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Índice
CAPITULO I.......................................................................................................................3
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
1.1. Delimitação do tema.............................................................................................4
1.2. Relevância do Estudo...........................................................................................4
1.2.1. Relevância social..............................................................................................5
1.2.2. Relevância científica........................................................................................5
1.3. Problematização.......................................................................................................5
1.4. Objectivos............................................................................................................6
1.4.1. Objectivo Geral................................................................................................6
1.4.2. Objectivos específicos..................................................................................6
2. MARCO TEÓRICO.....................................................................................................8
2.1. Radical.................................................................................................................8
2.1.1. Os radicais gregos e latinos em português...................................................8
2.2. Processo de formação de palavras........................................................................9
2.2.1. Derivação....................................................................................................10
2.3. Outros processos de derivação...........................................................................13
2.4. Composição........................................................................................................14
2.5. Distinção das palavras derivadas e compostas....................................................16
2.6. O Processo de Ensino e Aprendizagem de Palavras derivadas e Compostas......16
CAPITULO III...................................................................................................................17
3. METODOLOGIA DE TRABALHO..........................................................................17
3.1. Pesquisa bibliográfica........................................................................................17
3.2. Estudo de campo................................................................................................17
3.3. Observação directa.............................................................................................17
3.4. Técnica de Entrevista.........................................................................................18
3.5. População em estudo..........................................................................................18
3.6. Processo de Amostragem...................................................................................19
3.6.1. Tamanho da Amostra.....................................................................................19
CAPITULO IV..................................................................................................................20
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS..............................................20
2

4.2 Resultados da entrevista feita aos Professores da Língua Portuguesa.................20


4.3. Resultados do inquérito feita aos alunos da 9ª classe.........................................22
4.4. Informação da Direcção da Escola e dos Professores.....................................24
CAPITULO V....................................................................................................................25
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..........................................................................25
5.1. Estratégias no PEA de formação das palavras...................................................25
CAPITULO VI..................................................................................................................26
6. CONCLUSÃO E SUGESTÕES.................................................................................26
6.1. Conclusão...........................................................................................................26
6.2. Sugestões............................................................................................................27
7. Referências Bibliográficas.........................................................................................28
3

CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO

O trabalho em destaque tem com o tema “Dificuldades de Distinção das Palavras


Derivadas e Compostas, nas palavras da língua portuguesa por parte dos alunos da
9ª Classe na Escola Secundária 25 de Setembro em Marromeu de 20017 à 2018”.
Com este trabalho pretendemos ilustrar onde residem as dificuldades e como
minimizá-las no Processo de Ensino – Aprendizagem, por parte dos alunos e
professores.

Neste trabalho destacamos os dois processos  gerais de formação dos vocábulos em


português: a derivação e a composição. Nesse processo examinamos os tipos de
derivação, apontando a necessidade de se recorrer ao estudo diacrónico – o
levantamento histórico do vocabulário – para elucidar certas ocorrências. No que se
refere à composição, a formação das palavras compostas caracteriza-se por
apresentar uma estrutura sintáctica, analisando minuciosamente a flexão de número
dos compostos, que em muitas vezes estão em desacordo com as regras
estabelecidas. É bom lembrar, que o vocabulário de uma língua varia à medida que
mudam os costumes e atitudes, a tecnologia, as ciências e as artes. Para nomear
objectos ou expressar ideias novas, a expressão mais simples é formar palavras.
Isto, porém, não significa que seja necessário inventar sempre vocábulos
completamente diferentes dos que já existem, ou seja, depende  da necessidade de
nomearmos novos objectos com palavras que já têm  uma origem.

O presente trabalho científico está dividido em seis (6) capítulos, onde no primeiro
consta a presente introdução que comporta igualmente a delimitação do tema,
justificativa da escolha do tema, objectivos gerais e específicos, problematização,
hipóteses e enquadramento do tema no âmbito dos programas de ensino. O segundo
capítulo aborda assuntos relacionados com o marco teórico. O terceiro capítulo
aborda os procedimentos metodológicos. O quarto capítulo está reservado a
apresentação e análise dos resultados. No quinto capítulo faz-se a discussão dos
resultados apresentados no capítulo quatro. Finalmente no capítulo seis estão
contidas as conclusões e sugestões.
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1.1. Delimitação do tema


A pesquisa teve como tema, “Dificuldades de Distinção das Palavras Derivadas e
Compostas da Língua Português”, caso da Escola Secundária 25 de Setembro em
Marromeu, este conteúdo é introduzido na oitava classe, na Unidade Temática X:
Textos Literários na página 155 e é repetido na 9ª Classe, na Unidade Temática V:
Textos Literários, página 57, no segundo trimestre.
Segundo LAKATOS e MARCONI (1992:102), “o processo de delimitação do tema
só é dado por terminado quando se faz a determinação espacial e temporal do
mesmo”. Assim, o presente trabalho tem referência temporal entre os anos 2017 à
2018. Quanto ao espaço, o trabalho do campo foi efectuado na Província de Sofala,
no Distrito de Marromeu, Posto Administrativo de Chupanga, na Localidade de
Nensa, concretamente no Bairro 25 de Setembro em Nhansaua, na Escola
Secundária 25 de Setembro com o grupo alvo alunos da 9ª Classe.

1.2. Relevância do Estudo


Dificuldade de Distinção das Palavras Derivadas e Compostas, por parte dos alunos
da 9ª Classe na ESG1 25 de Setembro, atesta a necessidade de aprofundar a
temática do Ensino e aprendizagem de palavras derivadas e compostas para
compreender os conteúdos neles leccionados, de modo que os alunos saibam a
distinção entre palavras derivadas e palavras compostas da língua portuguesa. Este
tema é objecto de estudo da inspiração, onde identificou-se aquando da assistência
de aulas de língua Portuguesa 9ª classe, no período diurno, programada pela
Escola. Portanto, ao identificar-se o problema criou certa indignação a qual
culminou com a inspiração, para fazer o estudo, a fim de identificar as causas do
Problema da Distinção das Palavras Derivadas e Compostas, nas Palavras da
Língua Portuguesa.

