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pensata

MOTTA, P. R. de M. O estado da arte da Gestão Pública .


RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 1,
janeiro-fevereiro, p.82-90, 2013. http://dx.doi.org/10.1590/
S0034-75902013000100008

https://rae.fgv.br/node/47217

O ESTADO DA ARTE DA GESTÃO


PÚBLICA

Paulo Roberto de Mendonça Motta paulo.motta@fgv.br


Professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Fundação
Getulio Vargas – Rio de Janeiro – RJ, Brasil

eficiente de recursos e transparên- demandante de maior eficiência. A


INTRODUÇÃO cia dos atos. recorrência dos temas, em face da
De outra parte, o meio aca- experimentação, sedimenta o pa-
A perspectiva contemporânea so- dêmico, no anseio por oferecer radoxo da dúvida sobre relevância
bre o estado da arte na Adminis- diferentes e melhores alternativas, ou utilidade prática.
tração Pública revela não só uma desenvolve propostas teóricas Resultados negativos e ines-
recorrência de temas, dilemas e pa- distintas, que, por vezes, rompem perados, bem como dificuldades
radoxos mas também uma constan- completamente com o passado ou práticas, conduzem a ciência a
te busca de relevância e de novos representam práticas antigas com caminhos não trilhados com uma
conhecimentos para a solução de diferentes roupagens. A introdução renovada esperança de contribuir
problemas práticos. O olhar his- de uma nova dimensão teórica re- para a solução de problemas.
tórico facilita a compreensão da vela sua potencialidade para solu-
validade e a relevância do saber cionar questões específicas e con-
administrativo, pois, muitas vezes, tribuir para sua validade perante
só a sua aplicação delimita seus a comunidade, sem possibilidade
PRIMEIRAS PROPOSTAS
aspectos positivos ou negativos. de gerar verdades absolutas, tam- PARA UMA CIÊNCIA DA
Assim, percebe-se uma história de pouco de resolver problemas de
ensaios, acertos, erros e novas pro- maneira generalizada.
ADMINISTRAÇÃO
messas de abordagens. Por causa de um crescen-
Na perspectiva prática, há te dinamismo, novos problemas As ideias sobre uma Administração
pressões para mais e melhores ser- pressionam para novas soluções. Pública eficiente avançaram com a
viços e uma expectativa de solução Técnicas e processos de trabalho Revolução Industrial e com o en-
imediata de problemas urgentes: o recém-introduzidos tornam-se fraquecimento dos poderes aris-
público espera da Administração rapidamente vulneráveis: sofrem tocratas e absolutistas. No século
Pública o melhor atendimento de os desgastes naturais de uma rea- XVIII, por causa de uma incipien-
suas demandas sociais, pelo uso lidade mutante, mais complexa e te burocracia pública, já havia, na

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Prússia, preocupações de gestão sobretudo, o direito administrativo, práticas europeias e consciente da


