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CONSULTORIO JURÍDICO

À LUZ DO DIREITO

FORMAÇÃO PREPARATÓRIA PARA O EXAME


NACIONAL DE ACESSO À OAA–2023

1
TEMAS: FORMAS DE PROCESSO PENAL E
RECURSOS

Por: Francisco Calianguila (Mestrando e Auditor Jurídico)


2 Objectivos dos módulos

Objectivo geral: Objectivos específicos:


 conhecer os critérios e  dominar as técnicas de

pressupostos de distinção das aplicação prática das formas


de processo;
formas de processo, bem

como a ideia geral de  identificar as tipologias de


recursos em processo penal e
recursos em processo penal.
seu regime jurídico.

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3 Metodologia

Abordagem teórico-prática;

Resolução de caso prático;

Consulta da legislação.

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4 INFORMAÇÕES ADICIONAIS

• Horário: 9H – 12H
• Data de início: 20 Março de 2021
• Local: Faculdade de Direito da UAN.

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5 SUMÁRIO:

As formas de processo penal:


 As formas de processo no novo Código de Processo Penal (CPP)
Os recursos em processo penal:
• Princípios gerais dos recursos;
• Os recursos ordinários;
• Os recursos extraordinários:
• O recurso para efeito de uniformização de jurisprudência;
• O recurso de revisão;
• O recurso de cassação;

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6 Caso prático:
Abdagúlio, foi acusado e pronunciado pelo crime de propagação de
doença contagiosa, previsto e punível nos termos do artigo 287.º do
Código Penal.

Em sede da audiência, o réu não se fez representar por advogado, por


não o ter constituído.

Tratando-se de um processo em que a assistência do arguido por


advogado é obrigatória, e não estando disponível no momento nenhum
advogado, advogado estagiário, licenciado em direito, defensor público
nem estudantes de direito, o juiz nomeou-lhe, como defensor, um
engraxador de sapatos que assistia assiduamente às audiências naquele
tribunal, por considerá-lo pessoa idónea. Agiu bem o juiz? Quid iuris?
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7 Formas de processo penal
Noção:
Formas de processo penal: é o ritual ou o procedimento a
ser adoptado para o conhecimento de uma causa
criminal.

As formas de processo se corporizam no conjunto de


actos e formalidades que os sujeitos processuais, isto é,
acusação, defesa e o tribunal praticam, no decorrer da
acção criminal.

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8 As formas de processos
Tipologias:

O processo penal na generalidade tem duas formas: uma é a forma


comum, outra é a forma especial.
O processo comum é o processo regra, e os especiais a excepção.
De forma resumida, podemos dizer que o domínio de aplicação do
processo comum se define por exclusão de partes, isto é, seguir-se-á
o processo comum se ao caso não couber nenhuma das formas
especiais de processo previstas por lei.

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9 As formas de processos
Tipologias:

No entanto, o legislador optou por traçar formas de


processo que devem ser necessariamente observados
para a resolução de determinados problemas jurídicos,
conformando o elenco dos denominados processos
especiais.

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10 As formas de processos
Tipologias:

Em termos práticos, para determinar qual a forma de


processo a seguir para a resolução de um problema
via jurisdicional, devemos previamente averiguar se, o
problema em causa, não se enquadra numa das
situações em que o legislador impõe a utilização de
uma das formas especiais de processo.

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11 As formas de processos

Se a resposta for positiva, então devemos seguir a


forma especial que é imposta por lei. Se for negativa,
usa-se o processo comum.
Ou melhor, desde que estejam preenchidos os
requisitos legais, o Ministério Público opta pela forma
de processo especial. Caso contrário usa a forma
comum.

