William Felton "Bill" Russell foi um jogador e treinador profissional de
basquete norte-americano, que atuou como pivô no Boston Celtics, usando a camisa Lendária de número 6. Russell é lembrado até hoje como um dos maiores e mais dominantes jogadores da história da NBA. Bill Russell nasceu em 1934 em West Monroe, Louisiana. Como quase todas as cidades do sul da época, West Monroe era um lugar muito segregado e os Russells muitas vezes lutavam contra o racismo em suas vidas diárias. O pai de Russell uma vez teve que esperar em um posto de gasolina até que todos os clientes brancos tivessem sido atendidos. Em outro incidente, a mãe de Russell estava andando com um vestido extravagante quando um policial branco a abordou e disse a ela para ir para casa e remover o vestido, que ele descreveu como "roupa de mulher branca". Durante a Segunda Guerra Mundial, um grande número de negros estava se mudando para o Ocidente para procurar trabalho. Quando Russell tinha oito anos, seu pai mudou a família para Oakland, Califórnia. Enquanto esteve lá, a família caiu na pobreza e Russell passou sua infância vivendo em uma série de projetos habitacionais públicos. Russell é um dos atletas mais bem sucedidos e condecorados da história esportiva da América do Norte. Seus prêmios e conquistas incluem 11 títulos da NBA em 13 temporadas com os Celtics. Ao vencer o título da NCAA de 1956 com a USF e o título da NBA de 1957 com os Celtics, Russell tornou-se o primeiro de apenas quatro jogadores na história do basquete a ganhar os dois títulos (os outros são Henry Bibby, Magic Johnson e Billy Thompson). Ele também ganhou dois campeonatos estaduais no ensino médio. Nesse ínterim, Russell conquistou uma medalha de ouro olímpica em 1956. Seu período como treinador dos Celtics também foi de importância histórica, ele se tornou o primeiro treinador negro nos principais esportes profissionais dos EUA. Racismo, controvérsias e relacionamento com os fãs de Boston A vida de Russell foi marcada por uma batalha contra o racismo. Quando criança, o jovem Russell testemunhou como seus pais foram vítimas de abuso racial e a família acabou se mudando para projetos habitacionais do governo para escapar da torrente diária de fanatismo. Quando mais tarde ele se tornou um jogador universitário de destaque na USF, Russell lembrou como ele e seus poucos colegas de equipe negros foram ridicularizados por estudantes brancos. Mesmo depois de se tornar um astro do Boston Celtics, Russell foi vítima de abuso racial. Quando os All-Stars da NBA fizeram uma turnê pelos Estados Unidos em 1958, proprietários de hotéis na Carolina do Norte se negaram a hospedar Russell e seus companheiros de equipe. Antes da temporada de 1961-62, a equipe de Russell estava programada para jogar em um jogo de exibição em Lexington, Kentucky, quando Russell e seus colegas negros foram recusados em um restaurante local. Eles se recusaram e voltaram para casa, causando muita controvérsia. Como consequência, Russell era extremamente sensível a todos os preconceitos raciais: ele frequentemente percebia insultos, mesmo que outros não o fizessem. Ele foi ativo no movimento Black Power e apoiou a decisão de Muhammad Ali de se recusar a ser convocado para a Guerra do Vietnã. Ele era freqüentemente chamado de "Felton X", presumivelmente pela tradição do islamismo em substituir um nome de escravo europeu por um "X", e até comprou terras na Libéria. As declarações públicas de Russell tornaram-se cada vez mais militantes, e ele foi citado em 1963 na Sports Illustrated com as palavras: "Eu não gosto da maioria das pessoas brancas... Eu gosto da maioria dos negros porque sou negro". No entanto, quando seu companheiro de equipe, Frank Ramsey, perguntou se ele o odiava, Russell alegou ter sido citado erroneamente, mas poucos acreditavam nisso.
Vida pessoal e morte
Russell foi casado com sua namorada Rose Swisher de 1956 a 1973. Eles tiveram três filhos: Karen Russell, William Jr. e Jacob. Em 1977, ele se casou com a Miss EUA de 1968, Dorothy Anstett, mas se divorciaram em 1980. Em 1996, Russell se casou com sua terceira esposa, Marilyn Nault; seu casamento durou até sua morte em janeiro de 2009. Ele foi residente de Mercer Island, Washington, há mais de quatro décadas. Em 1959, Bill Russell tornou-se o primeiro jogador da NBA a visitar a África. Em 16 de outubro de 2013, Russell foi preso por trazer uma pistola Smith & Wesson calibre .38 carregada para o Aeroporto Internacional Seattle-Tacoma. Russell morreu em 31 de julho de 2022, aos 88 anos de idade Em 1966, Russell foi promovido a treinador. Durante uma conferência de imprensa, Russell foi perguntado: "Como o primeiro treinador negro em uma liga principal, você pode fazer o trabalho com imparcialidade, sem qualquer preconceito racial ao contrário?" Ele respondeu "sim". O repórter perguntou: "Como?" Russell respondeu: "Porque o fator mais importante é o respeito. E no basquete eu respeito um homem por sua habilidade, ponto final." Como resultado da repetida intolerância racial, Russell se recusou a responder à aclamação dos fãs ou à amizade de seus vizinhos, achando que era insincero e hipócrita. Essa atitude contribuiu para o seu lendário relacionamento ruim com fãs e jornalistas. Ele alienou os fãs do Celtics, dizendo: "Você deve ao público o mesmo que ele lhe deve, nada! Eu me recuso a sorrir e ser gentil com as crianças." Isso apoiou a opinião de muitos fãs brancos de que Russell era egoísta, paranóico e hipócrita. A atmosfera já hostil entre Russell e Boston atingiu seu ápice quando vândalos invadiram sua casa, cobriram as paredes com pichações racistas, danificaram seus troféus e defecaram nas camas. Em resposta, Russell descreveu Boston como um "mercado de pulgas do racismo". Na aposentadoria, Russell descreveu a imprensa de Boston como corrupta e racista; Em resposta, o jornalista esportivo de Boston, Larry Claflin, afirmou que o próprio Russell era o verdadeiro racista. O FBI mantinha um arquivo sobre Russell e o descreveu como "um negro arrogante que não assina autógrafos para crianças brancas". Russell se recusou a comparecer à cerimônia quando sua camisa 6 foi aposentada em 1972; ele também se recusou a participar de sua apresentação no Hall of Fame em 1975. Embora Russell ainda tenha sentimentos feridos em relação a Boston, houve uma espécie de reconciliação; ele visitou a cidade regularmente nos últimos anos, algo que nunca fez nos anos imediatamente após sua aposentadoria.