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Bioética e

Biossegurança
Paulo Heraldo Costa do Valle

Unidade 2

Conceitos
de Bioética e
Biossegurança
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
PAULO HERALDO COSTA DO VALLE
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O AUTOR
PAULO HERALDO COSTA DO VALLE

Olá. Meu nome é Paulo Heraldo Costa do Valle. Sou formado em


fisioterapia, com mestrado e doutorado em fisiologia pela Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), com uma experiência técnico,
profissional e acadêmica na área de saúde a mais de 25 anos.
Trabalhei em várias como a Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ),
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
(UNIJUI), Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), Universidade
Gama Filho (UGF), Universidade Ibirapuera (UNIb), Universidade Nove
de Julho (UNINOVE) e Kroton Educacional.
Já trabalhei como consultor AD HOC do MEC para autorização,
reconhecimento e renovação de cursos de graduação durante 10 anos e
fui membro da Comissão Assessora do Curso de Fisioterapia do Exame
Nacional de Desempenho do Estudante – ENADE.
Fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da
Comissão de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional – COFFITO e membro da Comissão de Sindicância do
Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO.
Fui Vice Presidente da Associação Brasileira de Ensino em
Fisioterapia e Presidente da Associação Brasileira de Ensino em
Fisioterapia.
Além da Telesapiens já produzi conteúdos para a Kroton
Educacional, Editora Guanabara Koogam, 5G Educacional, Uninter,
Delínea, Must, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e
DPContent.

Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha


experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por
isso trabalho junto com a Editora Telesapiens compondo o seu elenco
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessida-
volvimento de uma de de se apresentar
nova competência; um novo conceito;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações es-
necessários obser- critas tiveram que ser
vações ou comple- priorizadas para você;
mentações para o
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo, se
ou detalhado; forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamento atenção sobre algo
do seu conhecimento; a ser refletido ou
discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoaprendi- volvimento de uma
zagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Bioética: Introdução, histórico e conceitos .....................11

Introdução a bioética .........................................................11

Princípios da bioética ........................................................12

Beneficência ..........................................................12

Não-maleficência ...................................................12

Autonomia .............................................................13

Justiça ou equidade ................................................14

Ética ao profissional de saúde .........................................15

Objetivo de criação dos conselhos profissionais .................15

Funções dos conselhos da área da saúde ............................16

Situação atual dos conselhos de classe ...............................17

Profissões da área da saúde regulamentadas .......................19

Código de Ética profissional ..............................................19

Organização Mundial da Saúde .........................................20

Organização Pan-Americana da Saúde ..............................20

Biossegurança: histórico, conceito e legislação ................21

Histórico da biossegurança ................................................21


Conceito sobre a biossegurança .........................................22

Legislação sobre biossegurança .........................................22

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ...................24

Principais classes de riscos ocupacionais ...........................24

Biossegurança em laboratórios .......................................25

Normas de Biossegurança para os laboratórios ..................26

Programa de Segurança .....................................................28

Avaliação e Representação de Riscos Ambientais ..............28

Mapa de riscos ..................................................................29

Serviço especializado de engenharia de segurança e em


medicina do trabalho .........................................................30

Etapas para a elaboração do Mmpa de riscos .......................31


8 Bioética e Biossegurança

02
UNIDADE

CONCEITOS DE BIOÉTICA E
BIOSSEGURANÇA
Bioética e Biossegurança 9

INTRODUÇÃO
Olá estudante! Gostaria de convidar você neste momento para
continuar este processo de conhecimento e aprendizagem, tenho certeza
que será muito enriquecedor, repleto de desafios e estímulos para o
seu o crescimento. Você é o nosso convidado especial para continuar
esta viagem através do conhecimento, durante esta trajetória você irá
se deparar com trilhas muito interessantes e desafiadoras em todo
este percurso. Podemos continuar? O tema desta segunda unidade é
“Bioética e biossegurança”, o qual está dividido nos seguintes conteúdos:
Bioética: Introdução, histórico e conceitos; Ética ao profissional de saúde;
Biossegurança: histórico, conceito e legislação e Biossegurança em
laboratórios.
10 Bioética e Biossegurança

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem vindo a nossa Unidade 2, e o nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender a bioética: Introdução, histórico e conceitos;
2. Estudar a ética aplicada ao profissional de saúde;
3. Pesquisar sobre a biossegurança: histórico, conceito e
legislação;
4. Analisar a biossegurança em laboratórios.

Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto


fascinante e inovador como esse? Vamos lá!.
Bioética e Biossegurança 11

Bioética: Introdução, histórico e conceitos


INTRODUÇÃO
Ao longo deste item você será capaz de compreender
vários conteúdos fundamentais com relação à introdução,
histórico e os conceitos muito importantes que estão
relacionados com a bioética.