Este estudo poderá incentivar aos alunos a formar novas palavras a partir das
palavras primitivas e/ou radicais, motivando-os ainda a revisitar bibliotecas
constantemente.

Esta pesquisa ainda é pertinente para os supervisores escolares, gestores


pedagógicos e professores, visto que, pode contribuir na reflexão e compreensão
das reais causas de não distinguir as palavras derivadas e compostas, por outro
5

lado, lança propostas de práticas de acções educativas adequadas para a


leccionação do PEA de palavras derivadas e compostas da Língua Portuguesa.

1.2.1. Relevância social


Sob ponto de vista Social, as dificuldades de distinção das palavras derivadas e
compostas por parte dos alunos tem afectado à sociedade na formação de novas
palavras, consequentemente o não saber escrever correctamente que é uma
inquietação para sociedade, daí que seja relevante o estudo para ajudar a mesma
sociedade a descobrir as causas e a vencê-las. O domínio na Distinção das Palavras
Derivadas e Compostas é um dos aspectos que contribui para a formação de novas
palavras. Por outro lado, para nomear objectos ou expressar ideias novas, a
expressão mais simples é formar palavras.

E do ponto de vista pessoal, a presente pesquisa converge com a profissão docente


e futuro professor. Deste modo, o autor espera desenvolver uma capacidade e
habilidade de domínio de distinção das palavras derivadas e compostas, assim
adquirir-se-á uma análise crítica-construtiva para o desenvolvimento do país e do
Distrito em particular.

1.2.2. Relevância científica


Sob ponto de vista científico, a distinção das palavras derivadas e compostas e/ou a
formação de palavras e o seu significado facilita na classificação morfológica, por
outro lado ao longo dos tempos, tem sido objecto de estudo e de reflexão de muitos
gramáticos, visto que o objectivo especifico da morfologia consiste no
conhecimento das palavras. Com este trabalho, o autor pretende dar o seu
contributo para inverter o cenário de não distinguir as palavras derivadas e
compostas da Língua Portuguesa por parte dos alunos da 9ª Classe na ESG1 25 de
Setembro em Marromeu.

1.3. Problematização
Sabe-se que a derivação é um processo de formação de novas palavras a partir de
acréscimo de afixos (prefixos e sufixos) à palavra primitiva, enquanto palavras
compostas são as que resultam da união de dois ou mais radicais ou palavras.
Sendo assim, a formação de novas palavras é uma das aprendizagens meramente
importante em todos Ciclos do Ensino Secundário.
6

MINZO e JÚNIOR (2009:57) definem as palavras compostas como sendo as que


resultam da união de dois ou mais radicais ou duas ou mais palavras. Estas palavras
exprimem um único conceito ou ideia, geralmente diferente do expresso pelos
radicais/palavras que compõem de modo isolado.

Na Escola Secundária 25 de Setembro, alunos da 9ª Classe na disciplina de


português enfrentam esse problema devido a mudanças constante de professores,
alguns deles não formados na disciplina, aliás há casos de professores de Francês e
de Física a leccionar a disciplina de português. Por outro lado, a escola funciona
sem biblioteca desde a sua implantação em 2009, o que impossibilita os alunos a
investigar, de modo a incentivar o gosto pela leitura. Assim, a pesquisa foi
orientada pela seguinte questão norteadora:

Quais são as causas das Dificuldades de Distinção das Palavras Derivadas e


Compostas da Língua Portuguesa por parte dos alunos da 9ª Classe na Escola
Secundária 25 de Setembro em Marromeu?

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo Geral


 Estudar as reais causas das dificuldades de distinção das palavras derivada e
compostas da língua portuguesa dos alunos da 9ª Classe na escola
Secundária 25 de Setembro - Marromeu.

1.4.2. Objectivos específicos


 Identificar as causas das dificuldades de distinção das palavras derivadas e
compostas da língua portuguesa dos alunos da 9ª Classe na Escola
Secundária 25 de Setembro;
 Descrever as causas das dificuldades de distinção das palavras derivadas e
palavras compostas da língua portuguesa;
 Analisar as percepções que os professores e alunos da 9ª Classe da Escola
Secundária 25 de Setembro têm sobre as dificuldades de aprendizagem das
palavras derivadas e palavras compostas da língua portuguesa;
 Sugerir medidas e acções estratégicas ao longo prazo para a superação
destas dificuldades e prevenir as causas do baixo aproveitamento escolar
dos alunos da Escola Secundária 25 de Setembro.
7
8

CAPITULO II

2. MARCO TEÓRICO
2.1. Radical

Inicialmente observamos alguns conceitos sobre radical, palavras derivadas,


simples e compostas.

O radical é um elemento que fornece significado básico da palavra; a ele são


acrescentados outros elementos. Exemplo: pedr + a = Pedra, pedr + eiro =
Pedreiro

ESPINHA e FONSECA (2011) afirmam que radical é a forma de base de uma


palavra1 que contém significado, a que se acrescentam prefixos e/ou sufixos para
formar novas palavras da mesma família.

2.1.1. Os radicais gregos e latinos em português

Vejamos, então, o comportamento dos principais radicais de origem grega e latina


em português, baseados, em primeiro lugar, na listagem encontrada nas principais
gramáticas brasileiras: CUNHA (1975), CUNHA & CINTRA (1985), LUFT
(1979) e BECHARA (2000). Nessas obras, não se diferencia a composição
vernácula da neoclássica, mas surpreende a quantidade de “radicais eruditos
frequentemente utilizados na formação de compostos” CUNHA, (1975: 143): bi-
(bisavô, bissexual); mini- (minissaia, minidicionário); multi- (multissecular,); pluri-
(pluricêntrico, pluricelular); vice- (vice-presidente, vice-diretor); micro-
(microcomputador, microcosmo); poli- (poligamia).

