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A Fazenda Pinhal, e Sua Participação No Desenvolvimento, Economicô, Urbanistico e Cultural Na Cidade de Boituva-Sp
A Fazenda Pinhal, e Sua Participação No Desenvolvimento, Economicô, Urbanistico e Cultural Na Cidade de Boituva-Sp
ITU
2019
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The Pinhal farm, and its participation in development economic, urbanistic and cultural
developmentic in the city of Boituva-SP.
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Aluno do curso de História do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Cruzeiro do Sul.
E-mail:joseluiz.coutinho@yahoo.com.br/ luizcoutinho3536@gmail.com Fone: (15)997563953/(15)3363-6076.
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Professor Orientador: Professor e Mestre Luis Roberto da Rocha de Francisco, do centro Universitário Nossa
Senhora do Patrocínio- CEUNSP- Cruzeiro do Sul, Itu/SP, 2019.
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Índice de Figuras:
Sumário
Outro fator muito importante foi o nascimento de novas vilas, que com o passar dos
anos se transformaram em cidades, originárias de pontes, ou abrigos, pela viagem dos
tropeiros, quando eram em busca desses animais, mas também na volta para comercialização
na feira de muares.
As cidades originadas pela atividade tropeira não tiveram na religião o elemento primordial
para a configuração da malha urbana e distribuição dos elementos no espaço. Isso quer dizer
que as vilas não se formaram em torno de uma praça central, mas sim a partir de um pouso e /
ou uma ponte. A rota ou a estrada era o elemento que desencadeava todo o processo de
produção daquele espaço específico e singular na colonização do sul do Brasil. A maior
característica daquele espaço foi a simetria na distribuição dos pousos, vilas e cidades ao longo
das rotas. Esse espaço materializado simetricamente foi resultado de um tempo diário, ou seja,
o tempo percorrido diariamente pelos tropeiros (STRAFONI, pp32, 2001).
Quando Tristão Rosa, adquiriu a fazenda Pinhal, a propriedade já tinha escravos e
pequenas plantações de arroz, feijão, café e algodão. Parte da fazenda também era destinada a
agropecuária como: o corte de gado, vaca leiteira, criação de búfalos e porcos. Com a
abolição da escravatura em 1888, a maioria dos antigos escravos preferiram continuar na
fazenda trabalhando e constituindo suas famílias. Esses tipos de construções de casas, para
formar a colônia, e do mesmo modo a construção da primeira casa grande, foram técnicas de
construção civil, desenvolvidas através dos bandeirantes. A partir de 1920 foram sendo
reformadas, sem nenhuma técnica de restauro apropriada (ROSA, 2019).
Os tropeiros levaram ao longo da rota técnica de construção de casas usadas pelos paulistas. É
possível encontrar em inúmeras cidades distribuídas ao longo das rotas, antigos casarões
construídos com a túnica de taipa de pilão, que resistiram ao tempo, mostrando às novas
gerações um tempo histórico diferente e único na colônia, onde a produção do espaço se dará
de forma totalmente diferente do atual. “De Sorocaba para o Sul, Itapetininga e Itapeva, dela
desmembrada no século XVIII, foram também o reino da taipa de pilão” (ALMEIDA,
1950;36).
Como vimos o tropeirismo não trouxe desenvolvimento só para Sorocaba, mais
também para toda Região em torno do Munícipio. A queda de rendimento do tropeirismo
começou por volta do final do século XIX, com a chegada do transporte ferroviário, mesmo
assim continuava tendo sua utilidade. Como mecanismo de condução de cargas, transportando
as mercadorias das fazendas, até os pontos de carregamentos ferroviários. O tropeirismo só
tem o seu término por volta dos anos de 1950. No comando do presidente Juscelino
Kubitschek, que começa a investir em tratores e caminhões substituiu-se o trabalho do
tropeiro nas regiões agrícolas (STRAFORINI, 2001).