Introdução a bioética
No ano de 1927 Fritz Jahr publicou um artigo científico em um
periódico alemão onde foi utilizado pela primeira vez o termo bioética.
Para ele este termo estava relacionado com o reconhecimento de
obrigações éticas, não apenas em relação ao ser humano, mas também
para com todos os seres vivos.
Quanto à sua criação na língua inglesa foi atribuído a André
Hellergers, no ano de 1971, como uma forma para estabelecer uma área
de atuação, relacionado com a reprodução humana, foi criado o Instituto
Kennedy de Ética.
A bioética é uma palavra de origem grega onde “bios” significa
vida e “ethos” significa ética.

DEFINIÇÃO
A bioética é definida como o estudo transdisciplinar
das ciências biológicas, ciências da saúde, da ética e do
direito tendo como principal finalidade investigar todas as
situações onde estão envolvidas a vida humana, animal ou
vegetal.

A ampliação da bioética no mundo não ocorreu de forma homogênea,


sendo observada inicialmente nos Estados Unidos e na Europa, enquanto
que no Brasil foi apenas na década de 90 por meio da proposta que reuniu
as várias áreas do conhecimento em volta da ética em saúde.
Atualmente tanto a América Latina e principalmente o Brasil
têm apresentado uma grande contribuição para a composição do
12 Bioética e Biossegurança

pensamento bioético mundial, no qual observado um grande número


de publicações nessa área.
A bioética está envolvida especificamente com a abordagem dos
conflitos morais e éticos na saúde, o Relatório Belmont publicado no
ano de 1978 foi editado por meio da Comissão Nacional para Proteção
de Pessoas Humanas na pesquisa biomédica e comportamental, sendo
conceituado como o primeiro a organizar a utilização sistemática de
princípios.

Princípios da bioética
Os princípios da bioética são divididos atualmente em quatro
itens, e estão relacionados com as discussões, decisões, procedimentos
e ações:
•• beneficência, não-maleficência, - autonomia e justiça ou
equidade, conforme veremos cada um a seguir.

Beneficência
O princípio da beneficiência apresenta uma relação quanto a
busca de uma excelência profissional, você pode observar essa busca,
por exemplo, por meio do juramento de Hipócrates: “Usarei o tratamento
para ajudar os doentes, de acordo com minha habilidade e julgamento e
nunca o utilizarei para prejudicá-los”.
O juramento de Hipócrates abrange todas as profissões da área
da saúde, ou seja, é obrigação de todo profissional da saúde sempre
fazer o bem para todos os pacientes, utilizando de todos os seus
conhecimentos e habilidades, bem como devendo sempre maximizar
os benefícios e minimizar os riscos, procurando alcançar o melhor
tratamento e a prevenção para todas as doenças, por meio de um
equilíbrio físico e emocional.

Não-maleficência
Este princípio é considerado como o mais controverso dos quatro
princípios, tendo como pressuposto que é dever de todo o profissioinal
Bioética e Biossegurança 13

da saúde não fazer qualquer mal a outro indivíduo, não causando danos
ou colocando-o em risco. O fato de não se pensar em fazer o mal, por
si só, já é um ato de bondade para o outro. Você está convidado para
refletir neste momento uma vez que muitas das intervenções tanto
diagnósticas como terapêuticas que estão presentes na saúde, em
muitos casos, acabam apresentando um certo risco.
A maior justificativa em todos estes casos está relacionada com os
casos onde existe uma certa expectativa quanto ao benefício esperado
em função desta avaliação ou exame é maior que a possibilidade de
risco, justificando portanto a sua ação.

Autonomia
Neste princípio está envolvido o poder de decisão que o indivíduo
tem com relação a si mesmo, e que cada ser humano deve ter a sua
liberdade resguardada e garantida.
Em função deste princípio o ser humano que é adulto e possui
plena consciência, vai ter sempre o direito de decidir do que pode ser
realizado ou não no seu próprio corpo.
Existem duas condições que podem ser consideradas como
fundamentais para que o indivíduo possa exercer sua autonomia: ter
sempre a capacidade de agir de forma intencional, compreendendo e
tendo as condições necessárias para decidir entre todas as alternativas
apresentadas, como também, a liberdade de decisão para todo e
qualquer procedimento.
Este princípio na prática obriga que todo profissional da saúde deva
apresentar para todos os seus pacientes, as informações necessárias
para que eles consigam entender todos os seus problemas, garantindo
que em função dessas informações, tenham condições para tomar as
suas decisões.
Na área da saúde existe um documento que é denominado de
consentimento informado, que significa a representação dessa interação
entre o profissional e o paciente, que após a leitura, como também a
explicação completa sobre os procedimentos, deve assinar confirmando
o seu consentimento, o que significa a sua decisão voluntária, quanto
a sua submissão para todos os procedimentos que forem necessários.
14 Bioética e Biossegurança

Figura 1: Poder de decisão do paciente

Fonte: ©Freepik.

