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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

A definição constitucional do estatuto


A CRP atribui a este órgão tarefas fundamentais nos termos da definição que do mesmo dá.

Elas podem ser sintetizadas em cinco missões fundamentais (art.120º, da CRP):

1. Representação da República;
2. Garantia da independência nacional;
3. Defesa da unidade do Estado;
4. Preservação do funcionamento da democracia;
5. Chefia suprema das Forças Armadas.

O regime de eleição
O PR obedece ao método da eleição direta (art.121º, nº1, da CRP).

A capacidade eleitoral passiva é bastante limitada e somente compreende (art.122º, da CRP):

 Os cidadãos portugueses, de ambos os sexos;


 Cidadãos portugueses de origem;
 Maiores de 35 anos
As candidaturas presidenciais são pessoais, dependendo da vontade de cada candidato
impondo-se apenas a exigência de uma proposta entre 7500 e 15000 cidadãos até 30 dias
antes da data marcada para a eleição (art.124º da CRP)

O sistema eleitoral utilizado é o maioritário, mas a duas voltas:

 Ganha à primeira volta o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente
expressos;
 Se tal não acontecer dá se uma segunda volta, ganhando quem obtiver maior número
de votos (um dos candidatos tem de ter maioria absoluta).

Mandato e vicissitudes
O PR é um órgão unipessoal que exerce um mandato de cinco anos e não se admite a reeleição
para um terceiro mandato de modo a evitar-se uma fraude constitucional (art.123º, nº1, da
CRP).

Se o PR não for capaz de desempenhar as suas funções, sem por impedimento temporário ou
vagatura do cargo, é substituído pelo Presidente da Assembleia da República (art.132º da CRP)

A renuncia presidencial ao cargo é livremente admitida, sem dependência de autorização


material, mas devendo ser formalmente comunicada à Assembleia da República. Em caso de
renuncia o PR não se pode candidatar às próximas eleições (art.123, nº2 e art.131º, nº1 da
CRP).

As competências
1. As competências quanto a outros órgãos;
2. As competências para a prática de atos próprios;
3. As competências nas relações internacionais.
A sua apreciação conjunta revela a presença do Chefe de Estado no exercício de atos de
índoles muito diversas:

 Atos de natureza internacional (vida internacional do Estado)


 Atos de natureza governativa (funcionamento do sistema de governo e à participação
do procedimento legislativo)
 Atos de natureza administrativa (funcionamento da instituição militar)

1 – Podem ser agrupadas em três diferentes polos:

 Presidir a órgãos constitucionais;


 Intervir na composição de órgãos através da marcação da eleição dos seus titulares, da
nomeação de outros titulares e da decretação da sua dissolução;
 Participar no seu funcionamento por intermédio da apresentação de mensagens
fundamentais.

A mais importante é a segunda, em que se salienta a dissolução da Assembleia da República, a


demissão do Governo e a nomeação do Primeiro-Ministro e do Governo.

A dissolução da AR é um poder livre que só ao PR compete avaliar quanto à sua oportunidade,


mas que só se utiliza como última instância numa de duas ocasiões:

 Quando, na ausência de uma maioria estável, seja inviável a formação de governos


duráveis com crises políticas frequentes;
 Quando apesar dessa maioria existir, se verificar uma forte redução de base político-
social de apoio a essa maioria e ao seu Governo.

A demissão do Governo realiza-se no seguinte condicionalismo: o PR só pode demiti-lo


quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições
democráticas (art.195, nº2, da CRP). O poder de demissão irrompe quando a atividade
governativa põe em causa a Constituição, a liberdade política, a separação de poderes ou a
própria democracia.

A nomeação do Primeiro é um poder relativamente limitado pelo facto da sua posição


depender essencialmente da maioria política que se tenha formado no Parlamento. O espaço
de manobra” do PR alarga-se em situações de ausência de maiorias de um só partido ou de
coligação, podendo aí desempenhar um papel “liderante” no estímulo das coligações
necessárias, a começar pela escolha de uma certa personalidade para Primeiro-Ministro.

2 – Incluem uma ampla panóplia de competências de natureza política:

 A participação nos diversos procedimentos legislativos;


 A convocação de referendos nacionais;
 A decretação do estado de exceção;
 Aplicação do poder de clemência.

3 – São mais reduzidas e destinam-se a afirmar a posição do Chefe de Estado como


representante da soberania, incluindo três atos específicos:

 Nomeação de embaixadores e enviados extraordinários


 Ratificação dos tratados internacionais solenes
 Declaração do estado de guerra, sob prévia autorização da AR e audição do CE.

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