You are on page 1of 2

Relatório referente a aula datada em 04/11/2022, com o tema A Violência Racial como

Política do Estado Brasileiro, pelo Professor Dr. Ilton Cesar Martins.

Objetivo: Analisar as questões trabalhadas e comentadas em sala de aula referente ao


tema, além do andamento das demais aulas da disciplina História do Brasil II.

“O negro no Brasil, é em sua maioria, um nada. Vivem como nada, morrem com nada.
Não tem expectativa de vida, tem expectativa de morte.”

Com a frase acima citada, o professor inicia a aula voltada a discussão sobre a forma de
vida dos negros no país, quem são, onde estão, como são vistos e etc. Ou seja, como é ser negro
no Brasil e onde eles estão nos processos de violência? Realizando também, uma reflexão a
partir do mês da consciência negra, juntamente da análise sobre a diminuição dos casos de
homicídio, citada no debate entre os candidatos a presidente do país.

Inicialmente, dando ênfase a mortes violentas no país, onde os alvos são


maioritariamente masculinos e jovens, as mulheres também são vítimas. O estudo é realizado
com base em pesquisas do Atlas da Violência, IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), onde segundo os dados, na Europa atual, são 0,8 mortes para cada 100 mil habitantes,
sendo considerado acima de 15 mortes a cada 100 mil habitantes, um país violento.
Comparando esse número com o Brasil, é comprovado que nosso país é extremamente violento,
com 60,4 para 100 mil habitantes. A partir de então, realiza-se a análise do que leva essa
vulnerabilidade ao povo negro, considerado minoria e d eixado em isolamento.

Nota-se que desde seu início, o Brasil contribuiu para que os casos de racismo
aconteçam até a atualidade, estando inserido diretamente de forma cruel na sua história, que se
desenvolveu a partir da escravidão, a desigualdade social é o resultado desse processo. Com
isso, o processo de branqueamento caminha junto da política eugenista.

O racismo é fortemente notado no país, em todo e qualquer ambiente, nas mais variadas
formas, entre todas as idades. Em muitos casos, acontece até ind iretamente de certa forma, pois
tais comportamentos estão inseridos na sociedade de modo “normal”. A falta de movimentos
com alta potência, como o apartheid, por exemplo, faz com que o Brasil caminhe lentamente
ao decréscimo do racismo, a tardia criação de lei que torna o torna crime (nº 7.716/89), faz com
que, ainda hoje, tais acontecimentos sejam abafados. A tardia vinda de direitos aos libertos,
após a abolição, também implica até a contemporaneidade, ligado a criticas a política de cotas.

Tais comportamentos se dão a partir da atribuição de valores a cor da pessoa, seu local
de moradia, classe social e afins.

“As raças são, na realidade, construções sociais, políticas e culturais produzidas nas
relações sociais e de poder ao longo do processo histórico” (GOMES, 2005, p.49).

Segundo dados de 2012, para cada jovem branco morto, eram 2,7 negros, o mesmo se
comprova em 2018. Segundo dados do anuário brasileiro de segurança pública de 2016, entre
2011 e 2015, 73% das vítimas de mortes violentas, eram negros. Em 2017, a Organização das
Nações Unidas (ONU Brasil), chama atenção ao lançar uma campanha direcionad a a vidas
negras, racismo e violência, onde mostra que a cada 23 minutos morre um jovem negro no
Brasil, segundo dados do Mapa da Violência, da Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais (Flacso).
Há um envolvimento significativo por parte do estado nas mortes de negros, como a
citação da ordem da polícia militar de campinas (SP), através de um documento oficial, da
ordem para abordar transeuntes em atitude suspeita, especialmente indivíduos de cor parda e
negra, em 2013.

Dentre as formas de violência, está a intolerância religiosa, onde as religiões de matriz


afro, seus praticantes e suas casas, são alvos de discriminação e até mesmo destruição dos
templos religiosos, além do sincretismo como forma de “camuflar” o que se crê, como
prevenção até os dias atuais, vindo do passado onde os negros não eram permitidos trazer sua
cultura dentro do navio negreiro, vindo da África. Casos onde mães perderiam a guarda de suas
filhas por descender de escravos ou por iniciar sua filha no candomblé. Os locais de trabalho
do povo negro e as poucas cadeiras ocupadas pelos mesmos nas instituições de ensino superior,
também comprovam a exclusão do povo, além da associação de áreas periféricas como moradia
dos negros, em zona de isolamento e marginalizada.

Entre os fatores que diminuem a taxa da criminalidade e mortes violentas no Brasil,


estão: o envelhecimento da população, o desarmamento das ruas, políticas estaduais de
segurança, o pico dos conflitos entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando
Vermelho) entre 2016 e 2017, após isso se estabiliza, porém, levando a criminalidade do sudeste
para o nordeste. Outro fator extremamente importante, é a causa indeterminada das mortes, ou
seja, não é mais considerado homicídio violento, consequentemente, o número cai.

A produção do longa, denominado M-8, quando a morte socorre a vida (2020), é retrato
do Brasil. Um jovem negro, estudante de medicina, se depara com os corpos utilizados para
estudo, sendo todos negros, e se identifica mais com os mesmos, a sua turma em si. O jovem
procura mães manifestantes, as quais seus filhos foram tomados como desaparecidos, para saber
se não se trata de algum dos corpos do laboratório.

Ao longo das aulas, observa-se claramente o racismo e a desigualdade social enraizada


na estrutura do país, as leituras auxiliam na compreensão dos motivos pelos quais isso está
presente ainda nos dias atuais. O Brasil é fruto da escravidão, cruel em todos os aspectos (e
sendo um dos maiores comerciantes de escravos), do estupro de mulheres indígenas e negras,
ele se desenvolve e cresce sobre a desigualdade social.

You might also like