Justiça ou equidade
Neste princípio está envolvido a organização de todos os deveres
e benefícios sociais de uma forma coerente e apropriada para todos os
indivíduos que fazem parte de uma determinada sociedade, devendo
ser garantindo para cada um o seu direito. É fundamental evidenciar que
é a equidade é diferente da igualdade. Igualdade é aplicado quando
queremos nos referir a situações iguais, idênticas ou equivalentes para
todos os indivíduos e para todas as situações. Equidade está diretamente
ligada ao julgamento imparcial, com retidão e justiça.
A bioética ao ser aplicada para o setor público deve proteger a
vida e a integridade de todos os indivíduos, evitando portanto qualquer
forma de discriminação, marginalização ou a segregação social, o que
significa que todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, porém
infelizmente no dia a dia das pessoas este princípio muitas vezes não é
respeitado, sendo observado por exemplo pacientes que ficam meses
em uma fila de espera para serem atendidos em uma consulta ou ainda
para uma intervenção cirúrgica.
Bioética e Biossegurança 15

SAIBA MAIS
Para aprofundar um pouco mais sobre a origem da
bioética, a bioética e a ética, a bioética e a humildade, a
bioética e a responsabilidade e a bioética e a competência
interdisciplinar leia o artigo do professor Doutor em
Ciências Médicas José Roberto Goldim, “Bioética: Origens
e Complexidade”, disponível em: https://bityli.com/k3RYE

Ética ao profissional de saúde


Objetivo: Neste item ao longo deste item você será capaz de
conhecer a criação dos conselhos profissionais da saúde, funções dos
conselhos da área da saúde, situação atual dos conselhos de classe,
profissões da área da saúde regulamentadas, código de de ética
profissional, Organização Mundial da Saúde e por último a Organização
Pan-Americana da Saúde.

Objetivo de criação dos conselhos


profissionais
O propósito da criação de todos os conselhos profissionais da
saúde foi regularizar, regulamentar e fiscalizar todos os profissionais
que trabalham na área da saúde, além da representação política das
classes, operando junto com o poder Legislativo, Ministérios, Secretarias
e Conselhos de Saúde somado ao empenho de todas as instâncias.
16 Bioética e Biossegurança

Figura 2: Conselhos da área da saúde

Fonte: ©Freepik.

Funções dos conselhos da área da saúde


Está a cargo dos Conselhos Profissionais a fiscalização do
exercício profissional, sendo destinado às instituições de natureza
jurídica e federativa, que possuem independência administrativa e
financeira, sustentadas pelas colaborações de cada profissional inscrito,
com relação a habilitação para o exercício profissional.
Os conselhos devem fiscalizar o exercício profissional,
desempenhando, em juízo e fora dele, os interesses gerais e individuais
dos profissionais, garantindo uma boa execução de todos os serviços
prestados à sociedade.
Nos regimes democráticos no mundo os conselhos profissionais
devem contribuir para o desenvolvimento dos mecanismos de controle
social e para a democratização das políticas públicas, precisando estar
em concordância com o projeto ético-político profissional a um projeto
social maior; devendo ser um agente fundamental na construção e
consolidação de uma sociedade mais democrática.
Bioética e Biossegurança 17

A partir da década de 1980 os conselhos estão mais relacionados


nas diferentes lutas da sociedade, com uma grande atuação na
construção coletiva dos espaços democráticos de defesa das
políticas públicas, colaborando para a institucionalização de princípios
democráticos da Constituição Federal de 1988.
Os conselhos profissionais da saúde têm dado preferência para as
suas ações que estão envolvidas quanto a qualificação de profissionais
e trabalhadores, procurando atingir melhores condições de trabalho,
democratização dos vínculos profissionais, atuação nos espaços de
controle social, universalização das políticas sociais, confirmação do
direito ao atendimento humanizado nos serviços públicos e incentivo
à participação popular, em união com os diversos segmentos da
sociedade.

