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Em dia com a Língua Portuguesa

"As estrelas brilham no céu, e a brisa da noite percorre docemente por entre as
flores: sonhai, cantai, suspirai." George Sand
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segunda-feira, 18 de junho de 2018

FRASE – ORAÇÃO – PERÍODO –


COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
SD (SEQUÊNCIA DIDÁTICA) FRASE – ORAÇÃO – PERÍODO - COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

1. Para produzir sentido, dentro de uma determinada situação comunicativa, as palavras se


organizam de diferentes maneiras. Leia o trecho a seguir.

Bebeu leite morno, aproximou-se da vaca e passou-lhe a mão pelo lombo, dizendo:

- Mimosa velha... Mimosa valente...


VERÍSSIMO, Érico. O continente. São Paulo: Cia das Letras, 2004.

a) Aprendemos que frase é uma unidade comunicativa com sentido completo. Com base nessa
informação, responda: quantas frases há na segunda linha do trecho lido?

b) As frases que não possuem verbo, a gramática deu o nome de frases nominais. Quais são as
frases nominais que aparecem no trecho lido?

c) Uma frase verbal se organiza em torno de um ou mais verbos. Que verbos foram usados na
frase verbal do trecho lido?

d) Além do conceito de frase, você já estudou em anos anteriores o conceito de oração – a


unidade comunicativa ou parte de uma unidade comunicativa que se organiza em torno de um
verbo. Sendo assim, quantas orações compõem a frase verbal do trecho lido?

2. Leia mais um trecho a seguir.

Ana sentia-se animada, com vontade de viver. Sabia que, por piores que fossem as
coisas que estavam por vir, não podiam ser tão horríveis como as que já tinha sofrido. Esse
pensamento dava-lhe uma grande coragem.
VERÍSSIMO, Érico. O continente. São Paulo: Cia das Letras, 2004.

a) Quantas frases há nesse trecho?

b) Quais frases são compostas de apenas um verbo?

c) Quantas orações compõem a primeira frase do texto?

Importante saber:

Nem toda frase é uma oração, pois é necessário que o enunciado seja construído em torno
de um verbo ou locução verbal para que seja considerado uma oração.
Exemplo: “- Mas e o outro?” (frase sem nenhum verbo, nenhuma oração)

A frase formada por uma ou mais orações, ou seja, o enunciado com sentido completo
formado por um ou mais verbos ou locuções verbais chama-se período.

Observe: “Pela madrugada Ana acordou e ouviu o choro da cunhada.”

O período é formado em torno de dois verbos, ou seja, tem duas orações.

3. Em relação aos períodos a seguir, localize os verbos e as locuções verbais; em seguida,


responda: por quantas orações é formado cada um deles?

a) “No momento em que cravara a última cruz, Ana teve uma dúvida que a deixou apreensiva.”

b) “Ela estava tão cansada, tão tonta e confusa que nem tivera a ideia de verificar se o pobre
do negro estava morto ou não”.

c) “Tinham empurrado o corpo para dentro da cova e atirado terra em cima.”

d) “Ana olhava, sombria, para as sepulturas.”

4. Leia o trecho a seguir.

Neruda soltou o trinco do portão e acariciou o queixo.

a) Quantas e quais orações há nesse período?

b) Que elemento estabelece uma ligação entre as duas orações do período?

5. Agora, observe outro período e identifique que elemento estabelece uma relação entre as
duas orações.

- Eu me senti estranho, porque com tanto movimento fiquei enjoado.

6. Sublinhe os verbos dos períodos a seguir e informe por quantas orações cada um deles é
formado.

- Claro!

- Sabe o que você fez, Mário?

- O quê?

- Uma metáfora.

- Mas não vale porque saiu só por puro acaso.

- Não há imagem que não seja casual, filho.

Importante saber:

Damos o nome de conjunção à palavra ou expressão que relaciona duas orações em um


período.

Exemplo: “Mário retorceu o pescoço e procurou os olhos do poeta.”

Uma conjunção também pode ligar dois termos que tenham a mesma função sintática na
oração.
Exemplo: “É indigno que você fique me submetendo a todo tipo de
comparações e metáforas.”

