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5 i Nae ARACY BE MENT'ALVERNE ou maxt:preciosa pedra (ou um misto de pedra:flor mulher a a nos encantar e nos fazer feltz). Sei que te chamel de pérota, mas isso fol muttissimo pouco pelo amordemais que por ti sinto. Mesmo que eu fosse ao dictondrio tentando infinitesimar minhas palavras em busca de jétas raras para te lowwar fe bem mais que isso merecias; nao apenas um estado tan verdelindo. Por isso também te oferego todo 0 mew Maranhao e sua imensa poesia, todas as nossas histérias tao pareetdas Para que te encantes nesta longa vida ARQUIVO DO ‘que o Deus Poeta te presenteou ‘¢ que retribuis a née todos & com tamanha generosidade. aa... CORAGAO ‘és 0 mais e malor colar @ adornar nao um humano pescoco, mas a alma de um povo poemas com essa fina e doce poesia, que é, em sintese, pétala, pélen, poder e polifonia. ( Pauto Tarso Barros) —— ESTA OBRA FO! PUBLICADA EM HOMENAGEM AOS 84 ANOS DA PROFESSORA E POETA ARACY MIRANDA. DE MONT’ALVERNE. APOIO: CENTRO DE JUVENTUDE CHAGUINHA E ASSOCIACAO AMAPAENSE DE ESCRITORES - APES RA se wc 0 Assessor Especial para a Juventude Randolph Fredevich R. Alves Presidente da Assoviagdo Amapaense de Escritores- APES Paulo Tarso Barros Tage Saeco wanes nee en er ARQUIVO DO CORACA! mmo em TN ARACY DE MONT'ALVERNE POEMAS DEDICATORIA, ‘Aos ius filhoS, elo’ & iémaos’ dedico, com amor, os poemas desde livro APRESENTAGAO Em 1986 a professora Aracy Miranda de MontAivere langou Luzes da Madrugadn, Naquele mesmo ano eu também fzia olangamento dos meus dois primeros livros de poems. Inflizmente, naquea época, no pude conhecé-lapessolmente, mas fiqueiencantado coma su produgdo litera. Depoisde todo esse tempo e deter ebtidoo reconhecimenta dos ltores, a nossa poeta tai uma ver tentareatvar a sua usina de sons ~ um coragdo que & s6 tenure, uma alma que navega entre nés Aisseminando uz, apace, sobretdo, poesi. Alimenta- nos desse néctaretéreo e inconfindivl, transcendental ¢ que parece sobrevver no tempo en espago a acompanhar a tajetoria de cvilzago dos seres humans, no importa fem que Tinguagem se manifése. Para mim, sor poeta se consti num verdadeico ideal de vida Nao rende dino, ‘fo tra fama nem gléria 0s poueos que se destacam slo, ‘a mnioria ds vezs, desconhocios do grande piblico Qualquer jogador de futebol, ator ou antista de midia cletrnica pode, i vezes até dentro da sua motiocridade © da inatilidadede sua ate, ser “mas” importante do que um ‘rande poeta. Mas ndo vamos falar nsso agora. Meu ‘objetivo aqui é apenas dizer algumas palaveas para lowvar 5 ‘6 aparecimento de mais uma obra desta poeta que vent fazendo da sua vida um constante poems, is veres amarz0, mas que ela fiz questi de presenter 2 nos, seus amigos, ‘apenas com a parte boa Por isso isso. empenhou-se tanto para que seu ivr fossepubliado ‘Os poemas aqui reunidos sto frutos de ume sensbldade auténica, de uma pessoa que tem uma visio de mundo que consegue captar imagens posticas de um Tram is vezes aparentemente pueri, mas que suplanta em ‘mito simaginagdoardlosa de alguns poeta tecncistas que insistem em debar de lado 08 verdadeiros sentimentose se ‘cibrenham em criagbes com pouo ou sem nenhum valor Jnumano, Em Festival de Bem-te-vis ela nos diz “E hoje pela vide vou passando/ sempre owvindo, vez por Ctra fur bem-te-vicantondol/ E, em tude © que face vou lembrando/ que existe ainda um bem-te- vi7a me alertar dizendo: Bem-te-ti!” “Acho que voos, Querida Amiga, ¢ esse pissaro bento que, libero des vaidades, das ambigdes materiais supérluse ds fitildades,entoao cmtco de vida, de amo, de meuice e de sonbo a nos alertar sobre o verdadeiro seiido da poesia PAULO TARSO BARROS indice Apresentagao, 5 ‘Aboligao da escravatura, 8 Senzala, 9 Regresso a Colares, 10 Rosas, 12 Espera, 13 Ponto final, 14 Mare Sol, 16 ‘Alvorada, 17 Um amor impossivel, 18 Reencontro, 19 Inverno, 20 Destinos, 22 Festival de bem-te-vis, 23 utono e primavera, 25 Inetrogagae, 26 Conlissio, 27 Marjorie, 28 Queixume da tera, 29 Moleque de recado, 30 Presentes de aniversrio, 31 © tempo, 