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Com as mudanças que ocorrem na vila de Boituva entre o final do século XIX e
início do XX, o bairro começa a ter certas transformações, como por exemplo a chegada de
novos moradores vindos de diversas localidades próximos a vila, como: de Tatuí, Porto Feliz,
São Roque e até da Itália. Com o aumento da população local, começa a construção de sua
primeira capela, que é chamada de Capela Santa Cruz. E em 1905 é construída sua primeira
escola mista, chamada de Escola Pública Mista da Vila de Boituva, que teve como sua
primeira professora D. Dolores Trujilo Botelho. A vila, com sua grande ascensão, se
transforma em distrito em 1906, e em 1907 é instalado seu primeiro cartório. Anos mais tarde,
se estabelece no distrito o correio que tem como sua primeira agente, Dona Isabel de Arruda
Lima (FILHO, 1973).
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Estrada de ferro sorocabana: foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, de São
Paulo até Sorocaba. Permaneceu em atividade até outubro de 1971, quando foi extinta e incorporada a
FEPASA. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha tronco até 16 de janeiro de 1999,
quando foram suprimidos pela concessionária FERROBAN, sucessora da FEPASA. A linha está ativa até os
dias de atuais, para trens de carga (BRASIL, 2001).
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A estação ferroviária de Boituva, que foi uma das grandes responsáveis pela rápida
urbanização e desenvolvimento geográfico da vila que se tornaria município, teve grandes
mudanças com a chegada da Rodovia Castelo Branco4, seu funcionamento foi até 1998. Na
década de 90 ela chegou a ficar abandonada, no ano 2000, a estação foi reformada, e foi
utilizada como Secretaria do Turismo. E em 21 de agosto de 2001, o prefeito Edson
Marcurso, junto com a Câmara Municipal, consolidou o tombamento dos prédios históricos
da Estação Ferroviária e a “Cabina de Boituva”, determinada pela lei Número 1387/2001
(PREFEITURA DE BOITUVA, 2019). Em 2008 ela serviu como sede do sindicato dos
trabalhadores do Serviço Público Municipal de Boituva, em 2013, estava sendo utilizado pelo
AA (Alcoólicos Anônimos). Nos dias atuais a Estação se encontra abandonada, toda pinchada
e em péssimas condições. A Prefeitura, junto com setor de Desenvolvimento tem um projeto
para fazer da antiga Estação um Museu, havendo uma linha Férrea turística de Boituva a
Iperó, mas não conseguiram investidores para essa manutenção, pois os custos são bem
elevados. E o único patrimônio histórico da cidade continua abandonado, (BRASIL, 2001).
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Rodovia Presidente Castelo Branco: também denominada SP-280 ou BR-374, originalmente chamada de
Rodovia do Oeste. Sua construção se iniciou em 1963, e foi entregue no dia 10 de novembro de 1968, pelo
governador Adhemar Pereira de Barros.
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A estrutura agrária brasileira nasceu do açúcar. Para sua produção terras foram
doadas, homens deixaram a Europa sonhando com a riqueza, organizou-se o
comércio, o tráfico negreiro ganhou fôlego. Produto mais importante da economia
colônial, o açúcar oscilou, desde o século XVI, ao sabor do mercado e da política
econômica, mas se manteve, mantendo uma sociedade violenta onde, sob a capa do
paternalismo, senhores esmagaram escravos e, ainda hoje usineiros esmagam
camponeses (FERLINI, pp 08, 1986).
Desde o início do século XVI, até os dias de hoje, a cana-de-açúcar sempre esteve
vinculada com a economia do Brasil, começando pelo Nordeste, e depois se locomovendo por
diversas regiões brasileiras. E com o açúcar também veio, um grande investimento em tráfico
negreiro. Exploração essa que dura até meados de 1888, com a abolição. A cana-de-açúcar
teve uma enorme queda econômica depois da descoberta do ouro, e com os grandes coronéis,
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com suas enormes fazendas de café do século XIX. Mas, a partir de 1930, a cana-de-açúcar
volta aos holofotes, tendo como fonte de investimento, o poderoso Estado de São Paulo, que
era o mais rico território brasileiro, e continua sendo até os dias atuais (PESSINATO, 2014).