7. Informe se a conjunção liga orações ou liga termos que exercem a mesma função sintática
dentro da oração.

a) Você precisa escolher: é tudo ou nada.

b) Você precisa escolher: é pegar ou largar.

c) Vida e morte são dois lados da mesma moeda.

d) Viver e morrer são dois lados da mesma moeda.

8. Sublinhe as conjunções que estão ligando orações.

a) “- Mas não vale porque saiu por acaso.”

b) “- [...] Estranho é como eu me sentia quando o senhor recitava o poema.”

c) “- Querido Mário, vamos ver se você desenreda um pouco, porque eu não posso passar toda
a manhã desfrutando o papo.”

Importante saber:

Damos o nome de período simples ao período formado por uma única oração, ou seja, por
um único verbo ou locução verbal.

Exemplo: “- Você ficou enjoado [...]”

O período formado por duas ou mais orações, ou seja, por dois ou mais verbos ou locuções
verbais, damos o nome de período composto.

Exemplo: “Estranho é/ como eu me sentia / quando o senhor recitava o poema.”

9. Leia o trecho a seguir e escreva o que se pede.

- Rapaz! Todos são poetas no Chile. É mais original que você continue sendo carteiro. Pelo
menos caminha bastante e não engorda. Todos os poetas aqui no Chile são gorduchos.

a) A única frase que não pode ser considerada um período.

b) Dois períodos simples.

c) Dois períodos compostos.

d) Uma conjunção.

10. Leia o trecho a seguir.

A televisão daquela época era mágica. Embora transmitisse em branco e preto programas
feitos sem profissionalismo, com imagens tecnicamente ruins, ela possuía um fascínio único.
MARCONDES FILHO, Ciro. Televisão: a vida pelo vídeo. São Paulo: Moderna, 1988.

a) Quantos verbos existem nesse trecho? Quantas orações existem em cada uma das frases?

b) Os períodos são simples ou compostos? Por quê?


11. Leia o trecho a seguir.

[...] as pessoas sentavam juntas, conversavam e trocavam ideias na hora das


refeições.

a) Quantas orações há no período lido?

b) Qual é o sujeito de cada uma das orações?

12. Leia os dois períodos a seguir e informe em qual deles as orações podem ser separadas e
formar novo período sem prejudicar a ideia expressa.

       É óbvio que o aparelho de televisão não é por si só fascinante.

       Conversavam sobre muitos assuntos, mas o motivo de tão frequente visita era a televisão.

Importante saber:

Quando as orações são colocadas em ordem, (ordenadas) sem depender sintaticamente


umas das outras, são chamadas de orações coordenadas.

Uma oração coordenada expressa uma ideia completa em si mesma e um período


composto por coordenação pode facilmente ser fragmentado, de modo que suas orações
se transformem em períodos simples.

Exemplo: As pessoas vinham, cumprimentavam-se, sentavam-se e assistiam ao programa.

Esse período poderia ser fragmentado da seguinte forma:

As pessoas vinham. Cumprimentavam-se. Sentavam-se. E assistiam ao programa.

As orações coordenadas podem ser ligadas por vírgulas ou conjunções e se dividem em


sindéticas (com conjunção) e assindética (sem conjunção).

Oração coordenada assindética. Exemplo:

Uns chegavam em cima da hora, outros já estavam lá esperando desde cedo.

Orações coordenadas sindéticas. Exemplos:

Aditiva: Eu lia Machado de Assis e ela Eça de Queirós.

Adversativa: Maria é uma grande cozinheira, mas desta vez errou na mão.

Alternativa: A TV voltaria logo, ou todo mundo ia pirar de vez.

Explicativa: A confusão era geral, pois ninguém mais sabe viver sem TV.

Conclusiva: Penso, logo existo.

13. Para ampliar seus conhecimentos, faça uma pesquisa a respeito das orações coordenadas
assindéticas e sindéticas. (Copie sua pesquisa no caderno).

