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A LIBERDADE SENEQUIANA: UMA PERENE QUESTAO EDUCACIONAL PEREIRA MELO, José Joaquim’ A conquista da Grécia por Roma, no ano de 146 a.C., colocou os romanos na orbita do pensamento grego. Foi sobre esse complexo modelo de saberes, reescritos de forma a atender a0 seu. espirito pratico e pouco dado as grandes reflexdes filosbficas, que os romanos organizaram sua propria identidade cultural e deixaram liges de extrema importancia para a posteridade. © estoicismo, especificamente, com seu aprego pelo dever, pela autodisciplina & com sua sujeigao & ordem natural das coisas, foi ao encontro das antigas virtudes romanas € dos seus hibitos conservadores, bem como da sua insisténcia nas obrigagdes civicas. Agrega-se a isto sua defesa da austeridade fisica e moral, baseada na resisténcia do homem diante do softimento e dos males do mundo. Ademais, essa filosofia recomendava que seus adeptos participassem nos negécios piiblicos, os quais eram apresentados como um dever de todo cidadao. Enfim, sua doutrina a respeito do cosmopolitismo estava de acordo com a mentalidade politica romana e com o orgulho romano de ser um império nmandial. Em sua particularidade, 0 estoicismo romano colocou em discuss, de maneira nao marginal, a pedagogia, a qual, com a nogfo de /umanitas, tornou-se ponto central da cultura e da formagio do homem romano, Naquele momento, esse homem sentia-se revestido de uma hnmanidade universal, deixando de se considerar apenas um cidadio ligado a0 mos maiorum (costume ou modo de ser dos antepassados) e ao papel de civis romanus (cidad0 romano). Sao criados assim modelos de pedagogia estritamente ligados a0 saber mais universalista e mais autonomo (CAMBI, 1999). Essa preocupactio pedagigica marcou a reflexio filoséfica de Séneca”, O filosofo deixa explicita a intengao formativa de sua obra, de modo especial, em fragmentos de uma de suas cartas a Lucilio, © seu diseipulo preferido: * Professor do Departamento de Fundamentos da Educagao e do Programa de Pos-Graduaeio em Educacio dda Universidade Estadual de Maringa. Ey) a) aa KG [...]estou traballiando para a posterioridade. Vou compondo alguma coisa que Ihe possa vir a ser iil: passo ao papel alguns consellios, salutares com as receitas dos remiédios iteis, conselhos que sei seremt eficazes por 1é-los experimentado nas minhas préprias feridas [..]. Indico aos outros 0 caminho justo, que eu proprio s6 tarde encontrei, cansado de atalhios (Cartas a Lucilio, 8, 2-3). Essa preocupasao transformou Séneca em uma das vozes romanas mais importantes ¢ significativas em matéria de pedagogia Da sua ampla producao se destacam, para este trabalho, algumas de suas reflexdes, a saber, A constdncia do sdibio, Sobre a vida feliz e, particularmente, as Cartas a Luctlio Nelas se pode apreender um modelo pedagégico de cariter estbico que desembocava necessariamente num processo de autoformagao. Ainda resta muito trabalho a fazer. Se desejas atingir este objetivo, careces de muita atencio da minha parte, mas também de bastante esforco da tua. A virtude nfo se conquista por procuragio (Cartas a Lucilio, 27.4). Embora pensador reconhecesse a contribuigao que 0 processo formativo poderia receber do mundo exterior, em seu entendimento, a chave da formagio radicava-se no esforgo pessoal do individuo por se educar. No fundamental, nada poderia substituir a propria formagao. Desta forma, o filésofo punhe em destaque a capacidade do homem para se autodirigir e, sustentado pela moral e pela razao, reconhecer-se como parte integrante de uum todo, Seu conceito de educagao fica explicito em algumas das suas sentengas: [..1 comecarmos a formar e a corrigir a nossa alma antes que as mas tendéncias cristalizarem (Cartas a Lucilio, 50-5). Que a nossa alma, portanto, se habitue a entender e a suportar o seu destino [..] (Cartas a Lucilio, 