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12 Formas de processo
O novo CPP, aprovado pela Lei nº 39/20, de 11 de
Novembro, consagra as seguintes formas de processo
penal: processo comum e processo especial (art. 299.º).
À luz deste código, o processo especial apresenta as
seguintes subformas:
▪ O processo sumário;
▪ O processo de contravenção;
▪ O processo abreviado e;
▪ O processo para crimes julgados em 1ª instância pelo
Tribunal Supremo.
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13 O processo comum
Fases:
O processo comum, obedece as seguintes fases:

➢ Instrução preparatória (art. 302 e seguintes);

➢ Instrução contraditória (art. 332.º e ss);

➢ Julgamento (art. 335.º e ss)

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14 Os processos especiais:
O processo sumário
Para que uma pessoa possa ser julgada em processo sumário é
necessário (art. 427.º e ss):

▪ Que tenha sido detida em flagrante delito;

▪ Que a detenção tenha sido feita por qualquer autoridade


judiciária ou entidade policial; ou

▪ Que a detenção tenha sido feita por qualquer outra pessoa,


sempre que esta entregar o detido, imediatamente, a uma
autoridade judiciária ou entidade policial e da entrega se lavrar o
respectivo auto;

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15 Os processos especiais:
O processo sumário
▪ Que a pena aplicável ao crime não seja superior, no seu limite
máximo, a 3 anos de prisão;

▪ Que o julgamento se inicie imediatamente após a detenção,


podendo todavia a audiência ser adiada até 15 dias.

Obs.: nesta forma de processo não se verifica a fase de instrução


preparatória.

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16 Os processos especiais:
O processo abreviado
Para que o arguido possa ser julgado em processo abreviado é
necessário que se verifiquem os seguintes requisitos (art. 445.º e ss):

▪ Que o crime seja punível com pena de multa ou com pena de


prisão não superior, no seu limite máximo, a 5 anos;

▪ Que a acusação seja deduzida no prazo de 45 dias a contar da


data em que o crime tenha sido conhecido;

▪ Que a existência do crime e a determinação do seu agente sejam


de fácil comprovação.
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17 Os processos especiais:
O processo abreviado
O CPP indica, a título exemplificativo, quando é que a existência do
crime e a determinação do seu agente são de fácil comprovação.

Serão situações de fácil comprovação as seguintes:

➢ Se o agente for detido em flagrante delito e não for aplicável ou não


puder ser aplicado o processo sumário, nos termos do art. 434.º, isto é,
o julgamento não puder ser efectuado na forma sumária;

➢ Se a prova for essencialmente documental e puder ser recolhida ou


produzida no prazo de 45 dias;

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18 Os processos especiais:
O processo abreviado
➢ Se o arguido confessar o crime e não se levantarem dúvidas sérias
sobre a veracidade dos factos confessados;

➢ Se a prova do crime for, por qualquer outra razão, indiciariamente


segura (por exemplo, se a prova assentar em testemunhas
presenciais e a versão delas sobre os factos for uniforme).

Obs.: regra geral, neste processo não há instrução preparatória (art.


446.º).

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19
Informações adicionais sobre o processo
abreviado:
O processo abreviado é um processo simples, que se caracteriza pela
redução de prazos e pela supressão de certas fases processuais.

O processo abreviado é, como o próprio nome indica, um processo


menos longo que o processo comum. Se houver provas simples e
evidentes de que ocorreu um crime punível com pena de multa ou
com pena de prisão não superior a 5 anos, e de quem o praticou,
pode o MºPº, com base no auto de notícia, nos 45 dias seguintes ao
conhecimento do crime, deduzir acusação contra o arguido.

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20
Informações adicionais sobre o processo
abreviado:
Segundo a doutrina, esta forma de processo foi criado a
pensar em crimes de fácil comprovação, como o de
falsificação de documentos ou de difamação através da
comunicação social, crimes que a prova está
praticamente feita porque consiste em documentos. Daí o
facto de se pretender tornar estes processos mais rápidos,
através do encurtar das várias fases do processo.
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21 Os processos especiais:
o processo de contravenções
São julgados em processo de contravenções os agentes de
infracções contravencionais, tal como definidas na legislação penal e
puníveis com pena de multa (art. 437.º).

A contravenção é um facto ilícito que unicamente consiste na


violação ou na falta de observância de disposições preventivas da lei
ou regulamentos.
Regra geral, o arguido só é submetido à julgamento contravencional
caso não pague voluntariamente a multa no momento em que é
autuado.

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Os processos especiais:
22
processos julgados em primeira instância
pelo Tribunal Supremo
Este tipo de processo justifica-se pela qualidade pessoal dos agentes
do crime, e obedece às seguintes fases:

▪ Instrução preparatória, que é dirigida, regra geral, pelo Procurador


Geral da República (art.452.º);

▪ Instrução contraditória (art. 454.º);

▪ Julgamento

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23
Os recursos em processo penal
“A referência constitucional dos recursos”
O recurso em processo penal é um direito fundamental e
constitui uma das garantias de defesa do arguido.