32 Saudade, 33 ( livia da saudade, 34 ‘A palma da vitoria, 36 Indio brasileiro, 37, ( passarinho azul 38 Informages sobre a autora,39 [ABOLICAO DA ESCRAVATURA (0s anos passaram lentamente «e deixaram as lides do trabalho, as lutas ¢ conquistas fno pais de Santa Cruz Da forca hercilea do brago do negro (que trouxe do seu pais tanta beleza, {do seu cantar tristonho e conformado, formou-se o aliceree da riqueza. Hoje nfo mais existe {vor autoritria do Sinhd, LLembrangas ficaram na pena de ouro, na sensualidade da Nega Fuld, nna doce meiguice da escrava isaura, na pureza da escrava Anasticia marcando no tempo seu rasto de luz. Justica divina chegou pressurosa, escutou 0 lamento que o tempo levou: Nao choram inocentes, nao ha cativeiro, a vor do poeta do Navio Negreiro ficou no espago e Deus escutou. Findaram os castgos do tude feitor, 0 sino do amor bate mais forte em cada coracdo, a liberdade em forma de flor ‘que desabrochou erm manha de luz ferecebeu o nome sublime de Abolisio. SENZALA Que vozes estranhas {que estranhos cantares, ‘antiga dolentes mostrando softer! $80 maos que trabalham, sto bragos que lutam eno tem abracos na rude labuta para oferecer! Que estranhos gemidos, suspiros profundos ddemenstram pesares {que inspiram saudades de longe, de alguém, (Qu mesmo um sora {que ficou distante através dos mares de alem.... muito além, Que vozes estranhas, ‘que estranhos solugos na escura senzala! £ a voz do chicote, do acoite cruel, ‘marcando na pele de ébano puro ‘© sulco protundo no escrave fel, {que estampa no rasto, seteno e solrido, a marca da ligrima {que ha muito secou! Enno olhar voltado para a imensidao espera a certeza que o céu confirmou aurora feliz da libertasio! | @ REGRESSO A COLARES ga rei Lor, Nar Zi) DDepois dle tantos anos regressel ao meu torrio natal! Quanta emocio senti, quanta alegria fe que felicidade ao abracar pessoas queridas fdo meu tempo de menina fe que ainda hoje ‘estio nessa tera linda, ‘cuja imagem trago mo corac30 fer livo da saudade! ‘As mesmas 1a, {as praia tao bonita, 1 igre linda da Virgem do Rosirio, ‘mais sublime ainda ra sua simplicidade! 14 a0 Tonge o farolaltaneiro, sentinela dos rachedos, Advertinda o incauto navegante ppara 26 largo seguir & mais dstante! ‘A saudade me arrstou de outros lugares ppara abragar minha terra, meus irmBos; para cantar novamente, em notes de lua, has serenatas, ao som do viollo; ‘soir, dancar, nadar no rio, brrinear com as ondas has praias majestosa: tenfettar meus cabelos 10 ‘com as flores agrestes das campinas andar com o sol batendo no meu roso. E, ao sol poente, fem frente igreja, junto ao pavilhao, agradecer ao Criador em oragao fo ensejo de ser feliz outra ver pisando em minha tera ‘com. 05 olhos marejados de lagrimas repleas de emogao. " ESPERA ROSAS aan san) ‘Nos momentos de saudade ‘Nos labirintos dos caminhos desta via sempre ouo tua voz surge, em cada um de n6s, ame dizer “espera, tum mundo de surpresas deixa 0 tempo passat, corer, formando ninhos onde se acumolam ois este amor ndo mote Sonlos, belezas, perfumes, Hlores E innito! ~e também istezas,alegrias, desenganos! Existe hi muito tempo, Strgem rosas nos canteros lridos, embora nfo nos encontremos Pee epics ds Bia wo x! muita vezes nos caminhos da vida Sao as mats belas na cot, no aroma, spera! Um dia ha de chegar 0 noso dla, ta forma das cools, Entio ele vir repleto de aleras 10 vio eno esplenor! Raios de Sol cissiparao as sombras! IMisica sublime sara dento de ns ea ger date” como clrinsanunclando a aurora! alegra e amor Esperal Pois ness dia Seus nomes vatiam muito em raridade: seremos como pissatos, Sho as que desabrocham Todo 0 Ano, livres para vou, -Meninas, Monte Cristo, Porcelan, livres para amar” rosas braneas,vermelhas, amarlas. Porém, a que mais eneita a minha vida, Porém, a espera trazenndome paz, alegriae elicdade, também cansae desespera temo mais belo nome E assim, no permitas chama-se Rosanna! aque a longa ausencia rmaltrate meu coragio, dando ensejo mais forte a soli 12 13

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