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FATOS DE

SEGURANÇA
PÚBLICA – PARTE I
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FATOS DE SEGURANÇA PÚBLICA – PARTE I


SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA (SUSP) E SEUS IM-
PACTOS
No dia 12 de abril de 2018, a Câmara dos Deputados deliberou e encaminhou o Projeto de Lei
n° 19 (PLC nº 19/2018) para o Senado, onde foi aprovado no dia 16 de maio e seguiu para sanção
da Presidência da República. Então, em um evento no Palácio do Planalto no dia 11 de junho de
2018, o presidente Michel Temer aprovou a lei que cria o SUSP.
Junto ao Sistema Único de Segurança Pública, foi também criada a Política Nacional de Segu-
rança Pública e Defesa Social (PNSPDS), ambos sob a mesma lei (Lei nº 13.675, de 11 de junho
de 2018), publicada no Diário Oficial da União no dia 12 de junho de 2018 com o seguinte texto
introdutório:
Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública,
nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) (…).”
O Sistema Único de Segurança Pública (Susp) foi instituído pela Lei nº 13.675, sancionada em
11 de junho de 2018. O SUSP cria uma arquitetura uniforme para a segurança pública em âmbito
nacional, a partir de ações de compartilhamento de dados, operações integradas e colaborações
nas estruturas de segurança pública federal, estadual e municipal. A segurança pública continua
atribuição de estados e municípios. A União fica responsável pela criação de diretrizes que serão
compartilhadas em todo o país.
Atenção!
O Susp tem como órgão central o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e é integrado pelas
polícias Federal, Rodoviária Federal; civis, militares, Força Nacional de Segurança Pública e corpos de bom-
beiros militares. Além desses, também fazem parte do Susp: agentes penitenciários, guardas municipais e
demais integrantes estratégicos e operacionais do segmento da segurança pública.

ALTERAÇÕES COM O SUSP


A partir de agora, os órgãos de segurança pública serão integrados, visando uma atuação
cooperativa, sistêmica e harmônica. As instituições de todas as esferas de governo são contempla-
das, devendo atuar na formulação e execução de operações combinadas e no compartilhamento
de informações. A Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social ditará as ações e metas a
serem replicadas por todos os órgãos brasileiros de segurança, em um âmbito nacional.
Até então, não havia um projeto que sistematizava e unificava a segurança pública nacional.
Uma das principais questões da criação do SUSP e da PNSPDS é a ideia de médio a longo prazo,
sendo que a política em questão tem duração prevista de dez anos. Ou seja, não é uma política
imediatista, que busca ser aplicada rapidamente e muitas vezes pode acabar falhando. A ideia do
SUSP demanda planejamento, período de implementação e um certo tempo para que resultados
efetivos comecem a aparecer e sejam sentidos pela população.
Quando uma política nasce com um planejamento que ultrapassa quatro anos, ela atravessa
diferentes gestões governamentais e ganha força como política de Estado. As políticas ditas de
Estado envolvem um corpo especializado na sua construção, que estuda contextos nacionais para
formular estratégias que atendam demandas específicas de sua área de atuação. Além disso, é inte-
ressante que elas não se associem diretamente a um Governo e/ou gestão específicos, instaurando
Fatos de Segurança Pública – PARTE I 3

ações que atinjam problemas complexos, assim como é a segurança pública. As políticas de Governo,
por outro lado, podem ficar restritas ao período de um mandato e, talvez, não atinjam o seu
objetivo de forma completa.