CUNHA e CINTRA (1996: 113) afirmam que alguns radicais latinos e gregos
adquiriram um sentido especial nas línguas modernas, assumindo o sentido global
dos vocábulos de que anteriormente eram elementos componentes. Estes dois
autores atribuem a estes componentes o nome de pseudoprefixos ou prefixóides.
Como exemplos podemos considerar os seguintes: <agro-> (“agricultura”), <eco->
(“ecoponto”), <foto-> (“fotobiografia”), ou <petro-> (petróleo).

1
Pinto (1989) define palavra como sendo a unidade lexical que encerra a união de um conceito a
uma imagem acústica ou gráfica (signo linguístico). Quando não existem morfemas numa palavra,
o lexema equivale à palavra.
9

Palavras primitivas – palavras que não são formadas a partir de outras. Exemplo:
pedra, casa, paz, etc.

PINTO (1989:138) define palavra primitiva como sendo aquela que dá origem às
outras todas da mesma família.

Palavras derivadas – palavras que são formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).

PEREIRA (2017:155) afirma que a derivação consiste na formação de palavras a


partir de uma palavra primitiva, à qual se acrescenta um elemento no início e/ou no
fim.

Para CUNHA & CINTRA, (1992:104) em relação às palavras derivadas que


referimos, estas resultam sempre de um acréscimo de afixos a uma determinada
base ou radical e a palavra que se forma aumenta a primitiva. Existe, no entanto,
um processo de criação vocabular contrário a este a que se dá o nome de derivação
regressiva, “que consiste na redução da palavra derivante por uma falsa análise da
estrutura”.

Palavras simples – são aquelas que possuem apenas um radical. Exemplo: cidade,
casa, pedra.

Palavras compostas - são palavras que apresentam dois ou mais radicais.


Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo. As palavras compostas podem ou não ter
seus elementos ligados por hífen.

2.2. Processo de formação de palavras

A formação de palavras e o seu significado, ao longo dos tempos, tem sido objecto
de estudo e de reflexão de muitos gramáticos. De acordo com esta afirmação,
REBELO & OSÓRIO (1980: 1) referem o seguinte:

As reflexões sobre o significado das palavras têm permeado as


obras de inúmeros estudiosos desde a controvérsia grega entre
convencionalistas e naturalistas até aos nossos dias, com as
diferentes correntes teóricas que tentam dar conta da estruturação
10

da linguagem. Estas discussões deram origem, ao longo do tempo, a


uma disciplina de implicações tão abrangentes como é a semântica.

Relativamente ao assunto em estudo, a formação de palavras, e começando com a


linha de pensamento de MATEUS et al., (1990:413):
“O objectivo específico da morfologia consiste no conhecimento das palavras,
enquanto unidades de análise linguística, dos seus elementos constituintes e das
relações existentes entre os constituintes da palavra, ou seja, da sua estrutura
interna, bem como das relações existentes entre as palavras.”
Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras:
derivação e composição.

Sobre o nosso tema, a formação de palavras, CUNHA & CINTRA (1992:85) citado
por DUBOIS (1973): “Chama-se formação de palavras o conjunto de processos
morfossintácticos que permitem a criação de unidades novas com base em
morfemas lexicais. Utilizam-se assim, para formar as palavras, os afixos de
derivação ou os procedimentos de composição”.

Como diz MATEUS et al. (1990:414), “a formação de palavras não esgota, no


entanto, os recursos para a introdução de novas palavras no léxico de uma língua,
que podem ser inventadas (…) ou podem resultar várias alterações sobre palavras
existentes”.

Afixos são elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras.
Os afixos podem ser: Prefixos2 ou sufixos3.

2.2.1. Derivação

Como dissemos anteriormente que, a derivação é o processo pelo qual palavras


novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas).
Existem três processos de derivação:

Derivação por prefixação (ou prefixal) – acrescenta-se um elemento no início da


palavra primitiva, o prefixo. Como mostra a tabela abaixo:

2
Quando colocado antes do radical, por exemplo nas palavras inviável e ilegal.
3
Quando colocado depois do radical, por exemplo na palavra pedrada.
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Tabela 1: Palavras derivadas por sufixação

Prefixo Palavra primitiva Palavra derivada por prefixação


Des- Fazer Desfazer
Des- Ligar Desligar
Re- Ler Reler
Pre- Ver Prever
Ante- Braço Antebraço
In- Justiça Injustiça
Re- Fazer Refazer

Derivação por sufixação (ou sufixal) – acrescenta-se um elemento no fim da


palavra primitiva, o sufixo. Como mostra a tabela abaixo:

Tabela 2: Palavras derivadas por sufixação

Palavra primitiva Sufixo Palavra derivada por sufixação


Civil -izar Civilizar
Flor -ecer Florescer
Agua -ceiros Aguaceiros
Alegre -mente Alegremente
Flor -eira Floreira
Feliz -mente Felizmente

Radical Sufixo Palavra derivada por sufixação


Content- -ar Contentar
Pedr- -eiro Pedreiro
Livr- -aria Livraria

Segundo Pinto et.al (1989:146), os sufixos podem ser:


 Sufixos nominais4;
 Sufixos verbais5;
 Sufixos adverbiais6.

Explicação do significado de alguns sufixos na super Gramática, DINIS e


FERREIRA (2011): Observa o quadro e verifica o significado dos sufixos
assinalados.

Tabela 3: Significados dos sufixos

Sufixo Significado Exemplos


-dade; Estado ou qualidade Crueldade (qualidade do que é
4
Servem para formar substantivos ou adjectivos, como por exemplo, Lavrador, legal, sofrível.
5
Servem para formar verbos, como por exemplo, amanhecer, saltitar, folhear.
6
Servem para formar advérbios de modo, como as palavras, lindamente, alegremente.
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-eza cruel), firmeza.


