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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: DA

PREVENÇÃO À PROMOÇÃO
Profº Me. Paulo Víctor de Lima Sousa
Nutricionista
Mestre em Alimentos e Nutrição (UFPI/PPGAN)
Doutorando em Alimentos e Nutrição (UFPI/PPGAN)
paulovictor.lima@hotmail.com
INTRODUÇÃO

Durante muito tempo, o sistema de saúde brasileiro se preocupou


apenas em tratar e curar doenças.

Expressões como prevenção, promoção e educação em saúde


simplesmente não faziam parte das pautas de politicas públicas
INTRODUÇÃO

O Ministério da Saúde define educação em saúde como:

Processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que


visa à apropriação temática pela população [...]. Conjunto de
práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das
pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os
gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com
suas necessidades
INTRODUÇÃO

Separação explícita dos seus instrumentos de trabalho...

EDUCAÇÃO

Ocupando-se dos métodos pedagógicos para transformar


comportamentos

SAÚDE

Conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças.


INTRODUÇÃO

O termo educação em saúde vem sendo utilizado desde as


primeiras décadas do século XX

Para sua melhor compreensão faz-se necessário o entendimento


da história da saúde pública no Brasil.
HISTÓRICO
A expansão da medicina preventiva para algumas regiões do país

A partir da década de 1940, com o Serviço Especial de Saúde Pública


(SESP)

Apresentava estratégias de educação em saúde autoritárias,


tecnicistas e biologicistas, em que as classes populares eram vistas e
tratadas como passivas e incapazes de iniciativas próprias

As ações do Estado se davam por meio das chamadas campanhas


sanitárias.
HISTÓRICO
O termo educação em saúde vem sendo utilizado desde as primeiras
décadas do século XX

Inicialmente chamada de Educação Sanitária

Surge no Brasil a partir da necessidade do Estado brasileiro de


controlar as epidemias de doenças infectocontagiosas
HISTÓRICO

Movimentos sociais

Movimento de Educação Popular,


protagonizado pelo educador Paulo Freire,
na década de 1960

Influenciaram o campo de práticas da educação em saúde,


incorporando a participação e o saber popular à área, dando lugar a
processos educativos mais democráticos.
HISTÓRICO
A chamada Revolta da Vacina é considerada um marco de transição
entre uma medicina exclusivamente curativa para a implementação
de uma medicina preocupada em garantir a saúde da população
como um todo.
INTRODUÇÃO

As práticas de educação em saúde envolvem três segmentos


de atores prioritários:

• Os profissionais de saúde que valorizem a prevenção e a


promoção tanto quanto as práticas curativas;

• Os gestores que apoiem esses profissionais;

• A população que necessita construir seus conhecimentos e


aumentar sua autonomia nos cuidados, individual e
coletivamente
PREVENÇÃO

Termo que pode ser entendido como uma ação prévia que tem como
objetivo impedir o desenvolvimento e evolução de determinada
doença.

Uma das primeiras ações de caráter preventivo no Brasil foi a


vacinação em massa da população contra a varíola, em 1904.
PREVENÇÃO

O responsável por coordenar essa ação foi o


médico Oswaldo Cruz

Embora tenha tido boas intenções ao propor a


imunização da população, não foi bem visto
pela sociedade na época.

Um dos motivos para isto foi o fato de que nenhuma campanha


educativa sobre os benefícios da vacinação foi realizada

Revolta da Vacina
PREVENÇÃO
Oswaldo Cruz criou também o serviço de profilaxia da febre
amarela, além da inspetoria de isolamento e desinfecção de
residências.

Todas essas medidas preventivas foram impostas sob um caráter


bastante autoritário

As campanhas de saúde se equiparassem a campanhas militares:


uso da força e do encarceramento para obrigar a população a
aderir às medidas.
PREVENÇÃO
Entretanto...

A ausência de um programa de educação em saúde limitou os


resultados positivos dessas ações

O círculo vicioso de hábitos da população não foi modificado.

Dessa forma, as residências voltaram a apresentar más condições


sanitárias pouco tempo após a desinfecção.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Os programas de educação em saúde constituem-se como um
conjunto de práticas de ensino e aprendizagem que têm como
finalidade promover mudanças comportamentais

Além de incentivar a aderência de


hábitos e atitudes saudáveis

Ambos são considerados pré-requisitos necessários tanto para a


prevenção de doenças quanto para a promoção da saúde individual
e coletiva.
PROMOÇÃO DA SAÚDE

É definida como o conjunto de condutas que permeiam a


transformação das condições de vida e trabalho associadas aos
problemas de saúde subjacentes. Deste modo, pode-se inferir que
as ações de educação, promoção de saúde e prevenção de doença
caminham juntas e se complementam.
Está no olhar sobre o conceito de saúde

Prevenção de doenças Promoção da saúde

Ausência de doenças Conceito positivo e


multidimensional
PREVENÇÃO DE PROMOÇÃO DE
CATEGORIAS
DOENÇAS SAÚDE

Conceito de saúde Ausência de doença Positivo

Modelo de
Clínico Participativo
intervenção
Principalmente grupos
Alvo Toda população
de risco
Diversas e
Estratégias Geralmente única
complementares
Mudança
Impedir o
comportamental dos
Objetivos desenvolvimento ou
indivíduos e de seu
agravo de uma condição
ambiente
PREVENÇÃO

As ações de prevenção podem ser classificadas em três níveis


diferentes:

Primário Secundário

Terciário
PREVENÇÃO
NÍVEL PRIMÁRIO

Conjunto de ações que visa evitar determinada doença na


população ao remover fatores causais.

Reduzir a incidência (casos novos) da doença

Medidas de
Vacinação desinfecção e
desinfestação

Tratamento da água Ações de educação e


para consumo promoção em saúde.
PREVENÇÃO
NÍVEL SECUNDÁRIO

Conjunto de medidas que objetivam identificar e corrigir o mais


precocemente possível qualquer desvio da normalidade, de modo a
colocar o indivíduo imediatamente em situação saudável.

Reduzir a prevalência (casos velhos e novos) da doença

O foco da prevenção secundária é no


período patogênico

Período que inicia-se com a interação


hospedeiro-agente, no começo das
alterações fisiopatológicas no indivíduo
PREVENÇÃO
NÍVEL TERCIÁRIO

Ações que visam reduzir incapacidades, a fim de permitir uma rápida


melhora e melhor reintegração do indivíduo à sociedade,
aproveitando suas capacidades remanescentes.

Prevenir que a doença reincida

Exemplo: reintegração de um trabalhador que sofreu um acidente


em sua empresa.

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