Situação atual dos conselhos de classe


Os conselhos de classe atualmente têm um papel primordial
com relação à constituição de um pacto baseado na ética e nos direitos
humanos, procurando atingir a justiça social e a democracia.
Qualquer sociedade só pode evoluir por meio de sua habilidade
de rediscutir todas as suas regras, valores e códigos de conduta de
maneira plural e estruturada, permitindo as verificações entre o presente
e o passado com o objetivo de planejar o futuro.
Todas as profissões da saúde possuem um decreto lei, presentes
em todas as suas especificidades, sendo válidos para todo o território
Nacional, específico para os portadores de diplomas expedidos por
curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação.
Todos os decretos possuem várias resoluções, que tem o papel
de explicar regulamentar e determinar os padrões e conceitos quanto a
atuação, técnicas e proibições para cada área além das leis que são as
responsáveis pela regulamentação de todas as profissões.
A seguir será abordado a regulamentação por meio da lei e do
decreto de todas as profissões da área da saúde de nível superior, com
os seus respectivos documentos.
18 Bioética e Biossegurança

Tabela 1: Profissões da área da saúde

PROFISSÃO LEI/DECRETOS CRIAÇÃO/REGULAMENTAÇÃO

Criação dos conselhos federais


Biologia e
Lei nº 6.684/1979 e os conselhos regionais de
biomedicina
biologia e biomedicina

Regulamentação da profissão
Educação Física Lei nº 9.696/1998
de educação física

Enfermagem Regulamentação do exercício


Lei nº 2.604/1955
profissional da enfermagem

Farmácia Regulamentação do exercício


Decreto nº 20.931/1932
profissional do farmacêutico

Fisioterapia Criação do conselho federal


e Terapia Decreto nº 938/1975 e os conselhos regionais de
Ocupacional fisioterapia

Regulamentação do exercício
Fonoaudiologia Lei nº 6.965/1981
profissional da fonoaudiologia

regulamentação do exercício
Medicina Decreto nº 7.995/1945
profissional da medicina

regulamentação do exercício
Medicina
Decreto nº 20.931/1932 profissional da medicina
Veterinária
veterinária

Nutrição Criação dos conselhos federal e


Lei nº 6.583/1978
regionais

Fonte: Elaborada pelo autor (2019)


Bioética e Biossegurança 19

Profissões da área da saúde


regulamentadas
No Brasil atualmente existem mais de vinte profissões da área
da saúde que são regularizadas, sendo algumas de formação de nível
técnico, por exemplo, técnico em radiologia, enfermagem, auxiliar de
enfermagem, análises clínicas, prótese dentária, saúde bucal, auxiliar de
saúde bucal entre outras.

Código de Ética profissional


O Código de ética profissional é um documento que apresenta
várias diretrizes tendo o obejetivo de auxiliar todos os indivíduos quanto
às suas atitudes e condutas, aspectos morais aceitos pela sociedade.
Cada uma das profissões da área da saúde tem o seu próprio
código de ética com o objetivo de auxiliar quanto a execuação de cada
uma das profissões.
O código de ética é escrito em decorrência das lutas, interesses
e ambições da sociedade beneficiada para todos os serviços oferecidos
pelos profissionais.
Os conceitos de éticas deontológicos determinados pelos
conselhos, estão diretamente envolvidos com as leis e as normas legais
do país, portanto mesmo que o profissional seja absolvido pelo próprio
conselho, pode ser caracterizado como uma forma de ferir a lei, em
função de não estar apenas realizando um descumprimento ético, mas
também em função do dano causado as vítimas envolvidas com essas
atitudes não éticas.
A maior parte dos profissionais da área da saúde devem
estar voltados para a promoção, reabilitação da saúde, prevenção,
recuperação e autonomia de acordo com todos os preceitos éticos e
legais existentes.
Os profissionais são componentes da equipe de saúde, e devem
ter como objetivo a satisfação quanto as demandas de saúde da
sociedade e dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais,
que permitam a universalidade de acesso a todos os serviços de saúde.
20 Bioética e Biossegurança

Figura 3: Código de ética

Fonte: ©Freepik.

Organização Mundial da Saúde


Na Cidade de Nova Iorque, no dia 07 de abril de 1948, foi criada
a Organização Mundial da Saúde que é subordinada a Organização das
Nações Unidas, com sede em Genebra na Suíça.
O objetivo fundamental da organização é desenvolver ao
máximo possível a saúde em todos os povos. A saúde é caracterizada
como um estado de completo bem-estar físico, mental e social não
compreendendo somente da ausência de uma doença ou enfermidade.

Organização Pan-Americana da Saúde


No ano de 1902 foi criado Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), que é uma organização internacional especializada em saúde
considerada como a agência internacional de saúde mais antiga em
todo o mundo.
O trabalho dessa agência é melhorar condições de saúde dos
países que fazem parte das Américas. A Organização Pan-Americana da
Saúde faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU) e, existem
atualmente escritórios em mais de 27 países e oito centros científicos.
Bioética e Biossegurança 21

Biossegurança: histórico, conceito e


legislação
INTRODUÇÃO
Ao longo deste item você será capaz de compreender o
histórico da biossegurança, conceito sobre a biossegurança,
legislação sobre biossegurança, comissão técnica
nacional de biossegurança e principais classes de riscos
ocupacionais.