Neste sentido, o nº 6 do artigo 67.º da CRA prevê


expressamente que “qualquer pessoa condenada tem o
direito de interpor recurso ordinário e extraordinário no
tribunal competente da decisão contra si proferida em
matéria penal, nos termos da lei”.

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24 Os recursos em processo penal
Noção:
“O recurso é um meio de impugnação de decisões judiciais com vista

a eliminar defeitos de decisão”.

“Recurso é o pedido de reapreciação de certa decisão judicial,


apresentado a um órgão judicial superior”

“Os recursos sãos meios processuais para a impugnação de decisões


judiciais que, em princípio, são dirigidos a um órgão judicial diferente
do que proferiu a decisão a rever, cujo objectivo consiste na
correcção da ilegalidade ou injustiça de que a decisão padece”

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25 Sujeitos dos recursos:

Nos recursos intervêm dois tribunais: o tribunal a


quo e o tribunal ad quem.
Sujeitos do recurso são recorrente e o recorrido.
Recorrente é o sujeito processual que interpõe o
recurso; recorrido é o sujeito afectado pela
interposição do recurso.

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26 Classificação dos recursos:

São possíveis várias classificações de recursos,


pelo que vamos apontar apenas as seguintes:
• Quanto ao valor da decisão;
• Quanto à forma;
• Quanto à posição dos sujeitos;

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27 Classificação dos recursos:

Quanto ao valor da decisão: se a decisão não transitou em julgado o


recurso é ordinário; se já transitou é extraordinário.

Dito doutro modo, o recurso será ordinário quando visa impugnar


decisões ainda não transitadas em julgado (art. 459.º CPP); e será
extraordinário quando tem por objectivo impugnar decisões já
transitadas em julgado.

Assim, no nosso ordenamento jurídico, o critério que preside à


distinção entre recursos ordinários e extraordinários é o critério do
trânsito em julgado da decisão recorrida.
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28 Classificação dos recursos:

Quanto à forma: relativamente à forma, o recurso ordinário só tem


uma espécie; por isso diz-se que a sua tramitação é unitária, pelo que
os recursos ordinários são tramitados segundo uma espécie que tende
a ser comum (art. 475.º CPP), independentemente do tribunal para
onde se recorre. Estão aqui abrangidas questões de prazos,
admissão, julgamento etc.

Já os recursos extraordinários apresentam três espécies: recurso de


revisão, cassação e recurso para uniformização de jurisprudência (art.
503.º CPP), todos com regimes diferenciados.
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29 Classificação dos recursos:

Quanto à posição dos sujeitos: relativamente à posição dos sujeitos, o


recurso pode ser independente ou subordinado. É independente ou
principal, se tem autonomia; é subordinado, se é interposto depois do
independente e tem a sua existência condicionada à este (art. 466.º
CPP).

O condicionalismo do recurso subordinado consiste no seguinte: a) só


depois da interposição do recurso independente é que o sujeito pode
recorrer da parte da decisão que lhe é desfavorável; b) se o
recorrente principal desistir do recurso, o recurso subordinado cessa.
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30 Recurso ordinário
decisões recorríveis e irrecorríveis
Em processo penal, a regra geral é a da recorribilidade. Vigorando
aqui o princípio geral da recorribilidade das decisões.

Segundo este princípio, é permitido recorrer de todas as decisões


judiciais (sentenças, despachos e acórdãos) que não forem excluídas
por lei (art. 460.º CPP).

Excepções (art. 461.º CPP).

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31 Recurso ordinário
Legitimidade:
Têm legitimidade para recorrer (art. 463.º CPP):

▪ O MºPº;

▪ O arguido;

▪ O assistente;

▪ A parte civil;

▪ Os participantes processuais;

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32 Recurso ordinário
Proibição da reformatio in pejus:
A decisão proferida em recurso não pode violar o princípio da
proibição da reformatio in pejus.