centradas no controle, nas finan- aliados à disciplina e a obediência ineficiência crônica da Administra-
ças públicas e na comunicação das às normas, forneceriam os padrões ção pública, Wilson preconizou a
ordens públicas. Nesse mesmo pe- necessários e suficientes para uma dicotomia – política e Administra-
ríodo, a experiência prussiana le- boa gestão. Ademais, o sistema ção – e a introdução do estilo pri-
vou não só à criação dos primeiros parlamentarista criara uma separa- vado na gestão pública. Pregava,
cursos de Administração Pública ção legal entre política e Adminis- ainda, a necessidade dos estudos
como também à proposta de uma tração. A ênfase no legalismo inibia sistematizados de Administração
nova ciência do cameralismo ou ou tornava o debate, pelo menos e a revisão geral da organização
da Administração (AMATO, 1958). no seu início, algo inócuo. e dos métodos de trabalho no go-
No século XIX, problemas Vale notar que, na época da verno (WILSON, 1955).
sociais, políticos e econômicos criação do Estado moderno, não Quando Wilson e Wharton
dominavam a Europa e, assim, se visualizava a Administração propuseram uma nova ciência e
acentuavam-se as inquietações Pública como uma vasta presta- uma nova prática administrativa,
sobre as práticas democráticas e a dora de serviço, e sim como uma estavam conscientes de que a
eficiência no setor público. Dife- forma de ordenar o mundo demo- gestão pelos donos do poder, ou
rentes demandas e necessidades crático. Ao assumir dimensões de por leis, seria insuficiente para a
provocavam constantes reformas prestação de serviços, a eficiência gestão mais eficaz. O esforço para
administrativas. Por serem ainda da Administração Pública passou o ensino independente da Admi-
rudimentares, os conhecimentos a ser um estágio importante para nistração facilitava uma ciência da
sistematizados sobre a Adminis- assegurar a democracia. Surgiam Administração Pública separada
tração pouco ajudavam na solução propostas para uma Administração da política. Se separadas, as se-
dos problemas. independente da política e funda- melhanças com a gestão privada
Nessa mesma época, nações mentada em um campo de estu- eram mais nítidas, e a gestão pri-
novas, como os Estados Unidos, dos e de conhecimentos próprios, vada seria uma inspiração para a
buscavam nos modelos europeus como uma ciência. Apareciam os gestão pública. Ao se contemplar
inspiração para práticas democrá- primeiros sinais de incentivo para a Administração Pública fora da
ticas. Presumiam-se as constitui- o desenvolvimento dessa área do política, incluindo a neutralidade
ções e as leis como fundamentos conhecimento. do servidor, facilmente se justifica-
lógicos e necessários para garantir Inspirado em Joseph Wharton, va a gestão pública semelhante à
a nova democracia. No entanto, que proclamava a necessidade do de uma empresa privada. A sepa-
problemas administrativos e inefi- ensino universitário em Adminis- ração de política e Administração
ciência na prestação dos serviços tração para superar a gestão au- favorecia a visão gerencialista na
revelavam a insuficiência da ordem tocrática e baseada na família, em Administração pública.
jurídica. Constatou-se ser a criação 1881, é criado o primeiro curso Posteriormente, no início do
de instituições políticas sólidas e de graduação em Administração século XX, houve uma busca de
responsáveis incapaz por si só para que sobreviveu às dificuldades e princípios universais de Admi-
apoiar a ação efetiva do Estado. descrenças da época (SASS, 1983). nistração. No entanto, o avanço
Mesmo tendo sido a Europa Os movimentos para uma nova dos princípios administrativos
pioneira em propor uma ciência ciência e o ensino da Administra- foi concomitante às frustrações e
da Administração pública, lá, de ção parecem ter incentivado Woo- decepções com a ineficiência da
início, a ideia pouco progrediu, drow Wilson, jurista e estudioso da Administração pública. Tentativas
nem mesmo quanto da separação Administração Pública que chegou de implantar neutralidade políti-
entre as atividades da política e à presidência dos EUA. Em 1887, ca e profissionalização da gestão
da Administração. Para os euro- Wilson fez uma proclamação sólida pública enfrentavam imensos
peus, a prevalência da dimensão para o estudo e novas práticas da obstáculos políticos. Ademais, as
constitucional legal sobre as ações Administração pública: lembrava práticas administrativas em vários
administrativas seria uma garantia ser mais fácil fazer uma constitui- países revelavam os limites da uni-
de eficiência e de eficácia na ges- ção e definir posturas democráticas versalidade dos ainda incipientes
tão pública. O direito público e, do que aplicá-las. Admirador das princípios administrativos.