2014).
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A crise do álcool deu inicio no Oriente Médio, quando se inicia a Revolução Islâmica
iraniana de 1979, com a insatisfação do povo com uma Monarquia totalitária, que reprimia de
forma violenta qualquer manifestação contra o governo, que tinha como principal objetivo,
comprar armamentos e se desenvolver economicamente, querendo transformar o Irã em uma
potência Bélica.
“Eles (os iranianos) sentiam que os Estados Unidos eram responsáveis pelos enormes
gastos do Xá nas forças armadas, gastos que eram fora de proporção para as
necessidades de segurança do Irã e eram designadas mais para proteger a posição do
Xá do que para melhorar as condições do povo iraniano. Incontáveis iranianos
acreditavam que os Estados Unidos eram os responsáveis pelo programa de
modernização do Xá que na visão deles violava a lei islâmica fundamental e os
costumes tradicionais da Pérsia.” revolução iraniana derrubou o maior aliado dos
Estados Unidos, pondo fim à ordem de mercado acordada entre eles e a Arábia
Saudita e o Irã. Este último país teve sua oferta de petróleo interrompida, gerando uma
queda de praticamente 8% da oferta global. Os, outros países exportadores de
petróleo, tentando reequilibrar o mercado, elevaram suas exportações, mas o aumento
dos preços foi inevitável. O mercado internacional de petróleo voltava à fase de
instabilidade (MELO, p: 14, 2008).
Em 1980, ainda afetado pelo petróleo, o álcool tem uma pequena queda que passa
por alguns anos, e o setor sucroalcooleiro passa por restruturações de investimentos, redução
dos empréstimos, subsidiados, e eliminação da garantia de mercado e a estabilização de
preços. Com o preço do álcool muito elevado, isso faz que a baixa demanda no final da
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década de 80, faça o álcool entrar em crise. Desde os anos 70, a cana-de-açúcar vinha vindo
como uma das maiores culturas substituidoras do Brasil, mas com a crise na década de 80, se
deu uma pequena pausa, voltando no século XXI, com todo gás, perdendo apenas para as
pastagens como maior cultura substituidora (PISSINATO, 2014).
O alto desenvolvimento da cana-de-açúcar, também tem seu lado ruim dessa história,
que tem na mão de obra, um trabalho muito sofrido, e com um baixo salário para o cortador
de cana. Que faz muitas pessoas saírem do Nordeste, e virem trabalhar nas lavouras de cana
de açúcar no interior paulista. Essa migração e o desenvolvimento da cana na região da cidade
de Boituva é tema da nossa próxima abordagem, mostrando todo espaço econômico, cultural e
urbano. Que a produção açucareira trouxe para esse Munícipio.
Alguns pontos negativos do setor sucroalcooleiro, tem que ser lembrados como o fato
de que a utilização da mão de obra na cultura da cana-de-açúcar é grande mesmo com
a crescente introdução de máquinas no campo. Mas há, ainda, algumas situações em
que o trabalho do cortador de cana acontece em condições semelhantes à escravidão,
com a exploração do ser humano através de salários por produção, que leva muitos
trabalhadores a exaustão. Adicionalmente à escala brutal de trabalho que são
submetidos os trabalhadores, a cana-de-açúcar é uma das culturas que mais esgotam o
solo, cada vez mais, os pequenos produtores e os pequenos trabalhadores assentados
são seduzidos pelas promessas de altos retornos. Com isto é bastante comum que o
agricultor abandone a cultura de subsistência para se dedicar ao plantio de cana e
acabe submetendo-se a uma relação dependência com o usineiro (PESSINATO).