91-15). ‘Ninguém. a no ser que formado a partir da base e totalmente orientado pela razio, pode estar apto a conhecer todos seus deveres e saber quando, * Licio Aneu Séneca nasceu em Cordoba no ano 4 a. C. morreu em 65 d. C.. Foi um advogado, politico ¢ orador brilhante que se tornou questor ¢, mais tarde, ascendeu ao cargo de céusul Preceptor e couselheiro de Nezo, esteve a fieate do Império Romano por quase dez anos Condenado por Neto, por alta traigdo, foi obrigado a suicidar-se abrindo as proprias veias em que medida, com quem, de que modo © por que razio deve agir (Cartas a Lucilio, 95,5,). Para Séneca, a regra suprema da moral era submeter-se 4 racionalidade. A submisstio & ordem universal, cuja inexorabilidade era racionalmente reconhecida, deveria ser espontinea. Por esse caminho, favorecido pela preocupacio formativa, chegava-se a0 supremo bem. Isso define 0 objetivo maior do homem: o de reorganizar sua vida tendo em vista a falicidade, o que passava pelo processo formative, © homem, nos dizeres senequianos, estava apto a trilhar esse caminho, pois a natureza o dotara das condigdes necessirias para tal Neste processo de formagio do homem, que Séneca entendia como ideal, papel quase decisivo tinha a liberdade. ‘A liberdade, em Séneca, estava intimamente vinculada ao problema do conhecimento e da autoformagao. Em face disso, na op¢ao por trilhar o dificil caminko que leva a perfeico humana, a liberdade constitui-se na primeira iniciativa para quebrar as correntes que prendem o homem a uma realidade incapaz de satisfazer a sua alma. Neste sentido, a liberdade, segundo Séneca, sempre foi uma meta tragada pelo homem, um objetivo a ser conquistado. O destaque senequiano & liberdade pode levar a0 entendimento de que ela constituia a esséncia da perfeigao humana. “A liberdade é a nossa meta, ¢ 0 prémio das nossas conscigncias” (Cartas a Lucilio, 37,3). Para uma melhor compreensio do conceito de liberdade defendido por Séneca, parece significativa uma visita a algumas das reflexdes contidas em suas Cartas a Lucilio. Dessas reflexdes foram levantados quatro fragmentos, dos quais os trés primeiros trazam tragos de similitude, enquanto 0 quarto trata expressamente de um ponto considerado de fundamental importancia para a correta discussao do problema. ‘No primeiro fragmento a definigao de liberdade aparece nos seguintes termos: Sabes em que consiste a liberdade? Em nao ser escravo de nada, de nenhumm necessidade, de nenhum acaso; em lutar de igual para igual com 2 fortuna. Se algum dia eu sentir que ela tem mais forga do que eu, ‘mesmo assim, essa forga sera inutil (Cartas a Lucilio, 51,9). FT yyy Dan S [ KO Assim, Séneca destacou a escravidio nos seus diversos aspectos, e em seguida encaminhou sua discussio para uma das questées que mais o preocupavam: o assentamento das bases para uma liberdade interior contraposta ao determinismo universal da fortuna (GARCIA GARRIDO, 1969). Esta condigdo somente se realizaria quando a alma conquistasse a vitéria sobre seus senhores e algozes, os que Ihe tinham tirado a felicidade: “Deixaremos de ser movidos pelo desejo ou pelo medo. Nao nos perturbaré, no nos corromperd o prazer, nfo nos assustario nem a morte nem os deuses” (Cartas a Lucilio, 75, 17) © homem, ao ser tocado pela liberdade, ao quebrar os grilhdes que aprisionam sua vida, também é cingido pelo bem maior, “[...] ndo conhece bem que seja maior do que o bem que ele pode dar a si mesmo, para quem a verdadeira volipia € 0 desprezo das IV, 2). Nosso pensador coloca, assim, a libertagéo das influéncias extemas como uma volipias” (Sobre a vida fel possibilidade para a regeneragio do homem; porém afirma que essa regeneragio somente seria possivel com base em condigdes objetivas e claras, ou seja, em um posicionamento firme, forte e decisivo diante das adversidades que se apresentam e na definigdo de um referencial