Histórico da biossegurança
No período de 1940 a 1950 vários cientistas estavam realizando
pesquisas com infecções humanas através de vírus e bactérias que
eram obtidos nos locais de trabalho por meio da exposição direta ou
indireta de um agente infeccioso.

Figura 4: Biossegurança

Fonte: ©Freepik.

Na década de 1940 nos Estados Unidos o governo americano


começou um programa no Forte Detrick, cujo objetivo era
22 Bioética e Biossegurança

organizar para uma possível guerra biológica, eles estavam


bastante preocupados com a possibilidade da Alemanha
Nazista utilizar foguetes como um veículo para uma guerra
biológica durante a Segunda Guerra Mundial (HIRATA, et al,
2012).
Por este motivo, foi construído no Forte Detrick o primeiro local
para o estabelecimento de um espaço de segurança destinado ao
trabalho com os agentes biológicos.

Conceito sobre a biossegurança


A biossegurança é definida como a execução de várias ações
que estão voltadas para a prevenção e proteção dos indivíduos,
devido aos riscos gerados em função dos agentes químicos e físicos,
redução dos riscos envolvidos com as atividades de pesquisa, ensino,
desenvolvimento tecnológico e realização dos serviços, tendo em vista
a saúde do homem, dos animais e a preservação do meio ambiente, e a
qualidade dos resultados.
Uma das principais funções da biossegurança é a geração
de um ambiente biológico seguro, para os indivíduos e os
profissionais que estão envolvidos com uma determinada
situação (HIRATA, et al, 2012).
Este é um tema fundamental já que os profissionais da saúde em
alguma situação podem estar expostos a esses agentes biológicos, por
isso, é imprescindível que o ambiente de trabalho seja seguro e com a
devida proteção, para que esses profissionais não adquiram vários tipos
de enfermidades (contaminação física, química ou biológica), assim
como também evitar os acidentes de trabalho.

Legislação sobre biossegurança


O ano de 1984 é considerado o ano do surgimento da biossegurança,
porém somente no ano de 1995 foi que a Lei da Biossegurança foi
sancionada no Brasil.
A seguir veremos algumas datas muito importantes que estão
relacionadas com a biossegurança no Brasil.
Bioética e Biossegurança 23

Em 1984 foi realizado o I Workshop de Biossegurança em


Laboratórios, enquanto que no ano de 1986 foi realizada a primeira
avaliação sobre os riscos em Laboratório pela Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ).
As pesquisas com biossegurança na década de 1990 começaram
a ser voltadas para a tecnologia com o ácido desoxirribonucleico (DNA)
recombinante, e ficou conhecido como o primeiro projeto de ações
envolvidas com a biossegurança através do Ministério da Saúde aliado
com o núcleo de biossegurança.
No dia 05 de janeiro de 1995 foi promulgada a Lei n° 8.974,
denominada como a Lei Brasileira da Biossegurança, a qual
constitui as especificações para o trabalho com DNA no Brasil,
na qual incluída a pesquisa, produção e comercialização
de organismos geneticamente modificados (OGMs), como
objetivo de cuidar da saúde do homem, dos animais e do
meio ambiente (HIRATA, et al, 2012).
No dia 20 de dezembro de 1995 por meio do Decreto 1.752 foi
formalizando a proposta para a criação da Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio), definindo as suas habilidades no âmbito do
Ministério da Ciência e Tecnologia.
O ano de 1996 ficou conhecido como um marco histórico, no
qual foi divulgado um manual envolvido com o esclarecimento sobre o
manuseio de sangue, líquidos e fluidos corporais com a influência de um
controle por meio dos padrões universais e precauções relacionadas na
rota da transmissão.
No ano de 1999 foi constituída a Associação Nacional de
Biossegurança (ANBio), também houve nesse ano o I Congresso
Brasileiro de Biossegurança, composto por um grupo de cientistas
voltados para a difusão de todos os avanços tecnológicos modernos
com os seus mecanismos de controle que são primordiais para a
incorporação tecnológica e a preservação da biodiversidade.
Esta associação reúne profissionais de vários diversos setores,
como: biólogos, biomédicos, engenheiros agrônomos, engenheiros de
alimentos, farmacêuticos, químicos, médicos, enfermeiros, nutricionistas,
fisioterapeutas, arquitetos, advogados entre outros.
24 Bioética e Biossegurança

Já no ano 2000 houve a introdução da disciplina de biossegurança


nos currículos universitários na grande maioria dos cursos da área da saúde.

Comissão Técnica Nacional de


Biossegurança
Por meio da aprovação da Lei Nº 11.105 de 25 de março de 2005
foi revogada a Lei Nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995. Por meio desta lei
foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), cujo
mandato do presidente é de dois anos, podendo ser renovado por igual
período, sendo designado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia.
A finalidade foi garantir uma assistência técnico consultivo e o
assessoramento para o Governo Federal com a proposta de desenvolver
a formulação, atualização e implementação da Política Nacional
de Biossegurança associado com os organismos geneticamente
modificados (OGMS).