Sugestão de site: http://superletrados.blogspot.com.br/2017/12/oracoes-coordenadas-
assindeticas-e.html

14. Todos os períodos a seguir são compostos por coordenação. Leia-os e destaque a
conjunção que estabelece a relação entre as orações. A seguir, indique se a ideia introduzida
pela conjunção acrescenta uma informação (aditiva), contraria a anterior (adversativa), indica
uma alternância (alternativa), explica algo (explicativa) ou leva a alguma conclusão
(conclusiva).

a) O filme é um manual irônico e uma deliciosa amostra desse gênero cinematográfico.

b) A brincadeira é feita com muita intencionalidade e pouca sutileza, portanto parece um


projeto de estudante.

c) A trama ficou recheada de lugares-comus, mas o resultado final é surpreendente.

d) O filme ou critica ou ri dos muitos clichês.

e) O resultado é muito divertido, pois os atores são fantásticos.

PERÍODOS COMPOSTOS POR SUBORDINAÇÃO

15. Leia o cartum a seguir, de Caco Galhardo.


O cartum mostra uma cena cotidiana na vida do casal Júlio e Gina. Observe a notícia na TV e o
comentário da mulher.

a) Quem foi o homem de Neandertal?

b) O que a mulher quer dizer com o comentário “Grande novidade”?

c) Que elemento da cena mostrada no cartum dão apoio ao comentário que a mulher faz?

16. Observe a estrutura do enunciado correspondente à notícia dada na televisão:

“Estudo revela que humanos acasalaram com neandertais...”

a) Identifique os verbos desse período e responda: Quantas orações há nele?

b) Trata-se de um período simples ou de um período composto?

17. Se substituirmos a segunda oração do enunciado pela palavra algo, teremos: “Estudo


revela algo”.

a) Qual é, nesse enunciado, a predicação da forma verbal revela?

b) Qual é, nesse enunciado, a função sintática do termo algo?

c) Portanto, no período “Estudo revela que humanos acasalaram com neandertais”, qual é a
função sintática da oração “que humanos acasalaram com neandertais”?

CONCEITUANDO

No cartum, o enunciado correspondente à notícia dada na televisão é um período composto


por subordinação e formado por duas orações.

Compare-o com um período simples equivalente:

Estudo revela algo. Estudo revela | que humanos acasalaram com neandertais.

Revela: VTD Revela: VTD

Algo: OD que humanos acasalaram com neandertais: OD

Estudo revela: Oração principal


que humanos acasalaram com neandertais: Oração
subordinada substantiva objetiva direta

Nessa comparação, você deve ter notado que:

- Nos dois períodos, a forma verbal revela é transitiva e, portanto, necessita de um


complemento, isto é, de um objeto direto;

- No período simples, o objeto direto de revela é o termo algo;

- No período composto, o objeto direto de revela é uma oração inteira – que os humanos
acasalaram com neandertais -, que equivale a um substantivo e, por isso, é classificada
como oração substantiva objetiva direta.

Assim, concluímos: Oração subordinada substantiva é aquela que tem valor de substantivo e


exerce, em relação à oração principal, a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal ou aposto.

Atenção

As orações subordinadas Nem imagino se comprou outro


substantivas são geralmente carro.
quem
introduzidas pelas conjunções
subordinativas por que
integrantes que e se. Podem
também, em alguns casos, ser como
introduzidas por um pronome quando
indefinido, por um pronome ou
advérbio interrogativo ou onde
exclamativo.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBSTANTIVAS

As orações subordinadas substantivas podem desempenhar no período as mesmas funções


que os substantivos podem exercer nas orações: sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal e aposto. Assim, de acordo com sua função, recebem as
seguintes denominações: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva
nominal e apositiva.

O.S.S. SUBJETIVA: exerce a função de sujeito da oração de que depende ou em que se insere.
Observe um exemplo neste verso do poeta Mário Quintana:

É preciso | que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas.

É: VL

Preciso: PS

É preciso: Oração principal

que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas: O.S.S. subjetiva

Observação: há certos verbos (sempre na 3ª pessoa do singular) e certas expressões que


quase sempre têm por sujeito uma oração subordinada substantiva: acontecer, constar,
cumprir, ocorrer, parecer e outros; sabe-se, ficou provado, é bom, é claro, é certo etc.
O.S.S. OBJETIVA DIRETA: exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. Veja
um exemplo neste verso de Vinícius de Morais:

Eu sei | que vou te amar.

sei: VTD

Eu sei: Oração principal

que vou te amar: O.S.S. objetiva direta

O.S.S. OBJETIVA INDIRETA: exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal:

Lembrei-me | de que hoje sairemos juntas.