concreto ¢ pritico que indique © caminho do Supremo Bem, Essa situagio favorece a harmonizacao entre o mundo da bem-aventuranga e © mundo de sua escravizacaio (ARTIGAS, 1952). Para Séneca, se vinculasse sua liberdade a exigéncias projetivas do mundo, homem poderia se perder no desconhecido; o inverso aconteceria se, em um encontro consigo mesmo, ele buscasse 0 recolhimento. Exterioridade e interioridade nao sao, para ‘Séneca, duas formas de existéncia moral, mas duas existéncias, duas dimensdes do homem livre. Limitar-se a exterioridade significa uma liberdade iluséria, uma pretensa onipoténcia, posto que, aparentemente, © homem tudo pode, tudo sabe, tudo domina, mas, na realidade, esta preso aos dominios da fantasia. Da mesma maneira, a interioridade imediata e simples, sem passar pelo mundo, a intetioridade que mio & conquistada reflexivamente na transcendéucia da exterioridade, leva o homem a um novo desconhecido, ao esvaziamento da substancia da alma por caréncia de impressao e sentido vital. re ZTE > : KA ‘Assim, para ele, 0 proceso de interiorizagao da vida seria impossivel sem a conquista natural da vivéncia da exterioridade no mundo, ou seja, o dentro nao se realiza sem a realizagio do fora, Em outras palavras, ¢ inerente & liberdade a associac&io dessas dimensdes: a realizagao de si no mundo é uma correalizagdo que transcende para a unidade reflexiva do espirito (CEREZO, 1966). Neste sentido, para Séneca, a liberdade ganhou a condigao de equidade, que se traduz na dignidade e respeito a0 homem, a ponto de ele colocé-la em igualdade com a fortuna ou, até mesmo, conceder-Ihe poderes superiores aos dela. Queres saber em que consiste a liberdade? Em no temermos os homens ‘nem 05 deuses: em no desejarmos nada que seja imoral ou excessivo; em termos 0 maior dominio sobre nos préprios: sermos donos de nds mesmios ¢ um bem inestimavel! (Cartas a Lucilio, 75, 18). Neste segundo segmento, Séneca contrapés a liberdade aquelas preocupacdes nao comprometidas com a honestidade, pois, em sua concepcao, © homem deixava de ser livre quando atendia aos anseios que considerava ilicitos (GARCIA GARRIDO, 1969). Até mesmo as acdes honestas e retas, caso fossem motivadas pela felicidade que elas proporcionam, nfo seriam procedimentos corretos nem verdadeiros, pois nfo estariam comprometidas com o bem e sim com a propria satisfagio, Elas seriam © oposto da liberdade, a qual requer tanto dedicagao quanto esforgo para se chegar & honestidade, ou seja, a0 dominio pleno da virtude, pois a gratificagao e a satisfagao possibilitadas pela rude deveriam ser consideradas como resultado e no como a consumago do Supremo Bem (LEON SANZ, 1997). A partir dessa orientago, o exercicio da liberdade pressupde senhorio de si mesmo por parte do proprio homem. Este entendimento, a0 que tudo indica, passa pela importancia capital que Séneca atribui ao homem e pela possibilidade da conquista pessoal do seu seuhorio e do combate vitorioso da dignidade realizado pelo artifer vitae (artifice da vida), cujo resultado concebido como o Supremo Bem. E precisamente essa possibilidade de conquista que, segundo Séneca, reveste o homem da dignidade plena; & ela que da fundamento para sua cousada declaragio a respeito da superioridade humana sobre os demais seres ¢ uma equivaléncia com os deuses: “...] ficaris muito frente do resto da humanidade e os deuses pouco se distanciarao de ti” (Cartas a Lucilio, 53, 11). O que Séneca expse como ideal nfo 6 a inteligéncia penetsante do Cosmo on suas leis, mas o eflos que afirma a personalidade daquele que domina, do que se toma senhor de si mesmo, da sua propria ida (GARCIA-BORRON, 1956) para encaminhé-la rumo 4 felicidade plena. Com o terceiro fragmento, Séneca exorta o homem a cuidar do equilibrio, conquista resultante da sobreposictio do espirito aquilo que pode pdr em risco a liberdade ideal que se pretende