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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente, vem, com o


devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seus
procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO


POR MORTE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos


seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O Autor requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão do benefício de pensão


por morte, em razão do falecimento de sua esposa, Sra. ${informacao_generica}, conforme
certidão de óbito anexa.

O pedido administrativo foi indeferido por falta da qualidade de segurada da de cujus no


momento do óbito. Tal decisão indevida motiva a presente demanda.

Dados do processo administrativo:

1. Número do benefício (NB): ${informacao_generica}

2. Data do óbito: ${data_generica}

3. Data do requerimento (DER): ${data_generica}

4. Razão do indeferimento:  Ausência de comprovação da qualidade de segurado do   


falecido no momento do óbito

PENSÃO POR MORTE E REQUISITOS LEGAIS

Inicialmente, cumpre salientar que a pensão por morte é um benefício pago aos
dependentes do segurado, homem ou mulher, que falecer, aposentado ou não, conforme
previsão expressa do art. 201, V, da Constituição Federal. Trata-se de prestação de pagamento
continuado, substituidora da remuneração do segurado falecido.[1]

As regras gerais sobre a pensão por morte estão disciplinadas pelos arts. 74 a 79 da lei
8.213/91, com as alterações promovidas pelas leis 13.135, 13.146 e 13.138/2015, e arts. 105 a
115 do Decreto 3.048/99.

Destarte, os REQUISITOS para a concessão do benefício são: a qualidade de segurado do


falecido, o óbito ou morte presumida deste e a existência de dependentes que possam se
habilitar como beneficiários perante o INSS.

O óbito do segurado é comprovado pela respectiva certidão lavrada pelo cartório


competente, ou quando este tiver sua morte presumida.

Da qualidade de dependente do Sr. ${informacao_generica}:

Nos termos do art. 16, inciso I, da Lei 8.213/91, é beneficiário do Regime Geral da
Previdência Social na condição de dependente do segurado o FILHO NÃO EMANCIPADO DE
QUALQUER CONDIÇÃO, MENOR DE 21 (vinte um) ANOS. Além disso, veja-se o que dispõe o § 4º
do artigo citado:

A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das


demais deve ser comprovada. (grifado)

Em vista disso, para comprovação de sua qualidade de dependente, a parte Autora


apresenta certidão de nascimento e RG.

Da qualidade de segurada do falecido:


Segundo a Lei de Benefícios da Previdência Social, a concessão do benefício de pensão
por morte depende da ocorrência do evento morte e, além da dependência de quem objetiva a
pensão, a demonstração da qualidade de segurado do de cujus.

Na presente demanda, vislumbra-se que o falecido verteu contribuições na qualidade


de contribuinte individual no período de ${data_generica} a ${data_generica}, conforme se
demonstra pelo regular registro na CTPS bem como pelas guias anexas  (seguro desemprego,
homologação).

Inicialmente, registre-se que o extinto verteu mais de 18 (dezoito) contribuições à


Previdência Social.

Nesse sentido, saliente-se que a qualidade de segurado está comprovada tendo em


vista que o de cujus trabalhava como contribuinte compulsório ate a data xx/xx/xxx e gozava
do periodo de graça conforme veremos a seguir.

 DO PERIODO DE GRAÇA

Ocorre que, em razão das moléstias que a acometiam na época, a falecida começou a
ter dificuldades de desempenhar suas atividades laborativas, fato que motivou a perda de
diversos clientes, ficando desempregada posteriormente.

Perceba-se que, embora não reconhecida a incapacidade laboral por ocasião do


processo judicial anteriormente citado, constou no laudo da perícia médica realizada que a de
cujus estava desempregada:

${informacao_generica}

Veja-se que a perícia foi realizada em ${data_generica}, tratando-se, assim, de PROVA


CONTEMPORÂNEA DA ÉPOCA!!

Aliado a isso, destaque-se que a causa do óbito foi NEOPLASIA MALIGNA DOS
BRÔNQUIOS E PULMÃO, de modo que muito dificilmente a extinta possuiria condições de
exercer atividades laborativas no ano que antecedeu seu óbito.

Ademais, QUEM CONTRATARIA UMA PESSOA COM HISTÓRICO DE PATOLOGIAS


ORTOPÉDICAS E COM CÂNCER DE PULMÃO PARA REALIZAR ATIVIDADES PESADAS COMO
FAXINA DOMÉSTICA?
Em virtude disso, considerando que a última contribuição ocorreu em ${data_generica}
e que a falecida estava desempregada desde então, faz jus a extinta a prorrogação do período
de graça por 36 meses, nos termos do art. 15, § 2º, da Lei 8.213/91.

Assim, manteria a qualidade de segurada até ${data_generica}.