Principais classes de riscos ocupacionais


Os principais riscos ocupacionais são: físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidentes.
•• Físicos - Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não
ionizantes, temperaturas extremas e umidade.
•• Químicos - Poeira, fumo, neblinas, névoas, gases e vapores,
explosivos inflamáveis, corrosivos, irritantes, tóxicos e
cancerígenos.
•• Biológicos - Vírus, bactérias, protozoários, parasitas, insetos e
organismos geneticamente modificados.
•• Ergonômicos - Esforço físico ou cargas excessivas,
produtividade ou ritmo de trabalho excessivo, postura
inadequada e jornada de trabalho prolongada.
•• Acidentes - Arranjo físico e iluminação adequada, equipamentos
inadequados, defeituosos ou sem proteção, sobrecarga de
eletricidade, incêndio ou explosão e armazenamento de
material inadequado.
Bioética e Biossegurança 25

Figura 5: Principais classes de riscos ocupacionais

1 3 5
Físicos Biológicos Acidentes

2 4
Químicos Ergonômicos

Fonte: Elaborada pelo autor (2019)

Biossegurança em laboratórios
Objetivo: Neste item você será capaz de entender as normas
de biossegurança para os laboratórios, programa de segurança,
avaliação e representação de riscos ambientais, mapa de riscos, serviço
especializado de engenharia de segurança em medicina do trabalho e
etapas para elaboração dos mapas de riscos.

Figura 6: Biossegurança nos laboratórios

Fonte: ©Pixabay.
26 Bioética e Biossegurança

Normas de Biossegurança para os


laboratórios
As Normas de biossegurança nos laboratórios são essenciais
para prevenirem e também reduzirem os riscos dos profissionais que
trabalham nesses locais desenvolverem doenças devido a exposição
aos vários agentes que estão presentes nestes locais.
Todas as circunstâncias onde existe um risco pode ocorrer
acidentes, em alguns dos casos eles não são reversíveis, ocasionando
afastamento temporário, definitivo ou até mesmo à morte do colaborador.
Existe uma série de processos que devem ser empregados
nos laboratórios, tendo como principal finalidade a diminuição
da exposição de todos os indivíduos a esses riscos, por meio
da: limpeza de materiais e dos locais de trabalho; manipulação
correta de todos os equipamentos; manipulação correta das
substâncias químicas; manipulação correta dos materiais
biológicos e radioativos; utilização adequada de todos os
aparelhos de proteção coletiva e individual (HIRATA, et al, 2012).
Na tabela a seguir você verá algumas orientações que são
fundamentais para o planejamento e a organização de todas as
atividades realizadas dentro de um laboratório.

Tabela 2: Orientações para planejamento e organização das atividades

ATIVIDADES ORIENTAÇÕES

Verificar a disponibilidade e o funcionamento do equipamento,


agendar data e horário do uso dos equipamentos, deixar
Manuseio de
disponível o protocolo de uso e limpeza dos equipamentos,
equipamentos
deixar disponível o manual do equipamento e o nome do
e instrumentos
responsável para solucionar dúvidas quanto ao funcionamento
e nas situações de emergência.

Verificar o estado de limpeza, presença de trincas ou


Manuseio
rachaduras, resistência térmica, resistência química e
de vidraria
a compatibilidade com solventes e outros reagentes.
e outros
Observar a necessidade de tratamento prévio (esterilização,
materiais
descontaminação química ou biológica).
Bioética e Biossegurança 27

ATIVIDADES ORIENTAÇÕES

Preparar antecipadamente as quantidades necessárias,


observando as condições de armazenamento, estabilidade e
Preparo de
o prazo de validade. Observar se o reagente/solução deve ser
reagentes e
preparado apenas no momento do uso. Seguir os procedimentos
soluções
adequados do manuseio e armazenamento dos produtos
químicos, observando a compatibilidade entre os mesmos.
Observar a necessidade de utilização dos equipamentos de
Condições de proteção coletiva (capela de segurança química e cabine de
segurança do segurança biológica) como, também, os equipamentos de
local proteção individual (óculos de segurança, máscaras, aventais,
luvas, entre outros).
Devem ser observados os sinais universais de indicação
de risco (químico, biológico e físico), todas as atividades de
Sinalização
alto risco só podem ser realizadas em área restrita e bem
das áreas de
sinalizada. A sinalização dos materiais de combate ao incêndio
trabalho
(extintores e hidrantes), saídas de emergência e rotas de fuga
para situações de emergência devem estar indicadas.
Se o procedimento for bem planejado e todos os materiais
estiverem disponíveis é possível determinar o tempo
Tempo de necessário para a realização da atividade. É fundamental
execução da ainda lembrar que, nesses casos em que as atividades são
atividade realizadas sem planejamento e por um período muito longo,
logo haverá predisposição a acidentes que podem levar a
danos irreparáveis para a saúde dos indivíduos.
Elaborar ou ter sempre disponível os procedimentos
necessários para a realização das atividades laboratoriais.
Procedimentos Os protocolos já determinados vão auxiliar na otimização
operacionais do trabalho, reduzindo o tempo utilizado para as atividades
laboratoriais, assim como também reduzindo o risco de
acidentes.
Todas estas recomendações devem ser conhecidas e
Práticas
seguidas com a finalidade de redução da exposição aos
seguras
riscos ambientais.
Todos os reagentes, materiais e equipamentos bem como os
Registro de
resultados e as análises devem ser registrados garantindo o
atividades
armazenamento de todas as informações.

