) Caracterize as mudanças na concepção de corpo ao longo da história da Educação
Física.
2) Caracterize a crítica ao paradigma da aptidão física e esportiva.
3) O que propuseram as propostas pedagógicas para superar o paradigma da aptidão
física e esportiva e configurar a educação física como componente curricular de fato?
4) Quais são os desafios das propostas pedagógicas progressistas da EF?
5) Em relação àquela mudança objetivada nas propostas pedagógicas da EF e no
movimento renovador da EF na década de 1980, como estamos hoje em dia? Os documentos incorporaram esta nova perspectiva? Cite o principal documento federal que incorpora e regulamenta o conceito de cultura corporal de movimento para a Educação Física escolar.
1. A concepção de corpo sofre várias mudanças ao longo da história da humanidade e da
Educação Física. Para atender as necessidades produtivas, tem –se o corpo produtivo, para as necessidades sanitárias, o corpo “saudável”, para as necessidades morais, o corpo deserotizado e para as necessidades de adaptação e controle social, o corpo dócil. Nos séculos XVIII e XIX, influenciado pelo pensamento cartesiano pautado na Metafísica, na Ciência Médica e na Moral, o corpo é igualado a uma estrutura mecânica, sem vontade própria, sem desejos, na qual deve-se educar o corpo baseado na utilidade e de eficiência, com ênfase no resultado. Nessa época, influenciado por concepções higienistas e eugenistas, popularizou-se a preocupação do e cuidados com o corpo em busca de saúde, pautado em um modelo de ser humano saudável e esteticamente robusto. Por um lado tem-se um corpo produtivo, por outro, limpo, útil, saudável e civilizado dentro de um padrão europeu, conforme concepção do médico militar francês Doutor Pignet. No século XX o treinamento esportivo e ginástica promovem a aptidão física, a saúde e a capacidade de trabalho/rendimento individual e social. Nos anos 70, o enfoque era voltado para a intervenção educativa sobre o corpo; A escola Sueca preocupava-se em regenerar o corpo e manter a paz,
2. A crítica ao paradigma da aptidão física e esportiva foi fundamentada a partir das
contribuições das ciências sociais e humanas na área da Educação Física, o que desencadeou o movimento renovador da Educação Física brasileira na década de 1980. No cerne da crítica estava a análise da função social da educação e da EF em particular, constituintes sociedade capitalista de classes desiguais e reprodutoras das desigualdades sociais, descumprindo com a sua função social de colaborara com a transformação da sociedade capitalista.
3. As propostas sugerem procedimentos didático-pedagógicos que possibilitem, ao se
tematizarem as formas culturais do movimentar-se humano, promover uma reflexão crítica, objetivando desenvolver no cidadão as competências essenciais: a lógica dialética para a crítico superadora, e o agir comunicativo para a crítico- emancipatória. Dessa forma, dotado de consciência crítica, o mesmo terá condições de tomar decisões que visem a transformação social, política e economicamente.
4. Os principais desafios das propostas pedagógicas progressistas da Educação Física se
caracterizam por questões relativas à sua implementação e incorporação na prática pedagógica das escolas, ou seja, conquistar a legitimidade no campo pedagógico e outras mais teóricas como as suas bases epistemológicas. Outro desafio é compreender a política do corpo, como ele aparece na atual dinâmica cultural e como situar o papel da instituição educacional nesse processo. No plano epistemológico, é necessário superar a visão superficial, distorcida da realidade
5. Atualmente as práticas de Educação física na escola são desenvolvidas priorizando os
aspectos de cultura corporal de movimento, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento motor e psicossocial assim como outras habilidades corporais. Dessa forma, os documentos que orientam as práticas pedagógicas de Educação Física no contexto escolar incorporaram e legitimam o conceito de cultura corporal de movimento para a Educação Física escolar, sendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, o principal documento federal que incorpora essa nova perspectiva.