1.3- A migração nordestina na década de 80, para o trabalho manual de corte de cana, e
trabalho nas usinas canavieiras na cidade de Boituva
Com a crise do petróleo no final da década de 70, o álcool começa a ser desenvolvido
e produzido em alto escala para substituir a gasolina, acontecendo essa mudança em todo
Estado de São Paulo inclusive em Boituva. Dando início a uma produção em alta escala, a
família Rosa, decidiu investir alto, construindo uma usina canavieira. Com à necessidade de
mais trabalhadores para ocupar as vagas de emprego, os administradores da fazenda,
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começaram a realizar o que os outros donos de Usinas canavieiras da região estavam fazendo,
começaram a contratar trabalhadores vindos do nordeste do Brasil, para trabalho no corte de
cana e também para trabalhar dentro da Usina canavieira( JORGE, 2019).
Com o grande problema de mão de obra, para trabalhar nas usinas e no corte de cana,
esses fazendeiros e donos de usina canavieira, começam a trazer pessoas do Nordeste e do
Norte do Brasil, para trabalhar no interior paulista, construindo varias “colônias”, bairros
caracterizados como alojamentos próximos a fazenda, para melhor transportar os
trabalhadores ( NOVAES, 2009).
cana em que o ganho é pela produção. Quanto mais se corta, mais se ganha. Assim, os
trabalhadores migrantes chegam na região com a disposição de acionar toda sua força
física, toda a sua habilidade e resistência para alcançar bons níveis de produtividade.
O que, sem dúvida, não apenas os qualifica diante dos gestores e empresários, quanto
os justifica diante dos familiares que ficam (NOVAES, pp 121, 2009).
Nos últimos 20 anos, têm crescido os estudos que avaliam as condições de trabalho e
os efeitos na saúde dos trabalhadores rurais cortadores de cana. Durante o corte
manual, os trabalhadores ficam expostos a diversos riscos para a saúde, como: riscos
físicos- condições climáticas( temperaturas elevadas, radiação solar, chuva), ruídos
emitidos pelos veículos: riscos de acidentes biológicos-animais peçonhentos; riscos de
acidentes: traumas e de incêndio; riscos ergonômicos-posturas e movimentos
repetitivos, sobrecarga física e riscos psíquicos impostos pelo ritmo de trabalho,
exigência de constante atenção, concentração e falta de pausas regulares. Estudos
realizados em países da América Central com cortadores de cana-de-açúcar também
mostram a elevada morbidade e mortalidade, principalmente associada à epidemia de
doença renal crônica. Apesar da realização de diversos estudos, falta uma
sistematização dos achados e evidências, bem como das medidas sugeridas para
preservar a saúde dos trabalhadores (LEITE, ZANETA, TREVISAN, BURDMANN,
SANTOS, pp 02, 2018).
Estes indivíduos, que migram das regiões mais pobres do Norte e do Nordeste, para
melhores condições de vida e de emprego, encontrando condições de trabalho degradante,
alojamentos precários, e mesmo assim a maioria achando melhores condições do que em seus
antigos Municípios. Nós brasileiros de todas classes sociais, poderíamos olhar com mais
carinho essa profissão que é muito desvalorizada e a o mesmo tempo tão necessária na
agricultura canavieira, sendo tratada com um pouco mais de respeito, adequando leis mais
apropriadas a esses trabalhadores.
Como nos referimos no início do artigo, a partir do século XX, a Fazenda Pinhal
começa seu trabalho agrícola na matéria prima canavieira, já em 1903, compra um pequeno
engenho, começando a fabricação de cachaça. Pode se dizer que isso não acontece só apenas
na vila de Boituva, é uma expansão agrícola que tem origem em quase todo território Paulista,
a partir de 1930, com a queda da bolsa de valores de Nova York, que diretamente derruba o
preço do café brasileiro. Também ocorrendo um grande desenvolvimento industrial na região
paulistana. Documentos comprovam que desde 1922 o grupo caninha Rosa já tinha alvará de
licença para fabricação de aguardente em sua fazenda, começando assim uma tradição de
mais de 100 anos, com origem com o senhor Tristão Rosa, que depois seus filhos assumiriam
o negócio com a liderança de José Soares Rosa, mais conhecido como “Zezinho Rosa”
(ROSA, 2019).
