You are on page 1of 17

Diferenciação celular

Entre as cerca de 75 triliões de células existentes em um homem adulto, por


exemplo, são encontrados em torno de 200 tipos celulares distintos. Todos eles
derivam de células precursoras, denominadas células-tronco (stem cells), ou
também denominadas de células-mãe ou ainda células estaminais.

O processo de diferenciação, que gera as células especializadas — da


pele, dos ossos e cartilagens, do sangue, dos músculos, do sistema
nervoso e dos outros órgãos e tecidos humanos — é regulado, em cada
caso, pela expressão de genes específicos na célula-tronco.
Nos primeiros dias de vida, todas as células de um embrião são idênticas.

Porém, o embrião desenvolve-se rapidamente e converte-se num organismo


constituído por tecidos diferentes (embora a informação genética seja a
mesma, pois é conservada pela mitose). As células especializam-se por
diferenciação: as novas células especializadas expressam apenas uma parte
da informação genética total do indivíduo.
A diferenciação
celular é o
processo pelo qual
as células de um
organismo se
tornam diferentes
na sua forma,
composição e
função. A partir de
então, surgem no
indivíduo grupos
de células
distintas, formando
estruturas, órgãos
e sistemas que
interagem entre si
e desempenham
as diversas
funções
necessárias à sua
sobrevivência.
O desenvolvimento humano começa quando o espermatozóide fertiliza o
óvulo e cria uma única célula totipotente, o ovo. Nas primeiras horas após a
fertilização, esta célula divide-se em células totipotentes idênticas – as
células-tronco embrionárias totipotentes.

Aproximadamente
quatro dias após a
fertilização e após 16 - 32 células (3
ou 4 dias de vida)
vários ciclos de
divisão celular,
estas células
totipotentes
começam a
especializar-se.
Elas representam
um enorme
potencial
terapêutico para a
obtenção de
tecidos para
reconstituir órgãos
comprometidos.
Células-tronco ou células estaminais são as células com
capacidade de se dividir por mitose, e com potencial de se diferenciar em
vários tecidos. Podem ser:
 Totipotentes

 Pluripotentes
 Multipotentes ou oligopotentes
 Unipotentes

- Totipotentes - células capazes de se diferenciarem em todos os 216 tecidos


que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As
células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de
divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3
ou 4 dias de vida;
- Pluripotentes - células capazes de se diferenciar em quase todos os tecidos
humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 -
64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de
blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as
células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as
membranas embrionárias;
-Oligopotentes ou multipotentes,
aquelas células que se diferenciam em
poucos tipos de células. São capazes
de gerar os tipos celulares que
compõem o tecido ou órgão específico
onde estão situadas.

- Unipotentes, aquelas células que


se diferenciam num único tipo de
células.
Quanto a sua natureza, podem ser:
 Embrionárias;
 Adultas

Embrionárias - só podem ser encontradas nos embriões humanos e são


classificadas como totipotentes ou pluripotentes, dado seu alto poder de
diferenciação. Estes embriões descartados (inviáveis para a implantação)
podem ser encontrados nas clínicas de reprodução assistida ou podem ser
produzidos através da clonagem para fins terapêuticos.
Adultas - extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea,
sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são
consideradas células adultas, devido à sua limitação de diferenciação). Nos
tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea,
sistema nervoso e epitélio. Entretanto, estudos demonstram que a sua
capacidade de diferenciação é limitada e que a maioria dos tecidos humanos
não podem ser obtidas a partir delas.

Célula-tronco adulta extraída da


medula óssea.
Produção de células tronco específicas, por clonagem
terapêutica

Essa figura representa a introdução do DNA de uma pessoa com uma lesão
(ex. neurológica) num óvulo ―in vitro‖ com o objectivo de gerar um embrião.
No óvulo fecundado tem início a formação do embrião ―in vitro‖.
Após cinco dias de incubação ―in vitro‖ do óvulo fecundado o número de
células multiplica-se formando o blastocisto. Essas células contêm células-
tronco pluripotenciais para formação dos diversos tecidos do organismo.
As células pluripotenciais são extraídas do blastocisto e colocadas noutro meio
de cultura enriquecido com proteínas específicas para induzir a produção de
determinada célula-tronco (no exemplo células tronco neurológicas). Por esse
meio de clonagem terapêutica e com uso de meio de cultura com proteínas
específicas será possível no futuro induzir células tronco com especificidade
para os tecidos do coração, pâncreas, fígado, ossos, sangue, rim, etc.
A manutenção de células indiferenciadas (células tronco ou precursoras) é de
fundamental importância para a renovação dos tecidos, cada qual com sua
capacidade de regeneração e reposição.
Devido a essa característica, as células-tronco são importantes, principalmente
na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de combate
a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes tipo-1, acidentes
vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal. O
principal objectivo das pesquisas com células-tronco é usá-las para recuperar
tecidos danificados por essas doenças e traumas.

You might also like