Fonte: HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO (2012)


28 Bioética e Biossegurança

Programa de Segurança
Todo laboratório deve ter um programa de segurança com o
objetivo de reduzir os riscos ambientais, prevenção de acidentes, assim
como um treinamento em contexto de emergência e a realização de
todas as normas de segurança em vigor.
É imprescindível que todo colaborador saiba quais são as
condições mínimas para um programa de segurança, entre eles estão:
•• quantidade disponível e utilização adequada dos equipamentos
de proteção coletiva e individual;
•• realização regulares dos programas de treinamento;
•• os equipamentos de combate a incêndio precisam estar
disponíveis em todos os locais;
•• sinalização das áreas de risco e rotas de fuga;
•• manutenção de um sistema de geração de energia elétrica de
emergência;
•• elaboração e realização de um programa de prevenção de
riscos ambientais;
•• sistema de registros para todos os testes de segurança
desenvolvidos quanto ao desempenho dos equipamentos.

Avaliação e Representação de Riscos


Ambientais
A avaliação é desenvolvida com o propósito de diminuir os riscos
de manipulação dos materiais e a proteção para todos os indivíduos e
ao meio ambiente. Todas estas informações estão fundamentadas em
função da periculosidade e/ou patogenicidade do agente. Por meio
dessa avaliação é possível então verificar o nível de biossegurança que
é necessário para combater esses agentes.
Essa avaliação dos riscos ambientais pode ser desenvolvida por
meio da produção de um mapa de risco ambiental, que permite fazer
um diagnóstico da condição de segurança e saúde ocupacional no
laboratório.
A confecção do mapa de risco ambiental deve ser executada por
meio dos membros da comissão interna de prevenção de acidentes
Bioética e Biossegurança 29

(CIPA) estando fundamentada por meio da Norma Regulamentadora n°


5 (NR 5).

SAIBA MAIS
Para saber mais leia na íntegra a Norma Regulamentadora
n° 5 (NR 5) que é específica para a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), para que você consiga
entender com detalhes todas as funções desta comissão
dentro de um laboratório, acessando o site: https://bityli.
com/fcXlg..

Mapa de riscos
O mapa de riscos deve ser elaborado através da utilização da
planta baixa do local, todos os riscos precisam ser representados por
meio de cores e círculos padronizados, conforme você pode observar
nas tabelas seguintes:

Tabela 3: Descrição das cores utilizadas para delimitar riscos em um laboratório

COR UTILIZAÇÃO
Delimitar áreas isoladamente ou combinadas com a cor
Branca
preta
Amarela Indicar “Atenção” ou “Cuidado”
Alaranjada Identificar partes móveis de máquinas e equipamentos
Indicar equipamentos e os aparelhos de proteção e
Vermelha combate ao incêndio, além das rotas de fuga e da saída de
emergência
Indicar os perigos provenientes de radiações
Púrpura
eletromagnéticas penetrantes e de partículas nucleares
Indicar dispositivos de segurança como chuveiros de
emergência, lava-olhos, caixas de primeiros socorros
Verde
e caixas com materiais para situações de emergência
(máscaras contra gases)
Azul Indicar equipamentos fora de uso
Preta Indicar coletores de esgoto ou lixo

Fonte: HIRATA; HIRATA; FILHO (2012)


30 Bioética e Biossegurança

Classificação dos principais riscos ocupacionais


Conforme Irata (2012) a classificação dos principais riscos
ocupacionais ocorrem por meio das seguintes formas:
FÍSICOS: ruído, vibração, radiações ionizantes e não ionizantes,
temperaturas extremas, umidade;
QUÍMICOS: poeiras, fumo, neblinas e névoas; gases e vapores,
explosivos, inflamáveis, corrosivos, irritantes, tóxicos, cancerígenos;
BIOLÓGICOS: vírus, bactérias; protozoários; parasitas; insetos,
organismos geneticamente modificados;
ERGONÔMICOS: esforços físicos ou carga de peso excessivos;
produtividade ou ritmo de trabalho excessivo, postura inadequada,
jornada de trabalho prolongada, monotonia, repetitividade;
ERGONÔMICOS: esforços físicos ou carga de peso excessivos,
produtividade ou ritmo de trabalho excessivo, postura inadequada,
jornada de trabalho prolongada, monotonia, repetitividade;
ACIDENTES: arranjo físico e iluminação adequada, equipamentos
inadequados, defeituosos ou sem proteção, sobrecarga de eletricidade,
risco de incêndio ou explosão, armazenamento de materiais inadequados.