A aguardente brasileira é uma das bebidas mais consumidas do país, mais conhecida
como cachaça, essa iguaria que tem o princípio de seu consumo com os escravos africanos,
com o passar do tempo ela começa a conviver dentro das casas grandes das fazendas, sendo
degustadas por donos de fazenda, e partindo para os principais capitais brasileira, sendo
consumida pela classe alta e média, se transformando uma das principais expressões culturais
de nosso país (SANDRE, 2014).
É bem em torno dos anos 20, que com o modernismo instalado no Brasil, que a
cachaça recupera seu sentimento de nacionalismo perdido no século XIX, sendo fonte de
inspirações de composições musicais, e frequentando bailes e bares por todo o Brasil
(SANDRE, 2004).
Segundo (CATANELLI, 2000), Iperó também era considerada uma vila de Porto
Feliz, chamada de Vila de Santo Antônio, tem como registros de destaque na região, com o
trabalho de mineração no morro de Araçoiaba ainda no século XVI. Tendo como um dos
pioneiros de fornos de fundição da América, constituída como grande siderúrgicas industriais
do Brasil, com a Real fábrica de Ferro de São João de Ipanema. Que hoje abriga o histórico
Sitio Arqueológico na Fazenda Ipanema.
O bairro de Iperó, com sua proximidade com a cidade de Sorocaba, também tem
forte influência no tropeirismo, seu território servia de abrigo para animais, que tem nos seus
arredores as áreas conhecidas como “faxinais”.
O caso dos faxinais, ao aliar propriedade privada e uso comum, contradiz a fixidez do
ordenamento jurídico que opõe “comum” e “individual”, “privado” e “coletivo”. Os
faxinais demonstram, através da experiência, um modo de habitar o mundo que
articula uso comum e apropriação privada da terra. A existência de um criador
comunitário, ou seja, de área de uso comum destinada a pastagem animal, revela que
há diversas possibilidades que perpassam o privado e o coletivo (BERTUSSI, pp: 10,
2010).
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Com achegada da Ferrovia Sorocabana em 1927, Iperó muda seus status, assim
como exemplo de Boituva, começa a ter um grande crescimento urbanístico, já em 1944, a
vila Santo Antônio, agora Distrito da Paz de Boituva, muda o nome da vila para Esplanada e
consequentemente se torna Iperó.
Em 1964, os líderes do Distrito de Iperó como: José Abílio Nassil, Joaquim Pedroso
Ramos, Gumercindo de Campos e José Homem de Góes, começam a se organizar para
solicitar a emancipação do distrito. Nesta data quem estava no posto de Governador do Estado
de São Paulo era Adhemar de Barros, que sua vez negou o pedido de emancipação, mas que
no ano seguinte, com várias manifestações do distrito, o governador cedeu ao pedido do povo,
e em 21 de março de 1965, o distrito de Iperó se tornou cidade (TIBIRIÇA, 1985).
Segundo (ROSA, 2019), tem um lado dessa emancipação que poucos sabem, de
início essa divisão territorial seria feita partir da rodovia Castelo Branco, para quem vem de
São Paulo sentido Paraná, o lado esquerdo da Rodovia seria Iperó, e o lado direito seria,
Boituva. Mas o senhor José Soares Rosa, sabendo dessa decisão, não ficou muito contente,
pois a fazenda Pinhal fica localizada do lado esquerdo da rodovia Castelo Branco, então se
tornaria território da cidade de Iperó (ROSA 2019).