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Aos poucos, foi se desenvol- prestadores de serviço. Os cida-


Abordagem gerencial na
vendo a crença de que a ciência dãos seriam vistos como clientes e
da Administração Pública não Administração pública usuários dos serviços públicos, em
progride independentemente de Desde o século XIX, propõe-se vez de meros recipientes da ação
fortes laços políticos, do meio assemelhar a Administração Pú- do Estado. O governo concentraria
cultural, nem divorciada dos di- blica à empresa privada. Anuncia- seus esforços nas suas atividades
tames de uma época. O estudo da muitas vezes durante décadas essenciais e exclusivas, direcionan-
da Administração Pública deve- – poucas vezes efetivada – essa do e garantindo o suprimento das
ria considerar peculiaridades e ideia espalhou-se com uma nova necessidades básicas (e direitos)
contexto, logo uma visão mais e promissora modalidade de ges- da sociedade por meio de trans-
abrangente e holística. O mode- tão pública nas últimas décadas ferências para o setor privado e o
lo até então predominante era do século XX. O New Public Ma- terceiro setor. Por princípio, a Ad-
caracterizado pelo foco excessi- nagement (NPM) apresentou-se ministração Pública desempenha
vo em mecanismos de controle, com o objetivo primordial de fa- algumas atividades melhor que as
tendo como resultado a redução zer a Administração Pública ope- empresas e vice-versa (OSBORNE
da eficiência, de mecanismos de rar como uma empresa privada e, e GAEBLER, 1995).
transparência e da objetividade assim, adquirir eficiência, reduzir O NPM viria a apresentar uma
da Administração; daí a morosi- custos e obter maior eficácia na abordagem gerencial distinta, ten-
dade e o privilégio de interesses prestação de serviços. do focos no cliente, no gestor, no
de grupos específicos. Como ideologia, o NPM re- resultado e no desempenho. O
Admitindo-se como impossí- cuperou ideais do liberalismo foco no cliente viria a considerar
veis a neutralidade da gestão públi- clássico, sobretudo a redução do o cidadão um cliente e incorpo-
ca, seu distanciamento da política escopo e do tamanho do Estado e rar singularidades das demandas
e a universalidade de princípios a inserção do espírito e dos meca- individuais. O foco no gestor pro-
práticos, a melhor proposta seria nismos de mercado no governo. porcionaria maior autonomia e
comprometer os gestores públicos Nesse sentido, a Administração flexibilidade para favorecer ajustes
com valores essenciais. Esses valo- Pública deveria apenas direcionar na linha de frente, fixar resultados,
res serviram de base quase como os serviços, e não executá-los di- firmar contratos e controlar o de-
uma ética universal de gestão, em retamente. Havia uma preferência sempenho organizacional; o intuito
que equidade, eficiência e eficácia por terceirizar e contratar fora. Por era de, possivelmente, criar uma
condicionariam comportamentos meio de vários provedores priva- cultura organizacional com valores
administrativos, e não propostas dos, poder-se-iam usar os bene- empresariais. O foco no resultado
práticas de gestão (FREDERICK- fícios da competição entre eles, traria, para a Administração pú-
SON, 1980; DENHARDT, 2012). evitando monopólios e permitindo blica, por meio do planejamento
Surgiu, assim, nos anos 1970, o maior flexibilidade na gestão (OS- estratégico do tipo empresarial, as
movimento da Nova Administração BORNE e GAEBLER, 1995). metas e os indicadores de desem-
Pública – de duração efêmera pela: Ao pretender uma orientação penho. O foco no desempenho
1. dificuldade de operacionalizar mercadológica, propunha-se mais viria a substituir, em parte, as tradi-
os valores em termos práticos; 2. competição, descentralização e cionais avaliações por competições
aproximação maior com a políti- privatização, com maior poder de mercado. Sugeriu-se que, pelo
ca; 3. desconsideração inadverti- para os gestores dos serviços. Ao foco no produto, na eficiência e
da dos instrumentos práticos de governo, caberia executar funções no resultado, as organizações pú-
gestão. A separação entre política que lhe seriam exclusivas e ina- blicas poderiam ter flexibilidade e
e Administração continuou a ser o propriadas à execução ou ao con- autonomia para introduzir bônus
principal objetivo. A busca contí- trole por mecanismos de mercado pelo desempenho. Para avaliar,
nua de novos padrões de eficiência (OSBORNE, 2010; DENHARDT, passariam a ser introduzidos orça-
resultou no avanço da perspectiva 2012; KETTL, 2000). Os servidores mentos indicativos centrados em
gerencialista, resultando em novo públicos desempenhariam as ati- resultados que, como na empresa
movimento de grande impacto vidades-fim do Estado com maior privada, facilitariam a flexibilidade
contemporâneo. eficiência, assumindo o papel de da gestão.