MOTIVAÇÕES PARA CRIAÇÃO DO SUSP


A principal razão da criação do Susp é clara: os Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI)
no país não param de crescer. O último levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP) mostra que o total de mortes violentas intencionais no Brasil em 2017 foi o maior de todos
os tempos, totalizando 63.880, o que equivale a 175 pessoas mortas por dia. Foi um aumento de
2,9% em relação ao ano anterior.
Além dos assassinatos, 60.018 estupros foram registrados em 2017, representando um aumento
de 8,4% se comparado a 2016. Ocorreram 1.113 feminicídios, definidos como homicídios dolosos,
quando há intenção de matar, motivados pelo ódio ao gênero feminino, ou seja, mulheres mortas
por serem mulheres. Foram também registrados, diariamente, 606 casos de violência doméstica
contra a mulher, somando 221.238 no ano, e um total de 82.684 pessoas desaparecidas em 2017.
Atenção!
Percebe-se que há um grande problema nas questões de segurança pública nacional. A violência só cresce
no Brasil e as ações do governo não estão sendo efetivas no seu combate. É necessário planejamento e
comunicação entre as forças de segurança para lidar com o fenômeno complexo da violência urbana que
afeta diariamente a vida de muitos brasileiros.

ESTRUTURA DO SUSP
O Ministério Extraordinário de Segurança Pública, criado em 11 de julho de 2018 e chefiado
por Raul Jungmann, é o órgão responsável pelo funcionamento do SUSP. As instituições nacionais
de segurança pública que compõem o sistema, são:
ͫ Polícia Federal;
ͫ Polícia Rodoviária Federal;
ͫ Polícia Civil;
ͫ Polícia Militar;
ͫ Corpo de Bombeiros Militares;
ͫ Agentes Penitenciários; e
ͫ Guardas Municipais.
Como dito anteriormente, a função e objetivo principal do Susp é a integração das ações dos
órgãos de segurança de todo o país, realizando operações combinadas. Segundo o Planalto, essas
ações podem ser “ostensivas, investigativas, de inteligência ou mistas e contar com a participação
de outros órgãos, não necessariamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública
e defesa social – especialmente quando se tratar de enfrentamento a organizações criminosas”. O
registro de ocorrências policiais em uma única unidade e o uso de um sistema integrado de infor-
mações e dados são algumas medidas previstas para a integração.
Um plano nacional está sendo construído pela União, definindo, efetivamente, as ações e metas
do novo sistema. Com a divulgação desse plano, as instituições responsáveis pela segurança pública
nos estados, municípios e no Distrito Federal terão até dois anos para realizar a sua implementação,
sob a pena de diminuição no repasse de verbas para o setor. Ou seja, essas entidades federativas
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(estados e municípios) continuam responsáveis pela segurança, mas as diretrizes de atuação serão
fornecidas para todo país pela União, visando a diminuição de homicídios.
Para verificar a implementação da política, a efetividade de suas ações, seus resultados e
cumprimento de metas, o governo federal fará avaliações anuais por meio do Sistema Nacional
de Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped).
Além do objetivo principal de reduzir a incidência de homicídios no Brasil, o Susp visa também o
aperfeiçoamento técnico dos profissionais de segurança, desenvolvendo cursos de especialização
e estudos estratégicos.

PLANO FORÇAS-TAREFA SUSP DE COMBATE AO CRIME ORGANI-


ZADO
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, na terça-feira (19/02/2021), o Plano
de Forças-Tarefas SUSP de Combate ao Crime Organizado. O objetivo é reduzir os indicadores de
crimes praticados por organizações criminosas. Ceará e Rio Grande do Norte foram os primeiros
estados a aderirem ao plano.
As Forças-Tarefas terão como foco as ações de prevenção e repressão a partir da atuação con-
junta, coordenada, sistêmica, integrada e cooperativa entre as Polícias da União e dos Estados em
ações de inteligência, análise, monitoramento e investigação de grandes organizações criminosas.
“Precisamos avançar e avançar rápido. Por isso a importância da implementação desse Plano
que carrega o nome do SUSP: o Sistema Único de Segurança Pública, que demanda de todos nós
que atuamos na gestão, na operação, no planejamento, na construção de políticas públicas basea-
das em quatro princípios: atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada”, afirmou André
Mendonça, ministro da Justiça e Segurança Pública.