A família Rosa que estava localizada junto com Boituva desde quando era apenas
uma vila rural, até se torna distrito e consequentemente cidade, e com relação a emancipação
com Iperó, e sua divisão territorial, o senhor José Soares Rosa não achou muito justa essa
decisão, de deixar a Fazenda Pinhal do lado de Iperó. Insatisfeito com essa decisão ele decidiu
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Com a alta produção da Usina funcionando 24 horas por dia, a fazenda Pinhal se
transformou em uma grande vila, sua colônia que tinha sido construída logo após a abolição,
se ampliou com a construção de novas casas e de alojamentos, para chegada dos novos
trabalhadores vindos do Nordeste. No local já existia igreja, foi instalado o posto de saúde, e
já existindo a escola de ensino de primeira à quarta série do fundamental. A fazenda passa
pela sua melhor fase financeira e estrutural industrial, com a exportação do álcool, grande
produção e venda das bebidas ROSA EXTRA e a TRÊS CORONEIS. E grande
desenvolvimento também na parte da agropecuária, podendo falar que todas linhas
econômicas da fazenda estavam em alta (JORGE, 2019).
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Esses dados passarão a ser mais específicos a partir da criação de órgãos do governo
federal, como o IBGE, sobre a população boituvense durante esse período de urbanização.
Também tem dados obtidos quando Boituva era bairro de Porto Feliz, no período de 1960 e
1970, começa um novo tipo de desenvolvimento, com a construção da Rodovia Castelo
Branco, mesmo assim se tem uma pequena queda da população devido a emancipação de
Iperó (HOLTZ, NOGUEIRA, 2007).
Ano Habitantes
1815 204
1920 3.797
20
1940 7.674
1950 8.057
1960 9.974
1970 8.976
1980 12.573
1991 23.140
1996 28.560
2000 34.368
2007 40.787
Fonte: (HOLTZ, NOGUEIRA, pp31, 2007).
Suínos 7.900
Aves para corte/ano 1.620.000
Fonte: (HOLTZ, NOGUEIRA, pp31, 2007).
No começo dos anos 80 até o final dos anos 90, é uma época bem lucrativa para
fazenda Pinhal, e quem estava em sua frente eram os filhos e netos do José Soares Rosa. Entre
eles, Colomi Rosa (atual Patriarca família Rosa), que nasceu na fazenda e trabalhou quase
toda a sua vida neste local, trabalhando um tempo fora da fazenda nos anos 70 quando foi um
dos administradores do hospital São Luís de Boituva, na onde ajudou em algumas reformas do
estabelecimento. Depois dessa experiência, Colomi retorna aos negócios da família, na e
assume a administração do grupo Rosa junto com seus irmãos. Quando chega no ano de 1997,
o grupo Rosa recebe um grande golpe imobiliário, conseguindo recuperar parte do território
depois de alguns anos. A Usina de cana-de-açúcar, já não estava indo tão bem, então a família
achou melhor vende-la, as terras que ficou com a família Rosa, foi dividida entre os filhos de
José Soares Rosa, ficando com a fazenda principal com Colomi Rosa (ROSA 2019).
Hoje em dia a fazenda Pinhal, tem maioria de seus bens agendados, no caso do
primeiro alambique que hoje funciona a mecânica de caminhões da usina açucareira, a colônia
continua povoada, maioria de seus moradores trabalham na usina açucareira ou na fazenda.
Os três rios que antigamente era usado para lavagem do algodão, hoje é pesqueiro, também
agendado. A escola, a creche e o posto de saúde foram fechados, mantendo-se só a igreja. O
alambique atual destinado apenas a cachaça artesanal, é administrado pela filha do Colomi
Rosa, Lídia Rosa e pelo seu filho Glauco Rosa, tendo como sua melhor mercadoria a cachaça
artesanal Três Coronéis. E seu Colomi Rosa aos seus 91anos de idade, continua trabalhando
administrando a mecânica de tratores da fazenda (JORGE, 2019).