aleangar: A liberdade consiste em saber sobrepor o espirito acima das injrias: em fazer de si mesmo a fonte de onde provém tudo quanto causa satisfag3o: em despegar-se das coisas exteriores de sorte a nto viver preocupado, seja pelo medo de riscos desdenhosos, seja de linguas destemperadas (4 Constancia do Sébio, XX1I.2). Evidenciam-se aqui duas questdes: a primeira ¢ a forma como Séneca entendeu 0 conceito de liberdade, ou seja, a independéncia em relacio aos demais homens: a segunda a condigdo de fruigdo que o filésofo atribuiu & liberdade interior, manancial da maxima felicidade (GARCIA GARRIDO, 1969). No que diz respeito primeira questao, pode-se buscar referéncia na sua afirmativa: "[...] sera escravo de mmitos quem for escravo do proprio corpo" (Cartas a Lucifio, 11,1). Esse raciocinio fandamenta-se no fato de o homem. ino ser 0 tinico no mundo e de relacionar suas necessidades na esfera fisica aos lacos de servidio com os demais homens (ARTIGAS, 1952). Para Séneca, nfo ha escravidio pior, ais torpe e vergonhosa do que a escravidao voluntéria. O homem, em sua materialidade, pode ser submetido, mas a sua alma, pelas virtualidades que encerra, nfo pode ficar presa desse carcere. Mesmo assim, & comum e aceito que homens, motivados por fatores externos, assumam esse tipo de escravidio, contrariamente aos projetos da natureza (BARREDA, 1966). Essa acomodacio a opinides que nao sao suas impede o homem de tragar metas que © conduzam a um comportamento reto, justo e adequado a uma pauta pessoal tinica, pois sto muitas as exigéncias que se estabelecem com essa relagio. “Pergunta por aqueles cujos nomes se aprendem de cor e vers que eles sto identificados pelas caracteristicas seguintes: este é servidor daquele, que o é de um outro ninguém pertence a si proprio” (Sobre a brevidade da vida, 11, 4). A solugdo para este problema seria o afastamento dessas influéncias, para que, livre, o homem pudesse agir e julgar com base na razio. Quando a alma comanda o corpo essa situacio nfo se configura, pois alma e deuses, no entendimento senequiano, sio da mesma natureza, Tém em comum a razao, fonte de fosca e de perfeicto, responsavel pela virtude e pela felicidade. ‘A segunda questo esté vinculada no a uma liberdade garantida pelo direito piiblico, mas a liberdade como direito natural, ou seja, a liberdade, a independéncia, & autonomia advinda do interior, libertadora do medo da morte, da pobreza, dos vicios e de tudo o que se origina dos desejos do corpo. Nao se trata, também, de uma liberdade de cariter psicologico, subjetiva ou relacionada As posses e 4 necessidade de atender As suas exigéncias (SANGALI, 1998). Para Séneca, esta liberdade poderia abrir fendas em um mundo em que as necessidades e as dificuldades stio duramente impostas ao homem, Destarte, a0 no se submeter a ago da fortuna e aceitar as leis impostas pela natureza, das quais a mais radical © cruel, para o nosso pensador, era a degradagio a que estava submetida a condigio humana (homo servus, homo aeger, homo victus - homem escravo, homem doente, homem vencido), 0 homem teria condigdes de ser plenamente livre (USCATESCU, 1965), para usufiuir da verdadeira liberdade. No quarto fragmento Séneca pde em evidéncia a possibilidade de o homem se libertar por meio da sabedoria: Destes insuportiveis tiranos que so as paixdes — e que or nos governam alternadamente, ora em conjunto — te libertard a sabedoria, e tunica liberdade auténtica (Cartas a Lucilio, 37.4). Com estas coordenadas, entrecruzam-se ¢ conectam-se a liberdade ¢ a sabedoria, cria-se uma relacao de identidade entre essas duas instancias Os conceitos de liberdade expressos nos fragmentos acima levam 4 compreensio de Séneca a respeito das possibilidade de superagfo das trés formas de escravidao que conduzem o homem a um estado de precariedade e indigéncia em relagio ao corpo, aos demais homens e