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No sentido social, o NPM regulações e desburocratizações se restringir apenas a tarefas mais


chegou a ser visto como um fator vieram sempre acompanhadas de gerenciais.
de legitimação política do estado novas centralizações e de novas
social, que neutraliza a tentativa regras, na maioria das vezes, au- Práticas privadas resultaram
neoliberal de reduzir os serviços mentando o peso burocrático (KI-
sociais e científicos prestados pelo RKPATRICK, ACKROYD, WALKER,
em ganhos moderados para
Estado. O estado do bem-estar im- 2005). No NPM, a tentativa de fle- gestão pública
plicaria, dualmente, o grande au- xibilizar não extinguiu os controles Por serem sacudidas, todos os dias,
mento da organização estatal e da tradicionais, mas também mostrou por pressões de mercado e revo-
gestão mais eficiente e redução de aumento da burocracia. Algumas luções tecnológicas, as empresas
custos, paralela à oferta de serviços reformas criaram mais regras buro- privadas, para sobreviver, depen-
de consumo coletivo (BRESSER cráticas e mais níveis hierárquicos dem da capacidade de agir com
PEREIRA, 2010). para controlar a suposta descentra- rapidez e introduzir o inusitado.
As propostas do NPM avança- lização. Nos EUA, os tradicionais A área pública, por sua vez, está
ram rapidamente em época de nova padrões de flexibilidade e pragma- sujeita a normas fixadas em leis
ascensão das ideologias liberais, tismo na gestão, inspirados no esti- e decretos, não fácil ou imediata-
pois gastos e deficits públicos já lo britânico, foram se reduzindo, e mente alteradas: dependem de no-
assustavam governos. Promessas a burocratização alcançou um nível vos consensos políticos para intro-
de reinvenção da Administração elevado (The Economist, 2012). duzir novidades. A Administração
Pública eram bem-vindas pela po- Já há muito se destacava a ên- Pública carrega dificuldades para
pulação, pois trouxeram um novo fase no controle como a dificulda- resolver com rapidez problemas
otimismo na gestão pública por de básica para a eficiência da ges- da comunidade: inserir a eficiên-
sucessivas idealizações de maior tão pública (THOMPSON, 1967). cia privada com a possibilidade de
qualidade e eficiência. A crença Recentemente, ao analisar modelos êxito imediato resultou, em grande
em um mundo contemporâneo de organizacionais e reformas, com parte, em mera ilusão.
mudanças rápidas e exigentes de base no NPM, Secchi (2009) reve- Ademais, os incentivos à ini-
novas soluções favorecia a proposi- lou características essenciais pre- ciativa e ao empreendedorismo
ção de inserção de práticas flexíveis sentes nos novos modelos como encontraram obstáculos tanto na
de gestão privada no setor público. típicas do tradicionalismo buro- burocracia removida como nos
As reformas associadas ao NPM crático, continuando a ênfase no novos controles. Ainda, a pressão
encontraram entusiastas (HUGHES, controle, não configurando, assim, por resultados levou a mais estres-
2003), críticos severos (FLYNN, modelos de ruptura. Por motivos se, com desmotivação dos funcio-
2012) e muitas análises sobre be- políticos, o controle prolonga-se nários, pois foram praticamente
nefícios e consequências negativas em áreas menos visíveis, sobretudo inexistentes os bônus comuns à
(POLLITT e BOUCKAERT, 2004; no sistema de implementação por empresa privada.
PETERS, 2010; CHRISTENSEN e LA- meio da manipulação de instru- As empresas privadas e as or-
EGREID, 2007). Políticas públicas, mentos gerenciais (MOTTA, 1987). ganizações públicas possuem ca-
estruturas, processos de trabalho No Brasil, o planejamento, em vez racterísticas bastante distintas em
e instrumentos gerenciais foram de ser visto como um processo, é termos de dinâmicas ou finalida-
analisados, reacendendo os deba- constantemente entendido como des. Algumas dessas características
tes sobre os limites das teorias e um produto técnico, uma forma podem ser camufladas nas formas
práticas administrativas. Entre as de controle da economia e da so- institucionais, mas emergem ra-
críticas mais enfáticas ao NPM, vale ciedade (OLIVEIRA, 2006). pidamente no cotidiano adminis-
mencionar: Também por motivos políticos trativo. Interferências políticas de
de preservação da coalizão dos instâncias superiores ocorrem a
grupos no poder, a atividade de todo momento e não cessam nas
NPM não extinguiu controles controle prevalece sobre qualquer opções do campo político/geren-
tradicionais outra dimensão gerencial. Poucos cial superior, mas desenvolvem-se
Mesmo nos países de maior avanço dirigentes se conformariam em se continuamente e durante todas as
no NPM, as descentralizações, des- distanciar do conflito político para etapas das ações administrativas.