A crença de que uma reunião social possa não ser agradável sem que inclua consumo
de álcool é comum na nossa sociedade. Os adolescentes são inclinados a imitar os
pais, parentes e heróis da televisão, personagens dos livros, do rádio ou do cinema. É
comum um adolescente revelar que começou a beber porque viu que isso era um
hábito de alguém que ele admira, uma pesquisa realizada por Vieira et al. (2007) com
estudantes de Paulínia (SP), revela que 40,4% dos alunos relataram que familiares
foram os primeiros a lhes oferecer bebida alcoólica e que quase metade (47,9%)
afirmou que há alguém na família que bebe demais (HERNANDEZ, pp: 11, 2015).
Segundo fatos relatados pela literatura mundial, o início do uso de bebidas alcoólicas
entre os adolescentes varia em torno entre os 16 e 20 anos de idade. Temos que considerar o
uso do álcool na adolescência um assunto de extrema complexidade, e que tem que ser
primordial uma discussão nas políticas públicas relacionados a o assunto (HERNANDEZ,
2015).
3.1- Como trazer o tema sobre uso da bebida alcoólica para sala de aula
Para o 3ª ano do ensino médio, poderíamos retratar fatos ocorridos após a metade do
século XIX, onde o discurso mais antialcoólico, criando força a partir de novas análises e
pesquisas cientificas, quando começam a ser comprovadas experiencias de quanto mal faz a
bebida alcoólica. Tendo o início de medidas normativas aos comportamentos sociais das
classes populares. Destacando os Estados Unidos, e a Europa no final do século XIX e início
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do XX, quando foi criada um sistema de elevação das taxas sobre a produção e o comércio
das bebidas alcoólicas. Estabelecendo códigos penais, responsabilizando o alcoólatra com seu
delito. E em 1920 chegar à proibição nacional do álcool nos Estados Unidos, alegando a
responsabilidade a grande corrupção política e a prostituição. Este fato que teve aprovação do
congresso, teve forte influência do movimento Puritano, dando início ao período conhecido
como “Proibition” ou “Lei Seca”. Durando de 1920 a 1933, sendo revogada, ficando
responsável cada Estado Norte-americano à autonomia de resolver o problema a sua maneira
(SALES, 2010).
Após analisar o conteúdo que iria ser passado para os alunos, desenvolver seu
conhecimento e sua curiosidade. Como poderíamos trabalhar esse assunto em sala de aula? A
ideia seria simples, de início seria pedido com 15 dias de antecedência, que os alunos
fizessem uma pesquisa relacionada à o tema respectivo de cada série, trazê-lo em forma de
trabalho para escola, e no dia da semana de conscientização do uso da bebida alcóolica na
escola, à aula seria em forma de dialética para saber o pensamento e as expectativas dos
alunos sobre o tema discutido, suas dúvidas e certezas seria trazido para sala de aula no
caderno com anotações respectivas de cada tema abordado, para dinâmica e com isso ocupar
menos tempo na sala de aula com esse tipo de questão.
3.2.1- Introdução:
A utilização dos projetos encontra respaldo na LDE. No artigo 14, ela mostra que os
sistemas de ensino definirão as normas da gestão básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios, I- participação dos profissionais da
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3.2.2- Problema:
3.2.3- Objetivo:
3.2.4- Metodologia:
prejudica o álcool não só fisicamente mais também psicologicamente. E a História que retrata
a bebida alcoólica desde a antiguidade até os dias de hoje.
Cada disciplina vai tratar do mesmo assunto em questão, mais cada responsável por
ela vai dar sua avaliação e sua nota, como quiser sem ser cronologicamente igual para todos.
O evento tem duração de 5 dias, dando início em uma segunda-feira, e finalizando na sexta
feira. As aulas no início da semana serão normais, mais todos aqueles professores envolvidos
com o projeto, vão passar a semana trabalhando o assunto sobre o uso de álcool na
adolescência, em todas as aulas. A partir da quarta-feira, será iniciada palestras educativas
sobre o tema. Com visita de psicólogos especialistas na área, ex alcoólatras e pessoas que
vivem ou presenciam esse tipo de doença de perto. Tendo o intuito de conscientizar o público
alvo de maneira impactante, e a parte da decoração continua colorindo a escola sem previsão
de retirada.
