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Atos - Capítulo 8 - Lucas Vicente
Atos - Capítulo 8 - Lucas Vicente
INTRODUÇÃO:
Apontando também dois modelos de missões. O primeiro para espaço mais rural,
com mais facilidade de aceitação na palestina, pela interconexão entre cultura judaica e
cristã, e consequentemente com maior número de alcance. E o segundo, mais urbano,
com mais dificuldade de aceitação por barreiras presente na cultura grega, como
eternidade da alma, politeísmo, moralidade hedonista... e por isso centrado em pequenos
grupos de pessoas3.
I. CONCEITO DE MISSÃO
O livro de Atos traz bastante material do conteúdo teológico das boas novas que
se voltavam para proclamar a mensagem de Jesus como Cristo (5.42), e como cerne da
pregação apostólica (8.35; 10.36; 11.20; 17.18). Sendo um convite a vir ao Deus vivo
Criador e ter uma relação de dependência com Ele, que oferece o perdão e a vida por
completa. (Atos 14.15).
5
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Vol. II. Colin Brown, Lothar Coenen
Org. 2° ed. São Paulo; Vida Nova, 2000. p. 1864.
6
Idem, p. 1865.
7
TENNEY, Merril C. op. cit. p.219.
8
Idem.
9
O poder (exousia) no sentido específico do capítulo 6 de Atos refere-se ao poder de Deus, celestial,
milagroso que leva a salvação, no caso de Estevão este poder era revelado pela sua pregação, por isso,
ninguém podia resisti-lo. Tal referência era somente comum no livro de Atos, aos Apóstolos. Dicionário
Internacional de Teologia do Novo Testamento. Vol. II. op. cit. p. 1691, 1693; Bíblia de Estudo da
Reforma. Barueri (SP); Sociedade Bíblica do Brasil, 2017. p. 1821, nota de rodapé 6.8.
10
Sentido de graça de Deus na missão possibilita a edificação (20.32) e a capacitação (18.27) do poder de
Deus para missões Significado de graça especifico no livro de Atos. Dicionário Internacional de
Teologia do Novo Testamento. Vol. I. Colin Brown, Lothar Coenen Org. 2° ed. São Paulo; Vida Nova,
2000. p. 910 e 911.
III. MISSÃO EM SAMARIA – PEDRO E JOÃO – 8.14 - 17
A vinda de Pedro e João destacam mais um principio da missão, que era a descida do
Espírito Santo aos samaritanos (v. 15 e 17), apontando que o Reino dos Céus não
poderia ser desenvolvido sem sua ação, além de ser um dos pontos fundamentais que os
diferenciavam dos fariseus, já que a capacidade de cumprir a vontade de Deus não era
humana e sim resultado da graça santificadora de Deus12.
Mas como a Igreja primitiva via a importância do Espirito Santo? O objetivo da
vinda do Espírito, segundo At 1:8, é capacitar a Igreja para a missão de transmitir as
boas-novas para o mundo como testemunhas de Jesus 13. Assim dom sempre teria um
fim, edificação da Igreja, não apenas uma ação individual, Paulo deixa claro em II
Coríntios 12, Efésios 4.7-16 e Romanos 12.3 – 8, vinculando sempre ao serviço da
igreja. Portanto, desvinculando o ideal esotérico e pietista, da ação do espírito pela ação
do espírito, algo que Wesley criticava muito, salientando que o dom supremo era o
amor, sendo assim, ele é ativo, quando é algo praticado, pois não pode haver amor
interior sem uma mudança correspondente de como relacionarmos ao próximo14.
Contudo no caso especifico dos samaritanos, e a única alusão da descida do Espirito
Santo não aconteceu conjuntamente no batismo ou antes, como a família de Cornélio.
Então provavelmente isso ocorreu para ficar claro a todos os discípulos que Deus havia
aceitados os Samaritanos15, e que não havia barreias culturais para seu Espírito 16. Tema
que ao decorrer o do texto Lucas vai se aprofundando, tanto como a conversão de Saulo,
Cornélio e posteriormente a missão no mundo greco-romano.
ATIVIDADE
príncipe Germânico ao morrer, a multidão romana foi apedrejar os templos, como os manifestantes que
lançam pedras contra uma embaixada estrangeira. O relacionamento com a divindade começava era
saudar os deuses com a mão ao passar diante de sua imagem. A oração mais frequente atiçava o amor-
próprio dos deuses quanto a seu poder: "Júpiter, acode-me, pois tu o podes"; se o deus não atendia,
arriscava-se a levantar suspeitas de que não era tão poderoso como se acreditava. O templo era
frequentado para saudá-los todas as manhãs, como os clientes que iam cumprimentar o patrono;
homenageava-se particularmente o deus cujo templo era vizinho à casa em que se morava, pois um
vizinho poderoso é o protetor mais indicado. Portanto, a devoção A devoção não estava numa fé, em
obras ou na contemplação, e sim na multiplicação de práticas que só parecem interesseiras porque o deus
patrono que se ama é um protetor. Doença, viagem, parto, todas as ocasiões são boas para lhe demonstrar
fiel confiança. História da Vida Privada. Vol. 1: Do Império Romano ao ano mil. Paul Veyne org. São
Paulo; Companhia das Letras, 2009. p. 175,176, 190 – 195.
24
Idem, 193 - 196.
25
TENNEY, Merril C. op. cit. p.221.