e c to de las cien cias c o m o re s p e c to de lo s h o m b re s,
el fa v o re c e r la lib e rta d de se m e jan te c rític a, ú n ic o m e d io de
esta b le c e r los p ro d u c to s de la ra z ó n so b re u n a base firm e,
q u e el a p o y a r el rid íc u lo d e s p o tis m o de u n as escuelas q u e
le v a n ta n u n g rite río so b re lo s p e lig ro s p ú b lic o s c u a n d o se
ra s g a n las tela ra ñ a s p o r ellas tejid as, a p e s a r de q u e la g e n te
n u n c a les ha h e c h o caso y de q u e , p o r ta n to , ta m p o c o p u e d e
se n tir su p é rd id a .
L a crítica n o se o p o n e al procedimiento dogmático d e la
ra z ó n en el c o n o c im ie n to p u ro de ésta e n c u a n to ciencia (p ues
la ciencia debe ser sie m p re d o g m á tic a , es d e cir, d eb e d e m o s tra r
co n rig o r a p a rtir de p rin c ip io s a p rio ri se g u ro s ), sin o al dogmatis-
mo, es d ecir, a la p re te n s ió n de av a n z a r c o n p u ro s c o n o c im ie n to s
co n c e p tu a le s (los filo só fico s) c o n fo rm e s a u n o s p rin c ip io s — tal
c o m o la ra z ó n lo s vien e e m p le a n d o d e sd e hace m u c h o tie m -
p o — , sin h a b e r e x a m in ad o el m o d o n i el d e re c h o c o n q u e
llega a ellos. E l d o g m a tis m o es, p u e s , el p ro c e d im ie n to d o g m á -
tic o de la ra z ó n p u ra sin previa crítica de su propia capacidad.
E sta c o n tra p o s ic ió n n o q u ie re, p u e s, h a b la r en fa v o r de la
friv o lid a d c h arla ta n a b ajo el n o m b re p re te n c io s o de p o p u la r i-
B X X X V I d ad o in clu so en fa v o r del e sc e p tic ism o , q u e d e sp ac h a la m e ta fí-
sica en c u a tro p alab ras. A l c o n tra rio , la crítica es la necesaria
p re p a ra c ió n p re v ia p a ra p ro m o v e r u n a m etafísica rig u ro sa q u e,
c o m o ciencia, tie n e q u e d e sa rro lla rse n ece sa riam e n te de fo rm a
d o g m á tic a y, de a c u e rd o c o n el m ás e s tric to re q u is ito , sis te m á ti-
ca, es decir, c o n fo rm e a la escu ela (n o p o p u la r). D a d o q u e
la m etafísica se c o m p ro m e te a re a liza r su tarea e n te ra m e n te
a p rio ri y, c o n s ig u ie n te m e n te , a e n te ra satisfac ció n de la ra z ó n
e sp e cu lativ a, es im p re sc in d ib le la e x ig en cia m en c io n a d a e n ú lti-
m o lu g a r. A sí, p u e s , p a ra lle v a r a c a b o el p la n q u e la crítica
im p o n e , es d e cir, p a ra el fu tu ro sistem a de m etafísica, te n em o s
q u e se g u ir el q u e fu e rig u ro s o m é to d o del céleb re W o lf, el
m ás g ra n d e de lo s filó so fo s d o g m á tic o s y el p rim e ro q u e
d io u n eje m p lo (g racias al cual fu e el p r o m o to r en A lem an ia
del to d a v ía n o e x tin g u id o e s p íritu de rig o r) de c ó m o el cam in o
se g u ro d e la ciencia ha de e m p re n d e rs e m e d ia n te el o rd e n a d o
e sta b le c im ie n to de p rin c ip io s , la clara d e te rm in a c ió n de lo s
c o n c e p to s , la b ú sq u e d a del rig o r en las d e m o stra c io n e s y la
e v ita c ió n de sa lto s a tre v id o s en las d e d u c c io n e s. W o lf estab a,
p o r ello m ism o , esp e c ia lm e n te c a p a c ita d o p a ra situ a r la m etafísi-
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 31

ca e n ese e sta d o d e ciencia. S ólo le fa ltó la idea de p re p a ra r


p re v ia m e n te el te r re n o m e d ian te u n a c rítica del ó rg a n o , es
decir, de la ra z ó n p u ra . E ste d e fe c to hay q u e a trib u irlo al B X X X V II
m o d o de p e n s a r d o g m á tic o d e su tie m p o , m ás q u e a él m ism o .
P e ro s o b re tal m o d o de p e n s a r, n i lo s filó so fo s de su época
n i los de to d a s las a n te rio re s tie n e n d e re c h o a h a ce rse re p ro c h e s
m u tu o s . Q u ie n e s rech aza n el m é to d o d e W o lf y el p ro c e d e r
de la crítica de la ra z ó n p u ra a u n tie m p o n o p u e d e n in te n ta r
o tra cosa q u e d e se n te n d e rse de lo s g rillo s de la ciencia, c o n v e rtir
el tra b a jo en ju e g o , la certeza en o p in ió n y la filo so fía en
filo d ox ia.