-mento; -agem Acção ou resultado dela Casamento (acção de casar),
lavagem (acção de lavar).
-eiro; -ista Profissão/ocupação Ferreiro; Jornalista.
-or Agente, instrumento da acção Jogador, aspirador
-ês; -ense; -ano Naturalidade Português, madeirense;
Moçambicano
-al; -ada Colecção Pinhal; passarada
-ao; -zarrão Aumentativo Portão, homenzarrão
-inho; -ico; -ito Diminutivo Rapazinho; burrinho; gatito

Derivação por prefixação e sufixação (ou prefixal e sufixal) – acrescenta-se um


prefixo e um sufixo à palavra primitiva. Como ilustra a tabela abaixo:

Tabela 4: Palavras derivadas por prefixação e sufixação

Prefixo Palavra primitiva Sufixo Derivação prefixal e sufixal


In- Feliz -mente Infelizmente
In- Explicar -vel Inexplicável
In- Consciente -mente Inconscientemente
In- Exprimir -vel Inexprimível

Sobre a afixação, MATEUS et al. (2003:941) expõem que esta é normalmente


descrita com base nas propriedades que caracterizam os afixos envolvidos, tendo
em atenção a posição que estes ocupam na estrutura morfológica do português.
Desta forma, temos afixos disponíveis que são: os prefixos que se colocam na
periferia esquerda da forma da base e os sufixos quando se encontram à direita da
base. Esta distinção não é a ideal para a análise morfológica, pois não permite a
identificação dos afixos que ocupam a posição de constituinte temático, nem
daqueles que ocupam as posições de flexão morfológica. Referindo CUNHA &
CINTRA (1992:8), estes autores acrescentam que os prefixos são mais
independentes do que os sufixos, pois normalmente provêm de advérbios ou de
preposições que tiveram ou têm uma vida autónoma.

Perante a derivação afixal, CORREIA & LEMOS (2009:24) referem que este é um
método tipicamente binário, onde cada processo derivacional intervém de cada vez
numa base ou num radical derivacional e num afixo. Desta forma, as palavras que
possuem mais do que um afixo derivacional, com excepção dos derivados
parassintéticos, surgem não de um, mas de vários processos derivacionais.
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2.3. Outros processos de derivação

A Língua Portuguesa possui outros mecanismos de derivação de palavras que não


envolvem a utilização de afixos (morfemas derivativos), como:

Derivação parassintética (ou parassíntese): Processo de derivação pelo qual é


acrescido um prefixo e sufixo simultaneamente ao radical. Exemplos:

Tabela 5: Derivação parassintética

Prefixo Radical Sufixo Derivação parassintetica


A- - noit- -ecer Anoitecer
Per- -noit -ar Pernoitar
En- -trist- -ecer Entristecer
En- -tard- -ecer Entardecer

Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por
parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessário que o prefixo e o sufixo
juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o
prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi
formada por derivação parassíntética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo
com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal
e sufixal.

Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por redução da palavra primitiva.


Ocorre, sobretudo, na formação de substantivos derivados de verbos. Convém notar
que todo substantivo formado por derivação regressiva termina em A, E ou O e
indica uma acção. Exemplo: Ninguém justificou o atraso (do verbo atrasar). O
debate levou muito tempo (do verbo debater).

Derivação imprópria7: a palavra nova (derivada) é obtida pela mudança de


categoria gramatical da palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma,
mas tão-somente na classe gramatical. Exemplos: Jantar (substantivo) deriva de
jantar (verbo); Mulher aranha (o adjectivo aranha deriva do substantivo aranha);
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva da conjunção
porque).

2.4. Composição
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Os linguistas modernos denominam por conversão, habilitação ou hipótese.
14

Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais para formar nova
palavra. Há dois tipos de composição: justaposição e aglutinação.

MINZO e JÚNIOR (2017:57) definem palavras compostas como sendo as que


resultam da união de dois radicais ou duas ou mais palavras. Estas palavras
exprimem um único conceito ou ideia, geralmente diferente do expresso pelos
radicais/ palavras que a compõem de modo isolado.

Justaposição – quando não há alteração nas palavras e continua a ser faladas


(escritas) da mesma forma como era antes da composição. Ex: amor-perfeito
(amor+perfeito); azul-castanho (azul+castanho); cana-de-açúcar (cana+de+açúcar);
Luso-brasileiro (luso+brasileiro); matéria-prima (matéria+prima); mão-de-obra
(mão+de+obra); guarda-chuva (guarda+chuva); guarda-redes (guarda+redes); pés-
de-cabra (pés+de+cobra); sexta-feira (sexta+feira); chapéu-de-chuva
(chapéu+de+chuva).

FLORIDO e SILVA (1989:78) definem palavra composta por justaposição como


sendo vocábulo formado de duas palavras que se uniram conservando cada uma
delas a sua forma.

Em consonância com o novo acordo ortográfico (1990) que veio simplificar e


reformular as regras do uso do hífen, as gramáticas deveriam desenvolver mais esta
regra, na formação de palavras por composição. Desta forma, o novo acordo
ortográfico determinou que o hífen fosse retirado em certas palavras compostas por
dois elementos e nalgumas situações: “Quando o prefixo ou falso prefixo termina
em vogal e o segundo elemento começa por <-r->, duplica-se a consoante”
PACHECO (2012: 41). Em diante Pacheco frisa que, o falso prefixo é o elemento
não autónomo que acaba por funcionar como prefixo. Por sua vez, o prefixo é o
elemento que vem antes de uma palavra. Há ainda supressão do hífen “quando o
prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por s,
duplica-se a consoante” PACHECO (2012: 42). Exemplo: girassol (gira+sol).

Aglutinação – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia
ou na pronúncia. Ex: planalto (plano+alto); Monsanto (monte+santo); vinagre
(vinho+agre); passaporte (passa+porte); Aguardente (água + ardente); pernalta
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(perna + alta); embora (em+boa+hora); vinagre (vinho+acre); floricultura


(flor+cultura).

