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A Violência Racial Como Política de Estado Brasileiro
A Violência Racial Como Política de Estado Brasileiro
“O negro no Brasil, é em sua maioria, um nada. Vivem como nada, morrem com nada.
Não tem expectativa de vida, tem expectativa de morte.”
Com a frase acima citada, o professor inicia a aula voltada a discussão sobre a forma de
vida dos negros no país, quem são, onde estão, como são vistos e etc. Ou seja, como é ser negro
no Brasil e onde eles estão nos processos de violência? Realizando também, uma reflexão a
partir do mês da consciência negra, juntamente da análise sobre a diminuição dos casos de
homicídio, citada no debate entre os candidatos a presidente do país.
Nota-se que desde seu início, o Brasil contribuiu para que os casos de racismo
aconteçam até a atualidade, estando inserido diretamente de forma cruel na sua história, que se
desenvolveu a partir da escravidão, a desigualdade social é o resultado desse processo. Com
isso, o processo de branqueamento caminha junto da política eugenista.
O racismo é fortemente notado no país, em todo e qualquer ambiente, nas mais variadas
formas, entre todas as idades. Em muitos casos, acontece até ind iretamente de certa forma, pois
tais comportamentos estão inseridos na sociedade de modo “normal”. A falta de movimentos
com alta potência, como o apartheid, por exemplo, faz com que o Brasil caminhe lentamente
ao decréscimo do racismo, a tardia criação de lei que torna o torna crime (nº 7.716/89), faz com
que, ainda hoje, tais acontecimentos sejam abafados. A tardia vinda de direitos aos libertos,
após a abolição, também implica até a contemporaneidade, ligado a criticas a política de cotas.
Tais comportamentos se dão a partir da atribuição de valores a cor da pessoa, seu local
de moradia, classe social e afins.
“As raças são, na realidade, construções sociais, políticas e culturais produzidas nas
relações sociais e de poder ao longo do processo histórico” (GOMES, 2005, p.49).
Segundo dados de 2012, para cada jovem branco morto, eram 2,7 negros, o mesmo se
comprova em 2018. Segundo dados do anuário brasileiro de segurança pública de 2016, entre
2011 e 2015, 73% das vítimas de mortes violentas, eram negros. Em 2017, a Organização das
Nações Unidas (ONU Brasil), chama atenção ao lançar uma campanha direcionad a a vidas
negras, racismo e violência, onde mostra que a cada 23 minutos morre um jovem negro no
Brasil, segundo dados do Mapa da Violência, da Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais (Flacso).
Há um envolvimento significativo por parte do estado nas mortes de negros, como a
citação da ordem da polícia militar de campinas (SP), através de um documento oficial, da
ordem para abordar transeuntes em atitude suspeita, especialmente indivíduos de cor parda e
negra, em 2013.
A produção do longa, denominado M-8, quando a morte socorre a vida (2020), é retrato
do Brasil. Um jovem negro, estudante de medicina, se depara com os corpos utilizados para
estudo, sendo todos negros, e se identifica mais com os mesmos, a sua turma em si. O jovem
procura mães manifestantes, as quais seus filhos foram tomados como desaparecidos, para saber
se não se trata de algum dos corpos do laboratório.