No ponto, repise-se que o dispositivo acima, que determina a ampliação do período de


graça, aplica-se ao segurado contribuinte individual quando comprovado o afastamento do
mercado de trabalho. Perceba-se que o direito pretendido encontra respaldo no
posicionamento adotado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO. CONTRIBUINTE


INDIVIDUAL. PERÍODO DE GRAÇA. AMPLIAÇÃO POR DESEMPREGO. POSSIBILIDADE.
CORREÇAO E JUROS. DIFERIDOS. 1. A concessão do benefício de pensão por morte
depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da qualidade de segurada
da de cujus e da condição de dependente de quem objetiva a pensão. 2. A qualidade
de segurado não se encerra, automaticamente, com a interrupção das contribuições,
haja vista que o legislador previu os chamados "períodos de graça", ou seja, formas de
manutenção da condição de segurado, independentemente de contribuições (art. 15
da Lei 8.213/91). Nesses lapsos temporais, restam conservados todos os direitos
previdenciários dos segurados (art. 15, §3º, da LB). 3. O disposto no art. 15, § 2º, da Lei
nº 8.213/91, que determina a ampliação do período de graça, aplica-se ao segurado
contribuinte individual, desde que comprovado afastamento involuntário do
mercado do trabalho por quaisquer meios permitidos em Direito, inclusive a prova
testemunhal. 4. Comprovada a situação de desemprego ou ausência de trabalho, faz
jus à aplicação da prorrogação do período de graça prevista no §2º do art. 15 da Lei
8.213/91. 5. Ocorrendo o evento óbito durante o período de graça, o autor, filho
menor da falecida, tem direito à pensão por morte, visto que presumida a sua
dependência. (TRF4, AC 5024399-73.2016.404.9999, SEXTA TURMA, Relatora VÂNIA
HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 12/08/2016) (grifado)

Consigna-se, ainda, importantes precedentes que aplicam ao segurado contribuinte


individual sem trabalho o disposto no art. 15, § 2º, da Lei 8.213/91 (prorrogação do período de
graça pelo desemprego):

1)   Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, IUJEF 2008.70.51.003130-5, Rel.


Juiz Federal Antônio Fernando Schenkel do Amaral e Silva, DE 06.04.2010;

2)   Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Embargos Infringentes 5008335-


28.2011.404.7100/RS, 3ª Seção, Rel. Des. Federal Néfi Cordeiro, DE 08.07.2013;

3)   Turma Nacional de Uniformização, PEDILEF nº 0500946-65.2014.4.05.8400, Rel. p/


Acórdão Juiz Federal Daniel Machado da Rocha, sessão de 21.10.2015.
Outrossim, cabe ressaltar que não perde a qualidade de segurado quem deixa de
contribuir em razão de incapacidade: Tanto a jurisprudência do STJ (REsp 956673/SP e AgRg no
REsp 721570/SE) como na TNU (PEDILEF nº 2010.72.64.001730-7 e 2007.70.95.012466-4) são
pacíficas no sentido de que “mantém a qualidade de segurado aquele que estiver em gozo de
benefício previdenciário, ou que, mesmo após a cessação deste, permanecer incapacitado para
o trabalho e, por esta razão, deixar de contribuir para Previdência Social”.

Aliás, conforme dicção da Súmula 27 da TNU, “a ausência de registro em órgão do


Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios de prova
admitidos em Direito”.

Portanto, denota-se que, quando da ocorrência do óbito do falecido, em 24/01/2017,


esta ainda ostentava a qualidade de segurada, de modo que preenchido o requisito.

Da data de início do benefício:

Quanto à data de início do benefício, considerando o disposto no art. 74, inciso I, da Lei
8.213/91, o benefício deverá ser concedido desde a data do óbito, ocorrido em $
{data_generica}.

Ademais, tendo em vista que o óbito do segurado ocorreu após vertidas mais de dezoito
contribuições mensais e que a menor ${informacao_generica} possuía 13 anos na data do
falecimento de seu genitor (vide carteira de identidade anexa), o benefício deve ser concedido
até que a mesma complete 21 anos completos.

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, a parte Autora vem informar que
não há interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a
iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER


Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no
âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS
a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar
o benefício postulado em favor da Parte Autora.

PEDIDOS

EM FACE AO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente petição inicial;

2) O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições


de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família (vide
procuração com poderes específicos);

3) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo,


apresentar defesa;

4) A produção de todos os meios de prova admitidos, principalmente documental e


testemunhal;

5) A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima


expostas;

6) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:

6.1) Conceder o benefício de pensão por morte ao ${informacao_generica},


desde a data do óbito de sua esposa, Sra. ${informacao_generica}, ocorrido em $
{data_generica}, nos termos do artigo 74, inciso I, da Lei 8.213/91;

6.2) Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir


imediatamente a obrigação de implantar o benefício, conforme inteligência do artigo
43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01;

6.3) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde


o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a
data do pagamento;
6.4) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis
que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c
art. 1º da Lei 10.259/01.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

 Dá à causa o valor[2] de R$ ${processo_valordacausa}.

 
Cristiano Dos Anjos Porfirio
OAB/RJ 231.487

[1] LAZZARI, João Batista. CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2016. p. 819.

[2] Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}  

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