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Portanto, na prática, é impossível não se tornaram mais simpáticas


conceder autonomia de decisão aos cidadãos: as convergências
Foco no gestor mostrou-se
em meio a um controle político de lógicas econômicas, do mer- demasiadamente simplista
acentuado; o contexto da Adminis- cado, do Estado e da sociedade Os relatos e as imagens sobre a
tração Pública favorece mais a le- civil ressaltaram o lado econômico ineficiência administrativa espa-
aldade política e menos a lealdade mercadológico e resultaram pouco lham a crença de dirigentes públi-
organizacional – requisito para o favoráveis ao cidadão (KISSLER e cos como incompetentes por falta
êxito de novas práticas gerenciais. HEIDEMANN, 2006). de bom senso e por desconheci-
Os gestores públicos têm carreira e mento de princípios elementares
cargo mais vulneráveis à política e NPM carrega valores de gerência moderna.
menos ao desempenho. Ademais, São demasiadamente simplistas
culturais dos países de
os controles políticos tornam as para a gestão pública: desconside-
tarefas rotineiras não delegáveis, criação raram as dimensões políticas e as
favorecendo a centralização e da- Os relatos de maior sucesso com condições de trabalho nas organi-
nificando todas as ideias de des- as práticas do NPM são oriundos zações públicas. O gestor público
centralização. das nações já dominadas pelo está inserido em uma luta de poder
pragmatismo gerencial e pela bai- capaz de deixar seu cargo politica-
xa imposição de normas burocrá- mente vulnerável em cada decisão
NPM reativou descrença dos ticas e maior democracia na gestão tomada. Resolver conflitos torna-se
cidadãos (CHRISTENSEN e LAEGREID, 2007; mais importante e toma mais tem-
De início, a receptividade do NPM POLLITT, 1990). Possivelmente por po que buscar resultados. Entre
foi bem elevada, mobilizando, in- já terem, comparativamente, maior suas tarefas principais, inclui-se a
clusive, agências internacionais de flexibilidade burocrática, menos busca constante de novos consen-
desenvolvimento – grandes incen- regras formais e rígidas, menos sos em meio a pressões, conflitos,
tivadoras desse novo modelo. Nor- degraus hierárquicos e objetivos alianças e agudas limitações de
malmente, propostas de eficiência bem definidos, aceitavam e im- recursos. No gestor, refletem-se as
e de melhor desempenho tendem plantavam mais facilmente as pro- próprias condições de ambigui-
a ser muito populares, por causa postas do NPM. Nessas sociedades, dade, conflito e desigualdade na
da imagem tradicional de inefici- mudanças administrativas carre- distribuição dos recursos de poder.
ência nos serviços públicos. Lidar gam valores e crenças do próprio Propostas de mudanças sempre
com a Administração Pública para contexto cultural, e, assim, são re- enfrentam as coalizões de poder:
obter algum serviço sempre re- lativamente mais simples: causam diagnósticos negativos servem
sulta numa percepção de descaso menos transtornos e, na maioria para introduzir novos métodos,
para com os direitos de cidada- das vezes, alcançam os resultados tanto para melhorar o desempenho
nia, principalmente nos países em esperados. como para assegurar interesses de
desenvolvimento, onde ainda há O mesmo não acontece com poder já conquistados. O resultado
forte demanda por mais e melho- países de extensa burocracia, com dessas práticas são danos de longo
res serviços. acentuado legalismo e formalismo prazo nos serviços, no desempe-
Para a maioria dos cidadãos, e forte autoridade hierárquica (BO- nho e na cultura organizacional
as novas práticas de gestão ligadas RINS, 2002; KICKERT, 1997; SCHE- (DIEFENBACH, 2009).
ao NPM mudaram muito pouco o DLER e PROELLER, 2002). Ademais, Na verdade, é insuficiente
acesso e a qualidade dos serviços nas sociedades em transição, a oferecer treinamento e autonomia
públicos. O otimismo e o entusias- coexistência de valores modernos para tornar os dirigentes mais efi-
mo inicial com o NPM reduziram- e tradicionais, como as fortes tradi- cientes e eficazes. Por maior que
-se, não por decepção ideológica, ções patrimonialistas e as reformas seja a autonomia concedida a uma
mas pelo fracasso nos resultados e modernizantes, deixa resultados e organização pública, a maioria de
na qualidade do serviço público. apoios duvidosos, gerando receios seus dirigentes possui apenas um
Mesmo quando mais empresa- e acentuando a descrença das pes- mínimo de poder sobre os obje-
riais, menos onerosas e mais efi- soas e a resistência às mudanças tivos dos órgãos que dirigem. Os
cientes, as administrações públicas (JREISAT, 2012; MOTTA, 1987). objetivos e as formas de atuação