P o r lo q u e a esta segunda edición se refiere, n o h e d ejad o


p a sa r la o p o rtu n id a d , c o m o es ju s to , d e v en cer, en lo p o sib le ,
las d ific u ltad es y la o sc u rid a d de las q u e h ay an p o d id o d eriv a rse
los m a le n te n d id o s q u e a lg u n o s h o m b re s a g u d o s h a n e n c o n tra -
d o al ju zg ar este lib ro , n o sin cu lp a m ía q u izá. N o h e o b s e r -
v a d o n a d a q u e ca m b ia r en las p ro p o s ic io n e s y en sus d e m o s tra -
c io n e s, así c o m o en la fo rm a y la c o m p le tu d del p lan . E llo se
d eb e, p o r u n a p a rte , a q u e esta e d ic ió n ha sid o so m e tid a a
u n p ro lijo exam e n antes de p re s e n ta rla 1 al p ú b lic o y, p o r o tra ,
al m ism o c a rácter del a s u n to , es d ec ir, a la n a tu ra le z a de
una ra z ó n p u ra e sp ecu lativ a . E sta p o se e u n a a u té n tic a e s tr u c tu -
ra en la q u e to d o es ó rg a n o , e sto es, u n a e s tru c tu ra en la
q u e el to d o está al se rv icio de cad a p a rte y cada p a rte al
serv icio del to d o . P o r c o n sig u ie n te , la m ás p e q u e ñ a d e b ilid a d , B X X X V III
sea u n a falta (e rro r) o u n d efe cto , tien e q u e m an ifestarse in e lu d i-
b le m e n te e n el u so . E ste sistem a se m a n te n d rá in m o d ific a d o ,
s e g ú n esp ero , en el fu tu ro . N o es la v a n id a d la q u e m e in sp ira
tal c o n fian za, sin o s im p le m e n te la e v id en c ia q u e o fre c e el
c o m p ro b a r la ig u a ld a d de re s u lta d o , ta n to si se p a rte d e los
e le m e n to s m ás p e q u e ñ o s p a ra lleg a r al to d o de la ra z ó n p u ra ,
c o m o si se re tro c e d e desde el to d o (ya q u e ta m b ié n éste está
d a d o p o r sí m ism o a trav é s de la in te n c ió n final e n lo p rá c tic o )
hacia cada p a rte . P ues el 'm e ro in te n to de m o d ific a r la p a rte
m ás p e q u e ñ a p ro d u c e in m e d ia ta m e n te c o n tra d ic c io n e s, n o só lo
en el sistem a, sin o e n la ra z ó n h u m a n a e n g e n eral. A h o ra
b ien , q u e d a m u c h o q u e h acer e n la exposición. E n la p re s e n te
ed ic ió n , h e in te n ta d o in tro d u c ir co rre c c io n e s q u e re m e d ia ra n
el m a le n te n d id o de la estética, e sp ec ialm en te el re la tiv o al