Cada professor com sua disciplina, vai fazer o orçamento de gasto para o evento,
contando com parte de planejamento sendo fundamental para o sucesso da atividade
interdisciplinar. Mas com tudo precisaremos da atenção de todos que trabalham no ambiente
escolar, a esperança de grande parte da participação dos alunos. Na disciplina de História, vai
ser utilizado duas aulas, na semana do evento, mais a participação dos alunos em trazer o
trabalho e as anotações no caderno. E a sala de aula, que vai ser o ambiente para discutir e
analisar temas sobre o conteúdo.
3.2.6- Avaliação:
A avaliação vai ser individual, com cada disciplina aplicando da maneira que achar
melhor. Na disciplina de História, vai ser analisado o trabalho feito em casa que teria a
contagem de 2,0 pontos na média, mais o debate dentro da sala de aula, individual com
participação dos alunos que vai valer 1,0 ponto na média. Para incentivar os alunos para
melhor desempenho do projeto.
enraizada na onde muitos alunos de origem mais humilde, e de classes menos favorecidas,
que encontram esse tipo de situação na sua comunidade, muitas vezes com seus vizinhos e
até mesmo dentro de seu ambiente familiar. E esse projeto vai trazer uma perspectiva do
assunto com outros olhos, assim conscientizando não só alunos, mais também todos que estão
envolvidos com o projeto e até mesmo tentando impactar até mesmo a comunidade, onde se
encontra essa escola.
A pesquisa cientifica que teve como finalidade mostrar, a grande influência de uma
Fazenda de cana-de-açúcar no desenvolvimento de algumas cidades do interior de São Paulo,
a partir de 1930, com a falência do café a partir de 1929. Tem como fonte de pesquisa a
cidade de Boituva-SP, e a fazenda Pinhal localizada nesse Município. A dona dessa
propriedade desde o século XIX, a família Rosa, que inicia à agricultura de cana-de-açúcar a
partir de 1903, com seu pequeno engenho. Tratando de assuntos similares ao que aconteceu
nesse período. Tristão Rosa seu primeiro Patriarca, tinha como ofício antes de conseguir a
fazenda o Tropeirismo. Um movimento muito forte no início do século XVIII e todo o século
XIX, na região de Sorocaba com a feira de muares, troca e venda de animais de carga.
seu atual Patriarca, a fazenda sendo gerenciada pela sua filha Lídia Rosa e seu neto Glauco
Rosa.
Fontes Primarias:
Bibliografia:
CALAÇA, Flávia Antunes Caldeira Silva. FERREIRA, Roberto Assis. DUARTE, Marco
Antonio. Uso de álcool entre adolescentes, jovens e universitários. rev.med. Minas Gerais.
2006.
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FERLINI, Vera Lúcia Amaral. A civilização do açúcar. Séculos XVI a XVIII. Editora
brasiliense. Tudo é História. 7ª edição. 1986.
FILHO, Waldemar G Venturini. NOGUEIRA, Andressa Milene Parente. Aguardentes e
cachaça. Universidade Estadual Paulista. Campus de Botucatu. Faculdade de Ciências
Agronômicas. Botucatu, agosto de 2013.
NOVAES, José Roberto Pereira. Trabalho nos Canaviais. Os jovens entre a enxada e o
facão. Ruris. Volume 3. Número 1. março de 2009.
31
SOUZA, Ricardo Luiz. Cachaça, vinho, cerveja da Colônia ao século XX. Estudos
históricos. p. 56-75. Rio de Janeiro, janeiro-junho de 2004.
STRAFORINI, Rafael. No caminho das tropas. LINC. Editora TCM comunicação. 2001.