Segundo FLORIDO e SILVA (1989:77) palavra composta por aglutinação é um


vocábulo formado de duas palavras que se uniram de modo a formar uma só,
aparecendo mais ou menos profundamente alteradas na sua forma.

CORREIA & LEMOS (2009:26) referem que:

“A composição é um processo menos previsível dado que: número de


unidades que podem estar na base de compostos é praticamente ilimitado;
quando se fala de composição sintagmática, é impossível prever quais os
sintagmas que se lexicalizarão, dado que, basicamente, esse processo é
condicionado por factores extra-linguísticos; os elementos intervenientes
na composição são portadores de significado lexical e podem ser
classificados como pertencentes a uma classe maior de palavras
(substantivo, adjectivo, verbo, advérbio)”.

Já CUNHA & CINTRA (1992:106) têm uma visão um pouco diferente sobre a
palavra composta. Para estes dois autores, esta representa sempre uma ideia única,
autónoma e por vezes dissociada das noções expressas pelos seus componentes.
Estes dois autores referem que existem elementos de uma palavra composta que
podem estar justapostos, conservando cada um a sua imparcialidade. Por vezes, há
palavras em que elementos que as formam estão nalgumas ocasiões unidos de tal
forma que a ideia de composição quase se perde, por se encontrarem subordinados
a um único acento tónico, perdendo a sua integridade silábica. É considerada a
composição perfeita.

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para
formação de palavras, como:

Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de línguas diferentes.


Exemplos: Automóvel (auto: grego; móvel: latim); Sociologia (socio: latim; logia:
grego); Sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).

Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau);


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Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão


(metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)

Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma sequência de palavras.


(Academia Brasileira de Letras - ABL); (Pequenas e Médias Empresas - PME).

Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para


palavras que adquirem um novo significado.

2.5. Distinção das palavras derivadas e compostas

As palavras derivadas diferem-se das palavras compostas pelo facto destas consistir
na formação de palavras a partir de acrescentamento de afixos (prefixo/sufixo) à
palavra primitiva, enquanto as palavras compostas resultam da união ou junção de
dois radicais ou duas ou mais palavras, geralmente com sentido diferente que a
compõem de modo isolado.

Ainda sobre a derivação e a composição de palavras há que fazer uma distinção


entre estes dois processos, a derivação e a composição. A derivação tem uma
unidade de significado lexical, à qual se junta um ou dois afixos, como
mencionámos anteriormente, para formar uma nova unidade lexical. Já na
composição existem pelo menos duas unidades de significado lexical autónomas ou
não-autónomas, existentes na língua, que se unem para dar origem a uma nova
unidade lexical.

2.6. O Processo de Ensino e Aprendizagem de Palavras derivadas e


Compostas

Em todas as línguas há a possibilidade e meios para se formarem palavras e o


português também não é excepção. Uma das particularidades da linguagem humana
é exactamente a capacidade “de todas as línguas possuírem mecanismos capazes de
gerar novas palavras” CORREIA & LEMOS (2009: 24). Para realizar esta tarefa
parte-se de elementos existentes, de acordo com regras que os falantes dominam,
de forma a se obter novos itens cuja estrutura morfológica seja aceitável e o seu
significado seja coeso com essa estrutura.
17

CAPITULO III
3. METODOLOGIA DE TRABALHO

Para a efectivação deste trabalho usou-se os seguintes métodos:

3.1. Pesquisa bibliográfica


Segundo LAKATOS (1991:sp) abrange toda literatura já tornada pública em
relação ao tema em estudo. Este método consistiu na revisão de literatura sobre os
assuntos que foram abordados no trabalho através de livros, artigos, teses,
dissertações e sites, que permitiu desenvolver uma pesquisa direccionada
atendendo os objectivos propostos.

3.2. Estudo de campo


O pesquisador assistiu duas aulas de português 9ª Classe, de modo a inteirar-se
melhor da situação, depois fez-se inquérito aos 30 alunos da 9ª Classe, destes 20
rapazes e 10 raparigas, e dois professores que lecciona a língua portuguesa. O
inquérito foi constituído por perguntas de múltipla-escolhas e abertas sobre a
matéria que permitiu orientá-los, sucedida por uma análise dos dados recolhidos
duma forma crítica. Foram analisados também dados de outras fontes.

3.3. Observação directa


Segundo LAKATOS (1991:sp) este método é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utilizar na obtenção de determinados aspectos da
realidade. Assim, o método permitiu assistir uma aula da Língua Portuguesa na
Escola Secundária 25 de Setembro – Marromeu, programada pela Escola.

Relatando como foi à visualização, sem que, a principio, as ideias interpretativas


dos observadores sejam tomadas, segundo GIL (2007:48).

Método Analítico: com base nas informações no terreno, foi realizado o estudo das
inter-relações dos dados e o seu tratamento.
Método Comparativo: Segundo o relato de FERREIRA (1998:sp), pesquisa os
factos desde a sua origem ou génese, permite comparar o conhecimento científico
dos factos olhando-os desde as etapas anteriores e seu desenvolvimento com as
características actuais. Este método foi usado para comparação de palavras
18

derivadas e compostas, para melhor compreender a diferença entre elas de modo a


facilitar a distinguir a sua distinção e seu respectivo uso na escrita e na leitura.

3.4. Técnica de Entrevista

Segundo o entender de MARCONI e LAKATOS (2002:18) “a entrevista é uma


conversa feita cara à cara de uma forma metódica, ela oferece a possibilidade de ter
a informação necessária verbalmente”.

Esta técnica ajudou-me bastante na recolha de dados dos interlocutores


seleccionados. Neste caso, os interlocutores seleccionados foram: A Directora-
Adjunta Pedagógica, Professores que leccionam a disciplina de Português e alunos
da escola em estudo para obtenção de informações capazes de responder o
propósito da pesquisa. Para a concretização desta técnica, a colheita de dados
foram entrevistados três professores e a Direcção da Escola.