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são negociados com os diversos ção pública aparece, ilusoriamente, sistema político, mais ligado às ex-
grupos de poder, envolvendo, in- como um instrumento capaz de pectativas da sociedade, mais con-
clusive, os termos de seu próprio contornar a política; procura-se gruente com valores e menos para
trabalho (MOTTA, 1987). resolver problemas de conflitos fins preferenciais ou tecnocráticos.
Após os insucessos de pro- típicos do pluralismo do sistema Como a gestão privada é, tam-
postas trazidas pelo NPM, alguns de grupos políticos por meio de bém, mais rápida na produção de
dilemas da Administração Pública esquemas administrativos (MOT- novas ideias gerenciais, ela conti-
ainda precisam ser enfrentados. TA, 1987). Qualquer instrumento nua ser uma referência atrativa e
Entre eles, estão a integração das gerencial inspirado na área privada promissora para inovar o serviço
dimensões políticas e administra- esbarra nos limites políticos. público. Os movimentos pós- NPM
tivas no mesmo espaço de decisão Possibilidades de convívio continuam a ter os modelos de
e ações públicas e a insistência mais adequado e eficiente exigi- gestão privada como base de refor-
nas perspectivas e práticas descen- riam maior profissionalização da mas. O NPM não morreu (VERHO-
tralizadoras da gestão privada na política antes de se pensar em EST e LAEGREID, 2010), mas passa
Administração pública. profissionalizar a Administração. por transformações e ajustes, re-
As práticas privadas são, por de- sultando em maior complexidade
finição, fragmentadas conforme e turbulência no ambiente das or-
Dilemas do pós-NPM objetivos, limitadas por busca de ganizações públicas, pela tentativa
Integrar dimensões políticas e ad- lucros e descentralizadas para se de maior consideração do contexto
ministrativas no mesmo espaço de aproximar de clientes e enfrentar político institucional.
decisão e ações públicas é um dile- competidores. A nova centralização surge
ma que recupera, para os estudio- A introdução de dimensões como resposta à necessidade de
sos e praticantes, as dificuldades privadas na gestão pública exige melhor resolver crises econômicas
relacionadas não só à formação grande fragmentação e uma va- e como tentativa de recompor a
de uma ciência da Administração riedade muito ampla de formas integração de políticas públicas,
Pública como também a como ul- organizacionais. Como há pelejas fruto da excessiva descentralização
trapassar problemas de ineficiên- políticas, a fragmentação induz e fragmentação imposta pelo NPM.
cia da gestão pública. A legítima ao aumento de formas de contro- Há, também, a justificativa de re-
função política é fazer funcionar le. Com frequência, sistemas de tomar parcelas do poder político.
as organizações públicas, segun- controle visam menos à defesa Enquanto a centralização está
do diretrizes, democraticamente de ambiguidades e incertezas do no cerne da Administração pública,
conquistada em eleições, e não se ambiente socioeconômico e mais a descentralização atrai atenção em
imiscuir no seu funcionamento. à proteção contra adversários polí- termos de participação dos cida-
Impor diretrizes políticas no expe- ticos. Fazer as ideias de um grupo dãos (WAGENAAR, 2004). A maior
diente das organizações públicas é prevalecerem sobre as de outros descentralização e autonomia do
o preço que se paga para se ter de- acaba por dominar todas as formas gestor público pretende deixá-
mocracia fora dele (WALDO, 1948). de gestão, desde o planejamento à -la numa relação mais poderosa
A gestão pública carrega prin- avaliação de desempenho. e próxima às comunidades. Na
cípios e práticas centrais de ordem, A contemporaneidade admi- verdade, cria-se a possibilidade
uniformidade e equidade, além de nistrativa reforça a necessidade de retirar parcelas de poder e de
objetivos múltiplos para garantir de flexibilidade e da mentalidade influência da classe política junto
consenso e apoio político. A Ad- da mudança cotidiana, dos resul- aos cidadãos.
ministração Pública é pública, e, tados e do desempenho eficiente
portanto, dissociá-la da política é e eficaz das organizações públi- Oportunidade de transcender
praticamente impossível e demo- cas. Mas práticas administrativas
craticamente indesejável. Ademais, são produto direto da natureza da
o NPM e rever as concepções
o poder político é sempre superior interligação entre a Administração de gestão
ao administrativo, sendo impossí- e a política. Só se pode obter uma Como transcender o NPM, se per-
vel ou inocente tentar contorná-lo Administração mais eficiente e siste a crença na inserção de mais
(SHARKANSKY, 1979). A organiza- eficaz com uma interação com o práticas de gestão empresarial?