Serviço especializado de engenharia de


segurança e em medicina do trabalho
Ao elaborar o mapa de riscos é necessário que exista um suporte
por parte do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT) de acordo com a Norma Regulamentadora
n° 4 (NR 4).

SAIBA MAIS
Para saber mais, leia na íntegra a Norma Regulamentadora
n° 4 (NR 4) que possui todas as informações sobre o Serviço
Especializado de Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (SESMT). Disponível em: https://bityli.com/
UDkrq
Bioética e Biossegurança 31

Etapas para a elaboração do Mmpa de


riscos
As etapas utilizadas para a confecção do mapa de riscos são:
•• conhecer todos os processos e procedimentos do laboratório;
•• identificar todos os riscos ambientes presentes no local;
•• determinar as medidas de controle existentes como também
a sua eficácia;
•• verificar a existência de levantamentos ambientais anteriores
pertencentes ao mesmo local;
•• elaborar o mapa de riscos na planta baixa com a identificação
de todos os tipos de riscos.
A elaboração do mapa de riscos pode ser realizada por meio de
seis etapas:

1ª ETAPA
É fundamental avaliar os quatro elementos: elemento humano
(pessoal do laboratório), processo (todas as atividades desenvolvidas),
material (instrumentos e materiais utilizados) e o ambiente (laboratório).

2ª ETAPA
Devem ser avaliados todos os riscos presentes de acordo com a
tabela 3, e também analisados os efeitos e os danos à saúde.

3ª ETAPA
Devem ser definidas quais serão as medidas preventivas de proteção
coletiva e individual e a estruturação das atividades no laboratório.

4ª ETAPA
É essencial que sejam levantados quais são os indicadores de
saúde, por meio das informações registradas, como: acidentes de
trabalho mais comuns, doenças ocupacionais identificadas, faltas e/ou
ausência ao trabalho.

5ª ETAPA
Devem ser verificados todos os levantamentos ambientais
realizados anteriormente, durante esta avaliação devem ser realizadas
toda as medições e o registro de todos os riscos ambientais.
32 Bioética e Biossegurança

6ª ETAPA
Nesta etapa deve ser preparado o relatório o qual deve conter
todos os riscos presentes, junto com o mapa de riscos, posteriormente
a aprovação pela CIPA.
O mapa de riscos precisa estar fixado em um local de fácil
visualização para todas os indivíduos que passam no local.

RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que foi abordado.

Estudamos inicialmente a bioética: introdução, histórico e conceitos


através da Introdução a bioética, princípios da bioética (beneficência,
não-maleficência, autonomia e justiça ou equidade). Posteriormente foi
estudado a ética ao profissional de saúde através do estudo do objetivo
da criação dos conselhos profissionais, funções dos conselhos da área
da saúde, situação atual dos conselhos de classe, profissões da área
da saúde regulamentadas, Código de Ética profissional, Organização
Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde. Foi abordado
também a biossegurança: histórico, conceito e legislação através do
estudo do histórico da biossegurança, conceito sobre a biossegurança,
legislação sobre biossegurança, comissão técnica nacional de
biossegurança e principais classes de risco ocupacionais. E por último foi
estudado a biossegurança em laboratórios por meio da investigação das
normas de biossegurança para os laboratórios, programa de segurança,
avaliação e representação de riscos ambientais, mapa de riscos, serviço
especializado de engenharia de segurança e em medicina do trabalho e
etapas para a elaboração do mapa de riscos.
Bioética e Biossegurança 33

BIBLIOGRAFIA
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho: guia prático e
didático. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 2014

DO VALLE, PHC. Bioética e biossegurança. Editora e Distribuidora


Educacional, 2016.

HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI FILHO, J. Manual de


biossegurança. 2. ed. Barueri: Manole, 2012.

SALIBA, T. M. Saúde e segurança do trabalho. São Paulo: Editora LTR,


2008.

VEATCH, RM. Bioética. São Paulo, Editora Pearson, 2014.


34 Bioética e Biossegurança

Aspectos Pedagógicos da
Ética na pesquisa
Educação Infantil

Paulo Heraldo
Analice OliveiraCosta do Valle
Fragoso

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