3.5. População em estudo

De acordo com o Censo de 2017 8, o Distrito tem 156 349 habitantes numa área de
5 871 km², e a Localidade de Nensa, onde se localiza a escola em estudo, tem 36
464 habitantes. Em relação ao género, 17 563 habitantes que corresponde a 48,1%
da população é masculina e a população feminina situa-se na ordem dos 51,8% na
Localidade. Em Nhansaua, predomina o grupo étnico Sena, os nativos e uma parte
proveniente de Caia, para além de Chuabos que vem de Distritos da Zambézia
(Mopeia, Chinde e novo Distrito de Luabo), e tantos outros povos que vem a
Marromeu a procura de emprego na Açucareira de Sena.

A população do estudo foi a 9ª Classe da Escola Secundária 25 de Setembro –


Marromeu, no universo de 142 alunos matriculados no ano lectivo de 2018, destes
38 do sexo feminino, correspondente a 26.7%.

Tabela 6: Comparação dos Efectivos Escolares 2017 e 2018

Classe No de Levantamento No de Levantamento 3/3- Crescimento


Turma 3/3- Ano 2017 Turm Ano 2018
H M HM a H M HM
8ª 3 130 46 176 3 149 64 213 + 37
9ª 2 61 36 97 2 104 38 142 +45

8
Instituto Nacional de Estatística, dados do Censo de 2017.
19

10ª 2 73 28 101 2 63 34 97 -4
Total 7 264 110 374 7 316 136 452 + 78
Fonte: Autor 2018

3.6. Processo de Amostragem


Segundo, MARCONI e LAKATOS (2002:38) definem amostragem como
simplesmente o processo pelo qual se obtém informação sobre um todo
(população), examinando-se uma parte do mesmo (amostra).

Segundo LAKATOS (2003:162) a amostra é uma parcela convenientemente


selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.

3.6.1. Tamanho da Amostra


Como já se foi dito, quando se realiza um estudo quase nunca é possível examinar
todos os elementos da população em que se está interessado, por motivos
financeiros, ou por limite de tempo, ou restrição na locomoção para registo de
dados, mas pode-se trabalhar com o que é acessível, ou seja, com uma parte da
população, devendo apresentar a maioria das característas da mesma população. O
pesquisador só trabalhou com um pequeno grupo de indivíduos retirados da
população, designado por amostra. Sendo assim, a pesquisador na pesquisa
trabalhou com 30 alunos destes, 10 mulheres, correspondente a 21,12% do
universo de 142 alunos da 9ª Classe (2017/2018) distribuídos em duas turmas,
Director da escola, Directora-Adjunto Pedagógica e Professores que leccionam a
língua portuguesa.

3.7. Técnicas de recolha de dados: Inquérito

O inquérito por questionário é uma técnica de recolha de dados mais simples e


acessível. Utiliza-se para conhecer as atitudes, opiniões, as preferências ou os
comportamentos e quem questiona pretende entender e estudar.

Com esta técnica elaborou-se dois inquéritos, um para os professores e outro para
os alunos, com vista entender as dificuldades de distinção das palavras derivadas e
palavras compostas
20

CAPITULO IV
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1 Localização Geográfica da Área em Estudo

A localidade de Nensa localiza-se ao norte de Cheringoma, Sul do Rio Zambeze,


Este Posto Administrativo de Chupanga e ao Oeste Vila - Sede de Marromeu. A
sua superfície é de 50km2, sendo de Nensa à Chupanga 22 km e de Nensa à vila -
Sede 28km. A sua densidade populacional é de 27900 habitantes por km2.

A Escola dista à 13 km da Vila - Sede de Marromeu, situado ao longo do rio


Zambeze fazendo limite ao Sul com Distrito de Cheringoma, a Norte pelo rio
Zambeze, a Este pelo Oceano Índico e a Oeste pelo Distrito de Caia e Cheringoma.
A pesquisa teve a duração de 2 anos, 2017 e 2018.

Imagem 1- Edifício da ESG1 25 de Setembro. Fonte: Autor, 2018.

4.2 Resultados da entrevista feita aos Professores da Língua Portuguesa


Gráfico 1: Entrevista dirigida aos professores da Língua Portuguesa.
Formção Especifica
33.3%

Seminários
66.6% Formação Psicopedagógica
66.6%

Não assistências de aulas


33.3%
Assistência de aulas
66.6%
21

Da entrevista feita aos professores da escola, um aspecto importante a destacar


consiste no facto de que, dos três professores inquiridos, que leccionam Português
somente um professor tem formação específica 33,3%, os demais professores têm
apenas formação psico-pedagógica 66,6%, apenas um de carreira de DN1, os
restantes de carreira de DN3. Por outra parte, observa-se que 66,6% da amostra
foram assistidas as aulas durante o ano lectivo e 33,3% respondeu que não.

Gráfico 2: Causas das Dificuldades de Aprendizagem no PEA.

Causas das Dificuldades de Aprendizagem


120%
80%
40%
0%

Fonte: Autor 2019

A análise anterior seria mais específica e reforçada quando estas causas atribuídas
pelos alunos são relacionadas com a confissão de ter tido ou não dificuldades na
aprendizagem de formação de palavras. Viu-se que a Carga horária, a ausência dos
professores, a Falta de motivação, e a Falta de biblioteca continuam a serem as
causas mais incidentes quase num 90% das frequências de respostas daqueles que
declaram ter tido dificuldades. Aqui a precisão mais significativa consiste na
ausência dos professores que mais contribuem em relação às outras causas.

Relativamente à preparação e planificação das aulas, os professores respondem que


sempre planificam as suas aulas, pois deste modo se garante um ensino eficiente.
Não obstante, ainda 33,3% assinala que não observam este aspecto em todos os
dias e aulas, como é o caso das aulas de Português por falta de motivação não é
planificada regularmente, afirma que não é por gosto que lecciona esta disciplina.