Significa que, em caso de interposição de recurso, o tribunal superior


não pode modificar a sanção em prejuízo do arguido, sempre que o
recurso for interposto no seu exclusivo interesse (art. 473.º CPP)

Esta proibição sofre uma excepção (nº 2 do mesmo artigo).

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33 Razão de ser ou fundamentos da
Proibição da reformatio in pejus:
Várias razões são apontadas para justificar a proibição da reformatio
in pejus:

▪ O interesse: se o recurso foi interposto no exclusivo interesse do


arguido, ele não poderá conduzir a um resultado contrário ao seu
interesse;

▪ Razão de equidade: não é justo alterar a decisão em prejuízo do


recorrente, uma vez que, se nada fizesse, a decisão transitaria em
julgado e se manteria nos mesmos termos;

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34 Razão de ser ou fundamentos da
Proibição da reformatio in pejus:
Várias razões são apontadas para justificar a proibição da reformatio
in pejus:

▪ Um estímulo ao recurso: a proibição da reformatio in pejus é uma


forma de encorajar as pessoas a recorrerem, com vista a um
reexame da decisão, contribuindo para uma melhor justiça. Elas
sabem, à partida, que a pena não vai ser agravada.

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35
Modo de subida do recurso:

Quanto ao modo de subida, os recursos podem subir nos próprios


autos ou em separado (art. 469.º CPP).

Sobem nos próprios autos os recursos interpostos das decisões que


ponham termo à causa e os outros que ainda não tenham subido
mas que devam subir com àqueles.

Sobem em separado os recursos que não ponham termo à causa e


devam subir imediatamente.

Por: Francisco Calianguila (Mestrando em Direito Económico e Auditor Jurídico)


36 Modo de subida do recurso:
justificação
se os recursos põem termo à causa não há necessidade de subirem
em separado, de ser organizado um processo só para o recurso: são
remetidos ao tribunal superior os próprios autos (compreendendo o
da decisão impugnada e o do recurso). Se os recursos não põem
termo à causa, para que esta possa continuar a correr, aqueles têm
de subir em separado. Quando o recurso sobe em separado o
processo principal segue a sua marcha normal. É necessário que o
recorrente requeira certidão das peças para a instrução do recurso.

Por: Francisco Calianguila (Mestrando em Direito Económico e Auditor Jurídico)


37 Tempo de subida do recurso:

Sobre o tempo de subida, há recursos que sobem imediatamente e


outros que sobem em diferido, ou melhor, com os que forem
interposto da decisão final e que subam imediatamente.

Subida imediata (vide o nº 1 do art. 470.º CPP).

Subida diferida (nº 3 do artigo acima referido).

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38 Efeitos dos recursos:
Quanto ao efeito dos recursos, ele pode ser suspensivo ou meramente
devolutivo. Sendo suspensivo, pode ser efeito suspensivo do processo
ou suspensivo da decisão recorrida.

Efeito suspensivo do processo significa que o processo não prossegue


a sua marcha. Efeito suspensivo da decisão recorrida significa que o
processo pode prosseguir, ficando a decisão recorrida suspensa.

Efeito meramente devolutivo é a atribuição do poder de conhecer


da decisão impugnada a outro tribunal. É devolutivo porque devolve
o poder para conhecer da decisão a outro tribunal.

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39 Efeitos dos recursos:

Recursos com efeito suspensivo do processo (nº 1 do art. 471.º


CPPP);

Recursos que suspendem a decisão recorrida (nº 2 do art. 471.º


CPP);

Recursos com efeito devolutivo (art. 472.º CPP).

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40 Recurso ordinário
Prazo:
O prazo para interposição do recurso é de 20 dias e conta-se a
partir do momento em que o interessado for notificado da
decisão (nº 3 do art. 475.ºCPP).

Se a decisão for oral, reproduzida em acta, caso o interessado


esteja ou deva considerar-se presente, o prazo conta-se a partir
da data da decisão (nº 4 do art. 475.º CPP).

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41 Recurso ordinário
Interposição:
O recurso é interposto por meio de um requerimento. Mas também
pode sê-lo por simples declaração na acta no caso de recair sobre
decisão proferida em audiência (nºs 1 e 2 do art. 475 CPP).

