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Gestão de Custos: Fabiane Padilha
Gestão de Custos: Fabiane Padilha
CUSTOS
Fabiane Padilha
Método de custeio por
ordem de produção II
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Em um cenário cada vez mais competitivo, as empresas buscam con-
tinuamente a maximização dos resultados. Há duas formas para isso: a
empresa pode vender mais ou pode reduzir custos. Este capítulo trata
de redução de custos, pois no cenário atual não há mais espaço para
que as empresas tenham custos mal controlados. A tomada de decisão
necessita de informações coerentes e úteis para que sejam atingidos
bons resultados.
Neste capítulo, você vai estudar o fluxo de custos de um sistema por
ordem de produção e, a partir dele, será capaz de calcular a taxa prede-
terminada de custos indiretos. Você também vai verificar os conceitos de
custos indiretos subavaliados e superavaliados, temas muito importantes
para que a tomada de decisão seja a mais adequada possível.
Fluxo de custos
A identificação do que é gasto em uma empresa, muitas vezes, não é uma
tarefa fácil. As demandas urgentes do dia a dia fazem com que muitos empre-
sários detenham seus esforços no operacional, deixando de avaliar aspectos
essenciais para a sustentabilidade financeira da empresa. A forma como a
organização trata os gastos se reflete nos resultados financeiros obtidos ao
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final dos processos, mostrando que existe margem para a busca de melhores
informações para a tomada de decisão.
Silva e Lins (2013) apontam que cada unidade produzida recebe sua porção
específica de custos variáveis e fixos quando o método de custeio é por absor-
ção. Pinto et al. (2008) contribuem nesse sentido, afirmando que, no custeio por
absorção, todos os gastos relacionados ao processo produtivo são absorvidos
pelos produtos. Isso acontece quando, por meio do rateio, incorporam-se os
custos indiretos e custos diretos aos produtos.
A Figura 1 mostra resume esse método: definido o sistema de acumulação
de custos, primeiramente deve-se separar os gastos incorridos em custos e
despesas. O segundo passo é classificar os custos em diretos e indiretos. Nessa
etapa, é necessário aplicar, nos custos indiretos, algum método de rateio. Os
custos serão computados no CMV (custo da mercadoria vendida, ou custo
dos produtos vendidos), e as despesas serão subtraídas diretamente do lucro
bruto, resultando dessa subtração o lucro operacional.
MP + MOD + CIF
Custo Total
Rateio Estoque
Produto A
Estoque
Produto B
Estoque
Produto C
Despesas CPV
Resultado
Para que haja uma compreensão maior, o exemplo abaixo mostrará o fluxo
dos custos detalhadamente.
Uma determinada empresa produz em seu parque fabril apenas três produtos: A, B
e C. Considerando todos os gastos da empresa, auferidos em um determinado mês,
ela obteve a seguinte situação (lista de gastos):
Descrição Valor
Total R$ 2.289.200,00
De acordo com dados reais do parque fabril, foram obtidas as informações dos
custos diretos:
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Produto A R$ 400.000,00
Produto B R$ 500.000,00
Produto C R$ 100.000,00
Total R$ 1.000.000,00
Produto A R$ 130.000,00
Produto B R$ 170.000,00
Produto C R$ 100.000,00
Total R$ 400.000,00
Produto A R$ 25.000,00
Produto B R$ 40.000,00
Produto C R$ 10.000,00
Total R$ 75.000,00
Custos Valor
Soma R$ 1.870.000,00
Despesas Valor
Soma R$ 419.200,00
A B C
Assim, podemos observar que existe uma parte da mão de obra que é direta (ou
seja, diretamente vinculada à elaboração dos produtos A, B e C) e, também, uma parte
que não consegue ser mensurada, segmentando-se para os produtos quanto foi
gasta — essa parte é a mão de obra indireta. Perceba que a soma dos custos diretos
foi apresentada por meio dos apontamentos. O total também foi apresentado na lista
de gastos. Para se obter os custos indiretos, foi feita uma subtração, em que se tomou
o total dos custos com mão de obra menos os custos diretos com mão de obra:
Com a energia elétrica acontece a mesma coisa: uma parte pode ser medida direta-
mente (por meio de medidores nas máquinas), e o restante é indiretamente vinculado
à produção (nesse caso, pode ser a iluminação da fábrica, da qual não se consegue
ter a dimensão de quanto cada produto consumiu).
Perceba que a soma dos custos diretos foi apresentada nos resultados dos medidores.
O total também foi apresentado na lista de gastos. Para obter os custos indiretos, foi
feita uma subtração, em que se tomou o total dos custos com energia elétrica menos
os custos diretos com energia elétrica. O que sobra é custo indireto:
400.000
8 Método de custeio por ordem de produção II
Agora, teremos que ver quanto representa em percentual cada um dos pro-
dutos. Para tanto, precisamos ter o valor gasto no produto (em cada um deles)
e o valor total de mão de obra direta (só direta, pois a indireta está incluída
no total dos custos indiretos). Somando os custos diretos dos produtos A, B
e C, obtemos R$ 400.000,00. Para obtermos o percentual, basta multiplicar
por 100. Encontramos, dessa maneira, a taxa predeterminada conforme os
custos de mão de obra direta.
Assim, cada produto tem seu percentual próprio calculado com base no
total dos custos diretos de mão de obra:
Produto A: 32,5%
Produto B: 42,5%
Produto C: 25%
Soma 395.000,00
Quadro final
de rateio pela mão de obra direta, a organização assume que este é um custo
bastante relevante em seu processo.