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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

CIE 010 – DIDÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA


PROFª CRISTIANE BATISTA
2021.2

Leslie Madureira Sá1

RESENHA2

O texto do autor Luis Fernando Cerri, tem como objetivo confrontar as diferentes
concepções e conceitos de consciência história entre os autores e tendências das
ciências humanas. Para isso, é utilizado como norte as ideias de Agnes Heller e Jörn
Rüssen para organizar a importância deste debate para as áreas de ensino de história.
Cerri utiliza os conceitos de Heller para identificar que a ideia de consciência
histórica é inerente a presença humana no mundo e abriga desde o seu nascer até o seu
desenvolvimento e a criação da percepção de existência (ou passagem) no mundo.
Podemos entender, portanto, que segundo este conceito, a simples ideia de se perceber
como elemento dentro de uma sociedade já seria considerado a consciência histórica. O
conhecimento acadêmico, voltado para o conhecimento histórico, “não seria uma forma
qualitativamente diferente de enfocar a humanidade no tempo, mas sim uma perspectiva
mais complexa e especializada de uma atitude (…) inseparavelmente ligada ao fato de
estar no mundo”.
Esta ideia contempla o fato de a consciência histórica estar ligada a existência da
sociedade. Sendo assim, a percepção individual só seria possível a partir da presença em
um contexto de grupo. A historicidade de cada um se conecta e se amplia em um conceito
de historicidade coletiva. Desta coletividade, Heller considera que surge a ideia de
identidade (territorial, coletiva, de grupo), deixando de lado aqui os conceitos de
identidades individuais. Para “cimentar essas identidades” é que surgem as igrejas,
escolas e universidades, ampliando a gama de elementos necessários para compreensão
acerca da consciência histórica daquele lugar, sempre prevalecendo a consciência do
dominante sobre o dominado.
Neste conceito, o autor utiliza ainda Marc Ferro para corroborar que a consciência
sobre os outros povos, e até de nós mesmos, se dá a partir daquilo que nos foi passado.
Levantando o debate sobre a história oficial e a “contra-história”, ou seja, a história não
contada ou não passada adiante.

1 Bacharela em Comunicação Social -Radio e TV pela Universidade Estadual de Santa Cruz UESC); Licencianda em
História pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC); lmsa.hit@uesc.br
2 CERRI, L.F. Os Conceitos de consciência histórica e os desafios da didática da história. Revista de História
Regional, Ponta Grossa – UEPG, Vol 6, nº2, p. 93-112. 2001. Disponível em:
<https://revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2133/1614>
A sequência do texto trata sobre o projeto Youth and History, desenvolvido pelo
autor, que abordou professores e alunos acerca das bases da sua consciência e
conhecimento histórico. A pesquisa retornou dados que apontam que, basicamente, a
formação histórica do aluno é baseada apenas parcialmente naquilo que é ensinado nas
escolas. É preciso ser considerada a influência de elementos como família, meio social e
meios de comunicação, na era hodierna é preciso levar em conta ainda as redes sociais.
A pesquisa evidencia que o modelo pensado pelas escolas é apenas um modelo
que abrange parcialmente o indivíduo. O saber escolar é apenas um pequeno pedaço do
que seria o pensamento histórico em um todo, uma vez que a história não poderia se
porta como uma ciência dura e imutável. A didática da história, neste ponto, deveria
buscar os conhecimentos históricos “em todo o tecido social, e as inter-relações que
promovem entre si e o conhecimento erudito ou o escolar”.

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