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Discursos oficiais sobre mudanças pel e a proatividade do governo (OLLAIK e MEDEIROS, 2011). A
na gestão pública continuam a in- tendem a se reduzir (SANTOS e busca da equidade, por base distri-
sistir no ideal gerencialista. Como PINHEIRO, 2011). butiva, será prioritária entre os paí-
qualquer outra ideologia, é uma Por isso, as propostas moder- ses emergentes, com a recuperação
concepção normativa, idealizada, nas de transcendência levam para da classe média e os avanços da
e aparece como positiva e natural. a localização do controle e parti- distribuição da riqueza. Há, ainda,
Entretanto, a pressão da socieda- cipação comunitária, e não para controvérsias importantes sobre as
de por novos valores e padrões de a formalização de mais controles possibilidades do NPM como causa
eficiência propostos no pós-NPM centrais. Parecem tentar resolver ou resposta à equidade social e a
procura aproveitar as expectativas primeiro o problema da demo- concomitância da eficiência e equi-
da comunidade para envolvê-la cracia e, por meio desta, ter mais dade (TAYLOR, 2002; HARROW,
direta e indiretamente na gestão. e melhores serviços. Ademais, o 2002). Assim, a forma sobre como
Atualmente, há uma grande excesso de propostas essencial- a Administração Pública adapta-se
decepção com a representação po- mente gerencialistas na última ao processo de governança de uma
lítica, desfavorecendo o seu maior década parece ter desconsidera- sociedade mais democrática e mais
papel na solução de problemas. do, inadvertidamente, dimensões consciente de seu poder de influ-
Correndo o risco de enfraquecer democráticas do serviço público. ência deverá direcionar o estilo de
instituições políticas de represen- Uma opção seria encontrar novas gestão a ser praticado.
tação, por excesso de democracia formas de envolver a sociedade Por fim, a recuperação de va-
direta nas bases, reativa-se um civil e mercados no governo e lor dos conhecimentos adminis-
novo tipo de competências e de enfraquecer os aspectos políticos trativos reflete a necessidade de
interligação com o sistema político, de governar (PETERS, 2010), bus- contraposição às práticas políticas.
por meio do poder comunitário. cando, obviamente, o equilíbrio na Cabe conciliar lições aprendidas no
Pretende-se, com isso, favorecer a aplicação dos interesses de todos meio privado com o meio público,
democracia com o uso de recursos os envolvidos. respeitando, porém, características
comunitários para maior eficiência O pós-NPM parece ter melhor inerentes à Administração pública.
da gestão pública e a minimização consciência sobre os limites da Nessa preservação das dimensões
de ideias de voltar a expandir as inserção de mecanismos privados públicas como reação ao NPM,
funções do Estado. na gestão pública. A inviabilização aparecem novas perspectivas sobre
Abrucio (2007) sugere que a fica demonstrada pela tentativa de a qualidade do governo. As ideias
Administração Pública eficiente adoção na totalidade. Algumas con- sobre nova governança pública