ATUAÇÃO
As ações das Forças-Tarefas buscarão pelo isolamento de líderes de organizações criminosas no
sistema prisional, a prevenção e a repressão da criminalidade violenta praticada por esses grupos,
a descapitalização das facções, com foco no bloqueio de bens e valores, além da venda antecipada
desses bens.
Pelo plano, o MJSP vai disponibilizar local apropriado para funcionar como base da Força-
-Tarefa, além de equipamentos de gestão de dados e informações, e outros necessários ao bom
funcionamento dos trabalhos. O custeio das diárias e passagens para atuação das forças policiais
também será feito pela Pasta.
O ministério irá facultar a adesão dos Estados ao plano em três etapas. Inicialmente serão con-
vidados a aderirem voluntariamente os seis estados que apresentaram os maiores acréscimos em
números absolutos de homicídios no primeiro semestre de 2020, quando comparados ao mesmo
período de 2019.
A partir de junho deste ano, a adesão será facultada aos estados onde estão localizadas Peni-
tenciárias Federais, desde que não tenham sido contemplados na primeira etapa. A partir de janeiro
de 2022, os demais Estados poderão fazer a adesão voluntária ao Plano.
Fatos de Segurança Pública – PARTE I 5

PRESOS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL PASSAM A IN-


TEGRAR DIFUSÃO VERDE DA INTERPOL
Com o objetivo de fortalecer o combate ao crime organizado transnacional e difundir informa-
ções sobre lideranças criminosas presas no Brasil, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen)
solicitou à Polícia Federal a inclusão de presos do Sistema Penitenciário Federal (SPF) na Difusão
Verde (Green Notice) da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Deste modo, esse tipo de Difusão fornece avisos e informações sobre as pessoas que tenham
cometido infrações penais e são propensas a repetir estes crimes em outros países.
“O crime organizado não respeita fronteiras. Cada vez mais, a cooperação e a troca de informa-
ções entre os países são necessárias para impedir lideranças criminosas de ampliarem sua atuação.
O Departamento Penitenciário Nacional e a Polícia Federal trabalham juntos no combate às facções
criminosas”, afirmou Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Os custodiados nas penitenciárias federais estão nas unidades por terem desempenhado
função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa, entre outros
casos previstos no Decreto Presidencial nº 6.877, de 18 de junho de 2009. Alguns presos possuem
atuação criminosa em outros países.
“A inclusão dos nomes na Difusão Verde colabora para o monitoramento de presos que retor-
nem, que progridam de regime, ou que tenham a liberdade concedida pelos mais variados motivos”,
explica a diretora-geral do Depen, Tânia Fogaça.
Os presos incluídos no Sistema Penitenciário Federal (SPF) podem permanecer na unidade
por até três anos. A prorrogação pode acontecer quantas vezes forem necessárias, com base em
indícios de manutenção dos motivos que fizeram que eles fossem transferidos para o SPF, a partir
de decisão judicial.
Caso não aconteça a prorrogação, o preso deve retornar à penitenciária da Unidade Federa-
tiva de origem. No Brasil, a Polícia Federal é a representante da Interpol, competindo-lhe a análise
e inclusão, nos sistemas e a difusão de informações. A Interpol faz intercâmbio rápido e eficaz de
informações relevantes de natureza criminal e canalização em torno do tratamento desses dados
aos órgãos policiais.
Destarte, que o Sistema Penitenciário Federal é composto por cinco penitenciárias localizadas
em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF) e são
referência no Brasil e em outros países na aplicação da Lei de Execução Penal (LEP).
Fique atento!
A Interpol foi constituída em 1923, na Áustria, com espírito de colaboração entre as polícias de diferentes
países e com a finalidade de auxiliar cada um de seus países-membros no compartilhamento de informa-
ções de interesse criminal, como, exemplificativamente, a prisão e extradição de foragidos internacionais. A
sede da instituição fica em Lyon, na França, e conta com a participação de 194 países.

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