A motivação ou fundamentação (alegações) deve acompanhar o


requerimento de interposição, sob pena de não admissão deste. Só
não o terá de acompanhar se se tratar de recurso interposto
oralmente, ou seja, por declaração acta, caso em que as alegações
poderão ser apresentadas no prazo de 20 dias a contar da data em
que foi proferida a decisão (nº 5 do art. 575 CPP). É na
fundamentação onde o recorrente especifica os motivos do recurso.

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42 Recurso ordinário
Admissão:
O juiz a quo pode, no seu despacho, admitir ou rejeitar o
recurso e, caso o admita, fixar o efeito e modo de subida do
recurso (art. 479.º CPP).

A decisão que admitir o recurso, fixar o seu efeito e modo de


subida não vincula o tribunal superior competente para julgar o
recurso (nº 4 do citado artigo)

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43 Recurso ordinário
Fundamentos da rejeição:
Podem constituir fundamentos para rejeição do recurso:

➢ Intempestividade;

➢ Irrecorribilidade;

➢ Ilegitimidade do recorrente; e

➢ Falta de fundamentação.

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44 Recurso ordinário
Tramitação subsequente:
▪ Subida do recurso e exame preliminar do relator (art. 482.º e
483.º CPP);

▪ Julgamento do recurso em conferência (art. 486º e ss);

▪ Deliberação do recurso e elaboração do acórdão (art. 492 e


ss).

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45 Recursos extraordinários
generalidades:
Os recursos extraordinários são espécies de recursos que visam
impugnar decisões depois do seu trânsito em julgado.

são extraordinários, o recurso para efeitos de uniformização de


jurisprudência, o recurso de revisão e o recurso de cassação
(art. 503.º CPP).

Estes recursos são interpostos para o tribunal supremos (nº 2 do


citado artigo).

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46 Recurso para uniformização de
jurisprudência

O objecto deste recurso é um acórdão do Tribunal


Supremo ou de um tribunal da relação.

O fundamento do recurso é a existência de conflito


de jurisprudência.

O fim do recurso é evitar a contradição ou oposição


entre acórdãos de tribunais superiores.

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47 Recurso para uniformização de
jurisprudência
Para que haja contradição é necessário (art. 504.º CPP):

❖ Que os acórdãos assentem em soluções opostas;

❖ Que tenham sido proferidos no domínio da mesma legislação;

❖ Que incidam sobre a mesma questão de direito.

❖ O acórdão fundamento há-de ter transitado em julgado e ser anterior


ao acórdão recorrido.

Recorre-se do acórdão proferido em último lugar, com fundamento em a


decisão nele constante ser oposta do acórdão anterior.

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48 Recurso para uniformização de
jurisprudência
Os acórdão consideram-se proferidos no domínio da mesma
legislação sempre que, no intervalo entre a prolação dos acórdão
não ter havido modificação legislativa que interfira na resolução da
questão de direito controvertida (nº 5 do art. 504.º CPP).

A questão de direito há-de ser a mesma.

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49 Recurso para uniformização de jurisprudência
Prazo

O recurso é interposto no prazo de 30 dias a contar do trânsito em


julgado do acórdão proferido em último lugar.

No requerimento de interposição deve o recorrente indicar os


seguintes elementos:

▪ Identificação do acórdão fundamento com o qual o acórdão


recorrido se encontra em oposição;

▪ Justificação da oposição que origina o conflito.

Por: Francisco Calianguila (Mestrando em Direito Económico e Auditor Jurídico)


50 Recurso para uniformização de jurisprudência
Julgamento, publicação e eficácia da
decisão
A decisão que julga o recurso assume a forma de resolução (art.
510.º)

A decisão é publicada na 1ª série do Diário da República (art. 511.º).

A decisão que resolver o conflito tem eficácia no processo em que o


recurso foi interposto e naqueles cuja tramitação tiver sido suspensa a
aguardar a decisão (art. 512.º).

A decisão constitui jurisprudência obrigatória para os tribunais


judiciais.
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51
O recurso de revisão

Este recurso encontra fundamentos e admissibilidade nos termos do


artigo 516.º e seguintes do CPP.

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52
O recurso de cassação

Este recurso encontra fundamentos e admissibilidade nos termos do


artigo 534.º e seguintes do CPP.

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53

Muito obrigado!

Por: Francisco Calianguila (Mestrando em Direito Económico e Auditor Jurídico)

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