Em geral, segundo a Directora Adjunta Pedagógica afirma que “a escola promove


assistência mútua as regularmente em todos trimestres para troca de experiência
por vezes capitação pedagógica no final de cada trimestre na qual faz debate sobre
22

métodos de superação das dificuldades entre professores”. E os resultados da


entrevista mostram que 66,6% responde afirmativamente a ideia da Pedagógica,
apenas 33,3% dizem que não, o que significa que os professores estão interessados
na actualização permanente das práticas pedagógicas o que permite um
desenvolvimento das competências e superação das dificuldades relativa ao assunto
em debate.

Tabela 7. Causas das Dificuldades de PEA


№ Causas % Obs.
1 Comunicação deficiente em Português/uso da língua materna 100%
2 Falta de acompanhamento pelos pais e encarregados de educação 66,6%
3 Ausências dos alunos na escola 33,3%
4 Falta de biblioteca 100%
5 Outros motivos 33,3%
Fonte: Autor 2018

4.3. Resultados do inquérito feita aos alunos da 9ª classe

Do universo de 142 alunos matriculados na 9ª classe do ano lectivo de 2018, foi


retirado uma amostra de 30 alunos que representa a 21,12% pertencente a duas
turmas e submetido ao inquérito.

É de salientar que a volta de 70% dos que declaram não ter dificuldades
correspondem aos alunos, mas os professores afirmam existem dificuldades 66,6%,
cujos professores pretendem superá-las com o auxílio da gramática e de textos em
prosa, que por vezes há repetição de palavras com mesmo radical, onde o
acompanhamento é feito através de exercícios de formação de novas palavras, visto
que, muitos alunos têm dificuldades de distinguir as palavras derivadas e as
compostas por aglutinação. No entanto, os 30% destes alunos que confessam ter
dificuldade declaram que a via usada pelos professores foi exercícios na sala de
aulas, frases e TPC. Eles têm dificuldades, mas maior problema reside no fraco
domínio de leitura e escrita por parte dos alunos.

Na investigação das causas das dificuldades de distincao das palavras derivadas e


compostas, entre as causas de incidentes na situação, segundo a avaliação dos
alunos convergem nas seguintes causas: os que já ouviram falar de palavras
23

primitivas com …, os que afirmam que aprenderam prefixos e sufixos, a ausência


dos professores participa com 52%, a falta de biblioteca foi apoiada como a
segunda causa com 85% dos interlocutores, por fim a falta de motivação com
33,3%. A credibilidade destas causas poderia estar garantida, pelo facto de que os
próprios alunos incluem como causa de peso a ausência dos professores, e onde
também podemos falar do fenómeno professores presentes na escola e ausentes na
sala de aulas9, aspecto que pode ser atribuído aos próprios professores e a direccao
da escola como motivo do fracasso.

Gráfico 3: Situação de Domínio de Distinção das Palavras Derivadas e


Compostas

GRAFICO DO INQUERITO AO ALUNO


30
83.3%
25
66.6% 66.6% 70% 66.6% 70%
20 63.3% 63.3% 60%
53.3% 53.3%
15

10

0
SIM NAO SIM SIM NAO SIM SIM NAO SIM NAO SIM
PERG 1 PERG 2 PERG 3 PERG 4 PERG 5 PERG 6 PERG 7 PERG 8 PERG 9 PERG PERG
10 11

De acordo com os alunos inqueridos 66,6% afirmam que já ouviram falar de


palavras primitivas, 66,6% nunca aprenderam sobre os prefixos e sufixos, 70% já
ouviram falar de radical de uma palavra, 66,6% dizem não ter dificuldades em
distinguir palavras derivadas e compostas, 63,3% não tem formado palavras
derivadas individualmente ou com os colegas, 70% dos alunos dominam as regras
de formação de palavras, 83,3% afirmam que para ultrapassar as dificuldades tem
estudado em grupo com seus colegas, do exercício dado 63,3% não conseguiram
identificar palavras derivadas por sufixação, 53,3% conseguiram identificar
palavras compostas por justaposição, 53,3% não conseguiram identificar palavras

9
Professores Ausentes/Presentes-termo usado para professores que estando na escola, mas não entram na sala
de aulas por vários motivos como: ocupacao por cargo de chefia, conversando com os colegas, entre outras
actividades.
24

derivada por prefixação e sufixação e 60% dos alunos inqueridos conseguiram


identificar a palavra composta por aglutinação.

4.4. Informação da Direcção da Escola e dos Professores

A Direcção da escola, assim como os professores da língua Portuguesa, afirmam


que na verdade existem as dificuldades e lacunas no PEA de formação de palavras,
visto que os resultados na sala de aulas ilustram a informação pelos resultados da
distinção das palavras derivadas e compostas com poucos alunos que dominam as
regras de formação de palavras. Em geral, segundo a Directora Adjunta Pedagógica
afirma que “a escola promove periodicamente seminário de debate sobre métodos
de superação das dificuldades entre professores”. E os resultados da entrevista
mostram que 66,6% responde afirmativamente a ideia da Pedagógica, apenas
33,3% dizem que não, o que significa que os professores estão interessados na
actualização permanente das práticas pedagógicas o que permite um
desenvolvimento das competências e superação das dificuldades relativa ao assunto
em debate.
25

CAPITULO V
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Depois da colecta de dados, é necessário tratá-los e analisá-los. O presente tópico


pretende oferecer diretrizes para os referidos procedimentos da descrição e
discussão dos resultados, colectados a partir da pesquisa documental e
questionário.