Lembrei: VTI

Lembrei-me: Oração principal

de que hoje sairemos juntas: O.S.S. objetiva indireta

O.S.S. PREDICATIVA: exerce a função de predicativo de um termo que é sujeito da oração


principal:

O problema é | que eu não sei inglês.

O problema: Sujeito

É: VL

O problema é: Oração principal

que eu não sei inglês: O.S.S. predicativa

O.S.S. COMPLETIVA NOMINAL: exerce a função de complemento nominal de um substantivo


ou adjetivo da oração principal:

Ele tem certeza | de que vai se sair bem na prova.

Ele: Sujeito

tem: VTD

certeza: OD

Ele tem certeza: Oração principal

de que vai se sair bem na prova: O.S.S. completiva nominal

O.S.S. APOSITIVA: exerce a função de aposto de um nome da oração principal:

Ele disse a verdade: | que não se interessa pelo cargo.

Ele: Sujeito

disse: VTD

a verdade: OD
que não se interessa pelo cargo: O.S.S. apositiva

Observação: A O.S.S. apositiva é frequentemente precedida por dois-pontos e, às vezes, pode


vir entre vírgulas.

18. Transforme os períodos simples em períodos compostos.

a) É bom o treinamento pela manhã.

b) Não é permitida a entrada de animais neste estabelecimento.

c) Seria conveniente o seu descanso.

d) É importante o teu comparecimento à solenidade.

e) Eles têm receio de um desencontro.

19. Complete os enunciados a seguir com orações subordinadas substantivas:

a) Nunca duvidei

b) É inútil

c) Percebi logo

d) Tive a sensação

e) Não se sabe ainda

f) Ele sabe uma coisa:

20. Leia estes versos, de Ferreira Gullar:

- sei que dois e dois são quatro

Sei que a vida vale a pena

Mesmo que o pão seja caro

E a liberdade, pequena.

Observe os dois primeiros versos.

a) Quantos períodos há neles?

b) Divida os períodos em orações.

c) Nos dois períodos aparece o verbo saber. Qual é a predicação desse verbo?

d) Qual é a função sintática das orações “que dois e dois são quatro” e “que a vida vale a
pena”?

e) Portanto, qual é a classificação dessas orações?

Leia, a seguir, a letra de uma canção de Vinícius de Morais e depois responda às questões 21 a
23.

Chega de saudade

Vai, minha tristeza


E diz a ela

Que sem ela não pode ser

Diz-lhe numa prece

Que ela regresse

Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade

A realidade é que sem ela

Não há paz, não há beleza

É só tristeza e a melancolia

Que não sai de mim, não sai de mim

Não sai. [...]

21. O eu lírico que se expressa nos versos acima sofre por amor.

a) Quem é o seu interlocutor?

b) Qual é a causa de seu sofrimento?

22. Classifique sintaticamente estas orações do texto:

a) “que sem ela não pode ser”

b) “que sem ela / não há paz”

23. Identifique no poema uma oração que, sintaticamente, tem a mesma função que a oração
“que sem ela não pode ser”.

24. Classifique as orações subordinadas substantivas.

O.S.S. subjetiva | O.S.S. Predicativa | O.S.S. Objetiva direta | O.S.S. Objetiva indireta | O.S.S.
Completiva Nominal | O.S.S. Apositiva

a) Não gosto de que você saia à noite.

b) Espero que você aprenda português.

c) Tenho certeza de que você está estudando.

d) Quero provar que estou certo.

e) Tenho a impressão de que te conheço.

f) De uma coisa se sabe: que somos todos humanos.

g) A verdade é que a criança soube mais do que o adulto.

h) Nosso desejo era que você fosse aprovado.

i) É importante que nós tenhamos responsabilidades.

FONTES E REFERÊNCIAS:
CEREJA, William; COCHAR, Thereza. Português linguagens. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

OLIVEIRA, Tania Amaral et al. Língua portuguesa: tecendo linguagens. 3. ed. São Paulo: IBEP,
2012.

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