e efetiva emerge como fruto da cepções e instrumentos de gestão trazem propostas de maior forma-
cobrança e do controle pela so- praticados na empresa privada – lidade no estilo weberiano e uma
ciedade. Denhardt e Denhardt como a perspectiva sobre a quali- justificativa mais acentuada sobre
(2007) recomendam um novo ser- dade da despesa e o foco no cliente eficiência (CHRISTENSEN e LAE-
viço público, baseado menos no – podem dar mais consistência e GREID, 2011). Na verdade, essas
direcionamento político e mais na produtividade às ações públicas, propostas implicam novo papel do
prestação do serviço. Muitos indi- mas também danificar valores fun- Estado na sociedade, talvez mais
cam a forma cooperada como base damentais do serviço público. direcionador e fiscalizador, com
da eficiência e da democracia ad- Em contrapartida, valores clás- repercussões significativas sobre a
ministrativa: aumentar cooperação sicos da Administração Pública – gestão pública. Na época atual, as
entre órgãos e entidades externas como a equidade e igualdade – po- justificativas são, ainda, de medidas
e considerar com mais ênfase as dem ser usados para justificar ine- temporárias e pontuais, baseadas
sugestões comunitárias (BINGHAM ficiências por simples contradição na necessidade de enfrentar crises
e O’LEARY, 2008; O’LEARY e BIN- com o espírito privado. A equidade econômicas. Porém, permanece
GHAM, 2009; WILLIAMS, 2012). possui uma dupla conotação: a de a expectativa de essas medidas
Com a aproximação dos diversos distribuição uniforme de custos e possuírem o vigor de ultrapassar
agentes públicos e da comunidade, benefícios entre todos os cidadãos as crises e configurar uma nova
e a inserção da forma cooperada e a de distribuição não uniforme, reconstrução da Administração
em toda a cadeia produtiva, o pa- privilegiando os mais necessitados pública

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Paulo Roberto de Mendonça Motta

CONSIDERAÇÕES FINAIS xeque a validade das conquistas DENHARDT, J; DENHARDT, R. The


e novidades mais recentes como new public service: serving not ste-
A globalização e a complexida- também aguçam a tradição de ering. New York: M.E. Sharpe, 2007.
de do mundo contemporâneo buscar formas de gestão mais apli-
têm acentuado as dificuldades e cáveis e relevantes. São tantas as DENHARDT, R. B. Teoria geral da
mesmo a incapacidade dos go- decepções e as necessidades ma- Administração pública. São Paulo:
vernos nacionais de resolverem, nifestas da Administração Pública Cengage, 2012.
por si sós, problemas de progres- que parece ainda um caminho
so. Maior interdependência entre pouco trilhado, apesar das recen- DIEFENBACH, T. New public mana-
nações afeta funções e interliga- tes inovações. gement in public sector organizations:
ções de órgãos da Administração the dark side of managerialistic “en-
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ência sobre um maior número de
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