5.1. Estratégias no PEA de formação das palavras

Depois das análises efectuadas, achamos que a formação de palavras deveria ser
apresentada através de um texto em prosa, em poesia ou em banda desenhada, em
que por vezes há repetição de palavras começadas pelo mesmo radical, ou até de
um texto dos próprios alunos. O que queremos enfatizar é que os materiais que
acabamos de expor são atractivos para serem usados como contextualização na
abordagem do tema a formação de palavras. Nestas faixas etárias se o tema é
apresentado como um conjunto de regras em que algumas palavras servem de
exemplo, não é motivador nem desperta, no aluno, interesse em pesquisar ou
trabalhar sobre o conteúdo. É, pois, necessária a escolha de materiais linguísticos
que se encontrem próximos da realidade dos alunos. Este aspecto é fundamental,
porque aproxima a gramática do quotidiano do aluno. Neste sentido, “a abordagem
dedutiva, coadjuvada pelos manuais, opõe-se a uma abordagem indutiva. Na
perspectiva indutiva, o professor dá exemplos, coloca em evidência algumas das
característica do fenómeno linguístico, mas deixa os alunos encontrarem a regra e
tirarem conclusões” XAVIER (2013: 149).
26

CAPITULO VI
6. CONCLUSÃO E SUGESTÕES
6.1. Conclusão

Em jeito de conclusão sobre os aspectos que abordámos em relação aos vários


processos de formação de palavras, podemos afirmar que na língua portuguesa a
derivação é o processo mais simples para formar novas palavras, através da junção
de prefixos ou de sufixos, ou então dos dois em simultâneo, obtemos novas
palavras, torna-se assim, um processo mais regular. Já em relação à composição de
palavras, este processo pode ter um número de unidades na base dos compostos
quase ilimitados, por isso, a formação de palavras, por este método, torna-se mais
complicado na nossa língua, por ser um processo menos previsível.

Com a análise desses processos de formação e composição das palavras,


percebemos as variações e os recursos que temos em mãos para aumentar o
vocabulário da língua portuguesa, e, além disso, serviu-nos para enriquecer nossos
conhecimentos, que até o momento eram limitados, e porque não dizer pequeno,
mas com essa pesquisa, com certeza, só estivemos a ganhar, pois sabemos que a
linguagem é factor fundamental na vida do ser humano, para que haja entre eles
uma comunicação, ou seja, um relacionamento social.

Um dos maiores problemas que causa a dificuldade de Distinção das palavras


Derivadas e Compostas da Língua Portuguesa é o fraco domínio de leitura e escrita
transportada das classes anteriores por parte de alguns alunos para a 9ª Classe.
Acreditamos que, apesar destas dificuldades, a iniciativa e criatividade por parte
dos Professores da disciplina da Língua Portuguesa, é a forma mais eficaz para
ajudar a melhorar as suas capacidades e competências no que tange a Distinção de
Palavras Derivadas e Compostas.
27

6.2. Sugestões

Consideramos que a forma como estruturamos a nossa intervenção didáctica nos


permitiu obter resultados interessantes, pelo que poderá ser adoptada por outros
docentes, desde que tenham o cuidado de adaptar aos seus alunos.

No entanto, o nosso estudo não está isento de falhas. Assim, para melhorar os
aspectos que nos parecem menos conseguidos, apresentamos as seguintes
sugestões:

 A todos professores em caso de necessidades, em particular os da Língua


Portuguesa, que pautarem pela utilização e leccionação da gramática em
concordância com o tema da aula. Que apresente um exercício, no qual os
alunos terão de completar um quadro, copiando as palavras que são dadas
para as colunas que dizem: derivação por prefixação, sufixação, prefixação e
sufixação, parassíntese e composição (por justaposição ou por aglutinação);
 A todos professores da língua portuguesa, sugerimos a usar e produzir outros
meios didácticos para além de livros físicos escolares dos alunos;
 À Direcção da Escola, sugerimos que com poucos recursos existentes ou em
coordenação com o SDEJT implantassem uma biblioteca na escola para
incentivar o gosto pela leitura por parte dos alunos e para fazer a distribuição
da carga horária obedecendo à área de formação dos professores;
 Sugerimos aos professores a escolher, adoptar e usar metodologias,
estratégias didácticas e técnicas segundo a realidade e a situação dos alunos;
 Solicitar às entidades competentes, a formação constante de professores a
nível na especialidade de Ensino da Língua Portuguesa;
 A direcção da escola deve trabalhar para reduzir as ausências dos professores
e alunos, e combater o fenómeno Professor presente na escola e ausente na
sala de aulas, sobretudo professores com cargo de chefia.
28

7. Referências Bibliográficas
BASÍLIO, Margarida (2000). Em torno da palavra como unidade lexical: palavras e
composições. In: Veredas. Revista de estudos linguísticos, v. 4. Rio de Janeiro:
Editora UFJF, pp. 9-18.

CAMPOS, José Luis. (1935). Formação de palavras derivadas da língua


portuguesa. In: RLP, ano XVI, no 68, 1935, pp. 1-20.

CORREIA FERREIRA, Margarita (2004). Denominação e construção de palavras.


Lisboa, Edições Colibri.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley (1992). Nova Gramática do Português


Contemporâneo. Edições João Sá da Costa: Lisboa.

FLORIDO, M. Beatriz; SILVA, M. E. Duarte e FONSECA, Joaquim. (1989).


Novos caminhos para a linguagem 3: Gramática Pedagógica do Português – Ensino
Secundário. S/ed. Lisboa: Porto Editora, Lda.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. (1992). Metodologia


científica. 3 ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas.

MATEUS, Maria Helena Mira et.al. (2003). Gramática da Língua Portuguesa.


Caminho: Lisboa.

MINZO, A. Bernardo; JÚNIOR, E.L. Guimino. (2009). P9. Português 9ª Classe.


(2ª ed). Maputo: Texto Editores, Lda.

MONTEIRO, José Lemos de. Morfologia portuguesa. 4. ed. rev. e ampl.


Campinas: Pontes, 2002.
NAPOLI, Tatiana. Quem precisa do Acordo Ortográfico?. Conhecimento prático
língua portuguesa. São Paulo: Escala Educacional, ano 2, nº 15, [jan./fev. 2009], p.
52-60.
PEREIRA, E. Costley-White. (2017). P8. Português 8ª Classe. 2ed. Moçambique:
Texto Editores, Lda.

TRINDADE, Maria de Lurdes da Conceição. (2013). A formação de palavras:


análise de gramáticas do 3º e 4º ano. Coimbra: Escola Superior de Educação.

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