1 Leyendo, de acuerdo con Erdmann, su en vez de es (N. del T.)


32 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

c o n c e p to de tie m p o ; la o s c u rid a d en la d e d u c c ió n de lo s c o n -
ce p to s del e n te n d im ie n to ; la s u p u e s ta falta de ev id en c ia su fi-
c ie n te en las p ru e b a s de lo s p rin c ip io s del e n te n d im ie n to p u ro
y, fin a lm e n te , la falsa in te rp re ta c ió n de lo s p a ra lo g is m o s in tr o -
d u c id o s en la p sic o lo g ía racio n al. H a sta a q u í ú n ic a m e n te (es
B X X X IX d ecir, só lo h asta el final del p rim e r c a p ítu lo de la d ialéctica
tra sc e n d e n ta l), se ex tie n d e n m is m o d ifica c io n e s en el m o d o
B XL de e x p o s ic ió n k. E n efecto , el tie m p o era d e m a s ia d o c o rto
y, p o r lo que se refie re al re sto , n o he h a lla d o n in g ú n m a le n ten -
B XLI d id o de p a rte de los crític o s c o m p e te n te s e im p arciales. A u n q u e
B X L II n o p u e d o m e n c io n a r a é sto s e lo g iá n d o lo s c o m o se m erecen ,
re c o n o c e rá n p o r sí m ism os la a te n c ió n q u e he p re s ta d o a
sus o b se rv a c io n e s en los p asajes re v isa d o s . D e cara al le c to r,
sin e m b a rg o , esta c o rre c c ió n ha tra íd o c o n s ig o u na p e q u eñ a
p é rd id a q u e no p o d ía e v ita rse sin h ace r el lib ro d em asia d o
v o lu m in o s o . E s d ecir, alg u n a s cosas q u e , a u n n o sie n d o esen cia-

k Sólo llamaría adición en sentido p ropio, aunque únicamente en el


m odo de dem ostrar, a la efectuada en la página 2 7 31 con una nueva refutación
del id ea lism o psicológico y con una rigurosa dem ostración (la única que creo p o -
sible) de la realidad objetiva de la intuición externa. Por m uy inocente que se
crea al idealismo respecto de los objetivos esenciales de la metafísica (de hecho
no lo es), sigue siendo un escándalo de la filosofía y del entendim iento hum ano
en general el tener que aceptar sólo po r j e la existencia de las cosas exteriores
a nosotros (a pesar de que de ellas extraem os todos el m aterial para conocer, in-
cluso para nuestro sentido interno) y el no saber contraponer una prueba satis-
factoria a quien se le ocurra dudar de tal existencia. D ado que en las expresiones
de la prueba se hallan, desde la línea tres a la seis1 2, algunas oscuridades, ruego
se m odifique este período com o sigue: P e ro ese algo p e r m a n e n te no p ued e s e r u n a in -
tu ic ió n en m í. P u e s todos los fu n d a m e n to s de d eterm in a ció n de m i e x is te n c ia que p u e d e n h a -
lla rs e en m i son representa cion es y , como ta le s , ellas m is m a s n ec esita n u n algo p e r m a n e n te
d is tin to de ellas, en relació n con lo c u a l p u e d a d e te r m in a rs e s u ca m b io y , consigu ientem en te,
m i e x is te n c ia en e l tie m p o en q u e ta les rep resenta cio nes c a m b ia n .»
E s probable que se
diga contra esta dem ostración: sólo tengo conciencia inmediata de lo que está
en mí, es decir, de mi rep resen tación de las cosas externas. En consecuencia, que-
da todavía p o r resolver si hay o no fuera de mí algo que corresponda a dicha
BXL representación. Pero sí ten go conciencia, por la ex p e r ie n c ia interna, de m i e x is te n -
cia en el tiem po (y, consiguientem ente, de la determ inabilidad de la misma en
el tiem po). L o cual, aunque es algo más que tener sim plemente conciencia de
mi representación, es idéntico a la conciencia e m p ír ic a de m i e x is te n c ia , la cual sólo
es determ inable en relación con algo que se halle ligado a mi existencia, pero
que es tá f u e r a de m í. E sta conciencia de mi existencia en el tiem po se halla, pues,
idénticam ente ligada a la conciencia de una relación con algo exterior a mí. Lo
que une inseparablem ente lo exterior con mi sentido interno es, pues, una expe~

1 Véase p. 246 de esta edición (N. del T.)


2 Véase p. 247 de esta edición (N. del T.)
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 33

les pa ra la c o m p le tu d del c o n ju n to , p u e d e n ser ech adas de


m en o s p o r a lg u n o s lecto res, d ad a su p o s ib le u tilid a d desde
o tr o p u n to de vista, h a n te n id o q u e ser su p rim id as o ab rev iad as
p ara d a r cabida a una ex p o sic ió n q u e es a h o ra , se g ú n co n fío ,
m ás in teligib le. A u n q u e , en el fo n d o , n o he c a m b ia d o nada
de lo qu e afecta a las p ro p o s ic io n e s y a sus p ru e b a s , el m éto d o
de p re se n ta c ió n se ap arta a veces ta n to del e m p lead o en la