a fortuna, Como sentenciou o pensador: “Desgracado de ti, que seras servo dos homens, das coisas, da vida — pois a vida nfo passa de servidao se nos faltar a forea para morrer!” (Cartas a Lucilio, 77,15). oe Cosa u)) nue S [ KO A liberdade, nos dizeres senequianos, deveria ser pensada e organizada no sentido de superar a escravidaio humana, que é, essencialmente, a escravidao da alma (GARCIA GARRIDO, 1969). Com base nesse entendimento, Séneca proclamou a necessidade de ‘uma batalha final, pois nfo hit nada de “[..] insoléncia em tentarmos subir a0 lugar donde descemos” (Cartas a Lucili 2,30). Dai a necessidade de que o homem retornasse ao seu lugar de origem, a natureza, mas a natureza no seu estado mais puro, o espago da razio universal. © homem nao pode se deixar enganar, pois o caminho para esse retomno, por meio do proceso formativo, ¢ acidentado e dificil, e pode surpreender a qualquer momento, o que nio significa ser impossivel alcangé-lo/vencé-lo: pelo contrario, ele leva a0 exercicio da liberdade, condigdo ideal para © homem concebido por Séneca (ARTIGAS, 1952) “A liberdade ¢ a nossa meta, ¢ 0 prémio das nossas canseitas (Cartas a Lucilio, 51,9). Esta preocupagao traz consigo duas dimensdes de liberdade: a simples liberdade e a liberdade vivida. Para Séneca, a morte, o inimigo invencivel, converte-se no melhor ¢ maior aliado do homem, ja que toma possivel que ele rompa com 0 acaso mais inexordvel, abre para 0 homem as portas para a liberdade e, quem sabe, o acesso & imortalidade (GARCIA- BORRON, 1956). Ocuparia, assim, um lugar entre as grandes personalidades, grandes benfeitores da hnmanidade que esto @ disposigo do homem a toda hora em qualquer lugar. Desse modo, como a morte se alinha 4 ruptura da cadeia servil, est relacionada & primeira dimensfo; a liberdade vivida, por sua vez, vincula-se a realizagao da segunda dimensio. Com isso, a vida aparece como a condigao de realizacdo da legitima liberdade do homem, fator de felicidade plena, & qual o homem pode ter acesso desde que se predisponha a conquisté-la. ‘Ao final, vale lembrar que o tratamento que Séneca dew ao homem, mesmo quando sua preocupacio estava voltada para 0 setor privilegiado da sociedade romana, garantiu que o seu pensamento deixasse de ser circunscrito ao seu tempo e ganhasse espago em outros tempos, a exemplo da Idade Média, quando influenciou grande parte dos pensadores ctistios. Novo interesse pelo seu pensar foi despertado pelo Renascimento, quando se alavancou a atencio dos humanistas pela cultura clissica. Nos séculos XVI e XVII surgiram as primeiras edigdes criticas de suas obras. Isso no foi diferente nos séculos XIX @ XX, quando se publicaram numerosos estudos sobre os mais diversos aspectos de seu pensamento, especialmente aos da ética, da moral, da politica, do direito e da pedagogia, entre outros (LEON SANZ, 1997). Esta recorrente preocupacdo em retomar 0 pensamento senequiano, evidenciando seu caréter perene e atual, sedimentou a possibilidade de se encontrar em suas licdes elementos que parecem atuais, particularmente em relagdo ao fendmeno educative e a solucao que oferace aos problemas da existéncia humana. REFERENCIAS ARTIGAS, José. Séneca: La filosofia como forjacion del hombre. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, Insituto “San José de Calasanz” de Pedagogia, 1952. BARREDA, José Maria Benabente. Una posible justificacién teorética al espiritualismo de Séneca. In: Estudios sobre Séneca. Octava semana espaiiola de Filosofia. Madtid: Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, Instituto Luis Vives y Sociedad Espaiola de Filosofia, 1966, p.381-383. CAMBI, Franco. Histéria da pedagogia. Sao Paulo: Editora UNESP, 1999. CEREZO GALAN, Pedro. Tiempo y liberdad en Séneca. In: Estudios sobre Séneca. Octava semana de espanola de Filosofia. 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