rienda y no una invención, es un sentido, no una imaginación. Pues el sentido


externo es ya en sí mismo relación de la intuición con algo real fuera de mí, y
su realidad descansa simplemente, a diferencia de lo que ocurre con la imagina-
ción, en que el sentido se halla inseparablemente unido a la misma experiencia
interna, como condición de posibilidad de ésta últim a, cosa que sucede en este
caso. Si en la representación « Y o so y», que acompaña todos mis juicios y actos
de entendim iento, pudiera ligar a la conciencia intelectual de mi existencia una
simultánea determinación de mi existencia mediante una in tuició n in te le c tu a l , no
se requeriría necesariamente que ésta tuviera conciencia de una relación con
algo exterior a mí. Ahora bien, aunque dicha intuición intelectual es anterior, la
intuición interna, única que puede determ inar mi existencia, es sensible y se ha-
lla ligada a la condición de tiempo. Pero esta determ inación y, por tanto, la mis-
ma experiencia interna, depende de algo perm anente que no está en mí, de algo
que, consiguientem ente, está fuera de mí y con lo cual me tengo que considerar
en relación. Así, pues, la realidad del sentido externo se halla necesariamente li-
gada a la del interno, si ha de ser posible la experiencia. Es decir, tengo una cer-
teza tan segura de que existen fuera de mí cosas que se relacionan con mi senti-
do com o de que yo mismo existo com o determ inado por el tiempo. Cuáles
sean, en cambio, las intuiciones dadas a las que correspondan objetos reales fue-
ra de mí, las intuiciones, por tanto, que pertenezcan al sentido externo, las que
haya que atribuir a éste último y no a la im aginación, es algo que ha de resol-
verse en cada caso de acuerdo con las reglas según las cuales distinguim os la ex-
periencia en general (incluso la interna) de la imaginación. Para ello se presu-
pone siempre la proposición de que se da realmente experiencia externa. Se pue-
de objetar todavía que la representación de algo p er m a n e n te en la existencia no
es lo mismo que una representación p erm a n e n te . Pues, aunque la prim era1 puede
ser muy transitoria y variable, como todas las representaciones que poseemos,
incluidas las de la materia, se refiere a algo perm anente, lo cual tiene, pues, que
consistir en una cosa exterior y distinta de todas mis representaciones. La exis-
tencia de esa cosa exterior queda necesariamente incluida en la determ in ació n de
mi propia existencia y constituye con ésta última una única experiencia, una ex-
periencia que no se daría, ni siquiera internam ente, si no fuera, a la vez (parcial-
mente) externa. Cómo sea esto posible no puede explicarse aquí más a fondo,
al igual que no som os tam poco capaces de aclarar cóm o pensamos lo perm anen-
te en el tiem po, de cuya coexistencia con lo mudable surge el concepto del cam-
bio (Nota de Kant).

1 Entiendo, de acuerdo con ^ fJ \ \\c ,je n e en lugar de diese (N. del T.)
34 KANT/CRITICA DE LA RAZON PURA

ed ic ió n a n te rio r, q u e n o ha sid o p o s ib le d e s a rro lla rlo a base


de in te rp o la c io n e s. D e to d o s m o d o s , esta p e q u e ñ a p é rd id a ,
q u e p u e d e re m e d ia r cada u n o p o r su cu e n ta c o n s u lta n d o la
p rim e ra e d ic ió n , se v erá c o m p e n s a d a c o n creces, se g ú n esp e ro ,
p o r un a m a y o r c la rid a d en esta n u e v a e d ic ió n . M e ha c o m p la c i-
d o g ra ta m e n te el o b se rv a r, a tra v é s de d ife re n te s e sc rito s p ú b li-
cos (sea en la re c e n s ió n d e alg u n o s lib ro s, sea en tra ta d o s
especiales), q u e n o ha m u e rto e n A le m a n ia el e s p íritu de p ro fu n -
B X L III d id ad , sin o q u e sim p le m e n te ha p e rm a n e c id o p o r b re v e tie m p o
acallad o p o r el g rite río de u n a m o d a c o n p re te n s io n e s de
g e n ia lid a d en su lib e rta d de p e n s a m ie n to . Ig u a lm e n te m e ha
co m p la c id o el c o m p r o b a r q u e lo s e s p in o s o s se n d e ro s de la
crítica q u e c o n d u c e n a un a ciencia de la ra z ó n p u ra siste m a tiz a -
da — ún ica ciencia d u ra d e ra y, p o r ello m ism o , m u y n ecesa ria—
n o ha im p e d id o q u e a lg u n a s cab ezas claras y v alien tes lle g a ra n
a d o m in a rla . D e jo a esos h o m b re s m e rito rio s , q u e de m o d o
ta n a fo r tu n a d o u n e n a su p ro fu n d id a d de c o n o c im ie n to el
ta le n to de e x p o n e r c o n lu m in o s id a d (ta le n to del q u e p re c is a -
m en te n o sé si soy p o s e e d o r), la tare a de c o m p le ta r m i tra b a jo ,
q u e sig u e te n ie n d o q u iz á a lg u n as d eficien cias e n lo q u e afecta
a la e x p o sició n . P u es en este caso n o h ay p e lig ro de ser
re fu ta d o , p e ro sí de n o ser e n te n d id o . P o r m i p a rte , n o p u e d o ,
de a h o ra en ad e la n te , e n tra r e n c o n tro v e rs ia s , a u n q u e te n d ré
c u id a d o s a m e n te e n cu e n ta to d a s la in sin u a c io n e s , v e n g a n de
a m ig o s o de a d v e rs a rio s , p ara u tiliz arlas, de a c u e rd o c o n esta
p ro p e d é u tic a , e n la fu tu ra e la b o ra c ió n del sistem a. D a d o q u e
al realiz ar e sto s tra b a jo s h e e n tra d o ya e n e d a d b a sta n te a v a n z a -
da (c u m p liré e ste m es 64 a ñ o s), m e v e o o b lig a d o a a h o rra r
tie m p o , si q u ie ro te rm in a r m i p la n d e s u m in is tra r la m etafísica
de la n a tu ra le z a , p o r u n a p a rte , y la d e las c o stu m b re s , p o r
o tra , c o m o p ru e b a de la c o rre c c ió n ta n to d e la crítica de
la ra z ó n esp e c u la tiv a c o m o de la crítica de la ra z ó n p rá ctica.
P o r ello te n g o q u e c o n fia r a los m e rito rio s h o m b re s q u e h an
h e c h o suya esta o b ra la a c la rac ió n de su s o sc u rid a d e s — casi
B X L IV in ev itab les al c o m ie n z o — y la d efen sa d e la m ism a c o m o
c o n ju n to . A u n q u e to d o d is c u rso filo só fic o tie n e p u n to s v u ln e -
rab les (pues n o es p o sib le p re s e n ta rlo ta n a c o ra z a d o c o m o
lo e stá n las m a te m á tica s), la e s tru c tu ra del sistem a, c o n sid e ra d a
c o m o u n id a d , n o c o rre n in g ú n p e lig ro . S o n p o c o s los q u e
p o se e n la s u fic ie n te a g ilid a d de e s p íritu p a ra a p reciar en su
c o n ju n to d ic h o siste m a , c u a n d o es n u e v o , y so n to d a v ía m en o s
lo s q u e e stá n d is p u e s to s a h a c e rlo p o rq u e to d a in n o v a c ió n
PROLOGO DE LA SEGUNDA EDICION 35

les p arece in o p o rtu n a . Ig u a lm e n te p u e d e n d e sc u b rirse a p a re n te s


c o n tra d ic c io n e s en to d o e sc rito , e s p ecialm e n te en el q u e se
d esarro lla c o m o d iscu rso libre, c u a n d o se c o n fro n ta n d e te rm i-
n ad o s pasajes d esg aja d o s de su c o n te x to . A lo s o jo s de q u ien es
se d ejan lle v ar p o r los ju icio s d e o tro s , tales c o n tra d ic c io n e s
p ro y e c ta n so b re d ic h o e sc rito u na lu z d esfav o ra b le. P o r el
c o n tra rio , esas m ism as c o n tra d ic c io n e s s o n m u y fáciles d e re s o l-
v e r p ara q u ie n d o m in a la idea e n su c o n ju n to . D e to d o s
m o d o s , c u a n d o u n a te o ría tie n e co n siste n cia p o r sí m ism a,
las accio n es y reaccion es q u e la am e n a z a b a n in icialm en te co n
g ra n p e lig ro v ie n en a c o n v e rtirs e , c o n lo s a ñ o s, en m ed io s
p a ra lim ar sus d esig ua ld ad es e in clu so p a ra p ro p o rc io n a rle
en p o c o tie m p o la elegan cia in d isp e n sa b le , sie m p re q u e haya
p e rs o n a s im p arciales, in te lig e n te s y v e rd a d e ra m e n te p o p u la re s
q u e se d e d iq u e n a ello.

Kónigsberg, abril de 1787.

You might also like